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Boletim Regional do Banco Central do Brasil Brasília v. 2 n. 1 jan. 2008 P. 1-77

CGC 00.038.166/0001-05

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Boletim Regional do Banco Central do BrasilPublicação trimestral do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.

Os textos, as tabelas e os gráficos são de responsabilidade dos seguintes componentes do Departamento Econômico (Depec) (E-mail: [email protected]):

Região Norte – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Belém (E-mail: [email protected]);

Região Nordeste – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Fortaleza (E-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico em Recife (E-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico em Salvador (E-mail: [email protected]);

Região Centro-Oeste – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Belo Horizonte (E-mail: [email protected]);

Região Sudeste – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Belo Horizonte (E-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico no Rio de Janeiro (E-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo (E-mail: [email protected]);

Região Sul – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Curitiba (E-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico em Porto Alegre (E-mail: [email protected]).

Informações sobre o Boletim: telefone: (61) 3414-1009; fax: (61) 3414-2036.

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim Regional – Suplemento do Boletim do Banco Central do Brasil, Volume 2, n. 1.

Controle Geral de Publicações

Banco Central do BrasilSecre/Surel/DimepSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 1º andarCaixa Postal 8.67070074-900 Brasília – DFTelefones: (61) 3414-3710 e 3414-3567Fax: (61) 3414-3626E-mail: [email protected]

Tiragem: 600 exemplares

Convenções estatísticas

... dados desconhecidos. - dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente.0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado. * dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (2004-2006) indica o total de anos, incluindo o primeiro e o último.A barra (/) utilizada entre anos (2004/2006) indica a média anual dos anos assinalados, incluindo o primeiro e o último, ou, se especificado no texto, ano-safra, ou ano-convênio.

Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.

Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

Central de Atendimento ao Público

Endereço: Secre/Surel/Diate Edifício-Sede – 2º subsolo SBS – Quadra 3 – Zona Central 70074-900 Brasília – DFDDG: 0800 9792345Fax: (61) 3414-2553 Internet: http://www.bcb.gov.br

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Índice

Apresentação 5

Sumário executivo 7

I Região Norte 11

II Região Nordeste 15

Bahia 19

Ceará 23

Pernambuco 27

III Região Centro-Oeste 31

IV Região Sudeste 35

Minas Gerais 39

Rio de Janeiro 43

São Paulo 47

V Região Sul 51

Paraná 55

Rio Grande do Sul 59

Boxes

Características Regionais do Comportamento Recente do IPCA 63

Evolução Recente da Pecuária e Impactos Regionais 68

Apêndice 73

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil 76

Siglas 77

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Apresentação

O “Boletim Regional” é uma publicação trimestral do Banco Central do Brasil que apresenta as condições da economia por regiões e alguns estados do País. Sob o enfoque regional, enfatiza-se a evolução de indicadores que repercutem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros. Nesse contexto, a publicação contribui para a avaliação do impacto das políticas da Autoridade Monetária sobre os diferentes entes da federação, à luz das características econômicas locais e das gestões políticas regionais.

As análises e informações do Boletim Regional buscam oferecer à sociedade – em particular, gestores de política econômica nas esferas sub-nacionais, pesquisadores e integrantes do meio acadêmico, empresários, investidores, e profi ssionais de imprensa – elementos que contribuam para identifi car a forma e, especialmente, a magnitude de repercussão, no âmbito regional, das políticas implementadas. Ao mesmo tempo, a publicação contribui para dar à sociedade conhecimento dos critérios analíticos da Instituição.

O Boletim Regional analisa as economias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e os estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A disponibilidade de estatísticas econômicas, bem como a distribuição geográfi ca das representações do Banco Central, infl uenciou a escolha dos estados. Assim, para as regiões que possuem apenas uma representação institucional – Norte e Centro-Oeste –, optou-se pela análise agregada regionalmente. Para as regiões onde existem mais de uma representação, são apresentadas, além da análise regional, as análises para os estados nos quais se encontram as representações.

Homogeneidade, abrangência e regularidade foram os principais critérios de escolha das estatísticas e das fontes. Dessa forma, em sua maior parte, os dados têm como origem os órgãos e os institutos de âmbito nacional, destacadamente o Instituto Brasileiro de Geografia e

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Estatística (IBGE) e os entes da administração direta. Em alguns casos, foram utilizadas, complementarmente, informações de entidades regionais. Dados sem tratamento das fontes foram dessazonalizados pelo Departamento Econômico do Banco Central.

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Sumário executivo

A continuidade do crescimento da economia brasileira no fi nal do terceiro e início do quarto trimestres de 2007, registrada de forma disseminada em todas as regiões, esteve associada, fundamentalmente, ao dinamismo da demanda interna. O crescimento acentuado do consumo, evidenciado pelas Contas Nacionais Trimestrais, encontra paralelo nas variações positivas observadas nas estatísticas regionais de vendas varejistas, bem como na trajetória crescente das importações na maior parte das regiões.

Como resposta aos estímulos da demanda, as taxas de crescimento das indústrias regionais têm se mantido positivas, com tendência a convergirem no longo prazo, como decorrência da disseminação do ciclo de expansão entre as diversas atividades fabris e entre as diferentes regiões. Nesse sentido, nos últimos meses, a ampliação da produção industrial tem sido mais intensa nas regiões Norte e Centro-Oeste, que apresentavam, até o fi nal do primeiro semestre de 2007, as menores taxas de crescimento em relação ao ano anterior. A geração de empregos evidencia, igualmente, o maior dinamismo da economia, registrando-se, no ano, crescimentos expressivos no nível do emprego em todas as regiões, em especial nas regiões Sul e Centro-Oeste, favorecidas, adicionalmente, pela recuperação do setor agrícola.

O crescimento recente da economia na região Norte foi liderado pela atividade industrial, cuja produção aumentou 3,8% no trimestre encerrado em outubro, ante o fi nalizado em julho, considerados dados dessazonalizados. Esse comportamento refl etiu, principalmente, o desempenho industrial amazonense, onde o segmento material eletrônico e equipamentos de comunicação – com peso importante na estrutura produtiva local – apresentou forte recuperação, em linha com o aumento da demanda interna por esses produtos. A taxa de crescimento de empregos formais criados na região, no trimestre encerrado em novembro, em relação a igual período do ano anterior, foi a mais elevada entre as grandes regiões do país.

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A região Nordeste apresentou, no acumulado do ano, até outubro, os aumentos mais representativos entre as regiões do país, tanto nas vendas varejistas como nas importações. Esse processo, que, como mencionado no Boletim Regional anterior, tem sido sustentado pelo crescimento do emprego, dos rendimentos e, particularmente na região, pelos programas sociais, apresentou arrefecimento nos últimos meses, registrando-se taxas de variações trimestrais próximas às observadas nas demais regiões do país. O desempenho recente do setor industrial manteve-se em patamar inferior ao observado nas demais regiões do país, trajetória determinada, em grande parte, pela representatividade, na estrutura industrial da região, dos segmentos de extração e de refi no de petróleo e petroquímico, suscetíveis a paradas técnicas freqüentes para manutenção.

As taxas de geração de emprego no Centro-Oeste constituíram-se, no decorrer de 2007, nas mais elevadas entre as grandes regiões do país, traduzindo o maior dinamismo da economia, infl uenciado, sobretudo, pela recuperação do setor agropecuário. No terceiro e quarto trimestres, o crescimento do nível de atividade na região intensifi cou-se, com os aumentos do ritmo de contratações, da produção industrial e das exportações, favorecidos pela trajetória crescente dos preços dos produtos básicos.

A economia da região Sudeste segue impulsionada pelo crescimento contínuo da demanda doméstica e, em menor escala, pela ampliação das exportações. A indústria da região, que representa cerca de 62% da atividade fabril e 75% do produto extrativo mineral do país, segundo as contas nacionais regionais de 2005, cresceu 2,1% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período de maio a julho, considerados dados dessazonalizados, elevando-se no ano, até outubro, 5,7%. Nesse ambiente, enquanto no primeiro semestre o ritmo de geração de empregos não correspondeu ao dinamismo da atividade econômica, no período subseqüente o volume de contratações líquidas ampliou-se gradualmente, reversão evidenciada pela evolução dos percentuais de crescimento do emprego na região e no país, de 8,6% e 18,6%, respectivamente, em junho, para, na mesma ordem, 20,1% e 25,3%, em novembro.

O ritmo de crescimento econômico na região Sul intensifi cou-se nos últimos meses, trajetória evidenciada pelas taxas de crescimento robustas registradas pelos indicadores da atividade industrial e do comércio varejista no trimestre encerrado em outubro em relação ao fi nalizado

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em julho, considerados dados dessazonalizados. Assim como na região Centro-Oeste, as exportações acentuaram-se substancialmente nos últimos meses, com destaque para os embarques de produtos agropecuários, favorecidos pelo comportamento dos preços, em especial na pecuária. Refletindo esse cenário benigno, a criação de novos postos de trabalho ampliou-se com ênfase na geração de empregos na agropecuária, na indústria de transformação e no comércio.

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IRegião Norte

A economia da região Norte, acompanhando a tendência nacional, seguiu apresentando resultados favoráveis no trimestre encerrado em novembro. O setor industrial manteve-se em expansão, refl etindo não apenas a trajetória de crescimento do setor extrativo mineral, mas também o maior dinamismo da indústria de transformação, que havia desacelerado de modo expressivo no segundo e início do terceiro trimestres do ano. As vendas no varejo experimentaram leve desaceleração a partir de agosto, após apresentarem taxas de variação anual superiores a dois dígitos ao longo do primeiro semestre, mantendo, contudo, crescimento na margem. Em relação ao comércio exterior, a balança comercial da região seguiu superavitária, embora com redução do saldo, impulsionada, principalmente, pela exportação de minérios pelo estado do Pará. Refl etindo o cenário econômico favorável, o emprego formal da região evoluiu positivamente, com impactos, sobretudo, na contratação de mão-de-obra na indústria e no comércio.

O volume de vendas do comércio varejista da região Norte recuou 1,2% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), ante expansões, no mesmo tipo de comparação, de 1% e 1,4%, respectivamente, nos trimestres encerrados em julho e abril. O recuo evidenciou reduções das vendas em cinco dos sete estados da região, atingindo 6,1% em Rondônia e 1,4% no Pará, unidade que detém a maior participação no comércio regional, 38%, e elevações respectivas de 2% e 2,7% nas relativas ao Amazonas, cujo peso no comércio da região alcança 24%, e ao Tocantins. As vendas acumuladas em doze meses encerrados em outubro, em relação a igual período de 2006, aumentaram 8,8% na região. Esse aumento, resultante de elevações generalizadas em todos os estados, traduziu o cenário de ampliação da renda disponível, associado ao crescimento do emprego e aos efeitos dos programas de transferências de renda do governo federal.

Comércio varejistaÍndice de Volume de Vendas1/

Índice 2003 = 100

100

115

130

145

160

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil NorteFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Comércio varejistaÍndice de Volume de Vendas1/

Índice 2003 = 100

100

120

140

160

180

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Norte Pará AmazonasFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

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Ressalte-se o desempenho positivo das vendas do comércio varejista ampliado, que inclui os segmentos de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, ao registrar expansões de 10,2% no trimestre agosto a outubro, em relação a igual período do ano anterior, de 21,9% no acumulado do ano e de 23,5% em doze meses.

A produção industrial na região Norte1 cresceu 3,8% no trimestre encerrado em outubro em relação ao trimestre fi nalizado em julho, quando recuara 0,4%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) do IBGE. Esse resultado, superior ao registrado no país, refl etiu, em especial, o crescimento de 6,1% verifi cado na indústria do Amazonas.

Consideradas as mesmas bases de comparação, a indústria extrativa da região apresentou expansão de 0,9% no trimestre encerrado em outubro, ante redução de 0,7% naquele fi nalizado em julho, recuperação decorrente, em parte, do crescimento de 2% dessa indústria no Pará, unidade da federação cujo peso regional nesse segmento é de 68%. Adicionalmente, quando comparada a produção acumulada nos dez primeiros meses de 2007 com a de igual período do ano anterior, a indústria extrativa registrou aumentos de 6,4% na região e de 8,8% no estado, resultado consistente com o crescimento da demanda mundial por commodities minerais.

A produção da indústria de transformação cresceu 5,5% no trimestre fi nalizado em outubro, em relação ao período maio a julho, considerados dados dessazonalizados. Esse desempenho evidenciou o dinamismo da indústria no Amazonas, responsável por cerca de 80% da transformação da região, cujo acréscimo de 6,7%, no período, refl etiu elevações nos segmentos edição e impressão, 26,8%; borracha e plástico, 16,8%; e material eletrônico, 7,9%. A indústria de transformação da região Norte cresceu 1,4% no acumulado do ano, até outubro, em relação a igual período do ano anterior.

Segundo o Levantamento Sistemático da Produção

Agrícola (LSPA) do IBGE, realizado em novembro, a produção de grãos na região Norte deverá totalizar 3,3 milhões de toneladas em 2007, representando 2,5% da produção nacional e redução de 0,1% em relação à safra anterior. Registraram-se recuos nas safras de soja, 6,6%, e milho, 2%, infl uenciados pelo desempenho desfavorável

1/ Na região Norte, são pesquisados os estados do Amazonas e do Pará. A produção regional resulta das variações das produções estaduais ponderadas pelos respectivos valores de transformação industrial (VTI).

Produção industrialÍndice de produção industrial1/

Índice 2002 = 100

110

120

130

140

150

160

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Norte Pará AmazonasFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Produção industrial – AmazonasGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 -0,2 6,1 2,7

Indústria extrativa 2,5 -2,2 -2,8 -2,8

Indústria de transformação 97,5 -0,8 6,7 2,9

Alimentos e bebidas 17,0 -6,6 3,3 14,7

Refino petrol álcool 4,7 2,2 -7,6 10,1

Produtos metal 6,5 8,4 -13,7 20,3

Material eletrônico 39,1 1,7 7,9 -22,3

Equipamentos transporte 14,3 1,9 9,4 18,7

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE

referente ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

Produção industrial – ParáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 1,9 1,3 2,7

Indústria extrativa 45,3 0,4 2,0 8,8

Indústria de transformação 54,7 5,2 1,4 -2,2

Alimentos e bebidas 11,1 13,6 3,1 -13,4

Madeira 8,1 -2,6 -2,8 -4,0

Celulose e papel 4,9 40,7 9,3 1,6

Minerais não metálicos 4,8 1,8 1,1 -6,6

Metalurgia básica 25,7 4,3 4,3 3,5

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE

referente ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

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dessas culturas no Pará, além de retração de 4,1% nas áreas destinadas à cultura de grãos. Em sentido inverso, as safras de arroz e de feijão deverão aumentar 9,6% e 3,1%, respectivamente, no ano.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior/Secretaria de Comércio Exterior (MDIC/Secex), as exportações acumuladas de janeiro a novembro totalizaram US$8,9 bilhões e as importações, U$7,1 bilhões, gerando superávit de US$1,8 bilhão, com acréscimos respectivos de 7,8%, 8,3% e 5,9% em relação a igual período de 2006. Considerado o trimestre encerrado em novembro, as exportações somaram US$2,7 bilhões e as importações, US$2,2 bilhões, apresentando aumentos respectivos de 5,9% e 30,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, que determinaram redução de 45,7% no superávit comercial nesse período.

O desempenho das exportações, no trimestre, esteve associado à elevação de 5,3% nas vendas do Pará, que, concentradas em minérios de ferro, alumínio e cobre, responderam por 79% do total exportado pela região no período. O crescimento das importações refl etiu, principalmente, as maiores aquisições de bens intermediários, em função da expansão da atividade industrial.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados 26,9 mil postos de trabalho formais na região, no trimestre setembro-novembro, dos quais 11,3 mil no Amazonas e 11 mil no Pará, representando acréscimo de 59,6% em relação a igual período de 2006. O setor que mais contribuiu para esse resultado foi o comércio, com 10 mil novos postos de trabalho, seguindo-se os segmentos serviços, 7,4 mil, e indústria de transformação, 6,5 mil.

O nível do emprego formal manteve-se em expansão no trimestre encerrado em novembro, elevando-se 1% em relação ao trimestre fi nalizado em julho, de acordo com dados do MTE dessazonalizados pelo Banco Central. O indicador cresceu 3,7% comparativamente a igual trimestre de 2006, e 3,2% no acumulado do ano.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 1,58% na região metropolitana de Belém, no trimestre encerrado em novembro, elevando-se 0,32 pontos percentuais (p.p.) em relação à taxa acumulada no período junho a agosto. A variação do IPCA na região, 0,7 p.p. superior à registrada em âmbito nacional, refl etiu a aceleração dos preços monitorados e livres.

Balança comercial – FOBUS$ milhões

Discriminação Norte Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Exportação 2 508 2 656 5,9 18,4

Importação 1 691 2 212 30,8 37,4

Saldo 817 444 -45,7 -23,3

Jan-nov 2006 Jan-nov 2007 Var. % Var. %

Exportação 8 235 8 877 7,8 16,6

Importação 6 566 7 110 8,3 30,8

Saldo 1 669 1 768 5,9 -12,1

Fonte: MDIC/Secex

Exportação por fator agregado – FOBUS$ milhões

Discriminação Norte Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 2 508 2 656 5,9 18,4

Básicos 1 077 1 247 15,8 28,8

Industrializados 1 431 1 409 -1,5 13,9

Semimanufaturados 614 638 4,0 8,5

Manufaturados1/ 817 771 -5,7 15,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Norte Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 691 2 212 30,8 37,4

Bens de consumo 72 445 515,4 38,0

Duráveis 35 400 1 029,4 43,6

Não duráveis 37 45 22,2 31,9

Bens intermediários 475 977 105,7 34,1

Bens de capital 1 141 766 - 32,9 41,9

Comb. e lubrificantes 3 25 639,0 41,3

Fonte: MDIC/Secex

Emprego formal – NorteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 16,9 -14,7 22,4 31,1 26,9

Extrativa mineral 0,3 0,4 0,3 0,4 0,2

Ind. de transformação 1,7 -5,8 4,3 6,5 6,5

Comércio 9,6 -1,3 4,0 5,2 10,0

Serviços 5,2 -1,8 7,1 4,5 7,4

Construção civil 1,1 -5,0 5,2 11,2 3,0

Agropecuária -1,2 -0,9 1,1 2,7 0,0

Outros1/ 0,1 -0,4 0,4 0,4 -0,1

Fonte: MTE/Caged

1/ Inclui serviços industriais utilidade pública e administração pública.

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Os preços monitorados aumentaram 0,70% no trimestre encerrado em novembro, ante -0,23% no período junho a agosto, aceleração associada, fundamentalmente, aos reajustes de 5,97% nos preços dos produtos farmacêuticos e de 3,45% nas tarifas de ônibus urbano. Os preços livres cresceram 1,90%, comparativamente a 1,83%, respectivamente, nos mesmos períodos. A evolução desses preços, em sentido inverso à desaceleração registrada no país, evidenciou o aumento de 3,38% assinalado no grupo alimentação e bebidas, resultante de elevações nos preços de cereais, 22,63%, em especial os subitens feijão carioca, 43,38%, e feijão preto, 33,09%; carnes, 12,70%; frutas, 4,22%, com destaque para mamão, 33,02%, e maçã, 16,27%; e panificados, 3,02%. Adicionalmente, registraram-se elevações de preços nos grupos saúde, 2,54%, e vestuário, 1,49%; e reduções nos relativos a comunicação, 1,75%, e habitação, 1,25%.

A economia da região Norte deve permanecer em expansão nos próximos meses, sustentada tanto pelo desempenho do comércio exterior, em linha com a robustez da demanda externa por produtos da indústria extrativa, quanto pela intensifi cação da demanda interna, com desdobramentos favoráveis sobre a indústria de transformação do Amazonas. Adicionalmente, a contínua melhoria dos indicadores no mercado de trabalho e os efeitos dos programas assistenciais do governo federal seguem elevando a renda disponível e confi gurando-se em importantes fatores de estímulo às vendas do comércio varejista.

PreçosIPCA – Belém

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 1,19 1,73 1,26 1,58

Alimentação 30,5 2,33 3,41 2,86 3,38

Habitação 9,4 0,74 0,95 -2,81 -1,25

Art. de residência 5,2 -0,27 -0,30 0,76 0,10

Vestuário 8,7 0,96 2,17 0,98 1,49

Transportes 13,9 -0,04 1,12 2,59 1,26

Saúde 12,7 0,73 1,14 -0,37 2,54

Despesas pessoais 9,4 0,64 2,53 1,78 1,44

Educação 5,3 3,89 -1,24 0,70 -0,08

Comunicação 4,9 0,26 -0,13 1,26 -1,75

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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IIRegião Nordeste

A atividade econômica na região Nordeste, embora se mantivesse em expansão no trimestre encerrado em outubro, apresentou menor dinamismo do que nos meses anteriores. Nesse sentido, os desempenhos da produção industrial e das vendas do comércio, inferiores à média nacional, mostraram-se inferiores também aos observados em trimestres precedentes, enquanto o saldo comercial, mesmo com as exportações em crescimento, manteve-se em declínio, evidenciando a expansão das importações. Os indicadores relativos ao mercado de trabalho permaneceram refl etindo a criação de empregos na construção civil e na indústria de transformação.

As vendas no comércio varejista cresceram 1,9% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, segundo dados agregados2 da PMC do IBGE, dessazonalizados pelo Banco Central. Esse resultado refl etiu, basicamente, o crescimento das vendas de móveis e eletrodomésticos, 4,7%, e o recuo nas vendas relativas a tecidos, vestuário e calçados, 1,7%, e hipermercados e supermercados, 0,2%. As vendas do segmento veículos, motos, partes e peças, que não integram o índice geral, elevaram-se 6,2%.

