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    I) APRESENTAO

    Muitos cenrios de RPG foram criados elanados no mercado em todos esses anos (desde1979, com Dungeons and Dragons nos EUA, ou 1993,com GURPS no Brasil), falando sobre mundosfantsticos, viagens espao-temporais, vampiros,seres mitolgicos e fantsticos, mas nenhum falandosobre a realidade. Principalmente da realidade damaioria dos brasileiros (ou, por que no dizer, damaioria dos habitantes do planeta Terra): fome,injustia social, degradao do Meio Ambiente, sade,educao e lazer para quem pode pagar, habitaessub-humanas, crime, trfico, violncia.

    Na dcada de 90, a Akrit editora, com osautores Flavio de Andrade e Carlos Klimick, tentaramaproximar o RPG das questes sociais, com o livroEra do Caos. Mas, mesmo esse cenrio tem em suabase elementos que o tornam mais jogo e menos

    manifesto, como os suplementos Lendas, Cados eNoturnos, tornando Era do Caos vrios degraus acimados outros nesse aspecto, mas ainda insuficiente.

    No presente cenrio que no est atreladoa nenhum sistema em particular, ficando a cargo domestre escolher o que mais lhe agrada o jogador ,antes de tudo, um sobrevivente, como a maioria dosjovens habitantes das periferias das grandes cidades

    Ilustraes

    Capa & Logo: Leonel Domingos

    Vitria do Lula - Bernardo Vieira (pg 02)Frum Social Mundial - Neriga (pg 05)DEVOs - Eduardo Ronin (pg 07)Ondas de Saques - Fbio McBaltz (pg 09)Cynermanos - Manoel MAgalhes (pg 12)Kyoto Radical - Alexandre Bar (pg 14 & 15)MST - Ramos (pg 16)Novos Cangaceiros - Newton Nitro (pg 18)Guerrilheiros - HMinus (pg 19)

    Favelas em SP - Marco Morte (Pg 21 & 22)Grupo de Rap - Erichan (pg 24)Arte na Rua - HMinus (pg 25)

    Editorao

    Adriana Almeida (REDERPG)

    Marcos Tanaka RiyisEscrito em 01/2002, revisado em 01/2004

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    ou dos moradores dos assentamentos agrcolas. Sque, de modo diferente da maioria desses jovens,esses personagens esto lutando por um mundomelhor para todos, geralmente buscando a soluocoletiva, ao invs da soluo individual. Hacker,ambientalista, danarino de rua, rapper, sem-terra,estudante, membro de uma ONG, so algunsarqutipos de personagens que podem ser usadosaqui.

    Se voc faz compras na Daslu, usa bolsa daLouis Vuitton, acha que o Mac Donalds faz a melhorcomida do mundo, que aquele moleque do semforos pode ser um trombadinha, acredita na Rede Globoe sua leitura se resume a Caras e Contigo, pareagora de ler, pois voc no vai gostar desse cenrio.Agora, se a luta por um mundo melhor faz parte de

    suas aspiraes, se voc se sente incomodado com ainjustia social e com o modelo econmico excludente,se voc acha importante participar da sua escola,comunidade ou pas, se voc se interessa por poltica,se voc concorda com os princpios do Frum SocialMundial, seja bem vindo. Esse jogo foi feito para voc.

    II) Cenrio

    A vitria de Lula nas eleies presidenciais de2002 devolveu a esperana imensa massa maispolitizada que o elegeu. Porm, a presso dosinvestidores estrangeiros e dos banqueiros e

    empresrios nacionais, aliada presso do governoamericano e do FMI para a adeso do Brasil ALCA,fizeram o Presidente eleito perder fora,principalmente no Congresso Nacional, onde nuncaobteve a maioria. Essas derrotas e presses fizerama esperana inicial se transformar em desiluso, e adesiluso em protestos, que obrigaram Lula a deixaro poder. Isso tornou a situao poltica e econmicasemelhante da Argentina em 2002. A ampla coalizode salvao nacional reconduziu o ex-presidenteFernando Henrique Cardoso, com seu prestgio

    internacional e seu charme intelectual, Presidncia,para o alvio dos credores internos e externos, que, apartir daquele momento, tiveram a certeza de que oscompromissos seriam cumpridos, e as dvidas,pagas. Aps uma breve melhora graas ajuda doFMI e do capital de investidores externos, o Brasilvoltou a ter pssimos indicadores sociais, devido,

    principalmente, extrema dependncia do capital

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    externo e aos escorchantes juros das dvidas externae interna (a famigerda relao dvida/PIB).

    Novas revoltas e novos protestos foramsufocados pela ao rpida e eficiente diferente dosprotestos na gesto de Lula, que foram estimuladospelos poderosos da polcia, do exrcito e,principalmente, da imprensa oficial do pas. Em2005, a paz parecia reinar no Brasil, mas, sob aaparncia externa de tranqilidade, havia um barrilde plvora prestes a explodir.

    E essas pequenas exploses comearam aocorrer com saques, protestos e passeatas cada vezmais violentas, bem como aes mais efetivas degrupos contrrios globalizao excludente efavorveis s teses dos Fruns Sociais Mundiais.

    Movimentos da periferia das grandes cidades, comogrupos de Rap, de pagode, ONGs que atuam nessasreas, ligadas ou no s igrejas, movimentos deminorias como negros, mulheres, e homossexuais,grupos organizados de sem-teto, grupos ligados arte, como teatro, msica e grafities, se aliaram aONGs ligadas preservao do Meio Ambiente(Greenpeace, entre elas), a movimentos de atuaorural, como o MST, CONTAG, associaes indianistase outras, a entidades historicamente organizadas eligadas causas populares, como partidos polticosde esquerda (PCO, PSTU, PC do B e alas do PT),sindicatos, associaes de bairro e entidadesestudantis e a grupos internacionais (como a ATTAC,que luta pela taxao da circulao de capitais, poruma globalizao mais justa), num grande grupo quese denominou SS Sociedade Social.

    Os SS se comprometeram a se auxiliarmutuamente e realizar alguns atos juntos, a despeitode divergncias que havia entre os grupos. A Greve

    Geral e a Passeata dos 200 mil, em maio de 2006so alguns exemplos do que a unio poderia fazer.At a imensa legio de alienados que cresceu muitoa partir da dcada de 90 passou a prestar maisateno no que poderia conseguir, se tomasse partena luta. Obviamente, os poderosos, vendo que a violaestava ficando em cacos, tambm passaram a tomaralgumas medidas em conjunto, criando a faconacional do grupo americano Davoss Men. Essa

    De um lado, peso pesado. Enfrentando esendo desafiado. Use bem o jab, veja bem. Soco, soco,vamos ver quem quem

    Pavilho Nove

    Os ricos do Brasil (a elite urbana e rural,intelectual e financeira), aqueles que costumavamblindar seus carros, tirar frias em Miami, comprarcarros importados, ler a Veja, Valor Econmico eExame, assistir toda manh e toda noite o Jornal da

    Globo, vestir ternos Armani e vestidos comprados nasmelhores boutiques do Barra Shopping ou do ShoppingMorumbi, matricular seus filhos nos Dantes,Bandeirantes e Cervantes da vida, reche-los de BigMacs e mochilas Kipling, e ganhar a maior parte doseu dinheiro na especulao financeira, se uniram parafazer frente aos movimentos sociais, que passaram aatuar de forma mais organizada a partir de 2008.

    Essa elite organizada foi denominada (inicialmente porClovis Rossi, colunista da Folha de So Paulo) deHomens de Davos (depois, como vimos, essa elitepassou a se intitular DEVO). O nome Davos vem dacidade sua que foi organizadora, por muito tempo,do Frum Econmico Mundial, o qual reunia osprincipais detentores do capital internacional.

    Do outro lado da guerra no nosso outrora pacfico pas,est o povo, a grande massa de miserveis edespossudos que aumentou muito a partir da GrandeCrise de 2007, e que, embora divididos em vrias

    faces (a esquerda s se une na cadeia), conseguem,aos poucos, algumas vitrias pontuais. No povo, hdiversos tipos de grupos organizados (ou nem tanto).Desde quadrilhas de bandidos comuns, usando a causado povo para cometer crimes, at grandes gruposformados nos antigos e-groups do Yahoo, passandopor grupos de teatro, associaes de bairro, ONGsem geral (os sindicatos perderam muita fora e forampraticamente extintos em 2006).

    unio dos poderosos passou a se chamar DEVO Davoss Economic Vigilant Organization, criada sob opretexto de se protegerem da violncia urbana e rural,praticada por criminosos, bandoleiros e marginaisno campo e na cidade.

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    As entidades mais srias e com um preparoterico e poltico mais desenvolvido fizeram diversospactos de no-agresso, o que facilitou a ao dealguns grupos, que se uniram sob o nome de SS Sociedade Social.

    Os SS, ou sociais tm esse nome devido aofato de todo ano serem realizados, inicialmente nacidade de Porto Alegre, depois se tornaram itinerantes,os Fruns Sociais Mundiais. Os FSMs foram criadospara serem os Anti-Davos, ou seja, para serem aalternativa globalizao excludente, e para proporum outro mundo possvel, que, infelizmente, no seconcretizou. Eles tm poucos recursos materiais etecnolgicos, mas contam com um nmero muitomaior de integrantes (potencialmente, 80% dapopulao mundial e 90% da populao brasileira

    poderia fazer parte dos SS), muita vontade e acriatividade tpica de quem sofreu muito e precisase virar para sobreviver.

    Do lado da DEVO, as armas so maispoderosas, eficazes e duradouras, alm de sutis, poiseles detm o capital, os meios de produo, os meiosde comunicao, o governo, o poder, ou seja,

    basicamente, tudo. Mas, mesmo tendo tudo, osDEVOs tm problemas a enfrentar, tais como mantera Ignara Plebe sob controle, explorar os recursosnaturais sem esgot-los, manter o lucro acima de tudo,mudar para no mudar, e principalmente,preocupaes graves com a segurana, j que, como aumento brutal da misria (e dos miserveis),aumentou junto o nmero de criminosos em potencial.

