Boletim OTCM n.º 5 - 2012, Fevereiro

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OBSERVATÓRIO DO TURISMO DA CIDADE DE MAPUTO N.º5 FEVEREIRO.2012 Turistas nacionais apostam mais no Machimbombo Estrangeiros continuam a hospedar-se mais em hotéis Infraestruturas do Campo de Golfe de Maputo carecem de consultoria MAPUTO Gastos de moçambicanos subiram 88% em Portugal Turismo e Hotelaria domina investimento na Beira Estrangeiros preferem Bazaruto a seguir a Maputo MOÇAMBIQUE MUNDO O que irá acontecer até 2020? OMT encoraja investimentos em África Angola quer 4 milhões de turistas http://observatoriomaputo.blogspot.com/ Mercado informal congrega atenções Sabe-se que a maioria da população em Moçambique obtém os seus rendi- mentos a partir do mercado informal. Não obstante, o caminho rumo ao ple- no emprego encontra-se ligado à trans- formação estrutural desta realidade da economia e a geração de empregos neste sector continua a ser uma preocupação da política laboral do Governo. Nesse prisma, e de acordo com a Estra- tégia de Emprego e Formação Profissio- nal em Moçambique 2006-2015, a aposta recai sobre o rápido estabelecimento de pequenos negócios e postos de trabalho na economia informal. A abordagem do estabelecimento rápido de pequenos negócios implica atender a certas necessidades especiais como a re- tirada de regulamentos que constituem barreira às actividades informais, facili- tação do acesso ao crédito, à formação, às tecnologias e a outros meios, que se destinam a aumentar a viabilidade e a produtividade das suas actividades. A Estratégia de Emprego e Formação Pro- fissional pretende, sobretudo, desenvolver programas especiais para a absorção da for- ça de trabalho em áreas com elevado poten- cial de criação de emprego e auto-emprego, onde o turismo naturalmente se inclui. Torna-se essencial desenvolver uma abordagem de emprego que contribua para o combate à pobreza absoluta, o crescimento económico e o desenvolvi- mento social. Abordagem essa que vise não só o desenvolvimento humano como o alcance dos ‘Objectivos de Desenvolvi- mento do Milénio’. Como tal, são salutares todas as sinergias encetadas em prol de um turismo susten- tável. No âmbito do projecto «Moçambi- que Hospitaleiro», a ser implementado pelo INEFP com o apoio da SNV, já foi encomendado um Estudo sobre a análise das necessidades de formação de pesso- as que actuam no mercado informal de turismo na cidade de Maputo. Por outro lado, o Ministério do Turismo (MITUR), o Instituto Nacional do Em- prego e Formação Profissional (INEFP), o Conselho Municipal de Maputo e a SNV (Cooperação Holandesa para o Desen- volvimento) uniram esforços no sentido de formar 800 trabalhadores do merca- do informal, nas províncias de Maputo e Inhambane, com fundos da Comissão Europeia. E o esforço não irá parar por aí. Apesar da formação ser o ponto de partida, a promo- ção de uma reflexão e o desenvolvimento de micro-pólos onde os ‘informais’ pos- sam trabalhar constitui outro objectivo. A esse propósito, o famoso Mercado do Peixe em Maputo - enquanto realidade informal que atrai turistas - carece de atenção a todos os níveis ( formação es- pecífica dos vendedores, higiene e segu- rança no local de trabalho, entre outros). A formação já se encontra planeada pelo que será providencial o financiamento de 11 milhões e 600 mil dólares (concedido a fundo perdido pelo Japão) para a cons- trução de um novo mercado do peixe com melhores condições. Este e outros investimentos demonstram como é importante profissionalizar os nos- sos recursos humanos, assim como dotar as infraestruturas de apoio com as condi- ções ideais para bem-receber os turistas se de facto queremos ser competitivos.

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Boletim do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo

Transcript of Boletim OTCM n.º 5 - 2012, Fevereiro

ObservatóriO dO turismOda cidade de maPutO

N.º5 FEVEREIRo.2012

Turistas nacionais apostam mais no Machimbombo

Estrangeiros continuam a hospedar-se mais em hotéis

Infraestruturas do Campo de Golfe de Maputo carecem de consultoria

Maputo

Gastos de moçambicanos subiram 88% em Portugal

Turismo e Hotelaria domina investimento na Beira

Estrangeiros preferem Bazaruto a seguir a Maputo

MoçaMbIquE

MuNDo

O que irá acontecer até 2020?

