Borges - Julio Cesar

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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Filosofia Trabalho de conclusão do curso Filosofia da Arte 2º semestre/2014 A fresta na realidade: uma porta para ficção de Borges

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Trabalho de final de curso efetuado que traça uma estreita relação entre Borges e a peça de teatro JULIO CESAR DE SHAKESPEARE

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Universidade de So PauloFaculdade de Filosofia, Letras eCincias Humanas

Departamento de Filosofia

Trabalho de concluso do cursoFilosofia da Arte2 semestre/2014

A fresta na realidade:uma porta para fico de Borges

Professor: MARCIO SUZUKIAluno: Carlos Alberto XavierMatrcula USP: 422216Noturno

Quando a lenda maior que o fato, publique-se a lenda.O homem que matou o facnora,John Ford.

A leitura laboriosa

Ler de Borges entrar numa biblioteca onde todos os livros aberto gritam em unssono para que ns os leiamos. A erudio do escritor no nos permite dar trgua fluncia de seus contos: desconfiados de cada linha e pensamentos, como detetives (num conto policial, gnero to apreciado por Borges) (BORGES, 2011, 50), vislumbramos as artimanhas e o desenrolar de um inusitado caso a desvendar. O fato esttico requer a conjuno do leitor e do texto e s existe a partir do momento em que ela ocorre. absurdo supor que um volume seja muito mais que um volume. Ele comea a existir quando um leitor o abre. Nesse momento passa a existir o fenmeno esttico, que pode ser parecido com o momento em que o livro foi engendrado (BORGES, 2011, 52).Ler presentificar o acontecido na leitura; na leitura, o retorno ao presente da criao literria. Cada pgina, cada pensamento carrega um infinito de significaes e referncias, pois no existe na Terra uma nica pagina, uma nica palavra que [seja] simples, j que todas postulam o universo, cujo atributo mais notrio a complexidade. (BORGES, 2008, 07).Tamanha a erudio do autor que visa o infinito e, para o desespero dos realistas e dos aguerridos s consideraes anti-mimticas, Borges ainda prega peas no racionalismo acadmico ocidental: citaes de obras inexistentes, referncias a obras imaginadas (por ele), verdades que s existem nas pginas de suas fices. Resumindo: ler os contos de Borges suspender a razo e adentrar no movedio territrio do desconhecido, visto que o exerccio das letras misterioso; o que opinamos efmero e apto pela tese platnica da Musa e no pela de Poe, que acreditou, fingiu acreditar, que o esprito de um poema uma operao de inteligncia, pois a literatura no outra coisa seno um sonho dirigido (BORGES, 2008, 7 e 8).E como adentrar este curioso e to integrado mundo de Borges? A) Circunscrever um tema, por exemplo: o livro, a imortalidade ou o conto policial, busc-lo em cada escrito de Borges e compilar qual sua opinio/viso entendimento sobre o tema proposto?; ou b) escolhamos aleatoriamente (mais nem tanto!) um conto, um poema ou uma palestra e, a partir desta escolha entender como Borges realiza seus interesses e preocupaes? Se, como Leibniz, filsofo to querido por Borges, acredita, o universo est contido em cada parte que o constitui, a porta de entrada pouco importa: o universo borgeano apresentar-se- ao visitante. Acreditei que com esta ltima maneira tenhamos mais a ganhar. A minha porta de entrada ser o conto Tema do Trado e do heri, presente no livro Fices.

Um tateante mapeamentoIniciamos o conto lendo uma epgrafe, um trecho em ingls do poema Nineteen hundred and nineteen, de Yeats, que uma traduo contextualizada ao conto poderia ser:Ento o ano platnicoGira novo entre o certo e o errado,Gira velho no mesmo lugar.Todos os homens so danarinos cujos passosMarcham ao brbaro repique de um gongo.