Considerados doze meses fi nalizados em outubro, as vendas varejistas cresceram 10,7% em relação ao período correspondente do ano anterior, com ênfase para as elevações registradas nos segmentos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 27,1%, e outros artigos de uso pessoal e doméstico, 23,8%. O segmento veículos, motos, partes e peças registrou aumento de 22,3% no mesmo período. Esses resultados são consistentes tanto com o crescimento da renda na região, favorecido pela evolução do mercado de trabalho e pelo impacto dos programas governamentais de transferência de renda, quanto com a melhora nas condições do mercado de

2/ Os dados relativos à região foram obtidos a partir da agregação do índice de volume de vendas de cada unidade da Federação, ponderados pela participação da variável receita bruta de revenda de cada unidade da Federação na receita bruta total da região, constante da pesquisa anual do comércio do IBGE.

100

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130

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150

160

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil NordesteFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Comércio varejistaÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

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16 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

crédito, traduzida em recuo das taxas de juros e ampliação dos prazos.

A produção industrial da região Nordeste cresceu 0,8% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, quando havia aumentado 2,4%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Esse resultado refl etiu elevações nos segmentos máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 5,4%, e calçados e artigos de couro, 3,5%, e recuo de 2,4% na produção do setor têxtil. A produção da região registrou expansão de 2,4% no acumulado do ano, até outubro, em relação ao mesmo período de 2006, ante 5,9%, em nível nacional, evidenciando o desempenho modesto dos segmentos celulose e papel, máquinas e equipamentos. Assinale-se, na mesma base de comparação, a evolução favorável da produção dos segmentos alimentos e bebidas, calçados e artigos de couro, minerais não-metálicos e metalurgia básica.

De acordo com o LSPA de novembro, divulgado pelo IBGE, a produção de grãos do Nordeste deverá alcançar 9,9 milhões de toneladas em 2007, registrando aumento de 4% em relação à safra anterior, com destaque tanto para o crescimento de 12,7% na produção de soja quanto para a evolução das culturas de cana-de-açúcar e mandioca. A participação da safra da região, que tem sido revista para baixo em função da escassez de chuvas em importantes regiões produtoras, na safra do país deverá recuar 0,7 p.p. no ano, para 7,5%.

De acordo com o MDIC, as exportações da região somaram US$3,7 bilhões e as importações, US$3,4 bilhões, no trimestre encerrado em novembro, elevando-se 18,6% e 27%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior. O superávit comercial alcançou US$305 milhões, 31% inferior ao registrado em igual trimestre de 2006.

As exportações, consideradas por categoria de fator agregado, apresentaram elevação generalizada no trimestre em relação a igual período de 2006, com destaque para o aumento de 33,1% nas vendas de produtos básicos, estimuladas pelas expansões nas exportações de minérios de ferro, 77,5%, uvas frescas, 71,2%, e soja em grão, 15,5%. As vendas de bens semimanufaturados cresceram 13,8%, em linha com os aumentos das exportações de outros açúcares de cana e beterraba, 142,6%, e de catodos de cobre, 77%; enquanto as relativas a manufaturados elevaram-se 14,5%.

100

105

110

115

120

125

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil Nordeste

Produção industrialDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Produção agrícola – Nordeste

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/

Grãos 9 547 9 932 4,0

Caroço de algodão2/ 559 699 25,0

Arroz (em casca) 1 109 1 038 -6,4 Feijão 1 027 857 -16,6 Milho 3 160 3 199 1,2 Soja 3 467 3 907 12,7 Outros 224 232 3,3

Outras Lavouras Abacaxi (mil frutos) 700 000 753 655 7,7 Banana 2 834 2 750 -3,0 Cana-de-açúcar 64 418 67 844 5,3 Castanha-de-caju 236 176 -25,3 Coco-da-baía (mil frutos) 1 295 982 1 293 917 -0,2 Mandioca 9 676 10 140 4,8 Uva 246 277 13,0

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.2/ Corresponde a 63% da produção.

Produção industrial – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 2,4 0,8 2,4

Alimentação e bebidas 24,2 1,4 -0,3 7,2

Química 21,3 0,5 1,9 2,1

Refino de petról. e álcool 13,8 7,9 -0,8 -0,9

Metalurgia básica 7,5 2,5 -0,1 2,4

Têxtil 8,0 5,9 -2,4 0,6

Calçados e art. de couro 3,9 0,6 3,5 3,6

Celulose e papel 4,7 0,7 -2,6 -4,7

Minerais não metálicos 5,5 3,1 0,2 8,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 17

Considerada a mesma base de comparação, as importações apresentaram, igualmente, crescimento generalizado quando segmentadas por categorias de uso, registrando-se aumentos de 7,3% nas aquisições de bens de consumo duráveis e de 50,7% nas relativas a bens de consumo não duráveis. Adicionalmente, as importações de produtos intermediários, evidenciando compras de insumos industriais, e as de combustíveis e lubrifi cantes, refl etindo a evolução das compras de óleo diesel e querosenes para aviação, cresceram, na ordem, 36,4% e 42,6%.

O superávit comercial do Nordeste atingiu US$1,4 bilhão no acumulado do ano, até novembro, resultado 43% inferior ao registrado em igual período de 2006. As exportações totalizaram US$12 bilhões e as importações, US$10,7 bilhões, elevando-se 15,1% e 32,7%, respectivamente.

Segundo dados do Caged do MTE, a economia nordestina gerou 135,7 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro, 7% a mais do que no período correspondente de 2006. As indústrias de transformação e da construção civil foram responsáveis pela geração líquida de 70,9 mil e 12,5 mil vagas, respectivamente, comparativamente a 68,3 mil contratações e 3,6 mil demissões líquidas nesses dois setores, na ordem, em igual período de 2006. Em sentido inverso, foram eliminados 5,3 mil postos de trabalho na agropecuária. A criação de novos postos favoreceu a expansão de 1% no índice do nível de emprego no trimestre encerrado em novembro, comparativamente ao trimestre anterior, segundo dados dessazonalizados, acompanhando a trajetória ascendente registrada para o país.

A inflação no Nordeste, seguindo a tendência nacional, arrefeceu no trimestre encerrado em novembro. O IPCA3 variou 0,89% nesse período, ante 1,27% no trimestre fi nalizado em agosto, refl exo, em grande parte, da redução de 3,60% na tarifa de telefonia fixa das regiões metropolitanas consideradas na pesquisa, devido à mudança da medição de pulso para minutos. Esse efeito foi preponderante para a defl ação de 0,35% observada nos preços dos itens monitorados, que haviam aumentado 0,55% no trimestre anterior.

A infl ação na região seguiu pressionada pelos preços dos itens livres, que aumentaram 1,44%, ante 1,60% no trimestre encerrado em agosto. Ao contrário do observado em outras partes do país, a variação dos preços do grupo alimentação não recuou signifi cativamente no trimestre

3/ Consideram-se as variações e os respectivos pesos das três regiões metropolitanas abrangidas pelo IPCA: Fortaleza, Recife e Salvador.

Exportação por fator agregado US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 3 094 3 670 18,6 18,4

Básicos 720 958 33,1 28,8

Industrializados 2 374 2 712 14,2 13,9

Semimanufaturados 912 1 038 13,8 8,5

Manufaturados1/ 1 462 1 674 14,5 15,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 2 650 3 365 27,0 37,4

Bens de consumo 112 144 28,4 38,0

Duráveis 58 62 7,3 43,6

Não duráveis 55 82 50,7 31,9

Bens intermediários 1 285 1 574 22,4 34,1

Bens de capital 274 459 67,4 41,9

Comb. e lubrificantes 790 1 003 27,0 41,3

Fonte: MDIC/Secex

Emprego formal – NordesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 126,8 -78,1 38,5 94,2 135,7

Extrativa 0,3 0,2 0,3 0,5 0,4

Ind. de transformação 68,3 -48,5 -7,2 29,1 70,9

Serv. ind. de util. pública 0,0 -0,2 0,9 1,6 0,9

Construção civil -3,6 -6,7 7,9 7,0 12,5

Comércio 32,3 2,9 9,5 11,8 31,0

Serviços 25,8 3,6 17,8 18,0 23,9

Agropecuária 3,4 -29,1 9,0 25,7 -5,3

Fonte: MTE

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18 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

encerrado em novembro, situando-se em 2,83%, ante 3,12% no período junho a agosto. A proximidade dessas variações refl etiu, por um lado, reduções expressivas nas variações dos preços dos itens leite e derivados, e panifi cados, enquanto, em sentido inverso, registraram-se elevações substanciais nos preços de feijão, carnes e arroz, assim como nos gastos da alimentação fora do domicílio. A variação dos preços do grupo alimentação totalizou 8,88% no ano, até novembro, no Nordeste.

Apesar dos indicadores da economia do Nordeste terem registrado menor vigor em relação ao observado em âmbito nacional, as expectativas permanecem favoráveis, tendo em vista a continuidade da expansão do nível de emprego, da renda e do crédito, com efeitos sobre o comportamento das vendas do comércio varejista.

Preços ao consumidor – NordesteVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 1,44 0,90 1,27 0,89

Alimentação 23,9 1,98 1,00 3,12 2,83

Habitação 12,3 0,64 0,71 1,02 0,79

Art. de residência 4,3 -0,30 -0,10 -1,17 -0,20

Vestuário 7,8 0,31 1,01 0,54 1,72

Transportes 17,9 2,74 0,28 0,23 -0,18

Saúde 12,6 0,74 1,59 1,04 0,61

Desp. pessoais 8,7 0,77 2,08 1,46 1,09

Educação 6,4 3,23 1,26 0,47 -0,23

Comunicação 6,1 0,29 -0,12 1,69 -1,85

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

Preços ao consumidor – NordesteVariação % mensal

Discriminação Pesos1/ 2007

Set Out Nov No ano

IPCA 100,0 0,29 0,36 0,24 4,37

Monitorados 30,3 -0,42 0,16 -0,09 2,88

Livres 69,7 0,60 0,45 0,38 5,04

Comercializáveis 37,7 0,82 0,18 0,24 4,11

Não comercializáveis 32,0 0,35 0,77 0,54 6,16

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 19

Bahia

Os indicadores da economia baiana, ao fi nal do terceiro e início do quarto trimestre de 2007, revelaram manutenção do dinamismo da atividade econômica, sustentado pelos desempenhos favoráveis do comércio e da agricultura. A atividade industrial, apesar do acentuado crescimento em alguns setores relevantes, seguiu em trajetória de desaceleração, com resultados inferiores aos alcançados pela indústria nacional. O nível de emprego elevou-se no período, com destaque para o crescimento das contratações no mercado formal de trabalho. O saldo da balança comercial apresentou elevação, com o valor das exportações refl etindo as elevadas cotações internacionais de commodities importantes na pauta exportadora do estado.

As vendas do comércio varejista baiano, em prosseguimento à trajetória iniciada há cerca de quatro anos, mantiveram-se aquecidas no trimestre encerrado em outubro, elevando-se 2,4% em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse resultado refl etiu, especialmente, os aumentos nas vendas relativas aos segmentos móveis e eletrodomésticos, 5,5%; e tecidos, vestuário e calçados, 3,3%.

As vendas varejistas aumentaram 10,3% no acumulado do ano em relação ao período equivalente de 2006, com destaque para os segmentos outros artigos de uso pessoal e doméstico, 26,6%; e tecidos, vestuário e calçados, 20,1%. As vendas do setor de veículos, motos, partes e peças, segmento que não integra o índice geral, elevaram-se 22,4% no período.

Considerados os períodos de doze meses encerrados em outubro de 2007 e do ano anterior, as vendas varejistas cresceram 10,6% no estado, registrando-se resultados positivos em sete das oito atividades pesquisadas. Ressalte-se que esse dinamismo, associado às condições favoráveis do crédito, ao crescimento da renda, à redução de preços de produtos importados e aos programas assistenciais do governo federal, esteve infl uenciado, ainda, no trimestre encerrado em outubro, pela antecipação do pagamento de metade do 13º salário a aposentados e pensionistas.

A produção física da indústria, em trajetória oscilante desde o segundo semestre de 2006, manteve-se estável no trimestre encerrado em outubro em relação ao trimestre fi nalizado em julho, conforme dados da PIM-PF do IBGE, ajustados sazonalmente. Registraram-se, no período, recuo de 4,7% na produção do segmento refi no de petróleo e produção

Comércio varejista – BahiaÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

105110115120125130135140145

Out2004

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Bahia1/ Dados dessazonalizados.

Produção industrial – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 2,8 0,0 1,3

Indústrias extrativas 5,7 1,1 -0,8 -0,4

Alimentos e bebidas 11,9 -1,8 3,5 11,8

Celulose e papel 9,1 3,4 -2,3 -4,7

Ref. petróleo e prod. álcool 24,4 11,6 -4,7 -2,4

Química e petroquímica 33,9 -0,7 3,2 1,6

Metalurgia básica 9,6 3,9 0,3 0,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na Indústria Geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente

ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

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de álcool e elevações nas relativas aos setores química e petroquímica, 3,2%, atividade industrial mais relevante no estado; e alimentos e bebidas, 3,5%, impulsionada pela expansão da produção de farinhas de extração de óleo de soja, óleo de soja em bruto, leite em pó e cerveja. A análise na margem revelou aumento de 3% na atividade industrial em outubro, em relação ao mês anterior.

O crescimento industrial atingiu 1,3% no acumulado do ano, até outubro, em relação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando recuos nos segmentos veículos automotores, 6,1%; celulose e papel, 4,7%; e refi no de petróleo, 2,4%; e elevação de 11,8% na produção da indústria de alimentos e bebidas, impulsionada pela expansão do consumo interno e pela elevação dos preços dos derivados de soja no mercado internacional. Em relação à indústria automotiva, o desempenho no período está associado à paralisação parcial, por problemas técnicos, das atividades da única montadora atuante no estado, ocorrida no mês de fevereiro de 2007.

Ressalte-se que a divergência entre a produção das indústrias baiana e brasileira reflete, em parte, a especifi cidade da matriz industrial do estado, fortemente concentrada em setores produtores de bens intermediários – em especial química e petroquímica e produção e refi no de petróleo –, freqüentemente infl uenciados por paradas técnicas para manutenção.

De acordo com o LSPA de novembro de 2007, a produção de grãos do estado deverá totalizar 5,6 milhões de toneladas, 52% da produção nordestina, elevando-se 25,9% em relação ao ano anterior. Entre os principais produtos cultivados no estado, ressaltam-se as elevações nas produções de milho, 50%; algodão, 28,9%, favorecida pela expansão da área plantada no oeste do estado, pelas condições climáticas e pela recuperação das cotações no mercado internacional; soja, 15,4%; e feijão, 4,6%.

A projeção de crescimento de 9% relativa à safra de 2008 incorpora perspectivas favoráveis para a cultura de algodão, estando previstos aumentos de 13,5% na área plantada e de 5% no rendimento médio da cultura. A Bahia constitui-se no segundo maior estado produtor de algodão do país.

A balança comercial do estado registrou superávit de US$730,4 milhões no trimestre encerrado em novembro, resultado 26,4% superior ao assinalado em igual trimestre do ano anterior. As exportações somaram US$2,2 bilhões

106

110

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122

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Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Bahia

Produção industrial – Bahia Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

Fonte: IBGE

Produção agrícola – BahiaItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/ 2007/2006

Grãos 4 414 5 558 25,9 Algodão 811 1 045 28,9 Arroz 20 42 111,9 Feijão 333 348 4,6 Milho 1 107 1 660 50,0 Soja 1 991 2 298 15,4 Outros 152 164 8,4

Outras lavouras Banana 1 192 1 286 7,9 Cacau 136 149 9,4 Coco (mil frutos) 616 629 2,1 Mandioca 4 403 4 730 7,4

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.

Exportação por fator agregadoDados observados no trimestre

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 773 2 153 21,4 18,4

Básicos 305 413 35,2 28,8

Industrializados 1 468 1 740 18,5 13,9

Semimanufaturados 439 521 18,7 8,5

Manufaturados1/ 1 029 1 219 18,5 15,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 21

e as importações, US$1,4 bilhão, elevando-se, na ordem, 21,4% e 19%.

Os produtos industrializados representaram 79,7% das vendas externas no trimestre considerado, com crescimento de 18,5%, decorrente do aumento tanto de semimanufaturados, 18,7%, quanto de manufaturados, 18,5%. As vendas de petróleo e seus derivados lideraram as exportações do estado, com crescimento de 141,3% no período, como refl exo das cotações internacionais do produto. Apesar da instabilidade nos preços do cobre, as elevadas cotações da commodity continuaram favorecendo as exportações de cátodos de cobre, que cresceram 73,8%, compensando a apreciação cambial. O segmento químico e petroquímico apresentou aumento de 31,3%. Por outro lado, as vendas externas de automóveis decresceram 22,7%, haja vista que parte maior da produção tem sido direcionada ao mercado interno. No trimestre, os produtos básicos experimentaram aumento de 35,2%, infl uenciados pelo segmento do agronegócio, com destaque para o crescimento das exportações de grãos de soja, 80,6%; de uvas frescas, 45,9%; e de algodão, 42,4%.

Entre as importações, destacou-se o aumento nas compras de bens de capital, 26,9%, influenciadas por veículos de carga, com crescimento de 52%. Acompanhando a desaceleração na atividade industrial, as aquisições de bens intermediários, que representaram 43,8% das importações do estado no trimestre, aumentaram apenas 3,2%. Refl etindo o aumento das vendas varejistas na região, as importações de bens de consumo duráveis aumentaram 33,9% e a de bens de consumo não duráveis, que apresenta pequena participação na pauta, 65,9%.

De acordo com dados do Caged do MTE, dessazonalizados pelo Banco Central, o nível do emprego formal na Bahia aumentou 1,2% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao trimestre fi nalizado em agosto, registrando-se expansão em todos os setores, com destaque para a construção civil, 3%. Foram gerados, liquidamente, 13,2 mil postos de trabalho no período, dos quais 8,2 mil no setor de serviços e 6,6 mil no comércio. Na agricultura, foram eliminados 5,9 mil postos de trabalho.

O nível do emprego formal aumentou 3,4% no acumulado do ano, até novembro, em relação ao mesmo período de 2006, correspondendo à criação de 62,7 mil postos de trabalho, resultante de elevações de 6,3% na indústria extrativa e de 5,7% na indústria de transformação e de recuo de 2,8% na agricultura.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 196 1 423 19,0 37,4

Bens de consumo 162 221 36,2 38,0

Duráveis 151 202 33,9 43,6

Não duráveis 11 19 65,9 31,9

Bens intermediários 604 623 3,2 34,1

Bens de capital 264 335 26,9 41,9

Combustíveis 204 244 20,0 41,3

Fonte: MDIC

Emprego formal – BahiaNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 1,8 -1,7 27,9 16,5 13,2

Ind. de transformação 0,6 -0,2 6,5 1,8 2,4

Comércio 7,0 1,7 3,1 2,3 6,6

Serviços 4,8 1,6 4,8 3,9 8,2

Construção civil -3,8 -1,1 3,9 4,5 1,5

Agropecuária -7,2 -3,7 8,6 3,3 -5,9

Serv. ind. de util. pública 0,0 -0,1 0,4 0,0 0,0

Outros1/ 0,3 0,0 0,5 0,7 0,3

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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22 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, a taxa média de desemprego na região metropolitana de Salvador situou-se em 12,9% no trimestre encerrado em novembro, ante 13,5% em igual período do ano anterior. O número de ocupados e a população economicamente ativa (PEA) aumentaram, na ordem, 4,9% e 4,4% no período.

O IPCA relativo à região metropolitana de Salvador aumentou 0,77% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,26% no trimestre fi nalizado em agosto. Os preços monitorados, infl uenciados pelos itens gás de botijão e ônibus intermunicipal, recuaram 0,14% no período, enquanto os preços livres – evidenciando o arrefecimento na variação dos preços de alimentação e bebidas, em especial leite e derivados, açúcares e derivados e diversos produtos in natura – aumentaram 1,12%, ante 1,58% no trimestre anterior.

O IPCA cresceu 4,99% de janeiro a novembro, pressionado, no início do ano, pelos preços monitorados e, mais recentemente, pelos preços livres, em especial feijão, com aumentos de 43,29% em outubro e de 44,17% em novembro. Os itens não-comercializáveis e comercializáveis aumentaram 6,38% e 3,24%, respectivamente, no ano.

As perspectivas para a economia baiana mostram-se favoráveis, a despeito da desaceleração da atividade industrial registrada desde o segundo semestre de 2006. Nesse sentido, assinalem-se as expectativas em relação ao início das atividades de uma nova planta de celulose e à conclusão das obras de ampliação de outra, prevista para o primeiro trimestre de 2008, e à reativação de uma fábrica de resinas e diluentes de grande porte. Espera-se que os investimentos nas áreas de logística de transporte e de energia previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao melhorar a infra-estrutura do estado, favoreçam a retomada da indústria petroquímica. As perspectivas para a indústria extrativa são favoráveis, em linha com a licitação de quinze áreas de mineração para exploração comercial nos próximos meses. O desempenho da agricultura deverá seguir robusto, tendo em vista as perspectivas em relação aos resultados de culturas importantes no estado, como soja, algodão, milho e café.

IPCA – Região Metropolitana de SalvadorVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-Nov

IPCA 100,0 2,05 0,97 1,26 0,77

Alimentação 23,1 2,01 0,85 3,51 1,87

Habitação 11,0 1,00 2,59 2,44 0,87

Art. de residência 4,3 -0,54 -0,24 -1,09 -0,63

Vestuário 8,2 -0,50 1,02 -0,23 2,20

Transportes 19,2 6,05 0,04 -0,30 0,49

Saúde 12,7 0,05 2,11 0,67 0,29

Desp. pessoais 9,1 1,04 1,85 1,69 1,52

Educação 6,6 4,31 0,09 0,18 -0,52

Comunicação 5,9 0,27 -0,28 1,39 -2,26

Monitorados 27,5 4,48 1,04 0,46 -0,14

Livres 72,5 1,14 0,95 1,58 1,12

Comercializáveis 39,8 0,03 0,79 1,91 0,46

Não comercializáveis 32,7 2,51 1,13 1,17 1,93

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

Preços ao consumidor – BahiaVariação % mensal

Discriminação Pesos1/ 2007

Set Out Nov Ano

IPCA 100,0 0,03 0,46 0,28 4,99

Monitorados 27,5 -1,00 0,64 0,22 5,92

Livres 72,5 0,42 0,39 0,30 4,65

Comercializáveis 39,8 0,46 -0,05 0,05 3,24

Não comercializáveis 32,7 0,40 0,92 0,60 6,38

Fonte: IBGE

1/ Pesos de novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 23

Ceará

A economia cearense manteve-se em expansão no trimestre encerrado em outubro. Os aumentos das vendas no varejo e da produção industrial intensifi caram o ritmo de contratações de mão-de-obra, enquanto os défi cits relativos ao comércio externo seguem evidenciando crescimento mais acentuado das importações do que das exportações.