OMT encoraja investimentos em África

Angola quer 4 milhões de turistas

http://observatoriomaputo.blogspot.com/

Mercado informal congrega atençõesSabe-se que a maioria da população

em Moçambique obtém os seus rendi-mentos a partir do mercado informal. Não obstante, o caminho rumo ao ple-no emprego encontra-se ligado à trans-formação estrutural desta realidade da economia e a geração de empregos neste sector continua a ser uma preocupação da política laboral do Governo.Nesse prisma, e de acordo com a Estra-tégia de Emprego e Formação Profi ssio-nal em Moçambique 2006-2015, a aposta recai sobre o rápido estabelecimento de pequenos negócios e postos de trabalho na economia informal.A abordagem do estabelecimento rápido de pequenos negócios implica atender a certas necessidades especiais como a re-tirada de regulamentos que constituem barreira às actividades informais, facili-tação do acesso ao crédito, à formação, às tecnologias e a outros meios, que se destinam a aumentar a viabilidade e a produtividade das suas actividades.A Estratégia de Emprego e Formação Pro-fi ssional pretende, sobretudo, desenvolver programas especiais para a absorção da for-ça de trabalho em áreas com elevado poten-cial de criação de emprego e auto-emprego, onde o turismo naturalmente se inclui.Torna-se essencial desenvolver uma abordagem de emprego que contribua para o combate à pobreza absoluta, o crescimento económico e o desenvolvi-mento social. Abordagem essa que vise não só o desenvolvimento humano como o alcance dos ‘Objectivos de Desenvolvi-mento do Milénio’.Como tal, são salutares todas as sinergias encetadas em prol de um turismo susten-

tável. No âmbito do projecto «Moçambi-que Hospitaleiro», a ser implementado pelo INEFP com o apoio da SNV, já foi encomendado um Estudo sobre a análise das necessidades de formação de pesso-as que actuam no mercado informal de turismo na cidade de Maputo.Por outro lado, o Ministério do Turismo (MITUR), o Instituto Nacional do Em-prego e Formação Profi ssional (INEFP), o Conselho Municipal de Maputo e a SNV (Cooperação Holandesa para o Desen-volvimento) uniram esforços no sentido de formar 800 trabalhadores do merca-do informal, nas províncias de Maputo e Inhambane, com fundos da Comissão Europeia.E o esforço não irá parar por aí. Apesar da formação ser o ponto de partida, a promo-ção de uma refl exão e o desenvolvimento de micro-pólos onde os ‘informais’ pos-sam trabalhar constitui outro objectivo.A esse propósito, o famoso Mercado do Peixe em Maputo - enquanto realidade informal que atrai turistas - carece de atenção a todos os níveis ( formação es-pecífi ca dos vendedores, higiene e segu-rança no local de trabalho, entre outros). A formação já se encontra planeada pelo que será providencial o fi nanciamento de 11 milhões e 600 mil dólares (concedido a fundo perdido pelo Japão) para a cons-trução de um novo mercado do peixe com melhores condições.Este e outros investimentos demonstram como é importante profi ssionalizar os nos-sos recursos humanos, assim como dotar as infraestruturas de apoio com as condi-ções ideais para bem-receber os turistas se de facto queremos ser competitivos.

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Maputo

Perfil do Turismo e dos hotéis em MaputoO turismo é considerado um sector vital para o desenvolvimento do país pelo Go-verno moçambicano, e apesar do seu peso diminuto no PIB (menos de 2%) este tem vindo a recuperar o seu potencial, quer pela atracção de investimentos quer atra-vés da melhoria das infraestruturas e aces-sibilidades. O Plano Estratégico para o De-senvolvimento do Turismo 2004-2013, a publicação da Lei do Turismo e a recente declaração de Quatro Zonas de Interesse Turístico, demonstram o estabelecimento das bases da política e estratégia para o desenvolvimento deste sector no país.

