Brasil de Fato SP - Edição 039

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distribuição gratuita | brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatosp São Paulo, de 06 a 11 de junho de 2014 | ano 1 n• 39 uma visão popular do brasil e do mundo Cecília Bastos esporte »16: são paulo terá vendedores ambulantes nos jogos da copa do mundo walter firmo »8: “fotografia é o que realmente me faz respirar” Greve pede mais acesso às contas da USP universidade crise financeira levou à paralisação de professores, funcionários e estudantes » 4 são paulo » 3 Metroviários param as estações por aumento salarial cultura » 15 Tulipa Ruiz faz show gratuito na zona leste Divulgação Rafael Neddermeyer Divulgação

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Jornal Brasil de Fato SP - Edição 39 - 6 a 11 de junho de 2014

Transcript of Brasil de Fato SP - Edição 039

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São Paulo, de 06 a 11 de junho de 2014 | ano 1 n• 39

uma visão popular do brasil e do mundo

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walter firmo »8: “fotografia é o que realmente me faz respirar”

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02 EDITORIAL

jornalismo é o pro-cesso de transformar acontecimentos em notícias. A base para o trabalho jornalístico

é a realidade, e a sociedade for-ma o conjunto dos atores dessas ações. Mas quem seleciona es-tes acontecimentos, quem decide quais serão noticiados? E como são definidos os “filtros” por quais eles passam? De que forma os te-mas serão abordados? Com quem conversar para saber sobre os fa-tos e como retratá-los?

É mais ou menos assim que fun-ciona: informações “cruas” che-gam até a imprensa, elas são se-lecionadas e os repórteres iniciam sua investigação - recolhem dados

e entrevistam as chamadas “fon-tes”. Assim, os textos são produ-zidos e as imagens são clicadas ou filmadas. Passam por uma edição final, até chegar ao público.

Em meio a tantas possíveis no-tícias, cada veículo de comunicação escolhe o que vale a pena ser informado e com quem falar a respeito de cada tema a partir de seus interesses. Não há neutrali-dade. Toda notícia tem um interesse por trás. Este pode ser o da socieda-de, o do povo, o dos trabalhadores e o dos mais pobres. Mas também pode ser o das grandes empresas,

dos latifundiários, da especulação imobiliária.

Vivemos em um momento de grandes acontecimentos: Copa do Mundo, pré-eleições nacionais e es-taduais, greves, protestos, campa-

nhas, além de fatos do dia a dia – que não param. Cada um desses as-suntos pode ser visto de di-

versos ângulos, e é isso o que fazem os jornais, as emissoras de televisão e rádio, e as mídias na internet.

Portanto, o leitor não pode ser in-gênuo. Deve sempre se perguntar a qual interesse serve o veículo de comunicação pelo qual se informa.

O leitor precisa interpretar os fatos, entender que todos os acontecimen-tos noticiados passam por um filtro.

Assim, é importante que, nesse emaranhado de discursos da mídia, o leitor identifique a rede de inte-resses que está por trás de cada co-bertura jornalística, para encontrar quais perspectivas e narrativas es-tão mais de acordo com a sua visão de mundo.

Na próxima edição, o Brasil de Fato SP estará de cara nova. O novo projeto gráfico será lançado em clima de Copa do Mundo e um ano após a onda de protestos da cidade de São Paulo. Mais versátil e com mais notícias, nosso jorna-lismo se mantém com a visão po-pular sobre os fatos.

s forças populares devem cultivar uma concepção ampla da luta de classes. Isso coloca o desafio de

reafirmar uma estratégia de mu-danças profundas na sociedade e, ao mesmo, tempo combinar firmeza ideológica com flexibili-dade na tática. O ponto de par-tida certamente é fazer a análise consistente da situação concreta e aprender com o legado históri-co das lutas e movimentos de rei-vindicação popular.

Uma concepção ampla da luta política significa reconhecer que a arena da luta de classes se ca-racteriza por três dimensões: a luta social, ideológica e insti-

tucional. Um Projeto político de natureza democrática e popular deve combinar as três dimensões para avançar na construção de hegemonia na sociedade. Além disso, em última instância, a política é defi-nida pelo fator força social de massas. A luta ideológica e a luta institucio-nal devem estar subordinadas à luta social. Ou seja, a batalha de ideias e as dis-putas eleitorais só fazem sentido na perspectiva do fortalecimento das lutas populares e consequen-te construção de uma força social de massas. Atualmente esse de-

safio está colocado no Brasil.Estamos diante de uma con-

juntura em que as eleições pre-sidenciais, enquanto parte da luta institucional, ganha extrema importância. Diante do atual ce-

nário elei-toral, ainda e n c o n t r a -mos posi-ções que ignoraram a correla-

ção de forças da luta política no Brasil e na América Latina.

Os irresponsáveis políticos ig-noram que as experiências de go-vernos progressistas e populares como é o caso da Venezuela, da Bolívia e do Equador, e, mesmo

Cuba, têm o governo Dilma como importante ponto de apoio. Por isso, para serem condizentes com uma análise concreta de uma si-tuação concreta, os partidos de esquerda, durante as eleições, deveriam estar fortalecendo a candidatura de Dilma. Mesmo sa-bendo que o neodesenvolvimen-tismo em curso não é uma alter-nativa popular.

É tarefa das forças populares propagandear o que realmen-te está em jogo no Brasil e na América Latina. A disputa com as forças neoliberais nas eleições de 2014 será acirrada. O que não devemos, de forma alguma, é contribuir na restauração neo-liberal.

É tarefa das forças populares propagandear

o que realmente está em jogo no Brasil

Responsabilidade e o papel das eleições

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Brasil

São Paulo

Quem vigia o jornalismo?

No emaranhado dos discursos da mídia, é

importante que o leitor identifique os interesses

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Carla Bueno, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim e Ronaldo Pagotto • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque, Mariana Desidério e Rafael Tatemoto • Revisão: Thiago Moyano • Diagramação: Alvise Lucchese • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Laryssa Sampayo • Administração: Ana Karla Monteiro • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800 Publicidade:[email protected]

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03SÃO PAULO

A greve de metroviários afetou o transporte de boa parte da po-pulação nesta quinta-feira (5). Das cinco linhas do Metrô de São Pau-lo, apenas duas (4-amarela e 5-li-lás) funcionaram normalmente. As demais linhas operaram apenas parcialmente.

A operação da linha 1-azul ocor-reu entre as estações Ana Rosa e Luz, a linha 2-verde operou entre as estações Ana Rosa e Clínicas, já a linha 3-vermelha, funcionou entre as estações Bresser e Marechal De-odoro, o que representa menos de um terço do itinerário. A zona leste, atendida pela linha 3, foi uma das regiões mais afetadas pela greve.

Segundo o Sindicato dos Metro-viários, a circulação parcial foi pos-sível porque supervisores foram convocados para operar os trens. O sindicato avalia que isso colocou em risco a segurança dos passagei-ros, pois os supervisores não estão preparados para desempenhar a atividade. O Metrô informou, con-trariamente, que a operação foi fei-ta por trabalhadores que não aderi-ram ao movimento.

A decisão pela greve por tempo indeterminado ocorreu em assem-

bleia na noite de quarta-feira (4). O sindicato defendeu a paralisação total, com exceção da linha 4-ama-rela, cujos trabalhadores não são representados pela entidade.

A decisão veio após uma reunião de conciliação entre representan-tes do Metrô e do sindicato que terminou sem acordo. Na negocia-ção, a empresa elevou a proposta

de reajuste salarial de 7,8% para 8,7%, mas o índice foi rejeitado pe-los trabalhadores.

Os dirigentes sindicalistas dis-seram que não aceitam proposta inferior a 10% de reajuste e reivin-dicam também redução de jornada, adicional de periculosidade, entre outros pontos.

O Metrô também propôs aumen-tar o vale-refeição e retirar a parte paga pelo trabalhador no benefí-cio, o que, na perspectiva da com-panhia, atingiria os dois dígitos reivindicados pelos trabalhadores. Haveria um desconto simbólico de R$ 0,01. O vale-refeição passaria de R$ 247,69 para R$ 320 – o sindicato pede R$ 379,80.

“Iniciamos pedindo 35%, que é a inflação dos últimos 12 meses [7,5%] e os três anos de produtivi-dade, calculados pelo Dieese, pelo aumento dos usuários do metrô”, explicou o secretário-geral do sindi-cato, Alex Fernandes. Ele destacou que a categoria reduziu a propos-ta para 16%, considerando apenas a produtividade de um ano, mas ainda assim não houve avanço na negociação. (Com informações da Agência Brasil)

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na terça-feira (3), o texto subs-titutivo ao Projeto de Lei 235/2014, que prevê um reajuste de 15,38% ao abono complementar dos professores da rede municipal de ensino. Após a aprova-ção, em uma assembleia em frente à Câmara, que reuniu cerca de 3 mil pro-fessores, a categoria decidiu pôr fim à greve que já durava 42 dias.