    Logo, os detentores do poder (poltico e econmico)se viram na necessidade de aderirem ao grupo que,dizem, quem realmente comanda as aes no Brasile no mundo. O contra-ataque dos DEVOs foi rpido eeficiente. Com alteraes nas leis trabalhistas(diminuir os custos e gerar empregos, foi o motivoalegado), eles minaram o poder e a influncia dossindicatos ( claro que as denncias de corrupo

    amplamente divulgadas pela Rede Globo e ciaajudaram muito a diminuir a credibilidade dossindicalistas). Junto com isso, as promessas dedesenvolvimento tecnolgico e preos menoresdiminuram os argumentos das entidades de defesado meio ambiente e das entidades ligadas ao MST,que eram contrrias a utilizao de produtosgeneticamente modificados. Os argumentos dos

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    grupos contrrios s privatizaes das empresas degua, energia e Universidades, por sua vez, foramsimples e solenemente ignorados. Os saques e aviolncia urbana foram os pretextos necessrios paraa represso fortssima aos grupos organizados nasperiferias, acusados de apologia ao crime e violncia e os contrrios globalizao parasitria es ALCAS da vida foram taxados de contrrios aoprogresso, atrasados, corporativistas e coisas dognero.

    Junto das atitudes polticas, os DEVOstomaram vrias medidas de propaganda, via meiosde comunicao, para minar as foras dos SS.Noticirios tendenciosos, programao inspida erecheada de mensagens liminares e subliminaresdisfarada de entretenimento, foram tticas bastante

    usadas, e com sucesso. O sucesso fabricado degrupos musicais (especialmente rap, hip-hop e samba,os preferidos da juventude das periferias urbanas),de orientao diametralmente oposta dos gruposoriginais, politizados e engajados, fez com que amoada abandonasse a luta para idolatrar os novosgrupos, denominados Juventude Limpa, seduzidospelo dinheiro e sucesso fcil da TV.

    No difcil perceber quem est levando vantagemnessa guerra, porm, aes isoladas tm tido sucessona luta e muito mais est por vir.

    Nesse jogo, voc um membro dos SS,

    lutando da melhor maneira possvel para mudar

    esse estado de coisas que se apresenta. Alm

    disso, voc est tentando, mal e porcamente,

    sobreviver, po is , os DEVOs no gostam de

    ativistas espertinhos nem de garotos

    intrometidos.

    E a, vai encarar?

    III) Histrico

    O Pensamento nico neo-liberal, proposto pelofamigerado Consenso de Washington no final do sculopassado trouxe, com a globalizao da economia etodo o seu desenvolvimento tecnolgico e crescimento

    econmico (dos pases ricos, claro), uma srie deproblemas, notados principalmente na periferia doglobo, nos pases pobres, pases do antigo LesteEuropeu ou ainda nos chamados pases emdesenvolvimento, ou emergentes.

    Esses pases seguiram risca o chamadoreceiturio liberal do Banco Mundial e do FMI (FundoMonetrio Internacional), causando, ou melhor,acendendo o estopim para o caos que agora estamosvivendo. Extrema dependncia do capital especulativoexterno, cmbio e bolsas navegando ao sabor dasondas indiossicrticas do mercado espcie deentidade sobrenatural e virtual que determina os rumosdas naes falncia dos servios pblicos bsicos,degradao ambiental, falncia dos recursos naturaiscomo gua e energia, privatizaes indiscriminadas e

    macias, desaparecimento de pequenas e mdiasempresas, fim da rede de proteo social formadabasicamente pelas Previdncias Sociais, desemprego,concentrao de renda, sucateamento dasUniversidades e Parques Industriais nacionais,mediocrizao (ao sabor do mercado) das produesartsticas e culturais, favelizao nas grandes cidades,aumento exponencial da criminalidade, queda naqualidade dos alimentos, invaso dos trangnicos,escolas pblicas em situao risvel e de calamidadepblica, contrastando com as particulares que usam

    dos mais modernos conceitos e tecnologias paraensinar os filhos da elite, mesmo caso da sade, umcontraste gritante entre o caos total da sade esaneamento bsico pblico e os mais avanadosequipamentos e procedimentos a disposio de quempode pagar por eles.

    Veja um exemplo simplificado do que ocorreucom muita freqncia em vrias empresas, a partirda metade da dcada de 90 :

    A empresa Grafimax, de cpias, impressese grfica em geral tinha, em 1995, 80 funcionriosregistrados, mais alguns terceirizados, aproveitandoo boom aparente do incio do Plano Real. Com achegada da crise do cmbio, no incio de 1999,ocorreram algumas demisses, devido a alguns cortesdecorrentes do encolhimento da economia, mais aterceirizao de alguns setores, deixando apenas 27assalariados na Grafimax. O gerente de produo

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    Jaime, no final daquele ano, foi incumbido de dar incio modernizao da empresa, para adapt-la aosnovos tempos, extremamente competitivos, ondea ordem era modernizar para competir e crescer.Modernizar, naquele tempo, significava aumentar atecnologia, reduzir custos, otimizar os ganhos edestruir a concorrncia. Em agosto de 2000, Jaimerecomendou o investimento de 2 milhes de reais nacompra de equipamentos novos para a grfica, quesubstituram 50 empregados, quase 2/3 dos quetrabalhavam l. Palavras de Jaime : ... eu avisei essescaras que eles precisavam se reciclar, que os novostempos so assim. Veja voc, a concorrncia nessenosso ramo acirradssima, e se ns no nosmodernizssemos, seramos engolidos por ela. Oscustos dos trabalhadores so muito elevados, portanto,tivemos que elimin-los. Os custos.. Esses 50

    desempregados se juntaram a mais 19% da populaoque, naquela poca estava na mesma situao. Comodemoravam, em mdia, 25 semanas para conseguiremum novo emprego, esses desempregados faziamcomo as empresas: cortavam os custos, deixando deconsumir. Ao deixarem de consumir, obrigavam asempresas a competirem mais umas com as outraspelos consumidores que sobravam. E, como foi vistono exemplo acima, o aumento da concorrnciacausava uma reduo dos custos das empresas, quedemitiam mais funcionrios, caindo num crculo vicioso

    interminvel e perverso.

    Essa situao causava outras,como, a falncia e concordata de vriasempresas, ou fuses, ou ainda,simplesmente fagocitoses, com osgrandes conglomerados engolindo ospequenos, gerando, obviamente, maisdesemprego e, com isso, a deterioraodas condies de moradias. Porexemplo, de 1991 a 2001, o nmero defavelas no Brasil aumentou de 3200para 4000. A regio metropolitana deSo Paulo contribua com 2000 favelas.Esses nmeros esto 100% maioresnesses nossos dias de 2019.

    Dentro desse cenrio Catico,podemos perguntar a quem interessaesse panorama do mundo. Certamente

    no interessa elite tradicional, pois tamanhodesconforto poderia estimular as massas a promoveruma guerra, ou revoluo, o que no seria adequadopara elas. Temos notcias que altos funcionrios doBID, do Banco Mundial e do FMI so agentesgraduados do que se convencionou chamar Oshomens de Davos, em aluso ao Frum EconmicoMundial, que ocorria anualmente na pequena cidadesua de Davos e ditava os rumos da economiamundial. No Brasil, sabemos que, na burocracia dogoverno e do Banco Central, bem como no Ministrioda Economia, a faco nacional dos Homens deDavos (que pouco depois mudou seu nome para DEVO Davoss Economic Vigilant Organization), pessoasque realmente detm o poder econmico no pas, temmuita influncia, bem como, obviamente, nos meiosde comunicao. So os altos executivos de empresas

    nacionais e multinacionais, principalmente dasempresas privatizadas na ltima dcada do sculoXX, alm de proprietrios de terra, e alguns autnomose profissionais liberais, que agem sob a batuta dogrupo Davoss Man, com sede em Nova Iorque. Qualseria o interesse deles? Poder? Concentrao derenda? Povo sob controle? Quem sabe? Se eusoubesse, provavelmente no estaria vivo paraescrever essas linhas...

    Vou descrever, abaixo, alguns fatos histricosdos ltimos anos e sua relao com o grupo DEVO e

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    com a atual situao no Brasil e, principalmente, nacidade de So Paulo.

    - Privatizao das Teles Motivados pelodesejo dos grandes grupos empresariais de controlaras transmisses de dados e as telecomunicaes viasatlite e fibra tica, o Governo Federal vendeu, em1998, para diversos grupos estrangeiros, as empresasde telefonia fixa e celular. O argumento era que, coma concorrncia e com o investimento em tecnologiaestrangeiro, os servios ficariam melhores e maisbaratos. No foi o que ocorreu. Em 2004, microfusese compras de aes de uma empresa pela outra, noexterior e no Brasil, praticamente concentrou o poderdas comunicaes nas mos na multinacionalMicrofnica, um brao empresarial da Davoss Man.Esse fato fez com que praticamente toda comunicao,

    e mais do que isso, toda transmisso de dados viatelefone fixo ou celular pudesse ser monitorada pelosdonos das empresas (leia-se a Davoss ManInternacional). Com isso, segredos contbeis,empresariais, polticos e pessoais, deixaram de sersegredos. So Paulo, mais precisamente a regio daAvenida Paulista e o polgono formado pela MarginalPinheiros, Avenida Berrini e gua Espraiada, queconcentra os grandes escritrios, ou pertence aosDEVOs, ou est com seus dados disposio deles. nessa regio que os maiores investimentos da cidadeso feitos, deixando ao lu os habitantes da periferia,onde se localiza 80-90% da populao,compouqussimo ou nenhum investimento em sade,educao, lazer, cultura, saneamento bsico,transportes, etc. Obviamente, a Microfnica no seinteressou muito em instalar redes de telefonespblicos, ou antenas de celulares em regies pobres,pois o lucro dela vinha das regies ricas. Mais umavez, a periferia foi esquecida, mas o desenvolvimentotecnolgico do setor continua acelerado, aumentando

    as possibilidades de quem pode pagar (e,obviamente, diminuindo sua privacidade. O GrandeIrmo toma conta de voc).