O Governo prevê ainda o investimento de cerca de 11,4 milhões de dólares na nova campanha da Marca Moçambique.O número de turistas tem vindo a registar uma evolução positiva, estimando-se que a chegada de turistas a Maputo se salde em 382 mil, no ano de 2011, representando

um crescimento de 7% face a 2010. As viagens de negócios representam o principal motivo dos turistas estrangei-ros que visitam Maputo, fora das épocas de férias e lazer. E a nível de oferta de es-tabelecimentos hoteleiros, Maputo conta com quatro hotéis classificados de cinco estrelas, sendo que o preço médio nos es-tabelecimentos hoteleiros de 3 estrelas é de 74 dólares americanos, nos hotéis de 4 estrelas é de 174, e nos hotéis de 5 estrelas é de 257 dólares, de acordo com um estu-do de mercado realizado pela Prime Yield - Consultoria e Avaliação Imobiliária.

Turistas nacionais apostam mais no MachimbomboO II Estudo de Satisfação ao Turista, orientado pelo Observatório do Turismo, revela que os turistas nacionais usaram uma maior diversidade de transportes públicos convencionais e os estrangeiros concentraram-se em muito maior pro-porção no recurso ao táxi.Os resultados obtidos no caso dos turis-tas estrangeiros demonstram maior ade-são aos meios de tansporte tradicionais nesta segunda vaga, embora não tives-sem afectado o índice de recurso ao táxi que até se manifestou superior (+14%).Já os turistas nacionais revelaram maior estabilidade nos transportes públicos

utilizados, embora com um acréscimo de 10% no número dos que recorreram ao machimbombo, ou autocarro. Pensa-se que concorre para essa evolução positiva esteja a melhoria de qualidade dos meios e o conforto proporcionado aos utentes por parte das companhias de transporte.Em termos de meios de transporte, tanto o táxi, como a txopela (pequenas motos com assentos) e o comboio turístico evidencia-ram maiores índices de utilização por parte dos turistas estrangeiros, do I para o II Estu-do de Satisfação. Já os visitantes moçambi-canos, aquando da sua estadia em Maputo, usaram mais o machimbombo.

Em termos gerais, os estrangeiros con-tinuam a usar mais o táxi para se deslo-carem e os nacionais percorrem mais a capital nos ‘chapas’ - transportes públi-cos que podem comportar entre 15 e 30 lugares sentados.Já para visitar outros locais fora da cida-de de Maputo, tanto os turistas estran-geiros (64%) como nacionais (98%) pre-ferem o automóvel em detrimento dos restantes meios de transporte. Contudo, os estrangeiros usam mais o avião em segunda instância (36%) enquanto os na-cionais recorrem ao serviço dos chapas e machimbombos (2%).

Preços médios por quarto««« 74 usd«««« 174 usd««««« 257 usdFonte: Prime Yield 2012

Chapa

Machimbombo

Taxi

Txopela

Comboio Turístico

Outros Meios

EstrangEiros nacionais

63 %

27 %

40 %

21 %

1 %

4 %

8 %

4 %

88 %

27 %

5 %

1 %Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo 2012

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Maputo

Estrangeiros continuam a hospedar-se mais em hotéisDe acordo com o II Estudo de Satisfa-ção ao Turista da Cidade de Maputo, realizado em Novembro de 2011, os tu-ristas estrangeiros que visitam Maputo continuam a preferir os hotéis (58%) à casa de familiares e amigos (29%) e à al-ternativa proporcionada pelo segmento da pensão/residencial (9%). Quanto às casas alugadas e backpackers, a percen-tagem é mínima e corresponde a 3% e 1%, respectivamente. Aqui se encontra um indicador interes-sante, sobretudo para os hoteleiros que poderão criar adicionalmente outras condições como forma de fidelizar os seus clientes. Aliás, a realização de even-tos e de iniciativas culturais, desportivas e de lazer poderão servir para prolongar a estadia e conferir um maior nível de prazer e satisfação.A preferência inverte-se, no entanto, no que diz respeito aos visitantes na-cionais. Os mesmos acedem em largo número à casa de familiares e amigos (68%) e apenas 18% deles utiliza o ho-tel e 8% a pensão/residencial. Por outro

lado, apenas 4% recorre ao aluguer de casas e 2% a outras alternativas.Apesar da importância da opção ‘casa de familiares e amigos’ ser maior em relação aos visitantes locais, o II Estudo registou um valor ligeiramente supe-rior (18%) ao registado na vaga anterior (13%). Não obstante, os hotéis podiam optar por arranjar uma taxa mais atrac-tiva para o hóspede de origem nacional, à semelhança do que já acontece em ou-tros países africanos que promovem o turismo doméstico, como por exemplo o Malawi e a Namíbia.

