Brasil de Fato SP - Edição 050

16
“O fiel da balança na disputa presidencial está entre os eleitores de baixa renda” p.8 entrevista SÃO PAULO 25 de setembro a 2 de outubro de 2014 • ano 2 nº 50 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita artes visuais Eleições 2014 Marcos Santos/USP Imagens Luiz Zerbini André Singer Onde estão os negros, as mulheres e os indígenas? p.7 Aluguéis altos agravam problema da falta de moradia » Somente com os imóveis vazios, 40% da demanda por habitação adequada poderia ser sanada na capital paulista p.3 Mostra "Raízes Mestiças" retrata a formação do povo brasileiro Em São Paulo, o déficit habitacional é de 1,5 milhão de unidades Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas » Última semana da exposição que busca desvelar a nossa miscigenação p.14

description

Jornal Brasil de Fato SP - Edição 50 - 25 de setembro a 02 de outubro de 2014

Transcript of Brasil de Fato SP - Edição 050

Page 1: Brasil de Fato SP - Edição 050

“O fiel da balança na disputa presidencial está entre os eleitores de baixa renda”p.8

entrevista

SÃO PAULO 25 de setembro a 2 de outubro de 2014 • ano 2 nº 50 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

artes visuais

Eleições 2014

Mar

cos

San

tos/

USP

Im

agen

s

Lu

iz Z

erb

ini

André Singer

Onde estão os negros, as mulheres e os indígenas?p.7

Aluguéis altos agravam problema da falta de moradia» Somente com os imóveis vazios, 40% da demanda por habitação

adequada poderia ser sanada na capital paulista p.3

Mostra "Raízes Mestiças" retrata a formação do povo brasileiro

Em São Paulo, o déficit habitacional é de 1,5 milhão de unidades

Raf

ael N

edde

rmey

er/

Foto

s P

úblic

as

» Última semana da exposição que busca desvelar a nossa miscigenação p.14

Page 2: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br2 editorial

Nos últimos meses, diver-

sos movimentos sociais cons-

truíram espaços unitários e

setoriais para discutir os pro-

blemas brasileiros e plane-

jar mobilizações  populares.

Nesses encontros, houve uma

grande  afinidade e unidade 

em torno da necessidade de

uma reforma política. 

Entre as questões que mo-

tivaram essa leitura, está o

financiamento privado das

campanhas eleitorais, que per-

mite que as empresas  seques-

trem a democracia e elejam

apenas os seus  escolhidos. Por

exemplo, nesse ano serão gas-

tos mais de R$ 4 bilhões, finan-

ciados por 117 empresas.

Para  conseguirmos a refor-

ma política plena,  só  há um

caminho possível: a convoca-

ção de uma Assembleia Cons-

tituinte soberana e exclusiva.

Nessa semana, soubemos

o resultado do Plebiscito Po-

pular, realizado entre 1 e 7 de

setembro, quando quase 8

milhões de pessoas votaram

sobre a necessidade de convo-

cação dessa Assembleia Cons-

tituinte.  Depois, nos dias 14 e

15 de outubro, haverá uma ple-

nária nacional, com milhares

de pessoas, em Brasília,  onde

os movimentos sociais vão en-

tregar o resultado do Plebiscito

para as autoridades dos três

poderes da República. 

Anunciarão, ainda,  o início

da coleta de assinaturas entre

senadores e deputados, para

que um decreto legislativo

convoque  um plebiscito legal

e obrigatório. Assim, toda a po-

pulação poderá se manifestar,

com validade jurídica, se quer

ou não uma Assembleia Cons-

tituinte soberana para realizar

uma reforma política.

Sem uma reforma política

ampla, que envolva inclusive

o poder judiciário e o contro-

le dos meios de comunica-

ção, como parte do sistema

político, é impossível realizar

as reformas estruturais que

necessitamos para resolver os

problemas do povo brasileiro.

Assim, os diversos movimen-

tos sociais reunidos em torno da

proposta da Assembleia Consti-

tuinte exclusiva sabem que ou-

tras reformas estruturais são ne-

cessárias. Nesse  contexto, uma

plataforma política  sobre as

mudanças estruturais necessá-

rias foi construída. A plataforma

política dos movimentos sociais

representa um programa unitá-

rio para a  luta permanente na

nossa sociedade, que ultrapassa

o calendário eleitoral.

As eleições são importantes e

necessárias, e podem alterar a

correlação de forças institucio-

nais. Porém,  os movimentos e

forças populares devem ter um

programa de mudanças que

oriente suas lutas, principal-

mente, as das ruas.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Carla Bueno, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim, Ronaldo Pagotto e Vitor Polacchini • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque e Rafael Tatemoto • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Laryssa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Publicidade: [email protected] • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

» As eleições são importantes, mas os movimentos sociais devem ter um programa próprio de mudanças

Movimentos sociais, reforma política e eleições

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais,

no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800

SÃO PAULO

Rob

son

Fer

nan

des/

Foto

s P

úblic

as

São Paulo, na Av. 23 de Maio, às 18h, no dia mundial sem carro, 22/09.

DAHMER - malvados.wordpress.com

Page 3: Brasil de Fato SP - Edição 050

3brasildefato.com.br 3são paulo

O déficit habitacional cres-ceu 10% nas nove regiões me-tropolitanas monitoradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2011 e 2012. Hoje, são 1,8 mi-lhão de famílias sem residência adequada nessas localidades. A sistematização dos dados foi realizada pela Fundação João Pinheiro.

A demanda por moradia é calculada através de uma com-posição de fatores como o total de casas compartilhadas por mais de uma família e as resi-dências com mais de três mo-radores em média por cômo-do. Entre eles, está o peso do aluguel no orçamento familiar. Este foi o único critério que

» Preços altos são a causa do aumento da demanda por habitação

pressionou o déficit para cima, já que os outros diminuíram.

Nas regiões metropolita-nas brasileiras, a necessidade por moradia adequada au-mentou 10,2% – de 1.601.037 para 1.764.965. Na metrópole paulista, o aumento foi ainda maior: 18,2% – de 592.405 para 700.259.

No Brasil, o déficit habita-cional é de aproximadamente 6,5 milhões de unidades. A região sudeste concentra 38% desse total – o equivalente a 2,6 milhões de casas. Dessas, São Paulo representa mais da metade (1,5 milhão). Ou seja, o estado concentra 23% de toda a demanda por habitação no país – quase um quarto.

O número de famílias pobres que usavam mais de um terço

de seus ganhos para pagar o va-lores dos aluguéis em 2012, em todo país, era de 2,66 milhões, uma alta de 11% ante 2011 e de 35% ante 2007. Tradicional-mente, esse patamar de gasto – de um terço – para famílias que ganham até três salários mínimos é encarado como um porcentual que compromete as despesas das famílias em ou-tras áreas, como alimentação, transporte e saúde.

O déficit habitacional na-cional causado pelos gastos com aluguel aumentaram 35% no período entre 2007 e 2012 – de 1.965.981 para 2.660.248. A demanda causa-da pelas outras variáveis dimi-nuiu em todos os casos.

Segundo o índice Fipe-Zap, de janeiro de 2008 até abril de

Alta nos aluguéis é a principal responsável por falta de moradia

habitação

No Brasil, o déficit habitacional é de 6,5 milhões de unidades

Raf

ael N

edde

rmey

er/

Foto

s P

úblic

as

Atuação da PM em desocupações de moradia é criticada por especialista

O número de domicílios vagos na cidade de São Paulo poderia resolver boa parte do problema da habitação. Se-gundo dados do Censo 2010, compilados pela Fundação João Pinheiro, há 290 mil imó-veis vazios na capital. A atual gestão da prefeitura afirma que há cerca de 700 mil famí-lias sem casa no município – número próximo ao estima-do pela João Pinheiro para toda a região metropolitana de São Paulo. Se assumidos esses números, os imóveis vazios poderiam atender 40% da demanda.

Como o déficit habitacional

nas regiões metropolitanas tem aumentado, muitas vezes a única solução para algumas famílias é exatamente a ocu-pação de edifícios abandona-dos, como o Hotel Aquário, que sofreu reintegração de posse recentemente, em uma atuação da PM que transfor-mou o centro de São Paulo em um cenário de guerra.

“Disseram que eles deve-riam ter saído do prédio, mas para onde eles iriam? Eles estavam lá justamente por não terem alternativa”, afirma Stacy Torres da Silva, advoga-da do Instituto Pólis.

Para ela, um dos grandes

problemas nas desocupações é que os juízes delegam seus poderes ao comando da po-lícia, que atua “de forma exa-gerada, sem proporção e sem razoabilidade”. “Se a lei fosse seguida, muita coisa seria evitada”, aponta.

Uma das soluções que tem sido buscadas é a criação de uma vara especializada em conflitos dessa natureza. “A especialização do juiz em um tema pode torná-lo mais sen-sível, o ideal seria que o Códi-go de Processo Civil obrigasse quem julga a estar presente no momento da desocupa-ção”, afirma Stacy. (RT)

por Rafael Tatemoto

justiça crise da água

Governador compromete reservas

A maneira como a crise hídrica no Sistema Cantareira está sendo administrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) está comprometendo o ano de 2015 e o futuro. Essa é a opinião do dire-tor-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente An-dreu, que afirmou que o governo apenas “ganha tempo” com as ações tomadas até agora.

Em evento na terça (23), An-dreu disse que não há esforço em comunicar à população sobre a gravidade da situação. E que mesmo oito meses após o gover-nador ter admitido a crise, a Sa-besp não apresentou um plano de contingência efetivo.

