Boletim ovos brasil remontado

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Boletim do Ovo Boletim do Ovo Instituto Ovos Brasil Área de Saúde Humana Nº2 Colina e Vitamina D: equilíbrio e saúde

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Boletim do Ovo nº 2

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Boletim do OvoBoletim do OvoInstituto Ovos BrasilÁrea de Saúde Humana

Nº2

Colina e Vitamina D:equilíbrio e saúde

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Colina: um nutriente essencial à saúde mental em todas as idades

A colina é um nutriente que pertence ao grupo das vita-minas do complexo B, considerada essencial em 1998 (IOM, 1998), após comprovação em humanos de que somente a síntese endógena não era suficiente para manutenção das funções vitais, e que indivíduos com privação de colina apresentavam principalmente este-atose hepática ou dano muscular (ZEISEL et al. 1991; FISCHER et al., 2007).

Na forma livre ou esterificada de seus derivados, em especial a fosfatidilcolina, destaca-se por suas múlti-plas e complexas funções metabólicas, principalmente as relacionadas à composição e sinalização das mem-branas celulares, de neurotransmissão colinergética, transporte de lipídios plasmáticos como componente de lipoproteínas, além das reações de metilação en-volvidas no metabolismo da homocisteína e de lipídios (ZEISEL e COSTA, 2009).

A colina é necessária à síntese de fosfolípides como fosfatidilcolina, esfingomielina, lisofosfatidilcolina e co-lina plasmalogênio, componentes essenciais de todas as membranas celulares, que desempenham importante papel no desenvolvimento cerebral e da memória (ZEI-SEL e da COSTA, 2009). A colina é ainda utilizada na síntese de acetilcolina, importante neurotransmissor colinergético utilizado nos circuitos neuronais relacio-nados à memória, e que parece declinar com a idade, correlacionando-se com a doença de Alzheimer (MC DANIEL et al., 2002).

A importância da ingestão adequada de colina desta-ca-se pelo papel desempenhado nas funções cerebrais e do sistema nervoso em todas as faixas etárias. No desenvolvimento fetal relaciona-se à redução do risco de defeito no tubo neural e na formação do centro ce-rebral da memória (hipocampo), cujo desenvolvimen-to determinará a futura estrutura e função cerebral em idades mais avançadas (ZEISEL, 2006). Além disso, os primeiros anos de vida caracterizam-se por um período em que as necessidades de colina estão aumentadas devido ao rápido desenvolvimento e intensa biossíntese das membranas cerebrais (ZEISEL, 2009).

Em mulheres, a síntese endógena da colina encontra--se aumentada nos períodos de gestação e lactação como fator de proteção ao feto, mas se mostra redu-zida após a menopausa (FISCHER et al., 2007). Além disso, a deficiência de colina tem sido relacionada à elevação da homocisteína e de biomarcadores infla-matórios, potencializando o risco de doenças crônicas, especialmente cardiovasculares, alguns tipos de câncer e do declínio cognitivo, que acomete especialmente a população idosa. (ZEISEL e da COSTA, 2009; LEE et al., 2010).

Em 1.960, participantes do estudo de Framingham, re-lacionou-se o maior consumo de colina e betaína (doa-dor de grupos metil derivado da colina) a menores con-centrações plasmáticas de homocisteina, independente de outros determinantes (CHOU et al., 2006). Em outro estudo, além da homocisteina, baixos níveis de marca-dores inflamatórios como a proteína C-reativa, interleu-cina-6 e fator de necrose tumoral foram relacionados em indivíduos cuja dieta era rica em colina (DETOPOU-LOU et al., 2008). Outro estudo populacional condu-zido com 5.812 indivíduos adultos e idosos encontrou associação positiva entre os níveis plasmáticos de coli-na e o consumo de ovos (0,16 µmol/L; p<0.05), e de betaina e ao consumo de pão integral (0,65 µmol/L; p<0.05), destacando o papel do ovo como uma das principais fontes dietéticas de colina na dieta (KONS-TANTINOVA et al., 2008).

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riente essencial à saúde mental em todas as idades

Mediante a relevância das evidências aqui relatadas, com destaque para a saúde mental, a ingestão de colina deve ser prio-rizada por meio de estratégias de incenti-vo ao consumo de alimentos fontes dentro de um plano alimentar equilibrado e ade-quado nos diferentes estágios de vida.

