bp_janeiro2004

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Brasil PRESBITERIANO Página 8 Presbítero lança livro sobre relacionamento matrimonial Janeiro de 2004 Ano 45 / Nº 592 - R$ 1,80 O Jornal da Família Presbiteriana Página 9 Vietnamitas se escondem para estudar a Bíblia Página 14 Como evangelizar muçulmanos Wilson Camargo A Voz dos Mártires Eleny Vassão Capelã presbiteriana sofre perseguição Capelã presbiteriana sofre perseguição Página 7 Página 7 A Voz dos Mártires Divulgação

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Janeiro de 2004 Ano 45 / Nº 592 - R$ 1,80 Como evangelizar muçulmanos Vietnamitas se escondem para estudar a Bíblia Página 14 Presbítero lança livro sobre relacionamento matrimonial Página 8 Página 9 Eleny Vassão Wilson Camargo AVoz dos Mártires Página 7Página7 AVoz dos Mártires Divulgação

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B r a s i lPRESBITERIANO

Página 8

Presbítero lança livro sobrerelacionamento matrimonial

Janeiro de 2004 Ano 45 / Nº 592 - R$ 1,80O Jornal da Família Presbiteriana

Página 9

Vietnamitas se escondem paraestudar a Bíblia

Página 14

Como evangelizarmuçulmanos

Wilson Camargo A Voz dos Mártires

Eleny Vassão

Capelã presbiterianasofre perseguiçãoCapelã presbiterianasofre perseguição

Página 7Página 7

A Voz dos Mártires

Divulgação

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Brasil PRESBITERIANO2 Janei ro de 2004

RPC – Rede Presbiteriana de ComunicaçãoPb. Gunnar Bedicks Jr. – PresidentePb. Gilson Alberto Novaes - SecretárioRev. Alcides Martins Jr. – TitularPb. José Augusto Pereira Brito – TitularRev. Carlos Veiga Feitosa – TitularRev. André Mello – TitularPb. Sílvio Ferreira Jr. – TitularPb. Alberto Jones – Diretor Administrativo-financeiroPb. Euclides de Oliveira – Diretor de Produção e ProgramaçãoConselho Editorial:Rev. Alderi Souza de MatosRev. Celsino GamaRev. Cláudio MarraPb. Gilson NovaesRev. Silas de Campos

ATENDIMENTO NO BPÉ fácil falar com o BP.

Entre em contato dentro do horário comercial:E-mail: [email protected]

Assinaturas: (61) 244 2637E-mail: [email protected]ção: (61) 242 9719

www.ipb.org.br

Edição: Letícia FerreiraDRT/PR: 4225/17/65E-maill: [email protected]: Letícia Ferreira (SP),e Lucilene Nascimento (SP)Ilustração: Aldair Soares GomesDiagramação: Aristides NetoRevisão: Douglas Moura Ferreira

Secretaria de Atendimento ao Assinante:(61) 242 9719

EXPEDIENTE

Informamos que os amados podem contar conoscocomo apoiadores, defensores e divulgadores do precio-so jornal Brasil Presbiteriano. Mudar é bom e, em mui-tos casos necessário. Entretanto confesso minha estra-nheza pelas várias mudanças em tão pouco tempo.Mudanças freqüentes podem afetar a fidelidade do con-sumidor ao produto. Além do mais, houve uma perda daidentidade visual da IPB, cadê o verde e a sarça? Oexcesso de azul, vermelho e branco nos faz pensar quese trata de um jornal da Embaixada Americana.

No amor de Jesus, God bless you!Rev. Valdinei Moraes da Silva,pastor da IP de Cristina (MG)

Agrademos o apoio oferecido, pois precisamos muitodele e pedimos que o irmão compreenda que, quandomudanças são necessárias não podemos ignorar essanecessidade. A RPC está buscando uma identidadeprópria para si e para o BP. As cores azul, vermelho ebranco nos foram dadas por Deus para que usufruamosdelas, como de qualquer outra cor. Elas não são exclu-sividade norte- americana, pelo contrário, são universal-mente utilizadas. Pedimos que o irmão continue divul-gando o BP e entre em contato conosco sempre quedesejar.

Queria agradecer pela matéria de novembro, sobre aMissão Plantar, gostei muito. E quero parabenizar aequipe pelo ótimo trabalho com o Jornal.

Fui assinante do Jornal no final do ano passado ecomeço deste ano, e não continuei porque não me sentiatraído pelo conteúdo e pelo formato. Tenho que admitirque ficou muito melhor esta nova etapa do Jornal.Espero que, no mínimo, continue assim, de boa qualida-de. Mas acredito que irá melhorar ainda mais, não émesmo?

Fábio Megiati Bitencourt,secretário de Informática e Internet daConfederação Nacional de Mocidades

Fábio, ficamos muito contentes que tenha gostado das

Brasil PRESBITERIANO / Ano 45, nº 592 – Janeiro de 2004Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, sucessor de O Puritano e Norte EvangélicoUma publicação da Rede Presbiteriana de Comunicação - RPC

Seu recado

mudanças no BP e, como você, também acreditamosque irá melhorar ainda mais, com a ajuda de Deus e oapoio dos irmãos.

Parabenizo o nosso jornal, em especial o artigo do rev.Carlos Alberto

Henrique (BP novembro), que esclarece tudo sobreReforma, e desejo que este jornal continue e não setransforme em revista.

Itamar Queiroz de Moraes, presbítero emérito daIP de Ibitirama, Espírito Santo

Obrigada, irmão, com certeza levamos em conta suaopinião.

Sou assinante do jornal, sempre leio com atenção asmatérias publicadas e reconheço o bom trabalho que osirmãos estão fazendo. Aproveito para parabenizá-lossobre a "nova" cara do jornal.

A respeito da matéria sobre a exposição Caminhos daReforma, publicada no BP de novembro: participei daspalestras e a minha indignação é que na matéria publi-cada houve uma atenção extremamente particular aotema proferido pelo rev. Alderi Souza de Matos. Sequercolocaram o título dos outros palestrantes (dia 18 –Juventude a Serviço da Reforma, pelo rev. WilsonSantana Silva; dia 25 – Caminhos da Reforma: daEuropa ao Brasil, pelo rev. Hermisten M.P. da Costa),sendo que, não só para mim, mas para varias outraspessoas, as palestras tanto do rev. Wilson, quanto dorev. Hermisten, foram tão boas quanto a do rev. Alderi.

Márcio Cantalício, diácono da IPB

Prezado irmão,Não houve intenção alguma por parte do BP de des-

prezar os palestrantes ou os temas por eles proferidosnas outras palestras, foi apenas uma questão de tempopara a apuração e espaço para a publicação. Mas com-preendemos a indignação do irmão e nos compromete-mos a sempre fazer cada vez melhor pelo nosso jornal.

Esta é a Letícia Santos Bueno, 2 aninhos.Quem enviou a foto foi o papai, pb. SandroRicardo Bueno, membro da Primeira IP deSantos, São Paulo. "A Letícia é um enormepresente de Deus para as nossas vidas. Soucoruja mesmo. E extremamente grato a Deuspor permitir esta maravilha na minha vida".

Ouvimos dizer com freqüência que o cristianismo na Europa estásofrendo um recrudescimento. Para saber como isso está se dando,nada melhor do que ouvir alguém que está lá, trabalhando exata-mente com a divulgação do cristianismo. Nas páginas centraisdeste mês, trazemos uma matéria sobre os missionários rev. Dirceue Tirza de Mendonça, que trabalham na Espanha, na cidade deDom Benito. Eles contam como as igrejas evangélicas estão sedeteriorando naquele país e sobre o que têm desenvolvido paramudar essa realidade.

Segundo o escritor Julio Severo, autor do livro O MovimentoHomossexual (publicado pela Editora Betânia), no dia 25 de abril,a Comissão de Direitos Humanos da Organização das NaçõesUnidas concluiu sua sessão anual sem conseguir votar a controver-tida resolução do Brasil defendendo a orientação homossexual. Porcausa da oposição de vários países, a votação foi adiada para o anoque vem. O objetivo da resolução é estabelecer leis internacionaisantidiscriminação que favoreçam indivíduos que praticam atoshomossexuais. A resolução chama o termo orientação sexual de"um direito humano inalienável". Logo, quem se pronunciar dequalquer maneira contra o homossexualismo poderá sofrer sériasrepressões. Um pouco disso vem experimentando a capelã presbi-teriana Eleny Vassão, que enfrenta críticas de vários grupos noBrasil e no mundo por apresentar, em aconselhamentos, a verdadebíblica quanto ao homossexualismo. Ela deu uma entrevista ao BP,em matéria na página 7, e conta como está sendo apoiada pela IPBe vários irmãos de outras denominações.

Evangelizar muçulmanos, todos já ouvimos falar, é extremamen-te difícil. Primeiramente, deve-se conquistar a amizade e a confian-ça, com amor, para depois falar de Cristo. Sobre como evangelizarmuçulmanos fala o missionário e reverendo Osni Ferreira, que tra-balha no Oriente Médio. Seu valioso artigo encontra-se na página14.

Outro valioso artigo é o que publicamos nas páginas 18 e 19,escrito pelo rev. Ludgero Bonilha Moraes, secretário-executivo doSupremo Concílio da IPB, sobre Samuel Doctorian e a heresiamontanista.

Em 2003, a Comissão Nacional de Evangelização (CNE) da IPBrealizou cinco simpósios estaduais. O último foi no Maranhão, emnovembro, e sobre isso e evangelização fala o rev. Cícero Ferreirada Silva, secretário-executivo da CNE, na matéria da página 12.

Você lembra da novela global Mulheres Apaixonadas, que termi-nou em outubro? Lembra-se dos valores deturpados e anti-bíblicosque a novela divulgava? Para contrapor esses valores, a IP do LagoSul, em Brasília, realizou o encontro Mulheres Abençoadas, noqual os valores da Palavra de Deus para a mulher presbiterianamoderna foram enfatizados. O resultado disso tudo, você encontrana página 13.

Confira estes e outros acontecimentos no mundo presbiteriano noBP de janeiro, aproveite!

Imagem do mês

Palavra da Redação

Divulgação

Page 3: bp_janeiro2004

stamos no começo de umnovo ano. "Ano novo,vida nova!", a gentesempre repete. Mas

quando olhamos os acontecimen-tos que marcaram os últimosmeses, parece não haver nadanovo.

O que se pode esperar para estenovo ano, se continuamos a vivernum mundo onde as palavrasviolência, corrupção, crise, conti-nuam a dominar o noticiário etocam bem de perto nossasvidas?

O índice de desemprego cres-ceu no primeiro ano de umgoverno que prometeu 10milhões de novos empregos; arenda média do trabalhador dimi-nuiu; a Operação Anacondaencontra corrupção entre delega-

dos, agentes da Polícia Federal,advogados e juizes federais.

Esperar o que desse mundo, seas nações desenvolvidas vão gas-tar milhões na construção dearmas que causam destruição emorte; os ataques terroristas nãocessam na Palestina, Iraque,Afeganistão, Turquia; a aids dizi-ma populações na África; a cada4 minutos uma pessoa morre defome no mundo e 40% da popu-lação brasileira vivem em condi-ções de miséria.

Em uma época semelhante ànossa, tempo de corrupçãomoral, degradação, violência, oprofeta Isaías levantou a sua voze profetizou contra o seu própriopovo. Suas palavras duras pare-cem refletir nosso mundo hoje:"Ai desta nação pecaminosa,

povo carregado de iniqüidade,raça de malignos, filhos corrup-tores; abandonaram e blasfema-ram o nome de Deus" (Is 1.4).

Deus puniu a nação de Israelpor causa de todos esses pecados,permitindo que a Babilônia des-truísse Jerusalém e o templosagrado, e levasse o povo para assuas fronteiras onde seria escra-vizado por 70 anos. A guerra,destruição, calamidade, atingi-ram a todos. E ainda por fim,viver como escravos num paísestrangeiro.

É assim em qualquer época. Oser humano planta ódio, violên-cia, corrupção e maldade, e acolheita não pode mesmo sermuito boa.

Sofremos hoje a conseqüênciado nosso próprio pecado, do

nosso afastamento de Deus. É aíque as coisas se tornam difíceisde serem compreendidas. Háuma tendência natural de nosrevoltarmos contra a situação rei-nante, ou até de pensarmos queDeus se esqueceu de nós.

O profeta Isaías levanta a suavoz para condenar o erro do seupovo; para avisar do castigo deDeus, mas não é só isto. Eledeixa claro que para qualquerépoca pode haver esperança. E agarantia disso não são os tratadosde paz nem a tecnologia dohomem, mas a certeza de queDeus mantém, de maneira provi-dencial e provisional, a Sua cria-ção. Ele sustenta tudo aquilo quecriou, inclusive a vida e o destinodo ser humano.

Não podemos perder a esperan-

ça. O profeta Isaías diz ainda:"Os que esperam no Senhor,renovam as suas forças, sobemcom asas como águias, correm enão se cansam, caminham e nãose fatigam" (Is 40.31).

Esperar no Senhor é confiarplenamente nEle, no Seu poder,na Sua graça, na Sua providênciadiária. Isto não é alguma coisailusória. Deus intervém na nossahistória e nos nossos problemas.Jesus Cristo é Deus histórico,pessoal, que assumiu nossahumanidade e nossa culpa. Avida, morte e ressurreição deJesus Cristo não é algo ficcional,mas o começo e a base da nossaesperança.

Jesus Cristo é nossa esperançapara 2004 e para os outros anosque virão.

Brasil PRESBITERIANO 3Janei ro de 2004

ergunta: À luz de 2 Rs5.15b, 1 Tm 2.5 a e Sl89.6, é aceitável a letrado cântico que diz ""Não

há deus maior... melhor... tãogrande como o nosso Deus?

Resposta: Eu sinto o problemaque o meu irmão consulentesente, mas as expressões assinala-das do cântico "Não Há DeusMaior" têm apoio na Bíblia, empassagens como Ex 18.11 – "...seique o Senhor é maior que todosos deuses", se bem que a frase foipronunciada pelo midianita Jetro;Ex 20.3 (NVI) – "Não terásoutros deuses além de mim..."; Jz5.8 – "Escolheram-se deusesnovos..."; Sl 82.1 – "Deus... nomeio dos deuses...".

Considere-se, porém: Na Bíblia,todas as referências a outros deu-

ses são com o entendimentoexplícito de que são falsos. Estaconsideração desaconselha cita-ções ou declarações como a docitado cântico, porque está forado referido contexto bíblico.

Quanto às passagens citadaspelo irmão consulente, 2 Rs 15fala do Deus verdadeiro; 1 Tm2.5 declara que Deus é único; Sl89.1 afirma que Deus é incompa-rável. Tudo certo e claro.Contudo, note-se que o contextode 2 Rs 15 fala em outros deuses:2 Rs 15 – o Deus verdadeiro; 17– outros deuses (falsos); 18 – umcaso concreto de deus falso:Rimom.

O contraste bíblico entre Deus edeuses pode ser sumariado assim:

Deus é único: Dt 6.4; Mc 12.29– os deuses falsos são muitos;

Deus é vivo: Js 3.10; At 14.15 –os falsos são mortos, não têmvida;

Deus é verdadeiro: 2 Cr 15.3 –os outros deuses são falsos;

Deus é vivo e verdadeiro: 1 Ts1.9 – os outros são falsos e mor-tos;

Deus é único e verdadeiro: Jo17.3 – os outros são muitos e fal-sos;

Deus é incomparável: Sl 89.6 –os outros são comparáveis: Is36.18-20(note-se o poder vitorio-so do Deus incomparável: 37.36-38);

Deus é eterno: Dt 33.27 – osoutros deuses nem existem real-mente;

Deus é vivo e eterno: Jr 10.10 –idem;

Deus é eterno, imortal, invisí-

vel, único: 1 Tm 1.17 – os outrossó tem algum valor para os idóla-tras enquanto for visível em suasrepresentações;

Deus é único e soberano: 1 Tm6.15 – os deuses falsos nem paraos seus seguidores são soberanos;em geral, os idólatras são politeís-tas;

Deus é Soberano, Senhor, santoe verdadeiro: Ap 6.10 – a santida-de está muito longe dos cultosidolátricos.