2014, o valor médio do aluguel subiu 97% em São Paulo e 144% no Rio de Janeiro, por exemplo.

Se o quadro é negativo nas metrópoles, no restante das áreas do país os números são

mais alentadores. Entre 2011 e 2012, o déficit habitacional re-cuou 1,6%, com a redução dos números de residências con-sideradas precárias e de casas compartilhadas.

Page 4: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br4 são paulo

por Altamiro BorgesIbope está à vendaCrescem rumores de que o Ibope –

instituto que monopoliza as pesquisas de audiência da TV brasileira e que realiza milionárias sondagens em pe-ríodos eleitorais – será vendido à mul-tinacional WPP. Segundo matéria do Estadão, “um dos maiores grupos de publicidade do mundo, dono de agên-cias Ogilvy, Young & Rubicam e JWT, quer ficar com 80% do capital da em-presa brasileira de pesqui sa. O grupo de comunicação já é sócio do Ibope e detém atualmente 44% do negócio”.

A transação se encaixaria no pro-cesso bilionário de ex pansão das multinacionais do setor no Brasil.

“Hoje, o grupo comandado por Mar-tin Sorell [WPP] já contabili za sob o seu ‘guarda-chuva’ empresas de desenvolvimen to de marcas, de pro-moções em ponto de venda, de mar keting esportivo (incluindo a 9ine, que tem o ex--jogador Ronaldo Na-zário como sócio)”.

A empresa Ibope foi criada há 62 anos. Nesse período, ela conseguiu o mo-nopólio da medição da audiência da televisão. Tornou-se parceira da Rede Globo na conquista da publicidade e

foi acusada pelas emissoras concor-rentes de distorcer as pesquisas para privilegiar o império global.

Nas sondagens eleitorais, o Ibope também foi acusa-do, várias vezes, de manipular os resul-tados para favore-cer os candidatos da sua predileção e os partidos que pa-gavam mais.

O passado nebulo so talvez expli-que o otimismo do jornalista Janio de Freitas. Em artigo na Folha de domin-go (21), ele afirma que “a venda do

controle do Ibope à inglesa WPP vai sacudir as relações entre meios de co-municação, publicidade e público lei-tor/ouvinte/es pectador”. Ele lembra os vínculos do instituto com a Globo, que levaram “muitas emissoras de sucesso do Rio e, depois, também de São Paulo a se insurgirem con tra o que seria o sistema de apuração do Ibope. Em vão. É compreensível que, para as mesmas ou para as sucesso-ras, novos donos possam significar novas perspectivas”. A conferir!

Altamiro Borges é editor do Blog do Miro (altamiroborges.blogspot.com.br)

» Empresa que monopoliza pesquisas de opinião poderá passar para mãos de multinacional britânica

Ces

ar O

gat

ta/S

EC

OM

A ideia do governo municipal é que cada uma das 31 subprefeituras tenham poço próprio

Devido à falta de planeja-mento da Sabesp e do governo estadual, que não construíram novos reservatórios para garan-tir abastecimento em períodos de escassez, o estado de São Paulo corre o iminente risco de ficar sem água.

Diante do cenário, o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), optou por não esperar mais um plano de captação do Governo Alckmin e deci-diu perfurar poços artesianos por toda a cidade para casos de emergência. A ideia é que a

possível falta de água não afete equipamentos públicos essen-ciais, como creches e hospitais.

A Secretaria de Coordena-ção vai contratar uma empresa para perfurar poços em cada uma das 31 subprefeituras da cidade. “São para casos de emergência. Com esse mode-lo, conseguimos fazer um poço em 20 dias”, explica o engenhei-ro José Carlos Masi, assessor técnico de obras e serviços da secretaria. Cada poço custa em média R$15 mil.

As subprefeituras realizaram

um levantamento dos locais onde poderiam ser perfurados os poços. “Foi o prefeito quem nos pediu esse levantamento em função dessa crise de es-tiagem. A ideia é não precisar usar, mas temos uma alternati-va nas mãos caso seja necessá-rio”, afirmou o engenheiro.

Para construir os poços, é ne-cessário autorização do DAEE (Departamento de Águas e Ener-gia Elétrica) e uma licença da Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo, órgãos do governo estadual. (Do SpressoSP)

Contra crise, Haddad prevê poços artesianos pela capital» Prefeito criou plano emergencial para abastecer hospitais e escolas

crise da água

Em pesquisa do Ibope para o governo de SP, Alckmin lidera

Eleições 2014

Encomendada pela TV Glo-bo e pelo jornal O Estado de São Paulo, a pesquisa Ibope sobre o governo do estado de São Paulo, divulgada na terça--feira (23), apresentou pouca variação em relação ao último estudo, apresentado há duas semanas.

O atual governador Geraldo Alckmin (PSDB) se mantém na ponta das intenções de voto com 49%, um ponto a mais que no levantamento anterior. Já Paulo Skaf (PMDB), caiu um ponto e agora está com 17%. O candidato Alexandre Padilha (PT) manteve os 8%. Os votos brancos e nulos subiram de 11% para 12%.

Com esses números, caso a eleição fosse realizada hoje, o candidato tucano venceria no primeiro turno, pois teria mais voto que a soma de seus rivais. Para 45% dos entrevistados a administração Alckmin é “óti-ma” ou “boa”. Para 14% ela é ruim ou péssima.

Foram ouvidos 2.002 elei-tores entre os dias 20 e 22 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. (Do SpressoSP)

Justiça solta policial que matou camelô

criminalidade

Durou pouco a prisão do sol-dado da Polícia Militar Hen-rique Dias Bueno de Araújo, detido no dia 18 de setembro, depois de matar um vendedor ambulante, durante uma ope-ração para apreender merca-dorias ilegais.

Araújo foi preso em flagran-te por homicídio e levado ao presídio militar Romão Go-mes. Na noite seguinte, no entanto, a Justiça paulista de-terminou sua soltura e ele deve aguardar uma decisão final em liberdade.

Imagens gravadas por pes-soas que estavam no local mostram o momento em que Araújo dispara, com a mão direita, contra o rosto do am-bulante Carlos Augusto Muniz Braga, que morreu antes de chegar no hospital. O PM alega que disparo foi acidental.

Não é a primeira vez que Araújo é preso por matar al-guém em serviço. Ele responde a processo por ter matado, em abril, um morador de rua. De acordo com o PM, o homem se recusou a parar na abordagem e o ameaçou com uma faca. Araújo, então, atirou duas vezes contra a perna do morador de rua para, em seguida, o atingir no tórax. (Do SpressoSP)

Page 5: Brasil de Fato SP - Edição 050

5brasildefato.com.br 5

Fazendo o que precisa ser feito.

Acesse prefeitura.sp.gov.br ou ligue 156.

O antigo Clube Tietê agora é um parque para todos. A Prefeitura de São Paulo somou mais de 49 mil metros quadrados de esporte e lazer para a cidade.

A Prefeitura de São Paulo transformou o antigo Clube Tietê em um centro esportivo com 49 mil metros quadrados de área livre. O nome do novo parque é Centro Esportivo Tietê. Retomado pela Prefeitura (Decreto no 53.832/2013), o parque está aberto a toda a população da cidade. O Centro Esportivo conta com cinco ginásios, quatro quadras de tênis, quatro quadras de basquete, quatro quadras poliesportivas e pista de caminhada.

Agora é seu.Era um clube.

MTST cobra Sabesp por crise da água

Em protesto, MTST cobra Sabesp por racionamento

Em ato carregado de ironia, ma-nifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) si-mularam uma "dança da chuva" em frente a sede da Sabesp, na tarde de quinta-feira (25). O ato incluiu um "pedido" para que o santo católico São Pedro auxilie a empresa e o go-vernador Geraldo Alckmin (PSDB) a garantir o fornecimento de água ao estado.

Aproximadamente 5 mil pessoas participaram do ato e cobraram a Sabesp por praticar “cortes de água em bairros da periferia da capital paulista”.

Os sem-teto saíram da estação Faria Lima da Linha 4 – Amarela do Metrô e foram até a sede da com-panhia, na rua Sumidouro, em Pi-nheiros, zona oeste da cidade, para apresentar uma lista de bairros das zonas sul e leste, além de municí-pios da região metropolitana, onde há falta de água no período da noite e, às vezes, durante o dia.

“Uma coisa é fazer racionamento. Outra coisa é dizer que não está e, na periferia, cortar a água de noite. Nós já avisamos o governador que o problema estava ocorrendo e a Sa-besp nada fez”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Bou-los. (por Rodrigo Gomes, da RBA)

falta água

Page 6: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br6 brasil

por Igor FuserA batalha do BrasilMais além das particularidades

de cada um, os confli tos políticos do mundo atual têm sua chave explicati-va no modo como se inserem em um contexto maior, das relações interna-cionais. O atual cenário é o de empe-nho dos Estados Unidos em estender sua hegemonia a todo o planeta, eli-minando ou anulando qualquer ator com capacidade de se opor aos seus interesses, mesmo em esca la regional.

Nesse ponto reside a dimensão ge-opolítica de conflitos tão dife rentes: a campanha golpista contra o governo de Nicolás Maduro - herdeiro políti-co de Hugo Chávez - na Venezuela, a guerra civil na Síria e a ofensiva liberal-fas cista contra os russos na Ucrânia.

Aí se si tua, igualmente, a importân-cia do Brics - que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e à África do Sul - e da Unasul (União de Nações Sul-Ame-ricanas), pedras no sapato dos EUA. Por mais limi tadas que sejam essas iniciati-vas, sua simples exis-tência propicia um espaço mais favorável à construção de “um mundo onde caibam muitos mundos”.