    - As Grades dos Condomnios - Em 2005foram criadas as cancelas e os pedgios na entradada regio dos grandes escritrios, para coibir atos deprotestos ou de terrorismo, bem como impedir a

    populao pobre de ter acesso a essa rea. Um anoantes, o Congresso Nacional sancionou uma lei quefacultou os Condomnios registrados na ABRAO(Associao Brasileira de Condomnios de Luxo paraCidados de Bem), ter sua prpria segurana, compoderes legais de priso, porte de armas, cmarasfilmadoras, e todo aparato de identificao. Na prtica,essa lei privatizou a segurana e o Poder Judicirionesses nichos, tornando-os terra sem lei, ou melhor,terra que segue e faz as prprias leis. Os condomniosj existentes antes da promulgao dessa lei seadaptaram muito bem a ela, como foi o caso da GranjaViana, na regio de Cotia, que mantm presos emseu interior 10 pessoas que tentaram cometer furtosou assaltos dentro da rea do condomnio, e que foramcondenados a 20 anos de recluso, numa sindicnciainterna. Grupos de defesa dos direitos humanos e ONGs

    protestaram em frente ao condomnio, mas foramdispersados a golpes de cassetetes, tonfas e armasmodernas de choque eltrico usadas pela POMICO, apolcia militar do condomnio. Tentativas de resgatetambm foram rechaadas por tiros de metralhadoras,fuzis e at granadas. J os condomnios construdosdepois de 2004, como o Global Building, erguido naesquina da Berrini com a gua Espraiada, onde aFavela que l havia pegou fogo (acidentalmente,segundo laudo do Corpo de Bombeiros e do CONTRU),podem dar a idia dessa Arquitetura do Caos, cheiade aparatos blicos. Como dizia um antigo grupo derock chamado O Rappa, As grades do condomnioso pra trazer proteo, mas tambm trazem a dvidase no voc que est nessa priso.

    -A Crise da gua No ano de 2006, a cidadede So Paulo enfrentou uma seca fortssima, o queacarretou numa tremenda escassez de gua, causandovrios protestos e quebra-quebras pela cidade toda,

    inclusive com a total depredao sede da Watertech,empresa que comprou a SABESP quando foiprivatizada. As autoridades, ento, resolveram agirduro com os loteamentos clandestinos nas reas demananciais localizadas nas imediaes da empresaBillings, na Serra de Mairipor, e em outras reasigualmente importantes, pois a Watertech j estavacaptando gua da regio de Piracicaba e Sorocaba,distantes 100 Km da capital. Essa ao causou o

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    despejo de 50 mil famlias (200-250 mil pessoas) doslocais afetados, aumentado o dficit habitacional, masdiminuindo o dficit de gua e, consequentemente,da Watertech. Obviamente, os protestos foram,novamente massacrados. Essa ao policial teve osurpreendente apoio de algumas organizaes dedefesa do meio ambiente, que atuaram na linha defrente dos combates com as famlias despejadas. Foitriste ver irmo contra irmo.

    Na Conferncia Rio +10, onde se discutiramos rumos do planeta na questo do Meio Ambiente,os estudiosos fizeram previses para o mundo em2030, supondo quatro modelos diferentes quepoderiam ser adotados pelos governantes a partirdaquele momento. Em dois deles (Enfoque no Social eEnfoque no Desenvolvimento Sustentvel), previa-se

    uma escassez de gua potvel para 30% da populao,no mximo, alm de melhoras nos indicadores sociaiscomo fome, pessoas abaixo da linha da pobreza,mortalidade infantil, analfabetismo, e outros. Em outrosdois modelos (Enfoque no Mercado, como era atento, e Enfoque na Segurana, que foi o adotado namaior parte do planeta), tenses sociais seagravariam, os indicadores sociais piorariam e, maisgrave ainda, o Meio Ambiente seria degradado numavelocidade maior e, em 2030, 60% da populaosofreria de escassez grave de gua potvel.

    Pois as previsesfalharam, e para pior,infelizmente. Em 2015 j haviaos 60% da populao semgua potvel suficiente. Asguerras por nascentes,aqferos e lenis freticosse tornaram corriqueiras e adefesa dessas reas , hoje

    em dia, ponto de honra paraas organizaes SS.

    A Eco-c lutou paraaprovar a cobrana pelo usode gua subterrnea, mas osDEVOs ligado aoagribusiness conseguiramimpedir isso, alegandoperda de renda para o pas.

    A Kyoto Radical, ento, resolveu tomar para si essaluta e explodiu sistemas inteiros de irrigaoaspergida, que so os responsveis por 60-70% doconsumo de gua doce do mundo. S foram poupadosos agricultores que usavam o sistema de gotejamento.

    Ser que ainda podemos chamar a Terra dePlaneta gua?

    -A Onda de Saques Em 2007, uma onda desaques sem precedentes baixou sobre a cidade deSo Paulo. No faltaram motivos para isso acontecer:altssima taxa de desemprego, preo alto dosalimentos, falta de uma poltica social, aumento daviolncia policial, concentrao do poder de venda nasgrandes redes, que discriminam o consumidor de

    baixo ou nenhum poder aquisitivo, e principalmente,a organizao de alguns setores dos excludos daperiferia, principalmente nas reas do Capo Redondo,Itaim Paulista, Itapevi e Jaan. No incio, somenteforam saqueados hipermercados das grandes redesestrangeiras como Carrefour, Extra (comprado poruma rede americana em 2004), Super S (compradopela Mitsubishi do Japo em 2005), e outras. Batalhasmemorveis entre os saqueadores, armados de paus,pedras e coquetis molotov e os seguranas, armadoscom fuzis e metralhadoras, mas em menor nmero esurpreendidos pela ao dos grupos

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    guerrilheiros (ou terroristas, dependendo da verso).Essas aes duraram mais ou menos duas semanas,quando o Governo decretou Estado de Stio, e ps emvigor a Lei Marcial na cidade de So Paulo, com toquede recolher e suspenso dos direitos individuais doscidados. Mais uma vez, a rede oficial de propagandado governo (e dos DEVOs, claro), formada porcomentaristas de rdio e TV, por jornais e por revistassemanais entrou em ao, fazendo com que grandeparte da populao (principalmente a quase extintaclasse mdia), inclusive uma parte dos miserveisno pertencentes aos grupos organizados, ficassecontra os saqueadores. Com isso, e com as prises(e, dizem, algumas execues), o nimo dosmanifestantes arrefeceu, e os saques terminaram emseguida, bem como foi desmantelado o chamado MCT(Movimento Comida Para Todos).

    -A Privatizao da USP Aps muita pressodo FMI e dos DEVOs, aprovou-se, no incio de 2005, acobrana de mensalidades nas Universidadespblicas, com o argumento que apenas ricos estavamestudando nelas e eles deveriam contribuir financiandoa Universidade, como acontecia nos EUA. A partir da,os cursos ficaram mais voltados para o mercado, poisas antigas Universidades pblicas tinham, agora, quecompetir com as particulares pelos clientes, queeram os alunos, e para isso, era preciso queoferecessem cursos que agradassem o Mercado.Isso fez com que pesquisas bsicas deixassem deser feitas, principalmente em reas poucoeconomicamente viveis, como as Cincias Humanas,por exemplo, alm das bolsas de estudo para pesquisaterem sofrido um corte profundo. Isso causou umaqueda no desenvolvimento tecnolgico nacional,tornando o pas mais dependente da tecnologiaestrangeira. Essa situao tende a se agravar com o

    tempo. Em 2006, iniciou-se o processo de privatizaodas Universidades Federais e, em 2007 a USP foiarrematada no famoso Leilo de Maio, tambmchamado de Leilo da Vergonha, pela MIT-Microsoft,empresa ligada Microsoft, que administra desde2004 o famoso Massachussets Institute ofTechnology. Protestos, greves de fome, suicdios eauto-imolaes no sensibilizaram o governo, queconseguiu na venda um gio de 320%, e pagou 40%

    dos juros anuais da dvida com o Sistema FinanceiroInternacional (leia-se DEVOs).

    - A Guerra das Cadeias Muitos anos demanipulao dos chamados formadores de opiniopelos DEVOS atravs da imprensa foi deixando ascadeias brasileiras fora dos planos (econseqentemente, da influncia) desse grupo. Issopossibilitou a transformao das cadeias em terra deningum, seguindo as suas prprias leis e regras, comgrupos internos que lutavam pelo controle das prises.Em 2001, aps a grande rebelio de fevereiro, asociedade comeou a tomar cincia do problema, masj era tarde, pois os presos j estavam muitoorganizados e unidos em grupos, que foram se fundindoao redor do chamado PCC (Primeiro Comando da

    Capital), no grupo CRALHO (Comando Revolucionriocom Atitude, Liberdade, Humanismo e Orgulho), que,involuntariamente, se tornou o mais forte foco derevolta anti-DEVOs. Obviamente, no conseguirammuitos apoios para a sua causa, devido s aesviolentas que empreenderam e ao fato que seusmembros so, antes de mais nada, criminososcomuns condenados. Porm, sua fora dentro dasprises ainda enorme (e com o crescimento dasprises, sua influncia cresce proporcionalmente), bemcomo dentro do submundo. Por exemplo, muitostraficantes de drogas novas ou antigas de armas,de rgos, de bio-implantes, de clulas-tronco, deinformaes, de balas de goma, de animais silvestres,obedecem aos cabeas do CRALHO, que sempremudam, para despistar inimigos ou por motivos maisprosaicos, como a morte. O massacre de 2005, quedizimou metade dos membros no estado de So Paulono abalou as estruturas da organizao rei morto,rei posto diziam os novos chefes do CRALHO.

    -A crise energtica A crise da energia eltricateve o pavio aceso em 2001 e explodiu de vez em2004, com um racionamento brutal devido a doisfatores principais: falta de gua (j discutida), aliada falta de investimentos no setor. Esse racionamentopode ser considerado a principal causa da granderecesso que se seguiu no pas nos anos seguintes.Todo o cenrio pode ser resumido ao analisarmos o

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    que aconteceu na Vila Gomes, pequeno bairro doButant. A padaria Rainha da Vila Gomes teve suaconta de luz aumentada de R$1000,00 paraR$3000,00 mensais ao ter de pagar a famosasobretaxa. Isso fez com que os donos aumentassemo preo do pozinho e diminussem a produo, o queacarretou em demisses. Essas demissesaumentaram o contingente de desempregados nobairro, que, por no ter dinheiro, comprava menospozinho, que tinha subido de preo. Com as vendasem queda livre, a padaria faliu no final de 2002,elevando ainda mais o nmero de pessoasdesempregadas no bairro, que passaram a comprarmenos jornal, menos frutas na quitanda, menos pastel,menos tudo, diminuindo as vendas nessesestabelecimentos, que tiveram de demitir mais, e dapor diante, numa espiral crescente de misria e

    desiluso.