Juntando as expressões, decla-ramos: O bendito "Deus e Pai denosso Senhor Jesus Cristo", o"Pai nosso" que está "nos céus"(Ef 1.3; Mt 6.9) é o Deus único,vivo, verdadeiro, eterno, Senhor,Soberano, incomparável e santo.

Duas grandiosas passagensfazem dramático contraste (não

comparação) entre o único Deusvivo e verdadeiro e os deuses fal-sos: Sl 115 e Is 44.1-20.

Conclusão: Na pregação, nasconversas, nos cânticos – ou faze-mos um contraste claro entre oDeus verdadeiro e os deuses fal-sos, ou é melhor não usar aparen-tes comparações com oIncomparável. É isso.

E

Opinião

Consultório Bíblico

P

Não há Deus maior

O rev. Odayr Olivetti éministro jubilado da IPB, foi

pastor de várias igrejas eprofessor de Teologia

Sistemática no SeminárioPresbiteriano de Campinas,

São Paulo. É autor e tradutorde inúmeras obras cristãs.

Envie-nos perguntas para o ConsultórioBíblico: [email protected]

Rev. Odayr Olivetti

Ano Novo, Nova Esperança

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Brasil PRESBITERIANO4 Janei ro de 2004

Reflexão Presbítero e diretor do Mackenzie reflete sobre a comunicação eclesial

Secretário da RPC desenvolve dissertaçãosobre comunicação presbiteriana

ara o pb. GilsonNovaes, secretárioda Rede Presbiteria-

na de Comunicação (RPC) ediretor administrativo doInstituto PresbiterianoMackenzie (IPM), desde queo missionário Ashbel GreenSimonton chegou ao Brasil,há 143 anos, a IPB tem bus-cado na comunicação uminstrumento de expansão,unidade e identidade.Em Políticas de Comu-

nicação da Igreja Presbite-riana do Brasil – Análise doPeríodo Contemporâneo1994-2002, dissertação demestrado da UniversidadeMetodista de São Paulo, opb. Gilson Novaes realizouuma extensa pesquisa paraanalisar como, nos dias dehoje, a IPB se comunica comseu público interno e externoe como essa comunicaçãopode alavancar seu cresci-mento e fortalecimento. "AIPB tem buscado, com osavanços tecnológicos dispo-níveis, um maior espaço nosmeios de comunicação",afirma, no resumo da obra."O crescimento numérico daIgreja é visível, mas nãomensurável com fidelidadepor falta de informaçõesestatísticas". A dissertaçãoganhará uma versão para serpublicada em breve.Uma das afirmações do pb.

Novaes em sua obra é que,no período analisado, quan-do a presidência da IPB este-ve a cargo do rev.Guilhermino Cunha, houvegrande avanço nos métodosde comunicação e marketingda Igreja. Na intro-dução da disserta-ção, ele afirma:"Nesse período, aIPB passou a contarcom o Conselho deComunicação eMarketing e com aRede Presbiterianade Comunicação(RPC), quando ocor-reram transforma-ções administrativas,estruturais e opera-cionais na área dec o m u n i c a ç ã o " .Esses avanços, naopinião do secretá-rio, tiveram resulta-dos nos campos mis-sionários, de açãosocial, evangelísticoe educacional. Nessa época,a Igreja passou a contar tam-bém com o Programa deIdentidade Visual.Digna de destaque é a

declaração do rev. RobertoBrasileiro Silva, presidentedo Supremo Concílio daIPB, que o pb. Novaescolheu da edição 572 do jor-nal Brasil Presbiteriano, demaio de 2002, quando o rev.

Brasileiro era candidato àpresidência do SC:"Atualmente, na área dacomunicação, a IPB vive umprojeto bom, mas não sus-tentável dentro de nossa rea-lidade sócio-econômica.

Cabe-nos, no momento, ser-mos coerentes e almejarmosa adoção de um programaem canal aberto, visando aalcançar um maior númerode pessoas. Precisamos, tam-bém, dar maior ênfase aonosso Jornal e Portal, tornan-do-os mais aceitáveis àIgreja como um todo. Ou-trossim, a comunicaçãoradiofônica é altamente

necessária em um país comoo nosso e a Igreja carece deum projeto a curto, médio elongo prazo, para a utiliza-ção do rádio".OrigensA dissertação do pb.

Novaes pesquisa asorigens da imprensaevangélica noBrasil, principal-mente no Estado deSão Paulo. Vai alémda IPB, mostrandocomo algumas igre-jas evangélicas seco-municam atravésda imprensa escrita,analisando a pro-posta de democrati-zação na AméricaLatina visando aoestabelecimento deuma nova ordem nomundo da informa-ção e comunicação.Aborda a relaçãoentre a Igreja Cató-lica e as tecnologias

da comunicação, mostrandoa evolução dos seus concei-tos de comunicação apresen-tados pelas sucessivas lide-ranças no Vaticano.No capítulo A Igreja

Presbiteriana do Brasil Hoje,se esclarece a origem e o sig-nificado do termo "presbite-riano", que, segundo a pes-quisa do secretário da RPC,baseada, por sua vez, nas

pesquisas do rev. AlderiSouza de Matos, historiadorda IPB, decorre do fato deque, nas igrejas desse nome,o governo é exercido porpresbíteros. Além disso,menciona a estrutura da IPB,seu histórico desde a implan-tação, passando pelas dife-rentes fases e a história dosseus concílios eclesiásticos.Foi analisada A Comuni-

cação ao longo da História daIgreja Presbiteriana do Brasilno terceiro capítulo, desde omissionário Simonton, em1859. A partir daí demonstra-se como evoluiu a imprensapresbiteriana no Brasil desdeo primeiro jornal, ImprensaEvangélica, até o atual,Brasil Presbiteriano.O período objeto da pesqui-

sa, 1994 a 2002, é analisadono quarto capítulo da disser-tação: A Comunicação daIgreja Presbiteriana do Brasilno Período Contemporâneo.Nele, com acurada pesquisanos jornais da época e ematas das reuniões oficiais daIgreja, demonstram-se todasas fases em que a comunica-ção da IPB foi alvo de preo-cupação dos seus dirigentes.Concluindo, o pb. Gilson

Novaes aborda a comunica-ção da IPB como instrumen-to de expansão da mesma edemonstra as dificuldadesestatísticas da Igreja.

P

Pb. Gilson Novaes: análise dacomunicação eclesial da IPB

Wilson Camargo

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á no início da obraAlegrem-se os Povos:a Supremacia da

Graça de Deus em Missões(São Paulo: Editora CulturaCristã, 2001. 254 pp), o autor,John Piper, evoca um impor-tante enunciado da missiologiareformada, afirmando que oalvo das missões é a alegria dospovos na grandiosidade deDeus. Deus é o alvo supremoda atividade missionária daigreja. As missões começam eterminam com adoração.Portanto, "a paixão por Deus naadoração precede a apresenta-ção de Deus por meio da prega-

ção. Assim sendo, antes queum missionário esteja hábilpara proclamar Cristo àsnações, ele precisa, antes detudo, ser um verdadeiro adora-dor". Naturalmente, há que seentender que a verdadeira ado-ração transcende o momentocircunstancial litúrgico. O cris-tão possui o inarredável com-promisso de adorar a Deus efazer da sua vida um ato deadoração e louvor a Deus.

Esse livro enfatiza os pressu-postos de uma outra obra doautor, A Teologia da Alegria, osquais podem ser resumidos nafrase: "Deus é mais glorificado

em nós quanto mais nos satis-fazemos nEle". Segundo Piper,se não tivermos zelo algumpara com a glória de Deus, nostornamos superficiais e egoís-tas. Mais adiante, Piper refletesobre o papel da oração na obramissionária. Para ele, a oraçãoé um aparelho comunicador docampo de batalha para ser utili-zado à medida que a igrejaavança contra os poderes dastrevas. Concluindo a primeiraparte do livro, o autor enfatiza asupremacia de Deus nas mis-sões mediante o sofrimento. Deacordo com Piper, a perda e osofrimento, jubilosamente

aceitos pelos cidadãos doReino, evidenciam a suprema-cia do valor de Deus no mundode forma mais clara do quetoda a adoração e oração.

A segunda parte do livro abor-da a necessidade de reconhecerque Deus é supremo nas mis-sões. Ali são focalizadas: asupremacia de Cristo comoaspecto consciente de toda a fésalvadora e a supremacia deDeus sobre todas as nações. Oautor ainda faz uma pertinenteanálise dos termos gregos eth-nos, panta ta ethne, pasai haiphulai e pasai hai patriai.Novamente, a conclusão dessa

parte é que "o grande objetivode Deus em toda a História émanter e manifestar a Sua gló-ria para o contentamento dosredimidos de toda tribo, língua,povo e nação".

Certamente essa é uma obrarecomendável para todos oscristãos que desejam participardo cumprimento da GrandeComissão.

Brasil PRESBITERIANO 5Janei ro de 2004

Liderança

Pastores Segundo o Coração de Deus

ALEGREM-SE OS POVOS:A Supremacia de Deus em Missões

J

ebuscar o acervo decontribuições da teolo-gia reformada ao

ministério pastoral pode seraltamente compensador. Emuma dessas atividades deparei-me com uma pérola de grandevalor. Trata-se de um sermãopregado pelo puritano JohnShaw (1708-1791) sobre otexto de Jeremias 3.15, que diz:"Dar-vos-ei pastores segundo omeu coração, que vos apascen-tem com conhecimento e cominteligência". Essa mensagemfoi pregada durante uma ceri-mônia de ordenação ministerialno dia 26 de agosto de 1725.Os princípios expostos poraquele pregador são relevantesnão apenas para aqueles que

estão ingressando no ministériosagrado, mas também paratodos os interessados em umarevitalização do ministério pas-toral.

Em sua exposição sobre oassunto, John Shaw indicoudez princípios pelos quais sepoderia reconhecer o caráter deum pastor segundo o coraçãode Deus. Devido à objetividadee concisão do presente artigo,resumiremos aqueles princí-pios em quatro pontos básicos.

Em primeiro lugar, esses pas-tores são novas criaturas emCristo, pois, a não ser quetenham sido regenerados, serãosempre impróprios para oministério da Palavra. Nessesentido, Shaw enfatiza que

"raposas e lobos não são instru-mentos naturais para se gerarovelhas". Após terem sido con-vertidos, eles foram vocaciona-dos para o sagrado ministério,pois "ninguém toma esta honrapara si mesmo" (Hb 5.4).

Em segundo lugar, essesministros são comprometidoscom uma vida de santidade.Eles evitam o envolvimentodesnecessário nos negóciosdessa vida, pois o objetivo dobom soldado de Cristo é satis-fazer aquele que o arregimen-tou (2Tm 2.4). Em sua exorta-ção, Shaw salientava que "avida de um ministro é a vida doseu ministério e os pecados dosmestres são mestres de peca-dos".

Em terceiro lugar, pastoressegundo o coração de Deus sãohomens que zelam pelo sábioproceder. O texto de Jeremiasensina que esses pastores apas-centam com entendimento ecom inteligência. E, comoparte do ministério pastoralenvolve a instrução e o ensino,não só através de palavras, mastambém de exemplo de vida, osábio proceder é uma exigênciapara um ministério divinamen-te aprovado.

Finalmente, esses ministrossão homens zelosos pela vidade oração. O modelo para umministério segundo o coraçãode Deus foi estabelecido pelopróprio Jesus, que deixouexemplo para que os seus discí-

pulos sigam os seus passos (Jo13.15 e 1Pe 2.21). Sendo que opróprio Filho de Deus nãonegligenciou a vida de oraçãoem seu ministério terreno, asabedoria e a prudência apon-tam para essa prática comouma necessidade vital noministério sagrado.

A relevância dos argumentosacima reside no fato de que elesforam alicerçados na Palavraviva de Deus. Ninguém quealmeja vivificação em seuministério deveria desprezá-los.

O rev. Valdeci da SilvaSantos é coordenador do

Doutorado em Ministério noCentro Presbiteriano de Pós-

graduação Andrew Jumper

R

O professor Antônio José écoordenador da área de

Teologia Pastoral do CentroPresbiteriano de Pós-gradua-

ção Andrew Jumper

Resenha

Rev. Valdeci dos Santos

Prof. Antônio José

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reformador Ulrico Zuínglio foiimpelido por dois tipos demotivações: humanismo bíbli-co e fervor patriótico. Quanto

ao primeiro elemento, Zuínglio se tornouum grande estudioso das Escrituras naslínguas originais, um notável pregador eexpositor bíblico, e um firme defensor daautoridade da Palavra de Deus. Ele enten-dia que a essência da vida cristã é a con-formidade com a vontade de Deus con-forme expressa em sua Palavra e que estadeve ser o único fundamento para a fécristã e o culto cristão. Somente o que aBíblia ordena ou indica claramente éobrigatório ou permissível ("princípioregulador"). Suas idéias estão contidasnos Sessenta e Sete Artigos que redigiupara o primeiro debate de Zurique (1523),no seu Comentário Sobre a Verdadeira e aFalsa Religião (1525) e em outras obras.

Além de pregador e teólogo, Zuínglio

era um patriota e foi, no aspecto político,o mais talentoso dos reformadores. Eledesejava que o evangelho bíblico fossepregado livremente em todos os trezecantões da confederação suíça e nasregiões adjacentes da Alemanha.Inicialmente, apenas Zurique abraçou a féreformada. Em seguida, a partir de 1522,houve a adesão gradual de Basiléia, espe-cialmente mediante os esforços do refor-mador João Ecolampádio (1482-1531).Berna, o maior dos cantões, foi ganhapara a reforma em 1528, através de umdebate público em que Zuínglio tevepapel destacado. O cantão natal deZuínglio, St. Gallen, também foi ganho,bem como Schaffhausen e Glarus, e ascidades de Constança e Mülhausen, naAlsácia. Outra conquista importante paraa fé reformada foi a cidade alemã deEstrasburgo, onde atuaram os reformado-res Wolfgang Köpfel ou Capito (1478- 1541) e o notável Martin Bucer (1491-

1551).Lamentavelmente, como foi visto no

artigo anterior, Lutero e Zuínglio não che-garam a um consenso no que diz respeitoà Ceia do Senhor. O primeiro acreditavana presença real ou física de Cristo naCeia e o segundo interpretava o sacra-mento de maneira simbólica, comemora-tiva. Tal divergência enfraqueceu o movi-mento evangélico mais amplo. Alémdisso, os velhos cantões rurais de Uri,Schwyz, Unterwalden e Zug, bem como acidade de Lucerna, rejeitaram a reforma ecriaram um forte partido católico.Quando os dois grupos se enfrentaram nasegunda batalha de Kappel (11 de outubrode 1531), o próprio Zuínglio foi uma dasvítimas fatais. Outra vítima foi a reformana Suíça alemã, cujo progresso foi perma-nentemente detido. Zuínglio foi sucedidona liderança da igreja de Zurique porJohann Heinrich Bullinger (1504-1575),

líder hábil e conciliador, que, entre outrascontribuições, teve participação destaca-da na redação do Acordo de Zurique(Consensus Tigurinus, 1549) e nas cha-madas Confissões Helvéticas.