As eleições brasileiras fazem parte desse embate glo bal. Nem o imperia-lismo estadunidense nem os variados atores que se antepõem a ele são in-diferentes ao futuro político do Brasil

– um país de destaque entre os perifé-ricos, erroneamente chamados de “emergentes”.

Se Dil ma Rousseff alcançar a reelei-ção, o Brasil manterá seu papel defensor de um mundo “mul-tilateral”, palavra-có-digo para a di luição do poder imperial dos EUA.

Na América Lati-na, o cenário será mais propício para uma integração regio nal voltada para o desenvolvimento econômico e so-cial, e para a redução das diferenças, tanto as que separam os países quanto as existentes dentro de ca da um deles.

Se, ao contrário, a atual presidenta for substituída por Marina Silva ou Aé-cio Neves (o que dá na mesma), a po-lítica exter na “ativa e altiva” desapare-cerá. O que virá em seu lugar já se pode vislumbrar: submissão aos inte resses dos EUA, adesão aos blocos neolibe-rais de livre-comércio, distanciamen-to dos parceiros latino -americanos que compartilham o mesmo anseio de integração soberana.

Além de tudo o que nos interessa e diz respeito na esfera doméstica, den-tro da nossa casa, é também isso o que estará em jogo em outubro próximo.

Igor Fuser é jornalista e professor de Relações Internacionais da UFABC.

» As eleições brasileiras fazem parte de um embate global entre um mundo multilateral e um imperial

O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Sobera-na do Sistema Político, realizado entre os dias 1° e 7 deste mês, chegou a quase 8 milhões de votos no país. Com cerca de 95% das urnas apuradas, o número de votantes atingiu 7.754.436 de votos, dos quais 97,05% votaram no “sim” e 2,57% no “não”. Bran-cos (0,2%) e nulos (0,17%) não chegaram a 0,5%.

Os números foram divulga-dos na quarta-feira (24), em entrevista coletiva que reuniu o presidente da CUT (Cen-tral Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, o coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Paulo Rodrigues, e Paola Estrada, da secretaria ope-rativa do Plebiscito.

Os organizadores considera-ram que a consulta pela Cons-tituinte foi vitoriosa. “É um resultado extraordinário, princi-palmente por ter sido ignorado pela mídia”, disse Vagner Freitas.

“O (governador Geraldo) Al-ckmin come um pastelzinho ou

Plebiscito por constituinte exclusiva tem quase 8 milhões de votosDo total, 97% foram favoráveis à realização de uma constituinte para mudar o sistema político

Reforma Política

Dilma amplia vantagem na corrida eleitoral

Eleições 2014

Aa candidata Dilma Rousse-ff (PT) na liderança com 38% das intenções de voto para a Presidência da República. A candidata do PSB, Marina Sil-va, aparece com 25% e Aécio Neves (PSDB) com 17%. A pesquisa Pesquisa Vox Populi/Carta Capital foi divulgada na quinta-feira (25). Na pesquisa anterior, Dilma tinha 36% das intenções, Marina, 28%, e Aé-cio, 15%.

Pastor Everaldo (PSC) teve 1% das intenções de voto. Luciana Genro (PSOL), Edu-ardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) tiveram juntos 1%. Vo-tos brancos e nulos somam 7% e os eleitores indecisos, 11%.

Em uma simulação de se-gundo turno, na disputa entre as candidatas Marina Silva e Dilma Rousseff, o empate téc-nico persiste. A petista tinha 41% e foi para 42%, enquanto a candidata do PSB passou de 42% para 41%.

Foram feitas 2 mil entrevis-tas em 147 cidades. O levanta-mento foi feito nos dias 23 e 24. A margem de erro é 2,2 pontos.

O próximo passo é levar o resultado aos três poderes

toma um cafezinho e vira notícia da mídia. E do plebiscito, que foi apoiado por vários candidatos à presidência da República, não saiu nada”, criticou Paola.

Apesar da convocação de um plebiscito ser atribuição do Congresso Nacional, cuja composição pode ficar ainda mais conservadora com a elei-ção de 2014, os organizadores acreditam que ele aconteça. “Nossa disputa será junto com a sociedade. Com as forças or-ganizadas e mobilização vamos criar um clima e um debate por um novo processo constituinte e não deixar a questão só com o Congresso”, explicou Rodri-gues, do MST.

O próximo passo dos movi-mentos reunidos em torno do plebiscito popular é levar os resultados para os principais representantes dos três pode-res nos próximos dias 14 e 15 de outubro: a presidenta Dilma Rousseff; o presidente do Su-premo Tribunal Federal, Ricar-do Lewandowski; e o presidente do Congresso Nacional, Renan

Calheiros. Os organizadores lembraram que lideranças im-portantes, ao participar, deram legitimidade ao processo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos candidatos

à presidência Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Lu-ciana Genro (Psol) e até Pastor Everaldo (PSC) participaram da votação. (por Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual)

Div

ulg

ação

Page 7: Brasil de Fato SP - Edição 050

7brasildefato.com.br 7brasileleições 2014

Onde estão negros, indígenas e mulheres nas eleições?» Dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos faz um raio-x da política e aponta sub-representatividade

» Nas eleições 2014, mais de 44% dos candidatos são negros

A campanha pelo plebiscito popular pela constituinte, rea-lizada en tre 1º e 7 de setembro, ampliou o debate sobre as desi-gualdades no processo elei toral e no sistema político brasileiro.

A sub-representatividade de negros, mu lheres e indígenas foi um dos temas mais comenta-dos ao lado do fim do financia-mento privado de campanhas eleitorais.

As discussões levantadas pe-los movi mentos sociais foram reforçadas por um relatório do Inesc (Instituto de Estu dos So-cioeconômicos), lançado logo em sequência, chamado “Perfil

dos Candidatos às Eleições 2014: sub-representação de negros, indígenas e mulheres: desa fio à democracia”.

O relatório constatou que dos 25.919 candidatos 44,2% são ne-gros. Também de monstrou que a maior parte dos parti dos ape-nas cumpre a definição legal de cotas mínimas de 30% para mulheres.

Dos 25.919 candidatos e can-didatas, apenas 83 são indígenas em todo o país, sendo 51 candi-datos a deputado estadu al, 24 a deputado federal e apenas 3 pa ra o Senado. Para presidente da Repú blica e governador de estado, não há ne nhum can-didato indígena. Nem mesmo entre os vice.

por Jorge Américo, Daniele Silveira e Leonardo Ferreira

O voto negro e o voto no negro

Dennis de Oliveira: “ O Esta-do brasileiro tem a opressão racial na sua gêne se”

Em 13 de maio de 1997, o senador Ab dias do Nascimen-to, destacado intelectual e ar-tista, se dirigiu à tribuna não para comemorar, mas para denun ciar a “mentira cívica” que completava 110 anos. O descontentamento com a Abolição da escravidão esta-va expresso na realidade da popula ção negra. “De escra-vos passaram a favelados, me-ninos de rua, vítimas prefe-renciais da violência policial, discriminados nas es feras da justiça e do mercado de traba-lho, invisibilizados nos meios de comu nicação, negados nos seus valores, na sua religião e na sua cultura”, disse.

Poucos negros ocuparam o Congresso Nacional na se-quência, como demons trou levantamento da ONG Trans-parência Brasil em 2013. Na-quele ano, somente 55 (10,7%) dos 513 deputados federais eram negros. Já no Senado, apenas três (3,7%) em 81 par-lamentares.

Relatório do Inesc aponta que, nas eleições 2014, dos 25.919 candidatos 44,2% são negros. Se o “voto negro” sig-nificasse “voto no ne gro”, terí-amos uma maioria negra nos cargos eletivos, visto que 55% dos brasileiros que têm direito a votar pertencem a esse gru-po étnico-racial.

O professor da USP e inte-grante do coletivo Quilom-bação, Dennis de Oliveira, ressal ta a importância de o discurso antirracis ta aparecer nas campanhas eleitorais pa ra que possam virar políticas pú-blicas sérias. “O Estado brasi-leiro é racis ta, tem a opressão racial na sua gêne se. Mas a nossa luta criou espaços insti-tucionais onde a gente possa atuar. Por isso é importante a nossa participação no proces-so eleitoral.”

Para a presidenta do Gele-dés Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro, inúmeros em-bates foram necessá rios para descontruir a men talidade de

Mulheres sofrem boicote eleitoral

Apesar de representarem 51% da população brasileira, menos de 9% dos parlamentares que ocupam o Congres so Nacional são mulheres. Desequilí brio que continuará na próxi ma legislatu-ra, já que nas eleições des te ano dos 25.919 candidatos, apenas 8.008 (30,90%) são mulheres.

Desde 2009, tornou-se obrigató-rio que ca da partido ou coligação preencha o mí nimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A assessora política do Inesc, Carmela Zigoni, explica as fragilidades do procedimento. “Nas eleições desse ano tem um gru po de mulheres que se candidatou, es tá concorrendo, mas elas têm 20 anos. Então, os partidos têm um recurso ale gando que na posse elas vão ter 21 anos, mas você tem uma porcentagem de can didaturas de mulheres que já está em risco de ser indeferido”, afirma.