Uma epgrafe: indicativo de um rumo ao qual o texto que vir a seguir tomar. Plato, rodopios, homens e seus passos, repique de um gongo... O que poderamos antever com as imagens do que do poema de W.B. Yeats que introduz o conto Tema do traidor e do heri? Bem ao gosto de Borges, j vislumbramos alguns temas: o ano platnico que gira: 25920 anos para girar complemente em seu prprio eixo para finalizar um perodo de precesso; tempo que gira e que se estende; certo e errado que giram no tempo e que so certo ou errado dependendo de sua localizao e do, principalmente, ponto de vista do observador; passos de homens que andam: um fato natural ao homem; passos de homens que danam, o que exige uma coreografia: cadencia, ritmo, emoo; pode-se danar num teatro cujo palco ocupado observado por uma platia; emoo, atores / danarinos: representao; repiques de um gongo: ondas sonoras que se propagam, que nos alcanam e nos alam ao domnio da emoo, que nos envolvem e, se somos danarinos / representantes / atores, nos fazem envolver e subverte nossa racionalidade ao sabor do ritmo do gongo e, no poema, o repique do gongo brbaro, violento...Confesso que tais impresses no foram meramente intudas somente pela fora da poesia de Yeats. Elas foram concludas a partir da leitura do conto, pois pensar generalizar e temos necessidades desses arqutipos platnicos para poder afirmar alguma coisa no mundo. (BORGES, 2011:52). H incio, meio e fim diante de um ato em movimento infinito? Presente, passado e futuro: sentimos que estamos deslizando pelo tempo, ou seja, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro (...). O presente no se detm. No poderamos imaginar um presente puro; ele seria nulo. O presente sempre tem uma partcula de passado, uma partcula de futuro (BORGES, 2011, 76). Estaremos no campo do durante de um processo no se esgota.O autor, Borges, explicita suas influncias: Chesterton, que concebeu e ornou elegantes mistrios, e Leibniz, que inventou a harmonia preestabelecida (BORGES, 2014:116). Duas frases, duas rpidas frases sobre dois escritores admirados por Borges... Um romance contemporneo necessita de quinhentas ou seiscentas para fazer-nos conhecer algum, se que chegamos a conhecer essa pessoa. Dante no necessita de mais do que um momento. Nesse momento o personagem fica definido para sempre (BORGES, 2011:94). semelhana de Dante, Borges constitui o alicerce de seu conto de maneira despretensiosa, mas medida que a anlise do conto tomar forma, as suas bases sero explicitamente postas luz.Supondo que estejamos num rumo seguro neste labirinto borgeano, j podemos especificar alguns marcos neste mapa em construo, marcos esses que, certamente, veremos ser realizados na construo do conto:a) com Chesterton, temos imagem emblemticas, cada uma das quais quer explicar, somente atravs da razo, um fato inexplicvel (...) No a explicao do inexplicvel, mas a do que confuso, constitui a tarefa que se impe, em geral, os romancistas policiais (BORGES, 2007:106) b) com Leibniz, e a doutrina lebniziana da harmonia preestabelecida sustenta que Deus cria as mnadas como se fosse relgios, organizando-os com perfeio de maneira a marcarem sempre a mesma hora e d-lhes corda a partir do mesmo instante, deixando em seguida que seus mecanismo operem sozinhos. (...) Do ponto de vista lgico,o sistema de Leibniz estrutura-se como um conjunto de mltiplas sries que convergem e se entrecruzam; cada ponto de uma das sries definido, dentro da complexa teia, por seu lugar, sua posio; por conseguinte,o conjunto todo organiza-se numa topologia. A noo de ordem em Leibniz assume a feio diferente da que possui Descartes: desliga-se da de nexo linear e passa a se vincular noo de situao (as situaes resultantes das diversas sries que se entrecruzam). O sistema todo, assim estruturado, condiz possibilidade da traduo de uma ordem em outra. O pluralismo das srias convergentes que constituem o universo pode assim apresentar-se como pluralismo conciliado e harmnico. Em Leibniz, revive o modelo estico: o universo concebido numa harmonia natural e onde tudo anlogo a tudo. (LEIBNIZ, 1988: XII-XIII).

