Braquiária com Crotalária na Entressafra: Efeito Positivo...
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BOLETIM DE PESQUISA E
DESENVOLVIMENTO
83
ISSN 1679-0456Dezembro, 2019
Braquiária com Crotalária na Entressafra:
Efeito Positivo na Soja em Sucessão
ISSN 1679-0456Dezembro, 2019
BOLETIM DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
83
Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Agropecuária Oeste
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Embrapa Agropecuária OesteDourados, MS
2019
Rodrigo Arroyo Garcia
Luís Armando Zago Machado
Braquiária com Crotalária na Entressafra:
Efeito Positivo na Soja em Sucessão
Comitê Local de Publicações Embrapa Agropecuária OesteBR 163, km 253,6
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Eliete do Nascimento FerreiraRevisão de texto
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Carlos Eduardo Felice BarbeiroProjeto gráfico da coleção
Eliete do Nascimento FerreiraEditoração eletrônica
Foto da capaRodrigo Arroyo Garcia
1ª edição E-book (2019)
Alexandre Dinnys Roese, Christiane RodriguesCongro Comas, Éder Comunello, Luís Antonio Kioshi Aoki Inoue, Marciana Retore, Marcio Akira Ito e Oscar Fontão de Lima Filho
Garcia, Rodrigo Arroyo Braquiária com crotalária na entressafra: efeito positivo na sojaem sucessão / Rodrigo Arroyo Garcia, Luís Armando Zago Machado. ─ Dourados, MS : Embrapa Agropecuária Oeste, 2019. 18 p. : il. color. ; 16 x 22 cm. ─ (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento / Embrapa Agropecuária Oeste, ISSN 1679-0456 ; 83).
1. Consórcio – braquiária – crotalária. 2. Soja. 3. Braquiária. 4. Crotalária. 5. Sucessão de cultura. I. Machado, Luís Armando Zago.II. Embrapa Agropecuária Oeste. III. Título. V. Série.
Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Agropecuária Oeste
Silvia Mara Belloni (CRB1-1662) Embrapa, 2019
Sumário
Resumo ......................................................................................5
Abstract ....................................................................................6
Introdução...................................................................................7
Material e Métodos ...................................................................9
Resultados e Discussão ...........................................................11
Conclusões ...............................................................................17
Agradecimentos ..............................................................................17
Referências 17 ..............................................................................
5
Resumo O consórcio de braquiária com crotalária na entressafra é uma –
alternativa para produção de fitomassa no Sistema Plantio Direto, com
aumento na produtividade da soja em sucessão. O experimento foi conduzido
na Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, Mato Grosso do Sul. Na
entressafra de 2017, 2018 e 2019, foi cultivada Brachiaria solteira ou
consorciada com Crotalaria juncea, C. spectabilis ou C. ochroleuca. A soja foi
conduzida no verão nas safras 2017/2018 e 2018/2019. Utilizou-se o método
da linha intercalar, com espaçamento entrelinhas entre espécies de 45 cm. A
gramínea solteira teve espaçamento entrelinhas de 45 cm. A semeadura do
consórcio foi em uma única operação, com as sementes de braquiária
depositadas na terceira caixa, enquanto as de crotalária foram
acondicionadas no compartimento de sementes graúdas. Amostras das
plantas de cobertura foram coletadas para determinação da produção de
biomassa na entressafra. A soja cultivada em sucessão também teve a
produtividade de grãos determinada. A produção de fitomassa da braquiária
solteira é maior, apesar de o consórcio também resultar em quantidades
expressivas. A produtividade da soja em sucessão aos consórcios de
braquiária com C. juncea ou C. spectabilis foi superior à da soja após
gramínea solteira. Já o consórcio braquiária + C. ochroleuca resultou em
valores de produtividade de soja intermediários. Portanto, o consórcio de
braquiária com crotalária na entressafra, em método de linha intercalar, além
de ser uma alternativa para diversificar o sistema de produção, aumenta a
produtividade da soja em sucessão.
Termos para indexação: consórcio, plantas de cobertura, leguminosas,
gramíneas.
1
2
Engenheiro-agrônomo, doutor em Agricultura, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS.
Engenheiro-agrônomo, doutor em Zootecnia, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS.