Nestas eleições, segundo o Inesc, a proporção de mulheres brancas e negras que se candidatam é seme-lhante: 16,5% e 14,2%. (DS)

Há 28 anos Congresso não tem indígena

Desde que o cacique xavan-te Mário Juruna deixou o Con-gresso Nacional, no fim de 1986, nunca mais o país teve um ín-dio no parlamento. Com uma popula ção de 890 mil pessoas, os indígenas re presentam cerca de 0,4% da população brasileira, proporção que não se repete nos espaços de poder.

Para Sonia Guajajara, da Apib (Articulação dos Povos Indíge-nas do Brasil), as populações in-dígenas têm sido ex cluídas dos processos de tomada de de cisão.

“O Brasil demonstra que a or-dem que se prega é excluir essas representações das minorias, tanto de indígenas como de ne-gros e mulheres. Aí fica muito claro que o que manda mesmo é o poder eco nômico, o dinheiro. Fica declarado um país racista e excludente”, afirma.

No Brasil, existem pelo menos 305 po vos, com 274 línguas di-ferentes faladas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). (LF)

a que luta política dos negros fosse tratada como um sinto-ma da incapacidade pessoal de lidar com as di ficuldades da vida. “A elite nos dizia: ‘Não tem racismo e vocês fingem que acreditam e tudo vai dar certo enquanto esse acordo permanecer’. Esse acordo está rompido. O racismo já não precisa mais ser hipócrita ou sutil. Ele é explí cito”. (JA)

Page 8: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br8 entrevista

Nessa entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Singer aponta que o duelo de Marina e Dilma será pela maior faixa de eleitores com renda de dois a cinco sa lários mínimos mensais. “Você não tem chance nenhuma de ganhar a elei-ções no Brasil sem ter uma penetração importan te nessa faixa de renda”.

Na nossa 1a conversa, você não acre-ditava ser possível Marina vencer. Dez dias depois, ela está empatada com Dilma. O que dizer sobre esse cenário?Isso confirma um prog nóstico de que

hoje, com os da dos que temos, é difícil imaginar que ele consiga reverter essa situação, mas não é impossível.

A Marina já participou de lutas na es-querda, mas chamou para ser vice o Beto Albuquerque, ligado ao agrone-gócio. Como interpretar isso?Ela faz uma série de movimentos para se colocar nitidamente no centro do debate, e isso é uma tática eleitoral mui to inteligente. Essa maior proximi-dade da Marina com a esquerda tem a ver com dois elementos: o histórico, pois ela foi uma importante militante e depois diri gente do PT durante mui-to tempo; e esse vínculo por meio da questão ecológica e com os movimen-tos pela reforma agrá ria. Esses dois elementos, porém, são mais históricos do que presentes. O tipo de movimen-to que a Marina está fazendo hoje, de assinar esse tipo de compromis so com

esta eleição seria difícil. Não era algo im-possível de prever tendo em vista o fato de que a economia brasi leira teve uma redução importante do ní vel de cres-cimento, e diante disso, exis te um gra-dativo aumento da insatisfação social e uma queda constante da aprova ção do governo desde junho do ano pas sado. O que houve até aqui foi um fenô meno previsível, a Marina já tinha 27% das in-tenções de voto em abril deste ano. Ago-ra é que de certa forma começa o jo go. Uma vez que ela tenha se colocado na posição de que vá disputar com a pre-sidente Dilma, começam a aparecer as perguntas: o que ela pensa em fa zer? Qual é o seu projeto de país? O que ela representa? Começaram a apare cer questionamentos sobre a consistên cia das propostas dela. Eu acho que o elei-torado vai pensar nessas semanas que nos separam do pri meiro e segundo tur-nos. Quanto ao Aé cio Neves eu diria que

“Caso algo mude até a publicação, a gente pode marcar uma outra conver-sa”, disse o cientista político e profes-sor da USP André Singer no dia 25 de agosto. A pesquisa mais recente que tí nhamos em mãos mostrava Marina Silva (PSB) com 21% dos votos no pri-meiro turno e o tucano Aécio Neves (PSDB) com 20%. Dez dias depois, em 5 de setembro, na segunda parte des ta entrevista, Marina já estava 19 pontos na frente do tucano no primeiro turno, e 7 pontos na frente da atual presidenta Dil ma Rousseff (PT) no segundo. Dian-te disso, o professor é cuidadoso e não decreta pa receres categóricos.

A prudência de Singer tem várias ra-zões de ser. Para ele, os números mos-tram o que analistas políticos já espe-ravam: promessa de uma nova política, desejo de mudança e pouco crescimen-to econômico transformaria essa eleição na mais equilibrada dos últimos tempos.

“Uma vez que a Marina se colocou para disputar a presidência, começa a aparecer a pergunta: Qual é o seu projeto para o país?”

André Singer

“A virada de Marina para a direita deixa clara sua opção”

por Bruno Pavan

Mar

cos

San

tos/

USP

Im

agen

s

Page 9: Brasil de Fato SP - Edição 050

9brasildefato.com.br9 9brasildefato.com.br 9entrevista

setores da direita, apenas reflete ou ex-pressa de maneira mais clara a op ção que ela já fez há um bom tempo. Hoje, esses movimentos têm maior visibili-dade porque ela passa a ser uma peça muito impor tante no jogo eleitoral.

O que esperar de Marina na forma-ção dos Ministérios?Ela vai ter uma base partidária para um eventual governo muito frágil e vai ter que fazer enormes composi-ções, que será bem difícil porque ela tem centra do a plataforma dela na fundação de uma nova política. Esse é um dos grandes pro blemas dessa abordagem. Na prática, as dificulda-des para ela serão enormes por que a governabilidade, em alguma medi da, passa por uma maioria congressual. Sem isso, ela vai ter que negociar com os partidos que lá existem. Como ela se co locou no centro ideológico da disputa, a questão então será saber para que la do ela fará essa composi-ção. Porém, eu não acredito, num pri-meiro momento, que o PT se disponha a participar de um governo Marina. O PT é uma grande máquina partidária e vai fazer uma política de oposição para vol tar em 2018, caso perca as eleições. Por essa razão, eu acho que ela terá que se apoiar muito no PSDB. Ela pode tentar essa composição com forças heterogêne as em diversos par-tidos, mas me parece um caminho ar-

O que o PSDB precisa fazer para ga-nhar votos e se garantir no segundo turno da eleição?O desafio do PSDB nesta eleição é o de adquirir um perfil mais popular. Não é muito diferente do que ele vem tendo em 2002 e 2006. A gente sabe que há certo desejo de mudança hoje e isso é uma situação melhor para a oposi-ção. O proble ma para o PSDB está em que ele tem mui ta dificuldade de con-vencer a população de baixa renda de que ele tem uma alter nativa que pode favorecê-la.

O governo do PT em 2002 se deu sem rupturas e com mudanças graduais. Agora, Dilma enfrenta uma estagna-ção econômica. Que impacto isso traz?A situação que a gente vive está ligada à mudança da conjuntura eco nômica internacional e a dificuldade trazida pela baixa do crescimento, que está se expressando nessa vontade de mu-dar. Hou ve melhorias importantes no Brasil [nos governos PT], só que elas foram pauta das por um gradualismo extremo. Trouxeram as pessoas para uma condição de vida su perior a que elas tinham, mas que ain da está longe de uma situação em que o fundamen-tal es tá resolvido. Eu não concor do com a ideia de que o ciclo se esgotou, mas que ele se confrontou com uma si tuação bem mais difícil.

O distanciamento do PT com os mo-vimentos sociais pode ser responsá-vel pelas dificuldades do partido?Esse distanciamen to diz respeito ao que eu cha mo de passagem para o Lu-lismo, que é um modelo que não pas sa pela mobilização social, mas por uma transformação lenta e dentro da or-dem. Outra coisa é que a di minuição do crescimento em um país em que boa parte da popula ção ainda tem muito para melhorar pa ra chegar num estágio de satisfação das suas necessi-dades básicas, faz com que a insatisfa-ção aumente de maneira rápida. Esta-mos entrando no quarto ano de bai xo crescimento, portanto existe um acú-mulo na insatisfação, que se expressa-ram nas manifestações de junho e que têm se mantido. De tal forma que eu diria: são dois fenômenos reais, o dis-tanciamento dos movimentos sociais e a dificuldade eleitoral em 2014, mas acho que eles não estão diretamente relacionados. Observando a pesquisa do Ibope, se observa grande núme-ro de entrevistados que considera o gover no regular (37%). Desses, 24%

declara m voto na Dilma e 47% em Marina. Pra ganhar a eleição, o PT terá que ganhar votos de Marina necessa-riamente.

Você acha que é essa parcela de elei-tores terá que ser convencida?Essa é uma leitura possível, mas a que eu prefiro é outra. A candidatu-ra Marina já produziu uma novidade que é uma divisão no campo popu-lar. Ela conseguiu puxar uma parcela importante que são os eleitores com ganhos mensais de 2 a 5 salários mí-nimos. Não há chance nenhuma de ganhar eleição no Brasil se você não tem uma pe netração importante nes-ses eleitores, que são de renda baixa, mas que já superaram uma condição básica de pobreza. Eu acho uma ma-neira inte ressante de pensar que o fiel da balança na toma da de decisão está entre esses eleitores. Eles podem ser recuperáveis uma vez que ti veram uma ascensão de classe patrocina da, direta ou indiretamente, por progra-mas do governo. Essa é um elemen-to que joga a favor do PT. Se isso será suficiente para mudar o quadro, não é possível dizer nesse momen to, mas é uma possibilidade.