O aumento valerá para todos os servidores ativos. Os profissionais em outros níveis da carreira, in-

cluindo aposentados, receberão au-mento de 13,43%.

O percentual de 15,38%, principal rei-vindicação dos professores, que havia sido anunciado pela prefeitura, como bônus, no início de maio, eleva o piso salarial com jornada semanal de 40 ho-ras/aula, com nível superior, para R$ 3.000 – o valor era cerca de R$ 2.600.

O aumento valerá a partir de 2015 e será incorporado em três datas. O primeiro reajuste, de 5,54%, será feito em 1º de maio de 2015; o se-gundo, de 3,74%, em 1º de maio de 2016 e o terceiro, de 5,39%, em 1º de novembro de 2016.

Para o líder do governo, vereador Ar-selino Tatto (PT), todos ganham. “O go-verno entendeu que era possível aten-der às reivindicações”, disse.

O texto será encaminhado para o prefeito Fernando Haddad (PT) e de-verá ser sancionado até o final desta semana. (da Redação)

Metroviários paralisam circulação em três linhas REIVINDICAÇÃO O Sindicato da categoria rejeitou proposta de reajuste feita pela companhia

Diversos terminais ficaram fechados em toda a capital

Professores conquistam reajuste

Protesto de professores na avenida Paulista

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protesto

Manifestantes ligados ao MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto) realizaram um ato por moradia popular na zona leste de São Paulo, do

terminal Vila Matilde até o Itaquerão, na quarta-feira (4)

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04 são pauLo

As três universidades estaduais paulistas vivem uma situação crítica. A crise financeira pela qual passa aquela que é tida uma das melhores universi-dade latino-americanas, a USP, agora se soma à greve de seus funcionários, estudantes e professores, bem como os da Unicamp e em parte da Unesp. A paralisação, que começou no dia 27 de maio, foi motivada pela decisão dos rei-tores de não dar aumento salarial aos trabalhadores em 2014.

A justificativa da administração é de que o cenário financeiro é preocupan-te. Segundo o reitor da USP, Marco An-tonio Zago, a instituição está gastando mais do que é repassado pelo gover-no estadual. A maior parte da receita é destinada a folha de pagamentos: 105% do orçamento. Na Unicamp e na Unesp, esse valor chega a 95% das receitas. Para os reitores, o percentual máximo deveria ser de 85%.

REIVINDICAÇÕESPara Magno de Carvalho, diretor do

Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), a postura dos reitores não se justifica. “Existe uma reserva de R$ 2,3 bilhões acumulada a custo de muito arrocho salarial e falta de investimento em ensino e pesquisa”, afirma. Contu-do, o sindicato reconhece que este fun-do se esgotaria em cerca de dois anos e meio, então a defesa é de que ele seja usado apenas em caráter emergencial.

A proposta do Sindicato é que ocor-ram alterações nos repasses do gover-no para as estaduais paulistas. Atual-mente, 9,57% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo que incide sobre o comércio, é destinado ao ensino público superior em São Paulo. Funcionários, estudan-tes e professores defendem que essa alíquota suba para 11,6%.

Também se reivindica uma nova in-terpretação sobre a lei que regula os repasses. “A interpretação que o go-verno adota permite que sejam feitos descontos no que se considera como o total do ICMS acumulado”, afirma Francisco Miraglia, diretor da Adusp (Associação dos Docentes da USP). Segundo ele, com isso, só em 2013 dei-xou-se de receber R$ 413 milhões.

Sobre a reserva citada pelo Sintusp, a reitoria afirmou que o valor disponí-vel tem diminuído rapidamente. “No final de 2013, essa reserva havia bai-xado para R$ 2,56 bilhões. Apenas nos três primeiros meses do ano corrente ela passou para R$ 2,31 bilhões em função de compromissos assumidos anteriormente e que só foram pagos em 2014. Se a reserva não existisse, a USP estaria inadimplente e, gastando 105% do que recebe dos repasses do governo”, afirmou por e-mail.

TRANSPARÊNCIAO professor Miraglia ainda defende

que “é necessário abrir as contas da Universidade, ter transparência”. O

DCE (Diretório Central dos Estudan-tes) concorda. Para Gabriel Lindenba-ch, aluno da Geografia e diretor da en-tidade, o que está em jogo é o modelo de ensino. “Querem precarizar o ensi-no superior para apresentar a privati-zação como proposta. Já estão falando em cobrança de mensalidades”.

Para ele, deve-se reconhecer que a USP é uma universidade elitista, mas medidas privatizantes só re-forçariam esse caráter. “O que é ne-cessário é ampliar o financiamento, garantir a entrada dos pobres na universidade e democratizar a admi-nistração”, diz Lindenbach.

A solução para o financiamento da educação e de todos os serviços públi-

cos, a longo prazo, segundo Miraglia, é simples: “tem que haver justiça tri-butária, pobre paga muito imposto e rico pouco, é necessário que haja uma reforma redistributiva que garanta a ampliação dos direitos sociais”.

A administração da USP afirmou que adotou três medidas com o objetivo de melhorar a transparência dos gastos: a instauração de uma Comissão de Sindicância para apurar responsabili-dades sobre evolução da folha de pa-gamento; a contratação de uma audi-toria externa para avaliar os gastos nos últimos cinco anos e a criação de um grupo de trabalho com a incumbência de elaborar uma proposta de criação da Controladoria da Universidade.

EDUCAÇÃO Professores, funcionários e estudantes defendem que privatização não é resposta para crise

Comunidade USP quer mais transparência financeira

por Rafael Tatemoto

USP

Im

agen

s

2012

(em R$)

Fontes: Secretaria de Estado da Fazenda e planilhas Cruesp

321milhões

2011

319milhões

2010

259milhões

2009

183 milhões

2013

540milhões

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05SÃO PAULO

* Urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Escreve no blog raquelrolnik.wordpress.com

Emergência habitacional

raquel

rolnik

Desde o começo de maio, famílias ocupam um terreno em Itaquera, pró-ximo ao estádio do Itaquerão, onde ocorrerá a abertura da Copa do Mun-do. Batizada de “Copa do Povo”, a ocu-pação tem mais de 2 mil acampados no local. A maioria das pessoas vem de comunidades e bairros próximos. Elas reivindicam soluções viáveis de moradia digna, pois simplesmente não estavam dando conta de pagar os altos valores dos aluguéis na região.

Se São Paulo já tinha uma enorme demanda por moradia, nos últimos anos, com a alta valorização imobili-ária, a situação se aprofundou ainda mais. Criado em 2008, o índice Fipe--Zap – um indicador de preços de imóveis – aponta uma valorização de cerca de 200% no preço dos imó-veis em São Paulo entre 2008 e 2014. Os aluguéis, claro, sobem junto.

Há uma crise habitacional grave que clama por respostas urgentes. É nas regiões metropolitanas que a população sofre essa crise de forma mais intensa. Quem não consegue mais pagar aluguel, não pode ficar dez anos na fila do cadastro da Pre-feitura esperando o sorteio de uma unidade do Programa Minha Casa Minha Vida. Isso é particularmente grave no caso de famílias de renda baixa e em situações de vulnerabili-dade, como mulheres sozinhas com vários filhos, idosos, pessoas doentes e pessoas com distúrbios mentais.

Na ausência de um serviço social de moradia que dê respostas concretas, ocupar terrenos ociosos é uma forma de luta para pressionar por políticas públicas que atendam essas deman-das e, ao mesmo tempo, é uma alterna-tiva real ao desespero de famílias que não conseguem mais pagar o aluguel.

O prefeito Fernando Haddad ad-mitiu a possibilidade de regularizar o terreno, que é particular, para trans-formá-lo em habitação de interesse social. Se a Copa do Mundo é uma grande vitrine para patrocinadores e cidades-sede em âmbito internacio-nal, evidentemente é também vitri-ne para os que querem, e precisam, chamar a atenção para os problemas sociais que o país enfrenta.

por Mariana Desidério

Acho que a maioria das universidades não cumpre seu papel. Eu mesmo te-nho um filho que está tentando, mas não consegue ter acesso em nenhuma universidade. Ele queria fazer medici-na, mas está sem estudar, e começou a trabalhar de ajudante de garçom.

Elidomar de Andrade, 40, trabalhador da construção civil

Acho que poucos têm acesso à univer-sidade e é mais difícil se você é negro ou pardo, digo pela minha filha. Al-guém paga pelas faculdades públicas e, no caso, somos nós trabalhadores. Mas esse dinheiro muitas vezes não é usado de forma adequada.

Charles Rodrigues da Silva, 39,técnico em eletrônica

As pessoas que entram na USP são to-das de posse. Falam que é para pesso-as de baixa renda, mas não é verdade. Eu mesma já tentei entrar em arqui-tetura e não consegui. Deviam deixar a oportunidade para pessoas que não têm como pagar.

