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Boletim do Instituto Hidrográfico Hidromar N.º 94, II Série, Junho 2006 SUMÁRIO 3 Dia Mundial da Hidrografia 4 Brigadas Hidrográficas 7 A mudança do sistema de informação de gestão do IH um processo complexo 9 Crónica do apoio 10 A contaminação do oceano 11 Sinalização do Canal da Azinheira 12 Nova edição da CENO do Arquipélago de Cabo Verde Nova edição da Carta Náutica Oficial 26305 13 O IH produz a 50.ª CENO S-57/3 Foi publicada a 2.ª edição da Carta Náutica Oficial 25R12 14 A remodelação dos laboratórios 15 Amar o mar 16 Sistema de Gestão da Qualidade e Acreditação dos Laboratórios 17 Actividades das divisões e navios hidrográficos 18 Apoio ambiental ao exercício SWORDFISH06 21 NRP «D. Carlos I» no SWORDFISH06 22 NRP «Auriga» … … no SWORDFISH06 … avaliação dos padrões de prontidão 23 … pioneiro no lançamento de minas Projecto de conversão do NRP «Alm. Gago Coutinho» 25 Dia da Marinha 2006 26 Curso de Desenvolvimento da Liderança Como Era … 27 Tomada de posse Estágios 28 Aposentações 29 Brigada Hidrográfica em Cabo Verde no exercício SEATDFAST JAGUAR2006 5.º Workshop da EEMP em Itália 30 Visitas 32 Visita do Almirante CEMA da Turquia Hidromar n.º 94, Junho 2006 1 Introdução Organização Hidrográfica Internacional (OHI) tem, em cerca de 85 anos de exis- tência, trabalhado na melhoria da cobertura hidrográfica e cartográfica, e na uniformização das especifi- cações, símbolos, estilos e formatos utilizados em cartografia e publicações náuticas. São marcos do es- forço de uniformiza- ção a adopção de reso- luções técnicas para a produção cartográfica e a série de cartas inter- nacionais (Cartas INT), baseadas nas especifi- cações adoptadas em 1971. As Cartas INT podem ser reproduzi- das, a partir dos dados do serviço hidrográ- fico produtor, pelos ser- viços hidrográficos que pretendam cobertura da mesma área, mediante acordo. Através da Resolução 53/32, de 1998, as Nações Unidas recomendam que os Estados prestem serviços hidrográfi- cos, sendo esses serviços detalhados no Capítulo V da Con- venção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar. A eficiência desses serviços só pode ser atingida através de serviços hidrográficos nacionais. Os primórdios e a Convenção da OHI Em 1919, representantes de 24 Estados, entre eles Portugal, reuniram-se em Londres, para uma Conferência Hidrográfica, na qual deliberaram a criação de um órgão permanente, o International Hydrographic Bureau (IHB), com o propósito de contribuir para uma navegação mais fácil e segura, a nível mundial, e para a melhoria das cartas e dos documentos náuti- cos. O IHB iniciou a sua actividade em 1921, com a participação de 19 Estados-Membros (EM) fundadores, incluindo o nosso País. Em 1970 entrou em vigor uma Convenção internacional, aprovada pelos EM em 1967, que alterou o nome da Orga- nização e o seu estatuto jurídico. Passou a desig- nar-se de Organização Hidrográfica Internacional, com natu- reza técnica e consultiva. Além do IHB, administrado pela Comissão Directiva, contempla a Conferência Hidrográfica Internacional, que reúne ordinariamente com a participa- ção dos EM de cinco em cinco anos. Esta Convenção, ainda em vigor, foi emendada, na sequência dos trabalhos do Strategic Planning Working Group (SPWG), entre 2002 e 2005, Organização Hidrográfica Internacional 21 de Junho – Dia Mundial da Hidrografia «85 anos a contribuir para a segurança da navegação» Organização Hidrográfica Internacional 21 de Junho – Dia Mundial da Hidrografia «85 anos a contribuir para a segurança da navegação» A

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B o l e t i m d o I n s t i t u t o H i d r o g r á f i c o

HidromarN.º 94, II Série, Junho 2006

S U M Á R I O3 Dia Mundial da Hidrografia4 Brigadas Hidrográficas7 A mudança do sistema de informação de gestão do IH

– um processo complexo9 Crónica do apoio10 A contaminação do oceano11 Sinalização do Canal da Azinheira12 Nova edição da CENO do Arquipélago de Cabo Verde