É essencial hoje uma reforma política?O movimento pela reforma política é uma das novidades mais interes-santes do último período. Ele apon-ta na direção de uma transformação necessária e posi tiva, que passa por democratizar a democracia. No ca so brasileiro, a reforma me parece fun-damental porque embora tenhamos as pectos democráticos como o refe-rendo, as conferências nacionais e a proposta de formaliza ção de par-ticipação por meio de conselhos, as campanhas elei torais são das mais caras do mundo e o sistema de finan-ciamento delas se trans formou em um sistema empresarial. Quando as campanhas ficam tão caras, você está numa condição em que o capital tem muita influência sobre o proces-so eleito ral, e o cidadão comum e os movimentos populares muito pou-ca. Penso que da ríamos um grande passo se conseguís semos modificar a forma de fazer cam panha. Do con-trário, vai acontecer o que se observa em diversos países, sobretudo nos mais desenvolvidos, em que há um esvaziamento da democracia, uma per cepção por parte dos eleitores que a po lítica não tem nada a ver com ele, que funciona descolada das as-pirações da própria sociedade.

riscado. Se ela vencer, terá que partir para uma composição partidá ria mais sólida do que pegar no mes aqui e ali de maneira fragmentada.

A polarização da disputa presiden-cial no Brasil seria PT x PSDB ou pe-tismo x antipetismo?Você tem esses dois fenômenos. Ape-sar de o sistema partidário ter dezenas de partidos registrados e represen-tados na Câmara dos Deputados, ele tem três partidos relevantes: PT, PSDB e PM DB. Nesse contexto, o PMDB apare ce como um partido que tem uma singu laridade que é não apresen-tar candidatos a presidente e de ser o fiador da governa bilidade no Brasil. Isso significa que, do ponto de vista partidário, a polarização PT x PSDB vai continuar existindo mesmo que Aécio Neves não vá para o segundo turno. Por outro lado, existe essa pola rização de pestismo x antipetis mo, e isso é bem forte. Eu diria que o an tipetismo é um fenômeno social e políti co impor-tante e que nesse momento está sendo canalizado na candidatura Ma rina Sil-va, que aparece como a pessoa que vai disputar a presi dência da República com o PT. Se ela vir a ganhar a eleição, é possível que faça um governo que, na prática, seja um gover no do PSDB com ela à frente. Não tendo uma estru-tura partidária e de aliança de classes, ela precisará desse suporte.

“O movimento pela reforma política aponta na direção de uma transformação necessária e positiva, que passa por democratizar a democracia"

“O eleitorado vai pensar e decidir nessas semanas que nos separam das eleições”

Ich

iro

Gu

erra

Page 10: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br10 fatos em foco

Mar

cos

San

tos/

USP

Mar

cos

San

tos/

USP

“O feminismo, por definição, é acreditar que tanto homens como mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais.”

Dados da educação municipal

Endividamento dos brasileiros

A indústria da transformação foi o setor que mais abriu postos de trabalho na região metropo-litana de São Paulo em agosto deste ano, na comparação com o mês anterior. O nível de ocu-pação na área aumentou 2,4%, com a geração de 39 mil novas vagas, revela a Pesquisa de Em-prego e Desemprego do Dieese e da Fundação Seade.

O setor de serviços manteve--se relativamente estável, com

O percentual de famílias endi-vidadas caiu e a proporção das inadimplentes manteve-se está-vel na passagem de agosto para setembro. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada quar-ta-feira (24) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 63,1% das fa-mílias têm dívidas em setembro.

Já os inadimplentes mantive-ram-se em 19,2%, de acordo com

Para facilitar o acompanha-mento do PNE (Plano Nacional de Educação), o site Observa-tório do PNE, que reúne in-formações sobre cada meta e estratégia do plano, disponibi-lizou números dos municípios brasileiros. Eles somam-se aos dados já disponíveis do país, dos estados e das regiões.

É possível, por exemplo, co-nhecer, por cidade, níveis de alfabetização, dos ensinos fun-

criação de 11 mil postos. Hou-ve redução na construção, com eliminação de 20 mil vagas; e no comércio, que deixou de ofertar 9 mil vagas.

O coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, acredita que o crescimento pode estar rela-cionado às medidas de estímu-lo ao retorno do crédito anun-ciadas pelo governo federal. A indústria emprega 1,632 milhão de pessoas na RMSP. (Da EBC)

a pesquisa, que mostra ainda que o percentual de pessoas muito endividadas caiu de 12,4% em agosto para 11,5% em setembro.

As principais dívidas das famí-lias são com cartões de crédito (75,1%), carnês (17,3%), finan-ciamento de carro (14,1%), crédi-to pessoal (9,6%), financiamento de casa (8,2%) e cheque especial (5,8%). O tempo médio do atraso do pagamento das dívidas é 58,4 dias. (Da EBC)

damental, médio e superior, de educação profissional, entre ou-tras questões.

Sancionado este ano, o PNE estabelece 20 metas que terão de ser cumpridas até 2024. Entre as diretrizes estão a erradicação do analfabetismo e a universa-lização do atendimento escolar.

O Observatório do PNE pode ser acessado no endereço: www.observatoriodopne.org.br. (Da Agência Brasil)

disse Emma Watson, atriz, estrela do filme Harry Potter, e embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, conferência das Nações Unidas.

An

ton

io C

ruz/

AB

r

Aumenta vagas na indústria

Ganhar as eleições está difícil, mas o candidato do PV já conquistou as re-des sociais. Em seu perfil no Twitter, ele responde e interage de forma gra-ciosa com os internautas, cada vez com mais fãs.

Eduardo Jorge

Com problemas no gol, defesa, meio-campo e ataque, a equipe paulista sofreu uma goleada do Goiás, em 6 a 0. Para segu-rar o tombo ladeira abai-xo, o time contratou um motivador profissional

Palmeiras

Fot

o: R

epro

du

ção

An

ton

io P

inh

eiro

s/G

ER

J

O número de doadores de ór-gãos no Brasil aumentou 89,7% nos últimos seis anos. Passou de 1.350, em 2008, para 2.562, em 2013. No mesmo período, o indicador nacional de doadores por milhão de habitantes subiu de 5,8 para 13,4, enquanto a fila de espera para transplante caiu de 64.774 mil para 37.736 mil (41,7%).

Dados divulgados pelo Minis-tério da Saúde nesta semana

apontam que, nos primeiros seis meses deste ano, o país rea-lizou 11,4 mil transplantes. Des-ses, 6,6 mil foram cirurgias de córnea, 3,7 mil de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão) e 965 de medula óssea.

O coordenador geral do Siste-ma Nacional de Transplantes, Heder Murari, sinalizou que o governo deve atingir a meta de 14 doadores por milhão de habi-tante até o fim do ano. (Da EBC)

Mais Doadores de órgãos

O prazo de inscrições no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para pessoas privadas de liberdade come-ça às 10h da próxima terça--feira (30). O procedimento é feito exclusivamente pela internet e termina no dia 30 de outubro. As provas serão aplicadas nos dias 9 e 10 de dezembro nos presídios e nas unidades de internação, no caso dos jovens que cum-prem medidas socioeduca-tivas. Em 2013, o Enem para pessoas privadas de liberda-de teve 30 mil inscritos.

Enem em prisões

Page 11: Brasil de Fato SP - Edição 050

11brasildefato.com.br 11mundosegurança

Caças Rafale, da Força Aérea Francesa, participam de ataques a alvos terroristas no Iraque

ONU

Dilma critica intervenções militares e repudia ofensiva israelense em Gaza

No discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, na quarta-feira (24), a presi-dente Dilma Rousseff criticou as intervenções militares, como a que os Estados Unidos inicia-ram recentemente no Iraque e na Síria, e criticaou a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

Dilma argumentou que o ca-minho deve ser pela paz e que os conflitos no mundo devem ser resolvidos de forma per-manente. “A cada intervenção militar não caminhamos para

a paz mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos. Verifica-se uma trágica multi-plicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários. Não podemos aceitar que essas manifestações de barbárie au-mentem, ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios.”

A presidente reforçou a po-sição de seu governo sobre a ofensiva de Israel à Faixa de Gaza, condenando o “uso des-proporcional da força” por par-te de Israel. (Do Opera Mundi)

Vaticano

Papa ordena 1ª prisão por acusação de pedofiliaO ex-núncio apostólico na

República Dominicana e ex-ar-cebispo de Cracóvia, Józef We-solowski, de 66 anos, foi detido na terça-feira (23) pela Gendar-maria do Vaticano por conta de uma investigação sobre crimes de pedofilia.

É a primeira vez na história que o Vaticano prende um pre-lado de tal nível.

Segundo o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi,

o monsenhor polonês está em prisão domiciliar na própria ci-dade-Estado por conta das suas condições de saúde debilitadas.

“A iniciativa tomada pelos ór-gãos judiciários é consequência da vontade expressa pelo Papa, de modo que um caso tão grave e delicado seja enfrentado sem atrasos e com o rigor necessá-rio”, afirmou.

Em junho passado, Wesolo-wski já havia sido condenado

pela Congregação para a Dou-trina da Fé em primeira instân-cia por abusos sexuais contra menores. A sentença canônica lhe rendeu a perda do seu es-tado clerical. Além disso, ele ainda irá responder a um pro-cesso penal diante de órgãos judiciários.