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo

Infraestruturas do Campo de Golfede Maputo carecem de consultoriaO Conselho Municipal de Maputo lançou um concurso

público que visa a contratação de uma consultoria que se proponha avaliar e propor um projecto viável para o de-senvolvimento das infraestruturas do Campo de Golfe de Maputo.A iniciativa visa resgatar o nome que a Cidade de Maputo e o País já tiveram no passado face à prática desta moda-lidade, de olhos postos no potencial que este desporto de elite possui em termos de atracção de turistas da categoria sócio-económica alta.Nesta empreitada, o Conselho Municipal de Maputo conta

com um parceiro estratégico que é o Clube de Maputo, e que sob a forma de arrendamento de longo prazo tem vin-do a gerir há muitos anos aquelas infraestruturas munici-pais. De forma resumida, a ideia é expandir o campo de golfe e torná-lo num espaço propício para a prática daquela moda-lidade com 18 buracos; vedar e proteger a área; e permitir um desenvolvimento imobiliário que conduza à arrecada-ção de receitas, que, por sua vez, garantam a sustentabili-dade de todo o empreendimento e, naturalmente, a geração de empregos e receitas para o Município.

CoNSELHo MuNICIpaL DE Maputo

Hotel Pensão/Residencial

Casa de familiares/amigos Casa alugada Backpackers

Outros

58%

9%

29%

3%1%

18%

8%

68%

4%2%

EstrangEiros nacionais

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MoçaMbIquE

Gastos de moçambicanos subiram 88% em PortugalOs gastos dos turistas moçambicanos e angolanos foram os que mais aumenta-ram em Portugal, ao longo de 2011, e a ho-telaria, compras e entretenimento foram as áreas que mais pesaram nas despesas. O Estudo que contabiliza as despesas pagas com cartões Visa (crédito, débito e pré-pagos), em França, Grécia, Itália, Portugal, Espanha e Turquia, indica que, nos primeiros quatro meses de 2011, as despesas de moçambicanos e angolanos tiveram a maior subida no top 10 de Por-tugal. Aliás, estes dois países africanos de expressão portuguesa protagonizaram os maiores aumentos neste indicador, se-guidos do Brasil.Segundo as contas da Visa Europe, os 10,9 milhões de euros desembolsados por moçambicanos, que são uma novi-dade entre o top 10 dos turistas que gas-tam mais em Portugal, representam um aumento um aumento de 88% face ao

período homólogo. Já os brasileiros des-penderam mais 26,69%, totalizando 47,6 miilhões de euros.Por países, no primeiro quadrimestre, Angola ocupava a quarta posição desse grupo, atrás da França, Reino Unido e Espanha, lugar que manteve no segun-do quadrimestre. Já entre Setembro e Dezembro, Angola substituiu a Espanha, passando para terceiro posto na lista dos países, cujos turistas deixam mais di-nheiro em Portugal. Nesses quatro meses, os gastos dos an-golanos avançaram 55,37% para mais de 90 milhões de euros, uma subida apenas ultrapassada pelas despesas dos visitan-tes oriundos de Moçambique, embora as mesmas representem menos de 2% do to-tal dos gastos de estrangeiros em Portugal.Os turistas que visitaram Portugal, no último quadrimestre de 2011, deixaram 569 milhões de euros no País, de acordo

com o estudo “Mediterranean Rim Tou-rism Monitor” da Visa Europe. E apesar de não ser possível perceber onde é que os estrangeiros gastaram 242 milhões de euros - já que foram levantados no mul-tibanco - do restante sabe-se que foi na roupa e na estadia que se gasta mais di-nheiro.

Seria interessante e muito útil que se pudesse fazer o tracking dos turistas estrangeiros em Moçambique, à se-melhança do que sucede em Portugal e na África do Sul. O Observatório do Turismo da Cidade de Maputo gos-taria imenso de poder contar com o apoio do grupo Visa na formulação e apresentação de Estudos que mani-festassem as tendências de aquisição desses turistas, não só em Maputo como no resto do País.