Nova edição da Carta Náutica Oficial 2630513 O IH produz a 50.ª CENO S-57/3

Foi publicada a 2.ª edição da Carta Náutica Oficial25R12

14 A remodelação dos laboratórios15 Amar o mar16 Sistema de Gestão da Qualidade e Acreditação dos

Laboratórios17 Actividades das divisões e navios hidrográficos18 Apoio ambiental ao exercício SWORDFISH0621 NRP «D. Carlos I» no SWORDFISH0622 NRP «Auriga» …

… no SWORDFISH06… avaliação dos padrões de prontidão

23 … pioneiro no lançamento de minasProjecto de conversão do NRP «Alm. Gago Coutinho»

25 Dia da Marinha 200626 Curso de Desenvolvimento da Liderança

Como Era …27 Tomada de posse

Estágios28 Aposentações29 Brigada Hidrográfica em Cabo Verde no exercício

SEATDFAST JAGUAR20065.º Workshop da EEMP em Itália

30 Visitas32 Visita do Almirante CEMA da Turquia

Hidromar n.º 94, Junho 2006 1

Introdução

Organização Hidrográfica Internacional(OHI) tem, em cerca de 85 anos de exis-

tência, trabalhado na melhoria dacobertura hidrográfica e cartográfica,

e na uniformização das especifi-cações, símbolos, estilos e formatos utilizados emcartografia e publicações náuticas.

São marcos do es-forço de uniformiza-ção a adopção de reso-luções técnicas para aprodução cartográficae a série de cartas inter-nacionais (Cartas INT),baseadas nas especifi-cações adoptadas em1971. As Cartas INTpodem ser reproduzi-das, a partir dos dadosdo serviço hidrográ-fico produtor, pelos ser-viços hidrográficos quepretendam coberturada mesma área, mediante acordo.

Através da Resolução 53/32, de 1998, as Nações Unidasrecomendam que os Estados prestem serviços hidrográfi-cos, sendo esses serviços detalhados no Capítulo V da Con-venção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humanano Mar. A eficiência desses serviços só pode ser atingidaatravés de serviços hidrográficos nacionais.

Os primórdios e a Convenção da OHI

Em 1919, representantes de 24 Estados, entreeles Portugal, reuniram-se em Londres, para umaConferência Hidrográfica, na qual deliberaram acriação de um órgão permanente, o InternationalHydrographic Bureau (IHB), com o propósito de contribuir para uma navegação mais fácil e segura,

a nível mundial, e paraa melhoria das cartas edos documentos náuti-cos. O IHB iniciou a suaactividade em 1921, coma participação de 19Estados-Membros (EM)fundadores, incluindoo nosso País.

Em 1970 entrou emvigor uma Convençãointernacional, aprovadapelos EM em 1967, quealterou o nome da Orga-nização e o seu estatutojurídico. Passou a desig-

nar-se de Organização Hidrográfica Internacional, com natu-reza técnica e consultiva. Além do IHB, administrado pela Comissão Directiva, contempla a Conferência HidrográficaInternacional, que reúne ordinariamente com a participa-ção dos EM de cinco em cinco anos. Esta Convenção, aindaem vigor, foi emendada, na sequência dos trabalhos do Strategic Planning Working Group (SPWG), entre 2002 e 2005,

Organização Hidrográfica Internacional 21 de Junho – Dia Mundial da Hidrografia

«85 anos a contribuir para a segurança da navegação»

Organização Hidrográfica Internacional 21 de Junho – Dia Mundial da Hidrografia

«85 anos a contribuir para a segurança da navegação»

A

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INSTITUTO HIDROGRÁFICORua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL

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e-mail [email protected] www.hidrografico.pt

TÍTULO HIDROMAR – Boletim do Instituto Hidrográfico (IH)

NÚMERO 94, II Série, Junho 2006

REDACÇÃO E COORDENAÇÃO Paula Mourato [email protected]

FOTOGRAFIA Gabinete de Multimédia

DESIGN GRÁFICO Jorge Tavares

EXECUÇÃO GRÁFICA Serviço de Artes Gráficas

TIRAGEM 1000 exemplares

DEPÓSITO LEGAL 98579/96

ISSN 0873-3856

Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 94, II Série, Junho 2006

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA

Hidromar

Hidromar n.º 94 Junho 20062

para adequação aos novos desafios.Estas emendas à Convenção foramaprovadas pelos EM na 3.ª Conferên-cia Hidrográfica Internacional Extraor-dinária, em Abril de 2005. Para aentrada em vigor são necessárias as rati-ficações de 2/3 dos EM1, o que poderádemorar ainda algum tempo.