O arcebispo deve ir a julga-mento no fim deste ano tam-bém em um tribunal do próprio Vaticano. (Do Opera Mundi)

Conselho da ONU criminaliza adesões ao Estado IslâmicoBombardeios contra o grupo fundamentalista vêm sendo feitos na Síria

O Conselho de Segurança da ONU aprovou, na quarta-feira (24), resolução proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que os paí-ses tomem medidas para impe-dir que cidadãos se unam a gru-pos jihadistas como o EI (Estado Islâmico), que proclamou um califado em regiões do Iraque e Síria, e a Frente al Nusra, vincula-da à Al Qaeda. A resolução prevê que os países criminalizem cida-dãos por tentativas de viajar ou organizar viagens para se unir a “organizações terroristas”.

Obama ressaltou a impor-

tância da medida para evitar o aumento de combatentes es-trangeiros no EI. “A cooperação internacional para evitar que estes indivíduos cheguem à Sí-ria é um elemento crítico na es-tratégia para desgastar o EI”.

De acordo com o mandatá-rio, os serviços secretos norte--americanos estimam que o grupo jihadista atraiu “15 mil combatentes estrangeiros, de mais de 80 países diferentes”.

Horas antes, o grupo argelino Jund al Khilafa, ligado ao EI, di-vulgou um vídeo com o turista francês Hervé Gourdel sendo

decapitado.Desde segunda-feira (22) os

EUA, junto com países aliados, iniciaram bombardeios aéreos contra o EI no território sírio.

O Estado Islâmico é um um grupo formado no Iraque, em 2013, que vem tomando territó-rios iraquianos e sírios. Adepto de uma forma extrema de isla-mismo sunita, o EI tem perse-guido não muçulmanos como yazidis e cristãos, assim como muçulmanos xiitas, que consi-dera hereges. A CIA diz que o grupo pode ter até 31 mil com-batentes. (Do Opera Mundi)

Jean

-Lu

c B

run

et/

Min

istè

re d

e L

a D

éfen

se

Pal

azzo

chig

i

Brasil não foi consultado sobre declaração de desmatamento

O Brasil não assinou, na terça-feira (23), um tratado de combate ao desmatamento apresentado na Cúpula do Cli-ma, em Nova York, que reuniu mais de 120 chefes de Estado. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o país não foi consultado sobre a declaração.

“Infelizmente, não fomos consultados. Acredito que seja impossível pensar uma iniciati-va em prol das florestas a nível

mundial sem incluir o Brasil. Não faz sentido”, disse Izabella à agência Associated Press.

A “Declaração de Nova York” tem o intuito de reduzir pela metade o corte de florestas até 2020 e zerá-lo na década se-guinte. Entre outras metas, está a redução das emissões de gás carbônico de 400 a 450 milhões de toneladas por ano, nos pró-ximos seis anos, ou 2 bilhões de toneladas no total, até 2020. (Do Opera Mundi)

Rob

erto

Stu

cker

t F

ilh

o/ P

R

Page 12: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br12

Bateu aquela fome e a pri-meira coisa que você pensa é no macarrão instantâneo. São apenas três minutos para co-meçar a devorar... O que muita gente não sabe é que esses pro-dutos possuem grande quanti-dade de sódio – mineral que é o principal componente do sal que consumimos no dia a dia. E aí vem o perigo: sal em exces-so faz mal à saúde e doenças do coração.

A situação é tão grave que, em 2013, a OMS (Organização Mundial de Saúde) redefiniu os limites considerados acei-táveis para a ingestão de sódio. A orientação é que adultos e crianças devem consumir me-nos de 2 gramas de sódio (ou 5 gramas de sal) por dia – quan-tidade que equivale a uma co-lher de chá ou de 3 a 5 saqui-nhos, daqueles encontrados em restaurantes.

O sódio está presente na maioria dos produtos consu-midos pelas crianças, como fast food, salgadinhos, pães, chocolate ao leite, pipoca de micro-ondas e pizza. O tradi-cional X-burguer com catchup e maionese somado um copo de refrigerante chegam muito perto dessa cota diária.

De acordo com a SBC (So-ciedade Brasileira de Cardio-logia), de 6 a 8% das crianças brasileiras na faixa de 7 a 20 anos, já são hipertensas. E na maioria das vezes nem sabem que têm a doença, já que não existe uma cultura de medir a pressão arterial.

O diretor da SBC, Carlos Al-berto Machado, alerta que as possibilidades desses índices aumentarem são proporcio-nais ao número crescente de crianças obesas no país. “É importante mudar o estilo de vida dessas crianças”, afirmou.

Mas como fazer para ter uma alimentação saudável e ao mesmo tempo saborosa, sem abusar do sal? Tire o saleiro da mesa! A melhor maneira é substituí-lo por temperos na-turais, como cebola, alho, salsi-nha, cebolinha, orégano, hor-telã, limão, manjericão, entre outros. Se você ler os rótulos, perceberá que o sódio está pre-sente em grandes quantidades em bebidas e comidas indus-trializadas, por isso, prefira sempre os alimentos naturais! Por exemplo, que tal trocar o refrigerante – inclusive o light – por suco natural?

Nosso DireitoTempo especial: como melhorar o benefício

Tempo especial é aquele trabalhado em condições que prejudiquem a saúde ou a in-tegridade física do segurado. Os adicionais de periculosi-dade ou insalubridade dão um começo de prova do que seria isso.

A aposentadoria especial é devida, regra geral, após 25 anos de trabalho sob tais con-dições agressivas ao trabalha-dor, que, por conta disso, tem direito a ficar menos tempo na ativa.

Além disso, o aposentado especial não pode continuar a trabalhar na mesma função ou em um ambiente de traba-lho agressivo.

Por ser menor o tempo exi-gido para a aposentadoria especial, esse período vale

mais quando convertido para tempo comum. Por exemplo, dez anos de trabalho especial valem 14 de trabalho comum. E isso acaba melhorando o benefício na tabela do fator previdenciário.

Durante o mandato de Fer-nando Henrique Cardoso, nos anos de 1990, o enqua-dramento de tempo especial pelo INSS ficou mais difícil. Até 9/12/1997 existia uma presunção: uma lista de con-dições de trabalho dava o di-reito. O enquadramento era feito com as informações na

carteira de trabalho. Depois, com a nova regra,

passou a competir ao patrão declarar se o empregado tem ou não esse direito, por meio de formulários baseados em laudo técnico do local de trabalho. Hoje, o formulário chama-se PPP (Perfil Profis-siográfico Previdenciário).

A estratégia é: requerer a aposentadoria juntando pro-va do tempo de trabalho es-pecial (PPP, laudos técnicos, PPPs de colegas, etc.).

Não se pode aceitar um “não” no balcão do INSS. A negativa tem que vir por es-crito, para que o segurado possa entrar com ação judi-cial contra a recusa e pedir a conversão para tempo es-pecial.

por Thiago Barison

por Paula Fontoura

advogado trabalhista e previdenciário

da Fiocruz

» A melhor maneira de substituir o sal é utilizar temperos naturais, como cebola, alho, salsinha e orégano.

» Não se pode aceitar um “não” no balcão do INSS. A negativa tem que vir por escrito

Nossa SaúdeSódio: vilão silencioso da saúde

serviços

Colabore, envie suas perguntas, críticas, fotos, sugestões, charges e pautas para: [email protected]

Participe do jornal

As empresas brasileiras empregaram 33,9 milhões de pes-soas assalariadas em 2012. O número é 3,7% superior ao observado em 2011, quando os estabelecimentos empre-garam 32,7 milhões de pessoas. O dado é da pesquisa De-mografia das Empresas – 2012, divulgada quarta (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

contratações em alta

As despesas de brasileiros no exterior chegaram a US$ 2,354 bilhões, em agosto, o maior resultado para o mês registrado pelo Banco Central. Nos oito meses do ano, os gastos no exterior alcançaram US$ 17,254 bilhões. Em agosto do ano passado, as despesas tota-lizaram US$ 2,207 bilhões.

Gastos no exterior

Page 13: Brasil de Fato SP - Edição 050

13brasildefato.com.br 13variedades

A primavera não está lá muito quente, o sol ainda briga com o tempo frio para poder se firmar, no entanto, o Brasil de Fato SP já está no pique por uma vida mais saudável nesta primavera. Esta é uma receita de sala-da de frutas cremosa, mas, na verdade, é só um convite para você dar um pulo na feira e aproveitar as frutas e os sabores da estação!

Ingredientes- 3 bananas- 3 maçãs- 2 mamões- 1 manga- 4 goiabas- 8 morangos

- 3 laranjas- 1 lata de leite condensado- 1 copo de leite

Modo de preparoCorte todas as frutas, exceto as laranjas e goiabas, reserve. Faça um suco com as goiabas e o copo de leite, coe para retirar os caroços e reserve. Misture as frutas com o suco da goiaba, em seguida esprema as laranjas e misture o leite condensado. Leve para gelar e se delicie. O suco da goiaba pode ser substi-tuído por qualquer outro suco.

Tempo de preparo: 20minRendimento: 8 porções

Áries - 21.03 a 20.04O foco do momento são as relações. É um bom momento para firmar novas parcerias e relacionamentos. É hora de ser mais gentil e romântico e demonstrar mais profundamente seus sentimentos.

Touro - 21.04 a 20.05Sua rotina precisa de novidades, de prefe-rência algo que você goste muito de fazer. Cuidar da saúde e atividade artística são boas pedidas. Mas seu ambiente de trabalho também precisa de renovação e novidades.

Gêmeos - 21.05 a 20.06É um momento de diversão. Hora de priorizar as coisas prazerosas. Namorar, estar com os filhos e pessoas queridas. Atividades intelec-tuais e artísticas também. Sobre seus projetos, compartilhe apenas com quem torce por você.