No conto Tema do traidor e do heri, cujo resumo poderia ser : o chefe de uma conspirao que traiu seus cmplices aceita ser executado por estes, mas como se morresse uma morte de mrtir, para no comprometer o compl. Representa, pois, o papel de vtima num atentado apcrifo que mascara sua execuo (MONEGAL, 1987:72). No entanto se apresenta no como uma narrativa acabada, mas como um projeto de conto, que ter tal tema e se desenvolver deste ou de outra maneira. (MONEGAL,1987:73).

A ao transcorre num pas oprimido e tenaz: Polnia, Irlanda, a republica de Veneza. (...) Digamos (para comodidade narrativa) Irlanda; digamos 1824. O que poderia ser um acaso, um girar aleatrio de um globo terrestre, torna-se uma ilustrao de impossibilidades de uma delimitao absoluta entre o Bem e o Mal e do um golpe na noo do pecado original e da culpa (MONEGAL,1987:74) ou na rivalidade de um homem que luta contra sua prpria imagem (MONEGAL, 1987:106). Ryan, o narrador, prope-se a escrever a biografia de seu bisav, Fergus Kilpatrick[footnoteRef:2], heri de um levante ocorrido em 182 na Irlanda. Kilpatrick morreu assassinado por um desconhecido num teatro. Outras facetas do enigma deixam Ryan inquieto. So de carter cclico: parecem repetir ou combinar fatos de regies remotas, de pocas remotas. (BORGES, 2014:117). [2: Bernardo Bertolluci adaptou para o cinema o conto de Borges Tema do traidor e do heri, Strategia del Ragno, A Estratgia de Aranha, 1970. No filme, o ativista polticoAthos Magnani morto de maneira violenta num teatro da cidade. O assassino no foi encontrado. Um grande mistrio gira em torno do heri. Athos Magnani, morto, torna-se um heri na cidade com direito a nome da estao de trem e um busto no centro da cidade. Dcadas depois, o filho de Athos Magnani vai cidade investigar a morte do pai. Descobre que Athos Magnani traiu seus companheiros e fez com que seus companheiros o matassem de forma espetacular para forjar uma figura mtica. Assisti ao filme e muito me intrigou a alterao do nome da personagem principal, em torno da qual todo o filme se funda: No conto de Borges o nome da personagem central FERGUS KILPATRICK, no filme torna-se ATHOS MAGNANI. Assistir ao filme deixou mais claro a questo do nome da personagem. ATHOS MAGNANI: athos do grego: ao que no merece punio; magnani: importantssimo, serissimo, sem contestao. Tal indicativa do nome da personagem principal no filme fez-me rever o nome de FERGUS KILPATRICK: fergus, do irlands antigo: homem forte, virilidade; kilpatrick, kill patrick: matar um patrcio, um colega. Nada o que parece em Borges... Ler atentamente e muita ateno nos detalhes: receita bsica para uma aproximao da erudio deste incrvel escritor.]