Os objectivos da OHI, conforme aConvenção em vigor, desde 1970, são:(i) ajudar os EM a corresponderem àssuas responsabilidades e a anteciparas exigências futuras; (ii) conseguircompleta cobertura, a nível mundial,de serviços hidrográficos nacionais; (iii)despertar interesse para a importân-cia da hidrografia. Para a prossecuçãodestes objectivos são principais atri-buições:

Coordenar as actividades dos ser-viços hidrográficos nacionais;

Uniformizar, tanto quanto possível,as cartas e documentos náuticos;

Adoptar métodos exactos e eficien-tes para a realização de levanta-mentos hidrográficos;

Desenvolver as ciências e técnicas,no domínio da hidrografia e daoceanografia.

A futura Convenção define comomissão da OHI criar um ambiente pro-pício a que os Estados possam pro-porcionar serviços, produtos e dadoshidrográficos de qualidade, e assegu-rar a sua utilização mais ampla pos-sível. No novo texto os objectivos principais da Organização são:

Promover a utilização da hidrogra-fia para a segurança da navega-ção e para todos os outros finsmarinhos, e aumentar a sensibi-lização para a importância dahidrografia;

Melhorar a cobertura global, a qua-lidade e a disponibilidade dosdados hidrográficos, da informa-ção, dos produtos e serviços;

Desenvolver e uniformizar ospadrões internacionais para osdados hidrográficos, informação,produtos e serviços;

Facilitar a coordenação das activida-des hidrográficas e a cooperaçãoentre os EM, numa base regional.

As 14 Comissões HidrográficasRegionais (CHR) deverão manter a con-figuração actual. Compostas por repre-sentantes dos serviços ou institutoshidrográficos dos EM, com áreas geo-gráficas definidas2 (ver figura), debru-çam-se sobre os problemas comuns dehidrografia e cartografia náutica, desig-nadamente o planeamento de levan-tamentos hidrográficos conjuntos e apreparação dos esquemas de coberturadas cartas INT de média e pequenaescala, nas respectivas regiões.

Actividades desenvolvidas pelo IHno âmbito da OHI

O Estado Português é representadona OHI pelo Instituto Hidrográfico (IH).Esta representação traduz-se numa par-ticipação efectiva nas actividades desen-volvidas pela Organização, quer emcomissões, quer em grupos de trabalho.

Além da cobertura cartográfica, oIH tem colaborado na criação de capa-cidades hidrográficas nos PALOP, atra-vés de acordos de cooperação. Estes acor-

dos incluem a formação de técnicos espe-cializados em hidrografia, em cursosministrados na Escola de Hidrografiae Oceanografia do IH, reconhecidos ecertificados pela OHI, estágios e for-mação orientada para a criação de capa-cidade hidrográfica.

Actualmente, o IH participa nas acti-vidades das seguintes CHR:

Comissão Hidrográfica do Atlân-tico Oriental (CHAtO/EAtCH) – Por-tugal faz parte desta Comissão com aFrança, Espanha, Marrocos e Nigéria.O espaço geográfico da CHAtO estende-se entre as latitudes de Brest, no noroestede França, e a foz do Rio Zaire. Portu-gal tem responsabilidade de coberturacartográfica dos espaços de interesse ede jurisdição nacional, e ainda a manu-tenção cartográfica dos espaços marí-timos de Cabo Verde, de São Tomé ePríncipe e da Guiné-Bissau.

Comissão Hidrográfica da AfricaAustral e Ilhas (CHAAI/SAIHC) –Atendendo ao facto de a cartografia náu-tica existente em Angola e Moçambi-que ser ainda, em grande parte, a pro-duzida por Portugal e existiremactividades de cooperação com aque-les países, para a transferência ou cria-ção de capacidades hidrográficas, o IHtem participado, como observador, nasreuniões da CHAAI, cujo espaço geo-gráfico contempla a África Austral,incluindo Angola e Moçambique.

Esquema das regiões hidrográficas da OHI

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Dia Mundial da Hidrografia no IH

Hidromar n.º 94, Junho 2006 3

Odia 21 de Junho foi instituídopela Assembleia-Geral das

Nações Unidas como «Dia Mundialda Hidrografia». O objectivo deste Diaé permitir a divulgação da relevân-cia do trabalho da Organização Hidro-gráfica Internacional e dos serviçoshidrográficos dos Estados-membros,em prol da segurança da navegaçãoe da protecção do meio marinho.

No passado dia 14 de Junho, naSede do IH (Rua das Trinas), e no dia

19 de Junho, a bordo do navio hidro-gráfico NRP «D. Carlos I», realiza-ram-se as Jornadas Técnicas de Hidro-grafia, com comunicações sobre otema, seguidas de debate e visitas,abertas também aos órgãos de comu-nicação social.