O volume de vendas no comércio cresceu 1,6% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE, registrando-se aumentos das vendas de móveis e eletrodomésticos, 9,6%. Em sentido inverso, as vendas do segmento hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuaram 2,5%.

As vendas varejistas no Ceará cresceram 11,9% nos doze meses encerrados em outubro, em relação a igual período de 2006, registrando-se aumentos nas vendas de todos os segmentos, em especial equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 65,7%; e outros artigos de uso pessoal e doméstico, 21,6%. As vendas de veículos, motos, partes e peças, segmento que não compõe o índice geral, aumentaram 21,9% no período.

A produção da indústria cearense cresceu 0,4% no trimestre encerrado em outubro em relação ao trimestre fi nalizado em julho, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, com destaque para os segmentos calçados e artigos de couro, e produtos de metal. A produção industrial do estado manteve-se estável no acumulado do ano, até outubro, em relação ao mesmo período do ano anterior, registrando-se resultados negativos nos segmentos refi no de petróleo e produtos de metal. Em sentido inverso, cinco atividades, com participação conjunta de 57% no valor da produção industrial cearense, registraram expansão no período, destacando-se o crescimento de 56% em metalurgia básica.

As vendas industriais aumentaram 3,9% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da Federação da Indústria do Estado do Ceará (Fiec). Os indicadores de remuneração líquida e de pessoal empregado cresceram 4,1% e 6,1%, respectivamente, no período, enquanto a utilização média da capacidade instalada elevou-se 1,6 p.p., para 84,4%.

105

110

115

120

125

Out2004

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Ceará

Produção industrial – CearáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

100110120130140150160170

Out2004

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Ceará

Comércio varejista – CearáÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Produção industrial – CearáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 1,1 0,4 0,0

Alimentação e bebidas 30,0 2,6 -0,5 6,9

Têxtil 23,7 2,9 -3,7 -4,9

Calçados e art. de couro 15,2 1,9 8,8 6,8

Refino de petróleo e álcool 6,7 -10,7 1,2 -33,0

Vestuário e acessórios 6,0 2,6 -8,8 -9,7

Minerais não-metálicos 4,2 2,6 -5,6 11,5

Produtos de metal 2,0 -2,6 9,1 -25,9

Máquinas e mat. elétricos 4,1 -20,2 6,9 -24,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

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24 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

Segundo o LSPA de novembro, a produção de grãos do Ceará deverá atingir 0,6 milhão de toneladas em 2007. O recuo previsto, de 48,9% em relação ao ano anterior, evidencia redução signifi cativa na produtividade, em virtude da escassez de chuvas. Dentre as culturas relevantes para a economia do estado, assinala-se a expansão de 39,2% projetada para a produção de cana-de-açúcar.

De acordo com os dados do MDIC, a balança comercial cearense registrou défi cit de US$239 milhões no trimestre encerrado em novembro, relativamente ao mesmo período de 2006, com crescimentos de 28,3% e 37,3% das exportações e importações, respectivamente. O saldo comercial negativo ampliou-se em 51%, na mesma base de comparação.

Entre as exportações, destacaram-se os crescimentos de castanha de caju, 34,8%, líder da pauta do estado; de melões, 56,2%; e calçados de borracha, 35%, cujas participações somaram 29,3% no trimestre setembro-novembro. Além desses, assinalem-se altas nas exportações de ceras vegetais e máquinas de costura, 56,7% e 158,3%, respectivamente, já ocupando as 10a e 11a posições na pauta de exportação cearense. Os Estados Unidos mantiveram-se como principal destino, absorvendo 25,7% do total exportado pelo Ceará, seguido da Argentina, cuja participação alcançou 10,3% no trimestre encerrado em novembro de 2007, com crescimento de 32,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ressaltem-se, ainda, os aumentos de 59,6% nos embarques para o Reino Unido e de 144,6% para a Venezuela, que se situam entre os seis maiores compradores externos do estado.

Entre as importações, destacou-se, no período de setembro a novembro, a expansão de 35% nas aquisições de óleo diesel, representando 43,8% de todas as compras externas do estado. As aquisições externas de óleo diesel originaram-se da Índia, Noruega e Holanda. Ressaltem-se, ainda, os desembarques, no valor de US$27 milhões, de produtos para instalação dos parques eólicos que serão construídos nos próximos anos no estado.

De janeiro a novembro de 2007, a balança comercial do Estado registrou défi cit de US$283 milhões, 120% superior ao défi cit de igual período de 2006. Esse desempenho foi resultado do incremento de 119,4% das exportações, ante a expansão de 32,3% das importações.

Segundo dados do Caged do MTE, foram gerados 21,2 mil empregos no mercado de trabalho formal no Ceará,

Produção agrícola – CearáItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/ 2007/2006

Grãos 1 147 586 -48,9

Caroço de algodão2/ 6 3 -53,7

Arroz (em casca) 100 72 -28,3

Feijão 256 130 -49,4

Milho 760 366 -51,8

Outros 24 15 -34,5

Outras Lavouras

Abacaxi (mil frutos) 45 908 84 111 83,2

Banana 408 385 -5,5

Cana-de-açúcar 1 617 2 251 39,2

Castanha-de-caju 131 56 -56,9

Coco-da-baía (mil frutos) 243 513 210 640 -13,5

Mandioca 861 769 -10,6

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.2/ Corresponde a 63% da produção.

Exportação por fator agregado US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 241 310 28,3 18,4

Básicos 80 94 17,7 28,8

Industrializados 161 216 34,2 13,9

Semimanufaturados 40 57 42,2 8,5

Manufaturados1/ 121 159 31,4 15,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 400 549 37,3 37,4

Bens de consumo 13 20 53,8 38,0

Duráveis 8 11 37,5 43,6

Não duráveis 5 8 60,0 31,9

Bens intermediários 141 180 27,7 34,1

Bens de capital 23 76 230,4 41,9

Comb. e lubrificantes 223 273 22,2 41,3

Fonte: MDIC/Secex

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 25

no trimestre encerrado em novembro de 2007, representando aumento de 1,3% em relação a igual período do ano anterior. As maiores expansões ocorreram na construção civil, 145%; agropecuária, 6,0%; e comércio, 6,5%, enquanto, em sentido inverso, registraram-se retrações na indústria de transformação, 11,5%, e no setor de serviços, 36,6%. Na margem, o índice de emprego formal do MTE manteve-se na trajetória ascendente observada ao longo do ano, registrando aumento de 1,6% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao período junho a agosto, considerados dados dessazonalizados.

O IPCA referente à região metropolitana de Fortaleza aumentou 0,88% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,33% no trimestre junho a agosto, resultado de variações respectivas de -0,41% e 0,96% nos preços monitorados, e de 1,45% e 1,49% nos preços livres. O IPCA variou 3,62% nos doze meses encerrados em novembro.

Em relação aos itens monitorados, destacaram-se, no trimestre encerrado em novembro, as reduções no preço da gasolina, 5,47%, e na tarifa de telefone fi xo, 2,64%, assim como o crescimento de 6,23% no preço do gás de botijão, 6,23%, principal determinante da infl ação do grupo habitação.

A evolução dos preços livres esteve condicionada pelo comportamento dos preços dos alimentos, que se elevaram 3,66% no trimestre, apesar da queda de 10,65% no preço do leite pasteurizado, concorrendo para o aumento de 4,13% no custo da alimentação no domicílio. As principais altas ocorreram nos preços do feijão, 49,9%; carnes, 8,64%; frango, 13,37%; e arroz, 6,68%. A alimentação fora do domicílio também aumentou 2,42% no período.

A economia do estado deverá crescer 4% em 2007, a despeito do resultado negativo na produção agropecuária, segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Essa perspectiva é ratifi cada pelo aquecimento recente das vendas do comércio, da construção civil e dos serviços de lazer, esse último proporcionado pela recuperação do fl uxo turístico para o estado, principalmente para a capital. As perspectivas para os próximos anos são favorecidas pela decisão relativa à implantação de uma grande siderúrgica no estado, o que deverá, em conjunto com os investimentos complementares a serem efetuados pelo governo estadual nas áreas de saneamento, transportes e de logística e infra-estrutura do Porto do Pecém, proporcionar expansão acentuada das capacidades produtiva e de exportação do estado.

Emprego formal – CearáNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 21,0 -8,9 6,7 18,6 21,2

Extrativa 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Ind. de transformação 8,9 -4,9 1,4 7,2 7,8

Serv. ind. de util. pública 0,0 0,0 -0,1 0,0 0,0

Construção civil -0,6 -1,4 1,2 2,2 1,5

Comércio 5,3 0,9 1,8 2,0 5,6

Serviços 6,1 1,4 2,8 2,9 3,9

Agropecuária 1,3 -4,8 -0,6 4,3 1,4

Fonte: MTE

Preços ao consumidor – FortalezaVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 0,67 0,69 1,33 0,88

Alimentação 24,0 1,51 1,16 2,92 3,66

Habitação 13,7 0,02 -1,48 0,03 0,93

Art. de residência 3,8 -1,51 1,10 -1,61 -0,57

Vestuário 7,2 0,55 1,32 1,04 0,31

Transportes 17,8 -0,03 -0,23 0,89 -1,10

Saúde 12,4 1,48 1,11 1,19 0,66

Desp. pessoais 8,2 1,31 1,53 1,15 1,37

Educação 6,6 0,24 4,03 1,23 -0,01

Comunicação 6,1 0,74 0,04 2,67 -1,57

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

Preços ao consumidor – FortalezaVariação % mensal

Discriminação Pesos1/ 2007

Set Out Nov No ano

IPCA 100,0 0,49 0,33 0,06 3,39

Monitorados 29,8 -0,02 0,08 -0,47 0,32

Livres 70,2 0,71 0,44 0,29 4,73

Comercializáveis 38,6 0,88 0,24 0,12 4,14

Não comercializáveis 31,6 0,51 0,68 0,50 5,48

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 27

Pernambuco

A economia do estado seguiu, em linhas gerais, apresentando resultados favoráveis no trimestre encerrado em novembro. As vendas no varejo, expandindo-se acima da média nacional nos últimos doze meses, permanecem impulsionadas pelos programas sociais do governo federal e pelo crescimento das operações de crédito e do emprego. A produção industrial, embora recuasse no período, apresentou dinamismo quando considerada sua evolução no decorrer do ano.

As vendas no varejo cresceram 2% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE, mantendo-se a trajetória expansionista iniciada em 2004. As vendas relativas aos segmentos móveis e eletrodomésticos, e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo aumentaram 3,2% e 2,1%, respectivamente, no período.

Considerados os períodos de doze meses fi nalizados em outubro de 2007 e do ano anterior, as vendas varejistas no conceito ampliado elevaram-se 9,8%, impulsionadas pelas expansões nas vendas dos segmentos veículos e motos, partes e peças, 24,1%; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 11,5%.

A produção industrial de Pernambuco recuou 2% no trimestre encerrado em outubro em relação ao trimestre fi nalizado em julho, de acordo com dados dessazonalizados da PIM do IBGE. Refl exo, em parte, da contribuição negativa de 0,7 p.p. exercida pelo setor alimentos e bebidas, segmento industrial mais representativo no estado.

O crescimento da produção industrial pernambucana atingiu 4,8% no acumulado do ano, até outubro, em relação a igual período do ano anterior, com ênfase para a expansão de 21,2% da indústria química, responsável por 2,7 p.p. dessa variação. Ressalte-se que, mesmo apresentando esse dinamismo, a elevação da produção da indústria química ocorreu em um cenário de redução de 4 p.p. na utilização média da capacidade instalada do setor, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).

As perspectivas para a indústria pernambucana nos próximos anos são favoráveis, tendo em vista a maturação de projetos de grande porte, em especial o relativo à refi naria de petróleo Abreu e Lima, com o objetivo de suprir a crescente

Comércio varejista – PernambucoÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

95

105

115

125

135

145

Out 2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil PernambucoFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

96

100

104

108

112

116

120

124

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil PernambucoFonte: IBGE

Produção industrial Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Produção industrial – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 -0,1 -2,0 4,8

Alimentação e bebidas 38,3 1,9 -1,8 1,7

Metalurgia básica 15,8 -1,8 -1,6 -0,9

Química 12,7 -2,2 8,0 21,2

Minerais não metálicos 7,1 2,9 -3,7 6,4

Máq., aparel. e mat. elétricos 6,4 10,0 0,3 -3,8

Produtos de metal 6,3 2,5 -9,1 7,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na Indústria Geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

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28 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

demanda por combustível na região Nordeste. Outros projetos relevantes incluem tanto a construção do pólo de poliéster, que integra a cadeia petroquímica produzindo insumos para os setores têxteis e de embalagens, quanto plantas industriais dos setores farmacêutico, alimentício e outros, que, em conjunto com a refinaria, deverão gerar investimentos superiores a US$6 bilhões, com desdobramentos favoráveis sobre a indústria da construção civil.

Os dados do MDIC para os meses de janeiro a novembro de 2007, comparativamente aos mesmos meses de 2006, indicam crescimento de 45% no volume do comércio exterior em Pernambuco, superior ao crescimento de 22% apresentado pela região Nordeste. Como conseqüência, observa-se incremento da participação do estado no comércio exterior da região, de 8,7% para 10,4%, entre os períodos mencionados.

O défi cit da balança comercial do estado atingiu US$729 milhões nos onze primeiros meses de 2007, ante US$258 milhões no período correspondente do ano anterior, resultado de elevações de 63% nas importações, estimuladas, principalmente, pelo aumento nas compras de insumos industriais. O valor das exportações cresceu 19% no mesmo período, com ênfase para o aumento da participação das vendas de produtos manufaturados.

De acordo com dados do Caged/MTE, foram criados 36,6 mil empregos em Pernambuco, no trimestre encerrado em novembro, 1,7 mil a menos do que no mesmo período do ano anterior. Essa redução refl etiu, principalmente, a antecipação das demissões de fi nal de ano no setor agropecuário, em função da entressafra do cultivo de cana-de-açúcar. A despeito do menor número de contratações, o nível de emprego formal expandiu-se 0,8% no trimestre encerrado em novembro em relação ao trimestre encerrado em agosto, com base em dados dessazonalizados pelo Banco Central.

De acordo com a PME do IBGE, a taxa média de desocupação na região metropolitana do Recife alcançou 11,6% no trimestre encerrado em novembro, reduzindo-se 1,6 p.p. em relação a igual período do ano anterior, evidenciando reduções de 3,6% na PEA e de 2,2% na população ocupada. Vale ressaltar que a população economicamente ativa entre 10 e 17 anos foi reduzida de 43 mil para 21 mil, no mesmo período, refl etindo o programa Bolsa Família.

O IPCA da região metropolitana do Recife cresceu 1,1% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,2% no período junho a agosto. A contribuição do grupo

Exportação por fator agregadoUS$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

Jan-nov 2006 Jan-nov 2007 Var. % Var. %

Total 682 808 18,5 16,6

Básicos 145 188 29,6 26,0

Industrializados 537 620 15,5 12,7

Semimanufaturados 163 152 -6,7 13,5

Manufaturados1/ 374 468 25,1 12,5

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

Jan-nov 2006 Jan-nov 2007 Var. % Var. %

Total 940,4 1 537,0 63,4 30,8

Bens de consumo 122,3 152,7 24,8 35,1

Duráveis 38,8 45,7 17,8 35,7

Não duráveis 83,6 107,0 28,1 34,5

Bens intermediários 560,9 1 033,4 84,3 30,5

Bens de capital 155,9 124,9 - 19,9 32,2

Comb. e lubrificantes 101,3 225,9 123,0 26,6

Fonte: MDIC/Secex

Emprego formal – PernambucoNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 38,3 -33,1 14,9 23,0 36,6

Ind. de transformação 18,2 -20,3 4,3 4,0 21,6

Comércio 7,3 -0,1 1,9 2,0 6,6

Serviços 7,9 -1,3 4,7 6,0 5,8

Construção civil 0,5 -1,2 1,0 -0,1 4,4

Agropecuária 4,4 -10,1 3,0 10,5 -1,9

Serv. ind. de util. pública -0,1 -0,2 0,1 0,7 0,0

Outros1/ 0,1 0,0 0,0 -0,1 0,0

Fonte: MTE1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 29

alimentação e bebidas para a variação do índice atingiu 0,89 p.p., evidenciando a evolução dos preços dos itens cereais, leguminosas e oleaginosas, e leite e derivados, com contribuições individuais respectivas de 0,25 p.p. e 0,19 p.p. Os preços monitorados recuaram 0,55% no trimestre, infl uenciados pela redução de 4,8% no preço da gasolina.

As perspectivas quanto à evolução da economia pernambucana nos próximos meses incorporam os efeitos de projetos iniciados e programados. Nesse ambiente, o consumo deverá se manter aquecido e a geração de empregos, se ampliar, tendo em vista os desdobramentos dos referidos projetos e seus impactos sobre a indústria da construção civil.

PreçosIPCA – Recife

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-abr Jun-ago Set-Nov

IPCA 100,0 0,65 1,12 0,98 1,22 1,11

Alimentação 25,0 1,22 2,34 1,06 2,72 3,56

Habitação 13,1 -0,29 0,81 0,39 0,03 0,55

Art. de residência 4,6 0,07 1,07 -0,85 -0,94 0,79

Vestuário 7,6 1,45 1,56 0,71 1,45 2,16

Transportes 16,0 0,10 -0,68 1,30 0,57 -0,56

Saúde 12,6 1,02 1,26 1,13 1,53 1,07

Desp. pessoais 8,6 1,95 -0,21 2,99 1,33 0,11

Educação 6,1 0,09 4,33 0,71 0,20 0,06

Comunicação 6,4 -0,30 -0,05 -0,01 1,24 -1,43

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 31

IIIO ritmo de crescimento da economia do Centro-

Oeste apresentou aceleração a partir de meados do terceiro trimestre, evidenciando o dinamismo do setor primário, benefi ciado pela evolução favorável dos preços, sobretudo da pecuária bovina, segmento relevante na economia regional. Nesse cenário, a produção da indústria extrativa e a exportação de produtos agropecuários elevaram-se acima da média do país, com desdobramentos positivos sobre a geração de empregos.

De acordo com a PMC do IBGE, o volume de vendas do comércio varejista na região, evidenciando, em grande parte, o aumento da renda agrícola, cresceu 3,3% no trimestre encerrado em outubro em relação ao fi nalizado em julho, considerados dados dessazonalizados. Registraram-se aumentos em todos os estados, atingindo 5,7% em Goiás e 3,7% no Mato Grosso do Sul. Por segmento do comércio destacaram-se as elevações nas vendas de móveis e eletrodomésticos tanto no Distrito Federal, 9,7%, como em Goiás, 8,2%.

O crescimento das vendas varejistas nos doze meses encerrados em outubro, em relação a igual período de 2006, atingiu 8,8% na região, ante 9,1% no país, impulsionado pelo desempenho do segmento móveis e eletrodomésticos, com expansões de 12,5% em Goiás e de 11,1% no Distrito Federal. Ressalte-se, nessa base de comparação, a convergência entre as taxas relativas à região e ao país, que em junho situavam-se, na ordem, em 4,9% e 8,1%.

As vendas do comércio varejista ampliado, que inclui os segmentos veículos, motos, partes e peças e material de construção, cresceram 15,1%, na mesma base de comparação, registrando-se elevações de 19,3% no Mato Grosso do Sul, 15,1% em Goiás, 13,7% no Distrito Federal e 12,3% no Mato Grosso. Assinalem-se os aumentos respectivos de 31,1% e 24% nas vendas de veículos, motos, partes e peças em Goiás e no Distrito Federal.

Região Centro-Oeste

Comércio varejista1/

Índice de Volume de Vendas2003 = 100

110

115

120

125

130

135

140

145

Out2004

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Centro-OesteFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

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32 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

A produção industrial de Goiás, único estado da região Centro-Oeste para o qual estão disponíveis dados da PIM-PF do IBGE, cresceu 2,8% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao fi nalizado em julho. A manutenção da tendência de crescimento delineada desde o segundo trimestre de 2007 evidenciou a expansão de 3,7% na indústria de transformação, enquanto a atividade extrativa recuou 3% no período.

A indústria goiana cresceu 2% no acumulado do ano, até outubro, em relação ao mesmo período de 2006, resultado de aumentos de 1,4% na indústria de transformação e de 10% na extrativa. A produção de alimentos e bebidas, representando 67% da produção do estado, apresentou crescimento de 0,8% no período.

Segundo o LSPA de novembro, do IBGE, a safra de grãos da região Centro-Oeste deverá totalizar 44,1 milhões de toneladas, elevando-se 10,9% em relação a 2006, a despeito da redução de 1,4% na área plantada. Esse resultado, que representa cerca de um terço da produção nacional de grãos, deverá refl etir elevações nas produções de milho, 33,7%, e de soja, 2%, assinalando-se que as áreas destinadas a essas culturas sofreram aumento de 36% e recuo de 12%, respectivamente.

O segundo prognóstico para a safra de 2008, divulgado pelo LSPA de novembro, projeta aumento de 4,2% na produção de grãos no Centro-Oeste, ante 3,1% para a produção nacional. O desempenho do setor deverá ser impulsionado pelo crescimento de 4,8% na produção de soja, responsável por cerca de 2/3 do aumento projetado para a safra de grãos da região.

As exportações da região Centro-Oeste totalizaram US$2,8 bilhões no trimestre encerrado em novembro, elevando-se 44,2% em relação a igual período de 2006. Essa expansão esteve associada ao aumento de 51,2% nas vendas de produtos básicos, principal item da pauta exportadora da região, com ênfase para as exportações de cereais, minérios e carnes.