    Alm da crise propriamente dita e da recessodecorrente dela, alguns desastres ambientais tiveramrelao com a falta de energia eltrica. Por exemplo,a gerao de eletricidade atravs de usinasTermeltricas e geradores a diesel e/ou gasolina e asubstituio de aquecedores eltricos pelos a gs,aumentou em 250% a emisso de gases estufa noterritrio brasileiro. Pilhas aos montes jogadas no lixocomum contaminaram boa parte do solo da cidadede So Paulo (a previso que, at 2030, 30% dosolo paulistano esteja contaminado com metaispesados, vindos, inclusive, de resduos de pilhascomuns). Lmpadas de mercrio e vapor de sdiotambm contaminaram gravemente o solo da cidade,num grave problema ambiental aparentementeinsolvel a curto prazo.

    IV) OrganizaesAqui esto descritas algumas organizaes e

    grupos que atuam, cada um sua maneira, para deteros DEVOs e tornar possvel um Mundo Melhor.

    Eco-c Organizao radical que luta pelapreservao total do meio ambiente. Suas aes so

    realizadas em pequenos grupos e tm o objetivo decausar o maior prejuzo material possvel queles queno respeitam o meio ambiente, com o mnimo deperda de vida.

    A Eco-c comeou com um grupo deestudantes de Engenharia Floresta da ESALQ-USP emPiracicaba, que ocupou um posto de gasolina localacusado de derramar leo e gasolina no solo,contaminando o mesmo. Essa ocupao pacfica foidispersada pelos seguranas do posto, a golpes detonfas e cassetetes e sob a mira de revlveres. Nanoite seguinte, o posto explodiu, destruindo ele todoe ferindo dois sentinelas armados que esperavam umanova ocupao.

    A partir da, a Eco-c comeou a agir na regio

    de Piracicaba e ganhou adeptos em todo o estado.Pequenas aes de sabotagem em frigorficosclandestinos, destruio de plantaes comagrotxicos, sabotagens em obras e fbricasambientalmente incorretas e at aes contra otrnsito, para diminuir a emisso de poluentestornaram a organizao famosa em todo o territrionacional. A liderana do grupo, ento, foi dada aFrancisco Mendes Silva. Pequenos outros grupospassaram a agir da mesma forma, inspirados nosestatutos da Eco-c, e essas aes passaram a sercoordenadas e melhor organizadas a partir de 2009,quando atentados destruram vrias propriedades demadeireiros e garimpeiros da Amaznia e mataram25 pessoas quase simultaneamente em toda regioNorte.

    Dez anos depois, a Eco-c um dos gruposSS mais fortes atuando no Brasil, com uma imensarede de informantes, espies, estudiosos e agentesespalhadas por todo o pas. Eles usam muito e com

    muita competncia os recursos tecnolgicosdisponveis como gps, celulares, rdio, global star e,principalmente, a INTERNET. Quer fazer parte dessegrupo?

    Cybermanos Um programa de combate excluso digital criada na gesto Marta (2000-2004)deu incio a uma revoluo tecnolgica em alguns

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    bairros da periferia de So Paulo. Familiarizados com

    o computador, com acesso, com habilidade, commuita vontade de fazer as coisas e, principalmente,com uma orientao altamente gabaritada do ex-monitor do projeto e ex-Analista de Softwere daFlextronics Renato Dayspring, os cybermanos criammuita confuso para os DEVOs.

    Ices, senhas, cdigos e protees no sopreos para esse grupo de garotos dedicados a agirno maior smbolo da globalizao: a rede mundial decomputadores. Com o lema Informao livre, chegade desigualdade os cybermanos conseguem sabotarvrios sistemas das corporaes, propagarinformao e contra-informao para todos os gruposSS, criar sites, blogs e chats seguros, longe doscarnivores criados pela Microsoft-CIA, enfim, compouco equipamento e muito talento, conseguemcausar srios danos aos DEVOs brasileiros e atestrangeiros, agindo em cooperao com os cyberboysamericanos e os cyberchicos argentinos, mexicanose venezuelanos.

    Dentre as aes mais recentes dos jovens

    liderados por Dayspring esto a transferncia dedinheiro de vrias contas e de vrias instituiesfinanceiras para entidades assistenciais e filantrpicas,alm de conseguirem, via pirataria de dados, fundospara diversas organizaes SS. As bblias desse gruposo Neuromancer e doru de William Gibson, Piratasde Dados de Bruce Sterling, e os filmes Matrix, VanillaSky e Hackers e, principalmente, os jogos GURPSCyberpunk, Shadowrun e Cyberpunk 2020.Informao controle. Quer guardar um segredo?Conte aos cybermanos. Sabe manejar o Linux-2010?J criou um editor de texto vocal? Manja de RV? Entopode ser chamado para atuar nos cybermanos. Masno os procure. Dayspring vai falar com voc. Quemsabe voc no O Escolhido?

    MCT ou Movimento Comida Para Todos Surgido aps a crise de 2005, esse movimento foipraticamente extinto aps a represso famosa ondade saques de 2007. Porm, muitos membros

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    escaparam das prises e das execues que seseguiram represso, principalmente seus doisidelogos principais, Dadinho e Domin. Tentandorearticular o movimento, D&D, como gostam de serchamados, esto com um pequeno e novo grupo,inexperiente, mas voluntarioso, recrutado nas favelase no Movimento Sem-Teto, ainda desconhecidos dosDEVOs. Dizem que D&D esto com caras e documentosnovos (graas a implantes de silicone e melaninaenxertadas em clulas-tronco) e ningum osreconhece. A meta desse grupo a chamada fomezero atravs do programa de Renda Mnima,idealizado por Eduardo Suplicy no incio do sculo, masque, infelizmente, no vingou. Baseia-se na distribuiomelhor da renda para que nenhuma pessoa morra defome em um pas to produtivo como o nosso. JosGraziano, ministro do governo Lula em 2003, tentou

    um plano semelhante que no foi para frente pordivergncias internas plantadas por espies deDEVOs. Essa Utopia est longe de se realizar, por isso,pequenos saques so realizados, acompanhados deuma distribuio peridica de gneros alimentcios emlocais variveis.

    O MCT tem algumas diferenas com o pessoalambientalista, pois D&D acham que primordial aalta produtividade no campo, mesmo que issosignifique alguns problemas ambientais. O Eco-c noconcorda, pois acha que possvel produzir semagredir o Meio Ambiente. As multinacionais como aMonsanto e a Bio-Microsoft incentivam essa briga,inclusive cooperando com D&D.

    E voc, tem fome de que?

    Ambientalistas Independentes Na regioda Grande So Paulo atuam vrios grupos

    ambientalistas no-filiados ao maior grupo nacional, oEco-c. Aes menores, mais locais e mais eficientesso a tnica dessas organizaes. So, basicamente,os seguintes grupos:

    Horto Florestal e proximidades: O lderindgena Mambo lidera um grupo radical nessaregio, com aes que visam boicotar aquelesvisitantes de fim-de-semana, que s poluem o local.Mambo e seu grupo tambm costumam reagir com

    mo de ferro a qualquer tentativa de construes eestabelecimentos na rea do Horto. Felizmente paraeles os DEVOs no encontraram nenhuma utilidadeeconmica para essa imensa rea verde, o que deixao indgena mais ou menos livre para agir por ali.

    Mairipor e Serra da Cantareira: Mokol,irmo de Mambo, faz o mesmo trabalho nessa regio,que bem maior e repleta de manaciais. Talvez porisso ou talvez devido ao interesse dos DEVOs nagerao de gua e na construo civil, Mokol temtido vrios revezes, inclusive com seus co-irmos dasociedade amigos do bairro da Cantareira, quemoravam em condies sub-humanas. Essesmoradores travaram conflitos violentssimos (inclusivecom algumas mortes) com o grupo de Mokol.Obviamente, os moradores foram incitados pelos

    DEVOs, que tinham interesse em manter o local comoestava, e alegaram que Mokol estava querendoexpulsar os pobres de suas casas para dar de moraraos animais.

    Cinturo Verde da Grande Penha: O professorMarcola, a estudante Iara Luciana e o ator Ricardoso os trs chefes da Organizao que atua nessavasta regio natural. Os principais alvos das aes doTriunvirato so os agricultores da regio que abusamdos agrotxicos e de defensivos agrcolas poluidores.Alm desses produtos, os transgnicos doconglomerado americano Biogenic, que comprou boaparte das terras e da produo local em 2008.Ironicamente, os maiores apoiadores do triunviratoso agricultores tambm, mas que, diferentementedos outros, praticam agricultura orgnica e/ouagricultura familiar. Normalmente, so osdescendentes de japoneses que do todo apoiologstico e financeiro ao Triunvirato.

    Parque do Carmo/Estrada do Pssego: Nessaregio da Grande Penha, a pouca parte natural queresta defendida com unhas, dentes e bombas pelogrupo Chave do Sapo, do Veterinrio Paulinho Lel.Lel tem esse apelido por dois motivos: no conseguirengatar uma conversa por muito tempo e por suasaes solitrias, violentas e inesperadas, como oincndio nas instalaes da Microsoft Building, quequeria construir um Shopping Center no centro do

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    Parque do Carmo. O contra-ataque da MB foi veloz,com a promessa de distribuio de moradiaspopulares na regio, o que levou a faco doMovimento Sem Teto da grande Penha ficar contra oshomens de Paulinho Lel que, por sua falta dehabilidade poltica, perdeu muito de sua influncia narea. Quer fazer parte da Chave do Sapo? Tenteconversar com Paulinho Lel. Se conseguir, estdentro.