A filiação da cidade de Berna ao protes-tantismo reformado foi da mais alta rele-vância. Esse fato salvou o zuinglianismodo isolamento na confederação suíça e –o que é mais importante – contribuiu paraa adesão de Genebra à causa reformada,livrando-a do domínio dos duques católi-cos de Savóia. Com isso, tornou-se possí-vel a obra do expoente mais ilustre dacausa reformada – João Calvino.

A Difusão do Movimento Reformado na Suíça

Brasil PRESBITERIANO6 Janei ro de 2004

História

O

Rev. Alderi Souza de Matos

Ulrico Zuínglio,personagem chave naReforma Protestante

Augsburg Historical Atlas

O rev. Alderi Souza de Matosé professor de História da

Igreja no Centro Presbiterianode Pós-Graduação Andrew

Jumper e historiador da IPB.

Rev. Samuel Martins Barbosa

Homenagem

Rev. Alderi Souza de Matos

o dia 26 de novembro de 2003,às 15 horas, foi sepultado noCemitério do Redentor, em SãoPaulo, o corpo do rev. Samuel

Martins Barbosa. Embora estivesse filiadoà Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, orev. Samuel foi um ministro da IgrejaPresbiteriana do Brasil por quase trintaanos, tendo prestado valiosa contribuição àigreja, principalmente na cidade de SãoPaulo.

Samuel Martins Barbosa nasceu em 25de junho de 1918 na localidade de SantoAntônio da Figueira, atual Guarapuã, umsubdistrito de Dois Córregos, no Estado deSão Paulo. Era filho de Isaías GomesMartins e Maria Carolina Barbosa, dequem recebeu as primeiras instruções na fécristã. Seus pais foram fruto do trabalho demissionários da Igreja Metodista, igrejaessa pela qual ele sempre demonstrougrande apreço. Fez o curso primário e partedo ginásio em Dois Córregos. Ainda ado-lescente, começou a trabalhar no cartóriodaquela cidade. Tinha oito irmãos: Jaime,Edgar, Ermelinda, Tarcílio, Natanael,Lucinda, Enoque e Daniel.

Aos catorze anos pregou o seu primeirosermão. Em 1936, aos dezoito, foi para São

Paulo em busca de oportunidades de traba-lho e para completar os estudos.Trabalhando em uma casa comercial, pôde,com muito esforço, concluir o curso gina-sial no Colégio Osvaldo Cruz. A famíliapassou a freqüentar a Igreja PresbiterianaUnida, na rua Helvetia, onde o jovemSamuel, já consciente da vocação ministe-rial, participou ativamente, tornando-sesuperintendente da Escola Dominical.Apreciava profundamente os sermões dorev. Miguel Rizzo Júnior, acompanhando-oa outras igrejas a fim de ouvi-lo.

Em 1942, ingressou no SeminárioPresbiteriano de Campinas por indicaçãoda sua igreja, seguindo-se um período degrande satisfação pessoal, pois pôde dedi-car-se plenamente aos estudos. Durante asférias, trabalhou em campos missionárioscomo a Missão Evangélica Caiuá, emDourados, Mato Grosso, viajando a cavaloe dormindo em choupanas. Foi ordenadoem 1947. O texto que escolheu para a for-matura foi Isaías 6.7: "A quem enviarei equem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim". Nessa época,casou-se com Olga Ruiz, de Campinas, quefoi sua companheira por dezesseis anos ecom quem teve seis filhos: Samuel Jr.,

Beatriz, Gérson, Lísias, Raquel e Míriam.Olga era irmã de Mercedes Ruiz, esposa dorev. Oswaldo Soeiro Emrich, pastor eméri-to da Igreja Presbiteriana de Curitiba.

Samuel foi pastor auxiliar do rev. MiguelRizzo na Igreja Unida, ficando responsávelpor 46 grupos de oração que reuniam deseis a quarenta pessoas cada um. Pastoreouas igrejas de Casa Verde, Vila Espanhola (I.P. Aliança), Parque das Nações, SantoAndré e Jandira, tendo sido o fundador dealgumas delas. Em 1954, quando pastorea-va a Igreja de Jandira, fundou aCongregação Presbiteriana de Osasco.Tendo grande apreciação pelos estudos,formou-se em filosofia pela Universidadede São Paulo em 1955. Nesse período,aprofundou os seus conhecimentos degrego e hebraico, tendo aulas com o pro-fessor rev. Michael Bitchmaya (1869-1962), profundo conhecedor de línguasantigas.

Eleito pelo Supremo Concílio de 1958para ser professor no SeminárioPresbiteriano de Campinas, lecionougrego, hebraico e exegese do AntigoTestamento. Em 1961, graduou-se mestreem teologia no Seminário TeológicoUnion, em Richmond, Virgínia. Em 1966,

durante grave crise vivida pela igreja, foidispensado do seminário junto com outrosprofessores. Foram tempos difíceis, porquea esposa havia falecido dois anos antes e ofilho mais velho estava com catorze anos.Lecionando em diversas faculdades, con-seguiu criar todos os filhos sozinho, enca-minhando-os na vida cristã.

Foi pastor da Igreja de Vila Maria. Aomesmo tempo e posteriormente, da Igrejada Bela Vista, por treze anos. Sempre tevemuito carinho por essas igrejas. Mesmodepois de tê-las deixado, compareceudiversas vezes a bodas de prata e bodas deouro de irmãos cujos casamentos havia ofi-ciado. Também pastoreou a Igreja de VilaCarolina (hoje Igreja Moriah). Em 1968,novamente convidado para ser pastor daIgreja do Jardim das Oliveiras, depois deter recusado duas vezes devido às obriga-ções familiares, aceitou o encargo e ali tra-balhou por vinte e três anos, até 1992.Pastoreou também a Igreja de VilaYolanda, em Osasco. Participou doManifesto de Atibaia, em 1978, que criou aFederação Nacional de IgrejasPresbiterianas (FENIP), e foi um dos fun-dadores da Igreja Presbiteriana Unida doBrasil (1983).

Graduou-se doutor em filosofia pelaUniversidade de São Paulo, com a defesade tese sobre educação permanente.Participou da tradução da versão brasileirada Bíblia de Jerusalém, da Editora Paulus,ao lado de eruditos católicos e protestantes.Fez parte da Academia Paulista Evangélicade Letras (APEL), na qual exerceu o cargode bibliotecário. Foi filiado à maçonaria,tendo sido Venerável em sua loja maçôni-ca. Nos últimos tempos, junto com o cole-ga Rev. Humberto Xavier Lenz César, diri-giu os cultos dominicais de uma igrejalocal autônoma ("Igreja que Está em TuaCasa").

Até recentemente, o rev. Samuel gozavade boa saúde. Sofreu um trauma com aperda da filha Beatriz, em abril de 2003.Em setembro, foi diagnosticado um câncerque, após uma cirurgia e muitos padeci-mentos, veio a causar o seu falecimento nodia 25 de novembro. Além de cinco filhos,deixou dez netos e uma bisneta. Para osque o conheceram, ficou a lembrança deum pai exemplar, um pastor amoroso e ummestre devotado aos seus alunos, "queouviram em muitas oportunidades pala-vras temperadas com o evangelho deCristo".

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izendo-se desesperado paradeixar o homossexualismoe sua prática promíscua,um homem procurou pelo

telefone a missionária Eleny Vassãode Paula Aitken, que, além de aten-der na Capelania do Hospital dasClínicas, do Instituto Emílio Ribas eno Hospital do Servidor Público doEstado, em São Paulo, trabalha comaconselhamento bíblico em crises.Entre muitas áreas, atua também noatendimento a homossexuais queestão buscando ajuda para mudar devida. Ela o faz também cooperandocom o Movimento pela SexualidadeSadia (Moses), cujo objetivo é levaro evangelho do Senhor Jesus Cristoa pessoas com problemas de homos-sexualismo e em outras áreas dasexualidade.

Durante a conversa, o rapaz insis-tia em focalizar seu problema nohomossexualismo, mas Eleny enfa-tizava que este não era o problema,e sim o sintoma de um problemamaior. Disse-lhe que este problemamaior, o pecado, está enraizado nocoração humano e afeta a todos,fazendo-os desenvolver práticascontrárias à vontade de Deus. Eainda que a Bíblia diz que nem osbêbados, nem os roubadores, ou ossodomitas, como também osmaldizentes não herdarão o reino deDeus. Contou-lhe que o pecadoafeta toda a humanidade, mas deu-lhe a boa notícia que, para qualquerpecado, existe esperança e solução.A esperança está na pessoa deCristo, o Filho de Deus, que morreuna cruz para que todo aquele queNele crê tenha Vida plena e eterna,perdão de todos os pecados, pazcom Deus e alegria interior, quesituação alguma poderia tirar.

Após ouvir o plano da salvação e averdade bíblica em resposta tam-bém às suas questões sobre ohomossexualismo, o homem que, naverdade, era o jornalista FacundoGuerra, do portal América Online,publicou uma matéria em que carac-teriza o trabalho realizado pela mis-

sionária na capelania como umaestratégia para aumentar o númerode fiéis evangélicos.

No texto publicado, ele diz que aconclusão a que chegou foi de que"a pretensa ‘correção de orientaçãosexual’ promovida pela capelania deum dos maiores hospitais públicosde São Paulo acoberta, atrás de seupalavrório, a estratégia de aumentaro rebanho de uma das facções reli-giosas que mais crescem no Brasil, aevangélica. Motivados por umdesespero que decerto não temnome, aqueles que buscam soluçãopara suas dores sairão, após meiahora de ‘sessão’, entoando algumSalmo. E do Salmo para o dízimo,basta um amém".

Uma segunda jornalista disfarça-da, dessa vez dizendo trabalhar porum projeto de lei que proporia aoMinistério da Saúde o custeio detratamento para quem quisessedeixar o homossexualismo, entre-vistou Eleny pelo telefone. A jornal-ista, Sandra Soares, tambémescreveu uma matéria para aAmérica Online, que foi ao ar no dia3 de novembro. Ela disse que,segundo as assessorias de imprensado HC e do Emílio Ribas, as respec-tivas diretorias desconhecem queesse tipo de trabalho aconteça ládentro. "Mas os números de tele-fone que a capelã Eleny divulga naInternet para marcação de consultas- ela só atende se as entrevistasforem agendadas por telefone - per-tencem aos hospitais", diz a jornal-ista.

A principal acusação contra Elenye contra os hospitais onde ela trabal-ha como capelã, é utilizar a capela-nia como meio de divulgar idéiascontra o homossexualismo. Elenyexplica que o trabalho que ela e suaequipe fazem nos hospitais é o delevar consolo e esperança paraaqueles que sofrem, respondendo àsquestões levantadas pelos própriospacientes e profissionais da saúde,tendo como base a Palavra de Deus.Os atendimentos nos casos de

homossexualismo não são feitosusualmente nos hospitais, durante otempo que dedica à capelania, masem casa ou em igrejas, em entrevis-tas marcadas após primeiros con-tatos pela internet, pelo e-mail pub-licado no site do Moses, e não pelotelefone, a não ser em caso deencaminhamento por pastores ami-gos. A divulgação dos telefones doshospitais para esse fim foi umengano, Eleny não tinha conheci-mento que os números estavampublicados no site do Moses.Quanto ao jornalista Guerra, Elenysó o atendeu no HC porque ele sedisse muito desesperado e precisan-do de atendimento urgente.

PerseguiçãoSegundo Eleny, que é formada em

Teologia e fez curso de mestrado emAconselhamento pelo SeminárioBíblico Palavra da Vida, além da

publicação no AOL, os textos foramespalhados por comunidadeshomossexuais e GLS por todo oBrasil e também em várias partes domundo. "Alguns desses gruposenviaram carta à Superintendênciado HC e do Emílio Ribas, exigindouma tomada de posição dos hospi-tais quanto à capelania e a minhapessoa. O assunto está fervilhandonas comissões de Direitos Humanos,de Ética Médica, de Bioética, noConselho Federal de Psicologia e deMedicina, etc.", conta.

Ela afirma que não está aconsel-hando especificamente contra ohomossexualismo, mas a todos que aprocuram apresenta a verdade bíbli-ca de que todo o ser humano épecador e todos precisam da graçade Deus. Por outro lado, sempredeixa claro que o aconselhamentoque pratica é bíblico e que ela não é

psicóloga. O fato de a capelania doslocais em que trabalha pregar ideaisevangélicos é verdadeiro, evidente enão traz nenhuma novidade. "Oshospitais têm nossa declaração de fédesde que começamos, há 20 anos, etodos os anos suas diretoriasrecebem nossos relatórios de ativi-dades, onde mostramos claramentenossos princípios e os resultados denosso trabalho diário. Temos tido,por parte dos superintendentes, dire-tores e de muitos profissionais dasaúde, um forte apoio e estímulopara continuar, pois estes recon-hecem os benefícios da fé à saúdefísica e mental de seus pacientes",afirma.

Por causa desse caso e sua reper-cussão, Eleny está encaminhando àdireção do HC e do Instituto deInfectologia Emílio Ribas, as institu-ições mais afetadas, um relatóriocompleto e detalhado de tudo emque a capelania crê, divulga, desen-volve, bem como de suas atividadescomo capelã evangélica.

A poioEleny Vassão tem recebido apoio

de evangélicos de muitas denomi-nações em vários países. " Em meioà tribulação, invoquei o Senhor, e oSenhor me ouviu e me deu folga. OSenhor está comigo, não temerei.Que me poderá fazer o homem?" (Sl118.5-6), ela cita.

"Como tem sido precioso o apoiode toda a família evangélica emmeio à tempestade pela qual estamospassando. Temos recebido men-sagens de muitos irmãos e igrejasnão só de muitas denominações detodo o Brasil, mas também de nos-sos irmãos da Polônia, Argentina,Bolívia, Inglaterra, EUA, Rússia,Irlanda, Canadá, Angola e Kenya,que conhecem e apreciam nosso tra-balho de capelania.", compartilha."Acabamos de receber tambémmensagem de apoio dos colegas eamigos capelães evangélicos doExército, Marinha, Força Aérea,Polícia e Bombeiros Militares doBrasil", comemora.

Brasil PRESBITERIANO 7Janei ro de 2004

Eleny Vassão, com 20 anos de experiência em capelania hospitalar,enfrenta críticas de vários grupos pelo Brasil e pelo mundo

Perseguição

Capelã presbiteriana sofre perseguição porse pronunciar contra o homossexualismoD

Eleny Vassão: 20 anos de capelania hospitalar

Wilson Camargo

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scritor, poeta, escultor,pintor, engenheiro daCompanhia Energética deMinas Gerais (Cemig),

administrador de imóveis, agentedo BP, presbítero, conselheiro ediretor da UPJ, secretário dePlanejamento da Igreja, professorde escola dominical, membro daComissão de Orçamento da igreja,tesoureiro da UPH, trabalho comos adolescentes... Onde o pb.Ovídio Gomes Spínola conseguetempo e energia para tantas ativida-des? "Deus é quem nos inspira econduz. É Ele, na sua infinita bon-dade, que nos dá o nosso cônjuge,filhos, amigos, irmãos e famíliapara que possamos abençoá-los(pois somos abençados para aben-çoar) e, desta forma, a nossa vidatorna-se cheia de atividades e ale-gria, ficamos felizes e contagiamostodas as pessoas à nossa volta, poispassamos a desejar estar cada diamais juntos e nos ajudando uns aosoutros, compartilhando a nossasvidas e nos amando verdadeira-mente, sem amarras e preconcei-tos", essa é a resposta do presbíte-ro, que é membro da IP Filadélfiade Governador Valadares, MinasGerais.