Braquiária com Crotalária na Entressafra:Efeito Positivo na Soja em Sucessão
Rodrigo Arroyo Garcia1
Luís Armando Zago Machado2
Abstract – Brachiaria intercropped with sunn hemp in fall/winter season can be
an alternative for dry matter production in no-till system, increasing soybean
yield in succession. The experiment was carried out in Embrapa Agropecuária
Oeste, Dourados, Mato Grosso do Sul. Single Brachiaria or intercropped with
Crotalaria juncea, C. spectabilis or C. ochroleuca were evaluated in 2017, 2018
and 2019 off-seasons before soybean was cultivated in 2017/2018 and
2018/2019 as main crop. Single Brachiaria was sown at 0.45-m row spacing,
being the same for intercropping treatments in every other row. Sowing of the
intercropping system was carried out simultaneously, with brachiaria seeds
deposited in an additional thied compartment and sunn hemp seeds placed in
the large seed compartment. Cover crop samples were collected to determine
off-season biomass production. Soybean grain yield was also determined.
Single brachiaria phytomass production is higher, although the mixed-crop also
results in significant amount. Soybean yield in succession to C. juncea +
brachiaria or C. spectabilis + brachiaria was higher than soybean after single
grass. Brachiaria + C. ochroleuca intercropping resulted in intermediate
soybean yield. Brachiaria intercropped with Crotalaria is an alternative for
biomass production in no-till, increasing soybean yield in succession.
Index terms: intercropping, cover crops, leguminous species, grasses.
6
Brachiaria With Sunn Hemp in Fall/Winter:Positive Effect on Soybean in Succession
A entressafra é um período do ano com condições climáticas menos
favoráveis, mas estratégico para trazer melhorias aos sistemas de produção,
com práticas agrícolas que não sejam onerosas e, principalmente, com
benefícios para a cultura em sucessão, predominantemente a soja. Em
regiões de condições edafoclimáticas mais restritivas, a viabilidade da soja
cultivada no verão é favorecida pela presença das braquiárias no sistema de
produção, considerando o potencial na formação de palha e nas melhorias no
perfil do solo (Salton et al., 2017).
O consórcio, caracterizado pelo cultivo simultâneo de mais de uma
espécie, é outra prática agronômica estratégica para intensificar o sistema de
produção, agregando maiores benefícios. Caso de sucesso é o milho
consorciado com a forrageira, em que há possibilidade de pastejo da
gramínea após a colheita do milho ou apenas formação de palha para a soja
em sucessão (Ceccon et al., 2017). O consórcio apenas com espécies de
plantas de cobertura também já foi avaliado, como no trabalho de Heinrichs et
al. (2001). Mais recentemente, estão sendo oferecidos aos produtores
“coquetéis” com a mistura de diversas espécies, tendo como objetivo agregar
pontos positivos de espécies distintas, favorecendo o desenvolvimento da
cultura principal em sucessão. No entanto, não fica clara qual é a contribuição
das diferentes espécies para o sistema, além do custo elevado com
sementes, que acaba desestimulando o produtor.
As espécies do gênero Crotalaria também podem ser introduzidas em
cultivos consorciados. Já são conhecidas pelo setor produtivo em razão do
grande potencial no fornecimento de nitrogênio e controle dos principais
nematoides prejudiciais às culturas da soja e milho. Além disso, por serem
leguminosas, há maior apelo técnico para a combinação com uma gramínea,
especialmente as forrageiras. Também é uma alternativa para sistemas de
integração lavoura-pecuária, com possibilidade de pastejo, resultando em
incrementos de proteína para o animal e melhorias na formação da pastagem.
No entanto, algumas são tóxicas aos animais em pastejo, como a Crotalaria
spectabilis.
A implantação desses modelos de produção, em linha intercalar, é outra
característica importante que pode resultar em maiores ganhos, pois há um
Introdução
7Braquiária com Crotalária na Entressafra: Efeito Positivo na Soja em Sucessão
período maior de crescimento de cada espécie sem que haja grande
competição, já que são espécies de diferentes famílias botânicas. Desse
modo, o potencial de cada espécie é “explorado” por um intervalo de tempo
maior, ao contrário do que ocorre quando se misturam sementes de diversas
espécies, em que há domínio de algumas delas após as fases iniciais do
desenvolvimento.
Assim, objetivou-se avaliar, na entressafra, a produção de fitomassa do
consórcio de com ( , ou Brachiaria Crotalaria C. juncea C. ochroleuca C.
spectabilis) em linhas intercalares, durante 3 anos agrícolas, além dos efeitos
na produtividade da soja cultivada em sucessão.