Gildete Silva, 34,operadora de telemarketing

Por ser pública, a USP dá oportunidade para as pessoas que não têm condição financeira. Mas talvez tenha passado um pouco do limite nas contas. Acho que ela tem que ser de graça para quem não tem condição. Para quem tem um sonho, ela pode abrir uma porta.

Bárbara Maria Cavalcante Oliveira, 21Balconista

O QUE VOCÊ ACHA DA SITUAÇÃO DA USP?

Não há previsão para as aulas retornarem ao campus

Além da crise financeira, há meses a USP também enfrenta um impasse em relação ao seu campus na zona leste da capital paulista, onde fica a EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades). O terreno tem pre-sença de gás metano, o que pode significar riscos de explosão. O local também recebeu terra contaminada para terraplanagem.

Por conta desses problemas am-bientais, uma decisão judicial inter-ditou o campus em janeiro deste ano. Sem as salas de aula, os cursos da uni-dade começaram apenas em março e estão ocorrendo em uma faculdade particular do Tatuapé, numa Fatec, no campus Butantã e em unidades da USP em Pinheiros.

Para os alunos, a mudança trouxe grandes dificuldades. Pedro Beraldo, 25, estudante de sistema de informa-ção, conta que precisou desistir de uma das aulas. “De terça-feira, minha primeira aula é na Faculdade de Saú-de Pública, em Pinheiros, e a segun-da é no Butantã. Tive que largar uma delas, pois não tenho como chegar a tempo”, conta.

Morador de Guarulhos, Beraldo também conta que agora demora mais para chegar em casa. “Antes levava 10 minutos, agora demoro 40. Isso porque vou de carro. Tenho mui-tos colegas que pegam ônibus e estão sofrendo muito mais”, afirma.

As pesquisas da universidade tam-bém foram afetadas, diz a professora Adriana Tufaile, que faz parte da dire-toria da Adusp (Associação de Docen-tes da USP). “Os laboratórios estão lá totalmente parados. Eu mesma sou da área de física e não tenho como fa-zer pesquisa”, afirma.

PRAZONão há previsão de quando a situ-

ação será normalizada. Questionado sobre este tema, em entrevista ao Jor-nal do Campus, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, afirmou: “Esta é uma resposta que apenas o promotor e a juíza podem dar, porque voltaremos assim que for desinterditado. Pode ser na semana que vem, pode ser daqui a um mês, pode ser daqui a seis meses”.

No último dia 27, em depoimento,

na CPI das Áreas Contaminadas, na Câmara Municipal, o gerente de áre-as contaminadas da Cetesb, Elton Gloeden, afirmou que a USP não cum-priu as especificações exigidas para a construção do campus e disse que o gás metano deveria ter sido retirado do solo antes da inauguração da uni-dade, ocorrida em 2005. Contatada pela reportagem, a reitoria afirmou que há um processo administrativo em andamento contra o ex-diretor da unidade, José Jorge Boueri Filho.

Para os estudantes, o problema é tra-tado com descaso pela universidade e pelo governo estadual. “Queremos a apuração e punição dos responsáveis. Os órgãos estaduais foram coniventes por muito tempo com a situação”, afir-ma Gabriel Lindenbach, do DCE (Dire-tório Central dos Estudantes).

CONTAMINAÇÃO além dos estudantes, moradores também são atingidos

USP Leste está interditada há 5 meses

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06 São Paulo

O Governo Federalestá realizando grandes

OBRAS DEINFRAESTRUTURAEM TODO O BRASIL.

Obras assim abrem novos caminhos para queeste seja, cada vez mais, um país de oportunidades.Aqui em São Paulo. E no Brasil inteiro.

Linha 17-Ouro do Metrô e Corredores Inajar de Souza, M’Boi Mirim e BerriniDeslocamento mais rápido e mais qualidade de vida para os paulistas.

VLT Santos-São VicenteMais agilidade e efi ciência para o transporte público.

Rodoanel, Etanolduto Ribeirão Preto-Paulínia, Hidrovia do Tietê e Porto de SantosImpulsionam a economia e geram desenvolvimento para o estado.

Ampliação do Metrô e criação de Novas Linhas de Trens e de Corredores de ÔnibusEm breve, mais opções de transporte e conforto para a população.

E AQU I E M SÃO PAULO,B E M PE RTO DA G E N T E .

“Para garantir moradia é preciso uma reforma política”

“Mexer na representação do Con-gresso Nacional, garantir que as camadas populares, mulheres, ne-gros possam chegar aos espaços de poder está vinculado à garantia da moradia”. Nesta fala de Benedi-to Barbosa, coordenador da UMM (União dos Movimentos por Mora-dia), é possível entender um pouco das razões que estão levando diver-sos movimentos sociais a construir um plebiscito que pede uma consti-tuinte para a reforma política.

Milhares de pessoas em todo o país vêm abraçando a construção do chamado Plebiscito Popular pela Constituinte Soberana e Exclusiva

do Sistema Político. Pelo Brasil, já existem mais de 400 comitês que or-ganizam a campanha. No estado de São Paulo, são mais de 80 comitês.

Barbosa explica porque movi-mentos sociais, organizações polí-ticas, sindicatos e diversas pesso-as vêm se somando à iniciativa: “A reforma política é a mãe de todas as reformas. Só assim podemos avançar nas reformas estruturais, como a reforma agrária, reforma urbana, nas pautas populares e agendas sociais.”

Organizados a partir de enti-dades e por cidades e bairros, os comitês do Plebiscito Constituinte costumam realizar atividades cul-turais e de formação, panfletagens e atos de rua para divulgar sua pro-posta à população. Todo esse per-curso para que na semana dos dias 1º a 7 de setembro deste ano ocorra uma votação popular a fim de sa-ber se a população quer ou não a realização de uma constituinte for-mada pelo povo, com o tema único de reformar o sistema político.

Entre os eventos já realizados pelo grupo no estado de São Paulo está o “Curso dos Mil”, que reuniu mais de 1.100 pessoas no final do mês de maio. Além disso, atos de rua, como no último sábado (31), com cerca de 6.000 manifestantes no centro da capital.

Agenda para Junho:

Dia 06: Atividade Comitê Centro – Agitação + Panfletagem + Bate-PapoLocal: Metrô AnhangabaúHorário: 18h

Dia 07: Lançamento Comitê Saúde Zona LesteLocal: CMP Saúde Zona Leste, Bruno Zabala, 55 - Cohab II – ItaqueraHorário: 15h

10 de junho: Debate sobre o Sistema Político no IFSPLocal: IFSP, Rua Pedro Vicente, 125, Canindé Horário: 18h

14 de junho: Reunião Comitê Zona Leste SPLocal: CIFA, ItaqueraHorário: 14h

participação movimentos sociais se organizam para realizar plebiscito para mudar sistema político

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por Vivian Fernandes

Central de Movimentos Populares realizou ato político no último sábado (31)

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07brasil

Jornalista e presidente do Centro de Es-tudos de Mídia Barão de Itararé, é editor do blog altamiroborges.blogspot.com.br

A revolta de Faustão

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O apresentador Fausto Silva anda muito revoltado. Não deve ser por cau-sa do salário, já que ele recebe uma for-tuna da TV Globo e ainda tira uns “tro-cados” dos bilionários anunciantes. Nos últimos tempos, ele transformou o seu programa, Domingão do Faustão, num verdadeiro palanque, com duros ataques ao governo Dilma.

No domingo, ele aproveitou para “criticar a incompetência e a corrup-ção no Brasil”, reforçando o complexo de vira-latas das elites tão em moda nas vésperas da abertura da Copa do Mundo. Já que anda tão revoltado, tão rebelde, Faustão podia aprovei-tar para criticar o império midiático em que trabalha. A TV Globo é uma das maiores culpadas pelas mazelas históricas do Brasil.

Ela sempre apoiou as forças conser-vadoras que emperram o desenvolvi-mento do país. Para montar sua rede nacional de televisão, através das afi-liadas, ela firmou parceria com as ve-lhas oligarquias, montando um siste-ma de coronelismo eletrônico.

Em todos os momentos decisivos da história, a família Marinho se colocou contra o progresso social, a soberania nacional e a democracia. Foi contra as leis trabalhistas de Getúlio Vargas, fez campanha contra a Petrobras e sabo-tou os governos progressistas.

Acuada pelos protestos de rua e os gritos de “A realidade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”, o poderoso império global reconheceu que apoiou o golpe de 1964 e a sanguinária ditadu-ra militar, numa autocrítica meia-sola.

Faustão poderia aproveitar esta con-fissão para criticar seus patrões, que fizeram fortunas exatamente neste período. Como forma de resolver os graves problemas sociais, poderia até defender uma reforma tributária que retire um pouco de grana dos muitos ricos para investir em programas de superação das injustiças.

No mês passado, a revista Forbes publicou a lista das 15 famílias mais ricas do Brasil, que tem no topo a fa-mília Marinho, dona das Organizações Globo, com uma fortuna estimada de US$ 28,9 bilhões. O indignado apre-sentador bem que poderia citar os no-mes dos bilionários nativos, maiores responsáveis pelas mazelas nacionais.