Principais fontes dietéticas de colina em porções usuais de alimentos

IOM (Institute of Medicine). Food and Nutrition Board, Dietary re-ference Intake for Thiamin, Riboflavin, Niacin, Vitamin B6, Folate, vitamin B12, Pantothenic acid, Biotin and Cholin. National Aca-demy of Sciences. Washington, DC: Food and Nutrition Board, Ins-titute of Medicine National Academic Press; 1998: p390-422. Disponivel em: http://www.nap.edu/catalog/6015.html. Acesso em 25/04/2011.USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23 (2011). Disponível em http://www.ars.usda.gov/main/site_main.htm?modecode=12-35-45-00. Acesso em 23/05/ 2011.Zeisel S, da Costa K, Franklin P, et al. Choline, an essential nutrient for hu-mans. FASEB J. 1991;5:2093–2098.

Fischer L, da Costa K, Kwock L, Stewart PW, Lu T, Stabler SP, et al. Sex and menopausal status influence human dietary requirements for the nutrient choli-ne. Am J Clin Nutr. 2007;85:1275–1285.

Zeisel SH, da Costa K. Choline: an essential nutrient for public health. Nutri-tion Reviews, 2009; 67(11):615–623.

Detopoulou P, Panaglotakos B, Antonopoulou S, Pittsavos C, Stefanadis C. Dietary choline and betaine intakes in relation to concentrations of inflam-matory markers in healthy adults: the ATTICA study. Am J Clin Nutr. 2008; 87:424–430.

Zeisel SH. The fetal origins of memory: the role of dietary choline in optimal brain development. Pediatr. 2006; 149(5 Suppl):S131-6.

Mc Daniel MA, Maier, SF, Einstein, GO. Brain-Specific” Nutrients: a memory cure? Psychological Science in the public interest. 2002; 3 (1),12-38.

Cho E, Zeisel SH, Jacques P, Selhub J, Dougherty L, Colditz GA, et al. Dietary choline and betaine assessed by food-frequency questionnaire in relation to plasma total homocysteine concentration in the Framingham Offspring Study. Am J Clin Nutr 2006;83:905–11.

Konstantinova SV, Tell GS, Vollset SE, Ulvik A, Drevon CA, Ueland PM. Die-tary patterns, food groups, and nutrients as predictors of plasma choline and betaine in middle-aged and elderly men and women. Am J Clin Nutr. 2008 Dec;88(6):1663-9.

Philippi ST. Alimentação saudável e a Pirâmide dos Alimentos. In: Philippi ST. Pirâmide dos alimentos. Fundamentos básicos da nutrição. Barueri: Manole; 2007.

Lee JE, Jacques PF, Dougherty L, Selhub, J, Giavannucci E, Zeizel SH, Cho E. Are dietary choline and betaine intakes determinants of total homocusteine concentration? Am J Clin Nutr. 2010; 91:1303-10.

Referências Bibliográficas

Fonte: USDA (2011)

Viviane Ferri Ross Perucha1 e Rita de Cássia de Aquino2

1. Nutricionista, Mestranda em Ciências do Envelhecimento- Universidade São Judas Tadeu (USJT)2. Nutricionista, Prof. Dra. do Mestrado em Ciências do Envelhecimento- Universidade São Judas Tadeu (USJT)

As recomendações de colina foram estabelecidas pelo Instituto de Medicina (IOM, 1998) nas publicações iniciais das DRIs (Dietary Reference Intake) e os atuais valores de referências para adultos e idosos são 425 mg/dia (AI: Adequate Intake).

A colina é amplamente distribuída nos alimentos, principalmente na forma de fosfatidilcolina. Considerando--se alimento-fonte aquele que contem mais de 5% da recomendação em uma porção usual ou caseira (PHILIPPI, 2007), pode-se observar que as principais fontes (tabela 1) são fígado, ovos, leite, quinoa e soja (USDA, 2011).

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Vitamina D

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, ou seja, é absorvida em presença de lipídio. A vitamina D (calciferol) tem sido considerada até mesmo como um pró hormônio, pela suas várias funções importantes no metabolismo. É sintetizada pela luz ultravioleta através da pele e também pela ingestão de suas fontes alimentares. Há duas formas de vitamina D disponíveis: o ergocalciferol (vitamina D2) e o colecalciferol (vitamina D3). A vitamina D para ter sua função ativada, deve ser transformada em 1,25 (OH)2D3 (1,25 diidroxicolecalciferol), também conhecido como calcitriol. Essa forma é importante no metabolismo de cálcio e proteínas da matriz óssea (CO-MINETTI; COZZOLINO apud COZZOLINO, 2009).