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O experimento foi conduzido na Embrapa Agropecuária Oeste, em
Dourados, Mato Grosso do Sul, em um latossolo vermelho distroférrico, de
textura argilosa. Os tratamentos foram constituídos por três espécies de
crotalárias (C. juncea, C. ochroleuca ou C. spectabilis) consorciadas com
braquiária. A gramínea forrageira cultivada de forma solteira foi utilizada como
testemunha. Não foram utilizadas as crotalárias solteiras, pois levou-se em
consideração a necessidade da presença da forrageira, por causa do
potencial de produção de palha e raízes nos sistemas de produção.
Utilizou-se delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições.
Cada unidade experimental foi composta de 6 metros de largura por 15 metros
de comprimento. Os tratamentos de entressafra foram repetidos nas mesmas
parcelas nos anos de 2017, 2018 e 2019. Nas safras 2017/2018 e 2018/2019
cultivou-se soja em toda área experimental, sendo possível avaliar o efeito do
cultivo dos consórcios na soja em dois anos agrícolas.
As semeaduras dos tratamentos foram realizadas nos dias 3 de março de
2017, 28 de fevereiro de 2018 e 6 de março de 2019. Para os consórcios,
utilizou-se o método da linha intercalar, estando a linha da braquiária com
45 cm de espaçamento para a crotalária e 90 cm para a próxima linha da
braquiária. A braquiária solteira teve espaçamento entrelinhas de 45 cm.
Apesar de a braquiária, no consórcio, estar com 90 cm de espaçamento para a
próxima linha de braquiária, não teria sentido prático adotar o tratamento
solteiro também com 90 cm. Ademais, não é comparada a produção da
gramínea solteira com a gramínea do consórcio, e sim com a produção total do
sistema (crotalária + braquiária). Utilizou-se uma plantadeira SHM 1517, de
plantio direto, com presença da terceira caixa, o que viabilizou a implantação
do experimento em apenas uma operação. Não foi realizada adubação nesse
cultivo de entressafra.
-1Para a forrageira solteira foram utilizados 5 kg ha de sementes puras
viáveis. Para os consórcios adotou-se 60% da recomendação de cada -1 -1espécie solteira, resultando em 3 kg ha para as braquiárias e 15 kg ha- ;
-1 -19,0 kg ha e 4,8 kg ha para as crotalárias juncea, spectabilis e ochroleuca,
respectivamente. Resultados preliminares (dados não publicados)
evidenciaram que o uso da densidade de semeadura “cheia” das duas
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Material e Métodos
Braquiária com Crotalária na Entressafra: Efeito Positivo na Soja em Sucessão
espécies não resulta em aumento de produção, além de elevar os custos.
Para avaliação da produção de fitomassa, subamostras foram retiradas aos
80 dias após a semeadura (DAS) nos anos de 2017 e 2018. Em 2019, o
mesmo procedimento foi adotado, mas com 100 DAS. Após as coletas, em
cada ano, utilizou-se o triturador de palha horizontal triton, com o objetivo de
evitar que as crotalárias produzissem sementes, e também para estimular o
rebrote das forrageiras.
A soja em sucessão foi semeada nos dias 9 de outubro de 2017 e 11 de -1outubro de 2018, com uma adubação de 300 kg ha de 02-20-20. As sementes
da cultivar BRS 1003 IPRO foram inoculadas com Bradyrhizobium no dia da
semeadura. A máquina utilizada e a área das unidades experimentais foram
iguais do cultivo de entressafra. A colheita foi mecanizada, retirando-se três
linhas centrais com 12 metros de comprimento. A produtividade foi
determinada após correção da umidade para 13%. Os dados originais foram
submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste t (LSD)
ao nível de 5% de probabilidade.
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A Figura 1 ilustra o cultivo das espécies de crotalárias em linha intercalar
com a braquiária.
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Resultados e Discussão
Figura 1. Brachiaria solteira (A). Brachiaria consorciada com Crotalaria juncea (B), Crotalaria spectabilis (C) e Crotalaria ochroleuca (D). Dourados, MS.