Em briga de marido e mulher, se mete a colher, sim. Esse é o es-pírito da campanha “Eu ligo 180”, lançada na semana passada pelo governo federal para estimular a denúncia de violência de gênero em todo o país. O pacote da campa-

Foi aprovada, na última terça-feira (3), a versão final do PNE (Plano Nacio-nal de Educação) para os próximos 10 anos. Após três anos de tramitação, o texto segue para sanção da presiden-ta Dilma Rousseff. Uma das principais vitórias foi o aumento do repasse da União para estados e municípios in-vestirem na educação básica.

A garantia se deu na aprovação do CAQ (Custo Aluno-Qualidade), um valor mínimo a ser investido por aluno para garantir a qualidade na educação. O valor aprovado é superior ao calculado atualmente. Com a mudança, o recurso repas-sado pela União para a educação

nha inclui propaganda na TV, anún-cio em rádio, jornais, internet, ou-tdoors, além de painéis em metrôs, paradas de ônibus e outros espaços públicos. Também contou com a participação voluntária das atrizes Luana Piovani e Sharon Menezes.

A exposição já começou a dar resultado. “Em menos de 15 dias,

básica deve saltar de R$ 9 bilhões para R$ 46,4 bilhões, segundo cál-culo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

“Garantir que a União estará mais

comprometida com o ensino básico é algo muito significativo”, avalia Thiago Pará, diretor de políticas educacionais da UNE (União Nacio-nal dos Estudantes).

O texto-base do PNE já havia sido aprovado na semana passada. Ele estabelece 20 metas para melhorar a educação pública na próxima dé-cada, como a melhoria dos salários dos professores, escola integral para 25% dos alunos e universalização das matrículas de crianças de 4 a 5 anos. Também foi estabelecido que o orçamento para a educação deve chegar a 10% do PIB (Produto Inter-no Bruto) do país. (PRV)

aumentamos em 40% o número de denúncias”, afirmou a ministra Ele-onora Menicucci, da Secretaria de Política para as Mulheres da Presi-dência da República.

A novidade da campanha fica por conta da criação de um aplicativo para celular, o “Disque 180”, dispo-nível gratuitamente. Além de permi-tir o registro de denúncias, o serviço traz orientações sobre o que é a vio-lência contra a mulher e informações sobre a rede de atendimento espe-cializado e a Lei Maria da Penha.

NÚMEROS DA VIOLÊNCIAO Brasil exibe números ver-

gonhosos de violência contra a mulher. Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mu-lheres no Brasil, 43,7 mil somen-te na última década. Dados do governo federal apontam que os autores das agressões são, em 81% dos casos, pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas.

Desde que foi criado, em 2005, o Ligue 180 já registrou 3,6 milhões de ligações, mas ainda não foi acessado por todos os municípios brasileiros. O serviço funciona 24 horas por dia, sete dias por sema-na. As ligações são gratuitas e po-dem ser feitas de celular, telefone fixo ou orelhão. Ao serem registra-das, de forma anônima, as denún-cias são encaminhadas aos órgãos de segurança pública, para investi-gação. O serviço também está dis-ponível para brasileiras residen-tes na Espanha, Itália e Portugal. Nesses casos, a Polícia Federal é acionada e, por meio da Interpol, a polícia internacional, os casos são apurados e os acusados, presos.

direitos Campanha contra a violência tem propaganda na TV e aplicativo de celular

Denúncia de crimes contra a mulher aumenta 40%

por Pedro Rafael Vilela, de Brasília

Congresso aprova 10% do PIB para a educação

Diversas campanhas buscam conscientizar que a denúncia é fundamental para combater crimes

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no seu movimento pessoal, particu-lar, no seu mundo próprio, e nesse entendimento passar algo de beleza estética. Quando estou fotografan-do, na verdade, não é uma realiza-ção só minha, mas de entendimento com aquela pessoa que passa.

O que você mais gosta de fotografar?As pessoas. Homens, mulheres, velhos, crianças. Essa é a minha identidade. Às vezes eu me deparo com uma harmoniosa fachada, uma paisagem, mas o meu negócio são as pessoas.

Você fotografou diversos músicos brasileiros, como Clementina de Jesus, Cartola e Pixinguinha. Tem um interesse especial pela música?Eu sempre fui muito musical. Antes da fotografia, eu queria ser cantor de rádio. Com 14 anos eu cantava no programa Clube do Guri, da rá-dio Tupi, do Samuel Rosemberg, aos

Você chegou a se formar?Não, eu saí faltando um ano para terminar meu curso. Saí porque já tinha me apaixonado pela fotogra-fia e já trabalhava como aprendiz no Última Hora, o jornal do Samuel Wainer, em 1955. Depois eu servi o Exército, com 18 anos, e quando voltei já estava empregado.

Se formou na prática então?Ah, sim. Eu sou jornalista de cartei-rinha assinada com a função de fo-tógrafo de um tempo que não havia ainda faculdade, de um aprendiza-do técnico para você se tornar um jornalista. Eu me lembro que fiquei seis meses lá, já efetivo, e então o diretor da redação falou assim: “Manda esse menino lá no Minis-tério do Trabalho, que eu gosto do serviço dele, então ele já pode tirar carteira profissional”. Foi assim co-migo e com tantos outros.

O que te atrai na linguagem foto-gráfica?O que me atrai é a questão da luz e das sombras. E também esse mo-vimento de descobrir as pessoas. Procuro entendê-las em cada clique, sem deturpá-las, em qualquer lugar que estejam, eu procuro entendê-las

sica na biblioteca. E o primeiro livro que eu peguei falava sobre revelação de fotografia. Foi aí que eu me apai-xonei. Minha mãe me deu uma má-quina vagabunda, mas que eu usei bastante. Dois anos depois, meu pai, que viajava muito de navio, trouxe de Estocolmo nada menos que uma Rolleiflex. E aí eu era um garoto de 15 anos que tinha como se fosse um Rolls-Royce da fotografia. Eu fiquei muito empenhado, queria mudar a história do país, trabalhando com a luz, então não deu outra, estou há 56 anos nesse trabalho.

O que seus pais acharam de você se tornar fotógrafo?Meu pai era da Marinha, minha mãe trabalhava em casa e eu era filho úni-co. Eles não queriam, não gostavam. Papai queria que eu fosse militar como ele, e minha mãe queria que eu fosse um doutor qualquer, mas que tivesse um canudo de papel na mão.

Walter Firmo, um dos principais fotógrafos brasileiros, acaba de completar 77 anos. Só de carreira são 56. Carioca, Firmo dedicou-se a registrar manifestações culturais populares, como o Carnaval e o Ma-racatu. Na música, suas lentes tive-ram o privilégio de clicar grandes nomes, como Pixinguinha, Cartola e Clementina de Jesus.

Atuou ainda como repórter foto-gráfico em diversos veículos, como o Última Hora, o Jornal do Brasil e a revista Realidade. Recebeu o prêmio Esso de reportagem, em 1963, pela série “Cem dias na Amazônia de nin-guém”, além de outros prêmios.

Nesta entrevista ao Brasil de Fato SP, Firmo conta como se aproximou da fotografia e fala de uma de suas principais paixões: registrar a popu-lação negra do Brasil. “Quando co-mecei a fotografar, percebi que os fo-tógrafos não davam muita bola para a sociedade negra. Achei isso uma sacanagem e resolvi fotografar esses caras”, afirma. Leia a entrevista:

Como começou o seu interesse por fotografia?Quando eu fazia ginásio, a nossa pro-fessora de canto pediu que os alunos buscassem informações sobre mú-

ENTREVISTA WALTER FIRMOpor Mariana Desidério

“Descubro pessoas através da

fotografia”

“procuro entender

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domingos. Claudete Soares também cantava, ela seguiu carreira na área depois. Mas eu saí fora, achei que não era um mundo para mim. Era um mundo de muitos sacrifícios, muitas sacanagens, eu sou metido a poeta, achei que não ia me dar bem lá. Então comecei a me pre-ocupar em fotografar Paulinho da Viola, Candeia, Clementina de Je-sus, Dona Ivone Lara, Pixinguinha e tantos outros. São pessoas que eu sabia que se tornariam constelações da música popular brasileira. E cada um deles era como se fosse um ator, eu escalava para fotografar, com um ambiente que tivesse a ver com a minha paixão.

Você também é conhecido por foto-grafar festas populares, como o Car-naval e a festa do Maracatu. Por que se interessou por esses registros?Eu sempre trabalhei fotografando o negro, sobretudo. Porque, sendo um deles, eu achei que deveria fa-zer uma ode a esse pessoal. Tem uma música que fala: “Chegou a hora dessa gente bronzeada mos-trar seu valor”. Pois a gente está num país de maioria negra e, quan-do eu comecei a fotografar, percebi que os fotógrafos não davam muita bola para a sociedade negra. Achei isso uma sacanagem e resolvi foto-grafar esses caras. E sempre como totens, com a moral elevada, nunca na bandidagem, nunca o homem que rouba. Se você visualizar o meu trabalho, vai ver que eles es-tão sempre orgulhosos, sempre fa-ceiros, encantadores. Então eu fui para rua e fotografei as manifesta-ções folclóricas, pagãs, religiosas.