As exportações acumuladas no ano, até novembro, impulsionadas pelo aumento de 27,3% nas vendas de produtos básicos, totalizaram US$9 bilhões, elevando-se 27,1% em relação a igual período de 2006. As exportações da região foram direcionadas, principalmente, à China e à Holanda, não obstante ocorresse aumento acentuado nas vendas destinadas a Espanha, Rússia, Índia e Irã. Os principais itens exportados foram soja, carnes, restos de indústrias alimentares e cereais.

Produção industrial – GoiásGeral e setores selecionados

Variação no período %

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 1,9 2,8 2,0

Alimentação e bebidas 66,7 0,3 6,3 0,8

Química 12,5 -6,5 -2,1 -0,7

Metalurgia básica 7,8 -1,4 -0,8 1,4

Indústrias extrativas 7,4 5,2 -3,1 10,1

Minerais não metálicos 5,8 1,8 -6,4 9,5

Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional;

Banco Central.

1/ Ponderação da atividade na Indústria Geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

Produção agrícola – Centro-OesteItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/ 2007/2006

Grãos 39 733 44 051 10,9

Arroz (em casca) 1 138 1 167 2,5

Feijão 388 386 -0,6

Milho 10 073 13 469 33,7

Soja 25 904 26 423 2,0

Sorgo 972 852 -12,3

Outros 1 257 1 753 39,4

Outras lavouras

Café 31 27 -15,7

Banana 223 227 1,5

Cana-de-açúcar 44 639 50 867 14,0

Laranja 132 144 9,0

Mandioca 1 478 1 470 -0,6

Tomate 784 835 6,5

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.

Exportação por fator agregadoUS$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 919 2 767 44,2 18,4

Básicos 1 525 2 306 51,2 28,8

Industrializados 394 461 17,1 13,9

Semimanufaturados 270 268 -0,6 8,5

Manufaturados1/ 124 193 55,6 15,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-MG

1/ Inclui operações especiais.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 33

As importações da região totalizaram US$1,7 bilhão no trimestre encerrado em novembro, registrando aumento de 50,5% em relação a igual período de 2006. Esse resultado esteve condicionado pelas compras de bens intermediários, principal item da pauta da região, e pelas relativas a bens de consumo e a bens de capital. Segmentadas por grupos, ressaltem-se as compras de adubos e fertilizantes e de equipamentos mecânicos.

As compras externas acumuladas até novembro somaram US$5,2 bilhões. O crescimento de 43,7% em relação a igual período de 2006 refletiu elevação generalizada das importações segmentadas por categorias de uso, em especial nas relativas a bens de consumo intermediários. Os principais produtos importados foram combustíveis, produtos farmacêuticos, em função das compras de medicamentos pelo Distrito Federal, e adubos e fertilizantes. As importações da região originaram-se, em especial, da Bolívia, evidenciando as aquisições de gás, seguida de Estados Unidos, China, Japão e Suíça.

O saldo da balança comercial atingiu US$1 bilhão no trimestre finalizado em novembro e US$3,7 bilhões no acumulado no ano, elevando-se 34,7% e 9,4%, respectivamente, em relação a iguais períodos de 2006.

Segundo dados do Caged do MTE, foram criados 13,2 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro, cerca de cinco vezes mais do que em igual período de 2006. O comércio foi o setor que mais contribuiu para esse crescimento, com geração líquida de 14,4 mil vagas. Considerando dados dessazonalizados, o índice de emprego formal aumentou 1,2% em relação ao trimestre encerrado em agosto, registrando-se elevações de 4,9% na construção civil; 1,7% e 1,4%, na ordem, nas indústrias de transformação e extrativa mineral; 1,3% no comércio; e 0,9% no setor de serviços.

O IPCA da região4 variou 1,43% no trimestre encerrado em novembro, ante 0,42% no trimestre fi nalizado em agosto, contrariando a tendência de arrefecimento da infl ação observada em nível nacional, até novembro. Esse resultado refl etiu acelerações nas variações dos preços monitorados, de -1,40% para 0,90%, com ênfase nos reajustes dos preços da gasolina, 5,44%; plano de saúde, 1,73%; e emplacamento e licença, 2,17%; e dos preços livres, de 1,27% para 1,66%, pressionados, especialmente, pelos aumentos nos preços dos grupos vestuário, 3,02%, e carnes, 7,75%.

4/ Consideram-se as variações e os respectivos pesos das duas capitais do Centro-Oeste abrangidas pelo IPCA: Goiânia e Brasília.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 158 1 743 50,5 37,4

Bens de consumo 293 441 50,3 38,0

Duráveis 51 131 157,4 43,6

Não duráveis 243 310 27,9 31,9

Bens intermediários 406 687 69,2 34,1

Bens de capital 73 166 127,9 41,9

Comb. e lubrificantes 386 448 16,2 41,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-MG

Emprego formal – Centro-OesteNovos postos de trabalho

Em mil

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 2,6 4,1 44,3 30,6 13,2

Ind. de transformação -4,7 3,9 21,8 5,8 -4,7

Comércio 10,7 2,0 3,5 6,8 14,4

Serviços 4,4 -4,5 4,4 8,3 9,6

Construção civil -3,3 -3,9 6,3 5,8 6,1

Agropecuária -4,0 7,1 7,1 2,9 -12,3

Serv. ind. de util. pública -0,4 0,1 0,3 0,4 -0,1

Outros1/ 0,0 -0,7 0,9 0,5 0,1

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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34 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

A variação acumulada do IPCA, até novembro, atingiu 3,64%, resultante de aumentos de 0,70% nos preços monitorados e de 5,03% nos preços livres, enquanto, no país, registraram-se variações respectivas de 3,70%, 1,47% e 4,70%.

As perspectivas relacionadas à evolução da atividade econômica na região Centro-Oeste no fi nal de 2007 e início de 2008 são de manutenção do dinamismo observado ao longo do segundo semestre, sustentado, em linhas gerais, pelo crescimento da renda agrícola, em ambiente de robustez da indústria extrativa, aumento das exportações de produtos básicos, crescimento da formalização do emprego e desempenho favorável do comércio varejista. A trajetória de crescimento mais acentuado dos preços na região, entre setembro e novembro, tende a arrefecer, em virtude do esgotamento dos efeitos das variações nos preços monitorados.

Preços – Centro-OesteIPCA – Itens

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 0,99 1,14 0,42 1,43

Alim. e bebidas 18,0 1,93 1,07 3,30 2,22

Habitação 14,3 1,06 1,18 0,99 0,45

Art. de residência 3,8 0,19 -0,43 -0,46 -0,05

Vestuário 7,0 0,56 1,05 0,86 3,01

Transportes 22,9 -0,64 1,47 -2,68 2,15

Saúde 10,7 1,14 1,72 1,17 1,04

Desp. pessoais 9,2 1,88 1,77 1,60 1,90

Educação 7,9 4,08 0,60 -0,09 -0,01

Comunicação 6,2 0,04 0,03 0,40 -0,38

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

Preços – Centro-OesteIPCA

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-Nov

IPCA 100,0 0,99 1,14 0,42 1,43

Monitorados 31,4 -0,24 1,69 -1,40 0,90

Livres 68,6 1,57 0,88 1,27 1,66

Comercializáveis 31,0 0,33 0,71 1,95 1,04

Não comercializáveis 37,6 2,62 1,02 0,70 2,18

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 35

IVRegião Sudeste

A intensifi cação das exportações da região Sudeste e o aumento do dinamismo da demanda interna no país, observados no fi nal do terceiro e início do quarto trimestres de 2007, favoreceram o desempenho da produção industrial, das vendas e do mercado de trabalho da região. Nesse ambiente, a elevação das importações, embora reduza os resultados comerciais, exerce função importante para inibir o descompasso entre a oferta e a demanda agregadas e contribuir para a estabilidade dos preços internos, com desdobramentos relevantes sobre a sustentabilidade do crescimento da economia da região, principalmente se considerada a expressiva ampliação observada nas aquisições de bens de capital.

As vendas do comércio varejista, evidenciando melhoras nos mercados de trabalho e de crédito, cresceram 2,1% no trimestre encerrado em outubro de 2007 em relação ao trimestre fi nalizado em julho, conforme dados da PMC do IBGE agregados e dessazonalizados pelo Banco Central5. Considerados doze meses encerrados em outubro, as vendas varejistas elevaram-se 9,4% em relação a igual período de 2006, impulsionadas pelo desempenho do segmento móveis e eletrodomésticos. O setor de automóveis e motocicletas, que não integra o indicador geral, apresentou alta de 19,6%.

O crescimento da produção industrial atingiu 2,1% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da PIM do IBGE, registrando-se aumentos em 13 dos 22 setores abrangidos pela pesquisa, com ênfase em máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 9,7%; e veículos automotores, 8,6%. O resultado de outubro correspondeu, considerando médias móveis trimestrais, ao 12º mês consecutivo de expansão, ressaltando-se que a redução registrada no ritmo de crescimento da produção nos últimos meses favorece a sustentabilidade do movimento, tendo em vista os elevados

5/ Os dados relativos à região foram obtidos a partir da agregação dos índices de volume de vendas de cada unidade da Federação, ponderados pela participação da variável receita bruta de revenda de cada unidade da Federação na receita bruta total da região, constante da Pesquisa Anual de Comércio do IBGE.

Índice de volume de vendas no varejo – SudesteVariação percentual

Discriminação 2006 2007

Nov-jan Fev-abr Mai-jul Ago-out

Trimestre/trimestre anterior1/

Comércio varejista 2,0 3,1 1,9 2,1

Combustíveis e lubrificantes 2,5 3,9 -4,9 1,7

Hiper, supermercados 1,3 1,4 1,7 1,7

Tecidos, vestuário e calçados 4,4 0,5 6,6 -0,4

Móveis e eletrodomésticos 3,1 4,7 1,6 3,9

Automóveis e motocicletas 1,3 9,7 5,8 5,5

Acumulado em 12 meses

Comércio varejista 6,9 7,8 9,1 9,4

Combustíveis e lubrificantes -9,2 -4,5 -0,4 2,5

Hiper, supermercados 7,9 7,2 7,0 6,6

Tecidos, vestuário e calçados 1,7 2,4 6,2 9,4

Móveis e eletrodomésticos 11,7 15,1 17,9 16,6

Automóveis e motocicletas 6,5 11,6 15,6 19,6

Fonte: IBGE

1/ Dados dessazonalizados.

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36 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

níveis de utilização da capacidade instalada. A produção acumulada em doze meses, até outubro, cresceu 5,1% em relação a igual período de 2006, refl exo de aumentos de 6,7% na indústria extrativa e de 4,9% na de transformação.

O Índice de Confi ança do Empresário Industrial (Icei) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) atingiu sessenta pontos, em outubro, mesmo patamar do índice nacional, revelando que os empresários da indústria do Sudeste encontravam-se confi antes em relação às condições atuais da economia e mantinham expectativas favoráveis para os próximos seis meses.

A safra de grãos deverá atingir 15,9 milhões de toneladas em 2007, elevando-se 0,7% em relação ao ano anterior, segundo estimativa do LSPA de novembro. A produção de cana-de-açúcar, impulsionada pelo aumento da demanda por etanol, deverá situar-se em 345,6 milhões de toneladas, apresentando acréscimo anual de 11,7%, determinado, fundamentalmente, pela ampliação de 11% na área cultivada.

A produção de milho, embora ocupando área plantada 3,9% inferior à destinada a esse cultivo em 2006, deverá aumentar 4,9%, alcançando 10,1 milhões de toneladas em 2007; enquanto a safra de soja é projetada em 3,8 milhões de toneladas, registrando recuo anual de 6,2%, em linha com a redução de 15,5% na área cultivada. A produção de café deverá diminuir 16,4%, evidenciando as acentuadas quebras nas produções de São Paulo e Minas Gerais.

O segundo prognóstico para a produção agrícola em 2008 projeta crescimento anual de 2,2% da safra de grãos, que deverá alcançar 16,3 milhões de toneladas. Estão previstas expansões nas safras de milho, 2,3%, e de soja, 6%, principais culturas da região. Entre as demais lavouras, assinala-se a projeção de aumento de 4,7% na produção de cana-de-açúcar, considerados os dados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, tendo em vista que não foi realizada estimativa para a lavoura em Minas Gerais, como decorrência do aumento, na mesma proporção, na área destinada ao seu plantio.

O comércio externo da região, segundo dados do MDIC, experimentou acentuado dinamismo no acumulado do ano, até novembro, registrando, em relação a igual período de 2006, elevações de 14% nas exportações e de 30,7% nas importações, que totalizaram, na ordem, US$82,9 bilhões e US$65,1 bilhões.

Produção industrial – SudesteVariação %

Discriminação 2007

Jul Ago Set Out

Indústria geral

No mês1/ 0,0 0,7 -0,1 2,5

Trimestre/trimestre anterior1/ 3,1 3,1 2,1 2,1

Acumulado em 12 meses 3,9 4,3 4,6 5,1

Indústria extrativa

No mês1/ -0,1 -0,3 -1,8 1,0

Trimestre/trimestre anterior1/ 3,1 3,2 1,5 -0,3

Acumulado em 12 meses 6,8 7,0 6,9 6,7

Indústria de transformação

No mês1/ -0,1 0,8 0,1 2,5

Trimestre/trimestre anterior1/ 3,1 3,1 2,2 2,3

Acumulado em 12 meses 3,7 4,1 4,5 4,9

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Produção agrícola – SudesteItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Produção Var. %

2006 20071/ 2007/2006

Grãos 15 806 15 914 0,7

Arroz (em casca) 278 271 - 2,5

Feijão 796 828 4,0

Milho 9 635 10 109 4,9

Soja 4 102 3 846 - 6,2

Trigo 161 153 - 4,8

Outros 834 708 - 15,1

Outras lavouras

Abacaxi (mil frutos) 475 987 464 747 - 2,4

Café 2 153 1 800 - 16,4

Banana 2 074 1 969 - 5,0

Cana-de-açúcar 309 326 345 627 11,7

Coco (mil frutos) 305 767 293 851 - 3,9

Laranja 15 029 15 355 2,2

Tomate 1 570 1 449 - 7,7

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 37

Na mesma base de comparação, a evolução das exportações refl etiu aumentos de 18,6% nas vendas de produtos básicos, favorecidas pelos embarques de óleos brutos de petróleo, minérios de ferro e café; de 13% nas relativas a produtos manufaturados, com destaque para aviões, plataformas de perfuração/exploração de petróleo e suco de laranja; e de 10,3% nas referentes a semimanufaturados, em especial de ferroniobio e celulose.

O Índice de Herfi ndahl-Hirschman, considerando os trinta principais países de destino das exportações, recuou 7,1% entre os períodos janeiro a outubro de 2007 e do ano anterior, evidenciando desconcentração do destino das exportações da região nesse intervalo6.

O aumento das importações acumuladas no ano esteve associado, em grande parte, às elevações nas compras de óleos brutos de petróleo, óleo diesel e outras partes para aviões ou helicópteros. Sob a ótica das categorias de uso, as importações de bens intermediários aumentaram 30,6% no período, seguindo-se as relativas a combustíveis e lubrifi cantes, 33%; bens de consumo, 25,6%; e bens de capital, 32,5%.

As exportações aumentaram 13,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação a igual período do ano anterior, resultado de elevações nas vendas de produtos básicos, 13,4%; manufaturados, 15,1%; e semimanufaturados, 5,9%. Nessa mesma base de comparação, as importações da região cresceram 34,8%, infl uenciadas pelas compras de matérias primas e produtos intermediários, 35,8%; combustíveis e lubrifi cantes, 41,9%; e bens de capital, 34,8%. O superávit comercial atingiu US$4,3 bilhões no trimestre, ante US$6,7 bilhões em igual período do ano anterior.

A expansão econômica observada no Sudeste impulsionou as contratações de mão-de-obra no mercado de trabalho formal. Segundo o Caged do MTE, foram criados 272 mil empregos no trimestre encerrado em novembro de 2007 – aumento de 171% em relação a igual período de 2006 –, dos quais 134 mil no setor de serviços e 114 mil no comércio.

Segundo dados do MTE, dessazonalizados pelo Banco Central, o nível de emprego formal cresceu 1,3% no trimestre setembro a novembro em relação ao trimestre fi nalizado em agosto. Considerando períodos de doze meses,

6/ O índice baseia-se na soma dos quadrados das participações das diversas categorias no total, expresso na fórmula H=(s1)2+(s2)

2+...+(sn)2.

Exportação por fator agregadoUS$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 21 935 24 880 13,4 18,4

Básicos 5 588 6 337 13,4 28,8

Industrializados 16 347 18 544 13,4 13,9

Semimanufaturados 2 905 3 076 5,9 8,5

Manufaturados1/ 13 442 15 468 15,1 15,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-SP

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

Jan-nov 2006 Jan-nov 2007 Var. % Var. %

Total 49 802 65 100 30,7 30,8

Bens de consumo 6 466 8 123 25,6 35,1

Duráveis 2 834 3 242 14,4 35,7

Não duráveis 3 632 4 881 34,4 34,5

Bens intermediários 24 766 32 337 30,6 30,5

Bens de capital 11 393 15 093 32,5 32,2

Comb. e lubrificantes 7 177 9 547 33,0 26,6

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-SP

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38 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

encerrados em novembro de 2007 e de 2006, o aumento atingiu 6,2%, estimulado pelo dinamismo da construção civil, 13,1%.

Segundo a PME, a taxa média de desemprego nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte atingiu 8,1% no trimestre encerrado em novembro, ante 9,2% em igual período de 2006. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego situou-se em 8,2% no trimestre encerrado em novembro, recuando 0,5 p.p. em relação ao trimestre fi nalizado em agosto.

O nível de preços no Sudeste, de acordo com a agregação dos dados do IPCA para a região7, cresceu 0,80% no trimestre setembro a novembro, ante 0,93% no trimestre encerrado em agosto. Essa desaceleração evidenciou o efeito mais intenso do arrefecimento das pressões associadas aos preços dos grupos alimentação e bebidas, despesas pessoais, educação e comunicação, do que o relativo às pressões altistas decorrentes de altas nos grupos vestuário, gastos de habitação e combustíveis. A variação acumulada do IPCA no ano, até novembro, atingiu 3,58%, ante 2,75% em agosto e 0,10 p.p. inferior à variação do indicador em âmbito nacional. O índice de difusão aumentou 1,6 p.p., para 54,1%, no período.

A economia da região deverá manter-se em trajetória de crescimento nos próximos meses, impulsionada pelo dinamismo das vendas varejistas, da produção industrial e das exportações. Destacam-se, nesse cenário, as perspectivas favoráveis em relação à manutenção do ritmo de vendas e produção de automóveis, segmento relevante para a indústria do Sudeste, sustentado pela ampliação da renda disponível e pelas melhores condições do mercado de crédito.

7/ Consideraram-se as variações e os respectivos pesos das três regiões metropolitanas abrangidas pelo IPCA: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

Emprego formal – SudesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 100,2 -6,5 456,3 244,3 271,9

Ind. de transformação 22,4 -8,8 126,2 49,1 56,8

Comércio 101,9 9,7 33,9 56,0 113,9

Serviços 81,1 35,6 125,6 89,4 133,9

Construção civil 6,6 -2,0 35,3 30,3 32,3

Agropecuária -110,0 -38,2 123,6 13,7 -69,1

Serv. ind. de util. pública -3,0 0,6 0,4 -0,2 0,4

Outros1/ 1,2 -3,4 11,3 5,9 3,7

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

0

200

400

600

800

1 000

1 200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2005 2006 2007Fonte: Caged

Emprego formal – Sudeste Saldo acumulado no anoMil

Preços ao consumidor – SudesteVariação % mensal

Discriminação Pesos1/ 2007

Set Out Nov No ano

IPCA 100,0 0,19 0,23 0,38 3,58

Monitorados 31,9 0,12 -0,12 0,21 1,27

Livres 68,1 0,28 0,45 0,46 5,08

Comercializáveis 35,7 0,21 0,09 0,30 4,62

Não comercializáveis 32,4 0,33 0,73 0,58 5,40

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 39

Minas Gerais

Os principais indicadores relativos ao comportamento da economia mineira evidenciaram que o estado apresentou, ao fi nal do terceiro e início do quarto trimestres de 2007, desempenho inferior ao assinalado, em média, no país. Apesar desse arrefecimento, a economia de Minas Gerais seguiu mostrando, no ano, dinamismo superior ao observado em termos nacionais, seja em relação à evolução das vendas varejistas, da produção da indústria ou do mercado de trabalho.

O volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,4% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE, com destaque para os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 5,7%; e combustíveis e lubrifi cantes, 4,5%. As vendas relativas a hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 1,2% no período, enquanto as referentes a artigos de vestuário recuaram 0,2%. As vendas de veículos, motos, partes e peças, setor que não integra o indicador geral, cresceram 8%.

As vendas acumuladas em doze meses, até outubro, relativamente ao mesmo período de 2006, elevaram-se 7,8%, com ênfase para os aumentos nos segmentos equipamentos e materiais para escritório e informática, 25,2%; artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, 18%; e móveis e eletrodomésticos, 16,3%; e para a redução de 1,9% nas relativas a combustíveis e lubrifi cantes. As vendas do comércio varejista ampliado cresceram 12,2%, impulsionadas pelo desempenho do segmento veículos, motos, partes e peças, 26,8%.

O faturamento real do comércio na região metropolitana de Belo Horizonte aumentou 9,9% em doze meses, encerrados em outubro, em relação a igual período de 2006, de acordo com dados da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomercio MG). Esse resultado refl etiu elevações setoriais generalizadas, em especial no comércio automotivo, 30,3%; material de construção, 8,2%; e supermercados, 10,4%. Adicionalmente, a atividade varejista registrou expansão de 3,5% no trimestre encerrado em outubro em relação ao fi nalizado em julho, estimulada pelas elevações nas vendas de móveis e decorações, 8,7%, e das concessionárias de veículos, 7,8%, considerados dados dessazonalizados.