No dia 21 de Junho, o IH manteveabertas ao público as suas instalações,na Rua das Trinas e nas InstalaçõesNavais da Azinheira, exibindo asmostras «Hidrografia e Navegação»e «Hidrografia, meios e equipamen-tos».

A promoção destes eventos juntoda comunidade estudantil constituiuuma das prioridades estabelecidas,pois permitiu dar a conhecer as ciên-cias e técnicas do mar, estimulando oestudo e a aproximação dos portu-gueses ao oceano, vector estratégicopara o desenvolvimento de Portugalno Mundo. Neste sentido foram esta-

belecidos contactos directos com esco-las e universidades.

O IH, organismo da Marinha, pros-segue, deste modo, a divulgação doconhecimento do ambiente marinho nassuas diversas vertentes, mostrando asua contribuição, com actividades téc-nicas e científicas, para a defesa nacio-nal, para o serviço público e para aexploração e salvaguarda dos recur-sos naturais nas zonas de interessenacional.

Além da actividade nas CHR o IHparticipa nos comités dos RequisitosHidrográficos para os Sistemas de Infor-mação e da Base de Dados Mundial deCartas Electrónicas de Navegação. Estesdois comités, orientados para a cartaelectrónica de navegação oficial, apre-sentam como principais objectivos a defi-nição de procedimentos para unifor-mização e consistência das cartaselectrónicas de navegação e a cober-tura global da carta electrónica, res-pectivamente. Acobertura global é tidacomo um dos requisitos para a segu-rança da navegação e como fundamentalpara a adopção da carta electrónica denavegação por mais utilizadores.

Ao nível de grupos de trabalho é

de realçar a participação do IH na: Definição das normas para a exe-

cução de levantamentos hidrográficos.A evolução recente da tecnologia utili-zada nos levantamentos hidrográficoslevou à revisão e adaptação das nor-mas utilizadas nos levantamentos hidro-gráficos.

Elaboração do Manual de Hidro-grafia, em especial do capítulo sobremedição de profundidades. Este pri-meiro Manual de Hidrografia da OHI,foi publicado em 2005.

Revisão dos Documentos Básicos daOHI, da sua estrutura e procedimen-tos, tendo em vista uma Organizaçãomais flexível e eficiente, à luz da futuraConvenção.

O IH tem sido um participante muitoactivo e tem contribuído, de forma muitosignificativa, para o sucesso da Orga-nização, prestigiando o nosso país nestefórum mundial.

1 Actualmente a OHI conta com 76 EM.2 As Comissões Hidrográficas Regionais exis-

tentes são a Nórdica (NHC), do Mar do Norte(NSHC), da Ásia Oriental (EAHC), dos EUA eCanadá (USCHC), do Mediterrâneo e Mar Negro(MBSHC), do Mar Báltico (BSHC), do AtlânticoOriental (EAtHC), do Pacífico Sudeste (SEPHC),do Pacífico Sudoeste (SWPHC), da Meso-Amé-rica e Caraíbas (MACHC), da África Austral eIlhas (SAIHC), do Golfo Pérsico (RSAHC), doÍndico Norte (NIOHC) e Antártida (AHC). Estáem consideração a criação da Região do Atlân-tico Sudoeste (SWAtHC).

CMG LOPES DA COSTACFR FREITAS ARTILHEIRO

No ano em que se comemora pela primeiravez o Dia Mundial da Hidrografia, estabelecidopela Assembleia-Geral das Nações Unidas, para21 Junho, realizou-se um jantar de hidrógrafosna Messe de Cascais, no dia 9 de Junho.

Em ambiente de confraternização foi possí-vel encontrar camaradas e partilhar experiên-cias herdadas da longa tradição desta ciência naMarinha. No final de uma noite agradável ficouregistado o interesse de dar continuidade aoevento.

CTEN MOREIRA PINTO

Jantar de Hidrógrafos

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Hidromar n.º 94, Junho 20064

Z É N I T EUma visão abrangente

BRIGADAS HIDROGRÁFICAS

A9 de Fevereiro de 1967, atravésda Portaria n.º 22 512/67 doMinistério da Marinha, foi esta-

belecida a criação da primeira BrigadaHidrográfica. Em 11 de Outubro de 1976,pela portaria n.º 596/76 do Ministérioda Marinha, foi criada a Brigada Hidro-gráfica n.º 2.