Por que essa preocupação de nun-ca fotografar o negro numa situa-ção depreciativa?Porque se você for olhar a história desse país, o que fizeram no dia 13 de maio [de 1888, dia da Abolição da Escravatura] foi uma grande sa-canagem. Importaram pessoas de outros países e jogaram o negro na rua. Não deram casa, nem terras para ele, e até hoje ele é subjugado a empregos menores. O que eu faço é falar silenciosamente, através da escrita fotográfica, é uma maneira de falar mais alto.

Você já disse que fotografar é um ato político. O que isso significa?Eu tenho uma tese de que o ato fo-tográfico se resume em três situa-ções diferentes. Uma em que você

vivi praticamente no Rio de Janei-ro inteiro, e hoje moro em Copaca-bana. Eu gosto da cidade, da sua beleza. E também da alma carioca, eles são sempre maravilhosamen-te sorridentes, e mesmo que a vida seja dolorida, eles não perdem a esportiva, estão sempre fazen-do lorota. Essa troça nada vulgar é uma coisa que me encanta nos meus conterrâneos, embora eu não seja assim, eu sou mais come-dido. Mas eu gosto do Rio pela sua beleza plástica e pela maneira do carioca ser.

é o ladrão, outra em que você é o engenheiro, e outra em que você é o invisível. Nesta última você não é percebido, como era o Bresson [fotógrafo francês, Henri Cartier--Bresson, morto em 2004]. Porque ele fotografava de uma forma desa-percebida. O ladrão é normalmente o homem ligado à imprensa, que fotografa de uma forma inusitada o que está acontecendo diante de si, sem se preocupar com a estéti-ca. O engenheiro é aquele que tem o compasso e a régua para definir os seus trabalhos. Como eu fiz com o Pixinguinha quando coloquei ele na cadeira de balanço e pedi para ele olhar para a linha do horizonte.

E qual deles faz da fotografia um ato político?A fotografia é um ato político quan-do você se organiza mentalmen-te para que o seu discurso visual seja entendido pelos outros, para que eles possam sentir que existe uma pretensão por baixo de tudo. Normalmente isso não se faz com o flagrante, o ladrão dificilmente faz isso, porque ele não pensa para fazer o clique. Ele é encurralado e fotografa o que estiver à sua frente. Já os outros dois, o engenheiro e o invisível, esses homens são emi-nentemente politizados.

Sendo assim, qual é a mensagem política das suas fotos?Eu tenho uma foto pouco divulga-da, da época da ditadura, em que aparece uma foto do Garrastazu Médici rasgada no chão e os sol-dados marchando no dia de 7 de setembro. A foto mostra mais de 50 homens, aparecem só as pernas deles, e em primeiro plano a foto do Médici levemente deformada. Ora, o que eu queria dizer com aquilo? Que havia uma pretensão agressi-va daquele homem que estava no chão, com a cara rasgada, e a força do seu exército passando em cima da sua cabeça. Isso é certamente um ato político. Qual foi o trabalho que você mais gostou de fazer?Não tenho isso. O trabalho que eu

mais gostei é o que eu vou fazer amanhã. Eu sou uma pessoa de 77 anos, mas espiritualmente eu tenho 19. A carne é velha, mas o espírito é jovem. Então estou sempre imbuí-do no fazer, com muita disposição, e acho que a melhor foto é aquela que eu vou fazer no próximo trabalho.

E tem algum trabalho que você não fez ainda, mas tem vontade?Sempre alguma coisa que esteja li-gada a onde esteja o homem, que a humanidade esteja lá e eu possa decifrá-la numa tentativa qualquer.

Você está escrevendo um livro, certo?É um livro sobre a minha vida. Te-nho muitas histórias para contar. Não só em nível de relacionamen-to com políticos, jogadores de fu-tebol, atrizes. Pessoas simples também, operários. É um livro que está parado há seis anos, porque eu não escrevo nunca, embora te-nha ganhado um prêmio Esso de reportagem, no Jornal do Brasil em 1963, com uma série de cinco re-portagens sobre a Amazônia. Mas eu não tenho o hábito de escrever. Eu me encanto com o mundo da fo-tografia. É isso que realmente me faz respirar. Mas eu sempre tenho um bichinho me mordendo e di-zendo “faça o seu livro”, e chegou a hora agora.

Você nasceu no Rio, onde viveu a maior parte da sua vida. Gosta da cidade?Eu sou carioca, de coração subur-bano, fui gerado no Irajá e parido em São Cristóvão, numa materni-dade a 500 metros do meu clube de coração, o Vasco da Gama. Já

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“acho que a melhor

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10 fatos em foco

O polêmico ator, apesar de afirmar que acre-dita na vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo, disse que o grande astro da com-petição não será Neymar Jr., mas sim Cris-tiano Ronaldo. Faltou confiança!

No programa Roda Viva, da TV Cultura, o editor da revista Piauí, enfrentando um gran-de tabu, perguntou a Aécio Neves sobre os boatos relacionados ao uso de cocaína pelo político mineiro. Ele não teve resposta...

falta de Água

Alexandre FrotaFernando de Barros e Silva

Diversas organizações realizaram uma manifestação, na quinta-feira (5), para denunciar a crise de abastecimento pela qual o estado de São Paulo passa.

Sindicatos da CUT e da CTB, dentre eles o Sintaema, que representa os tra-balhadores da Sabesp, além do Movi-mento dos Atingidos por Barragens, Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes, Marcha Mun-dial de Mulheres e MST se reuniram na estação Pinheiros de Metrô.

“Não é possível que a população pa-gue a conta pela estiagem, principal-

mente diante da inércia e irresponsabili-dade do governo do PSDB, que, por duas décadas, deixou de investir em obras e planos de contingência”, afirma Adi dos Santos Lima, presidente da CUT São Paulo.

A crise da água, alerta o dirigente, pode afetar mais o emprego do que o apagão da energia ocorrido em 2001, pois a eletricidade podia ser fornecida por geradores, mas a água não tem subs-tituto. “Quando a água é insumo da pro-dução, o desabastecimento pode colocar o emprego em risco”, afirma Lima.

entidades denunciam crise de abastecimento

No Dia Mundia do Meio Ambiente, organizações criticam gestão dos recursos hídricos

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou na quarta (4) uma lei que garante subsídio municipal de até R$ 20 mil para a construção de imóveis pelo progra-ma Minha Casa, Minha Vida, do go-verno federal. Ele também assinou um protocolo para a construção de 1.140 unidades de habitação popu-lar em um terreno na Vila Clarice, na zona noroeste, resultado da mo-bilização da União dos Movimentos de Moradia, iniciada em 1987.

O prefeito se comprometeu a contratar as 55 mil habitações po-pulares previstas em seu progra-ma de governo até o final deste ano, para que elas possam ser en-tregues no final do mandato. Até este mês, pelo menos 18 mil uni-dades já foram contratadas.

“Às vezes, o empreendedor tem o terreno e a ajuda federal, mas a conta não fecha. Com essa lei, o município poderá complementar até R$ 20 mil para a conta fechar”, disse Haddad. (Da RBA)

O relatório anual divulgado pela Cetesb (Companhia Am-biental do Estado de São Paulo) sobre os danos causados ao meio ambiente por produtos químicos (gases, solventes, metais e com-bustíveis) mostra que as ativida-des dos postos de gasolina, em especial o armazenamento de combustíveis nas valas subter-râneas, são o que mais provoca a contaminação do solo.

De acordo com o levantamen-to relativo a 2013, de um total de 4.771 áreas mapeadas nas cidades paulistas, 75% ou 3.597 eram re-sultantes das atividades em postos de combustível. Em segundo lugar na lista, aparecem as atividades industriais, com 768 casos (16%), seguidas da área comercial, com 232 (5%) e de resíduos, com 136 (3%). O restante, cerca de 1% dos registros, tem causas relacionadas a acidentes, fatos desconhecidos ou decorrentes das atividades na agricultura. (Da Agência Brasil)

As 19 empresas de ônibus con-cessionárias do transporte coletivo na capital paulista respondem jun-tas a 8.111 processos no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. O número corresponde a aproxima-damente 15% do total de seus 54 mil funcionários. Entre os motivos, contestação de dispensas por justa causa, carga horária excessiva, ho-ras extras não pagas.

A empresa mais acionada é a Via-ção Itaim Paulista, que responde a 2.911 ações. No Tribunal Superior do Trabalho, última instância, há outros 35 processos. A empresa presta serviço nas regiões nordes-te, sul e sudoeste da capital.