Turismo e Hotelaria domina investimento em SofalaO sector do Turismo e Hotelaria domina o investimento na província de Sofala, de acordo com o CPI. A fatia representada pelo sector do Tu-rismo e Hotelaria foi de 41%, no primeiro semestre de 2011, e o investimento global somou a quantia de 18.550.000 dólares norte-americanos. A seguir, situaram-se os sectores do Transporte e Comunica-ções, com 18% (8.350.000 dólares) e a In-dústria, com 13% (6.017.801 dólares).Três projectos contribuíram para que tal sucedesse, sendo que o IDE foi de 100.000 dólares, o IDN de 3.125 dólares e o Sup/Emp de 4.681.875. Os projectos em causa contribuíram para garantir 191 postos de trabalho (ou seja, 16,20% da fatia do em-prego global). Na listagem das empresas em 2011 sur-gem o Beira Terrace Hotel (15.000.000 dólares) na cidade da Beira, o Ngalamo

Safaris (550.000 dólares), em Muanza, e o Complexo Turístico Luna Mar (3.000 dó-lares) também na cidade da Beira.O investimento de 18.550.000 dólares representa um aumento substancial se tivermos em conta que, em 2009, o vo-lume de investimento totalizou apenas

7.803.722 dólares, atribuindo emprego a 69 trabalhadores, e que, em 2010, o Tu-rismo e Hotelaria arrecadou 8.867.714 dólares de investimento, originando 194 postos de trabalho. Ou seja, o aumento registado foi superior a 100%, entre 2010 e 2011.

Turismo e Hotelaria 18.550.000 usd Transporte e Comunicações 8.350.000 usd Indústria 6.017.801 usd Serviços 4.785.000 usd Aquacultura e Pescas 4.712.060 usd Construção e Obras Públicas 2.421.200 usd Agricultura e Agro-Indústrias 878.001 usd

41 %

18 %

13 %

11 %

10 %5 %

Total 45.714.062 usd

Investimento autorizado por sector no primeiro semestre de 2011

Fonte: cPi

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MoçaMbIquE

LAM vai voar para Brasil e ChinaA companhia Linhas Aéreas de Mo-çambique registou um crescimento global dos proveitos operacionais na ordem dos 15%.Destaca-se ainda o resultado operacio-nal e líquido positivo, o crescimento do volume de tráfego em 4%, o crescimento da produção (isto é, passageiros quilo-métricos) e das horas voadas na ordem dos 10%, e a taxa média de ocupação que atingiu os 73%, uma melhoria de 3 pon-tos percentuais, comparativamente ao ano de 2010.Contribuíram para o bom desempenho, a optimização da oferta e a maior utili-zação das aeronaves modernas, cujo ní-vel de eficiência permitiu reduzir os pe-ríodos de rotação, aumentar o número de frequências e reduzir o consumo de combustível.

Importa ainda referir o estreitamento das relações de parceria (code-share) já exis-tentes com a SAA e SAX na África do Sul, KQ no Quénia, a TAP em Portugal e a ET na Etiópia, permitindo aos passageiros acesso a um leque maior de opções nas suas viagens. Em termos de perspectivas para o ano de 2012, e no âmbito da renovação da frota, a LAM procederá muito breve-mente ao fase-out do B737-200. Em sua substituição, passará a contar com um boeing mais moderno alugado na África do Sul, o B737-500, enquanto aguarda a chegada do terceiro Embraer E190, em Outubro. A LAM espera ainda receber a quarta aeronave do tipo Embraer em Outubro de 2013. Respondendo à crescente demanda cau-sada pelos grandes projectos de desen-

volvimento no País, através da MEX, sua companhia subsidiária, a LAM pretende posicionar aeronaves a jacto com capaci-dade para transportar 50 passageiros no Centro (Tete) e Norte (Nampula).Ainda no âmbito do crescimento de mer-cado, em Janeiro, a LAM assinou mais acordo de parceria, desta vez com a com-panhia aérea Precision Air, da Tanzania, desta feita para os destinos mais atrac-tivos da Tanzania como são os casos de Zanzibar e Kilimanjaro, bem como ou-tros Países da Região Oriental de África.Por outro lado, a companhia aposta no aumento de parcerias no continente americano e asiático, abrindo horizon-tes para a futura realização de voos para o Brasil e a China, grandes parceiros do país em termos de projectos de desen-volvimento.