    Associao de Grmios Estudantis Nosculo XX, os estudantes estiveram sempre na linhade frente dos movimentos populares. Da luta contra oregime militar ao impeachment de Fernando Collor, aluta dos estudantes sempre foi por temas caros aosSS. A partir do final do sculo XX, a movimentao

    estudantil diminuiu muito, restringindo-se a algumaspasseatas em favor de alguma greve de professores,ou contra a ALCA, ou ainda em tmidas passeatascontrrias privatizao da USP, at que a alienaoda juventude chegou ao ponto de somente havermovimentos por coisas menos nobres como direito meia-entrada em shows, estacionamento grtis emshoppings e lanches grtis no Mac Donalds. A brigados DCEs das Universidades com a UNE e dos Grmioscom a UBES que acarretou no rompimento econseqente fim das grandes entidades ocorreu em2008, e os DEVOs, claro, apoiaram os rebeldes eapoiaram tambm a UNE-UBES, pois a brigadesacreditava os estudantes como um todo. Somenteem 2011 um grupo mais esclarecido de estudantesconseguiu se reunir, inicialmente de maneira virtual,depois na prtica, com o Grande Congresso dosEstudantes Secundaristas, em um stio em Ibina-SP,reunindo 250 estudantes. Foi o estopim para ummovimento pouco numeroso, mas muito bemorganizado e coordenado, que consegue realizar muitas

    aes Anti-DEVOs. , hoje, a organizao maisglamourosa dentre as Sociedade Social, talvez peloentusiasmo da juventude, que ainda v esperana nopas, apesar de tudo.

    E a sua esperana, ser a ltima a morrer?

    Associao de Professores Depois do fimdos sindicatos e do sucateamento do ensino pblico,

    a APEOESP, maior entidade de professores durante osculo XX, se extinguiu tambm. Nesse vcuo, osprofessores, sedentos de condies melhores detrabalho, materiais e estruturais e de capacitaoprofissional decente, se reuniram em pequenos gruposregionais, para se reciclarem e, cooperativamente,tentar crescer profissionalmente, com trocas deexperincias e o trabalho voluntrio de algunsabnegados, que ainda no desistiram da luta, comomuitos (80-90%) j faziam desde o tempo da APEOESP.Algumas empresas ligadas aos DEVOs, para melhorara imagem frente ao seu pblico, do ajuda a algumasassociaes de professores, obviamente para aquelasque pegam leve nas manifestaes.

    Kyoto Radical Dissidncia radical do Eco-c descontente com os acordos, alianas econcesses que Francisco, lder dos Eco-c vem

    fazendo para poder crescer e se manter na linha defrente dos protestos ecolgicos. Os lderes da KR noso conhecidos, e a identidade deles preservada asete chaves. Outro ponto importante de diferenciaoentre eles e os Eco-c o contraste de enfoque.Enquanto os Eco-c pretendem o desenvolvimentosustentvel, proteo aos ecossistemas, empresascom ISO-14000, e aes do gnero, os KR reivindicamo fim das emisses de gs carbnico via derivadosde petrleo, o fim da contaminao do solo, gua e ar

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    por produtos qumicos e nucleares e a proibio totalaos organismos geneticamente modificados.Atentados contra fbricas de automveis, explosesde pedgios e de sedes das empresas controladorasdas estradas privatizadas, ameaas de bombas emfbricas poluidoras (o famoso alarme falso emARAMAR, onde se fabrica urnio enriquecido, foi obrados Kyotos). Alguns de seus membros so radicaistambm na sua vida particular, se recusandoterminantemente a andar em veculos movidos acombustveis derivados de petrleo.

    E o seu carro, est bem regulado? movido alcool? Cuidado, os KRs esto na sua cola.Literalmente.

    Entidades Filantrpicas Atuando cada

    uma com seu pblico e atingindo seus objetivos, massem uma coordenao central, vrias entidades atuamajudando, de alguma maneira, os excludos espalhadospelo pas inteiro. Essas entidades atendem desdecrianas deficientes at idosos sem ningum,passando por portadores de HIV, moradores de favela,doentes de cncer, mes solteiras, e toda a sorte deexcludos. H vrios exemplos em vrios lugares, masuma coisa une essas entidades: o trabalho voluntriode pessoas interessadas em diminuir a diferena entre

    os ricos da DEVOs e a imensa massa de marginais eexcludos do processo de globalizao. So muitas emuitas entidades, mas vamos mostrar algunsexemplos:

    ONG do Padre Incio: atuando no bairro doImirim, na Grande Santana, essa ONG atende crianasportadoras do HIV. O trabalho voluntrio de muitosmoradores do local (at de alguns membros da elitepr-DEVOs) e uma ttica agressiva de arrecadaode recursos faz com que essa ONG tenha resultadosmuito expressivos no atendimento a esses excludosduplamente: pobres e ainda portadores do HIV.

    Pastoral do Menor: Ligada Igreja Catlica,mais precisamente ala outrora chamada de Teologiada Libertao, atende em todo o pas a menores

    carentes e/ou em situao de abandono. O trabalho ea prostituio infantil, as drogas e o assassinato demenores so preocupaes dessa entidade, que noconsegue atender a demanda. Seus membros,cristos por excelncia, no aprovam aes maisdiretas contra os algozes dos menores, mas, porvezes, fazem vista grossa aos seus ex-membros queresolveram fundar um brao armado dessa ONGchamada Vingadores da Candelria. Esses Vingadoresagem de maneira violenta contra matadores eprincipalmente contra exploradores sexuais doNordeste brasileiro. Seu lder atende pela alcunha dePedro Bala, segundo dizem, sobrevivente do famosoe trgico massacre da Candelria da dcada de 90.

    O abuso do trabalho infantil, a ignorncia / Sfazem destruir a esperana / Deixa ele viver / o queliga

    Negra Lee, RZO in No Srio CharlieBrown Jnior

    Organizao Zilda Arns: Depois do assassinatotrgico dessa emrita benfeitora, foi fundada essa ONGpara proteger o povo de aes violentas dandoeducao, sade e lazer de qualidade para a populao,j que o Estado j abdicou de organizar essas coisasque aumentam o dficit pblico. Como seu tamanho muito grande, essa ONG tem um pouco dedificuldade de controlar todas as suas faces e de

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    ter agilidade nos processos de arrecadao edistribuio de recursos financeiros. Essa ONG, porseu prestgio internacional, no sofre tentativas deboicote ou campanha de difamao. Por outro lado,os DEVOs, de olho no prestgio que essa entidade tem,tentam control-la fornecendo os recursos financeirose fazendo acordos de no-agresso. Algumas facesaceitam, pois dizem que, sem o dinheiro deles, no possvel fazer muita coisa. Outras faces, por suavez, dizem que no devem se vender. Prefiro morrerde p a viver ajoelhado o lema deles.

    1 da Sul Essa organizao teve incio noCapo Redondo, periferia de So Paulo, no final dadcada de 90, criada pelo escritor Ferrz. Ele criou omovimento pensando inicialmente em reunir os grupos

    do local para afastar os manos das drogas e do crime(e, conseqentemente, da morte precoce e da misria)mostrando novos caminhos (inclusive para identificaro inimigo e lutar pela causa certa) para os habitantesdo atual Grande Graja. Ferrz, a partir de 2001, sededicou mais ao seu projeto Literatura Marginal,deixando o 1 da Sul para seus companheiros de luta,mas sem deixar de ser uma referncia, moral eintelectual. Os manos do 1 da Sul praticam diversasaes contra os DEVOs. Arrastes, atentados,protestos so atos comuns para os membros dessa

    comunidade. Tm o apoio logstico de vriosintelectuais amigos de Ferrz, que contribuemfinanceiramente e com aes educativas, detreinamento, de informao e, principalmente, depropaganda.

    As aes do 1 da Sul serestringiam regio do Grande Grajaat 2009, quando, apoiados porgrupos da Grande Penha, maisprecisamente de Itaquera, realizaraminvases em todas as agncias doIta, com destruio, inmerosprejuzos materiais para o maior grupoempresarial brasileiro e distribuio depanfletos e divulgao do site dogrupo, onde muitos textosrevolucionrios estiveram disponveispara toda a comunidade. Desde ento,o 1 da Sul mantm escolas e outras

    aes cidads pr-SS paralelas s lutas e aesefetivas Anti-DEVOs. Nem a contra-propagandamassiva por parte da grande imprensa nem a prisode muitos de seus lderes (acusados, injustamente,de trfico de drogas e terrorismo) arrefeceu os nimosdo maior grupo genuinamente popular urbano no pas.

    Todos os integrantes passam por cursos deformao poltica e treinamentos fsicos e intelectuais.A Bblia do grupo o famoso livro de Ferrz, CapoPecado. Outros livros muito discutidos e lidos pelos 1da Sul so: Estao Carandiru, de Drauzio Varela, OsManos da Quebrada, de XXY, revelao do projetoLiteratura Marginal, e as biografias de Che Guevara eMalcom X. Unio e Atitude o lema do grupo.Cooperao entre os manos e porrada nos playboys,dizem os membros mais radicais.

    O 1 da Sul tem uma ligao muito forte comum grupo de hackers do Grande Graja denominadoMatrix Warriors, que do um excelente apoio.

    MST (Movimento Sem Teto) Co-irmosdo famoso grupo rural MST (Movimento Sem-Terra)do sculo XX e primeiros anos dos anos 2000, que foidizimado por ocasio das guerras rurais de 2010,inclusive com a ao decisiva do exrcito da Monsantoe da Biocorp, que usaram at armamento qumico.Essas empresas comearam a atacar o MSTfinanciando seus inimigos da UDR. Em 2008comearam a tomar parte efetiva nos combates comum exrcito prprio de mercenrios. Milhares de

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    mortos depois, o MST foi declarado extinto peloslderes sobreviventes, e desde ento no mais se ouviufalar deles. Dizem que esto preparando uma surpresa.

    Mas seus irmos urbanos no tm um inimigoto poderoso quanto a Monsanto e a Biocorp. O MST

    tenta simplesmente agilizar o processo de distribuiode moradias de quinta categoria previstas no contratode privatizao da Secretaria da Habitao. Essasempresas, como a maioria das que arremataramantigas estatais, querem o lucro mais imediato,portanto, constroem apenas casas ou prdios querepresentem lucro, ou seja, somente os que podemser consumidos pelas classes mais abastadas (leia-se DEVOs). Sendo assim, as classes desfavorecidastm um dficit habitacional enorme (estima-se que,no Brasil, 80 milhes de pessoas vivam nessa

    condio), enquanto que os ricos tm excesso deoferta, inclusive com as mais modernas construesambientalmente corretas a preos mdicos. Os DEVOscontinuam, mesmo depois do ocorrido em 2010, acomprimir a mola. Um dia ela se solta.