As experiências em seu própriocasamento levaram o pb. Ovídio afazer palestras sobre o amor conju-gal e a escrever o livro Casamentoe Amor – o melhor da vida é convi-ver com alguém que sabe fazer deum pequeno instante, um grandemomento. "O livro é a minha cara,eu pratico 100% do que está escri-to nele. E amo a Silvinha, muitomais de quando eu casei. É comose fosse crescendo dia-a-dia onosso amor". Silvinha é SílviaNalon Spínola, esposa do pb.Ovídio há 22 anos.

Não é o primeiro livro que eleescreve. Nos dois outros livros queescreveu, ele teve o apoio cultural

da Cemig, mas todos foram lança-dos com recursos próprios. No pri-meiro, Momentos : Escritos eEsculturas, conta o pb. Ovídio, elequis levar ao público uma expe-riência familiar, passando adianteas boas lições e o que acredita serimportante para a vida. Fez umacoletânea das poesias que escreve,de teor cristão, e anexou fotos dealgumas de suas esculturas emargila e gesso.

Em Coletânea de Ilustrações eMensagens para Reflexão, a inten-ção foi passar reflexões a seremutilizadas como ilustrações eexemplos para diversas situaçõesda vida do cristão. "Muitos prega-dores têem utilizado esse livro paratirar ilustrações/estórias paraexemplos em textos e sermões",compartilha.

No terceiro livro, o foco é o casa-mento, o amor e a família. "Faloaos casais mostrando que a vidaconjugal é um projeto divino atra-vés do qual Deus nos torna maisfelizes. É no casamento que apren-demos a amar ao próximo como anós mesmos", afirma o escritor.

Um CD-ROM com o primeirolivro e fotos de esculturas, inclusi-ve de areia, nas praias, também foilançado, além de um vídeo com opoeta declamando seus versos.

Prêmio ÁgapeEm novembro, o pb. Ovídio rece-

beu o prêmio Ágape, na primeiraedição do prêmio, concedido peloNúcleo Evangélico de GovernadorValadares e Região a cristãos quese destacam na cidade, consideradaa capital evangélica do Brasil.

Presbiteriano desde a infância, opb. Ovídio, sua esposa Sílvia e seustrês filhos, Guilherme, de 20,Pedro, 16, e Ana Carolina, com 15anos, são membros atuantes da IPFiladélfia, que comemora Jubileude Ouro no dia 4 de abril de 2004.

Há 16 anos, o presbítero promove eorganiza, na igreja, o Festival dePoetas e Cantores, uma oportuni-dade de confraternização e integra-ção entre as sociedades internas."Os avós e pais se emocionamvendo seus filhos e/ou netos reci-tando as poesias que fizeram den-tro de um tema pré-determinado.Distribuímos pipoca, canjicão,cafezinho, queimadinha e biscoitode polvilho nos intervalos. É entre-gue um troféu para a sociedadeganhadora e medalhas para osmelhores cantores, poetas, intér-pretes de poesia e a melhor criança,destaque e simpatia".

Foi ainda na infância que o pb.Ovídio descobriu, graças a umaprofessora da Escola Dominical,que tinha aptidões artísticas. "Aprofessora Agazinha ou Agá, (elaainda leciona na Nona IP deGovernador Valadares), que eramuito criativa, nos fazia declamarpoesias, participar de pequenosteatrinhos, trabalhar com as mãos efazer artesanato, e eu fui me desta-cando e gostando", conta.

Aos 13 anos, quando viu o marpela primeira vez, com medo daágua ficou se distraindo fazendoesculturas na areia que forammuito admiradas. Em 1996, umgerente do trabalho, vendo as fotosdas esculturas, o presenteou comargila e gesso e pediu-lhe queexperimentasse fazer as esculturasnaqueles materiais." Fui fazendo, ehoje tenho só em casa mais de 100esculturas. Quanto aos quadros, foium desafio: eu coloquei na cabeçaque poderia fazer quadros e fuicriando uma técnica nova, onde eufazia arte na tela, utilizando massacorrida, arames, panos etc.", diz.

O pb. Ovídio é engenheiro eletri-cista, com pós-graduação em Tele-Informática, e concluiu recente-mente o MBA em GestãoEmpresarial da Fundação Getúlio

Vargas -FGV.Para adquirir os seus livros, que

custam R$10, ou obter mais infor-mações, o telefone residencial doescritor é 0XX33 3221 7560 e o e-

mail é oví[email protected]. Eleavisa: se alguma sociedade internaou igreja se interessar em adquiriros livros em grande quantidade,dará 30% de desconto.

Brasil PRESBITERIANO8 Janei ro de 2004

Acontece

E

Esculturas do pb. Ovídio em exposição

Presbiteriano ganha prêmio por destacar-se entre os evangélicosde Governador Valadares, Minas Gerais

Escultor, pintor, poeta e escritor presbiterianoinspira-se na Palavra de Deus

Dilvulgação

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emos em casa uma esco-la bíblica que funcionatodos os dias. Nós, oscristãos, temos que ficar

três meses fechados dentro dela.Somos obrigados a isto, já que ogoverno proíbe o ensino bíblico.São três períodos de estudos pordia, num total de 10 horas.

Para o caso de a polícia apare-cer (o que não é raro), temosuma sala secreta, de mais oumenos um metro de altura. Osirmãos e as irmãs têm que per-manecer sentados para se escon-der. Há uma pequena janela parapoderem respirar. Não dá paradeixar os sapatos na porta dacasa porque certamente os poli-ciais vão estranhar a quantidade.Então colocamos os sapatosdentro de uma caixa e esconde-mos (em nossa terra, é costumetirar os sapatos antes de entrarem casa).

Em função do espaço apertado,os estudantes são obrigados aassistir às aulas deitados emlinha reta no chão, em colchõesou colchonetes. Os 30 a 75 estu-dantes têm se levantar às três ouquatro horas da manhã para asua higiene matinal no únicobanheiro da casa. Os colchõesficam escondidos durante o dia.Nossos irmãos da aldeia cozi-nham para nós, para que os alu-nos, que vêm de todas as partesdo Vietnã, tenham tempo deestudar. Eles nunca reclamam esão ótimos obreiros. Não pode-mos cantar alto porque um dosnossos vizinhos é membro doPartido Comunista e já nos dela-tou uma vez.

Há 20 anos ministramos estu-dos bíblicos em diversas partesdo Vietnã. Em I Reis 18, o fielObadias trabalhou respeitosa-mente para o cruel Rei Acabe,mas alimentou secretamente 100profetas durante três anos (55toneladas de comida, no míni-mo!). Qual a desculpa que ele

dava para pegar tanto pão? Ecomo ele conseguia escondertudo aquilo? Quem eram oscrentes "clandestinos" que o aju-davam com a comida? Ele esta-va cumprindo a maior lei deDeus: amar ao próximo, amar aDeus. Existem cristãos teologi-camente corretos hoje em dia,que agem sempre dentro da lei e

que obedecem as Jezebels dosgovernos cruéis, ajudando-as a"caçar" os profetas "fora-da-lei"que são obrigados a viver escon-didos nas cavernas. Esses cris-tãos colocam o legalismo acimado amor.

Quando escondeu os espiõesisraelitas, Raab cometeu umcrime de traição contra o própriogoverno. Ela traiu e mentiu, masganhou um lugar de honra nagaleria dos heróis da fé emHebreus 11, por obedecer à leimaior de Deus.

Não é errado nem "ilegal" seesconder. Muitos dos servos deDeus já tiveram que se esconderdas autoridades – Moisés, Davi,Elias, Jeremias, Paulo e até Jesus(João 12.36).

As leis nos países livres do oci-dente são diferentes das leis no

Vietnã. No Vietnã, os comunis-tas criaram leis para benefíciopróprio, não baseadas nas leis daBíblia, como é nos países livres.Aqui no Vietnã, nós pagamos osnossos impostos e respeitamosas leis do nosso país, mas seessas leis nos obrigam a negar anossa fé, não podemos obedecê-las.

Quando a polícia me faz per-guntas sobre os nossos evange-listas ou sobre detalhes da nossaigreja, eu digo que "não possoresponder às suas perguntas". Oque não significa que não obede-cemos às nossas leis. Quandonossa fé é atacada, não temosque obedecer. Temos a liberdadede seguir a nossa fé.

A Igreja Tin Lanh (BoasNovas) obteve uma licença dogoverno do Vietnã, mas essalicença não ajuda em nada. Aigreja pediu ao governo permis-são para abrir uma escola bíblicapara 100 estudantes (a primeiraem cerca de 30 anos de regimecomunista). O governo verificoua biografia dos alunos e só per-mitiu a entrada de 50. E, alémdisso, obrigou a Escola Bíblica aaceitar quatro professores ateus

para ensinar doutrinas políticas eevolução. Assim, quatro dostreze professores estão lá paramisturar o seu veneno ao remé-dio do Evangelho. Isto não éprogresso. É retrocesso. Não éobediência a Deus. Se tivermosque esperar até o governo nosdar licença para termos a nossaprópria escola bíblica, você pode

crer que Jesus voltará antes. Nãopodemos esperar.

Obadias era um funcionário dogoverno que trabalhava para afamília real. Obadias amava seupaís. Mas de onde ele tirou acomida que deu aos 100 profe-tas? Eu penso que ele a roubou.Com Deus, Obadias estavalegal. Para o Rei Acabe, ele esta-va fora da lei. É possível que acada dia ele tirasse um pouco dacomida do governo. E fez issopor três anos! A fome durou trêsanos. Não foi fácil. Se ele tives-se obedecido ao governo, embo-ra devesse por ser um oficial, osprofetas teriam morrido defome. O que você faria, obede-ceria ao governo?

Se Obadias não tivesse visão,não teria feito o que fez. Eleseguiu a lei maior. Amou a

Deus, amou o seu povo. Ele agiucomo a Rainha Ester. Isto é fé.

Desde que se enquadraram àlei, a única permissão que osnossos amigos da Igreja TinLahn, em Saigon (8 milhões depessoas), tiveram dos comunis-tas foi abrir uma única igrejanum único bairro daquela únicacidade, e isto depois de muitabriga. O número de membrosdas igrejas subterrâneas ultra-passa em muito o das igrejas ofi-ciais. Não haveria nas tais igre-jas oficiais espaço suficientepara todos eles. Há dezenas demilhares de novos convertidosnos planaltos vietnamitas, quenão dispõem de uma igrejasequer para freqüentar. Hásomente duas igrejas oficiais emHanói, uma cidade com milhõesde habitantes.

Não posso comparar as igrejasdo ocidente com as do Vietnã. Aliberdade vem do Espírito Santo,não do governo. Na América,por exemplo, você não é obriga-do a registrar a sua igreja, a nãoser que queira redução deimpostos. Em muitos países doOcidente, como a América, vocêpode louvar a Deus até na calça-da, se quiser.

No Vietnã, a polícia tenta nosimpedir, mas não nos importa-mos. Na América, você podeescolher. O louvor depende doseu coração, não das leis dogoverno.

Faz 15 anos que realizamosreuniões em nossa casa. Meumarido esteve preso por doisanos. A polícia entrou em casa12 vezes, sem permissão oumandato. Se tivéssemos umaigreja oficial, poderíamos fre-qüentá-la, mas ainda assim usa-ríamos as nossas casas para gru-pos familiares.

No futuro, mesmo que o gover-no venha a nos autorizar a cons-truir uma igreja, ainda assim nosreuniremos em grupos caseiros.E assim, os nossos vizinhos vãopoder ouvir o evangelho. Orepelos cristãos do Vietnã.

Sra. NguyenFonte: A Voz dos Mártires

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Brasil PRESBITERIANO 9Janei ro de 2004

Janelas para o Mundo

Vietnamitas estudam a Bíblia ilegalmente

Escola Bíblica ilegal no Vietnã

A Voz dos Mártires

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manutenção da cultura espanhola.Já o sentimento hostil quanto àreligião vem ainda da ditadura,quando a confissão religiosa católi-ca era obrigatória, inclusive comprisões e mortes a quem não obede-cia. Por causa disso, as novas ger-ações manifestam uma vigorosarejeição a tudo que apresenta cono-tação religiosa, inclusive nas esco-las, onde a freqüência às classes deensino religioso é inferior a 20%.Pelo descrédito à religiosidade, oespanhol necessita primeiro con-hecer o cristão como pessoa e vê-loamistosamente, para depois darcrédito à sua pregação."Por esses fatores, a igreja evangéli-ca espanhola perdeu seu afã evan-gelístico, restringindo-se a serviçossociais, em que é muito atuante. Háum temor, muitas vezes chamado derespeito às liberdades, em sepraticar o evangelismo, principal-mente pessoal", diz o rev. Dirceu."A igreja evangélica precisa sermuito divulgada na Espanha paravencer o desconhecimento e, assim,crescer, pois muitos são simpáticosaos evangélicos mas não se aproxi-mam da igreja pela pressão socialdos que ainda a desconhecem."

Ministério

Os missionários Dirceu e Tirza deMendonça trabalharam durante dezanos no Brasil, socorrendo drogadi-tos, depressivos e famílias em crise.Na Espanha, sua "pequenina igre-

ja", como a chamam, iniciada pelorev. Hugo Vivas (hoje residente emFronteira, Minas Gerais), se tornouconhecida como um centro de apoioa pessoas nessas situações.O casal trabalha também com umministério voltado para a formaçãomusical e instrumental de pessoasdispostas a usá-las na adoração.Eles acreditam que a interação comoutros músicos é um bom canal deevangelismo e destacam que o ensi-no musical, na Europa, tem umaimportância muito grande.Outro ministério em que atuam é ode ventriloquia, que teve início hánove anos. O missionário conta que

começou como uma brincadeiracom os filhos, Mateus e Maíra, e,depois, com as crianças de uma con-gregação. "Após tantos anos, con-tabilizamos trabalhos em dezenas deescolas e igrejas, além de acampa-mentos", compartilha. Ele crê que asoportunidades neste ministério sur-girão, pois há uma tradição européiamuito forte nessa arte. O alvo é con-seguir um boneco profissional parapoderem participar de eventos artís-ticos e técnicos, já que Gibizinho, oboneco atual, feito de pano, é muitoinfantil e não permite o uso de técni-cas mais avançadas.Rev. Dirceu, Tirza, Mateus e Maíra

são missionários da AgênciaPresbiteriana de MissõesTransculturais e também estão asso-ciados a várias IPBs pelo Brasil."Nossa vida é muito simples e temoslutado, junto com a APMT, peladivulgação do nosso trabalho paracontinuar recebendo os recursosbásicos para desempenhar nossoministério", afirmam.Há ainda mais quatro famílias mis-sionárias da APMT na Espanha, nascidades de Huelva, La Línea, PuertoReal e Sevilla.

Brasil PRESBITERIANO10 11Janei ro de 2003 Janei ro de 2003

Igrejas evangélicas estão se deteriorando na Espanhapartir da proposta do rev.

Emílio Bellido, da EscuelaReformada de Sevilla, a IP

em Don Benito, Espanha, lideradapelos missionários presbiterianosrev. Dirceu e Tirza de Mendonça,realizou um dia de conferênciassobre a Reforma Protestante em 31de outubro.O rev. Bellido pregou sobre a liber-dade advinda da Reforma. Destacouque a sociedade européia medieval,na época em que aconteceu aReforma, estava integralmentevoltada para a perspectiva da sal-vação da alma através da igrejacatólica. As regras que esta haviaestipulado para se chegar a tal obje-tivo escravizavam o continente aum poder eclesiástico opressivo,tornando a sociedade e os poderescivis subservientes. Ele afirmouinsistentemente que os institutos eescolas, na Europa, somente setornaram centros de livre pensa-mento e investigação culturalgraças aos reformadores."Para um contexto que desconhecequase que completamente aReforma Protestante e as igrejasevangélicas, eventos como esse sãoextremamente significativos e deuma importância ímpar para ocrescimento do cristianismo", afir-ma o rev. Dirceu.