Comércio varejistaÍndice de Volume de Vendas1/

Índice (2003 = 100)

105

110

115

120

125

130

135

140

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil Minas GeraisFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

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40 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

A produção industrial de Minas Gerais aumentou 0,7% no trimestre fi nalizado em outubro em relação ao período maio a julho, enquanto a indústria nacional cresceu 2,2%, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Esse resultado refl etiu o decréscimo de 14% no segmento de refi no de petróleo e álcool, decorrente de interrupção de parte das atividades para operação de manutenção, assim como o recuo de 1,5% na metalurgia básica.

Embora tenha apresentado arrefecimento no ritmo de expansão nos últimos meses, a indústria do estado registra maior dinamismo, em termos anuais, do que a indústria do país. Nesse sentido, a produção acumulada no ano, até outubro, em relação a igual período de 2006, cresceu 8,6% no estado, ante 5,9% em âmbito nacional, traduzindo expansões de 10,6% na indústria extrativa e de 8,2% na indústria de transformação, segmento impulsionado, principalmente, pelos aumentos nas produções de celulose e papel, 23,3%; máquinas e equipamentos, 21,8%; e veículos, 21,2%.

De acordo com o LSPA de novembro, do IBGE, a produção de grãos em Minas Gerais deverá crescer 10,4% em 2007, com perspectivas favoráveis para 2008, quando deverá registrar aumento de 3,8%. As produções de milho e soja, responsáveis, em conjunto, por cerca de 90% da safra de grãos do estado, deverão elevar-se, na ordem, 2,9% e 6,7%.

As exportações do estado totalizaram US$4,9 bilhões no trimestre encerrado em novembro, elevando-se 15,2% em relação a igual período de 2006. Esse resultado refletiu aumentos de 19,4% nas vendas de produtos básicos, item com maior representatividade na pauta mineira, e de 20,7% e 5,6%, respectivamente, nas relativas a semimanufaturados e a manufaturados. As vendas de minérios, veículos e partes, celulose e café, nessa ordem, exerceram as contribuições individuais mais representativas para o resultado do período.

As exportações acumuladas no ano, até novembro, somaram US$16,8 bilhões, elevando-se 17,9% em relação ao mesmo período de 2006, com destaque para as vendas de produtos básicos. Os principais produtos exportados em 2007 foram minérios, ferro e aço, café e veículos, enquanto a China tornou-se o principal destino das exportações do estado, seguida de Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Japão e Holanda.

As importações totalizaram US$1,8 bilhão no trimestre encerrado em novembro, aumentando 28,5% em

100

105

110

115

120

125

130

135

Jul2004

Out Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Minas GeraisFonte: IBGE

Produção industrialDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Produção industrial – Minas GeraisGeral e setores selecionados

Variação no período %

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 3,5 0,7 8,6

Indústrias extrativas 15,1 5,8 0,6 10,6

Indústrias transformação 84,9 3,2 0,7 8,2

Metalurgia básica 19,9 1,0 -1,5 2,9

Alimentos 13,3 1,2 -2,2 -0,3

Veículos automotores 14,4 7,8 7,3 21,2

Minerais não metálicos 5,4 3,0 2,9 0,0

Refino petróleo e álcool 5,7 9,0 -14,1 2,5

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

Exportação por fator agregadoUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 4 246 4 890 15,2 18,4

Básicos 1 913 2 285 19,4 28,8

Industrializados 2 333 2 605 11,7 13,9

Semimanufaturados 936 1 130 20,7 8,5

Manufaturados1/ 1 397 1 475 5,6 15,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-MG

1/ Inclui operações especiais.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 41

relação ao período correspondente de 2006. Registrou-se, no período, acréscimos nas aquisições de bens intermediários, bens de capital e bens de consumo não duráveis, e redução nas relativas a combustíveis, enquanto os principais produtos importados foram equipamentos mecânicos, adubos e fertilizantes e instrumentos elétricos.

As importações acumuladas até novembro totalizaram US$6 bilhões, elevando-se 35,5% em relação a igual período de 2006, com ênfase nas aquisições de bens intermediários e bens de capital, o que evidencia as perspectivas de aumento da capacidade produtiva do estado. Estados Unidos, China e Alemanha constituíram-se nos principais mercados de origem das importações, que estiveram concentradas em equipamentos mecânicos, veículos e partes, combustíveis e instrumentos elétricos.

O superávit comercial do estado totalizou US$3,1 bilhões no trimestre encerrado em novembro e US$10,9 bilhões no acumulado do ano, com aumentos respectivos de 8,8% e 10%, em relação aos períodos correspondentes de 2006.

Segundo dados do Caged do MTE, o emprego formal cresceu 1,4% no trimestre fi nalizado em novembro em relação ao encerrado em agosto, resultado semelhante ao registrado em âmbito nacional, 1,6%, considerados dados dessazonalizados. Registraram-se, no período, elevações setoriais generalizadas no nível de emprego, em especial na construção civil, 3,4%, e na agropecuária, 2%.

Foram criados 26,9 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro, dos quais 41,5 mil nos setores serviços e comércio. Em igual período de 2006, registrara-se a eliminação de 28,1 mil postos de trabalho.

A evolução positiva do mercado de trabalho no estado é ratifi cada pela PME do IBGE, referente à região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a pesquisa, a taxa de desocupação atingiu 6,4% em novembro, menor percentual para esse mês desde o início da série, em 2002. A população economicamente ativa na região cresceu 3,3% e o número de ocupados, 5,2%.

O IPCA da região metropolitana de Belo Horizonte variou 0,80% no trimestre setembro a novembro, ante 1,48% do trimestre encerrado em agosto. Essa desaceleração refl etiu o menor crescimento nos preços livres – de 2,13% para 1,30% – e queda nos monitorados – de 0,17% para -0,21%. O desempenho dos preços livres decorreu, em parte,

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 367 1 757 28,5 37,4

Bens de consumo 127 140 10,3 38,0

Duráveis 94 87 -7,4 43,6

Não duráveis 32 52 62,0 31,9

Bens intermediários 717 1 071 49,4 34,1

Bens de capital 331 408 23,2 41,9

Comb. e lubrificantes 192 138 -28,2 41,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-MG

Emprego formal – Minas GeraisNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total -28,1 -15,0 115,8 30,4 26,9

Ind. de transformação 9,2 -5,7 24,5 10,7 10,8

Comércio 23,0 2,0 5,6 7,1 21,7

Serviços 8,4 2,8 18,6 18,1 19,8

Construção civil -3,8 -6,6 11,3 5,4 7,7

Agropecuária -65,5 -7,7 54,0 -11,7 -34,2

Serv. ind. de util. pública -0,2 -0,1 -0,1 0,0 0,0

Outros1/ 0,8 0,5 1,9 0,8 1,1

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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42 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

de aumentos nos preços dos produtos in natura, 17,89%, e de cereais, farinhas e massas, 18,80%, além do recuo de 5,85% observado nos preços dos alimentos de elaboração primária – leites, pães, enlatados, bebidas e condimentos. A defl ação nos preços monitorados esteve associada a reduções nas tarifas de telefone fi xo, 3,71%, e no preço da gasolina, 0,70%, que exerceram impacto superior ao determinado pelos aumentos registrados nos grupos plano de saúde, 1,66%, e emplacamento e licença, 2,28%.

A variação acumulada do IPCA de janeiro a novembro alcançou 4,90%, com os preços monitorados aumentando 3,83%, pressionados principalmente pelos reajustes de ônibus urbano, energia elétrica residencial e plano de saúde, e os preços livres elevando-se 5,43%. A elevação mais acentuada dos preços livres em Belo Horizonte, em relação à média nacional, refl etiu, em parte, o aquecimento da economia mineira.

O dinamismo da demanda interna, em especial por bens duráveis, em ambiente de aumentos nos níveis de emprego, renda e crédito, e a continuidade do aquecimento da demanda externa por produtos primários e semimanufaturados sugerem a manutenção do ritmo da expansão econômica do estado nos próximos meses.

PreçosIPCA – Belo Horizonte

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 1,61 1,23 1,48 0,80

Alim. e bebidas 21,7 2,48 0,00 4,98 1,64

Habitação 14,2 0,50 4,05 0,44 0,75

Art. de residência 4,2 -0,08 0,86 -0,72 0,27

Vestuário 6,5 1,17 2,39 0,51 3,02

Transportes 20,1 2,84 0,96 -0,52 0,21

Saúde 10,1 1,02 1,10 1,17 0,77

Desp. pessoais 9,8 0,31 1,18 2,59 1,54

Educação 6,9 3,59 0,07 0,33 -0,29

Comunicação 6,5 -0,21 0,79 1,33 -1,84

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 43

Rio de Janeiro

Indicadores relacionados à evolução do comércio varejista, do mercado de trabalho e do comércio exterior sinalizam o avanço da atividade econômica no estado do Rio de Janeiro no fi nal do terceiro e início do quarto trimestres. Ao mesmo tempo, a indústria fluminense apresentou arrefecimento, embora indicadores relacionados a esse setor, como vendas e emprego industriais, apresentassem desempenho favorável. A infl ação apresentou desaceleração acentuada, em linha com as reduções nos preços da alimentação e das tarifas de energia elétrica.

O volume de vendas do comércio varejista cresceu 2,3% no trimestre encerrado em outubro, relativamente ao fi nalizado em julho, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse resultado, acompanhando o observado em âmbito nacional, decorreu de aumentos generalizados em todos os segmentos incorporados pela pesquisa, à exceção de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, cujas vendas recuaram 0,7% no período. As vendas totais acumuladas nos últimos doze meses aumentaram 6,2%, resultado 3 p.p. inferior à média nacional. As vendas do segmento veículos, motos, partes e peças, setor que não integra o índice geral, registraram aumento de 6,1% no trimestre encerrado em outubro em relação ao trimestre precedente, e de 18,3% no acumulado do ano, ante período equivalente do ano anterior.

A produção industrial do estado recuou 0,5% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Essa redução, no mesmo período em que a indústria nacional cresceu 2,2%, refl etiu recuo de 2,5% na produção da indústria extrativa e estabilidade na relativa à indústria de transformação. A produção acumulada no ano, até outubro, cresceu 1,8% em relação a igual período de 2006, refl etindo elevação de 2,7% na indústria de transformação e recuo de 1,8% na extrativa, enquanto, na mesma base de comparação, o desempenho da indústria nacional se mostrou signifi cativamente superior, registrando acréscimos respectivos de 5,9%, 5,9% e 5,6%.

Embora a produção industrial recuasse no trimestre, indicadores da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelaram evolução favorável do setor no período, registrando-se aumentos das vendas industriais reais, 3,3%; da massa salarial real, 1,2%; do pessoal ocupado, 2,1%; e das horas trabalhadas, 3%, considerados dados dessazonalizados. No mesmo sentido, tais indicadores

Produção industrial – Rio de JaneiroGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 0,5 -0,5 1,8

Indústria extrativa 19,6 -1,1 -2,5 -1,8

Refino de petróleo e álcool 13,5 -7,8 7,4 -3,3

Metalurgia básica 11,3 -0,6 -3,3 11,0

Alimentos 8,5 -0,5 -3,1 -7,4

Farmacêutica 8,3 5,7 -3,3 -15,5

Outros produtos químicos 7,7 -0,2 1,2 6,5

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

100105110115120125130135140

Out2004

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Rio de JaneiroFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Comércio varejistaÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

98

102

106

110

114

118

122

126

Out2004

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Rio de Janeiro

Fonte: IBGE

Produção industrialDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

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44 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

apresentaram crescimentos respectivos de 3,5%, 7,6%, 5,7% e 7,4% nos primeiros dez meses do ano em relação ao período equivalente de 2006.

É importante ressaltar que a aparente inconsistência entre os resultados dos indicadores do IBGE e da Firjan evidencia divergências metodológicas importantes entre as pesquisas. Nesse sentido, enquanto os resultados da Firjan incorporam apenas a indústria de transformação, os do IBGE incluem o desempenho da indústria extrativa. Adicionalmente, existem diferenças relevantes em relação à classifi cação e à ponderação das atividades pesquisadas, a exemplo da não-inclusão, na PIM-PF, das produções de outros veículos – tais como navios –, de material elétrico e de vestuário e calçados, consideradas nos indicadores da Firjan.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes/IBGE), o número de horas pagas pela indústria de transformação no estado reduziu-se 2,4% no trimestre fi nalizado em outubro e manteve-se estável no acumulado do ano, até outubro, em relação a iguais períodos de 2006.

Segundo a Firjan, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) na indústria de transformação fl uminense atingiu 78,7% em outubro, não se registrando indícios de estrangulamento em nenhum dos setores pesquisados. O setor com maior nível de ocupação – material de transporte, 91,6% – operou em patamar substancialmente inferior ao máximo histórico, 96,8%, observado em abril de 2002. Os setores com Nuci mais elevados em relação aos recordes das respectivas séries históricas foram o de minerais não metálicos, 84,4%, e o mecânico, 84,9%, ante 85,1% e 86,4%, na ordem.

O empresariado do estado segue otimista em relação às perspectivas para a indústria fl uminense. O Icei/RJ, divulgado pela Firjan, situou-se em 62,6 pontos em outubro, acima da linha de indiferença de 50 pontos, elevando-se 1,3 ponto em relação a julho e 6 pontos em relação a outubro do ano anterior.

De acordo com o LSPA de novembro, do IBGE, a produção de cana-de-açúcar, principal cultura do estado, deverá alcançar 7,4 milhões de toneladas em 2007, com o acréscimo anual de 8,1% refl etindo ampliações de 7,1% na área colhida e de 0,9% no rendimento da lavoura, sensivelmente inferior à elevação de 3,9% registrada na produtividade da região Sudeste.

150

160

170

180

190

200

Out2005

Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out52

54

56

58

Vendas reais Pessoal ocupadoFonte: Firjan1/ Dados dessazonalizados pelo Banco Central.

Indústria de transformaçãoVendas reais

1/

1992 = 100 Pessoal ocupado

1/

1992 = 100

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45

A produção de grãos, evidenciando as condições climáticas adversas verifi cadas no ano, deverá alcançar 36,2 mil toneladas, recuando 10,8% em relação a 2006 em virtude, principalmente, da queda de 13% na produção de milho. Entre as demais lavouras representativas no estado, apenas o desempenho da cafeicultura destacou-se positivamente no ano, com crescimento da produção estimado em 6,1%.

O segundo prognóstico para a safra de 2008, divulgado no LSPA de novembro, projeta retração de 0,6% na produção de cana-de-açúcar, enquanto, para o país, as perspectivas são de aumento anual de 9,3% nessa lavoura.

O superávit da balança comercial totalizou US$1,3 bilhão no trimestre encerrado em novembro. As importações cresceram 15,1% no período, ao alcançar US$2,8 bilhões, evidenciando aumentos de 45% nas compras de combustíveis e lubrifi cantes e de 13,6% nas relativas a matérias-primas e produtos intermediários; enquanto as exportações elevaram-se 7,3%, atingindo US$4,1 bilhões, impulsionadas pelos aumentos nas vendas de produtos básicos, 17,1%, e produtos manufaturados, 26,7%.

Considerando, ainda, os resultados comerciais registrados no trimestre encerrado em novembro, os Estados Unidos constituíram-se no principal parceiro do estado, ao fornecerem 26,6% dos bens adquiridos e absorverem 27,4% das exportações do Rio de Janeiro, resultando em corrente de comércio de US$1,9 bilhão. Os principais produtos transacionados foram óleos brutos de petróleo e partes de turborreatores ou de turbopropulsores.

A balança comercial do estado acumulou superávit de US$3,9 bilhões de janeiro a novembro, 6,5% superior ao observado no mesmo período de 2006, de acordo com dados do Secex/MDIC, com ênfase para o saldo positivo de US$5 bilhões relativo ao item óleos brutos de petróleo, principal produto da corrente de comércio do estado. Ressalte-se que os valores dos embarques e desembarques de óleos brutos de petróleo representaram, na ordem, 56,5% e 23,9% das exportações e importações do estado no período.

Segundo dados do Caged, do MTE, a economia fl uminense gerou, liquidamente, 58,5 mil empregos formais de setembro a novembro 2007, representando aumento de 24,4% em relação a igual período de 2006. O setor de serviços, mantendo-se como o principal gerador, em termos absolutos, de empregos formais no estado, foi responsável pela criação de 24,9 mil vagas no período. Em termos relativos, assinalem-se os aumentos registrados nos postos

Exportação por fator agregado – Rio de JaneiroUS$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

Jan-nov 2006 Jan-nov 2007 Var. % Var. %

Total 10 416 12 587 20,8 16,6

Básicos 5 968 7 125 19,4 26,0

Industrializados 4 448 5 462 22,8 12,7

Semimanufaturados 330 306 - 7,2 13,5

Manufaturados1/ 4 118 5 156 25,2 12,5

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de uso – Rio de JaneiroUS$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

Jan-nov 2006 Jan-nov 2007 Var. % Var. %

Total 6 773 8 706 28,5 30,8

Bens de consumo 941 1 204 28,0 35,1

Duráveis 377 512 35,8 35,7

Não duráveis 563 692 22,8 34,5

Bens intermediários 2 781 3 455 24,3 30,5

Bens de capital 1 021 1 367 33,9 32,2

Comb. e lubrificantes 2 030 2 679 32,0 26,6

Fonte: MDIC/Secex

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46 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

de trabalho dos segmentos administração pública, 120%; extrativa mineral, 63,8%; serviços, 31,5%; e indústria de transformação, 31,1%.

O nível de emprego formal no estado cresceu 1,4% no trimestre encerrado em novembro em relação ao fi nalizado em agosto, considerados dados do MTE dessazonalizados pelo Banco Central, com destaque para o aumento de 3,3% registrado no setor de construção civil. Considerados os onze primeiros meses de 2007, o emprego formal no Rio de Janeiro aumentou 4,7% em relação a igual período do ano anterior, com ênfase, novamente, na expansão registrada na construção civil, 9,7%.

De acordo com a PME do IBGE, a taxa de desemprego na região metropolitana do Rio de Janeiro atingiu 6,5% em novembro, 1,7 p.p. abaixo da média do país, ante 7,4% em agosto e 7,3% em novembro de 2006.

O IPCA relativo à região metropolitana do Rio de Janeiro variou 0,90% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,16% no período junho a agosto, enquanto o indicador nacional cresceu 0,86% e 0,99%, respectivamente, nesses períodos. A desaceleração trimestral do IPCA, em nível regional, evidenciou redução de 1,54% para 1,02% na variação dos preços dos bens livres, com ênfase para o recuo no preço do subitem leite pasteurizado. Em direção oposta, destaca-se a aceleração nos preços monitorados de 0,47% para 0,67%, pressionados pelo aumento no preço do subitem taxa de água e esgoto, que exerceu contribuição individual de 0,07 p.p. para o aumento do IPCA no trimestre.

A economia do Rio de Janeiro, considerando os indicadores do comércio e da produção industrial, mostrou menor dinamismo que a do país ao longo de 2007. A despeito desse cenário, a evolução recente, tanto das vendas em segmentos importantes do comércio varejista, bem como do comércio externo e do mercado de trabalho, delineia perspectivas favoráveis em relação à expansão econômica do estado nos próximos meses.

Emprego formal – Rio de JaneiroNovos postos

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 47,1 9,2 41,4 30,7 58,5

Ind. de transformação 4,8 0,9 6,4 2,3 6,3

Comércio 19,8 -0,6 4,3 6,8 23,3

Serviços 19,0 9,2 22,8 18,4 24,9

Construção civil 5,4 -0,3 4,3 2,8 5,5

Agropecuária -2,2 -0,2 2,9 -0,1 -1,7

Serv. ind. de util. pública 0,0 0,4 0,2 -0,3 -0,3

Outros1/ 0,2 -0,3 0,5 0,8 0,5

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

PreçosIPCA – Rio de Janeiro

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 1,19 0,10 1,16 0,90

Alimentação 21,6 2,32 0,20 3,55 1,11

Habitação 14,4 -0,07 -1,54 0,12 2,27

Art. de residência 4,2 -0,61 -0,03 -1,59 1,36

Vestuário 5,2 0,72 1,87 1,32 0,94

Transportes 20,8 1,58 0,16 -0,60 0,41

Saúde 11,1 1,17 0,43 0,94 1,08

Desp. pessoais 8,5 1,01 1,54 1,83 0,10

Educação 7,0 2,42 -0,65 0,32 -0,10

Comunicação 7,2 -0,14 0,39 3,36 0,29

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

Preços ao consumidor – Rio de JaneiroVariação % mensal

Discriminação Pesos1/ 2007

Set Out Nov No ano

IPCA 100,0 0,27 0,30 0,33 3,08

Monitorados 34,5 0,31 0,24 0,12 1,32

Livres 65,5 0,25 0,33 0,44 4,03

Comercializáveis 30,9 0,17 -0,28 0,37 3,73

Não comercializáveis 34,7 0,32 0,88 0,50 4,29

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 47

São Paulo

No fi nal do terceiro e início do quarto trimestres, a evolução da atividade econômica em São Paulo, sobretudo na indústria e no comércio, favoreceu a geração de postos de trabalho e o crescimento do nível de emprego. O aumento registrado nas importações, consistente com a intensifi cação da atividade interna, embora exercesse impacto negativo sobre o resultado comercial do ano, favoreceu tanto o crescimento da taxa de investimento da economia quanto o equilíbrio no mercado de bens, com desdobramentos favoráveis sobre o nível de preços. No setor primário, as primeiras estimativas para a próxima safra do estado apontam a continuidade da expansão de áreas destinadas ao cultivo de cana-de-açúcar, refl etindo o crescimento da demanda por etanol.

A atividade varejista em São Paulo, evidenciando as melhores condições dos mercados de crédito e de trabalho, manteve o dinamismo observado ao longo do ano, ao crescer 2,1% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao fi nalizado em julho, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE, e 10,9% no acumulado em doze meses, até outubro. Ressalte-se que o desempenho varejista, em termos trimestrais ou anuais, esteve condicionado pelos aumentos expressivos das vendas de móveis e eletrodomésticos, que se elevaram 3,6% no trimestre e 17,1% em doze meses. Em iguais períodos, o segmento de veículos e peças, que não integra o indicador geral, cresceu 3,8% e 15,9%, respectivamente.