    Enfim, o MST urbano luta, quase sempre,dentro da legalidade para apressar os processos japrovados. Uma dissidncia deles, chamada MST doB tenta aes mais estruturais e profundas, inclusivecom atentados contra a Microsoft Building, quecomprou a Secretaria Estadual da Habitaoprivatizada. Os membros do MST do B so procuradostanto pela polcia e pelos DEVOs quanto peloslegalistas do MST, que dizem que esses loucosqueimam o filme do movimento.

    Estamos do lado do bem. E voc, de quelado est?- Renato Russo in Duas Tribos, 1989

    Projeto Cooperao Idealizado na dcadade 90 pelo professor Fbio Brotto e por sua esposa, apsicloga Gisele Sartori, o Projeto Cooperaopropunha a mudana de ponto de vista na forma dever o mundo. Ao invs da competio excludente, acooperao. Ao invs de jogar contra, jogar com, aoinvs de um mundo para os mais fortes, um mundopara todos. Muita gente, no incio do sculo XXI tomoucontato com essas idias e comeou a propag-las.

    Os DEVOs contra-atacaram de maneira inusitada:encamparam as idias e comearam a usar comotreinamento de seus membros. Inicialmente usadosnas empresas, depois em todos os membros, emforma de treinamento, os mtodos de JogosCooperativos capacitaram a maioria dos membrosdos DEVOs. Os argumentos do projeto cooperaoem favor de um mundo melhor e mais justo foramapropriados pelos DEVOs.

    Fbio Brotto no concorda com os mtodosdesses DEVOs que se apropriaram de seu projeto eluta por um mundo melhor, usando os conceitosoriginais do Projeto Cooperao.

    Se o importante competir, o fundamental cooperar Fbio O. Brotto

    Novos Cangaceiros Na Grande Recessode 2005, um grupo fora do eixo Penha-Lapa se tornoumuito conhecido dos SS. O nome desse grupo NovosCangaceiros. Esse grupo coordenou os saques emtodo o serto nordestino, e distribuiu alimentos emvrias comunidades carentes do serto e do agreste,principalmente no estado de Pernambuco. Tratados ecaados como bandidos comuns, poucossobreviveram caa (literal) empreendida peloscoronis em associao com os grandes gruposDEVOs que iniciavam suas aes naquela regio(pesquisas biotecnolgicas).

    Em 2009, seus membros se tornaram topoucos e praticamente desapareceram, mas adistribuio de arroz e feijo em Caic-RN emnovembro de 2009, acompanhados de panfletos que poucos locais puderam ler, e quase ningumconseguiu compreender, j que 75% da populao localera analfabeta funcional anunciando que os Novos

    Cangaceiros estavam vivos. Desde ento, o grupotornou-se uma lenda em todo o Nordeste. Seu supostolder responde pela alcunha de Antnio Conselheiroe promete paz, prosperidade, gua e comida paratodo o nordeste e morte aos sanguessugas do povo.Setores mais intelectualizados dos SS esto radiantescom os atos de Conselheiro e seu grupo, pois achamque o movimento est renovando o modus operandide todos os grupos SS e, com o movimento se iniciando

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    no campo, a revoluo se espalhar a part ir docampesinato revoltado,conforme os antigoscomunistas do sculo XX teorizavam.

    Em termos de jogo, essas organizaesmostradas aqui do ao mestre material suficiente paravrias campanhas e para inmeras aventuras. Porm,o mestre pode e deve - ficar a vontade para modificarou criar novas organizaes, mas, para manter acoerncia com o cenrio, o esprito dessasorganizaes deve ser mantido.

    V) Mundo

    Ningum pretensioso o suficiente para acharque o Brasil estava sofrendo sozinho os efeitos daglobalizao, do consenso de Washington e da sanhade lucros dos DEVOs. Enquanto a luta de organizaesSS no Brasil est ocorrendo, no mundo a luta no menos intensa, tampouco menos desigual.

    Os donos do capital financeiro mundial estoem uma luta globalizada contra vrias organizaesAnti-DEVOs.

    Greenpeace: A luta mais antiga e com maior

    possibilidade de sucesso para os SS a luta em favorda proteo ao Meio Ambiente. Nesse quesito, oGreenpeace a organizao mais forte, e seusprincipais antagonistas so as empresas petrolferase madeireiras, como a Shell, a Esso, a Global MicrosoftOil, a Bush Oil, e outras. O Greenpeace tem sofridoseguidas derrotas nos tribunais, mas obtm vitriaspontuais em vrios locais, principalmente naconscientizao do pblico consumidor, que, mesmosendo mais para Davos que para Porto Alegre, prefereprodutos ambientalmente corretos e do voz ao

    Greenpeace.

    ONGs: Outra frente de batalha so as ONGscontra a fome, que atuam em vrios locais co grandeconcentrao de excludos, como a frica, ndia,Antigas Repblicas Soviticas e Amrica Latina. EssasONGs pressionam os governos e os DEVOs locais einternacionais para minimizarem esse problema. Ondeeles conseguem visitar e agir, normalmente obtmsucesso, mas, por falta de recursos materiais ehumanos, no conseguem ir a todos os locais ondeso requisitados. A soluo que encontraram fazerparcerias com SS locais. No Brasil, por exemplo, elesagem em cooperao com o MCT (Movimento Comidapara Todos).

    ATTAC: O Grupo ATTAC surgiu em meadosdos anos 90 e propunham a criao da Taxa Tobin,que criaria um imposto sobre grandes movimentaes

    financeiras. Essa taxa seria um mecanismo dedistribuio de renda, pois tiraria dos ricos, quemovimentam grandes fortunas de um pas para outro,para dar aos pobres, por meio de polticas pblicascompensatrias. Em 2005, esse grupo passou a sofreatentados e muitos de seus membros e idelogosforam assassinados. Em 2007 mudaram de nome paraMorlocks, e passaram a atuar clandestinamente.

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    Novos Panteras: Esse grupo lidera asmanifestaes do movimento negro americano.Cansados da discriminao velada e do racismoexplcito do grosso da sociedade americana, os NovosPanteras lideraram as batalhas sangrentas de LosAngeles e Nova Iorque, em 2004. Acusados deterroristas, seus lderes foram capturados, julgadose condenados morte. Mas isso no diminuiu adiscriminao, principal causa dos protestos, e outrasaes tm sido feitas por todo territrio americano,coordenadas por novos lderes. O mais famoso delestem o nome de Malcom Y, que se diz herdeiro do sonhode Malcom X.

    Via Campesina: Inicialmente restrita UnioEuropia, a Via Campesina luta pelos direitos dos

    trabalhadores rurais no mundo todo, defendendo ospequenos produtores, a reforma agrria em escalamundial, a alta produtividade sem agresso ao meioambiente e o fim das experincias e da utilizao deorganismos geneticamente modificados.

    Os pequenos agricultores sofreram muitosrevezes no incio do sculo XXI, por ocasio da entradaforte de grandes empresas na rea dealimentos. Em 2002, 5% da produo agrcolamundial pertencia a duas empresas. Em

    2010, essa porcentagem aumentou para30%. A entrada de novas empresas,como a Microsoft Food e a Agro ChinaShow, fez com que os grandesconglomerados detivessem 50%da produo mundial dealimentos em 2012. desnecessrio dizer que o objetivodesses conglomerados o lucro e,portanto, produzem alimentos para

    quem pode pagar por eles, ou seja,menos de 20% da populaomundial. Com a desculpa deaumentar a produtividade e aquantidade de alimentosproduzida, as empresasconseguiram aprovar em todas ascortes mundiais o uso indiscriminadode produtos geneticamente modificados,geralmente combinados com determinados

    novas sementes produzidas por elas. Por exemplo, o

    milho Microsoft. A semente normal germinaria, e ogro de milho nascido poderia ser plantado novamente,e novas plantas nasceriam a partir da. Com o geneterminator presente, nascia um p de milho a partirda primeira semente e desse p de milho no erapossvel plantar mais milho.

    A Via Campesina, ento, uma entidadeinternacional que luta contra essa dominao domercado de alimentos por quatro empresas. Aentidade filiada SS diz que os alimentos so a

    essncia da vida, e vida no um mercado. As quatrograndes, portanto, no querem que essas palavrasda Via Campesina contaminem seus clientes eassociados, por isso que no se ouve, na grandeimprensa, uma palavra sobre esses assuntosproibidos.

    Colmbia: Aps a longa e sangrenta guerracivil do incio do sculo, que

    terminou com a invaso daColmbia pelosamericanos em 2006 e

    consequente transformaodela no 51o Estado

    americano, o povocolombiano se uniu aosque restaram das FARCse iniciaram uma luta pelai n d e p e n d n c i a ,inicialmente de maneira

    tmida, com vriasorganizaes diferentes.Depois, sob uma mesmasigla, a Frente OrganizadaRevolucionria CoronelOlivares (FORCA), passoua obter maiores vitrias.Combatidos pelosamericanos e pormercenrios contratados

    agrotxicos (obviamente vendidos pela mesmaempresa). Paralelamente a isso, as quatro grandesproduziam sempre as sementes com o chamado geneterminator, ou seja, as sementes s germinavamuma vez, obrigando os agricultores a sempre comprar

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    por eles (os chamados PM Paramilitares), algunscolombianos FORCADOS foram assassinados ousimplesmente desapareceram, mas, usando tticasde guerrilha muito antigas, principalmente naAmaznia colombiana, conseguem vitriasexpressivas. Assim, a Colmbia , hoje, um doslugares mais difceis de se sobreviver.

    Oriente Mdio: Com a deposio de SaddanHussein e Muamar Kadaffi, o assassinato de Bin Ladene outros lderes fundamentalistas e o novo alinhamentodo Ir e do Estado Palestino na primeira dcada dosculo XXI, os EUA conseguiram a hegemonia na siaCentral. Isso acarretou em alguns eventosinteressantes. Primeiro, as hostilidades diminuram aquase zero, pelo menos as institucionais, pois os

    governantes eram aliados dos americanos, e com isso,houve pouqussimos atentados terroristas, pois umacaada sem precedentes matou centenas e prendeumilhares de supostos lderes fundamentalistas.