(...) Imaginei este argumento, que talvez escreva e que j de algum modo me justifica, nas tardes inteis. Faltam pormenores, retificaes, ajustes; h zonas da histria que ainda no me foram reveladas (BORGES, 2014:116). Na fico, a fundao da fico. Borges faz com que no tenhamos iluses de que no estejamos diante de uma narrao: focos narrativos que se sobrepem em camadas diegticas que se reforam e referenciam-se, formando uma inusitada fico cuja realidade impossvel contrape-se a uma possvel irrealidade. Possvel, mas no interessante, (...) a realidade no tem a menor obrigao de ser interessante. A realidade pode prescindir dessa obrigao, mas no as hipteses que devem explicar os casos misteriosos. (BORGES, 2014:122). Livros, histrias e mitos que se intercalam formando uma teia que enreda o narrador (e o leitor). Que histria tivesse copiado a histria j seria suficiente espantoso; que histria copie a literatura a literatura inconcebvel (BORGES, 2014:118). Semelhanas entre a histria de seu bisav e o drama histrico Jlio Csar de Shakespeare: sonho Calprnia / o incndio da torre circular de Kilgarvan; o bilhete no lido por Jlio Csar / o bilhete no lido por Kilpatrick: paralelismo (e outros mais) entre a histria de Csar e a histria de um conspirador irlands levam Ryan a supor uma secreta forma do tempo, um desenho de linhas que se repetem (BORGES, 2014:119).O bisneto aps investigao intensa consegue, por fim resolver o caso to misterioso: Kilpatrick, lder dos conspiradores, era tambm um informante das autoridades irlandesas. Ao ser descoberto, alguns dias antes da rebelio, Kilpatrick no se ops prpria condenao de morte. Como a personagem do conto O indigno, presente em outro livro de Borges, O informe de Brodie, (2008:24), certamente, Kilpatrick diria: Tomara que me matem. o melhor que pode me acontecer. Percebendo que tal o fato de sua traio sendo revelado ao povo desmobilizaria os nimos revolucionrios, props um meio de ser morto e que, ao mesmo tempo, sua morte servisse de motor para aumentar os nimos. Nolan, amigo de Kilpatrick, tradutor de peas de Shakespeare, por harmoniosa fora do destino ficcional, premido pelo tempo, no soube inventar inteiramente as circunstncias da mltipla execuo: teve de plagiar Shakespeare. Repetiu cenas de MACBETH, de JLIO CSAR. A representao pblica e secreta compreendeu vrios dias (BORGES, 2014:119). Diante de uma platia imensa, toda a cidade!, encenou-se a morte de Kilpatrick. Os cidados emocionados acolheram com tamanha emoo a pea de teatro ao vivo e interativa. Quando assistimos a uma representao teatral, sabemos que no palco H homens fantasiados que repetem as palavras de Shakespeare, Ibsen ou Pirandello que algum lhes ps na boca. Mas aceitamos que aqueles homens no esto fantasiados; que aqueles homens fantasiados que monologa lentamente nas antessalas da vingana realmente o prncipe da Dinamarca, Hamlet; ns nos abandonamos. (BORGES, 2011:89). Diante da platia / cidade, Kilpatrick tornou-se o duplo de si: traidor e heri. Unidos pelo mesmo corpo, vises paralelas da histria que se tangenciam num s destino: a morte de Kilpatrick. No espelho, Kilpatrick no poderia reconhecer-se. A histria que se desenrola na sombra acaba na sombra (BORGES, 2008:61). Ryan, o bisneto, diante do peso do mito constituinte e fundador, percebendo a circularidade da existncia e sem foras para desconstruir uma fico profundamente real: publica um livro dedicado gloria do heri (BORGES, 2014:120).Ainda que advertidos pela forma com que atuamos no mundo, ou seja, a partir da limitao da racionalizao exacerbada, supondo que quisssemos perdurar na salvao do humano, Borges d a receita para uma imortalidade harmoniosa, ampliando os conceitos de Swedenborg: temos de nos salvar pela bondade, pela justia, pela inteligncia abstrata, e em seguida pelo exerccio da arte.O exerccio da arte! No ela afinal a mediao redentora entre o real e nossas percepes? O lder revolucionrio, por fim, obtm a salvao e a imortalidade pela arte.