As Brigadas Hidrográficas são órgãosoperacionais do Instituto Hidrográficona dependência do seu Director Geral ecom subordinação técnica ao Director Téc-nico.

Missão – A Brigada Hidrográfica (BH)tem como missão executar trabalhos, nomar e em terra, nas áreas da Hidrogra-fia, Oceanografia e Topografia, com vistaà recolha de informação, ou prestandoapoio a outras actividades no mar.

O que fazemos – A BH desenvolve a suaactividade em diversos tipos de traba-lhos com os fins mais diversos:

• Levantamentos hidrográficos (LH) –Este é o trabalho de excelência da BH.Consiste na recolha de informaçãohidrográfica, ou seja, na medição de pro-fundidades, com vista a caracterizar amorfologia do fundo submarino. Os LHservem vários propósitos, tais como:* Construção e actualização do fólio

nacional de Cartas Náuticas Oficiais(CNO), editado pelo Instituto Hidro-gráfico. Uma CNO é um «mapa», ouuma base de dados especialmente con-cebida para o efeito (caso em que sedenomina Carta Electrónica de Nave-gação Oficial – CENO), que satisfazas necessidades inerentes a uma nave-

gação marítima segura e onde são mos-tradas as profundidades existentes ea fisiografia submarina, dando espe-cial relevo aos perigos para a nave-gação. Constituem um instrumentoessencial ao navegador, para que estepossa planear e executar, as suas der-rotas em segurança. Requerem umaactualização constante, pois a dinâ-mica das águas faz com que os fun-dos variem a cada instante.

• Manter um fólio cartográfico actua-lizado requer um planeamento crite-rioso dos levantamentos hidrográfi-cos e da sua frequência, tendo em contafactores como o tipo de fundo, as cor-rentes, a dimensão e o tipo de tráfe-go marítimo assim como a zona emquestão (que pode ser oceânica, cos-teira ou restrita como as barras, os rios,os canais de navegação e as áreas por-tuárias).

* Controlo de obras marítimas. Oslevantamentos hidrográficos são omeio de controlo e monitorização dasobras marítimas, como por exemploo controlo de dragagens para a manu-tenção dos canais de navegação, a cons-trução de molhes ou outras estrutu-ras portuárias, o lançamento ecolocação de gasodutos e oleodutos,emissários e cabos submarinos. Emresumo, a informação hidrográfica éessencial para o planeamento, execu-ção e manutenção de qualquer obraque utilize o fundo do mar (inclui rios,lagoas e estuários) como plataformade implantação de qualquer estrutura.

* Definição de canais de navegaçãoe respectivo assinalamento marí-timo. Para que se possa definir umcanal de navegação, num rio ou numestuário e colocar as bóias que defi-nam esse canal, é necessário conhe-cer primeiro o fundo, para que sepossa definir o percurso mais seguroe adequado à navegação.

* Definição da orografia e toponímiado fundo dos oceanos. O fundo domar tem relevos, e como à superfíciedos continentes, existem vales, mon-tes e montanhas submarinas, aosquais são dados nomes. As zonas maispraticadas pela navegação, mais pertode costa e de fundos mais reduzidossão as zonas que estão melhor estu-dadas e documentadas; no entanto,a imensidão dos oceanos faz com queexistam zonas, mais profundas, quenão constituem perigo para a nave-gação e que são menos frequentadaspelos navegadores, que estão aindapor descobrir. É através dos levanta-mentos hidrográficos que consegui-mos medir, definir e representar orelevo submarino.

• Levantamentos topográficos e coorde-nação de pontos e marcas conspícuas– A topografia efectuada pela BH des-tina-se essencialmente à cartografianáutica, nomeadamente, a definição deinfra-estruturais portuárias, da linha decosta e do espraiado, contornos de edi-fícios e construções nas proximidadesdo litoral, pontos conspícuos e ajudasà navegação. Uma Carta Náutica é umdocumento feito à medida do navega-dor, com o objectivo de garantir a segu-rança da navegação e constitui um pre-cioso instrumento de trabalho, para oplaneamento e execução da navegação.Assim, na óptica do navegador, estenecessita de ter representado na CartaNáutica os edifícios e marcas mais cons-pícuas que consegue ver do mar paraterra e que são auxiliares preciosos paraa execução da navegação costeira, permitindo-lhe posicionar a sua embar-cação relativamente às marcas em terraque identifica.Toda a topografia da orla costeira pararepresentação cartográfica assim comoa coordenação de pontos de apoiohidrográfico é efectuada através daBote Zebro III em execução de sonsagem na Ria Formosa

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 5

ligação à rede geodésica nacional.