Estrangeiros preferem Bazaruto a seguir a MaputoConfrontados se visitaram outros lo-cais para além da capital, os visitantes estrangeiros e nacionais inquiridos pelo II Estudo de Satisfação ao Turista da Ci-dade de Maputo, encetado pelo Obser-vatório do Turismo e levado a cabo pela empresa Intercampus (Gfk), registaram respostas diferentes. Os turistas estrangeiros dividem-se: 51% diz que não visitou outras paragens con-tra 49% dos que visitaram. Ao mesmo tempo, 64% dos nacionais diz que não visitou outros locais sendo que apenas 36% o fizeram.Nessa perspectiva, os 49% de inquiridos

estrangeiros preferiram ocupar parte da sua estadia, em Novembro de 2011, via-jando até localidades associadas à práti-ca de praia e actividades marítimas que lhe são inerentes. As preferências são inequívocas e o Ba-zaruto foi o local mais visitado (51%) seguido pelo Bilene (45%), que era o primeiro do ranking no I Estudo reali-zado. Surgem igualmente mencionados a Praia do Tofo (19%), a Ponta do Ouro (12%) e Pemba (9%). A escolha pode-se colocar por um lado devido à época ser mais propícia ao gozo de férias e pas-seio e turismo no País e tal é confirmado

pelos dados recolhidos, mas é preciso ter em conta que os negócios também estiveram presentes na agenda dos visi-tantes. Quanto aos visitantes nacionais, a ten-dência para visitar mais a província de Sofala mantém-se. Contudo, Pemba perde o seu segundo lugar no ranking (de acordo com o I Estudo de Satisfação realizado em Agosto) para a Zambézia e salta para o terceiro lugar. Curiosamente, tanto Sofala como a Zambézia poderão mais facilmente ser associados à prática de negócios do que a outro propósito de visita.

Fonte: observatório do turismo da cidade de Maputo

nampulaniassa

teteManica

Zambéziasofala

Vilanculosgorongosa

PembaPraia de tofo

BazarutoPonta do ouroPraia de Xai-Xai

Bilene

5 %12 %

18 %23 %

41 %48 %

9 %20 %

32%8 %

3 %8 %8 %

26 %

1 %1 %

7 %2 %1 %

3 %0 %1 %

9 %19 %

51 %12 %

6 %45 %

EstrangEiros nacionais

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MuNDo

FEIRASInternacionaisem 2012

ITB, Berlim(Alemanha)

18 a 20 de AbrilCOTTM, Beijing(China)

12 a 15 de MaioINDABA, Durban(África do Sul)

NovembroWorld Travel Market, Londres(Inglaterra)

27 a 29 de NovembroEIBTM, Barcelona(Espanha)

Medida argentina de controlo de câmbio pode afectar turismo no BrasilO governo argentino decidiu reforçar o controlo de câmbio para evitar a sa-ída de dólares do país. A partir do dia 3 de abril, os argentinos não poderão mais utilizar seus cartões de débito bancário no exterior para retirar moe-da estrangeira de suas contas em pesos. Ao viajarem para o Brasil, por exemplo, e retirar reais de suas contas em pesos, só poderão fazê-lo se tiverem uma caderne-ta de poupança em dólares na Argentina. Pensa-se que a medida venha a afectar o turismo argentino no exterior porque, mesmo que as pessoas ainda possam usar cartões de crédito, vão-se sentir menos seguras, ao saber que não con-tam com outras formas de pagamento.

E comprar dólares para viajar ao exterior torna-se assim muito mais complicado. Esta é a segunda medida de controlo do câmbio adoptada pelo governo argentino em menos de cinco meses. A primeira, em Outubro passado, obrigou os argentinos que queriam comprar dólares (ou qual-quer moeda estrangeira) a pedir autoriza-ção prévia à Afip, a Receita Federal local. Nos bancos e nas casas de câmbio, os compradores de divisa estrangeira devem apresentar provas de que têm suficientes pesos declarados para realizar a operação. Turistas que querem trocar os pesos que sobram das viagens podem fazê-lo, desde que apresentem provas de que trocaram moeda estrangeira por moeda local.