Uma Histria de lendas

Ao longo dessas linhas anteriores, algumas idias surgiram; muitas, sumiram; outras, abandonadas; poucas, suprimidas; mas s uma, reprimida. A timidez diante do conceito filosfico, a humildade diante da erudio de Borges, a razo ocidente direcionando-me aos trilhos seguros dos pensamentos corretos, tais pensamentos no coadunam com a vivncia com os mitos e com as lendas. Onde encaixar tais conceitos desviantes na biblioteca organizada dos bons costumes da Filosofia?Sim! Nos dicionrios e enciclopdias os sinnimos para os substantivos abstratos mito e lenda so encontrados. Das palavras aladas de Plato, tais conceitos, no uso atual, perderam seu poder de vo: no mais alcanam os cus; no mais sobrevoam nossa pobre histria cada dia menor, dado o universo presentificado no tempo do um agora incessante. Sem futuro, nem passado, os mitos e lendas tornaram-se artigo de colecionador, enclausurados e anestesiados nas prises das prateleiras empoeiradas das desumanizadas bibliotecas.A idia reprimida se fazia perceber nas farpas, que sempre existem, das mais lisas e seguras argumentaes... Para alm do drama poltico, histrico e/ou policial, a apropriao do Tema do traidor e do heri por outros gneros de narrao se faria possvel. Temerrio pela impertinncia desse ndulo indissolvel no mar do rigor, aliviado, no mais me senti s: aps pesquisa, descobri que, pelo menos mais um, mas um pensador avalizado pela Academia, balizava minhas inseguras divagaes: Davi Arrigucci Junior e seus estudos que relaciona Guimares Rosa, Jorge Luis Borges e John Ford.Talvez seja uma funo da arte, como lembrou Borges a propsito de Martin Ferro, a de legar um passado ilusrio memria dos homens. No parece outra a dos filmes de cowboy ou de mocinho, como dia nos meus tempos de menino. So reconstrues de um passado que tem muito de irreal ou de falso. No entanto, como toda arte, o resultado pode ser de algum modo verdadeiro (ARRIGUCCI, 03/12/2014)Sempre me chamou a ateno como certos faroestes de John for poderiam ser aproximados de determinados contos de Borges ou do universo literrio de Guimares Rosa. No apenas pelo paralelo temtico, por apresentarem imagens, situaes ou argumentos semelhantes, nascidos de assuntos com bases histricas igualmente parecidas. Mas, pelo modo, como entranham na prpria esttica o processo histrico a que esto de algum modo referidos, embora no ostensivamente. A sutil traduo em imagens, de realidades histricas profundas, tem nas mos desse mestre da escrita cinematogrfica um de seus pontos altos, de modo que nos seus melhores filmes se pode acompanhar por dentro a sedimentao formal da experincia histrica (ARRIGUCCI, 03/12/2014).Como no conto de Borges, o filme analisado por Davi Arrugucci Jr, apresenta um passado ainda presente de cujas facetas, incongruentes entre si, permanecem latentes aguardando uma chave para equacionamento e resoluo do mistrio. No entanto, ainda que essa chave no venha ser percebida (ou encontrada), ser na experincia da imortalidade csmica, no na imortalidade pessoal que existiremos: continuaremos sendo mortais; para alm de nossa morte fsica fica nossa memria; e para alm de nossa memria ficam nossos atos, nossos feitos, nossas atitudes, toda essa maravilhosa parte da histria universal mesmo que no a saibamos e melhor que no saibamos. (BORGES, 2011:35).

BIBLIOGRAFIAARRIGUTI Jr., Davi. O homem que matou o facnora. http://:acervo.revistabula.com/post/vale-a-pena-ler-de-novo/o-homem-que-matou-o-facinora, consultado em 03/13/2014.BORGES, Jorge Luis. Fices, Cia das Letras, So Paulo, 2014._________________. Borges oral & sete noites, Cia das Letras, So Paulo, 2011._________________. O informe de Brodie, Cia das Letras, So Paulo, 2008_________________. Outras inquisies, Cia das Letras, So Paulo, 2007.LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm. Os pensadores, Nova Cultural, So Paulo, 1988