A produção industrial, ratifi cando a trajetória de expansão mais acentuada delineada no início de 2007, cresceu 2,8% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao fi nalizado em julho, segundo dados dessazonalizados da PIM do IBGE, registrando-se expansões em catorze das vinte atividades pesquisadas, com ênfase em veículos automotores e refi no de petróleo e álcool. No ano, até outubro, a produção industrial aumentou 5,8% em relação a igual período de 2006, resultado de crescimentos em dezessete atividades, com destaque para máquinas para escritório e equipamentos de informática, 22,8%; outros equipamentos de transporte, 16,8%; máquinas e equipamentos, 15,3%; e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, 13,2%. Ressalte-se que a demanda crescente por bens classifi cados em tais segmentos exerce infl uência positiva sobre a taxa de investimento do país.

Os resultados apurados pelo IBGE foram fortalecidos pelos indicadores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nesse sentido, de acordo com dados

Índice de volume de vendas no varejo – São PauloVariação percentual

Discriminação 2006 2007

Nov-jan Fev-abr Mai-jul Ago-out

Trimestre/trimestre anterior1/

Comércio varejista 2,4 4,8 2,6 2,1

Combustíveis e lubrificantes 3,0 6,2 -5,8 1,9

Hiper, supermercados 1,2 3,4 2,5 2,3

Tecidos, vestuário e calçados 5,5 1,4 4,5 0,5

Móveis e eletrodomésticos 5,0 2,1 2,6 3,6

Automóveis e motocicletas 0,9 10,3 5,1 3,8

Acumulado em 12 meses

Comércio varejista 5,6 7,0 9,5 10,9

Combustíveis e lubrificantes -11,2 -5,1 0,3 4,3

Hiper, supermercados 5,2 4,9 6,0 7,2

Tecidos, vestuário e calçados 1,6 2,6 6,6 10,0

Móveis e eletrodomésticos 10,8 14,8 18,5 17,1

Automóveis e motocicletas -1,7 4,6 10,4 15,9

Fonte: IBGE

1/ Dados dessazonalizados.

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48 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

dessazonalizados, as horas trabalhadas na produção elevaram-se 2,1% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, enquanto as vendas reais da indústria se elevaram 2,5%. O nível de ocupação da capacidade passou de 82,3% em julho para 83,4% em outubro.

A produção de grãos de São Paulo deverá totalizar 6,3 milhões de toneladas em 2007, recuando 11,7% em relação ao ano anterior, segundo o LSPA de novembro, do IBGE, retração associada, fundamentalmente, às reduções nas produções de milho, 10,4%, e soja, 13,3%. O comportamento dessas culturas no estado, em oposição à expansão assinalada em âmbito nacional, resultou de intensa substituição de áreas de cultivo em favor da cana-de-açúcar, cuja produção deverá crescer 11,1% em 2007, em linha com o crescimento da demanda por etanol. As áreas destinadas aos plantios de milho e de soja reduziram-se, na ordem, em 9% e 20%, enquanto a destinada à cana-de-açúcar expandiu 10%.

O segundo prognóstico para a produção agrícola do estado para 2008, divulgado pelo LSPA de novembro, projeta recuo anual de 0,1% para a primeira safra de milho e aumentos respectivos de 4,8% para as safras de soja e de cana-de-açúcar. O plantio de milho deverá utilizar área 0,1% inferior à de 2007 e o de soja, área 7,6% superior, indicando o esgotamento do processo de substituição de áreas destinadas a essas culturas para o plantio de cana-de-açúcar que, ainda assim, deverá utilizar área 5% superior à de 2007.

O superávit comercial do estado acumulado no ano, até novembro, alcançou US$2,8 bilhões, ante US$7,7 bilhões em igual período de 2006, evidenciando elevações de 13% nas exportações e de 30% nas importações, evolução consistente com o dinamismo da demanda interna.

Em relação às exportações, assinalem-se os aumentos nas vendas de produtos básicos, 29,9%, e de manufaturados, 12,9%, enquanto os itens mais representativos da pauta exportadora foram aviões, suco de laranja, outras gasolinas, óleos brutos de petróleo, carne bovina e catodos de níquel. Argentina, Holanda, Bélgica, Colômbia, Venezuela, Alemanha e Rússia foram responsáveis por 58% do acréscimo das exportações no ano. O desempenho vigoroso das importações paulistas nos onze meses do ano resultou de expansões nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, 42,5%; bens de consumo, 27,5%; bens intermediários, 27,6%; e bens de capital, 30,4%. Os principais produtos da pauta foram óleos brutos de petróleo, óleo diesel e outras partes para aviões ou helicópteros.

Produção industrial – São PauloGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007 Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 3,5 2,8 5,8

Refino de petr. e álcool 7,6 0,6 -1,1 2,6

Alimentação 10,5 -0,6 0,0 3,0

Veículos automotores 12,3 -2,6 -1,9 4,8

Máquinas e equipam. 9,0 -0,7 0,1 15,3

Outros prod. químicos 7,5 -1,2 0,8 5,9

Cel., papel e prod. papel 4,7 -1,6 -0,9 -1,3

Fonte: IBGE

1/ Média do Valor da Transformação Industrial (VTI) de 1998 a 2000.2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

Produção agrícola – São PauloEm mil toneladas

Discriminação Produção Var. %

2006 20071/ 2007/2006

Produção de grãos 7 152 6 313 -11,7

Arroz (em casca) 83 71 -14,9

Feijão 296 315 6,2

Milho 4 378 3 922 -10,4

Soja 1 648 1 429 -13,3

Outros 746 577 -22,7

Outras lavouras selecionadas

Café 260 156 -39,8

Cana-de-açúcar 266 071 295 477 11,1

Laranja 14 366 14 694 2,3

Tomate 672 713 6,1

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 49

O superávit comercial relativo ao trimestre setembro a novembro atingiu US$112 milhões, ante US$2 bilhões no período correspondente de 2006, resultante de elevações de 12,9% nas exportações, lideradas pelos crescimentos nos embarques de produtos básicos, 19,7%, e manufaturados, 15,3%, e de 33,9% nas importações, com ênfase nos aumentos das compras de bens intermediários, 33,5%, e bens de capital, 33,6%, que dão suporte ao crescimento consistente da atividade industrial no estado.

O índice de Herfi ndahl-Hirschman, considerando os trinta principais mercados de destino das exportações do estado, diminuiu 5,4% no ano, até outubro, em relação a igual período de 2006, evidenciando a desconcentração das vendas externas de São Paulo nesse período. Segundo o mesmo indicador, a concentração das importações do estado cresceu 4,3% no período. Tanto as exportações quanto as importações do estado encontram-se mais concentradas, em termos de países de destino e de origem, do que as relativas ao país.

A expansão econômica seguiu favorecendo a criação de empregos formais no estado, que, segundo o Caged do MTE, aumentou 148% no trimestre encerrado em novembro em relação a igual período de 2006, representando 181 mil novos postos de trabalho, dos quais 86 mil no segmento serviços e 64 mil no comércio. Considerado o acumulado no ano, até novembro, registrou-se a criação de 785 mil postos de trabalho no estado, 28% a mais do que em igual período de 2006, dos quais 266 mil no setor de serviços e 216 mil na indústria de transformação.

A análise na margem evidencia o dinamismo recente da indústria da construção civil, traduzido em elevação de 5,2% na contratação de mão-de-obra, nesse setor, no trimestre encerrado em novembro, relativamente ao fi nalizado em agosto, ante crescimentos respectivos de 1,5% e 2,1% na indústria de transformação e no setor de serviços. O nível de emprego aumentou 2% no estado, nessa base de comparação.

A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo atingiu 9,2% no trimestre encerrado em novembro, ante 10,6% em igual período de 2006, segundo a PME do IBGE. No período, registraram-se aumentos de 2,3% na PEA e de 4% no nível de ocupação.

O IPCA da região metropolitana de São Paulo variou 0,74% no trimestre encerrado em novembro, ante 0,65% no período junho a agosto. O resultado refl etiu o efeito

Exportação por fator agregadoUS$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 12 451 14 058 12,9 18,4

Básicos 717 859 19,7 28,8

Industrializados 11 734 13 199 12,5 13,9

Semimanufaturados 1 350 1 228 - 9,0 8,5

Manufaturados1/ 10 384 11 971 15,3 15,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-SP

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 10 415 13 945 33,9 37,4

Bens de consumo 1 307 1 588 21,4 38,0

Duráveis 523 578 10,5 43,6

Não duráveis 785 1 010 28,7 31,9

Bens intermediários 5 245 7 004 33,5 34,1

Bens de capital 2 508 3 350 33,6 41,9

Comb. e lubrificantes 1 355 2 003 47,8 41,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-SP

Emprego formal – São PauloNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 72,9 2,2 278,1 183,9 180,8

Ind. de transformação 6,1 -1,9 93,2 36,1 37,8

Comércio 53,1 7,6 21,6 40,8 63,9

Serviços 51,2 22,5 80,6 49,3 85,5

Construção civil 5,1 6,2 18,1 21,5 19,5

Agropecuária -39,5 -30,0 55,7 32,8 -28,7

Serv. ind. de util. pública -3,0 0,0 0,3 -0,1 0,5

Outros1/ -0,2 -2,2 8,7 3,6 2,1

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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50 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

mais intenso das pressões altistas relacionadas às variações nos preços dos grupos vestuário, combustíveis, produtos farmacêuticos e no custo de manutenção do domicílio do que daquelas relativas aos recuos nos preços dos alimentos, em especial aves, ovos, panifi cados, leites e derivados, e no custo dos serviços de educação. Considerada a mesma base de comparação, o índice de difusão passou de 52,2% para 54%. A variação acumulada do IPCA em doze meses atingiu 4,26% em novembro, ante 4,25% até agosto.

As perspectivas em relação à evolução da economia paulista assemelham-se às relativas à economia do país. As melhores condições nos mercados de crédito e de trabalho deverão seguir impulsionando o dinamismo das vendas e da produção da indústria, com desdobramentos sobre o saldo da balança comercial. Ressalte-se, nesse ambiente expansionista, o crescimento expressivo da produção e da importação de bens de capital, trajetória essencial para garantir o aparelhamento e a ampliação da capacidade produtiva, evitando que o descompasso entre a demanda e a oferta agregadas se traduza em pressões ainda mais intensas sobre os preços.

Preços ao consumidor – RMSPVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 0,73 1,93 0,87 0,65 0,74 Alimentação 19,8 2,20 1,99 1,19 4,22 1,61

Habitação 13,0 1,20 0,94 0,75 -1,95 0,65

Art. de residência 4,7 -1,01 -0,31 -2,11 -1,00 -0,86

Vestuário 6,0 1,85 -0,47 0,98 0,88 1,78

Transportes 21,5 -0,86 3,20 1,09 -1,03 -0,04

Saúde 10,2 0,83 1,62 1,50 1,04 1,57

Desp. pessoais 10,4 2,08 2,61 1,52 1,42 1,18

Educação 7,9 0,16 4,53 0,04 1,01 -0,06

Comunicação 6,5 -0,24 0,09 0,61 -0,11 0,14

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 51

A economia da região Sul seguiu evoluindo favoravelmente no período recente, destacando-se a continuidade das trajetórias de expansão da produção da indústria, das vendas no varejo e das exportações, com refl exos positivos sobre o emprego.

Em linha com o comportamento observado no país, o comércio varejista da região Sul cresceu 2,6% no trimestre fi nalizado em outubro, ante o trimestre encerrado em julho, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE8. Registraram-se aumentos nas vendas de todos os segmentos, com ênfase nas relativas a móveis e eletrodomésticos, 6,4%. As vendas de automóveis e motocicletas, que não integram o índice geral, aumentaram 10,1% no período.

As vendas do comércio varejista acumuladas no ano, até outubro, elevaram-se 8% em relação ao período correspondente de 2006. Esse resultado refl etiu, em especial, o desempenho da categoria de bens de consumo durável, impulsionado pelas expansões nas vendas dos segmentos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicações, 28,3%, e móveis e eletrodomésticos, 10,7%. Registre-se, ainda, o crescimento de 25,1% nas vendas de veículos e motos.

A indústria da região Sul cresceu 1,1% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados do IBGE. Esse resultado refl etiu, por um lado, elevações nas atividades veículos automotores, 8,8%; borracha e plástico, 4,2%; e máquinas, aparelhos e material elétrico, 3,4%, enquanto as produções de vestuário e acessórios, e outros produtos químicos recuaram 17,3% e 10,1%, respectivamente.

A produção acumulada no ano, até outubro, aumentou 7,2% em relação a igual período de 2006,

VRegião Sul

8/ Os dados relativos à região foram obtidos a partir da agregação dos índices de volume de vendas de cada unidade da Federação, ponderados pela participação da variável bruta de revenda de cada unidade da Federação na receita bruta total da região, constante da pesquisa anual do comércio do IBGE.

Produção industrial – SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007

Mai-jul2/ Ago-out2/ No ano

Indústria geral 100,0 0,5 1,1 7,2

Alimentos 20,9 -3,5 3,6 5,1

Veículos automotores 10,2 10,1 8,8 23,1

Máquinas e equipamentos 9,8 11,2 -6,1 21,1

Refino de petróleo e álcool 7,5 1,7 -0,4 2,5

Outros produtos químicos 6,1 -3,1 -10,1 3,6

Borracha e plástico 5,0 -0,4 4,2 4,2

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.2/ Variação trimestral após ajuste sazonal dos dados.

100105110115120125130135140

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Fonte: IBGE 1/ Dados dessazonalizados.

Brasil Sul

Comércio varejista – SulÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

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52 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

registrando-se crescimentos signifi cativos nas indústrias de veículos automotores, 23,1%; máquinas e equipamentos, 21,1%; e máquinas, aparelhos e material elétrico, 15,7%, setores especialmente sensíveis à expansão do crédito.

O Icei divulgado trimestralmente pela CNI, que varia de 0 a 100, atingiu 58,9 em outubro, ante 59,3 em julho e 54,7 em outubro de 2006. O recuo da confi ança, observado no trimestre, refl etiu o efeito mais intenso da redução no componente expectativas para os próximos seis meses, em relação ao aumento registrado no relativo às condições atuais.

De acordo com o LSPA de novembro, a safra de grãos da região Sul deverá totalizar 59,9 milhões de toneladas em 2007. O aumento de 23,4% em relação ao ano anterior decorreu, em grande parte, das expansões nas produções de soja, 29,4%, e milho, 27,2%. Entre as demais lavouras, sobressaiu a expansão de 35,7% da safra de cana-de-açúcar, cuja área plantada aumentou 25,4% no ano.

O segundo prognóstico para a safra de 2008 revelou recuo de 0,3% na produção de grãos, estando projetados aumentos nas produções de arroz, 10%, e milho (primeira safra), 1,4%, e redução de 3,6% na relativa a soja. O resultado decorre da ampliação da área destinada ao milho, em detrimento daquela ocupada pela soja, refl etindo, basicamente, os melhores preços alcançados pelo primeiro. De acordo com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab/PR), os preços médios do milho e da soja elevaram-se 37,6% e 21,1%, respectivamente, em 2007, até novembro.

O saldo da balança comercial da região atingiu US$2,2 bilhões no trimestre encerrado em novembro, 5,5% menor em relação ao do mesmo período de 2006. As exportações, direcionadas, principalmente, à Argentina, Estados Unidos e China, aumentaram 31,3% no período, impulsionadas pelo desempenho das vendas de produtos básicos, em especial soja, carnes e fumo, responsáveis por contribuições respectivas de 7 p.p., 4 p.p. e 3 p.p. As importações elevaram-se 49,4%, registrando-se crescimento em todas as categorias, com ênfase para os aumentos nas compras de petróleo e de automóveis, com contribuições respectivas de 13 p.p. e 10,6 p.p. Argentina, Nigéria e China constituíram-se nos principais países fornecedores de mercadorias à região.

100

104

108

112

116

120

124

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil Sul

Fonte: IBGE

Produção industrial – Sul Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Produção agrícola – SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/ 2007/2006

Grãos 48 547 59 896 23,4

Arroz (em casca) 8 029 7 561 -5,8

Feijão 1 102 1 135 2,9

Milho 18 654 23 725 27,2

Soja 17 721 22 935 29,4

Trigo 2 211 3 757 69,9

Outros 829 783 -5,5

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 35 743 48 511 35,7

Fumo 872 886 1,6

Maçã 859 1 092 27,1

Uva 767 859 12,0

Mandioca 5 749 5 798 0,9

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.

Exportação por fator agregado – FOBUS$ milhões

Discriminação Sul Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 7 188 9 435 31,3 18,4

Básicos 2 208 3 474 57,4 28,8

Industrializados 4 981 5 960 19,7 13,9

Semimanufaturados 699 843 20,6 8,5

Manufaturados1/ 4 281 5 117 19,5 15,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 53

As exportações acumuladas no ano, até novembro, aumentaram 25,9% em relação ao período correspondente de 2006, estimuladas pelas vendas de soja, carnes e fumo, enquanto as importações, evidenciando, principalmente, as compras de petróleo, nafta para petroquímica e automóveis, se elevaram 36,5%. O comércio bilateral da região repetiu, no ano, o padrão de concentração assinalado no trimestre encerrado em novembro.

Segundo estatísticas do Caged do MTE, foram gerados 133,3 mil postos de trabalho com carteira assinada no trimestre encerrado em novembro, 43,9% a mais do que no mesmo período de 2006. Essa expansão foi liderada pelo comércio, seguindo-se a indústria de transformação, impulsionada pelas atividades de metalurgia, mecânica, material elétrico e de transporte e serviços. Em 2007, até novembro, foram criadas 354,6 mil vagas líquidas, que superaram em 42,3% as oportunidades referentes ao mesmo período do ano anterior. Considerando dados dessazonalizados, o nível de emprego cresceu 1,6% em relação ao trimestre encerrado em agosto.

O IPCA9 da região registrou elevação de 0,63% no período setembro a novembro, ante 1,43% no trimestre fi nalizado em agosto, recuo associado, em grande parte, à redução, de 3,67% para 0,45%, na variação dos preços do grupo alimentação e bebidas, que traduziu a retração de 17,61% no preço do leite. A evolução do preço do leite, refl exo do fi nal da entressafra, exerceu contribuição negativa de 0,8 p.p. para a variação do IPCA da região no período. Os preços monitorados e livres elevaram-se 0,68% e 0,61%, respectivamente, ante 1,11% e 1,56% no período anterior.

No ano, até novembro, o IPCA da região aumentou 3,10%, ante 3,69% no país. A menor variação esteve associada ao comportamento dos preços de bens e serviços monitorados, que aumentaram 1,18% e 1,47%, respectivamente, em linha com o recuo mais acentuado no preço da gasolina na região, 3,57%, do que na média do país, 1,70%. Essa diferença refl etiu, fundamentalmente, a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o produto, no Rio Grande do Sul, a partir de 1º de janeiro de 2007.

As perspectivas em relação ao desempenho econômico da região Sul seguem favoráveis, fundamentadas na continuidade da expansão da renda, sobretudo em função do aumento consistente do nível de emprego, e

9/ Consideram-se as variações e os respectivos pesos das duas regiões metropolitanas abrangidas pelo IPCA: Curitiba e Porto Alegre.

Importação por categoria de uso – FOBUS$ milhões

Discriminação Sul Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 4 810 7 186 49,4 37,4

Bens de consumo 583 1 084 85,9 38,0

Duráveis 369 777 110,6 43,6

Não duráveis 214 307 43,5 31,9

Bens intermediários 2 531 3 422 35,2 34,1

Bens de capital 676 1 064 57,4 41,9

Comb. e lubrificantes 1 020 1 617 58,4 41,3

Fonte: MDIC/Secex

-10123456789

10

Jan2006

Mar Mai Jul Set Nov Jan2007

Mar Mai Jul Set Nov

IPCA Comercializáveis

Não comercializáveis Monitorados

Fonte: IBGE

IPCA – Grupos discriminados – SulVariação % em 12 meses

Preços ao consumidor – SulVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-Nov

IPCA 100,0 0,33 1,13 1,43 0,63

Monitorados 28,6 -1,33 1,04 1,11 0,68

Livres 71,4 1,01 1,16 1,56 0,61

Comercializáveis 34,8 0,48 1,42 2,22 -0,31

Não comercializáveis 36,6 1,52 0,92 0,94 1,51

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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54 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

nos prognósticos de ampliação das exportações, com desdobramentos positivos sobre o comércio e a indústria.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 55

Paraná

A economia paranaense apresentou desempenho positivo no fi nal do terceiro e início do quarto trimestres. As vendas do comércio varejista mantiveram-se em expansão, enquanto os resultados da produção industrial surpreenderam favoravelmente, impulsionando o emprego e o rendimento. Adicionalmente, a atividade agropecuária e o comércio externo do estado seguiram apresentando dinamismo acentuado.

As vendas do comércio varejista do Paraná, mantendo-se na trajetória de crescimento delineada desde o segundo semestre de 2006, cresceram 2,1% no trimestre encerrado em outubro em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Esse resultado refl etiu aumento generalizado nas vendas de todos os segmentos, em especial de veículos, motos, partes e peças, 10,3%, e de móveis e eletrodomésticos, 6,4%, excetuando-se as relativas a combustíveis e lubrifi cantes, que recuaram 4,7% no período. As vendas acumuladas de janeiro a outubro cresceram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para o segmento de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas elevaram-se 11,5% e para o segmento de veículos, motos e partes, setor não incluído na composição do índice geral, com crescimento de 26,1%.

A produção da indústria do Paraná, interrompendo uma seqüência de resultados negativos iniciada em maio, cresceu 1,9% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, de acordo com dados dessazonalizados da PIM do IBGE. Ressaltem-se as expansões registradas nos segmentos veículos automotores, 12,8%; produtos alimentícios, 6,6%; e edição e impressão, 13,1%, e as reduções relativas às produções de máquinas e equipamentos, 13,2%; e celulose, papel e produtos de papel, 5,5%.

A produção industrial acumulada de janeiro a outubro cresceu 7,6% em relação ao mesmo período de 2006, impulsionada pelo desempenho dos setores veículos automotores, 27,5%, e máquinas e equipamentos, 20,6%.