Deterioração das igrejas naEuropa

O rev. Dirceu de Mendonça afirma

que as igrejas estão fechando naEuropa. Na Espanha, o que tem pro-duzido isso é a falta de pastores elíderes. Ainda assim, afirma que opaís não é um cemitério de mis-sionários, como imaginam muitosno Brasil. Ele explica que a razãodesse apelido é o fato de que muitos

pensam que, pela Espanha ser umpaís europeu e de tradição católica,evangelizar naquele país seriamuito fácil. Assim, alguns mis-sionários vão sem o devido preparoe acabam retornando ao Brasildesestruturados."O que se diz entre os missionáriosmais experientes (de várias missõese denominações), alguns com quase20 anos neste país, é que, atual-mente, a Espanha é tão difícil para oevangelismo quanto um paísmuçulmano mais aberto, ou paísesque foram comunistas (antiga

União Soviética), e todos os quevierem sem o devido preparo,voltarão desesperados, pois os fru-tos visíveis são escassos e a pressãoé muito grande".Faltam pastores, diz o missionário,porque a maioria é transferida porfalta de recursos. Alguns são mis-

sionários que voltam a seus paísesde origem, outros são pastoresespanhóis que ¨fazem tendas¨, istoé, trabalham ¨secularmente¨ paragarantir o seu sustento. Muitasvezes, precisam transferir-se parauma região distante para trabalhar.Assim, as igrejas das quais cui-davam acabam fechando.Algumas igrejas permanecem aber-tas, porque alguém, mesmo sempreparo, mas com coragem, comofoi o caso em Don Benito, mantémas portas da igreja abertas, lutandosempre pela presença, ainda que

esporádica, de um líder maispreparado."A situação espanhola apresentapastores cuidando, sozinhos, devárias igrejas em cidades diferentes,na maioria das vezes, as únicas igre-jas evangélicas nessas regiões",compartilha o rev. Dirceu.

Rejeição à palavra

O rev. Dirceu de Mendonça afirmaque a rejeição à Palavra é grande naEspanha, o que acontece por trêsmotivos fundamentais: desconheci-mento, tradição católica e um senti-mento anti-religioso.A igreja evangélica é praticamentedesconhecida, já que foi perseguidadurante quase 40 anos pela ditaduraFranquista. Na época, propagar a féevangélica era crime, pois significa-va um confronto à fé católica,entendida como a única religiãocorreta, sendo a igreja protestanteconsiderada seita. "Isso permaneceno inconsciente coletivo da popu-lação", explica o missionário.Segundo a nova constituição espan-hola, o catolicismo não é mais areligião oficial do Estado, pois háliberdade religiosa e uma consciên-cia muito forte de que a unidadenacional depende do respeito a essaconstituição. Entretanto, ainda seconserva a visão de que o catolicis-mo representa a unidade nacional,mesmo que simbólica e folclórica.As outras religiões representam umperigo para tal unidade e para a

A

e-mail: [email protected]://www.projetoespanha.hpg.ig.com.br

Missionários da APMT lutam para difundir o cristianismo na Europa

Famíla Ovidio

fonte principal da cidade, que representa a abundância de água do Rio Guadiana,que banha a cidade

Page 11: bp_janeiro2004

Comissão Nacional deEvangelização (CNE)da IPB realizou cinco

simpósios em 2003, nos esta-dos do Paraná, Pará, Piauí eMaranhão. Segundo o rev.Cícero Ferreira da Silva, secre-tário-executivo da CNE, ossimpósios fazem parte da etapade contatos que a comissão estáfazendo com lideranças, concí-lios e igrejas locais da IPB. Oseventos foram organizados sobo tema Eleitos para Proclamar,baseado em I Pe 2.9, com ossubtemas Motivação Bíblica eTeológica da Evangelização,Restaurando a Paixão naEvangelização e Estratégias deEvangelização Pessoal,Coletiva e Institucional.

No último encontro estadual,que foi realizado em São Luizdo Maranhão, de 20 a 23 de

novembro, participaram apro-ximadamente 350 pessoas."Tivemos uma excelente recep-tibilidade e o simpósio tevegrande impacto para aquelesamados irmãos. A ênfase foi naPalavra, no encorajamento, nosdesafios, nos projetos de traba-lho práticos", compartilha orev. Cícero. Qualquer sínodoou presbitério que tenha inte-resse em realizar um SimpósioRelâmpago (a custo quasezero) em sua região, podeentrar em contato com aCentral de Atendimento daCNE e conversar com o rev.Cícero.

Evangelização não é opcionalSegundo o rev. Cícero, o tema

Eleitos para Proclamar foidesenvolvido para a conscienti-zação do papel de cada crenteno Corpo de Cristo. "Pedro diz

que fomos eleitos para procla-marmos as virtudes de Cristo,exatamente o que nosso mundonecessita ouvir. O Senhor Jesusdisse: ‘não fostes vós que esco-lhestes a mim... antes eu vosescolhi, vos nomeei, para quevades e deis fruto e vosso frutopermaneça...’ Jo 15.16", afirmao secretário.

O rev. Cícero explica queevangelização não é opcional.Assim como as leis físicasgovernam o universo e preci-sam ser conhecidas e respeita-das, as leis de Deus governam orelacionamento do homem comseu Criador, Redentor ePreservador. "Ignorar o evange-lho é pior que desrespeitar a leida gravidade. Os imperativosde Deus são eternos. A palavrade Deus é viva e eficaz. Emcontraste com a palavra do

homem, que é tão passageira, apalavra de Deus é como espadade dois gumes, como marteloque esmiúça a penha. Não voltavazia. Cumpre seu propósito.Traz fé salvadora. Vivifica mor-tos. Transforma: vidas, famí-lias, sociedades. O evangelhotraz nova ordem espiritual,social, econômica, financeira.Restaura valores eternos, ins-taura o reino de Deus aqui eagora... Veja quão culpadossomos por deixar esta humani-dade tão perdida, com essesilêncio sepulcral, quando nãofalamos de Jesus".

Ele aponta três principais pon-tos que não devem ser esqueci-dos sobre evangelização: Deusé soberano, mas o homem é res-ponsável; o crente jamais deveser passivo na evangelização eou o cristão cumpre o manda-

mento - I Pe 2.9, Jo 15.16 - ouserá culpado diante de Deus eda geração à qual pertence.

Antes de o mundo existir,Deus elegeu os cristãos, osnomeou e designou para procla-mar as virtudes de Cristo, queconstituem a perfeita e eternasalvação. Virtudes que per-doam, que encorajam, que con-solam. Ele diz: "Se alguém quervir após mim, a si mesmo senegue, dia a dia tome a sua cruze siga-me" Lc 9.23; "Toda aautoridade me foi dada no céu ena terra. Ide, portanto, fazei dis-cípulos de todas as nações, bati-zando-os em nome do Pai, e doFilho, e do Espírito Santo; ensi-nando-os a guardar todas as coi-sas que vos tenho ordenado. Eeis que estou convosco todos osdias até à consumação do sécu-lo" Lc 9.23; Mt 28.18-20.

Brasil PRESBITERIANO12 Janei ro de 2004

CNE promove aproximação com lideranças da IPBEvangelismo Comissão Nacional de Evangelização realiza simpósios pelo Brasil

A

sses dias, li uma história do grande pastor eescritor Max Lucado, intitulada Um ToqueEspecial!. Era a história do Leproso, descri-

ta no Evangelho de Mateus, mas contada da perspec-tiva do próprio homem. Uma história dolorosa e cheiade emoção.

Fui tomada por um desejo enorme de chorar enão tive como resistir, pois era como se estives-se lá presenciando a cena. Ele conta comohavia sido esquecido pelas pessoas, marginali-zado e excluído do sistema social pois naquelacultura a lepra era algo horrendo, e o leproso,considerado como impuro e ninguém podiatoca-lo, nem falar com ele e como, ao vê-lo,davam passos em outra direção. Que história!

Ao final, que maravilhoso! Ele tinha ouvido falardo Filho de Deus. Que curava as pessoas desuas feridas do corpo e da alma, que perdoavaos pecados. Resolveu, então, se arriscar: ou Ele

ouviria a sua queixa e o mataria ou ouviria suasúplica e o curaria - estes eram os seus pensa-mentos. Afinal, ele nada tinha a perder. E assim,só de olhar para Ele, foi transformado não porfora, mas por dentro.

Nos seus olhos estava claro que Ele se impor-tava com aquele homem, que, ao invés de seafastar como todos faziam, deu um passo emsua direção e, não satisfeito em apenas dizer"quero", "sê limpo", Jesus o tocou, o que o dei-xou surpreso, pois havia mais de cinco anos queninguém o tocava, e foi curado. Imagine você,este homem foi considerado digno do toque deDeus, um Toque especial!

Bom, parei para pensar em quantos lugaresJesus, o Filho de Deus, tem chegado através denossos missionários. E nesses lugares tambémhá pessoas com histórias semelhantes ou tãodolorosas como a deste homem, marginaliza-

das, impuras e que estão há anos sem ser toca-das: hindus, africanos, árabes e tantos outrosque só poderão ser tocados pela palavra deDeus.

Sabe? Há neste momento tantas outras queforam consideradas dignas do "toque de Deus" .E isto só foi possível porque você é uma destaspessoas que têm nos ajudado a manter e aenviar nossos missionários até esses lugares.Todas as vezes que você contribui ou ora pornossos missionários, você abre a porta para queoutras pessoas possam ser dignas deste atocurador de Jesus.

E

Um Toque Especial

Adriana Ferreira, formada em Teologia, é mis-sionária da base da Agência Presbiteriana de

Missões Transculturais há três anos, e estáconcluindo pós-graduação em Terapia Familiar.

Adriana Ferreira

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ulheres Abençoadas,esse nome lembra algo?Qualquer semelhançacom o nome da novela

global Mulheres Apaixonadas,que terminou em outubro, não émera coincidência.

Ao perceber a proposta da nove-la, o rev. Luciano Roberto Nunes,pastor efetivo da IP do Lago Sul,em Brasília (DF), resolveu mos-trar a verdadeira proposta de vidae comportamento apresentada porDeus, diferente do falso padrão defamília e relacionamento que anovela apresentava. Foi o queaconteceu no acampamentoMulheres Abençoadas que, de 14a 16 de novembro, reuniu 43mulheres da IP do Lago Sul.

Segundo o pastor, diversasmulheres puderam conhecer osplanos de Deus para ser uma ben-ção nas mais diversas áreas desuas vidas. Temas como a bençãodo perdão, da correção e da obe-diência, foram ministrados e"cada mulher firmou um compro-

misso individual com o Senhor, ecertamente, muitas transforma-ções estão ocorrendo", comentaDenise Falcão, líder há um ano doministério feminino da igreja.

O trabalho existe há três anos naigreja e, mensalmente, as mulhe-res se reúnem em palestras e reu-

niões buscando desenvolver umavida conforme a vontade do Pai."Nosso foco é o Senhor e é paraEle que trabalhamos", afirmaDenise.

Para ela, o ministério femininoda IPB vem mostrado sua força eimportância dentro de inúmeras

igreja. "Temos que trabalhar e asmulheres têm se disposto a isso",diz, a líder do ministério, desta-cando a importância desse traba-lho.

O primeiro acampamento desseano teve como tema Sê tu umabenção na igreja, no lar e no traba-

lho, e, seguindo esse mandamen-to, frutos já podem ser colhidos."O acampamento feminino unemuito as irmãs, e conseqüente-mente nos tornamos mais sensí-veis ao próximo" diz Denise.

Segundo ela, esse trabalho tam-bém tem ajudado mulheres amanter, de forma sábia, os relacio-namentos no lar. "Percebemosque nossos filhos ficam maismotivados com os trabalhos daigreja, pois vêem que estamosdiferentes, mais serenas, fervoro-sas", conclui.

Para Denise, as mulheres presbi-terianas entendem a importânciade serem benção em uma socieda-de onde valores, modismos evidas estereotipadas servem comoum padrão social e, muitas vezes,invadem a igreja e os lares cris-tãos. Elas reconhecem que, paraserem verdadeiramente mulheresabençoadas, têm que permanecerfirmes no principal alvo do minis-tério, que é estar na presença doSenhor e ajudar, uma as outras, aescutar a voz dEle e andar nosSeus caminhos.

Brasil PRESBITERIANO 13Janei ro de 2004

Acampamento Mulheres Abençoadas reúnemulheres presbiterianas em Brasília

Trabalho Feminino

M

Evento resgata valores bíblicos para os dias modernos

Mulheres Abençoadas fazendo diferença na IPB e no mundo

Lucilene NascimentoDilvulgação

Ronaldo Lidório participa do CBE2missionário rev. Ronaldo

Lidório foi um dos prega-dores durante o SegundoCongresso Brasileiro de

Evangelização, o CBE2, de 27 a 31de outubro, em Belo Horizonte,Minas Gerais.

Aproximadamente mil líderesevangélicos, de todo país, estive-ram presentes, entre eles dr. RusselShedd e a ministra do MeioAmbiente, Marina Silva.

A ênfase no primeiro dia foi aapresentação de um resumo histó-

rico da Missão Integral, movimen-to que teve início com o Pacto deLausanne, em 1974, e desembocouno Brasil através do primeiro CBE,também realizado em BeloHorizonte, em 1983.

O segundo dia teve como tema aespiritualidade em missão, propon-do uma volta ao íntimo e a redesco-berta de um profundo relaciona-mento com o Senhor da obra, paraa realização da vontade dele.

Vários outros temas foram discu-tidos, entre eles, o desafio da mis-

são ética e consagração. No dia 28, o rev. Lidório pregou

sobre o chamado à Missão Inte-gral em uma mensagem que deno-minou de ATríplice Missão, basea-da em Apocalipse 5. "Falei sobre aMissão de Deus, que é Reinar; aMissão de Cristo, que é Pagar oPreço e e a Missão da Igreja, que éServir ao Cordeiro", sintetiza omissionário.

Ronaldo e sua esposa, Rossana,passaram quase toda a década de90 entre povos africanos, como os

konkombas e os chakalis, ambosde Gana. Hoje, ainda trabalhandopela Agência Presbiteriana deMissões Transculturais (APMT)no Amazonas, desenvolvem o pro-jeto Anamajé (mensageiro, emtupi-guarani), numa parceria daAPMT com a Missão deEvangelização Mundial. Elesfazem, em Manaus, pesquisa emapeamento étnico, plantação deigrejas, tradução da Palavra, educa-ção na língua materna e apoio desaúde.