Os dados endossam a versão dada por motoristas, cobradores e fiscais sobre o que levou a catego-ria a aderir a uma greve iniciada pe-los trabalhadores da Viação Santa Brígida, que opera na zona noroes-te da cidade. (Da RBA)

Moradia PopularPoluição do solo

Empresas de ônibus

A produção industrial brasileira fechou o mês de abril em queda de 0,3%, na comparação com o mês imediatamente anterior. Este é o segundo resultado negativo con-secutivo, o que leva a indústria a acumular queda de 0,8% na produ-ção nos meses de março e abril. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Brasil e foram divulgados pelo IBGE.

Quando a comparação se dá com o mesmo mês do ano ante-rior, a produção industrial caiu 5,8% em abril deste ano. A produ-ção iniciou o ano em queda de 2% em janeiro; cresceu 4,6% em feve-reiro e depois voltou a cair 0,7% em março, sempre na comparação com igual mês do ano anterior.

A produção industrial fechou os primeiros quatro meses do ano com queda de 1,2%, compa-rativamente ao acumulado dos primeiros quatro meses de 2013. (Da RBA)

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11internacional

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Milhares de espanhóis foram às ruas na última segunda-feira (2) reivindicando a realização de um referendo para decidir uma nova forma de governo para o país. As manifestações ocorreram horas após a abdicação do rei Juan Car-los, de 76 anos, que abriu mão do trono espanhol em favor de seu fi-lho Felipe, o príncipe de Astúrias, de 45 anos.

No entanto, assim que a notícia foi divulgada, grupos republicanos começaram a organizar atos em fa-vor de uma reforma política na Es-panha. Na noite de segunda-feira, o centro das principais cidades do país foi tomado por simpatizantes da república e cidadãos que defen-dem o seu direito de escolher uma nova forma de governo.

Em Madri, na praça Porta do Sol, os manifestantes incluíam senhores de idade, crianças e famílias inteiras. “Estou aqui para defender a repúbli-ca porque nos foi tirada à força em

A NSA (Agência de Segurança Na-cional dos EUA, na sigla em inglês) intercepta milhões de imagens nas redes sociais para abastecer um programa de reconhecimento facial. Nem mesmo imagens de perfil e as chamadas “selfies” escapam do sis-tema de vigilância massiva, apon-tam novos documentos vazados por Edward Snowden, divulgados nes-te domingo (1) pela imprensa norte--americana.

O programa de identificação facial coleta fotos em e-mails, mensagens SMS, mídias sociais - como Facebook, por exemplo - e até mesmo videocon-ferências para um sofisticado banco de dados, afirma o jornal New York Times - que, junto a Glen Greenwald, foram os únicos a receber os arquivos vazados da NSA.

São milhões de imagens captadas por dia que, segundo o NYT, geram mais de 55 mil mapeamentos faciais de alta qualidade, que permitem a NSA reconhecer um indivíduo em questão de segundos, fornecendo “um enorme potencial inimaginável” em tecnologia da informação.

Eleito com 50,11% dos votos, o ex-comandante guerrilheiro e líder histórico da FMLN (Frente Fara-bundo Martí para a Libertação Na-cional), Salvador Sánchez Cerén, tomou posse no último domingo (1) como novo presidente de El Sal-vador. “Depois de longos anos de luta pela justiça de meu país, rece-bo com muito respeito a faixa pre-sidencial, com o compromisso de exercer a presidência para todos os salvadorenhos”, disse.

1936. Queremos um referendo para que o povo possa decidir”, comen-tou Francisco Olmo, de 81 anos.

A demanda por mais democracia

Após anos focando em comunica-ções escritas e verbais, a NSA dá ago-ra a mesma importância a fotos de ros-tos, impressões digitais e outros tipos de imagens, afirma o “NYT”. “Não estamos só por trás das comunicações tradicionais: trata-se de buscar todo um arsenal que explore digitalmente as pistas que um alvo deixa para trás em suas atividades frequentes na rede para serem compiladas em da-dos biográficos e biométricos”, diz um dos documentos. (Opera Mundi)

O novo presidente assumiu o car-go para o período 2014-2019, o se-gundo consecutivo da FMLN. “A participação cidadã é fundamental porque o direito e a responsabili-dade de construir este país é de to-dos”, afirmou Sánchez Céren, para quem o respaldo da sociedade é importante na criação de políticas públicas. “Queremos uma cidada-nia ativa, que exerça controladoria social, que exija princípios éticos dos funcionários”. (Opera Mundi)

na escolha do chefe de Estado era a mais comum entre os manifes-tantes. “Eu considero que todos os cidadãos têm o direito de escolher

os seus representantes. Não é por ser filho de alguém que uma pes-soa tem o direito a um trono ou a uma presidência”, reclamou Javier García, de 54 anos.

Apesar dos protestos, o presiden-te do governo espanhol, Mariano Ra-joy, afirmou que a atual Constituição da Espanha não permite este tipo de consulta popular quando o assunto é a forma de governo do país. “[Eles] têm que respeitar os procedimentos estabelecidos na Constituição. Se eles não gostam desta Constituição, que apresentem uma reforma no Congresso”, disse. A Espanha deve ter um novo rei dentro de aproxima-damente duas semanas.

A família real espanhola, que antes era a instituição mais presti-giada entre os espanhóis, recebeu no último mês de maio uma nota de confiança de 3,72 (de 10 pontos possíveis). A nota é uma das meno-res já recebidas pela coroa na histó-ria. (Rafael Duque, do Opera Mundi)

Rei renuncia e população vai às ruas por democracia espanha O rei Juan Carlos abdicou do trono aos 76 anos em favor de seu filho, felipe

O rei Juan Carlos esteve no trono da Espanha desde 1975

Agência dos EUA intercepta milhões de “fotos de perfil”

Ex-líder guerrilheiro assume presidência de El Salvador

São milhões de imagens captadas por dia que geram 55 mil mapeamentos faciais

O novo presidente, Sánchez Cerén, assumiu o cargo para o período 2014-2019

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12 serviços

Por isso, ao término do contrato de trabalho, ele tem o direito de obter, junto ao empregador, os formulários SB-40, DSS-8030 ou DIRBEN-8030, que especifiquem a atividade que o segurado exercia e os agentes no-civos a que estava sujeito, acompanhado de laudo técnico das condi-ções ambientais do local de trabalho, ou o PPP – perfil profissiográfico previdenciário – que substituiu os documentos ante-riores.

Vale ressaltar que os formulários ou o PPP devem expressamente in-dicar que o trabalhador esta-va exposto aos agentes insalubres de modo permanente e habitual, bem como trazer a sua quantificação, já que a exposição meramente ocasio-nal, isto é, durante apenas parte da jornada, não gera direito ao benefício.

lingual. Restaurações desadaptadas e grandes cáries, que acumulam ali-mentos, também causam mau hálito.

Para prevenir a halitose, reco-menda-se uma boa higiene bucal, com escovação correta, limpeza da língua, uso do fio dental e de en-xaguatório bucal sem álcool, bem como ida ao dentista.

Todo mundo sabe que alguns ali-mentos causam mau hálito, como o alho, a cebola, a pimenta, rabanete, picles, repolho, couve, brócolis, bem como alimentos gordurosos.

Contudo, a nutricionista Cristia-ne Almeida alerta sobre duas atitu-des que estão diretamente relacio-nadas à halitose: beber menos de um litro de água por dia e ficar mais de três horas sem comer.

Para ela, é importante uma dieta saudável, ingerir pequenas refeições a cada três horas e beber bastan-te água. Alimentos fibrosos e crus, como a maçã, a pera e o pepino, esti-mulam a mastigação e podem ajudar na limpeza dos dentes.

A aposentadoria especial é devida ao segurado da pre-vidência social que tiver tra-

balhado sujeito a condições espe-ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, dependendo de cada caso especificado pelo direito.

Para que o trabalhador faça jus ao benefício deverá comprovar a exposi-ção permanente e habitual aos agen-tes nocivos, que podem ser físicos, químicos ou biológicos, durante o pe-ríodo mínimo fixado na norma (artigo 57 da lei nº 8.213/90). Não há exigên-cia de idade mínima para a obtenção desse tipo de aposentadoria.

Contudo, a grande dificuldade que o trabalhador enfrenta ao re-querer a aposentadoria especial está nas exigências que o INSS (Instituto Nacional do Seguro So-cial) impõe para a comprovação da efetiva exposição a tais agente. É preciso que o trabalhador apre-sente formulários preenchidos pelo empregador e laudo técnico.

Você chega numa festa, achan-do que vai beijar aquele gato e quando ele chega perto... Xiii!