As vendas industriais, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), aumentaram 11,2%, na mesma base de comparação, com ênfase para o dinamismo dos segmentos veículos automotores, máquinas e equipamentos, e produtos alimentícios e bebidas. Os indicadores de vendas e salários da Fiep apresentaram, no

100105110115120125130135140

Jan2005

Abr Jul Out Jan2006

Abr Jul Out Jan2007

Abr Jul Out

Brasil Paraná

Comércio varejista – ParanáÍndice de Volume de Vendas1/

Índice (2003 = 100)

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

105

110

115

120

125

130

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil Paraná

Produção industrialDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Produção industrial – ParanáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ Acumulado

Mai-jul2/ Ago-out2/ no ano

Indústria geral 100,0 -0,3 1,9 7,6

Produtos alimentícios 24,2 -6,1 6,6 3,7

Celulose e papel 7,4 -1,6 -5,5 -0,2

Edição e impressão 7,3 -41,1 13,1 -2,7

Refino de petróleo e álcool 10,8 0,8 2,5 -2,8

Máquinas e equipamentos 8,5 24,2 -13,2 20,6

Veículos automotores 14,3 10,1 12,8 27,5

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.

2/ Variação trimestral após o ajuste sazonal dos dados.

2007

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56 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

período, resultados superiores aos registrados pela CNI para o Brasil.

De acordo com o LSPA de novembro, a produção de grãos do estado deverá crescer 24,3% em 2007, em relação ao ano anterior, com destaque para a elevação de 49,4% na produção de trigo, decorrente, em parte, da base de comparação deprimida. O mesmo levantamento divulgou o segundo prognóstico para a safra de 2008, incorporando previsões para a safra de grãos de verão. As projeções indicam recuos de 2,9% na área plantada e de 0,4% na produção, resultado, em parte, de retrações nas áreas cultivadas de feijão, 28,1% – provocadas pelo baixo preço do produto na safra anterior e pela estiagem na época mais apropriada ao plantio –; de soja, 2,2%; e da elevação de 3,7% na área destinada ao cultivo de milho. A produção de cana-de-açúcar, traduzindo as perspectivas favoráveis para o etanol, deverá aumentar 22,1%, ocupando área 9,8% maior do que em 2007.

O comércio exterior paranaense apresentou crescimento expressivo no acumulado do ano, até novembro, registrando-se, segundo dados do MDIC, aumentos, em relação ao mesmo período do ano anterior, de 25,3% nas exportações, com ênfase para as vendas de produtos básicos, e de 47,3% nas importações, em especial naquelas de bens de consumo duráveis.

As exportações cresceram 33,9% no trimestre encerrado em novembro em relação ao período correspondente de 2006. Embora as vendas de produtos básicos apresentassem a maior expansão, no período, estimuladas pelas vendas de farelo de soja e milho, o item veículos e partes seguiu como o principal determinante das vendas do estado. As importações, evidenciando a expansão de 122,8% nas compras de bens de consumo duráveis, aumentaram 57,8% na mesma base de comparação. O comportamento das compras de bens de consumo duráveis traduz a utilização intensa, pelas empresas automobilísticas, da logística portuária do estado, importando peças e automóveis de luxo e exportando automóveis de porte médio. A evolução das importações refl etiu, ainda, as aquisições de adubos e fertilizantes, em linha com a expansão da produção agrícola.

O emprego formal cresceu 1,5% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao trimestre fi nalizado em agosto, considerados dados dessazonalizados. Foram criadas 36,3 mil vagas no período, das quais 14,9 mil no comércio, ante 24,1 mil em igual trimestre de 2006. Cerca de metade dos postos de trabalho criados no trimestre ocorreu

Produção agrícola – ParanáEm mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/ 2007/2006

Grãos 23 359 29 027 24,3

Feijão 818 776 -5,1

Milho 11 240 13 940 24,0

Soja 9 363 11 882 26,9

Trigo 1 236 1 847 49,4

Outros 702 582 -17,1

Outras lavouras

Batata 580 611 5,3

Café (em grão) 135 104 -23,0

Cana-de-açúcar 33 916 46 390 36,8

Fumo 155 154 -0,6

Mandioca 3 840 3 766 -1,9

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro de 2007.

Exportação por fator agregadoUS$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 2 541 3 401 33,9 18,4

Básicos 713 1 161 62,9 28,8

Industrializados 1 828 2 240 22,5 13,9

Semimanufaturados 306 378 23,5 8,5

Manufaturados1/ 1 522 1 862 22,3 15,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-PR

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de usoUS$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 1 698 2 680 57,8 37,4

Bens de consumo 234 481 105,9 38,0

Duráveis 170 378 122,8 43,6

Não duráveis 64 104 61,4 31,9

Bens intermediários 876 1 269 44,9 34,1

Bens de capital 227 435 91,6 41,9

Comb. e lubrificantes 361 494 36,8 41,3

Fonte: MDIC/Secex e BCB/Depec-PR

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 57

na região metropolitana de Curitiba (RMC), ante 33,7% no trimestre encerrado em agosto, elevação associada ao aumento na oferta de trabalho na indústria de transformação e nos setores serviços e comércio.

De acordo com a Pimes do IBGE, o pessoal ocupado na indústria de transformação do Paraná aumentou 4,4% no trimestre encerrado em outubro, em relação a igual período do ano anterior, constituindo-se, nesse tipo de comparação, no resultado mais expressivo registrado desde o trimestre encerrado em maio de 2005. Esse aumento, em patamar sensivelmente superior ao registrado no país, refl etiu expansões nas contratações dos segmentos meios de transporte, 31,8%; produtos químicos, 13,7%; minerais não-metálicos, 14,5%; máquinas e equipamentos, 12,6%; e alimentos e bebidas, 5,4%. A pesquisa revelou, ainda, elevação de 4,7% no número de horas pagas, implicando aumento de 5,2% na folha de pagamento real.

O IPCA na região metropolitana de Curitiba apresentou alta de 0,55% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,23% no período junho a agosto. A variação dos preços monitorados atingiu 0,48%, ante 2,11% no trimestre encerrado em agosto, evidenciando reduções nas elevações dos preços da gasolina, plano de saúde e emplacamento e licença. Os preços livres aumentaram 0,59% no trimestre, ante 0,86% no período junho a agosto, desaceleração associada, em grande parte, ao comportamento dos preços de alimentação e bebidas, em linha com o recuo nos preços dos produtos semi-elaborados, particularmente leite e derivados, a despeito do aumento nos preços dos produtos in natura. A média trimestral do índice de difusão, que representa a proporção de itens com elevação de preços, atingiu 51%, ante 49,4% no trimestre encerrado em agosto.

As perspectivas relacionadas à evolução da economia paranaense mantêm-se positivas, infl uenciadas pelas expectativas favoráveis em relação aos resultados da agropecuária, que deverão evidenciar o estímulo derivado da manutenção dos preços externos em patamar atraente. O comportamento da atividade industrial e do comércio seguirá sustentado não apenas pelo desempenho da agropecuária, mas, também, pela continuidade da melhora nos mercados de crédito e de trabalho.

PreçosIPCA – Curitiba

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 0,58 0,72 1,23 0,55

Alimentação 19,7 1,57 1,31 2,95 0,35

Habitação 13,5 0,76 0,43 -0,07 0,45

Art. de residência 4,7 -0,20 -0,78 -1,12 -0,42

Vestuário 6,4 -0,52 2,77 -0,18 -0,13

Transportes 23,8 -1,20 -0,84 2,26 0,90

Saúde 9,9 0,46 2,74 0,72 1,39

Desp. pessoais 10,0 1,62 1,88 1,56 0,95

Educação 6,5 4,49 0,16 -0,73 0,25

Comunicação 5,4 0,37 0,17 0,56 -0,22

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

Preços ao consumidor – RMCVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

IPCA 100,0 0,58 0,72 1,23 0,55

Monitorados 29,9 -0,96 0,12 2,11 0,48

Livres 70,1 1,25 0,97 0,86 0,59

Comercializáveis 33,5 0,47 1,42 1,35 -0,15

Não comercializáveis 36,6 1,98 0,58 0,41 1,27

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 59

Rio Grande do Sul

A trajetória recente da economia gaúcha evidenciou crescimento tanto da produção da indústria quanto da atividade do comércio varejista, respaldado na evolução positiva do crédito, do emprego e dos rendimentos. Esses efeitos refl etiram, sobretudo, os resultados favoráveis da atividade agrícola, que infl uenciaram, positivamente, o desempenho das exportações.

O volume de vendas do comércio varejista registrou expansão de 3,6% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, quando crescera 1,7%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Por atividade, assinalem-se os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 8,7%, e de combustíveis e lubrifi cantes, 4%, e as reduções nas relativas a hipermercados e supermercados, 0,1%, e a tecidos vestuário e calçados, 1,4%.

As vendas varejistas cresceram 6,7% no acumulado do ano, até outubro, em relação ao mesmo período anterior, salientando-se as expansões nas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 19,7%, e de móveis e eletrodomésticos, 12,5%. As vendas do setor veículos, motos, parte e peças, segmento que não integra o índice geral, elevaram-se 23,4% no período.

A produção da indústria cresceu 1% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao trimestre fi nalizado em julho, considerados dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Esse resultado traduziu expansões nas produções de alimentos, 3%, e calçados, 1,6% – setores com pesos de 17,1% e 12,2%, respectivamente, na estrutura da indústria do estado – e reduções nas atividades refi no de petróleo e álcool, 5,5%, e outros produtos químicos, 3,8%.

A atividade industrial aumentou 7,9% no acumulado do ano, até outubro, em relação ao período correspondente de 2006, registrando-se elevações nas produções relativas a refi no de petróleo, 32,9%; máquinas e equipamentos, 32,8%; e veículos, 28,9%; e reduções nas associadas a calçados, 8,1%, em linha com o declínio de 12,1% nas exportações do setor; fumo, 6,1%; e mobiliário, 4,4%.

A utilização média da capacidade instalada (UCI) da indústria gaúcha expandiu-se 0,2 p.p., para 85,5%, no trimestre encerrado em outubro, em relação ao período maio a julho, conforme dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), dessazonalizados pelo

100105110115120125130135140

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil RSFonte: IBGE 1/Dados dessazonalizados.

Comércio varejista – RSÍndice de Volume de Vendas1/

2003 = 100

95

100

105

110

115

120

125

130

Out2004

Fev2005

Jun Out Fev2006

Jun Out Fev2007

Jun Out

Brasil RS

Produção industrial – RS Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

Fonte: IBGE

Produção industrial – Rio Grande do SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2007

Mai-jul2/ Ago-out2/ No ano

Indústria geral 100,0 0,3 1,0 7,9

Alimentos 17,2 -1,4 3,0 4,3

Calçados e art. couro 12,2 -1,9 1,6 -8,1

Outros prod. químicos 11,2 -2,4 -3,8 1,2

Refino de petróleo 9,2 7,1 -5,5 32,9

Veículos automotores 8,0 10,1 2,3 28,9

Fumo 7,8 -13,5 5,8 -6,1

Máquinas e equipamentos 7,7 11,6 -2,4 32,8

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.2/ Variação trimestral após ajuste sazonal dos dados.

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60 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

Banco Central. Em outubro, o indicador atingiu 87,8%, nível mais elevado desde o início da série, em janeiro de 1991.

O LSPA de novembro indicou expansão de 22,1% na produção de grãos em 2007, destacando-se o crescimento de 113,7% da triticultura, principal cultura de inverno do estado. Esse resultado, registrado apesar dos prejuízos decorrentes das condições climáticas adversas observadas em outubro, refletiu, em parte, a base de comparação deprimida representada pela safra anterior. As produções de maçã e cana-de-açúcar elevaram-se 43,7% e 22,5%, respectivamente, no ano, resultado de aumentos respectivos de 7,3% e 4,7% nas áreas plantadas e de 34,1% e 14% nos rendimentos médios.

A segunda estimativa do IBGE para a safra de 2008 indicou crescimentos respectivos de 11,2%, 6,5% e 2,6% nas produções de arroz, maçã e milho, e recuos de 14,6% e 6,5% nas relativas a feijão e soja, respectivamente. A expectativa de queda na produção de soja decorreu, em parte, da elevação da área destinada ao milho, tendo em vista que a época de plantio dessas culturas é coincidente, movimento compatível com a variação dos preços médios pagos aos agricultores ao longo de 2007, que, segundo a Emater/RS, atingiu 35,4% para o milho e 23,1% para a soja.

O saldo da balança comercial do estado atingiu US$975,2 milhões no trimestre encerrado em novembro, 3,3% inferior ao observado no mesmo período do ano anterior. As exportações aumentaram 31,5%, evidenciando o desempenho das vendas de produtos básicos, ressaltando-se que a contribuição das exportações de soja e fumo para esse resultado atingiram, na ordem, 9,8 p.p. e 6,5 p.p. Os principais destinos das vendas do estado, no período, foram China, Argentina e Estados Unidos. As importações aumentaram 48,4% no trimestre, ressaltando-se que cerca de metade dessa variação originou-se da elevação das compras de petróleo. As importações de bens duráveis elevaram-se 162,3%, no período, evolução associada, fundamentalmente, às compras de veículos automotores.

As exportações acumuladas no ano, até novembro, direcionadas principalmente aos Estados Unidos, China e Argentina, aumentaram 27,7% em relação ao mesmo período de 2006, com destaque para as vendas de soja, fumo e calçados. As importações, originárias em sua maior parte da Argentina, Nigéria e Argélia, elevaram-se 25,5% no período, impulsionadas pelas compras de petróleo e nafta para petroquímica.

Produção agrícola – RSItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Produção Variação %

2006 20071/ 2007/2006

Produção de grãos 20 100 24 544 22,1

Arroz (em casca) 6 784 6 342 -6,5

Feijão 120 142 18,5

Milho 4 528 5 991 32,3

Soja 7 559 9 939 31,5

Trigo 823 1 759 113,7

Outros 285 370 30,1

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 1 167 1 429 22,5

Fumo 473 483 2,1

Maçã 328 472 43,7

Uva 624 705 13,0

Mandioca 1 297 1 392 7,3

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de novembro.

Exportação por fator agregado – FOBUS$ milhões

Discriminação Rio Grande do Sul Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 3 082 4 052 31,5 18,4

Básicos 1 035 1 581 52,8 28,8

Industrializados 2 048 2 471 20,7 13,9

Semimanufaturados 359 412 14,8 8,5

Manufaturados1/ 1 689 2 059 21,9 15,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Importação por categoria de uso – FOBUS$ milhões

Discriminação Rio Grande do Sul Brasil

Set-nov 2006 Set-nov 2007 Var. % Var. %

Total 2 074 3 077 48,4 37,4

Bens de consumo 150 334 122,7 38,0

Duráveis 106 278 162,3 43,6

Não duráveis 44 56 27,3 31,9

Bens intermediários 982 1 253 27,6 34,1

Bens de capital 285 369 29,5 41,9

Comb. e lubrificantes 657 1 121 70,6 41,3

Fonte: MDIC/Secex

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 61

De acordo com dados do Caged do MTE, foram criados 55,4 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro, ante 33,2 mil no período correspondente de 2006, representando, considerados dados dessazonalizados, aumento de 1,1% no nível de emprego formal, em relação ao trimestre fi nalizado em agosto. Em termos relativos, a expansão dos postos de trabalho ocorreu com maior intensidade na construção civil, evidenciando as melhores condições dos fi nanciamentos habitacionais, seguindo-se o comércio e a indústria de transformação. A elevação dos vínculos com carteira assinada na indústria esteve infl uenciada, principalmente, pelo desempenho da indústria mecânica, em especial nos setores de produção de veículos e seus componentes.

A taxa de desocupação na região metropolitana de Porto Alegre, que tem se situado, desde março, em patamar inferior ao assinalado em igual mês do ano anterior, atingiu 6,3% em novembro, menor resultado desde a reestruturação metodológica da pesquisa, em 2002, favorecido pelo desempenho das atividades construção civil, comércio e serviços. A PEA e a taxa de ocupação cresceram 3% e 5,2%, respectivamente, em relação a novembro de 2006. O desemprego na região metropolitana de Porto Alegre, seguindo padrão histórico, manteve-se em patamar inferior à média do país.

Ainda de acordo com a PME, o rendimento médio real habitualmente recebido em Porto Alegre cresceu 3,1% no trimestre encerrado em novembro de 2007, em relação ao mesmo período de 2006. Os rendimentos dos setores público e privado registraram taxas positivas, compensando o decréscimo observado nos rendimentos dos ocupados por conta própria. Nessa mesma base de comparação, a massa salarial habitualmente recebida expandiu 7,2%, ante crescimento médio de 4,7% no país.

O IPCA da região metropolitana de Porto Alegre cresceu 0,70% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,10% no trimestre fi nalizado em agosto. Essa desaceleração evidenciou a menor intensidade das pressões altistas associadas aos preços dos grupos habitação e vestuário em relação às reduções nos preços nos demais grupos, em especial alimentação e bebidas, e comunicação. Os preços dos itens comercializáveis recuaram 0,41% no trimestre, refl exo, em grande parte, da redução de 25,90% no preço do leite. O índice de difusão atingiu 51,2% no trimestre, ante 50,5% no período de junho a agosto.

Emprego formal – RSNovos postos de trabalho

(Em mil)

Discriminação 2006 2007

Set-nov Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-nov

Total 33,2 15,1 20,6 -2,1 55,4

Ind. de transformação 4,3 6,4 17,2 -12,5 18,8

Comércio 11,8 2,7 4,2 2,1 17,7

Serviços 10,7 3,1 6,1 5,8 10,0

Construção civil 0,1 -0,7 1,4 3,7 3,4

Agropecuária 6,0 4,2 -9,0 -1,0 5,7

Serv. ind. de util. pública 0,3 0,2 0,3 0,0 0,0

Outros1/ -0,1 -0,8 0,3 -0,4 -0,2

Fonte: MTE

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Preços ao consumidor – RMPAVariação %

Discriminação Pesos1/ 2006 2007

Dez-fev Mar-mai Jun-ago Set-Nov

IPCA 100,0 0,12 1,47 1,10 0,70

Monitorados 27,4 -1,69 1,47 0,09 0,95

Livres 72,6 0,83 1,47 1,50 0,60

Comercializáveis 35,9 0,55 1,32 2,49 -0,41

Não comercializáveis 36,7 1,12 1,61 0,52 1,62

Fonte: IBGE

1/ Referentes a novembro de 2007.

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62 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2008

No ano, até novembro, o IPCA cresceu 3,19% na região metropolitana de Porto Alegre. Esse resultado traduziu, por um lado, elevações nos preços de bens e serviços não comercializáveis, 4,99%; tubérculos, 54,40%; e empregado doméstico, 8,10%, com impactos individuais respectivos de 1,82 p.p., 0,25 p.p. e 0,29 p.p., enquanto, em sentido inverso, os preços monitorados exerceram pressão baixista sobre o indicador. Nesse sentido, assinalem-se as reduções registradas nos preços da gasolina, 5,13%; energia elétrica, 2,82%; e telefonia fi xa, 3,90%, evidenciando a redução da alíquota do ICMS incidente sobre esses bens e serviços, de 28% para 25%, em 1º de janeiro de 2007. A variação desses três itens no ano resultou em impacto negativo de 0,56 p.p. sobre o IPCA.

Espera-se continuidade do desempenho robusto da economia gaúcha nos próximos meses, trajetória consistente com o cenário projetado de elevação da renda e do emprego, em ambiente de melhoria nas condições do crédito. Tais perspectivas, em contexto de crescente inserção do estado no comércio externo, proporcionarão desdobramentos favoráveis sobre a evolução tanto do nível geral do consumo como da produção da indústria.

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Características Regionais do Comportamento Recente do IPCA

As trajetórias dos preços nas diversas regiões do país apresentam, no longo prazo, comportamento convergente assegurado pelos mecanismos de competição de mercado e de arbitragem de preços inter-regionais. Contudo, aspectos particulares nos mercados locais, bem como a rigidez na movimentação de fatores, podem ocasionar comportamentos de preços específi cos para cada região em determinados segmentos. Este boxe busca identifi car particularidades regionais no comportamento dos preços no Brasil, analisando as evoluções dos principais grupos que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nas diferentes regiões em que são pesquisados. A análise abrange a evolução dos preços a partir da implementação do regime de metas, marco inicial dos fundamentos macroeconômicos atuais.

Inicialmente, comparam-se as médias e as variâncias dos grupos nas regiões, buscando identifi car aqueles cujos comportamentos contribuem para a diferenciação da infl ação em âmbito nacional e quais favorecem a sua equalização. Consideram-se variações nos últimos doze meses do IPCA em cada região pesquisada, por grupo1, uma vez que as séries de variações mensais não se mostraram adequadas para a análise, por refl etirem, de modo geral, diferenças transitórias da infl ação – períodos de um mês tendem a ser insufi cientes para que choques de oferta e demanda em mercados regionais sejam transmitidos para o restante do país. Os resultados dos testes para as médias e variâncias2

1/ O IPCA é composto pela média ponderada das infl ações das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia. O índice é constituído por nove grupos: Alimentação e bebidas, Habitação, Artigos de residência, Vestuário, Transportes, Saúde e cuidados pessoais, Despesas pessoais, Educação e Comunicação.

2/ Vale observar que testes estatísticos de hipóteses são indispensáveis para a objetividade dessas comparações, uma vez que, mesmo que as médias e variâncias sempre sejam numericamente diferentes em vários períodos particulares (amostras), apenas em parte dos casos tais diferenças são válidas para qualquer período (população).

0

2

4

6

8

10

12

Fev2004

Jul Dez Mai2005

Out Mar2006

Ago Jan2007

Jun Nov

Belém Recife São Paulo

Porto Alegre Goiânia

%

Grafico 1 – IPCA – variações acumuladas em 12 mesesRegiões selecionadas

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dos grupos são apresentados nas tabelas 1 e 2. Em nível de signifi cância de 5%, e também de 1%, possuem médias estatisticamente iguais os grupos Alimentação e bebidas, Transportes, Saúde e cuidados pessoais, Comunicação e Artigos de residência. Possuem médias estatisticamente diferentes os grupos Habitação, Despesas pessoais, Educação e Vestuário.