O

Miss. Ronaldo Lidório,levando Jesus a popu-lações indígenas

Dilvulgação

Page 13: bp_janeiro2004

uando lemos o Alcorão(livro sagrado dosmuçulmanos) e obser-

vamos a prática da religião islâ-mica, encontramos um deusdiferente do Deus dasEscrituras Sagradas. Na línguaárabe, tanto o deus do islamis-mo como o Deus do cristianis-mo são chamados pelo mesmonome Allah, mas eles diferemum do outro na concepção queos muçulmanos e cristãos têmde Deus. Do ponto de vista islâ-mico, deus é distante, impes-soal, severo juiz e que está atodo o tempo observando oserros dos homens. Um deusincompreensível, exigente,duro e que se apraz apenas comos rituais e práticas que estãorelatadas no Alcorão. Para osmuçulmanos, cada detalhe doAlcorão deve ser observado deforma muito específica, senãodeus não aceita. Eles cumpremos rituais de forma precisa egostam de mostrar às pessoasque estão procedendo de formacorreta porque disso resulta umcerto status. A fé islâmica é algopesado, difícil e que exigemuito sacrifício e tempo paraconseguir praticar as centenasde rituais e exigências descritasno Alcorão. Assim, o resultadosão pessoas frustradas, desani-madas e desiludidas. Pessoasque estão o tempo todo tentan-do agradar a deus, mas que nãoconseguem e, como conseqüên-cia, ele está sempre zangadocom elas.

Por outro lado, quando lemosa Bíblia, encontramos o Deusque o islamismo não conhece.O Deus que encontramos naspáginas das Escrituras é o Deuspessoal, próximo, amigo, com-panheiro. O Deus que possui oamor incondicional, que O

levou a entregar seu único filhoJesus para morrer pelos nossospecados. O Deus que anda aonosso lado e que se preocupacom os mínimos detalhes danossa vida, até mesmo comaquilo que comemos ou vesti-mos. Esse é o Deus verdadeiro.O Deus com quem podemosconversar, a quem podemosapresentar nossos problemas,compartilhar as nossas ansieda-des. O Deus que não está preo-cupado com sacrifícios ourituais vazios e sem sentido.Contudo, O Deus que está àprocura de corações quebranta-dos e totalmente rendidos dian-te dEle. Esse é o nosso Deus,esse é o Deus que o cristianis-mo prega e vive e esse é o Deusque o islamismo precisa conhe-cer.

Como podemos apresentaresse Deus verdadeiro aosmuçulmanos, de forma eficaz?Esta, com certeza, é uma per-gunta complexa e difícil de serrespondida, porém, eu queroousar colocar algumas coisasque, do meu ponto de vista, nosajudariam a apresentar as boasnovas de salvação aos muçul-manos.

Primeiro, creio que devemosmostrar a eles que Deus os ama.O islamismo não tem a mínimaconcepção de Deus como umDeus de amor. Para eles, juízo eamor são incompatíveis, duascoisas muito longe uma daoutra. Na visão deles, é impos-sível Deus ser juiz e, ao mesmotempo, amor. A tarefa daquelesque estão perto dos muçulma-nos é mostrar que Deus os ama.Como podemos fazer isso?Essa é à parte difícil. Devemosamá-los como eles são, parapodermos mostrar um pouco doamor de Deus e, assim, dar con-

dições a eles de entender esseamor. Nestes últimos dias, osmuçulmanos têm sido odiadoscomo nunca, porém, dessaforma jamais vamos conseguiralcançá-los, uma vez que elesestão carentes e sedentos daágua viva que a religião delesnão pode conceder.

Segundo, devemos apresentarnas Escrituras que Deus é umDeus pessoal e amoroso.Como? A religião islâmica nãoaceita toda a Bíblia comoPalavra de Deus, porém, elescrêem no Pentateuco, nosProfetas, nos Salmos e, porincrível que pareça, nosEvangelhos. Eles acreditam queJesus veio a este mundo comoprofeta, mas não aceitam Jesus

como Filho de Deus, sem peca-do. Jesus, para eles, é um profe-ta anterior a Maomé, mas nãocom tanta autoridade comoeste.

Vejamos alguns textos dasEscrituras que são plenamenteaceitos pela religião islâmica eque podemos apresentar a eles:Deuteronômio 7.9, Lucas 1.50(Deus misericordioso), Salmo5.12 (Deus abençoador), Salmo67.19, 20 (Deus que nos ouve),entre outros. Contudo, issodeve ser apresentado de manei-ra branda e amorosa porquedevemos a todo o tempo mos-trar Jesus em nós, o que é muitomais importante do que entrar-mos em discussões que nãolevam a lugar algum.

Se você é cristão, então vocêconhece o Deus verdadeiro. Omaior problema dos cristãosque querem alcançar os muçul-manos é o desejo de querer pro-var para eles que o cristianismoé a religião correta, sem umespírito de mansidão, humilda-de e amor. Se você deseja vermuitos muçulmanos aos pés deJesus, comece a orar para Deusnos dar um amor profundo poreles. Ore por aqueles que estãoperto dos muçulmanos pregan-do a Palavra, para que tenhampaciência e muito amor paracompartilhar as boas novas.Ore para que as igrejas sejamdespertadas não somente paraorar por vidas não alcançadasmas, principalmente, para amá-los como pessoas que carecemda Graça de Deus.

Os muçulmanos não são ani-mais, não são criminosos. Elessão seres humanos, com senti-mentos, com emoções, e foitambém por eles que Jesus mor-reu na cruz do Calvário. Elesnecessitam de pessoas quefalem menos sobre Jesus, masque mostrem mais em suasvidas a vida de Jesus. Eles estãocarentes de algo novo quevenha libertá-los dos rituaisvazios do islamismo. Nóstemos a mensagem de vida;vamos, então, apresentar aosmuçulmanos o Deus verdadei-ro, esse Deus que eles nãoconhecem assim como os ate-nienses não conheciam. QueDeus nos ajude a sermos teste-munhas vivas dEle nestemundo.

Brasil PRESBITERIANO14 Janei ro de 2004

Missões

O Deus que o islamismo não conhece

QRev. Osni Ferreira

Povos muçulmanos são alcançados somentepelo amor

A Voz dos Mártires

Osni Ferreira é missionárioda Agência Presbiteriana deMissões Transculturais e tra-balha com povos não alcan-

çados no Oriente Médio

Page 14: bp_janeiro2004

om o objetivo de capa-citar as igrejas presbi-terianas nas áreas mis-

sionária, musical e educacio-nal, utilizando a música comoinstrumento de evangelismo,foi realizado, de 20 a 23 denovembro, no SeminárioPresbiteriano do Norte, emRecife (PE), o PrimeiroCongresso Musivoz: A músicaSacra Numa Visão Missionária,Ministerial e Emocional.

Para o rev. Charles Martins,pastor presbiteriano, missioná-rio e músico, diretor do con-gresso, a música sacra deve servista como um grande instru-mento de evangelismo no tra-balho missionário da Igreja."Cabe a nós, como IPB, nosunirmos em prol deste grandedesafio que é capacitar as nos-sas igrejas quanto à função damúsica sacra. Para isso o nossoMusivoz foi criado, para nos

mover quanto à nossa respon-sabilidade como dispenseirosdo nosso senhor Jesus Cristo".

Segundo ele, ao analisar a his-tória da música sacra, pode-sedeparar com vários exemplosde como esse estilo musicalauxiliou o trabalho dos missio-nários. "Podemos citar os avi-vamentos ocorridos na igreja ea contribuição dos missionáriosamericanos e ingleses. Emnosso Hinário Novo Cântico

podemos ver a contribuição demissionários como o casalKalley, o médico missionáriodr. Kalley e sua esposa Sarah,que escreveram vários hinos,entre eles os de número 3, 12,19, 22, 24, 46, 50, 54, 73 e 212,entre outros".

O rev. Charles explica que amúsica sacra pode, também, serutilizada como instrumentoeducacional dentro e fora dasigrejas pois, através da música,

uma pessoa pode ser educadanas áreas sócio-cognitiva eemocional. Ele cita que espe-cialistas afirmam que a músicapode ser utilizada como umagente transformador de perso-nalidade e ajustamento social."Como IPB, temos que educarnossos jovens e formalizar umaidentidade musical, em grupos,os mais diversos, que nãosejam reconhecidos como refe-rência litúrgica".

iúva há oito anos e mãede três filhos, IlgaMaria Mueller já pas-

sou por muitos problemas dedepressão e dificuldades derelacionamento. Chegou a serinternada em uma clínica psi-quiátrica. Hoje, conta que pro-cura viver segundo a Palavrade Deus e em breve será bati-zada na IP de Santa Cruz doSul, no Rio Grande do Sul.

"Como católica, eu era prati-cante de todas as tradições,mas não conhecia Jesus. Tinhamuitos problemas, depressão,problemas de relacionamentocom os filhos. Saía de casa enão tinha vontade de voltar -era a pior hora. Cheguei a serinternada em uma clínica psi-quiátrica. Nesse estado, bus-quei em muitos lugares porsolução, mas quanto mais bus-cava, mais parecia que as coi-sas pioravam e eu não encon-trava paz.

Então, em julho de 2002,

encontrei um grupo de jovensde origem coreana, que mederam um folheto e pergunta-ram se eu gostaria de receberuma visita do pastor missioná-rio e da esposa. Eu disse quesim, só que teria que ser naque-la semana. Eles estiveramvárias vezes em minha casa,mas eu nunca estava. Até queum dia, meu neto, que estavaem casa, deu o número do meutelefone. O pastor entrou emcontato comigo, e eu disse quenão me interessava mais. Eleinsistiu, disse que ele e a espo-sa gostariam de me conhecer eeu falei que ia pensar, pois nãoestava muito bem de saúde, evoltaria a entrar em contatomarcando um encontro emminha casa. Mas o pastor insis-tiu e disse: pois agora é que asenhora mais precisa de Jesus.Eu falei: será? Ele disse quetinha certeza que sim. Era umsábado. Então eu concordei, emarcamos nosso encontro paraterça-feira, dia 20 de agosto de

2002, o primeiro encontro.Graças a Deus pela insistên-

cia dele! Ele me falou de formatão clara sobre Jesus que eunão tive dúvida, era esse Jesusque eu sempre buscava, masnão encontrava. Depois deouvir Sua palavra e oraremcomigo, e eu aceitar Jesuscomo meu único Salvador, ascoisas mudaram.

Sinto muita paz. O relaciona-mento com meus filhos émelhor do que antes. Minhasaúde está boa. Além do fato deter certeza da minha salvação,que agora entendo ser o maisimportante para a vida de umapessoa.

Hoje, procuro viver a Palavrade Deus, levando essa boanova a outras pessoas. Que sóJesus Cristo salva. Já disse ameus filhos, que me verão can-tando e pregando na igreja.Não sou batizada ainda, maspenso em fazê-lo em breve,pois o rev. Alfredo Terras estáme preparando para esse fim".

Brasil PRESBITERIANO 15Janei ro de 2004

Mais uma gaúcha no Reino de Deus

Música Sacra pode ser utilizada em educação

V

Filha de pais católicos, Ilga Maria Mueller se converteu e hoje émembro da IP Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul

C

Louvor

Ilga Maria Mueller da depressão profunda à pazcom Jesus

Divulgação

Testemunho

Page 15: bp_janeiro2004

Brasil PRESBITERIANO16 Janei ro de 2004

Acontece

esgatando nossa Identidadefoi o tema do CongressoUnificado das Federaçõesde Campo Grande, Mato

Grosso do Sul, que reuniu 140 pes-soas nos dias 15 e 16 de novembro.Quase todos os pastores do presbité-rio estiveram presentes.

Segundo o rev. Divino Gomes daSilva, secretário presbiterial, a idéiade unificar os congressos das federa-ções das sociedades de CampoGrande surgiu no Congresso dasFederações de SAFs da região, noano passado. No mesmo dia, esta-

vam acontecendo os congressos dasfederações de UPAs e UMPs, emlocais diferentes. "O pai em umlugar, a esposa em outro e os filhosem outro, dessa maneira os gastosficavam altos. Com o CongressoUnificado economizamos. Aidéia foiaprovada pelo Presbitério", conta over. Divino. Ele compartilha que oobjetivo era integrar as federações, oque foi alcançado: "A realidade foimelhor do que o Sonho. Devido aogrande sucesso do primeiro congres-so unificado, não haverá mais lugarpara congressos isolados. Com a

bênção de Deus, queremos que, em2004, nossas Federações estejam tra-balhando em conjunto".

Foi desenvolvida uma AgendaUnificada das Federações e a primei-ra Reunião Unificada, quando serãodiscutindo projetos, será no dia parao dia 31 de janeiro, em Dourados(MS).

Identidade da IPBPara o rev. Divino Gomes da Silva,

a identidade da IPB não está perdida,mas há necessidade de se resgatar aestrutura das sociedades internas que,infelizmente, estão desacreditadas.

"Muitos pastores acreditam que osministérios têm mais valor que asSociedades Internas", alerta. O ver.Divino acredita que não há necessi-dade disso, pois, dentro das socieda-des, há espaço para todos os ministé-rios. "Pessoalmente, eu nem mepreocupo com a nomenclatura minis-tério. Sou presbiteriano e uso anomenclatura presbiteriana", afirma.Segundo ele, a estrutura presbiterianaprecisa ser compreendida pelassociedades internas para que todossejam verdadeiramente presbiteria-nos. "Tenho absoluta certeza que ser-

vimos ao Senhor através da submis-são às nossas lideranças, que foramsabiamente distribuídas noOrganograma: ConfederaçãoNacional, Confederações Sinodais,Federa-ções, Departamentos dasIgrejas locais. Precisamos ensinar ahierarquia da IPB a seus membros,porque ela não é contrária a vontadede Deus.

Além do rev. Divino, foram prele-tores do encontro os reverendosFernando Glória Caminada Sabra,Hernandes Dias Lopes, GentilFernandes Marques.

Congresso reúne federações de Campo GrandeR

Palestras discutem identidade das sociedades internas da IPB

mais nova UPH do SínodoEspírito Santo/Rio deJaneiro nasceu na cidade deApiacá, extremo sul do

Estado do Espírito Santo, no dia 19de outubro. A Segunda IP de BomJesus do Itabapoana organizou, naCongregação Presbiteriana deApiacá, a União Presbiteriana deHomens, contando com oito mem-bros fundadores, entre eles dois pres-bíteros e dois diáconos. O presbíteroRágem Gomes de Menezes,Secretário Sinodal do TrabalhoMasculino da região, foi eleito presi-dente da nascente sociedade.

O presidente da nova UPH declarouque o trabalho masculino noPresbitério de Bom Jesus do

Itabapoana vem crescendo de formavisível, com cores vivas, e que, defato, trata-se de uma sociedade dehomens responsáveis. "Esta pequenaUPH tem gênesis em planos ousa-dos", diz.

Torneio da Reforma

A UPH de Apiacá, Espírito Santo,promoveu, no dia 25 de outubro, oPrimeiro Torneio de Futebol Societypelo dia da Reforma Religiosa doSéculo XVI. O torneio aconteceu nosítio da Família Almeida, em Apiacá,extremo sul do Estado. Participaramdo evento 10 equipes, entre as quais,todas as oito igrejas do Presbitério deBom Jesus do Itabapoana (SER).

Na abertura deu-se uma palavraalusiva à data comemorada, contandocom a presença do rev. GilbertoDutra Leite do Amaral, presidente doPresbitério.

A Igreja Presbiteriana de São Josédo Calçado foi a campeã do torneio;em segundo lugar, ficou a IP de SantaMaria de Campos e, em terceirolugar, a IP de Rosal, que receberamtroféus. Foram ainda premiados omelhor artilheiro, com troféu, e omelhor goleiro, com medalha.

O presidente da UPH, pb. RágemGomes de Menezes, anuncia que noano próximo acontecerá o SegundoTorneio da Reforma Protestante, poisesta bandeira está hasteada de formadefinitiva.