O que irá acontecer até 2020?Numa longa caminhada, até ao ano de 2020, e segundo o Travel & Tourism Cou-ncil, o segmento das viagens e Turismo irá manter a sua capacidade de liderança no que concerne a conduzir o crescimen-to global, gerando emprego e aliviando a pobreza. É expectável que as economias emer-gentes, em particular, venham a ser os motores de crescimento, dando alento às viagens internacionais – com a Chi-na a garantir sozinha quase 95 milhões de visitantes para outros destinos em 2020 – e gerando igualmente um cres-cente e vibrante sector de viagem do-méstica.Não obstante, as economias desenvolvi-das vão continuar a dominar o denomi-nado ‘Global Travel & Tourism’ no futu-ro, visto que a maioria é constituída por mercados maduros a atingir o topo em termos de propensão para a viagem. Prevê-se que uma crescente preferência e focus no lazer venha a providenciar turis-tas para novos destinos, logo que os con-sumidores retomem a confiança.A popularidade de pequenas pausas –

tanto a nível doméstico como interna-cional – irão continuar a aumentar. E a inovação da indústria das Viagens & Tu-rismo contribuirá certamente para criar novos produtos e mercados, nos próxi-mos oito anos.De um modo geral, é previsível que a eco-nomia das Viagens & Turismo cresça cer-ca de 4.4% por ano em termos reais, entre

2010 e 2020, suportando mais de 300 mi-lhões de trabalhos até 2020. Ou seja, 9.2% do total do desemprego e 9.6% do PIB global. Tal vem confirmar que o segmento de Viagens & Turismo vai continuar a crescer em importância como um dos sectores mundiais prioritários, mesmo enquanto empregador.

Fonte: Oxford Economics

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MuNDo

OMT encoraja investimentos em ÁfricaO secretário-geral da Organização Mun-dial do Turismo (OMT) encorajou as em-presas a que continuem os seus investi-mentos no continente africano e no seu “crescente mercado turístico”, durante o Fórum de Investimentos Turísticos em África (Investour). «África foi uma das regiões que mais cresceu na última década», afirmou o responsável máximo da Organização Mundial do Turismo, para juntar a ideia de que com uma estratégia adequada, as chegadas de turistas continuarão a aumentar, os investidores obterão um excelente rendimento, irão criar-se no-vos postos de trabalho e toda a economia

ganhará com isso.Reforçando as palavras de Rifai, o minis-tro de Turismo dos Camarões, M. Bello Bouba Maigari, realçou o modo como os projectos turísticos na África Central ajudaram milhares de pessoas a transpor o limiar da pobreza, enquanto o respon-sável da Comunidade de África Oriental sublinhou que, em termos de atractivos turísticos, África ainda está a «arranhar a superfície do seu potencial».Por seu turno, o director-geral da Casa de África, Ricardo Martínez, afirmou que face às previsões de que se atinjam em 2012 os mil milhões de turistas em todo o mundo, «temos que fazer do turismo

uma prioridade da política externa e da cooperação espanhola».A Investour, já na sua 3ª edição, visa incre-mentar a visibilidade de África enquanto destino turístico e mobilizar investimen-tos em projectos de desenvolvimento sustentável. Neste fórum, organizado con-juntamente pela OMT e pela FITUR, es-tiveram representados mais de 25 países africanos, entre os quais Cabo Verde.

OMT considera África a região

que mais cresceu na última

década

É lançado alerta para a concentração de investimentos no turismo em Cabo Verde Joseph Cool, representante da União Europeia chamou a atenção de Cabo Verde para o perigo da concentração de investimentos no sector do turismo. «A diversificação é uma coisa que é boa. O turismo é excelente, é uma jane-la para fora, permite que o país seja co-nhecido lá fora, mas não podemos con-centrar tudo na área do turismo», disse, salientando que existe toda uma agenda de reformas e de modernização que tem de ser levada adiante.

Por outro lado, sem precisar outras áreas de investimentos, salientou que há uma série de problemas que devem ser atacados, no-meadamente a reforma laboral, questões de incentivos fiscais, da competitividade e trabalhar para a boa governação e manu-tenção da estabilidade política.«O esforço do Governo deve estar vi-rado para a criação de condições óp-timas para atrair os investimentos», referiu, frisando que um fluxo financeiro importante decorre na região da África

Ocidental.Joseph Cool lembrou que existe um es-forço da UE em apoiar Cabo Verde na elaboração da convergência normativa e técnica e garantiu que tanto a UE como os seus Estados-membros estão dis-postos a continuar a ajudar para que a transição de Cabo Verde de país menos avançado para o de rendimento médio, em curso, aconteça da forma mais equili-brada possível.