Os preços da alimentação têm comportamento similar entre as regiões, devido à forte participação dos itens comercializáveis na alimentação tanto no domicílio, como fora dele. Assim, como diferenças regionais de preços de qualquer produto possibilitariam arbitragens, as condições relevantes de oferta e demanda seriam defi nidas em nível nacional, assegurando a homogeneidade da variação de preços. A igualdade estatística de variâncias, como indicado na tabela 2, signifi ca volatilidade idêntica dos preços e evidencia o comportamento homogêneo entre as regiões no período.

No caso dos transportes, a igualdade das médias das variações nas diferentes regiões é explicada, sobretudo, pela acentuada participação dos monitorados no grupo, 59%. Os itens gasolina e óleo diesel, com pesos relevantes e como insumos importantes na estrutura de custos dos serviços de ônibus e táxis, têm como principal determinante a política de preços da Petrobrás. Por ser uniforme em nível nacional, essa política induz a variações aproximadas dos preços do grupo entre as regiões.

Os grupos Saúde e cuidados pessoais, Comunicação e Artigos de residência também favoreceram a convergência da variação de preços entre as regiões. Em relação ao primeiro, os reajustes de remédios e planos de saúde ocorrem mediante autorizações do governo federal e as políticas nacionais de preços têm garantido a igualdade de médias da infl ação no grupo3. Da mesma forma, no grupo Comunicação, composto por 86% de itens monitorados, a política de preços nacional, sobretudo para os serviços de telefonia, assegurou

3/ Inicialmente, o teste para as onze regiões rejeitou a hipótese nula de igualdade das médias. Percebeu-se que esse resultado foi determinado pelo comportamento atípico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), de tal modo que o teste foi refeito excetuando-a. O resultado obtido permite a não-rejeição da hipótese nula, com um nível de signifi cância confortável.

Tabela 1 – Testes de igualdade de médias

Grupos Estatística1/ P-valor

Alimentação e bebidas 0,41 94,1%

Transportes 1,40 17,7%

Habitação 11,38 0,0%

Saúde e cuidados pessoais2/ 1,10 36,5%

Despesas pessoais 11,51 0,0%

Educação 2,81 0,2%

Vestuário 6,95 0,0%

Comunicação 0,53 86,7%

Artigos de residência 1,71 7,7%

1/ Teste de Welch (E-views 6).2/ Exceto região metropolitana de BH.

Tabela 2 – Testes de igualdade de variâncias

Grupos Estatística1/ p-valor

Alimentação e bebidas 1,00 43,8%

Transportes 2,31 1,1%

Habitação 6,63 0,0%

Saúde e cuidados pessoais2/ 2,19 2,1%

Despesas pessoais 5,21 0,0%

Educação 7,74 0,0%

Vestuário 4,66 0,0%

Comunicação 0,77 65,3%

Artigos de residência 2,12 1,5%

1/ Teste de Brown-Forsythe (E-views 6).2/ Exceto região metropolitana de BH.

Tabela 3 – Participação relativa de bens monitorados

Grupos %

Transportes 59,2

Habitação 47,7

Saúde e cuidados pessoais 58,1

Despesas pessoais 4,3

Comunicação 86,0

Fonte: IBGE, novembro de 2007.

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Janeiro 2008 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 65

o comportamento equivalente para as médias regionais. Nesse grupo, as variâncias também foram iguais, indicando comportamento homogêneo das variações de preços.

O grupo Artigos de residência, com o menor peso na composição do índice, é formado pelos subgrupos móveis e eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos, com participação integral de itens comercializáveis, o que assegura a evolução eqüitativa dos preços regionais. Adicionalmente, destaque-se a maior infl uência do comportamento da taxa de câmbio sobre esse grupo.

Dentre os grupos que contribuíram para a diferenciação da infl ação entre as regiões, o de maior peso é Habitação, constituído em mais de 90% por produtos não comercializáveis e cujos insumos também são compostos predominantemente por esses produtos. A alta proporção de itens monitorados, mas que não constituem objeto de políticas de preço uniformes em nível nacional, não concorreu para variações convergentes de preços entre as regiões pesquisadas. As tarifas de energia elétrica e de água – principais fontes de regulação do grupo – são determinadas com base na remuneração dos seus investimentos, custos operacionais, encargos setoriais, políticas de discriminação de preços e outros fatores específi cos para cada fornecedor e região de atuação. Assim, as condições de oferta e demanda locais relativas aos itens do grupo não são transmitidas de modo a equalizar variações de preços entre as regiões.

Também no grupo de despesas pessoais, em que predominam os serviços de empregados domésticos, cabeleireiros e outros não comercializáveis, as condições locais de oferta e demanda são mais relevantes. No grupo educação, os fornecedores conseguem manter um nível de fidelização que lhes garante certo grau de monopólio, reforçando o papel dos determinantes regionais de preços. Quanto ao grupo vestuário, composto por itens em tese comercializáveis, uma possível causa da diferenciação de sua infl ação seriam as peculiaridades regionais de custos, em que a escala de produção e as preferências locais inviabilizam a equalização da variação de preços por meio do comércio entre as regiões.

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A tabela 4 apresenta os resultados da comparação estatística dos grupos do IPCA de cada uma das regiões pesquisadas com os do Brasil. Embora as regiões tenham apresentado igualdade de infl ação geral ao consumidor com o país4, vale destacar:

4/ Observe-se que, como o IPCA do Brasil é composto pelos IPCA das regiões, os testes de igualdade terão um viés para a sua aceitação. Contudo, o único que tem peso individual importante é o da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Com efeito, aplicando-se, alternativamente, testes comparativos da variação do IPCA de cada região com a do restante do país, apenas a RMSP não mantém a igualdade – o seu nível geral de preços ao consumidor tem crescido abaixo do da média das demais regiões.

Tabela 4 – Testes estatísticos comparativos com a inflação do Brasil1/

Grupo SP RJ BH PA CU SA BE RE FO GO BS

IPCA = = = = = = = = = = =

Alimentação e bebidas = = = = = = = = = = =

Transportes = = = = = = = = = = =

Habitação < = > = = > > > > > >

Saúde e cuidados pessoais = = < = = = = = = = >

Despesas pessoais < = > = = > = > = > =

Educação = = = > > = = = = > >

Vestuário = = = = = = < = < > =

Comunicação = = = = = = = = = = =

Artigos de residência = = = = = = = = < = =

1/ Inflação geral, das regiões e dos grupos, mensuradas pelas variações dos IPCA nos últimos doze meses, de julho de 2000 a novembro de 2007.SP: São Paulo, RJ: Rio de Janeiro, BH: Belo Horizonte, PA: Porto Alegre, CU: Curitiba, SA: Salvador, BE: Belém, RE: Recife, FO: Fortaleza, GO: Goiânia e BS: Brasília.

Na RMSP, os grupos Habitação e Despesas pessoais apresentaram crescimentos menores que o do Brasil, condicionados por processos de ajustamento de preços que se expandiram mais que os do país em anos anteriores.

Na RMBH, o grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou variações de preços sistematicamente inferiores às do país, em função dos serviços de saúde – planos de saúde, serviços médicos, dentários, laboratoriais e hospitalares.

No município de Goiânia, quatro dos nove grupos apresentaram elevações de preços sistematicamente acima da média nacional, refl etindo o comportamento de itens não comercializáveis na capital de um estado que vem crescendo acima da média nacional.

Na região Sul, o único grupo cuja infl ação não acompanhou a média do país foi Educação, com crescimento superior. Imperfeições na concorrência

7,1%

5,0%

9,9%8,9% 9,0%

BR SP BH BS NE

Gráfico 2 – Taxas médias de inflação no grupo Habitação

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dentro do segmento, como a maior fi delidade do consumidor ao prestador de serviço ou, ainda, barreiras à entrada de novos participantes, concorrem para explicar esse comportamento.

A lentidão de ajustamento dos mercados de aluguéis favorece a manutenção de trajetórias diferenciadas, após choques locais, que podem explicar diferenciais de inflação no grupo de Habitação, principalmente nas regiões metropolitanas de São Paulo, Minas Gerais, Brasília e nas do Nordeste.

Em síntese, a análise da evolução das variações dos grupos que compõem o IPCA, nas diversas regiões abrangidas pelo índice, identifi ca fatores que motivam a diferenciação regional do índice, associados, em sua maior parte, a restrições à movimentação de recursos produtivos ou à competitividade de mercado, decorrentes de particularidades regionais na formação de preços.

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A produção da pecuária brasileira, favorecida pelo desempenho das exportações, tem apresentado aumentos expressivos nos últimos anos. Este boxe busca avaliar os efeitos dessa trajetória sobre a evolução das economias das distintas regiões do país e delinear, com base em desdobramentos recentes desse processo, perspectivas para o setor pecuário.

A evolução positiva da pecuária nos últimos anos é evidenciada pelos resultados da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). A análise da tabela 1 identifi ca que, de 2000 a 2007, os abates anuais de bovinos, suínos e aves cresceram, em média, 9,5%, 6,2% e 7,9%, respectivamente, com taxas anuais positivas ao longo de todo esse período, à exceção do segmento de suínos em 2004, que registrou decréscimo de 4%, em linha com a imposição de cotas de importação estabelecidas pela Rússia.

Os expressivos desempenhos dos principais segmentos da pecuária refl etiram, em grande parte, o crescimento das exportações no período. Nesse sentido, conforme evidenciado na tabela 2, de 2000 a 2007, a expansão do valor das exportações de produtos originários da pecuária atingiu taxa média anual de 29%, ante crescimento de 16,3% das exportações totais de mercadorias. Ressalte-se que o crescimento das vendas externas da pecuária resultou de elevações de 21,3% na quantidade exportada e de 7,6% nos preços. Como conseqüência, a participação das exportações da pecuária no total das vendas externas passou de 3,1%, em 2000, para 6,4%, em 2007, salientado-se que, nesse período, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne bovina e de frango.

Evolução Recente da Pecuária e Impactos Regionais

Tabela 1 – Abate de animais – crescimento anual%

Anos Bovinos Suínos Aves

2000 12,6 6,2 11,5

2001 7,9 14,4 8,5

2002 8,1 16,4 8,6

2003 8,6 1,0 3,0

2004 19,8 -4,1 10,3

2005 8,1 2,1 9,1

2006 8,4 7,5 2,3

20071/ 3,3 7,8 10,4

Média anual 9,5 6,2 7,9

Fonte: IBGE

1/ Até setembro.

Tabela 2 – Exportações totais e da pecuária

Ano Valor em US$ milhões B/A

Exportações Exportações Participação %

totais da pecuária1/

(A) (B)

2000 55 119 1 713 3,1

2001 58 287 2 683 4,6

2002 60 439 2 926 4,8

2003 73 203 3 887 5,3

2004 96 678 5 876 6,1

2005 118 529 7 576 6,4

2006 137 807 7 810 5,7

20072/ 158 683 10 162 6,4

Fonte: MDIC

1/ Capítulos 1, 2, 4 e 5 da NCM.2/ Valores acumulados em doze meses, até novembro.

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Adicionalmente, o exame da tabela 3 revela que, a despeito do fortalecimento contínuo da demanda interna, a parcela da produção pecuária destinada ao mercado externo apresenta trajetória crescente.

Tabela 3 – Consumo interno e exportações de carnesPrincipais rebanhos – 2000/2007

Mil (toneladas)

Ano Aves Bovinos Suínos

Consumo interno Exportação Consumo interno Exportação1/ Consumo interno Exportação

2000 5 070 907 6 158 592 2 426 135

2001 5 486 1 249 6 091 858 2 472 260

2002 5 917 1 600 6 395 1 006 2 398 476

2003 5 921 1 922 6 463 1 301 2 206 491

2004 6 069 2 425 6 549 1 854 2 113 508

2005 6 535 2 762 6 601 2 198 2 084 625

2006 6 623 2 713 6 780 2 200 2 341 528

20072/ 3 433 1 542 6 880 2 420 n/d 597

Fonte: Abef, Abiec e Abipecs

1/ Em mil toneladas equivalente carcaça.2/ Aves: dados referentes ao primeiro semestre; suínos: dados acumulados em doze meses, até setembro; bovinos: dados estimados, em dezembro, para o ano.

Assinale-se que o maior dinamismo nas vendas externas de produtos da pecuária, no período, esteve associado, principalmente, aos efeitos mais intensos relativos à conquista de novos mercados e à incidência de restrições de caráter sanitário impostas a importantes concorrentes do Brasil, do que os relativos aos impactos de eventuais restrições às exportações brasileiras em alguns países. As maiores elevações das exportações brasileiras referentes a esse segmento ocorreram, nesse intervalo, em 2001 (56,6%) e em 2004 (51,2%), anos em que se agravaram problemas como a síndrome da “vaca-louca” na Europa e a gripe aviária na Ásia. O refl exo desses eventos e, por conseqüência, a maior aceitação dos produtos brasileiros, podem ser observados na tabela 4, onde as exportações desse setor encontram-se segmentadas por países de destino. Os embarques para a Rússia, União Européia e Ásia representaram 57% do aumento de US$8,5 bilhões registrados de 2000 a 2007.

Regionalmente, o estímulo associado às exportações de produtos pecuários beneficiou, especialmente, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que, de 2000 a 2007, foram responsáveis por 75,4% do abate de bovinos, 97,8% de suínos

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e 95,8% de aves, com ênfase para os crescimentos das atividades relacionadas a suínos e aves na região Centro-Oeste e a bovinos na região Sudeste.

As exportações dos produtos pecuários dessas regiões representaram 97,1% do valor exportado pelo segmento em 2007. A região Sul, principal exportadora de produtos pecuários, embora detivesse, nesse ano, participações respectivas de 49,1% e 57% no valor e no quantum dessas exportações, passou a ser menos representativa em termos das vendas totais do país em relação a 2000, em detrimento dos crescimentos das demais regiões, principalmente Centro-Oeste e Sudeste, conforme evidenciado na tabela 5.

Em relação ao mercado de trabalho, os empregos com carteira assinada na pecuária representaram 1,1% do total em 2007, considerando dados até novembro. De 2000 e 2007, observou-se expansão de 22,1% nos postos de trabalho da pecuária na região Sul, que responde pela maior parte das exportações de carne de frango e suínos. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o emprego cresceu 2,7% e 3,9%, no mesmo período.

Revertendo tendência de queda registrada até meados de 2006, os preços da carne bovina, de frango e suína cresceram, respectivamente, 14,4%, 33,3% e 18,8%, considerando os preços médios até 20 de dezembro de 2007, comparativamente à média de preços do ano anterior. Observe-se que, a partir do segundo semestre de 2007, os preços das carnes bovina e suína experimentaram aumentos

Tabela 4 – Exportações da pecuária brasileira por destino1/ – FOBUS$ milhões

Países/Blocos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 20072/ Participação média (%)

Total 1 713 2 683 2 926 3 887 5 876 7 576 7 810 10 162 100,0

África 43 131 129 242 525 722 895 1 046 8,8

Aladi 195 246 179 276 419 417 370 617 6,4

Ásia 356 431 497 654 1 088 1 384 1 331 1 821 17,7

Europa Oriental 48 291 615 648 1 019 1 855 1 841 2 206 20,0

Oriente Médio 350 584 493 692 964 1 154 1 250 1 787 17,1

União Européia 674 954 933 1 249 1 671 1 813 1 853 2 180 26,6

Demais 48 46 80 125 190 231 268 505 3,5

Fonte: MDIC

1/ Capítulos 1, 2, 4 e 5 da NCM.2/ Valores acumulados em doze meses, até novembro.

Tabela 5 – Abate de animais por regiões selecionadasCrescimento e participação nacional – 2000 a 20071/

Em percentual

Regiões Centro-Oeste Sudeste Sul

Bovinos

Participação 39,1 24,3 12,0

Crescimento2/ 56,9 93,7 36,2

Suínos

Participação 9,9 16,0 71,9

Crescimento2/ 540,5 94,6 44,8

Aves

Participação 9,0 23,7 63,1

Crescimento2/ 169,0 56,6 51,7

Fonte: IBGE

1/ Em 2007, até setembro.2/ Em 2007, acumulado em 12 meses, até setembro.

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expressivos, com a primeira valorizando-se 20,9%, quando comparados os preços médios de dezembro com os de julho, e a segunda, 78,7%, na mesma comparação. Embora parte desse aumento seja explicada pela elevação, no ano, de preços de componentes importantes das rações – 37,8% nos preços do milho e 25,7% nos de soja, até 20 de dezembro, em relação à média registrada em 2006 –, o principal determinante dessa trajetória constituiu-se na conjunção da aceleração da demanda interna e da continuidade da expansão das exportações.

As expectativas para a produção da pecuária em 2008 são favoráveis. Apesar da importância crescente do mercado externo, a maior parte da produção destina-se ao consumo interno, que deve manter trajetória de crescimento, em ambiente de elevação da renda e do emprego. Em relação ao mercado externo, as incertezas sobre a evolução da economia norte-americana não deverão afetar diretamente o mercado dos produtos da pecuária brasileira, na medida em que esse país tem presença pouco representativa na nossa pauta exportadora para esses produtos, sendo que os principais compradores se localizam na União Européia, Ásia e Rússia. Esse último país suspendeu, em novembro, o embargo que havia sido imposto em 2005 à importação de carne do Mato Grosso do Sul e do Paraná, onde haviam sido identifi cados focos de febre aftosa, medida que favorecerá o crescimento das vendas externas do produto.

Tabela 6 – Participação das regiões nas exportações do capítulo 2 da NCM1/

(%)

Regiões e Estados Valor Quantum

2000 20072/ 2000 20072/

Norte 0,1 2,8 0,1 2,5

Nordeste 0,1 0,1 0,1 0,1

Sudeste 23,7 26,1 13,5 22,4

Sul 67,1 49,1 80,4 57,0

Centro Oeste 9,0 21,9 5,9 18,0

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: MDIC

1/ O capítulo 2 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) refere-se a carnes e miudezas, comestíveis.2/ Valores acumulados em doze meses, até novembro.

Tabela 7 – Distribuição do emprego na pecuária, por regiões e principais rebanhos – 20071/

(%)

Regiões Bovinos Aves Suínos Total

Norte 11,9 2,3 0,4 9,2

Nordeste 9,1 22,3 4,4 12,0

Sudeste 39,4 41,2 40,8 39,9

Sul 8,3 27,1 39,9 14,1

Centro-Oeste 31,2 7,1 14,5 24,9

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: MTE/Caged

1/ Refere-se ao estoque em novembro.

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Banco Central do Brasil

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Apêndice

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Banco Central do Brasil

PresidenteHenrique de Campos Meirelles

Diretor de Política EconômicaMário Magalhães Carvalho Mesquita

Chefe do Departamento EconômicoAltamir Lopes

Representações Regionais do Departamento Econômico

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belém

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Fortaleza

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Recife

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Salvador

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belo Horizonte

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica no Rio de Janeiro

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Curitiba

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Porto Alegre

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Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São PauloChefe de Equipe: José Benedito de Zarzuela MaiaAv. Paulista, 1.804 – Cerqueira CésarCaixa Postal 8.98401310-922 – São Paulo – SPE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em BelémChefe de Equipe: Irene Guedes PaivaBoulevard Castilhos França, 708 – ComércioCaixa Postal 65166010-020 – Belém – PAE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em FortalezaChefe de Equipe: Henrique Jorge Medeiros MarinhoAv. Heráclito Graça, 273 – CentroCaixa Postal 89160140-061 – Fortaleza – CEE-mail: [email protected] Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Recife Chefe de Equipe: Fernando de Aquino Fonseca Neto Rua da Aurora, 1.259 – Santo AmaroCaixa Postal 1.44550040-090 – Recife – PEE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Salvador Chefe de Equipe: Itamar Marins da Silva e SilvaAv. Anita Garibaldi, 1.211 – OndinaCaixa Postal 4440176-900 – Salvador – BAE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belo Horizonte Chefe de Equipe: Mauro Sudano RibeiroAv. Álvares Cabral, 1.605 – Santo AgostinhoCaixa Postal 88730170-001 – Belo Horizonte – MGE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica no Rio de JaneiroChefe de Equipe: Maurício RibeiroAv. Presidente Vargas, 730 – CentroCaixa Postal 49520.071-001 – Rio de Janeiro – RJE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Curitiba Chefe de Equipe: Vanderléia CentenaroAv. Cândido de Abreu, 344 – Centro CívicoCaixa Postal 1.40880530-914 – Curitiba – PRE-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Porto Alegre Chefe de Equipe: Vera Maria SchneiderRua 7 de setembro, 586 – CentroCaixa Postal 91990010-010 – Porto Alegre – RSE-mail: [email protected]

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Siglas

Caged Cadastro Geral de Empregados e DesempregadosCNI Confederação Nacional da IndústriaEmater/RS Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão RuralFecomercio MG Federação do Comércio do Estado de Minas GeraisFiec Federação das Indústrias do Estado do CearáFiep Federação das Indústrias do Estado do ParanáFiepe Federação das Indústrias do Estado de PernambucoFIERGS Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do SulFiesp Federação das Indústrias do Estado de São PauloFirjan Federação das Indústrias do Estado do Rio de JaneiroIBGE Instituto Brasileiro de Geografi a e EstatísticaIcei Índice de Confi ança do Empresário Industrial ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosIPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor AmploIpece Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do CearáLSPA Levantamento Sistemático da Produção AgrícolaMDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ExteriorMTE Ministério do Trabalho e EmpregoNuci Nível de Utilização da Capacidade Instalada na Indústriap.p. Pontos percentuaisPAC Programa de Aceleração do Crescimento PEA População Economicamente AtivaPIM Pesquisa Industrial MensalPimes Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e SalárioPIM-PF Pesquisa Industrial Mensal de Produção FísicaPMC Pesquisa Mensal do Comércio PME Pesquisa Mensal de EmpregoRMBH Região Metropolitana de Belo HorizonteRMC Região Metropolitana de CuritibaRMSP Região Metropolitana de São PauloSeab/PR Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do ParanáSecex Secretaria de Comércio ExteriorUCI Utilização da Capacidade InstaladaVTI Valor da Transformação Industrial