• Nivelamentos geométricos – Os nive-lamentos de precisão que a BH efectuadestinam-se, essencialmente, a ligarmarcas de nivelamento, colocadas emportos ou junto aos locais de sonda-gem, a marcas principais da rede alti-métrica nacional do Instituto Geográ-fico Português (IGP). Estas marcas denivelamento, colocadas pela BH, ser-vem para efectuar a leitura da alturade maré, através da instalação de maré-grafos, escalas de marés ou através deleituras manuais por fita de contacto.

• Apoio de posicionamento – ABH prestaapoio de posicionamento a várias acti-vidades de outras divisões do InstitutoHidrográfico e mesmo a outros orga-nismos da Marinha. São exemplos des-tas actividades, o posicionamento paraa colocação de bóias, para efectuar asprovas de governo dos navios ou a reco-lha/colocação de equipamentos ocea-nográficos.

• Busca e detecção de objectos no fundodo mar – Outra actividade em que aBH tem vindo a ser chamada a inter-vir é na busca e detecção de objectosno fundo do mar. Para este efeito a fer-ramenta mais eficaz de que a BH dis-põe é o Sistema Sondador Multi-Feixe(SSMF), um sistema de sondagem acús-tica que efectua um varrimento dofundo, por faixa, e que permite efec-tuar a cobertura total do fundo. O SSMFadquire um grande volume de sondasde elevada exactidão, permitindo gerarmodelos digitais de terreno de grandedefinição. São exemplos deste tipo detrabalhos, a procura de navios naufra-gados, contentores ou outros objectosque possam ter caído ao mar, justifi-cando-se a sua recuperação ou locali-zação se constituem perigo para a nave-gação.

• Apoio a actividades militares – A BHpode também participar em exercíciosmilitares prestando apoio a operaçõesnavais, nomeadamente no que diz res-

peito às operações anfíbias,na medida em que estasrequerem um conheci-mento prévio da costa ondese pretende efectuar umdesembarque. Para esco-lher o local mais apro-priado ao desembarque éfundamental ter informa-ção sobre o declive dofundo, a batimetria dacosta e topografia da praia,o tipo de sedimentos dofundo, as correntes, a pre-visão da ondulação e ascondições de rebentação.

Onde fazemos – A BH temexercido a sua actividadeem Portugal Continental,Arquipélagos dos Açores eda Madeira, e nos Países Afri-canos de Língua Oficial Por-tuguesa (PALOP).

Na verdade, a manuten-ção de uma cartografia actua-lizada, de forma a respon-der às exigências de umanavegação segura, a evolu-ção, o desenvolvimento e aexpansão das infraestruturas portuáriase obras marítimas, a manutenção e moni-torização das já existentes, a participaçãoem exercícios militares e o empenhamentoda BH em outras actividades no âmbitodas ciências do mar, permite um calen-dário anual de trabalhos bastante diversoe sempre muito preenchido.

Como fazemos – Aexecução de um levan-tamento hidrográfico é determinada atra-vés de uma Ordem de Execução da Direc-ção Técnica do IH, sobre as InstruçõesTécnicas (IT) para o levantamento, quesão efectuadas pela Divisão de Hidrografia.As IT definem os parâmetros fundamentaisdo trabalho a executar, como por exem-plo, os limites da área a sondar, o tipo delevantamento (em observância das nor-mas da Organização Hidrográfica Inter-nacional, estabelecidas na Publicação

Especial S-44 IHO Standards For Hydro-graphic Surveys, edição de Abril de 1998),a exactidão requerida na aquisição dosdados e o tipo de cobertura do fundo. AsIT indicam ainda a forma de recolha dosdados de maré, se há necessidade de exe-cução de topografia, nivelamentos, reco-lha de amostras de fundo, coordenaçãode pontos conspícuos e ajudas à navega-ção, bem como os produtos finais a apre-sentar.

Após a definição do trabalho, a suacalendarização e efectuadas as respecti-vas instruções técnicas é emitida a res-pectiva Ordem de Execução e passa paraa BH a responsabilidade pela sua execu-ção.