Economias avançadas crescem mais em 2011O Turismo Internacional cresceu quase 5% no primeiro semestre de 2011, totali-zando um novo recorde de 440 milhões de chegadas. Estima-se que as chegadas de turistas in-ternacionais tenham crescido 4,5%, con-solidando o aumento de 6,6% registado em 2010. Entre Janeiro e Junho de 2011, o número total de chegadas registou 19 milhões a mais, quando comparado com o mesmo período de 2010.Ao mesmo tempo, o crescimento nas

economias avançadas acabou por se fortalecer ao longo do ano passado, su-periorizando-se de algum modo ao das economias emergentes, que têm vindo a impulsionar o crescimento do turismo internacional nos últimos anos. Uma ten-dência que reflecte a diminuição regista-da no Médio Oriente e no Norte de África, bem como um ligeiro abrandamento do crescimento de alguns destinos asiáticos, como o caso do Japão.

Fonte: World Tourism Organization (UNWTO) ©

Chegadas Internacionais, evolução mensalEconomias Avançadas & Economias Emergentes

Economias avançadas

Economias Emergentes

16 meses

10 meses

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MuNDo

ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO

FICHA TÉCNICAO Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) é resultado de uma parceria entre as 18 organizações que o integram. Trata-se de um organismo especializado em monitorar e analisar as informações de inteligência de mercado. O Boletim do OTCM é distribuído em Moçambique e em todas as embaixadas do País no exterior.

EQUIPA

Coordenação / concepção de textos:Helga Nunes (AHSM)Assessoria / concepção de textos:Federico Vignati (SNV)Secretariado: Tânia Barbero (AHSM)Design e Paginação: Rui BatistaTradução: Pedro AmaralImpressão: Kamatsolo, Lda.

INFORMAÇÕES

associação de Hotéis do sul de MoçambiqueRua da Sé, nº 114, 6º andar Porta 608Maputo - MoçambiqueTel. +258 21 31 4970

Subscrições e informações do Boletim:[email protected]://observatoriomaputo.blogspot.com/

MEMBROS DO OTCM

Angola quer 4 milhões de turistas Angola pretende ter um movimento de quatro milhões de turistas até 2020, de acordo com projecções apresen-tadas, em Luanda, pelo ministro de Hotelaria e Turismo, Pedro Mutindi.De acordo com o governante, que fa-lava na cerimónia de tomada de posse dos directores-gerais e adjuntos dos Pólos de Desenvolvimento Turísti-co, o sector prevê criar um milhão de postos de trabalho directos e indirec-tos, ao longo dos próximos oito anos.Até lá, vai ser desenvolvido um plano de mobilização a favor do turismo in-terno, para que 60 por cento dos ango-lanos viagem mais por “Angola Adentro”.«O futuro que almejamos depen-de sempre da forma como alicer-çamos o presente e como olha-mos para o passado», realçou Pedro Mutinde, para quem o turismo é a indústria da paz e do desenvolvi-mento sustentável de qualquer nação.O ministro Pedro Mutindi pediu, ain-

da, maior mobilização em torno das acções do Plano Director do Turismo, na reformulação e adequação do pa-cote legislativo do sector e na cria-ção de uma maior disponibilidade de oferta de equipamentos e, conse-quentemente, de preços competitivos, capazes de atrair e permitir a livre ade-são dos turistas internos e externos.Na sequência da instauração da paz, há dez anos, milhares de turistas estran-geiros têm escolhido Angola, que conta com muitos lugares de atracção turística em todo o território nacional.De salientar que Angola é o quarto mer-cado emissor de turistas para Moçambi-que, segundo o II Estudo de Satisfação ao Turista na Cidade de Maputo, e que seria proveitoso se se encetassem estratégias e parcerias no sentido de promover o tu-rismo entre o país angolano e Moçambi-que, e vice-versa. Aliás, Angola passou do sexto lugar do ranking de turistas para o quarto.

 

 

85% dos aeroportos no Brasil estão em situação críticaUm estudo do Instituto de Pesquisa Económica Aplicada (Ipea) diz que 17 dos 20 principais aeroportos bra-sileiros, ou 85%, estão em situação crítica ou preocupante. Desses, 12 estão a funcionar acima da capaci-dade operacional. Apenas os aero-portos de Porto Alegre, Salvador e Manaus funcionam em condições adequadas, fora do cenário de es-trangulamento.Segundo o estudo, as etapas do Pla-no de Investimentos da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutu-ra Aeroportuária) pouco evoluíram nos últimos 12 meses, entre Feverei-ro de 2011 e Janeiro de 2012. Dos 11 aeroportos, nos quais estão previs-tos investimentos nos terminais de passageiros, oito ainda estão na fase inicial do projecto.