    Em segundo plano, esse alinhamento com osamericanos e conseqente tolerncia com osisraelenses (que, desde 2004 tm um governomoderado, mas ainda assim pr-americano) tm sidoum foco de problemas, pois grande parte dapopulao no aceita isso facilmente, e mesmo comtoda represso, manifestaes contrrias aosgovernos locais tem sido cada vez mais freqentes.Fora o aspecto poltico-religioso, a misria, a fome, asdoenas e a crnica escassez de gua tornam a regioum foco permanente de revolta, mas ainda sem umaorganizao por trs dos movimentos.

    Por fim, mas no menos importante, o domnioda sia Central no por acaso a maior regioprodutora de petrleo do mundo por parte dos

    DEVOs, via governo americano, fez com que fossereduzido a quase zero o principal medo econmicodesses poderosos: a falta de energia derivada dopetrleo. Os preos internacionais do barril abaixaramassustadoramente e as indstrias petrolferas eautomobilsticas americanas prosperaram de formaextremamente veloz, e com elas, os polticos texanos,normalmente republicanos conservadores, o quegarante a manuteno do crculo vicioso perverso (para

    os pases pobres, claro). Com o aumento dasemisses de carbono via derivados do petrleo, o EfeitoEstufa foi crescendo, e o mundo tende a um colapsomais cedo do que se esperava.

    Unio Europia: A extrema direita comeoua aumentar seu poder poltico na Europa no fim dosculo XX, e em 2006, praticamente toda a Europaera governada por polticos desse espectro ideolgico.Com a ascenso desses polticos ao poder, osimigrantes (legais ou no) sofreram perseguiesextremamente cruis. Argelinos na Frana,marroquinos na Espanha, brasileiros em Portugal,turcos na Alemanha, africanos e ex-habitantes depases do Leste Europeu (Hungria, Romnia, Bulgria,Ucrnia, e outros) em toda a Europa rica foram

    expulsos, ou presos, ou ainda sofreram umasegregao e um preconceito jamais vistos.

    No bero da civilizao ocidental e na reservade liberdade e defesa dos direitos humanos mundial,os DEVOs impuseram suas idias e concepes deMundo somente para os mais aptos, o que fez osimigrantes e ex-imigrantes, agora prias e marginaisse unirem e agirem em conjunto. Manifestaes,saques, passeatas, agresses e brigas se tornaramcomuns, at que a morte de uma francesa por um

    argelino imigrante em uma passeata na Frana fez osDEVOs endurecerem de vez. Agora, para um africanosobreviver na Europa, ele tem de se desdobrar aomximo. Dizem que melhor voltar para o pas deorigem, mas, para alguns, ficar onde esto questode honra. O voc de que lado est?

    VI) Cidade de So Paulo

    Gostaria de descrever a maioria das cidadesbrasileiras e suas inseres no cenrio. Porm, voume ater a So Paulo, principalmente por ser a capitalbrasileira que mais conheo. Alm disso, a cidademais populosa do pas e a que concentra as maioresdesigualdades, econmicas, sociais, culturais, etc.Nas prximas edies, outras cidades sero includas.

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    Dividimos a cidade de So Paulo em cincograndes regies. So elas:

    - Centro Revitalizado: abrange as antigas reasde Santa Ceclia, S, Repblica, Parque Dom Pedro,Estao da Luz, e outras.

    - ZN, ou Grande Santana: Possui concentraesde condomnios de classe mdia alta, de seguranamxima, que no foram atingidos pelas revoltas de2003, localizados principalmente na regio do JardimSo Paulo, Jardim So Bento e Trememb. Um grandecontingente de miserveis, excludos e remediadosreside (ou tenta, pelo menos) nos bairros maisafastados como Jaan, Tucuruvi, Imirim, Casa Verde.H, tambm, uma imensa rea verde protegida htempos pela ONG Horto Vivo, que o Horto Florestal.

    Fazem parte dessa regio protegida os manaciais(invadidos na segunda metade da dcada de 90 poruma legio de sem-teto) localizados na Serra deMairipor.

    - ZL, ou grande Penha: Como a GrandeSantana, essa macro-regio tem trs regies distintas: A parte rica, composta pelo Tatuap, Moca, Belme Penha, a imensa rea pobre, formada pelos antigosbairros de Itaquera, Guaianazes, Parque do Carmo,Guarulhos, Itaim Paulista, So Miguel, e outros, e aparte natural, no Parque do Carmo, Estrada doPssego, Mogi das Cruzes, Salespolis, Suzano,Guararema, ainda no tomada pela imensa massa demiserveis e ainda no explorada pelas grandesconstrutoras (exceto alguns empreendimentos emAruj e Santa Isabel)

    - Zona Oeste, ou Lapa/Pinheiros: H, aqui, 3reas bem delimitadas. Uma, chamada Jardins eArredores, pega uma parte (a parte rica, claro) daEx-Zona Sul, agora chamada Grande Graja. formada

    pelos antigos bairros Jardins, Vila Mariana, Brooklin,Lapa, Alto da Lapa e Alto de Pinheiros e pelo centroempresarial delimitado pelas avenidas Berrini e guaEspraiada. A segunda, muito pobre, formada porantigos bairros operrios e estudantis, agora um

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    conglomerado gigante de sub-moradias comoJaguar, Osasco, Carapicuba, Itapevi, Cotia, Jandira,Largo da Batata, Rio Pequeno, Limo, Vila Prudente, eoutros bairros menores. A partir de 1995, houve umaumento gradual e gigantesco do nmero de favelase cortios, aqui e no Grande Graja. A 3a reacorresponde s imensas reas verdes dos arredoresda Vioeste 1 (antiga Raposo Tavares), bem como oParque Biotech (antigo Villa Lobos) e a UniversidadeMIT So Paulo (antiga USP, comprada pelo institutoamericano).

    - Grande Graja, chamada pelos manos deGrande Graja, corresponde a toda zona sul (pobre) deSo Paulo. reas verdes, como o extremo sul, forampreservadas, sob mo de ferro do grupo protetor Eco-C na City, uma ONG ecolgica radical (formada

    basicamente, dizem, por bilogos, estudantes eprofessores e liderada peloCientista Social FranciscoSilva Mendes). O resto um imenso mar de gentevinda de toda parte do Brasil tentar melhor sorte nomaior plo industrial do pas. Desnecessrio dizer queo sonho se transformou em pesadelo, e as favelasparecem crescer como se tivessem vida.

    Sub-Regies e seus personagens :

    O centro revitalizado, com suas construes antigase imponentes causam uma impresso de totalurbanismo e ausncia de vegetao. Porm, por sertambm um local de efervescncia cultural e polticae por ser historicamente o hbitat de pessoas ligadasa ONGs, teatro e grupos de preservao ambiental, um dos focos da resistncia popular. Obviamente tambm a moradia de uma legio de viciados,prostitutas e bandidos de diversos graus de

    periculosidade, alm de imigrantes ilegais e camelsque trabalham naquela regio, compondo um cenriocatico, que contrasta com a parte rica dessa parteda cidade, o bairro de Higienpolis, com seus prdiosluxuosos e lugares da moda em volta da UniversidadeMackenzie.

    O msico Marco Aurlio, proveniente da regiode So Jos do Rio Preto, uma espcie de lderinformal dessa rea, protegendo a parte natural dolocal, garantindo a ocupao racional da regio etentando organizar os grupos dispersos que atuamali. Tem diversos aliados na luta contra a dominaodos DEVOs.

    Zona Norte ou Grande Santana Aprivatizao do Horto Florestal foi impedida pela ao

    eficaz do chefe local, o descendente de ndiosMambo, atravs de vrias aes legais de sua ONGHorto Vivo, e outras nem tanto. Grupos religiosos eativistas polticos so fortes nessa rea,principalmente na regio Imirim-Casa Verde-LauzanePaulista-Pirituba, chamada de Periferia Noroeste.

    Vrios grupos tentam, isoladamente, algumasaes anti-elite, com pouqussimo sucesso. Tentamosconquistar as coisas a longo prazo masdefinitivamente, por isso, iniciamos de baixo contaPadre Duarte, da Igreja do Imirim, que coordena oatendimento a vrios menores carentes da regio, comoferecimento de refeies, aulas de reforo escolar,artes, e oficinas profissionalizantes. O trabalho rduoe super comprometido de voluntrios compensa a faltade preparo desses profissionais que atuam emvrios estabelecimentos como esses que continuama mendigar verbas e donativos da elite e dasempresas, nacionais e transnacionais, preocupadasno com o bem estar da populao em geral, mas

    sim, com a imagem delas.A parte rica da Zona Norte formada pelo

    cinturo de condomnios no Jardim So Paulo, JardimSo Bento, Trememb e Eixo Brs Leme. Poucosmoradores se aventuram fora dessa parte, devido onda de seqestros e crimes que ocorrem dos ladosde fora dos muros e das grades. Existem pessoasdos altos escales empresariais e governamentais aos

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    montes nesses condomnios, como todos devemsaber. Porm, o que poucos sabem que h agentesinfiltrados nesses condomnios que passaminformaes aos rebeldes do lado de fora. A elitedominante diz aos quatro ventos que essasinformaes so usadas em assaltos e seqestros,mas a revoluo ainda est por explodir, e quandoela vier, ser o caos.

    A parte natural dessa regio formada,alm do j citado Horto Florestal, pela floresta e imensarea de manaciais da Serra da Cantareira e deMairipor, onde Mokol, irmo do ndio Mambo,tenta, aps ter sido derrotado em vrias ocasies,preservar ao mximo essa rea que j sofreu muitosataques das foras inimigas. O trabalho deformiguinhas feito pelos aliados do referido

    revolucionrio tem, a longo prazo, dado resultadosmaiores (graas, principalmente a ironia suprema-globalizao permitida pela Internet) que osconfrontos iniciais de Mokol e seus aliados contra osgrileiros e grandes empreiteiras que agiam na regio.Esses conseguiam manipular a populao do local,dizendo : O que mais importante, a casa de vocsou esses bichos?. Felizmente, aps alguns anos amentalidade vai mudando aos poucos.