Nasce mais uma UPH no Espírito SantoA

Diretoria da nova UPH (da esquerda para adireita): pb. Osair, Honoracy, pb. Rágem, dc.Jardel e rev. Luiz Lopes

Divulgação

Tesoureiro da IPB fala em congresso de UPAsbordando o tema Cris-tologia, o pb. RenatoPiragibe, tesoureiro do

Supremo Concílio da IgrejaPresbiteriana do Brasil, foi umdos preletores no Congresso daFederação de UPAs doPresbitério de Bom Jesus doItabapoana, nos dias 1 e 2 denovembro de 2003. O eventofoi realizado no ColégioEstadual de Santa Isabel, em

Bom Jesus do Itabapoana, Riode Janeiro. A irmã ElianeMenezes, secretária sinodal epresbiterial de UPAs, tambémproferiu palestra na área decomportamento e testemunhocris-tão. Participaram aproxi-madamente 70 adolescentes.

Na mesma data foi tambémrealizado o Festival de MúsicaSacra Conhecida e os vence-dores ganharam troféus. "O

trabalho com adolescentes,nesta região, tem sido gratifi-cante. As programações sãobastante objetivas, participati-vas e realizadas com intensaalegria, e sempre podemoscontar com a secretária presbi-terial, irmã Eliane Menezes,companheira de todos osmomentos", declara a presi-dente da Federação, FabianaMulinari.

A

Pb. Renato Piragibe dando posse à diretoria eleita

Page 16: bp_janeiro2004

Presbitério de Botucatu(PBTU), São Paulo, rece-beu a visita do rev.

Roberto Brasileiro Silva, presi-dente do Supremo Concílio daIgreja Presbiteriana do Brasil(SC-IPB), no dia 17 de agosto.Segundo o presidente doPresbitério, pb. ClodoaldoWaldemar Furlan, foi uma tardemuito agradável em que os pasto-res do PBTU e membros dasIgrejas do Concílio puderamouvir uma mensagem pastoral,amiga e abençoadora por parte dorev. Brasileiro. "O Encontro foimarcado pela humildade e amiza-de do presidente do SC da IPB",compartilha o pb. Furlan.

À noite, o rev. Brasileiro pregouna comemoração do aniversárioda IP de Botucatu, logo após con-fraternizando com todos osirmãos presentes naquele culto."O PBTU agradece ao Presidente

do Supremo Concílio da IPB, rev.Roberto Brasileiro, por seu empe-nho e grata presença em nossomeio", diz o presidente doPresbitério.

No mês de agosto, o PBTU rea-lizou também o Encontro dePastores e Esposas. As esposasdos ministros tiveram como prele-tora a profa. Nilza Coine e o rev.Alberto Almeida de Paula foi opreletor dos pastores. Adireção doencontro ficou com o rev. AntonioCoine, secretário presbiterial deApoio Pastoral do PBTU.

Encontro de casais e pescaria

De 17 a 19 de outubro, o PBTUrealizou o Quinto Encontro deCasais, em Paranapanema (SP).Participaram 70 casais que pude-ram ouvir mensagens proferidaspelo rev. Antonio José doNascimento. O coordenador do

evento foi o pb. Furlan, presidentedo PBTU.

Um ônibus do Presbitério esteve,de 11 a 13 de setembro, com 33pescadores em Cardoso (SP). Eles

ficaram hospedados na Colônia deFérias da Sabesp, onde praticarama pesca do tucunaré. "Essa pescariaserviu de grande comunhão entreos presbiterianos pescadores de

tucunaré. Agradecemos ao NossoDeus pela abençoada viagem quefizemos.A próxima será emPresidente Epitácio, em 2004, seDeus quiser", afirma o pb. Furlan.

Brasil PRESBITERIANO 17Janei ro de 2004

Acontece

Presidente do SC visita Presbitério de BotucatuO

Quinto Encontro de Casais em Paranapanema

Divulgação

IP Unida de São Paulo promove Refinariaevar os crentes a ser refi-nados por Deus comoouro e prata é o objetivoda programação Refina-

ria promovida pela UPA da IPUnida de São Paulo. A princípio,foram três reuniões organizadaspor Éber Coelho, responsável

pelo trabalho com adolescente daIgreja, baseadas em Malaquias3.3: "Assentar-se-á como derre-tedor e purificador de prata; puri-ficará os filhos de Levi e os refi-nará como ouro e como prata;eles trarão ao Senhor justas ofer-tas". As atividades são cânticos,estudo bíblico, oração e testemu-nho para os membros da igreja evisitantes.

A idéia da programação, contaÉber, nasceu da intenção deseparar um tempo em que, demaneira especial, Deus "refinas-se" as pessoas, começando peloadolescentes, além de provocarum despertamento pela busca deDeus no dia-a-dia.

As Refinarias, nas três reuniõesque foram realizadas até agora,uma em setembro, outra emoutubro e outra em novembro,começaram com um tempo deoração mais longo do que os

crentes estão acostumados, demodo geral, na igreja.

Todas as reuniões tiveram tam-bém um testemunho ligado amissões. Na primeira Refinaria, aIgreja teve a presença de repre-sentantes do ministério JesusAma o Menor (Jeame) deAssistência Integral à Criança eao Adolescente Carentes e deConduta Infracionária, que atua,principalmente, nas unidades daFundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem).

Na segunda edição do eventofoi a vez da missão Asas doSocorro, que atua levando socor-ro médico a regiões inacessíveise, na terceira, falou-se sobre aMissão Portas Abertas, que tra-balha com a Igreja Perseguidaem muitos países. "Infelizmente,não conseguimos levar ninguémdesses dois últimos", lamentaÉber. Ele explica que as três mis-

sões foram escolhidas com o pro-pósito de refletir e divulgar anecessidade de envolvimentomissionário com diversas alter-nativas.

Os estudos bíblicos das trêsreuniões foram dirigidos porÉber que, no dia 30 de novem-bro, foi ordenado pastor, e versa-ram sobre o tema Busque a Deus.

A IP Unida, aos 103 anos, temaproximadamente 700 membrose mantém dois missionários, umno Paraguai e outro no Norte doBrasil, além do rev. AmilcarBorba, que atua comEvangelismo Nacional.

Segundo Éber, na área social aIgreja atua bastante por meio daSAF, mas a UPH e a JuntaDiaconal estão à frente de umaparceria com a AssociaçãoEvangélica Beneficente, na CasaPorto Seguro, projeto de assis-tência a moradores de rua.

L

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Brasil PRESBITERIANO18 Janei ro de 2004

Samuel Doctorian e a heresia montanista

Cumprindo a determinação do Supremo Concílio da IPB contida na resolução SC-IPB-2002Doc. XV, o Brasil Presbiteriano publica o documento a seguir, explicitando a posição da IPB

com relação aos ensinos do Dr. Samuel Doctorian.

Rev. Ludgero Bonilha Moraes

s palavras do apóstolo Paulo, mais quenunca, nos alertam para o cuidado quedevemos ter quanto à influência destemundo sobre a Igreja do Senhor. Essa

influência, em nossos dias, tem se evidenciadode maneira muito clara na destruição dos nossosfundamentos.

Todos os princípios absolutos de nossomundo têm sido ameaçados. O que sempre foitido como verdade, hoje é questionado. GeneEdward Veith Jr., em seu livro Tempos Pós-Modernos, publicado por nossa Casa EditoraPresbiteriana, explica bem essa ameaça denosso século:

"Os grandes sistemas intelectuais do passado(tais como o platonismo, o Cristianismo, o mar-xismo, as ciências) sempre tiveram fundamen-tos específicos (ideais racionais; Deus; a econo-mia; a observação empírica). O pós-modernis-mo, por outro lado, é antifundamentos. Buscadestruir todos esses fundamentos objetivos, semnada colocar no lugar deles".

i

Essa ameaça contemporânea tem afetado for-temente a Igreja do Senhor no que diz respeitoàs suas bases doutrinárias. Nunca a Palavra deDeus e nossos símbolos de fé foram tão questio-nados dentro da Igreja. Nunca as bases da nossafé foram tão atacadas como em nossos dias.

Sábias são as palavras do salmista inspiradoquando questiona: "Destruídos os fundamentos,que poderá fazer o justo?" (Sl 11.3). De fato, oque será de nossa histórica Igreja Presbiterianado Brasil se destruídos forem os seus funda-mentos? Se a Palavra de Deus for rejeitada ecolocada de lado?

Com estas perguntas em nossas mentes, ana-lisemos um dos movimentos que ameaçou aIgreja de nosso Senhor Jesus Cristo nos seusprimeiros séculos, a sua condenação e a defesada mesma heresia por parte de SamuelDoctorian.

I. O MONTANISMO

O Montanismo foi um dos movimentos heré-ticos da história da Igreja Cristã, com surgimen-

to por volta do ano 150 d.C.. Recentemente, aComissão Permanente de Doutrina da IPB defi-niu este movimento da seguinte forma:

"O Montanismo foi um movimento apocalíp-tico cristão que surgiu no século II, liderado porMontano, um cristão da Frigia, que alegava terrecebido uma revelação direta do Espírito Santode que ele, como representante do Espírito, lide-raria a Igreja durante o último período dela aquina terra."ii

Montano cria na inspiração contínua e colo-cou-se como alguém por meio do qual oEspírito Santo falava, no mesmo nível que fala-ra através de Paulo e dos outros apóstolos.

Na sua visão, o "mais elevado estágio da reve-lação"iii havia sido atingido nele. O fim domundo estava próximo e o Espírito o haviaescolhido, juntamente com duas profetisas,Maximila e Prisca, para falar à humanidadesobre os últimos julgamentos de Deus sobre omundo. Montano cria que era o último profetaescolhido por Deus para revelar seus eternosplanos.

Tertuliano, o mais famoso adepto doMontanismo, em sua obra De Anima (Sobre aAlma), deu o seu relato sobre o movimento.Falando sobre uma das profetisas, ele disse oque segue:

"Nós temos entre nós uma irmã que tem sidoagraciada com muitos dons de revelação, osquais ela vivencia no Espírito, por meio devisões extáticas, na Igreja, no meio dos ritossagrados do Dia do Senhor. Ela conversa comanjos e, às vezes, até com o Senhor. Ela vê eouve comunicações misteriosas. Ela conseguediscernir o coração de alguns homens e recebeinstruções para a cura sempre que precisa. Sejalendo as Escrituras, cantando salmos, pregandoou oferecendo orações - em todos estes serviçosreligiosos, oportunidades são oferecidas a elapara que tenha visões".iv

Além das visões e conversas com anjos, umadas profecias do movimento era a de que, apósa morte de uma de suas profetisas, Maximila,viria o fim, com tumultos e guerras por todaparte. A história provou a falsidade desta profe-cia.

II. A POSIÇÃO DA IGREJA

A Igreja Cristã reagiu fortemente contra oMontanismo. O fanatismo e as reivindicaçõesde possuir revelações superiores às do Novo

Testamento fizeram do Montanismo uma amea-ça à Palavra de Deus.

Na medida em que os profetas do movimentoconsideravam suas revelações como sendo últi-mas, a revelação bíblica, dada por Deus atravésdos profetas e apóstolos, ficava rejeitada a umsegundo plano.

Diante dessa ameaça à Palavra de Deus, aposição da Igreja foi condenatória. Em 381, oConcílio de Constantinopla condenou o movi-mento como herético.

III. SAMUEL DOCTORIAN

Samuel Doctorian é um pastor de origemarmênia, nascido em Beirute. Obteve sua gra-duação em Teologia no Hurlet NazareneCollege, na Escócia, e foi ordenado em 1951.

Desde 1952, Samuel Doctorian tem rodado omundo pregando avivamento em igrejas evan-gélicas, católicas e ortodoxas. Seguindo amesma linha milenarista e apocalíptica deMontano, ele declara conversar com anjos e terrevelações quanto ao grande julgamento queDeus exercerá sobre o mundo nos últimos dias.

Montano e Doctorian se igualam na percep-ção de que foram escolhidos por Deus para, pormeio de novas revelações, superiores às dasEscrituras, anunciar ao mundo o grande julga-mento do Senhor.

IV. O CONFRONTO DAS REVELA-ÇÕES DE SAMUEL DOCTORIAN COMA DOUTRINA DA IPB

Abaixo transcrevemos alguns trechos dosensinos de Samuel Doctorian e, em seguida, aposição da IPB a respeito de tais idéias:

1. MEIO PELO QUAL DEUS REVELASUA VONTADE

Samuel Doctorian"PRIMEIRA CARTA DE SAMUEL DE

PATMOS. PATMOS, Grécia - João o Apóstolodo Senhor, o Apóstolo do Amor. Dois mil anosatrás, ele estava no exílio, nesta ilha de Patmos.Pela graça de Deus e pela condução do SantoEspírito, aqui estou eu, em Patmos, após doismil anos, tendo uma maravilhosa experiênciacom o Senhor. Eu estou só e capacitado peloEspírito a escrever esta carta de Patmos a todosos meus preciosos irmãos e irmãs em Cristo, atodos aqueles na comunhão da Bible LandMission, a todos que estão orando por nós e

pelo ministério que o Senhor nos deu".V

Igreja Presbiteriana do Brasil"Ainda que a luz da natureza e as obras da

criação e da providência de tal modo manifes-tem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus,que os homens ficam inescusáveis, contudo,não são suficientes para dar aquele conheci-mento de Deus e da sua vontade necessário paraa salvação; por isso foi o Senhor servido, emdiversos tempos e diferentes modos, revelar-see declarar à sua Igreja aquela sua vontade; edepois, para melhor preservação e propagaçãoda verdade, para o mais seguro estabelecimentoe conforto da Igreja contra a corrupção da carnee a malícia de Satanás e do mundo, foi igual-mente servido fazê-Ia escrever toda. Isto tornaindispensável a Escritura Sagrada, tendo cessa-do aqueles antigos modos de revelar Deus a suavontade ao seu povo.

Referências: Sl 19.1-4; Rm 1.32, e 2.1, e 1.19-20, e 2.14-15; I Co 1.21, e 2.13-14; Hb 1.1-2;Lc 1.3-4; Rm. 15.4; Mt 4.4, 7, 10; Is 8.20; I Tm3.15; II Pedro 1.19."vi

Observe que Samuel Doctorian vai paraPatmos, a mesma ilha onde João recebeu arevelação sobre as últimas coisas, o Apocalipse,e, da mesma forma que João, tem "revelações"e as escreve aos crentes de nossos dias. Comose tantas semelhanças fosse pouco, ele denomi-na suas cartas da mesma forma que as cartasinspiradas "PRIMEIRA CARTA DE SAMUELDE PATMOS". Assim como Montano,Doctorian crê que sua revelação é um substitu-to à revelação registrada na Bíblia.

2. APEGO AOS ANJOS, DESPREZO ÀPALAVRA

Samuel Doctorian"Enquanto meditava durante o período de um

mês naquele lugar solitário, pensei: Gostaria desaber se o Senhor algum dia enviará o décimoanjo. Eu já vira anjos nove vezes anteriormen-te."vii

"O anjo respondeu: ‘Esta é a sua mensagem.Você é o instrumento, o canal. Que privilégioDeus ter escolhido você para entregar esta men-sagem às nações’".viii

"TERCEIRA CARTA DE SAMUEL DEPATMOS. Nos últimos vinte e cinco anos demeu ministério por Cristo, eu tive o mais mara-vilhoso privilégio e bênção de experimentarnove visitas de anjos. Eu vejo anjos. Eu falo

A

E não vosconformeiscom esteséculo...

(Rm 12.2).