Você sente aquele cheirinho ruim da boca e o famoso mau hálito (halitose)

estraga o grande momento.Há várias causas para a

halitose, mas em mais de 90% dos casos, a ori-

gem é na cavidade bucal. Mas se você sofre de halitose, não fique triste. Cuidados diários de higiene e algu-mas mudanças na

alimentação podem resolver o problema.A higiene bucal

inadequada é uma das principais causas da halitose,

segundo o dentista Fernando Mato-zinhos. Ela causa acúmulo de tártaro (restos de alimentos calcificados) e placas bacterianas, provocando san-gramentos e inflamações na gengiva e no entorno dos dentes, e saburra

por Michele Menezes da Cunha por Fiocruz

Aposentadoria especial: o que é e quem tem direito

Bafo de onça... E agora?

Juíza Federal Fundação Oswaldo Cruz

NOSSO DIREITO NOSSa saúde

Grafite em um muro na rua Fradique Coutinho, na Zona Oeste

Envie fotos com denúncias ou fatos interessantes do dia a dia da cidade para a seção Click da cidade: [email protected]

Foto: Augusto de AndradeCLICK Da cidade

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13entretenimento

BOLO DE GRANOLApor Elizabeth de Oliveira

Na verdade, quando conheci essa receita, ela era de muffins de granola. Para facilitar, decidi colo-car em uma forma de buraco e virou um bolo. É uma receita rápida, saudável e gostosa – o mais importante! O bolo de granola não fica muito doce, então, para quem quiser adoçar um pouco mais o paladar, coma acompanhado por mel. Eu gosto de deixar para que cada um, na hora que for se servir, coloque a quantidade de mel que quiser em cima de sua fatia. Fica uma delícia!

INGREDIENTES– 1 ½ xícara de farinha de trigo– ¾ de xícara de açúcar mascavo– 1 xícara de leite– 1 ovo grande

– 1/3 de xícara de óleo– 1 pitadinha de sal– 1 colher (chá) de fermento de pó– 2 xícaras de granola

MODO DE PREPAROBater na batedeira todos os ingredientes, me-nos o fermento e a granola. Por fim, acrescen-te estes dois últimos ingredientes e mexa com uma colher. Em uma forma untada com marga-rina, despejar a massa e colocar para assar em forno médio até crescer e ficar douradinho em cima por cerca de 25 a 30 minutos.

DICA 1: Se gostar, acrescente uva passa, cas-tanha picadinha, damasco picadinho ou qual-quer outra fruta seca.DICA 2: Eu, às vezes, coloco 2 ovos e aumento um pouquinho de cada coisa.

Áries - 21.03 a 20.04Você tende a defender as suas opiniões de um modo excessivamente intenso e até ob-jeções insignificantes podem deixa-lo furio-so. Lembre-se que uma certa delicadeza não lhe faria mal algum, muito pelo contrário.

Touro - 21.04 a 20.05Apesar de grande charme e simpatia, pode passar por dificuldades financeiras e emo-cionais. Tenha cuidado para não se tornar um cínico que responsabiliza todo o mundo – ex-ceto a si mesmo – por seus infortúnios.

Gêmeos - 21.05 a 20.06A delicadeza e a diplomacia agora não são seus pontos fortes. Deveria tentar relacionar--se de forma menos rude e antes de tomar decisões, leve em conta todos os fatos e opi-niões, para não agir muito subjetivamente.

Câncer - 21.06 a 22.07Seu mundo emocional e sua receptividade talvez se encontrem num conflito com sua vontade, que o faz experimentar tensões nas relações pessoais. Exercite o desapego ao passado com meditação ou outra prática.

Leão - 23.07 a 22.08A falta de sinceridade poderá tornar-se um problema e embora as pessoas lhe avisem sobre esse defeito, você não quer vê-lo. De-seja que todos gostem de você, mas cabe-lhe mostrar mais modéstia, para alcançar isso.

Virgem - 23.08 a 22.09Você está bem-humorado e sente-se bem, o que também reflete no aconchego do seu lar. A sua criatividade chama a atenção das pessoas e essa qualidade influencia seu es-tado de espírito, dando-lhe paz interior.

Libra - 23.09 a 22.10Independente do caminho que escolher, con-tará com a devida recompensa para seus esforços. Essa energia positiva faz parte de todos os seus atos e até pode ser que, graças à sua diligência, herde uma boa fortuna.

Escorpião - 23.10 a 21.11Você dispõe da energia necessária para de-cidir as coisas proveitosamente. Graças à sua disciplina, obterá resultados admiráveis. Para obter sucesso, planeje tudo meticulosa-mente, não deixando apenas acontecer.

Peixes - 20.02 a 20.03Não está muito disposto a discutir as suas ações, simplesmente faz aquilo que lhe parece certo. É possível que trabalhe com algo ligado à solução de problemas humanos, já que você sabe descobri-los tão bem com sua intuição.

Aquário - 21.01 a 19.02Você sente que dispõe de reservas de energia admiráveis. Graças a seu espírito vivo, nada deve impedi-lo, pois percebe a engrenagem oculta das coisas e pessoas. Um dos pais pode ter um papel importante em sua vida agora.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Pode passar por frustrações e dificuldades, mas não deve ficar melancólico. Em vez disso, abra-se para os lado agradável da vida, reto-me contato com as pessoas queridas e verá sua situação transformar-se radicalmente.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Você distingue-se pela atitude positiva, o que se manifesta sobretudo pelo fato de sempre estar disposto a prestar ouvido às preocupa-ções alheias, mas, reserva para si a escolha das pessoas às quais quer fazer bem.

BOA & BARATA • [email protected]

O tempo é de descobertas e revelações. Não de qualquer tipo, mas aquelas com um peso e uma importância grande, revolucionária e li-bertadora. É momento de clareza, de senso investigativo, não há mais espaço para entrelinhas, indiretas ou qualquer conduta obscura na re-lação consigo e com os outros. Quem souber lidar com o momento, po-derá descobrir facetas em si mesmo que jamais havia tido consciência.

Keka Campos, astróloga | [email protected]

Horóscopo • 06 a 12 de junho 2014

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

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14 cultura

Jornadas de junho são retratadas em filmes

Como um filme passando na cabe-ça, as cenas do mês de junho de 2013 voltam à tona para quem participou e acompanhou, de perto ou de longe, as manifestações massivas de rua em diversas cidades do Brasil. Mas não é só no pensamento que ficam essas imagens, agora elas estão nos cinemas e na internet no formato de documentários.

Com a perspectiva paulista, es-treou, na quinta-feira (5), o filme “Ju-nho”, produzido com as imagens da cobertura da TV Folha dos protes-tos. De acordo com o diretor da obra, João Wainer, a proposta é “tentar contar a história do que aconteceu no mês de junho. A gente tentou evitar qualquer tipo de julgamento, buscou ser descritivo”. Em debate realizado durante a pré-estreia do filme, o diretor disse ainda que “a gente tentou trazer analistas e co-mentaristas de matizes ideológicas diferentes, para que houvesse um equilíbrio.”

A primeira parte do filme traz ima-gens e depoimentos que já haviam circulado em reportagens na inter-net, mas que não deixam de impac-tar pelo retrato da violência policial massacrante que atingiu os protes-tos em São Paulo. As cenas são en-trecortadas pela análise de quem participou dos atos, como Nina Ca-

pello, integrante do MPL (Movimen-to Passe Livre). Também opinam jornalistas e analistas, como Juca Kfouri, Leonardo Sakamoto, Demé-trio Magnoli e Clóvis Rossi.

Para o final, o filme “Junho” re-serva uma leitura poética que busca trazer o “sentimento um pouco con-fuso” que representou o momento em que os protestos atingiram seu auge naquele mês, aponta o diretor João Wainer.

Outro filme que aborda as manifes-tações de 2013 é “Rio em Chamas”. O filme é fruto do trabalho de mais de 50 pessoas, com dez produtoras e doze diretores, que se juntaram para retratar a crise que se passa no Rio de Janeiro desde o ano passado até o início deste ano.

Em entrevista à Revista Fórum, Daniel Caetano, um dos diretores e idealizador da obra, conta que acon-teceu a união de “mídia ativistas para um alcance diferente, para fa-zer um filme militante”.

“Junho”Direção: João WainerOnde: Espaços Itaú Augustas, Frei Caneca e Pompeia, e no ITunes

“Rio em Chamas”Direção: VáriosOnde: Assista online em vimeo.com/88130053

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por Vivian Fernandes

prostestos Estão em cartaz, no cinema e na internet, os documentários “Junho” e “Rio em Chamas”

São Paulo terá mais ciclovias pela cidade

Depois das faixas exclusivas para ônibus, a Prefeitura de São Paulo vai implantar outro projeto que prioriza meios de transpor-te que não o carro: a construção de 400 km de ciclovias. Diferente das ciclofaixas ou das ciclorrotas, as ciclovias serão segregadas ao trânsito e ficarão coladas à calça-da, o que suprimiria vagas para carros, inclusive nas áreas de zona azul.

Divulgado na última quarta-feira (4), o projeto deve ser concluído até o final de 2016 e custará em torno de R$ 80 milhões. Os recur-sos para custear a construção das

ciclovias podem vir do Fema (Fun-do Estadual do Meio Ambiente).