Câncer - 21.06 a 22.07Os assuntos familiares estão em destaque. É um bom momento para ficar mais em casa, receber amigos e curtir a família. Os progra-mas românticos também são bem vindos. Até as conversas ficam positivas e esclarecedoras.

Leão - 23.07 a 22.08Está mais fácil falar o que precisa ser dito. Aproveite a boa comunicação para divulgar seus projetos e ideias e ter todas as conversas que precisa. Mas seja gentil, saiba ouvir os ou-tros também. Viagens e cursos em alta.

Virgem - 23.08 a 22.09Hora de cuidar do dinheiro. Boa semana para organizar suas finanças. Vale investir em algu-ma coisa boa, algo que faça você feliz. Vale também investir na relação e em tudo que trouxer alegria e prazer. Mas não gaste demais.

Libra - 23.09 a 22.10Um novo ciclo está começando. Com o Sol já no seu signo, é hora de colocar seus projetos em prática. Use seu charme, diplomacia e per-mita-se opinar sem medo. Valorize-se mais. É um período de mais popularidade e sorte.

Escorpião - 23.10 a 21.11A semana pede introspecção. Conteúdos inter-nos podem vir à tona e está mais fácil perceber o que você quer e também o que sente. Ainda assim, pode tomar algumas iniciativas. Assun-tos espirituais estão favorecidos.

Peixes - 20.02 a 20.03Hora de mudar coisas em sua vida. Você precisa rever seus conceitos, valores e padrões, e perce-ber que talvez seja necessário fazer mudanças ou ajustes. Momento de novidades importantes no campo profissional. Mas não idealize.

Aquário - 21.01 a 19.02Você pode dar mais um passo em direção ao tão sonhado futuro. Fazer planos, ousar e começar uma coisa nova. Bom para viagens ou planejar futuras viagens. Os cursos também são bem vindos. Só é importante ter certeza do que quer.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Sua vida profissional ganha novidades, mas é preciso ser leve e saber aproveitar. Bom para fazer contatos e investir em cursos, iniciar novos projetos e continuar o que está dando certo. Associe-se e divida as responsabilidades.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Boa semana para estar com amigos e sair com pessoas queridas. Você também pode conhecer gente nova e ampliar seus contatos, trazendo novas oportunidades e momentos de diversão. Cuide apenas de sua ansiedade.

BOA & BARATA • [email protected]

Horóscopo • 26 DE setembro a 2 de outubro DE 2014

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL

BANCO 69

CPSCSORRATEIROANEELNN

INDISTINTOSTETOOIE

VADIATERMALCRTRAMAH

ORACIARCOUCVENALLD

BAZUCAVAMÃELAALMAC

TRADICIONALEEEARRA

INTIMIDADOSTROTAOS

REMANESCENTE

Adjetivoassociadoao andar

dos felinos

AgênciaNacional

de EnergiaElétrica

A vogalmarcada

no jogo davelha

Que nãopodem servistos com

nitidez

TomieOhtake,artista

plástica

Vitaminapresenteem olea-ginosas

Fonte (?),atração

natural daIslândia

Mulher de compor-tamentolibertino

A dacomédiacostumaser leve

Antigadivisãoentre o

povo celta

Armalançadorade mísseis

Nobrezade (?):

magnani-midade

Temerososcomo os

que sofrem"bullying"

A maislacônica

dasrespostas

(?) Juan,lenda

espanhola

Aquilo queresta deum todo

Dado doplano de

voo

A tecla"apagar"em calcu-ladoras

"Transtor-no", em

TOC(Psiq.)

Orelha, em inglêsMeu, emfrancês

Criação de BramStoker (Lit.)

Time de Recife conhe-cido como Cobra-coral

Reunião em que osprofessores avaliam

a situaçãodos alunos

Calculadas

Arma deRobin

Hood (Lit.)

Tentou fugirde Cretavoando(Mit.)

SolícitaAutoridadeno Absolu-

tismo

Corrupto(fig.)

É numeradano cinema

"Amor sóde (?)"(dito)Habita

Exigir o compare-cimento de (jur.)

(?) ornamental,esporte olímpico pra-ticado empiscinas

O corte decabelo dosoldado

A festa de 15 anos queconta com"príncipe"

e valsa

Aprove

Volt-ampère

(símbolo)

Lima Du-arte, atorHomem,

em inglês

(?), seca e oleosa:tipos de pele

Formatodo rodo

Newton(símbolo)

Saudaçãojovial

Chá, eminglês

VitaminaantigripalSuportedo pneu

M Ã E

3/ear — man — mon — tea. 5/venal. 6/bazuca. 9/santa cruz.

Rep

rod

uçã

o

Salada de frutas cremosa

Em semana de Lua Nova, tudo fica diferente. Esse é aquele momento para plantar novas sementes e ter mais iniciativa, já que o terreno está mais fértil. Agora iniciamos a Lunação Libriana, que coloca foco especial nos relacionamentos e parcerias em geral. Sol e Lua ainda contam com a participação da Vênus, que está em Virgem, para sugerir que a vida tenha mais beleza, equilíbrio, prazer e diplomacia. É hora de cuidar ainda melhor de quem gostamos e do que temos. Um bom momento para começar a fazer coisas que sempre gostamos, mas nunca fizemos, ou retomar velhas atividades prazerosas.

Titi Vidal, astróloga | titividal.com.br

Page 14: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br14 cultura

Tela "Operários", da pintora modernista Tarsila do Amaral, é o destaque da mostra

arte

Última semana para aproveitar mostra que trata das raízes do povo brasileiro

A identidade do povo brasi-leiro é desvelada na exposição “Raízes Mestiças”, que acontece no Instituto Tomie Ohtake até o dia 5 de outubro. Os tons de pele, os traços dos rostos e as histórias que formam a cultu-ra miscigenada da qual somos originários está exposta em 400 obras, entre pinturas, escultu-ras, instalações, mapas, fotos, artesanatos e vídeos, acompa-nhadas por textos explicativos.

Fruto de dois anos de pes-quisa dos curadores Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz, a exposição tem como objetivo “provocar e trazer à tona um tema que, de alguma maneira, tem existência ainda discreta entre nós brasileiros. Quem mestiçou quem? Como se mistura inclusão com exclusão social? Como se combinam prazer e dominação? Quais são as diferentes histórias es-condidas nesses processos de mestiçagem?”.

Seis partes dão unidade à mostra: Mapas e Trilhas; Más-caras e Retratos; Emblemas Nacionais e cosmologias; Ritos e religiões; Trabalho; e, Tramas e Grafismos. A cronologia não é uma linha que move a expo-sição, portanto, entre no clima dos temas e não do período histórico em sequência. Permi-ta-se interagir com o universo dessa miscigenação proposta pelos curadores.

Uma das inspirações trans-versais à exposição é o livro “O povo brasileiro” (1995), do an-tropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997). Trechos do mesmo e de outros autores, além de cartas e documentos históricos, aju-dam a dar o tom da mostra.

O ponto alto dessa reunião de obras é a tela “Operários” (1933), da pintora modernis-ta Tarsila do Amaral (1886-1973). Não há como não se perder em meio aos rostos de variadas origens presentes no quadro, ao mesmo tempo em que se procura os traços fami-

liares da nossa gente trabalha-dora ali retratada.

Raízes MestiçasData: Até 05/10 - Ter a Dom, das 11h às 20hLocal: Instituto Tomie Ohtake – Rua dos Coropés, 88, PinheirosGratuito

Identidade brasileira é tema de exposição "Raízes Mestiças" no Tomie Ohtake

por Vivian Fernandes

Cinema

O filme "Hoje eu quero vol-tar sozinho", do diretor Daniel Ribeiro, vai representar o Bra-sil na disputa da categoria de "Melhor Filme Estrangeiro" no Oscar de 2015. A produção, no entanto, ainda terá que passar por um juri junto a outras 17 obras. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood selecionará cinco fi-nalistas para disputar o prêmio.

O longa-metragem mostra o romance entre um adoles-cente cego (Guilherme Lobo) que descobre a sexualidade ao encontrar com seu colega de turma interpretado por Fábio Audi, em meio a desavenças com sua mãe. A estreia mundial foi durante o Festival de Berlim, em fevereiro. A produção ga-nhou o prêmio de melhor longa com temática LGBT e o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema.

O anúncio da escolha para disputar o prêmio internacio-nal foi feito pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, no dia 18 de setembro, em evento na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

"Fico muito feliz com a in-dicação de um filme que tem sensibilidade ao tratar com delicadeza um tema universal como homossexualidade, que pode aproximar muito a gente dos jurados da academia", disse a ministra.

A 87ª edição do Oscar será em 22 de fevereiro.

"Hoje eu quero voltar sozinho" representa o Brasil no Oscar

"Hoje eu quero voltar sozinho"

Fot

os: d

ivu

lgaç

ão

“Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a cruel-dade mais atroz aqui se conju-garam para fazer de nós a gen-te sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. (...)

A mais terrível de nossas he-ranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a ex-plodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. Ela, po-rém, provocando crescente in-dignação nos dará forças, ama-nhã, para conter os possessos e criar aqui uma sociedade so-lidária.” – Darcy Ribeiro, 1995.

O povo brasileiro

Rita Heroína, Adriana Varejão

Page 15: Brasil de Fato SP - Edição 050

culturacultura {agenda cultural}

zona sul

Rap nacionalA 1ª Festa Comunidade Natividade, que reúne expoentes do atual cenário do rap nacional, na Vila Industrial - Casinhas. O evento terá com o lançamento do CD do Dikampana “#Brazika” (Mistura Brasileira) e atrações como Xis, De Menos Crime, Tati Botelho, Raphão Alaafin, Herança em Preto e Branco, Q.I. Alforria e Vato Loko Mc.