FUNÇÕES DA VITAMINA D

- manutenção das concentrações séricas de cálcio e fósforo;- o calcitriol age em vários órgãos, tais como: coração, cérebro, pâncreas, células mononucleares, linfócitos ativa-

dos e pele;- outras funções do calcitriol: secreção de insulina, síntese e secreção de hormônios da tireóide e paratireóide,

inibição de produção de interleucina por linfócitos T ativados e de imunoglobulina por linfócitos B ativado, dife-renciação de células precursoras de monócitos e na modulação da proliferação celular;

- aumento da utilização de cálcio pelas células alvo e que tem ação da vitamina A. (COMINETTI; COZZOLINO apud COZZOLINO, 2009; DANTAS; DUARTE; MARQUES, 2009; BARRAL; BARROS; ARAÚJO, 2007)

BIODISPONIBILIDADE E METABOLISMO

Quando a vitamina D é ingerida é incorpora-da pelos quilomicrons e absorvida pelo sistema linfático. A absorção ocorre no intestino del-gado. A forma ativa da vitamina D – calcitriol promove um aumento na absorção de cálcio, fosfato e magnésio, o qual também contribui na absorção de cálcio.Os locais dos receptores de calcitriol são: es-queleto (osteoblastos); sistema linfático (linfó-citos ativados T e B, macrófagos, monócitos, baço, timo, amídalas, linfonodos); trato gatrin-testinal (células epiteliais intestinais, glândula parótida, cólon, estômago); trato urinário (tú-bulos distal e proximal, bexiga); músculo (es-quelético, cardíaco, liso); sistema nervoso (cérebro, gânglios sensoriais, medula espinhal); sistema reprodutivo (testículos, ovários, útero, placenta, glandula mamária); pele (epiderme, melanócitos, glândulas sebáceas); sis-tema endócrino (medula adrenal e córtex, pâncreas, tireóide, paratireóide). Todos esses locais, possuem ação específica do calcitriol, fazendo com que haja uma modulação da expressão gênica (COMINETTI; COZZOLINO apud COZZOLINO, 2009).

FONTES ALIMENTARES

As principais fontes são o óleo de fígado de bacalhau, ds principais fontes são o óleo de fígado de bacalhau,

Daniella MoreiraNutricionista. Mestre em Nutrição Humana Aplicada pelo Programa PRONUT – FCF/FSP/FEA, Universidade de

São Paulo. Professora e Coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade do Grande ABC.

Colecalciferol formado na pele +

vitamina D proveniente de fontes

alimentares

Hormônio ativo - calcitriol

1º passo – hidroxilação na posição 25

Principal forma circulante da vitamina – CALCIDIOL (25 OH) D

é a principal forma de armazenamento no organismo

O (25 OH) D tem meia vida no plasma de 10 dias a 3 semanas e tem sido utilizado no

tratamento do raquitismo já que tem atividade maior que a vitamina D.

Nos rins há uma nova hidroxilação do calcidiol, transformando-se em calcitriol – forma ativa

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Ingredientes- 1 colher de sopa de salsão picado- ½ xícara de chá de cenoura ralada- 1 colher de sopa de manteiga- 1 xícara (chá) de leite com 1 colher de sopa de

amido de milho dissolvido- 4 ovos cozidos cortados em fatias- 1 colher de sopa de cogumelo picado- 1 colher de sopa de sardinha em lata- Cheiro verde, pimenta branca moída e sal a gosto

Modo de preparo:- Dourar na manteiga,

o salsão, a cenoura, o cogumelo. Depois de dourar, colocar a sardinha.

- Adicionar o leite com o amido de milho dissolvido.- Mexer bem, temperar e cozinhar em fogo lento por

aproximadamente 5 minutos.- Em uma travessa refratária, colocar os ovos em fatias

e cobrir com o molho, salpicar o cheiro verde e levar ao forno para dourar.