Na apresentação do plano, o se-cretário municipal dos Transpor-tes, Jilmar Tatto, disse estimar que entre 30 mil e 40 mil vagas de carros sejam extintas para a viabilização das ciclovias. Atu-almente a cidade tem apenas 63 km de ciclovias

Um projeto piloto deste novo plano de ciclovias em São Paulo já está sendo construído. Com 1,6 km, o trecho fica na região central e vai ligar o Largo do Paissandu à Estação Júlio Prestes. (Por Ivan Longo, do Spresso SP)

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{agenda cultural}

zona norte

ÁfricaNo ano em que comemora seus dez anos de fundação, o Museu Afro Brasil celebra também o Dia Inter-nacional da África com duas novas exposições: “Objetos simbólicos – Casa do Patrimônio de Porto Novo, Benin” e “Espírito da África – Os Reis Africanos”. Até 03/08; Ter a Dom das 10h às 17h – Entrada gra-tuita – Parque do Ibirapuera – Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº, Pavilhão Manoel da Nóbrega, portão 10

João e MariaO espetáculo conta a história de João e Maria em uma nova versão em que eles são obrigados a deixar o sertão sozinhos por causa da seca e da fome. Assim, os personagens passam uma noite de terror na caatin-ga. Até 15/06, Sab e Dom às 16h – R$ 10 – Teatro João Caetano – Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino

zona oeste zona leste

centro

Castanha e CajuO musical “Um Mestre Brasileiro - A vida e obra de Mestre Irineu Serra”, é do diretor Márcio Araújo e conta a história do herói anônimo maranhense Mes-tre Raimundo Irineu Serra. O espetáculo conta com um elenco de 20 pessoas. Sá (07) e Dom (08) às 14h; Dom (15/06) às 14h; Sáb (21/06) às 14h; Dom (29/06) às 13h – Entrada gratuita – Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha – Rua Franklin do Amaral, 1575, Vila Nova Cachoeirinha

Chico EsperançaO cantor e compositor pernambucano apresenta um amalgama de sonoridades que vão da batida intensa do maracatu à linguagem ligeira do coco e às influ-ências do flamenco, do fado e da música africana.Sáb (07/06) às 19h – Entrada gratuita – Sesc San-tana – Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Santana

zona sul

Festa SP SunsetÉ um evento ao ar livre que conta com dis-cotecagem, jazz ao por do sol, performan-ces, intervenções artísticas e muito mais. Esse festival tem como objetivo mostrar novos e diferentes tipos de expressões ar-tísticas que estão borbulhando na cidade.Sáb (07/06) às 15h – Entrada gratuita – Tenda Cultural Ortega y Gasset (USP) - Rua do Anfiteatro, s/n, Butantã

Feira GastronômicaA feira conta com várias opções de massas, comida paulistana, saltenhas bolivianas, sanduíches de pernil, brigadeiros gourmet, cookies, cairipinhas e outras coisas gos-tosas. Você poderá desfrutar de deliciosos pratos com preços que variam de R$ 5 a R$20. Até 31/10, Sáb das 11h às 19h – Mer-cado Pop – Rua Teodoro Sampaio, 1041, Vila Madalena

Tulipa Ruiz Treze músicos e bandas participam do Circuito São Paulo de Cultura. Os desta-ques são a banda Mustache e Os Apa-ches, a cantora de MPB Tulipa Ruiz, e a paraguaia Perla, intérprete do clássico “Índia”. Até 08/06 das 16h às 21h – En-trada gratuita – Biblioteca Cassiano Ricardo – Avenida Celso Garcia, 4200, Tatuapé

Museu da imigraçãoApós quatro anos de reformas, o Memo-rial do Imigrante, localizado no tradicional bairro da Mooca, reabre suas portas total-mente repaginado. E, agora, com nome novo: Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Até 31/07; Ter, Qua, Qui e Sab das 09h às 17h; Sex das 09h às 21h; Dom das 10h às 17h – Entrada gratuita – Rua Visconde de Parnaíba, 1316, Mooca

Festa JuninaA 100ª edição da Festa de Santo Antônio do Pari, com o tema “Sustentados pelo amor, unidos na es-perança”, promete esquentar junho com músicas, comidas e bingos típicos do período junino.Até 15/06; Sab e Dom 17h às 23h – Entrada gratuita – Praça Padre Bento, 13, Centro

Mostra do filme livre

Mostra do filme livre homenageia a cineas-ta Ana Carolina, que conta com seis de suas produções exibidas no evento. Dentre elas, “Amélia”, “Getúlio Vargas” e “Das Tripas Coração”. Até 18/06; Qua a Dom às 17h – Entrada gratuita – Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Álvares Penteado, 112, Centro

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16 esporte

copa do mundo Após amistoso contra a sérvia, maicon e Willian podem entrar na lista dos 11

bruxa solta hóspedes trabalho

Felipão ainda não fechou lista de titulares

o técnico da seleção pode mudar a ideia original e decidir-se por Willian como titular.

Outro que vem mostrando um bom futebol é Maicon. Ele tam-bém atuou bem no segundo tem-po em Goiânia, apoiando mais que Daniel Alves, a quem subs-tituiu, mesmo este último tendo feito um gol.

Maicon, entretanto, está mais longe de tomar a vaga de Alves. Apesar disso, o atleta recuperou a confiança da comissão técnica, que chegou cogitar escalar Rafi-nha em seu lugar para jogar na Copa do Mundo.

Iniciar a preparação da Copa do Mundo como titular não significa permanecer até o início da compe-tição nessa condição. Os 11 pre-feridos de Felipão ainda não es-tão completamente fechados e o amistoso desta sexta-feira (6) será uma dos momentos decisivos para a decisão final do técnico.

Uma possibilidade de mudança é Willian, que vai indo bem nos treinos em Teresópolis e até mar-cou gol contra o Panamá. No jogo, ele entrou no lugar de Oscar, campeão da Copa das Confedera-ções, mas que vem se recuperan-do de uma lesão. Aparentemente,

O meia Alex Oxlade-Chamber-lain machucou o joelho direito na quarta-feira (4) durante o amistoso entre sua seleção, a In-glaterra, e o Equador, realizado em Miami (EUA).

Após a partida que terminou em 2x2, o técnico inglês, Roy Hodg-son, demonstrou preocupação. “Temos medo de que possa ter havido uma lesão nos ligamen-tos.” Exames seriam realizados para determinar a possibilidade do atleta participar da Copa.

Em Amsterdã, durante a partida que culminou na vitória de 2 a 0 da Holanda sobre o País de Gales, Robin van Persie, atacante, saiu machucado no intervalo, não re-tornando para o segundo tempo.

Já o francês Franck Ribéry so-fre de lombalgia crônica há sete semanas, não jogou no amistoso contra o Paraguai e nem treinou com a seleção na quarta-feira.

Na última quarta-feira (4), o Irã fez seu primeiro treino no CT do Corinthians, na zona leste da ca-pital paulista, sua base de treinos durante a Copa.

O mais surpreendente foi a que-bra de um tabu: os jogadores en-traram em campo trajando verde. Com exceção da grama, a cor é praticamente proibida no centro de treinamentos corintiano.

Ronaldo Ximenes, diretor de fute-bol do clube, minimizou. “Isso é bo-bagem. Eles alugaram o CT e são o Irã, e não o Corinthians, oras.”

O CT passou por adaptações

para receber a seleção. Uma cho-peira foi coberta a pedido da de-legação, já que as leis iranianas consideram ilícito o consumo de álcool.

A capela cristã no local não foi modificada, nem os santos católi-cos que adornam o vestiário. Para permitir as preces dos visitantes, a sala de visitas foi convertida em um recinto de preces mulçuma-nas, com a colocação de um tapete persa no local. No Islamismo, os fieis devem realizar suas preces cinco vezes por dia, voltados para a cidade de Meca.

A prefeitura de São Paulo interme-diou acordo para permitir que até 2,4 mil ambulantes trabalhem durante as exibições de jogos na cidade: os atuais 1,8 mil ambulantes que já têm o Termo de Permissão de Uso pode-rão vender cerveja, água e refrige-rante nas exibições “extraoficiais” de jogos da Copa em praças públicas.

Outras 600 novas permissões tem-porárias serão distribuídas a ambu-lantes que poderão circular nos arre-dores da Arena Corinthians e na Fifa Fan Fest. O assunto era discutido por um grupo de trabalho criado para ou-vir as demandas dos ambulantes.

O acordo prevê que os ambulan-tes poderão vender apenas marcas dos patrocinadores do evento, mas poderão oferecer preços mais com-petitivos. Na mão do ambulante, água, refrigerante ou cerveja sairão por R$ 5 cada, enquanto dentro do estádio o preço será R$ 6, R$ 8 e R$ 10, respectivamente. (Da RBA)

Jogadoreslesionados

Ambulantes liberados

Irã no Corinthians

Felipão pode substituir Oscar e Daniel Alves

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