Foto
s: R
odrigo A
rroyo
Garc
ia
(A) (B)
Braquiária com Crotalária na Entressafra: Efeito Positivo na Soja em Sucessão
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Os dados mensais de chuvas registrados na entressafra, nos três anos,
foram contrastantes para o desenvolvimento das plantas (Figura 2). De forma
geral, as entressafras de 2017 e 2019 apresentaram maiores volumes
pluviométricos. Destaca-se, também, que nesses dois anos a distribuição foi
mais regular, o que muitas vezes pode ter um maior impacto do que a
quantidade total no período. O mesmo pode ser destacado para o período de
cultivo da soja na safra verão. A safra 2017/2018 foi caracterizada por volumes
de chuvas satisfatórios e regulares. Em contrapartida, na safra 2018/2019,
apesar de volumes totais adequados para o enchimento de grãos da soja,
ocorreu um veranico de 20 dias entre dezembro e janeiro.
Ch
uva (
mm
)
350 Soja Soja
300
250
150
200
100
50
0
Coberturas
M M M M M JJJJJJJ JM N N DDO OA A S SA A A
Fev.
/2017
Fev.
/2019
Fev.
/2018
Coberturas Coberturas
Figura 2. Valores de chuva mensais nas entressafras de 2017, 2018 e 2019, e safras 2017/2018 e 2018/2019.
Fonte: Guia Clima (2019).
83BOLETIM DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
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A produção média de matéria seca do consórcio braquiária + crotalária, em
três entressafras avaliadas, foi menor do que o cultivo da gramínea forrageira
solteira, independentemente da espécie da leguminosa (Figura 3). De certa
forma isso era esperado, visto o elevado potencial de produção de fitomassa
das braquiárias (Fontes et al., 2014). A inclusão das leguminosas, competindo
com a gramínea pelos fatores de produção, acabaram limitando a produção
total de biomassa do sistema. No entanto, é importante destacar que mesmo
com valores inferiores ao cultivo da braquiária solteira, as quantidades
de biomassa dos consórcios foram elevadas, com médias ao redor de -15.000 kg ha (Figura 3). Outro ponto importante a ser destacado é que a
avaliação foi realizada com 80 DAS em 2017 e 2018 e 100 DAS em 2019. Após
o manejo mecânico com o triton, as gramíneas ainda tiveram considerável
crescimento, em todos os tratamentos, elevando a quantidade total de
biomassa produzida até a semeadura da soja em sucessão.
Figura 3. Valores médios de três entressafras para produção de matéria seca dos consórcios de Brachiaria com espécies de Crotalaria.
Letras diferentes indicam diferença significativa entre tratamentos pelo teste t (LSD), ao nível de 5% de probabilidade.
8.000
bc
C. juncea +braquiária
C. spectabilis +braquiária
C. ochroleuca +braquiária
Brachiaria
b
c
a7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
Maté
ria s
eca (
kg
ha
)-1
Braquiária com Crotalária na Entressafra: Efeito Positivo na Soja em Sucessão
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O método de consórcio com linha intercalar favorece o desenvolvimento
das duas espécies por um período mais prolongado, até o fechamento das
entrelinhas, e a competição interespecífica ficar acentuada. A Figura 1 ilustra o
comportamento das espécies em consórcio. De forma geral, a C. juncea, pelo
crescimento inicial mais vigoroso, domina a área, e a braquiária só tem
crescimento significativo após a queda das folhas da leguminosa, que começa
a ser acentuada após o florescimento. Para as crotalárias spectabilis e
ochroleuca, o crescimento com a braquiária é simultâneo, não havendo
domínio considerável de uma espécie (Figura 1). Isso é um fator positivo, pois
ambas as espécies estão agregando variáveis positivas para o sistema de
produção.
No desdobramento de anos, é possível verificar que a produção de matéria
seca foi baixa decorrente das condições climáticas em 2018 (Tabela 1). Nessa
situação, as produtividades da gramínea solteira e do consórcio com C.
juncea foram similares, porém, maiores que os consórcios com C. spectabilis
e C. ochroleuca. Nos demais anos, a braquiária solteira sempre apresentou
valores superiores aos demais tratamentos, com destaque para o ano de -12019, com 10.445 kg ha aos 100 DAS. O consórcio com C. spectabilis
-1também resultou em valores expressivos, alcançando 8.000 kg ha .
Tabela 1. Produção de matéria seca dos consórcios de Brachiaria com espécies de (1)Crotalaria, nas entressafras de 2017, 2018 e 2019 .
Consórcio
5.079 b
4.000 a 5.161 d
4.805 b
2.265 b 7.999 b
3.875 c
1.868 b 6.923 c
2017
21 DAE -1kg ha
2018 2019
N
C
6.251 a 3.529 a 10.445 a
(1)Letras diferentes, em cada ano, indicam diferença significativa pelo teste t , ao nível de 5% de (LSD)probabilidade.