Os trabalhos efectuados pela BHimplicam normalmente três fases distin-tas: o planeamento, a execução e o pro-cessamento.• Planeamento – a primeira fase do tra-

balho consiste em estudar a zona a levan-tar, efectuar um reconhecimento pré-vio à zona de trabalho, sempre quepossível e adequado, recolher toda ainformação que possa existir de traba-lhos anteriores, consultar as publicaçõesnáuticas (Roteiros, Cartas Náuticas,Tabela de Marés, etc.) que nos possamdar a conhecer melhor a zona, escolhero sistema de posicionamento a utilizar,normalmente o Sistema de Posiciona-

MEIOSPlataformas de sondagem GPS Sondadores Acústicos

NRP «D. Carlos» TRIMBLE 4000 SFS ATLAS DESO 20NRP «Andrómeda» TRIMBLE 212 SFS ATLAS DESO 22NRP «Auriga» TRIMBLE 5700 SFS MARIMATECH E-206Embarcações: Coral, Atlanta, TRIMBLE 5800 SFS KNUDSEN M320Fisália, Cagarra, Gaivota, SMF SIMRAD EM 3000DAzinheira, Trinas e Dory. SMF SIMRAD EM 3200Botes: Zebro IV e Zebro III SMF SIMRAD EM 120

SMF SIMRAD EM 950

Display do software de aquisição do Sistema Sondador Multi-feixe

Display do software de aquisição de sondagem com feixe simples

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Hidromar n.º 94, Junho 20066

mento Global Diferencial (DGPS), pla-near o apoio geodésico em terra, quenos vai permitir posicionar a embarca-ção de sondagem no mar através dainstalação de estações de referência emterra, e planear a execução do LH, pro-jectar os perfis de sondagem a efectuar,escolher a embarcação de sondagem eos equipamentos a utilizar, assegurar aleitura das alturas de maré para operíodo em que decorrer o LH, definiro número de homens necessários, via-turas, alojamentos, etc.

• A BH tem ao seu dispor vários meiose equipamentos para executar os LH,os quais são escolhidos consoante o tipode levantamento (portuário, costeiro ouoceânico). Tudo tem de obedecer às espe-cificações requeridas para o trabalho aefectuar.

• Execução – A execução de um trabalhocomeça com a chegada da equipa daBH ao local, com a instalação de umgabinete, onde será efectuada diaria-mente a análise/processamento dosdados adquiridos, com a coordenaçãode pontos de apoio horizontal, a mon-tagem das estações de referência em terrae dos equipamentos nas embarcaçõesde sondagem. Quando todos os meiosestão montados, testados e operacio-nais temos as condições necessárias paracomeçar a aquisição de dados.A aquisição no mar é efectuada atra-vés de embarcações de sondagem, equi-padas com sondadores acústicos de feixesimples ou multi-feixe para a mediçãodas profundidades, com receptoresDGPS, que asseguram o posiciona-mento, sensores de atitude da embar-cação (arfagem, balanço e cabeceio),meios informáticos e equipamentos decomunicações. A execução da sondagem é feita com

auxílio de software de aquisição/pro-cessamento apropriado e os dados sãogravados em computador. Este softwarepermite efectuar o planeamento das fia-das a executar e fornece indicações paraa condução da embarcação sobre as fia-das previamente planeadas, que deve-rão cobrir toda a área a sondar.Os trabalhos de topografia podemdecorrer em simultâneo com a execu-ção da sondagem, caso haja pessoal dis-ponível, ou serem efectuados no finaldesta. Um factor importante é garan-tir, quando necessário, a sobreposição//ligação entre a sondagem e a topo-grafia, como por exemplo em topografiade praias ou bancos. Para o efeito, devesempre efectuar-se a topografia nabaixa-mar e a sondagem, da mesma área,na preia-mar. Na execução da topografiapodem ser utilizados sistemas GPS on-the-fly (GPS OTF) e/ou métodos clás-sicos.Os dados adquiridos são validados dia-riamente, de forma a garantir a cober-tura pretendida e a aferir a qualidadedos mesmos, possibilitando, caso sejanecessário, a definição de adensamen-tos na sondagem, em zonas onde tenhamsido detectados perigos para a navega-ção, ou a repetição de alguma sondagemcujos dados se considerem anómalos.No decorrer de todo o período de son-dagem são medidas as alturas de maré,de forma a que se possa proceder à redu-ção das sondas adquiridas para um nívelde referência, normalmente o ZeroHidrográfico.No final do levantamento a sondagemdeve ser complementada com fiadas deverificação, perpendiculares às fiadasprincipais de sondagem que têm porobjectivo confirmar os dados recolhi-dos durante a sondagem.Por vezes, conforme estabelecido nas

IT, é necessário recolher informação adi-cional, tais como, amostras de fundo,que auxiliam na escolha de fundea-douros, coordenação de ajudas à nave-gação ou mesmo a verificação das suascaracterísticas, para actualização das car-tas e publicações náuticas.