“”

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Brasil PRESBITERIANO 19Janei ro de 2004

com eles. Eles falam comigo. Tem sido algo tre-mendo em minha vida pensar que Deus ordena-ria a mim ver seres angelicais, estes maravilho-sos espíritos ministradores. ADeus seja a glória.Eu sempre quis descobrir se anjos têm asas.Tanta gente me pergunta "Quando você viuanjos, você viu asas?" Minha resposta era "Euestava tão chocado, trêmulo e com medo quan-do vi anjos, que não tive coragem e ousadiapara perguntar se eles tinham asas". Mas euestou decidido a, na próxima vez, na minhadécima experiência, se Deus quiser que issoaconteça e que eu veja o anjo, a perguntar a ele"Você tem asas? Eu adoraria vê-las. Muitos têmperguntado por elas!"ix

Igreja Presbiteriana do Brasil"Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo

do céu vos pregue evangelho que vá além doque vos temos pregado, seja anátema. Assim,como já dissemos, e agora repito, se alguém vosprega evangelho que vá além daquele que rece-bestes, seja anátema." (Gl 1.8,9)

"E não é de admirar, porque o próprio Satanásse transforma em anjo de luz. Não é muito, pois,que os seus próprios ministros se transformemem ministros de justiça; e o fim deles será con-forme as suas obras." (2 Co 11.14,15)

Ao revelar sua busca por mensagens de anjose incentivar o povo de Deus ao mesmo,Doctorian mostra o pouco valor que dá a men-sagem contida nas Escrituras Sagradas.

3. CESSAÇÃO DO REGISTROBÍBLICO

Samuel Doctorian"Em maio de 1998, eu fui conduzido pelo

Santo Espírito a ir à Ilha de Patmos. Esta foiuma oportunidade para oração, jejum, estudobíblico e um tempo para examinar meu coração.Eu tive 125 maravilhosos dias lá, sozinho. Em20 de junho, daquele ano, eu tive uma grandevisita de cinco anjos... Eles me deram mensa-gens que agora estão em todo o mundo, nainternet, em revistas, panfletos e livros, propa-gando a importante mensagem daqueles cincoanjos poderosos".x

Igreja Presbiteriana do Brasil"A Escritura ensina e a Igreja crê que, como

instrumento para predizer as várias etapas doplano divino de redenção, a profecia cumpriusua finalidade através dos antigos profetas e dosapóstolos, os quais registraram de forma inspi-rada e infalível as etapas ainda futuras daHistória da Redenção, como a Segunda Vindade Cristo, a ressurreição dos mortos e o juízofinal. Assim, como veículo de revelação divina,ela cessou com os apóstolos e profetas, os quaislançaram os fundamentos da Igreja de Cristo".xi

Para Samuel Doctorian, o cânon sagradoainda está aberto, isto é, Deus continua man-dando escrever a sua mensagem.

4. MENOSPREZO QUANTO AO TER-CEIRO MANDAMENTO

Samuel DoctorianEm suas diversas "revelações", S. Doctorian

utiliza o nome de Deus (Senhor, Espírito Santoe outros) nas descrições que faz, intentandocriar autoridade. Exemplos: "Em maio de 1998,eu fui conduzido pelo Santo Espírito"; "Esta é asua mensagem. Você é o instrumento, o canal.Que privilégio Deus ter escolhido você paraentregar esta mensagem às nações"; "de algummodo, o Senhor me mostrou que, nos dias queestão por vir, em muitas partes do mundo, Deusirá revelar-se através de anjos ministradores".

Igreja Presbiteriana do BrasilP. 111. Qual é o terceiro mandamento? R. O terceiro mandamento é: "Não tomarás o

nome do Senhor teu Deus em vão, porque oSenhor não terá por inocente aquele que tomarem vão o nome do Senhor seu Deus". Ref. Ex.20:7.

P. 112. Que exige o terceiro mandamento?R. O terceiro mandamento exige que o nome

de Deus, os seus títulos, atributos, ordenanças, aPalavra, os sacramentos, a oração, os juramen-tos, os votos, as sortes, suas obras e tudo quan-to pelo que Deus se faz conhecer, sejam santa ereverentemente usados em nossos pensamen-tos, meditações, palavras e escritos, por umaprofissão santa e um comportamento conve-niente para a glória de Deus e para o nosso beme o do nosso próximo. Ref: Mt 6.9; Dt 28.58; Sl68.4; Ec 5.1; Lc 1.6; Sl 138.2; I Co 11.28-29; ITm 2.8; Jr 4.2; Ec 5.2, 4; At 1.24, 26; Jo 36.24;Ml 3.16; Sl 8.1, 3-4 e 105.2, 5, e 102.18; I Pe3.15, e 3.12; Mq 4.5; Fl 1.27; I Co 10.31; Jr32.39.

P. 113. Quais são os pecados proibidos noterceiro mandamento?

R. Os pecados proibidos no terceiro manda-mento são: o não usar o nome de Deus comonos é exigido, e o abuso dele por uma ignoran-te, vã, irreverente, profana, supersticiosa ouímpia menção ou outro modo de usar os títulos,atributos, ordenanças, ou obras de Deus; a blas-fêmia; o perjúrio; todas as imprecações pecami-nosas, juramentos, votos e sortes ímpias; a vio-lação dos nossos juramentos e votos, quandolícitos, e o cumprimento deles, se por coisa ilí-cita; a murmuração e as queixas contra osdecretos e providências de Deus, a pesquisacuriosa e má aplicação dos mesmos; a má inter-pretação, a má aplicação ou qualquer perversãoda Palavra, ou de qualquer parte dela; as zom-barias profanas, questões curiosas e sem provei-to, vãs contendas de palavras ou a defesa dedoutrinas falsas; o abuso da Palavra, das criatu-ras, ou de qualquer coisa compreendida sob onome de Deus, para encantamentos ou concu-piscências, e práticas pecaminosas; a maledi-cência, desprezo, vituperação, ou qualquer opo-sição à verdade, graça e caminhos de Deus; aprofissão da religião por hipocrisia ou para finssinistros; o ter vergonha da religião ou o seruma vergonha para ela, por uma conduta incon-veniente, imprudente, infrutífera e ofensiva, oupor apostasia. Ref: Ml 2.2; At 17.23; Pv 30.9;Ml 1.6-7, 12; Jr 7.4; I Sm 4.3,5; Ex 5.2; Sl139.20 e 50.16-17; I Co 11.21-23; Is 5.12; II Rs19.22; Zc 5.4; Rm 12.14; Jr 5.7 e 33.10; Mt5.34; Dt 23.18; At 23.12, 14; Et 9.24; Sl 24.4;

Ez 17.16, 18-19; Mc 6.26; Rm 9.14, 19-20; Dt29.29; Rm 3.5, 7-8; Ec 8.11; Mt 5.38; Ez 13.22;II Pe 3.16; Mt 22.29; Jr 23-34, 36-38; I Tm 6.4-5. 20; II Tm 2.14; Tt 3.9; Dt 18.10-11; II Tm4.3-4; At 13.45; I Jo 3.12; II Pe 3.3; Sl 1.1; I Pe4.4; At 13.45, 50 e 4.18; Mt 23.14; II Tm 3-5;Mr 8.38; Sl 73-14-15; Ez 1. 5.15-17; Is 5.4; Rm2.23-24; Gl 3.1, 3.

P. 114. Quais são as razões anexas ao tercei-ro mandamento?

R. As razões anexas ao terceiro mandamento,contidas nestas palavras: "O Senhor teu Deus" e"porque o Senhor não terá por inocente aqueleque tomar em vão o seu nome" são - porque Eleé o Senhor e nosso Deus, portanto, o seu nomenão deve ser profanado nem por forma algumaabusado por nós; especialmente porque Eleestará tão longe de absolver e poupar os trans-gressores deste mandamento, que não deixaráescapar do seu justo juízo, embora que escapemdas censuras e punições dos homens. Ref: Ex20.7; Lv 19.12; Dt 28.58-59; I Sm 3.13."xii

5. MENTIRA

Samuel Doctorian"Foi em 20 de junho, no ano passado, que o

Senhor me deu a visão, profecia, e revelou-apara mim por meio dos anjos. Em agosto,irmãos da Ásia vieram a mim noticiando quecoisas já estavam acontecendo na Ásia. O queos anjos haviam dito a mim já havia começadoa acontecer na Ásia. O rio na China nunca haviainundado tanto antes. Agora, existem 20milhões de pessoas desabrigadas. Em PapuaNova Guiné muitas cidades e aldeias forampara baixo do oceano. Dois terços deBangladesh estão embaixo d’água. O mundoestá caminhando para uma condição terrível.Meu filho Paul contou-me que nós recebemosum fax do Brasil, Amazonas, dizendo que tudoo que eles haviam lido acerca do que os anjostinham dito estava se tornando realidade.Começou; notícias na televisão têm sido divul-gadas. O Brasil está em tumulto, eles não sabemo que está acontecendo com o Rio Amazonas.Os anjos de Deus já revelaram que o RioAmazonas virará um grande mar. Eu vi o terre-moto na Colômbia."xiii

Igreja Presbiteriana do Brasil"Por isso, deixando a mentira, fale cada um a

verdade com o seu próximo, porque somosmembros uns dos outros" (Ef 4.25).

"O que vive com integridade, e pratica a justi-ça, e, de coração, fala a verdade" (Sl 15.2).

"Não mintais uns aos outros, uma vez que vos

despistes do velho homem com os seus feitos"(Cl 3.9).

Este alegado "tumulto" no Brasil por causa doRio Amazonas nunca aconteceu.

CONCLUSÃO

"Eu, a todo aquele que ouve as palavras daprofecia deste livro, testifico: Se alguém lhesfizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentaráos flagelos escritos neste livro; e, se alguémtirar qualquer coisa das palavras do livro destaprofecia, Deus tirará a sua parte da árvore davida, da cidade santa e das coisas que se achamescritas neste livro" (Ap 22.18,19).

No decorrer de toda a história da Igreja, mui-tos foram os movimentos heréticos que tenta-ram corromper a Igreja de nosso Senhor JesusCristo. O Montanismo, movimento apocalípti-co contrário e prejudicial à suficiência dasEscrituras, foi julgado e condenado pela IgrejaCristã como herético.

Na história de nossa IPB temos exemplos demovimentos similares que apareceram, mas queforam disciplinados com firmeza. Em 6 defevereiro de 1879, por exemplo, a IgrejaPresbiteriana do Rio de Janeiro suspendeu dopresbiterato e, em 29 de setembro de 1879, sus-pendeu da comunhão, o pb. dr. Miguel VieiraFerreira, presbítero da igreja que, na ausênciado rev. Hazlett, o substituía no púlpito funda-mentando suas mensagens em sonhos, visões erevelações. Conta-nos Vicente Themudo Lessaque muitos crentes se escandalizaram com estaspregações e a Sessão (Conselho) da IgrejaPresbiteriana do Rio de Janeiro interveio, sus-pendendo o referido presbítero e vedando-lhe opúlpito, ato este confirmado depois peloPresbitério .xiv

Quanto a Samuel Doctorian, pela graça deDeus, na última reunião do Supremo Concílio,nossos presbíteros regentes e docentes, fiéis àPalavra de Deus e aos seus símbolos de fé, res-ponsáveis diante de Deus por manter a pureza daIgreja, declararam seus ensinos como heresia.

Que Deus continue mantendo a IPB fiel à suaPalavra e que estejamos sempre prontos a zelarpor sua pureza doutrinária, sabendo que, nos últi-mos dias "surgirão falsos cristos e falsos profetasoperando grandes sinais e prodígios para enga-nar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.24).Vigiemos!

O rev. Ludgero Bonilha Moraes ésecretário-executivo do Supremo

Concílio da IPB e pastor da PrimeiraIP de Belo Horizonte, Minas Gerais.

i Gene Edward Veith, Jr. Tempos Pós-Modernos (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999) p. 42.ii Comissão Permanente de Doutrina da IPB. Cartas Pastorais (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1995) p.16, n.58.iii Louis Berkhof. A História das Doutrinas Cristãs (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1992) p.51.iv Heresy in the Early Church: Christian History, Issue 51, (Carol Stream, IL: Christianity Today, Inc.) 1997.v http://www.biblelandmission.org/htm/messages_patmos.htmvi Confissão de Fé e Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana 1965) cap.I, Da Escritura Sagrada, parág. 1.vii http://www.catedral.org.br/doctorian/biografia3.htmviii Idemix http://www.biblelandmission.org/htm/messages_patmos.htm x www.biblelandmission.org/htm/the_evangelist_volume41_34.htmxi Comissão Permanente de Doutrina da IPB. Cartas Pastorais (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1995) p.19xii Confissão de Fé e Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana 1965)- Catecismo Maior.xiii http://www.biblelandmission.org/htm/the_evangelist_volume40.htmxiv Vicente Themudo Lessa. Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de S. Paulo (1863-1903) (São Paulo: Edição da 1ª EPISP, 1938) p. 162.

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Passagem de ano... muitos foguetes e fogos de artifício. A Florisbela, suspirando e balançando as anteninhas:"Afinal, ficou para trás o ano velho com tantas coisas que não conseguimos realizar".

"Quantos projetos, planos, promessas deixaram de ser feitos!" — comentou a Cininha, ao lado da Jô, que confirmoue lamentou o fato.

A Florisbela, levada pela emoção: "Neste ano que está começando, vai ser tudo diferente!" A Miloca, que estava aolado, não perdeu a oportunidade: "Aí está um bom sinal que deve permanecer! Deixemos as coisas ruins, lamentações.Agora é a ocasião para tomar bons propósitos, fazer promessas a Deus, a si mesmo e aos outros. Nada de consideraras coisas velhas", afirmou.

Ainda em meio àquele papo, a Miloca lembrou que é comum, no fim do ano, se realizarem as chamadas trocas etransferências do ano, práticas que ocorrem com os jogadores e times. Isso acontece não apenas no esporte, comtrocas e transferências por valores altos, como também em outros segmentos da sociedade.

"Sabia que o preço mais alto da história da humanidade foi Deus quem pagou?", perguntou a Miloca.A Cininha, surpresa com a pergunta: "Como assim?"A Miloca, então, explicou que Deus dá "homens por ti e povos pela tua vida". E tem mais: "Você é importante para

Ele. O preço especial foi pago por Deus para todos nós. Você não pode ficar insensível diante daquele que foi capazde dar tudo por você. O diálogo prosseguiu. A Cininha estava apreensiva e sentia-se frutrada por não haver con-seguido atingir seus intentos e planos do ano anterior.

A Miloca percebeu o estado emocional da Cininha, sugeriu que ela retirasse de seu coração toda ansiedade,esperando em Deus com muita confiança.

"Como fazer, então?", perguntou a Cininha."Bem...aqui estamos, iniciando um novo ano. Mesmo sendo uma etapa difícil, poderá ser marcada com vitórias. Procure traçar seus planos e submetê-los a Deus"."Mas eu sempre traço meus planos diante de Deus", disse ela.A Miloca passou a explicar com mais detalhes. "A confiança e espera em Deus não apenas trazem o resultado, mas anima, fortalecem e dão esperanças ao coração, com muitas bênçãos e ale-

grias, afastando as dificuldades"."Legaaaaaal!", gritaram a uma só voz a Florisbela, a Jô e a Cininha, concordando com a explicação, tendo por base o texto bíblico "Espera no Senhor, anima-te e Ele fortalecerá o teu

coração..." Sl 27.14.Aldair Soares Gomes (Alsogo)

Brasil PRESBITERIANO20 Janei ro de 2004

Infantil AAnnoo NNoovvoo —— uummaa ooppoorrttuunniiddaaddee ppaarraa eessppeerraarr eemm DDeeuuss

Os justos ficarão mais verdes como as folhagens. Pv 11.28

Vamos ajudar a Florisbela adesembaralhar as palavras!

Vamos ligar com um traçoos elementos

promessa; confiança; plano;ideal; meta; sonho; ano novo