C. juncea + braquiária
C. spectabilis + braquiária
C. ochroleuca + braquiária
Brachiaria
83BOLETIM DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
A produtividade de grãos de soja foi influenciada pelas diferentes
coberturas cultivadas na entressafra (Figura 4). Na média das duas safras
agrícolas, a soja em sucessão aos consórcios de braquiária com C. juncea ou
C. spectabilis foi superior à soja cultivada após a gramínea solteira. Já o
consórcio braquiária + C. ochroleuca resultou em valores de produtividade de -1soja intermediários, com 3.121 kg ha , sem diferir dos demais tratamentos.
Esses resultados evidenciam que apenas a quantidade de fitomassa não é
essencial para produtividades mais elevadas da soja. Os tratamentos com a
presença das crotalárias também resultaram em produção de fitomassa
elevada e cobertura do solo durante o desenvolvimento da soja em sucessão.
Apesar de o sistema radicular não ser avaliado, é de se esperar que os
tratamentos consorciados também tenham os efeitos positivos conhecidos
das raízes das braquiárias no perfil do solo, durante toda a entressafra,
resultando em ambiente favorável para a soja (Salton e Tomazi, 2014). No
trabalho de Laroca et al. (2018) conduzido em Mato Grosso, os autores
destacam que o consórcio de B. brizantha com feijão-caupi ou feijão-guandu
aumentou os teores de carbono e nitrogênio da biomassa microbiana, além de
afetar positivamente a atividade enzimática do solo. Como consequência, os
valores de produtividade da soja em sucessão foram superiores aos
tratamentos solteiros. Outro fator importante é que, pela menor relação C/N
das leguminosas, após o manejo mecânico dos tratamentos com o triton,
grande oferta de nutrientes pode ter sido disponibilizada ao solo em curto
prazo, favorecendo tanto o rebrote da braquiária como o desenvolvimento da
soja em sucessão.
Para o desdobramento de anos, destaca-se que na safra 2017/2018 a
presença de qualquer crotalária já foi suficiente para aumentar a -1produtividade de soja, com valor médio de 3.759 kg ha , sendo que a soja
-1após braquiária solteira produziu 3.240 kg ha (Figura 5). Na safra seguinte,
apesar dos valores de produtividade inferiores, decorrente da condição
climática, também foram detectadas diferenças consideráveis em função do
cultivo dos consórcios na entressafra. Nessa safra, o consórcio de Brachiaria
com C. juncea ou C. spectabilis resultou em maiores produtividades de soja.
15Braquiária com Crotalária na Entressafra: Efeito Positivo na Soja em Sucessão
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Figura 4. Produtividade média de grãos de soja de duas safras, em função do cultivo de Brachiaria solteira e consorciada com crotalárias na entressafra.
Figura 5. Produtividade de grãos de soja nas safras 2017/2018 e 2018/2019, em função do cultivo de Brachiaria solteira e consorciada com crotalárias na entressafra.
Letras diferentes, em cada safra, indicam diferença significativa entre tratamentos pelo teste t (LSD), ao nível de 5% de probabilidade.
Letras diferentes indicam diferença significativa entre tratamentos pelo teste t (LSD), ao nível de 5% de probabilidade.
Crotalaria juncea + braquiária
C. spectabilis +braquiária
C. ochroleuca +braquiária
Brachiaria
b
a a
ab
4.000
3.500
3.000
2.500
1.000
1.500
2.000
Pro
du
tivid
ad
e (
kg
ha
)-1
1.000
500
0
3.500
3.000
2.500
1.500
2.000
2017/2018 2018/2019
C. juncea + BrachiariaC. spectabilis + Brachiaria
C. ochrolecua + Brachiaria
Brachiaria
a a a
a a
4.000
b b
b
Pro
du
tivid
ad
e (
kg
ha )
-1
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Conclusão
O consórcio de Brachiaria com Crotalaria na entressafra, em método de
linha intercalar, além de ser uma alternativa para produção de fitomassa e
diversificação do sistema, aumenta a produtividade da soja em sucessão.
Agradecimentos
Referências
À Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia
do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e ao Fundo para o
Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja de Mato Grosso do Sul
(Fundems), pelo apoio financeiro para execução do trabalho.
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