Sáb (27), às 17h – Entrada Gratuita – Casinhas – Rua Cachoeira Nova Vida, s/nº, Vila São Nicolau.

O HobbitA Festa Hobbit 2014 celebra o aniversário de Frodo e Bilbo, personagens de “O Hobbit”, livro de fantasia, escrito por J. R. R. Tolkien. A programação conta com estandes de venda, exposição, palestras, oficinas e gastronomia. A Festa é organizada pelo Conselho Branco – Sociedade Tolkien, junto com a Gibiteca Balão!.

Dom (28), das 10h às 1oh – Entrada 1kg de alimento não perecível (exceto sal) – Centro Cultural Casa da Memória – Rua Antonio Carlos de Oliveira Cesar, 97, Jardim Cleide.

zona oeste zona norte

GraffitiO 1º Encontro de Graffiti da Rua Pra Rua reúne grafiteiros e simpatizantes desse tipo de arte, que poderão abordar as ma-nifestações artísticas na região do Grajaú.

Além do bate-papo, também será apre-sentado o filme Cidade Cinza.

Dom (28), às 9h – Entrada Gratuita – Bairro Cantinho do Céu – Rua Rodrigues Alves, Grajaú.

zona leste

o Festival TIM Music na Rua promove gran-des shows e dezenas de poquet shows pe-las ruas. No sábado (27), é a vez de 5 a Seco, Felipe Cordeiro, Maracatu Bloco de Pedra, Movimento 90°, DJ Rodrigo Bento, Maraca-tu Bloco de Pedra, Live Painting – Boleta

Sáb (27), das 13h às 19h – Entrada Gra-tuita – Largo da Batata – Rua Pedro Cristi, s/número, Pinheiros.

TeatroA peça “Ilhada em Mim” é sobre a poetisa nor-te-americana Sylvia Plath, que materializa ex-periências reais e imaginárias regidas pela força destrutiva e lírica que orientou sua vida.

Sex (26) e Sáb (27), às 20h30 – R$ 25 (R$ 12,5 meia) – Sesc Santana – Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Santana.

Filme para criançasA Mostra Nueva Mirada recebe o filme “Histó-rias do Vento”, sobre uma criança que vê uma galinha nascer e se interessa pela gravidez da mãe, do diretor Javier Beltrán Ramos, na Sala de Internet Livre.

Sáb (27), às 10h30, 13h30 e 16h30 – Entrada Gratuita – Sesc Santana – Avenida Luiz Du-mont Villares, 579, Santana.

centro

Roteiro do VinilO II Festival Kekanto – Roteiro do Vinil promove shows, food trucks, worshops e atividades, tudo para se divertir e co-nhecer mais o universo dos vinis, nas três unidades do Casarão do Vinil, na Mooca.

Sáb (27), das 10h às 20h – Entrada Gra-tuita – Casarão do Vinil – Rua dos Tri-lhos, 1212; Rua do Oratório, 273; Rua da Mooca, 3401; Mooca

Conto de fadasO mundo dos contos de fadas toma conta da Galeria Olido. Em parceria com o Goethe Institut, o espaço exibe a mostra “Era uma vez… Fábulas, contos de fadas e aventura no cinema alemão”, reunindo produções alemãs destinadas ao público infantojuvenil.

De 23/9 a 15/10, Ter a Dom das 15h às 19h – R$ 1 (R$ 0,50 meia) – Galeria Olido – Avenida São João, 473, do térreo ao 2º andar, Centro.

GastronomiaO Banquete da Virgílio promove a reunião de chefs, food trucks, drinks e muito jazz ao ar livre para celebrar a chegada da primavera. O público pode provar diversos pratos (de até R$ 20) de nomes como Bamboleiras, Buzina Food Truck, Los Mendozitos, Olea, Suri Ceviche Bar e o Empório São João.

Sáb (27), a partir das 17h – Entrada Gratuita – Rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, 47, Pinheiros .

Festival de música

Fot

os:

div

ulg

ação

Mulher no cinemaA oitava edição do “Festival Internacional Paidéia de Teatro para a Infância e Juventude: Uma Janela para a Uto-pia“ conta com a presença de convidados internacionais., em peças, oficinas, filmes e debates. O evento ocorre na sede da Cia. Paidéia, no Alto da Boa Vista, e no Sesc Santo Amaro.

De 26 a 29/9, das 8h às 20h – R$ 20 (R$ 10 meia) – Cia Paideia de Teatro – Rua Omar Cardoso, 153.

Page 16: Brasil de Fato SP - Edição 050

brasildefato.com.br16 esportemundial

Meninas do vôlei vão para as disputas da segunda fase»Seleção brasileira segue na busca pelo título inédito de campeã do mundo

FIV

B

polêmicafutebol

velocidade

Pós-Copa pênaltis crescem 150%

A Copa do Mundo no Brasil deixou marcas no nosso fute-bol. Para além das saudades de ver em campo craques interna-cionais, os campeonatos nacio-nais registram uma nova fase.

Após a passagem da comis-são de arbitragem da Fifa no país, ficaram recomendações como a nova norma de mão na bola dentro da área. Acaso ou consequência, o fato é que o número de pênaltis marcados

A Coreia do Sul pode voltar a sediar um GP de Fórmula 1. Nesta temporada, o país não es-teve no calendário de corridas.

De acordo com o jornal To-day, de Cingapura, uma dele-gação sul-coreana se encon-trou com Bernie Ecclestone, presidente das empresas que gerenciam a F1, para apresen-tar um projeto de sede para Seul. A ideia seria a de uma corrida noturna pelas ruas da capital sul-coreana, o que po-deria acontecer em 2016. Este é o mesmo modelo da corrida em Cingapura.

De 2010 a 2013, a Coreia do Sul recebeu um Grande Prê-mio no circuito de Yeongam, mas a prova não fez sucesso e o público ruim causou e preju-ízos aos organizadores e aca-bou tirando o país do calendá-rio da F1.

Em 2015, haverá 20 etapas de F1, com o acréscimo do GP do México. (Da Redação)

F1 de volta à Coreia do Sul

A seleção feminina de vôlei está classificada para a segun-da fase do Mundial e segue na busca pelo título inédito. A vi-tória veio contra a seleção do Canadá, na quinta-feira (25), por 3 a 0, selou a vaga para a próxima etapa. Assim como havia acontecido na partida anterior, quando as reservas do Brasil bateram Camarões sem sustos, a equipe passou pelas canadenses. Outra se-lecão que levou um baile das brasileiras foram as jogadoras da Bulgária, que também fo-ram derrotadas por 3 a 0.

No sábado, o enfrentamen-to contra a Turquia e, no do-mingo, com a Sérvia fecham as partidas válidas ainda para a primeira fase do campeona-to. O Mundial de Vôlei femini-no acontece na Itália.

O destaque brasileiro vem sendo a jogadora Jaqueline,

que comentou sobre a con-fiança do time após a partida contra o Canadá. “Acredi-to muito na nossa equipe, a gente vem evoluindo, vem crescendo, espero que esse momento aqui seja nosso, a gente merece, vem treinan-do muito, vem se esforçando muito”, disse.

Nas últimas duas edições do Mundial, a Seleção feminina de vôlei chegou bem perto do título, mas viu o ouro escapar em derrotas, no tie-break para a Rússia, nas finais de 2006 e 2010. Agora, a equipe coman-dada por José Roberto Guima-rães — atual bicampeã olímpi-ca — espera um final diferente.

Enquanto isso, o vôlei mas-culino do Brasil possui mais títulos em Mundiais, com nove medalhas de ouro. No entanto, acabou perdendo na final do último torneio. (Da Redação)

Seleção uruguaia cria desfalques em Corinthians e São Paulo

A seleção do Uruguai soltou a lista de convocados, na quin-ta-feira (25), e gerou dor de ca-beça para as equipes do Corin-thians e do São Paulo. A equipe celeste irá disputar amistosos contra Arábia Saudita e Omã, no início de outubro.

O técnico uruguaio, Óscar Tabárez, chamou Álvaro Pe-reira e Lodeiro, podendo des-falcar São Paulo e Corinthians, respectivamente, por até duas rodadas do Brasileirão. O go-leiro Martín Silva, do Vasco, também foi convocado.

Já que os amistosos do Uruguai serão realizados no Oriente Médio, nos dias 10 e

13 de outubro, os jogadores que atuam nas equipes brasi-leiras devem ficar de fora das rodadas de número 27 e 28.

Além de Lodero, o Corin-thians também não poderá contar com Elias e Gil, am-bos convocados pela seleção brasileira, além do atacante Guerrero, chamado para a seleção peruana.

Com quatro jogadores au-sentes, o Corinthians terá pro-blemas para escalar seu times no Brasileirão, mas também na Copa do Brasil, na qual enfrenta o Atlético-MG pelas quartas-de-final, no dia 15 de outubro. (Da Redação)

no Campeonato Brasileiro após o Mundial cresceu 150%.

Nas nove primeiras rodadas, disputadas antes da pausa para a Copa, foram marcados dez pênaltis no Brasileirão - média de 1,1 por partida. Com a volta da competição, em 14 rodadas foram marcadas 38 penalida-des - média de 2,7 por rodada. A média geral de pênaltis no ano passado foi de 2,1 marca-dos por rodada. (Da Redação)

Seleção brasileira feminina nunca ganhou um Mundial de vôlei

Lodeiro é um dos desfalques