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BARRAL, D.; BARROS, A.C.; ARAÚJO, R.P.C. Vitamina D: uma abordagem molecular. Pesq. Bras. Odontoped. Clin. Integr., João Pessoa, 7(3): 309-315, set/dez, 2007.COMINETTI, C.; COZZOLINO, S.M.F. Vitamina D (Calciferol) apud COZZOLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de Nutrientes. 3ª ed. Manole, 2009, pag. 298-307.DANTAS, A.T.; DUARTE, A.L.B.P.; MARQUES, C.D.L. A Vitamina D na Artrite Reumatóide e no Lúpus Eritematoso Sistêmico. Temas de Reumatologia Clínica, v.10, n. 02, junho, 2009. FREIRE, F.M.; ARAGÃO, K.G.C.B. Osteoporose: um artigo de revisão. Tra-

balho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2004. Disponível em: MATILLA, P. et AL. Cholecalciferol and 25-hydroxycholecalciferol contento f chi-ken egg yolk as affected by the cholecalciferol of feed. J. Agric. Food Chem., v. 47, 1999. PEDROSA, M.A.C.; CASTRO, M.L. Papel da Vitamina D na função neuromus-cular. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. v.49, n. 04, agosto 2005. SALVADOR, D. et al. Vitaminas D e C para poedeiras na fase inicial de produ-ção de ovos. R.Bras. Zootec. v.38, n. 05. p. 887-892, 2009.

Referências Bibliográficas:

derivados do leite (manteiga e queijos gordurosos) e ovos. A quantidade de vitamina D no ovo é aumentada na gema, devido a adição de colecalciferol na ração dos animais. Em pesquisa realizada por Matilla et al (1999) demonstrou que o teor de vitamina D aumento cerca de 7 vezes.Se houver a ingestão de 1 ovo inteiro por dia, este supre em 6,5% a necessidade recomendada para um adulto de 19 a 50 anos de idade (400 UI). O ovo é considerado um alimento funcional devido suas propriedades para o organismo. Nas aves, a vitamina D é essencial para a produção dos ovos, formação da casca e homeostase do cálcio (SALVADOR et al, 2009).

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Há necessidade de se considerar que no Brasil há presença de luz solar o ano inteiro, mas por conta do uso de protetor solar, a metabolização da vitamina D está sendo limitada, obrigando assim, as empresas de alimentos a fortificarem os produtos. Há uma forte associação da vitamina D com o sistema imune, já que indivíduos com deficiência desta vitamina, estão predispostos a infecções e a um risco aumentado de neoplasia de cólon e próstata, além de problemas na deficiência de vitamina D e o sistema imune são: artrite reumatóide, lúpus eritematoso (DANTAS; DUARTE; MAR-QUES, 2009).Mulheres na pré menopausa devem receber suplementação de vitamina D, quando a exposição ao sol for inferior a 15 minutos diários para que haja a absorção de cálcio no intestino e com isso a fixação do cálcio no osso, evitando assim a osteoporose (FREIRE; ARAGÃO, 2004).A deficiência de vitamina D está associada com a redução da força e da massa muscular prejudicando o equilibrio e aumentando as quedas, já que a vitamina D através de um receptor específico exerce ações que compreende desde a síntese protéica até a cinética de contração muscular (PEDROSA; CASTRO, 2005).

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www.ovosbrasil.com.br www.ovosbrasilteen.com.br

Expediente

ano 1 – nº2OVOS BRASIL - www.ovosbrasil.com.br Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (INSTITUTO OVOS BRASIL) é uma entidade sem fins lucrativos com representação das principais regiões brasileiras produtoras de ovos, promove o produto “ovo” como alimento saudável, de alto valor nutritivo e seguro para ser consumido por pessoas de todas as idades e classes sociais.

Jornal do Ovo - Informativo técnico do Instituto OVOS BRASIL, destinado a profissionais da saúde e setores ligados à cadeia produtiva do ovo.Coordenação: Projeto Gráfico e Editoração RN Comunicação Total (11) 5641 6615

Fonte: **USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23 (2010)

Fonte: USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23 (2010) Fonte:

USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 21(2008)

USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23 (2010)

Composição nutricional do ovo (100g) - parte comestível

Ácidos graxos presentes em 100g de ovo

Aminoácidos presentes em 100g de ovo

Fonte: **USDA National Nutrient Database for Standard

MacronutrientesMacronutrientes VaValolorrrrrrrrValorrrrrValorrrr

MineraisMinerais ValorrrrrValorrrr

VitaminasVitaminas ValorrrrrValorrrr

CarotenóidesCarotenóides ValorrrrrValorrrr

Fonte:

AminoácidoAminoácido GramasGramas

Fonte:

Ác. Graxo SaturadoÁc. Graxo Saturado GramasGramas

Ác. Graxo Ác. Graxo Ác. Graxo

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Ác. Graxo Ác. Graxo Ác. Graxo

PoliinsaturadoPoliinsaturadoGramasGramasGramas