    Zona Leste ou Grande Penha ShoppingsCenters, condomnios luxuosos, Universidadesparticulares, Centros comerciais, malha viriaaltamente desenvolvida. Esses so os pontos positivosda rea rica da Grande Penha, que realmente tradicional na cidade de So Paulo, principalmenteentre os novo-ricos. Essa parte foi palco das batalhasfutebolsticas de 2004, entre os membros da Gaviesda Fiel (incitados, dizem, por agitadores profissionaisa mando dos dirigentes) e os corinthianos no-membros da organizada. H tambm, vrios

    condomnios de luxo em Aruj e Santa Isabel, comguardas armados, onde, dizem, moram os crebrosda elite, em contato com a natureza que eles insistemem destruir, ou, pelo menos, com o mais prximo denatureza que eles conseguiram construir.

    Duas grandes regies de predomnio denatureza existem na Grande Penha: O cinturo verde:Mogi das Cruzes, Suzano, Salespolis, Guararema, e

    adjacncias, onde o processo revolucionrio comandado pelo triunvirato formado pelo professorMarcola, pela estudante Iara Luciana e pelo atorRicardo. E a rea quase desmatada do Parque doCarmo, Estrada do Pssego e proximidades, que comandada pelo Veterinrio Paulinho Lel. Os avanosdas construes legais ou ilegais vm diminuindo aquantidade de rea verde, e conseqentemente, opoder e influncia de Paulinho Lel na regio. A enormemassa de excludos dessa regio luta contra o Lderregional, dividindo as foras contrrias aos poderosos,que deixam o pau comer a vontade nessa rea daGrande Penha.

    Um dos maiores contingentes de pessoasabaixo da linha da pobreza do pas mora na GrandePenha, portanto, natural que os maiores problemas

    de violncia estejam localizados a. O poder pblicopraticamente abriu mo de antigos projetos iniciadosna gesto Marta (2000-2004), e agora essa imensalegio vive dividida entre a marginalidade, as religiescarismticas (catlica e evanglica, com pouqussimadiferena atualmente) e poucos so esclarecidos osuficiente para lutar contra o sistema vigente.Diferentemente da Zona Sul, onde o Rap a formamusical preferida, o que torna a massa maispoliticamente engajada, na parte leste da cidade, aspessoas parecem preferir a alienao da tradepagode-ax-breganejo, dificultando a ao dos quelutam por mudanas profundas. Mesmo assim, umgrupo sediado em So Miguel Paulista, comramificaes por toda a Grande Penha, controla umaemissora de rdio e uma TVcomunitria(freqentemente sabotadas no se sabepor quem), alm de Centros Culturais e esportivos.Esse grupo tenta criar uma conscincia crtica,auxiliados pela parcela de professores das escolaspblicas que ainda no desistiu da luta. Um

    intercmbio de informaes e treinamento entre essegrupo e os grupos do Grande Graja, tem feito crescero potencial de ao nessa rea. Os limitados recursosmateriais no impedem que um grupo chamado MatrixWarriors espalhem suas mensagens pela Internet.Msicas, mensagens normais e subliminares, chats,blogs, e invases a e-groups, chats, sites e at desviosfinanceiros de pequenas quantias de sites poucoseguros fazem parte das obras desses terroristas

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    virtuais, pequenos gnios a servio de uma causa:lutar por um mundo melhor para seus pares.Infelizmente a falta de experincia e orientao fazemcom que eles consigam resultados limitados em aesesparsas, quando podiam conseguir muito mais. Maspoderiam tambm despertar a ateno dosPoderosos. Quem sabe isso no uma ttica?

    Zona Sul ou Grande Graja Esse o lugarque abriga as maiores disparidades em todo o pas. o centro financeiro-empresarial do pas, a sede doGoverno do Estado de So Paulo, bem como aresidncia de grande parte da elite brasileira, por issotomam tantos cuidados com a parte deles da ZonaSul. Milcias armadas patrulham as ruas sem descansopara que os donos da ZS possam viver em relativapaz. Esses Capites-do-Asfalto, que so liderados

    por um ex-presidirio cooptado pelos poderosos queatende pelo pseudnimo de Coronel, protegem asresidncias, locais de trabalho, escolas, shoppings eseus respectivos entornos, criando uma espcie deprincipado, cercado de pobreza por todos os lados. ,inclusive, o caso de se perguntar quem est preso,os pobres ou os ricos?

    Coronel comanda uma tropa com vriasdivises, inclusive uma diviso de operaes especiaischamada CIA Comando de Inteligncia Armada com licena total para ignorar alguns direitosconstitucionais de suspeitos durante o exerccio dodever. Isso significa que as tropas podiam,

    basicamente, prender, espancar e matar quem querque fosse. Inmeros protestos, e o assassinato doprincipal lder desses protestos, Manoel Bento,professor de Cincias numa escola estadual do CapoRedondo, fez com que a gritaria fosse to grande, atda grande imprensa marrom sedenta de sangue, queo Coronel teve de rever alguns de seus mtodos.

    Do lado de fora desse osis vivem, ou tentamviver, mais ou menos 6 milhes de miserveis, cadavez mais pobres e sem esperana, que se agarram atnues fios que os mantm mentalmente sos, ou

    quase.

    - Rap: Muitos e muitos grupos de Rap vemna msica e em tudo o que a rodeia, uma maneira detentar mudar o mundo. Com letras e gestosagressivos, os manos vivem a um passo da

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    criminalidade. Quase todos trocam sem pestanejar osucesso musical pela proximidade da rea deles epela liberdade criativa e de atitude. DJ MVP, ManoBrother, Jack Fumaa e Bab so os expoentes doRap paulistano. No se sabe ao certo o motivo, mastodos eles escondem a verdadeira identidade.

    - Religio: Um grande nmero de pessoas seenvolve com diversas religies, mais notadamente asevanglicas, que mantm essas pessoas longe dascoisas ruins, sejam elas o crime ou a Luta. Aindano est provado, mas parece que o poder dos DEVOscontrola os bispos evanglicos do Grande Graja, bemcomo os padres da Renovao Carismtica. Outrosdizem que so revolucionrios tentando conseguir ocontrole da massa. O fato que, realmente,conseguem mobilizar um grande nmero de pessoas

    para a causa deles, seja ela qual for.

    - Arte: Professores, padres, arte-educadorese uma legio de voluntrios proporcionam a um grandenmero de pessoas a possibilidade de se sentiremvivos atravs da expresso artstica. Grafities, teatro,esculturas, instalaes, dana, msica, todas asformas de arte fazendo com que parte da populaotome conscincia do mundo e seja uma semente detransformao. A Danarina Iara Jane uma das

    responsveis por esse projeto, associada (?) com apsicloga Mariana. Elas ainda tm um longo caminhoa percorrer.

    - Internet: Os cybermanos, grupo grande, massem uma estrutura de comando, hierarquia, sede oualgo parecido causa severos danos nas estruturas dopoder, atravs de terminais pblicos, mquinasobsoletas, muita imaginao, audcia, criatividade eum bom conhecimento de Internet. Tudo comeoucom um projeto da Fundao Florestam Fernandes nofinal da dcada de 90, que possibilitou o acesso dapopulao do Grande Graja ao computador e,conseqentemente, rede mundial. Aprendizes dehackers desenvolveram suas habilidades sozinhos ecom uma pequena ajuda de professores voluntriosque davam aulas em escolas e entidades da regio.

    Renato Dayspring, ex-aluno da USP o mais famosoe dizem o mais talentoso deles. Provavelmenteum perigo para o poder e os DEVOs.

    VII) Consideraes Finais

    Estou consciente de que faltam vrias coisasnesse cenrio, que, certamente sero corrigidas nasverses posteriores. Como j disse anteriormente,

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    essa uma obra que mistura elementos de ficocom realidade. Esses elementos reais so uma fonteinspiradora riqussima para o mestre que deseja seaventurar por esse cenrio. Somente por isso j valeua pena ter sido publicada, ou seja, se esse livro servirpara algum tomar contato com as obras dereferncia, ou se interessar um pouco mais sobre oassunto, meu trabalho no ter sido em vo.

    Alm da bvia conotao poltica desse livro,e suas mensagens igualmente bvias, outro aspectoa ser levado em conta quando se joga ou quando se lesse texto a constatao de que a vitria s possvel quando existe cooperao e unio, e que essavitria pode ser alcanada sem que o outro sejaderrotado. Na verdade, tentei escrever um manifestopelo fim do esprito esportivo e pelo incio do esprito

    cooperativo. Como disse, realmente, Fbio Brotto, emseu livro Jogos Cooperativos, se o importante competir, o fundamental cooperar.

    Referncias:

    Revistas: a antiga Revista Bundas e CarosAmigos (essa uma referncia obrigatria)

    Jornais: A Voz Operria, o Pasquim e ascolunas de Clvis Rossi e Jnio de Freitas na Folha deSo Paulo

    Teatro: Eles no Usam Black-Tie, O Bero doHeri, O Pagador de Promessas, A Invaso, O Autoda Compadecida, as obras de Bertold Brecht

    Livros: Marighela, os Carbonrios, FIM Osltimos Dias do Imprio, TAZ Zona Autnoma

    Temporria, Xambio, livros da Fundao PerseuAbramo, Estao Carandiru, Pavilho Nove, CapoPecado, Manual Prtico do dio, Abusado, CV-PCC,Jogos Cooperativos, 1984, A Revoluo dos Bichos,livros de Aloysio Biondi.

    Filmes: Lamarca - o Capito da Guerrilha,Missing - o desaparecido, Luar sob Parador, Bye ByeBrasil, o Quarto Poder, o Encouraado Potemkin,Michael Collins, Cidade de Deus, Uma Onda No Rdio,Pixote-A Lei do Mais Fraco, Carandiru.

    Msicas: os 3 primeiros discos da Plebe Rude,Lobo (principalmente a msica Panamericana), LegioUrbana (3 primeiros discos), Garotos Podres, 365,Detrito Federal, Racionais MCs, algumas do CharlieBrown Jr (No Srio, Por exemplo), O Rappa, PavilhoNove, Brasil (Cazuza), Cavalheiros e Veraneio Vascana(Capital Inicial), Polcia, Estado Violncia e Massacre(Tits), algumas do Camisa de Vnus, algumas doRPM (Alvorada Voraz, Revolues por Minuto),Paralamas do Sucesso (Teer, Selvagem, A Novidade,