• Processamento – Terminado o trabalhode campo passa-se à fase de análise ecorrecção dos dados adquiridos deforma a efectuar a sua validação e con-trolo de qualidade.

• Inicialmente é realizada uma análise cri-teriosa das sondas adquiridas, detec-tando-se os dados anómalos que, apósserem investigados, são validados, cor-rigidos ou rejeitados.Após a validação dos dados brutos énecessário afectá-los de várias correcçõespara obtermos as profundidades finais,que serão utilizadas nas Cartas Náuti-cas. Estas correcções dizem respeito àredução das alturas de maré, à imersãodos transdutores, à velocidade de pro-pagação do som na água e à atitude daembarcação. Apartir das diferenças obti-das nos pontos de cruzamento das fia-das de verificação com as fiadas princi-pais, é possível, estatisticamente, efectuarum controlo da qualidade dos dados. Por fim são efectuadas as implantaçõesgráficas, em papel vegetal indeformável,e redigido o relatório final de trabalho.O produto final básico de cada levan-tamento é o conjunto dos dados devi-damente validados das profundidadese o correspondente posicionamento emformato digital, complementado pelarespectiva metainformação.

Quantos somos – A BH é constituída porum Oficial superior, que é o chefe da bri-gada, coordenador e responsável portodos os trabalhos realizados pela BH,seis Oficiais subalternos, coordenadorese chefes das equipas de campo, dois Sar-gentos electrotécnicos, que efectuam oapoio logístico e a manutenção de equi-pamentos e 19 Praças de várias classes,que constituem as equipas de sondagempara condução das embarcações de son-dagem e operação das sondas.

Em breve, a BH poderá contar commais dois sargentos especializados emHidrografia, que se encontram actual-mente a frequentar o curso médio deHidrografia na Escola de Hidrografia eOceanografia do Instituto Hidrográfico eque serão integrados nas equipas de campotrazendo consigo uma mais valia na aqui-sição e processamento de dados.

CTEN PAIXÃO LOPESCHEFE DA BRIGADA HIDROGRÁFICA

Z É N I T E

Navio naufragado no rio Tejo, detectado com sondador multi-feixe

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 7

A M A R R A SArtigos de opinião sobre projectosestruturantes no âmbito das Direc-ções do Instituto Hidrográfico

Em finais do século passado, com obug do ano 2000, começou a serequacionada a substituição do

Sistema Integrado de Gestão (mais conhecido como sistema Wang), face àdimensão das alterações necessárias aintroduzir a fim de assegurar o seu fun-cionamento após esta ocorrência. Este desa-fio foi vencido; contudo desde logo sur-giu um novo e grande problema, o Euro,cuja entrada em circulação ocorre em 1 de Janeiro de 2002.

Estes processos de actualização do sis-tema Wang foram concretizados comalgum sucesso, recorrendo, essencial-mente, aos meios internos. No entanto, osistema perde fiabilidade e torna-se cadavez mais evidente a sua desactualizaçãotecnológica, a impossibilidade de evoluire nele desenvolver novas funcionalida-des, designadamente o novo modelo con-tabilístico entretanto aprovado, o PlanoOficial de Contabilidade Pública (POCP).

Paralelamente, o factor tempo assumeuma pertinência cada vez maior e a inca-pacidade de dispor de informação emtempo real (ou próximo disso) torna-se umconstrangimento para a gestão e o bomdesempenho do Instituto Hidrográfico.

Nesta altura, a Marinha inicia o desen-volvimento do Sistema Integrado deInformação Financeira (SIIF), em SAP, eo Instituto Hidrográfico acompanha o pro-cesso na sua fase inicial (2000-2001) naperspectiva de vir a integrar este sistema,o que acaba por não se concretizar.

É neste contexto que, em finais de 2002,o Instituto Hidrográfico promove a aqui-sição de um novo sistema de apoio à ges-tão (SAGe), iniciando o processo dedesenvolvimento das aplicações e a suaimplementação. O arranque do sistemaem produtivo ocorre em 2004.

Em simultâneo, decorre desde finaisde 2003, ao nível do Ministério da DefesaNacional, o processo de aquisição de umnovo sistema de informação de gestão(SIG) a aplicar transversalmente em todoo Ministério.

A mudança do sistema de informação de gestão

do IH um processo complexo

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Hidromar n.º 94, Junho 20068

O Instituto Hidrográfico participaactivamente neste projecto, mas, em vir-tude deste sistema, desenvolvido emSAP, estar desenhado para dar respostaàs necessidades de gestão de organismoscom autonomia administrativa1, acaba porsuspender o seu envolvimento em mea-dos de 2005.

Aaquisição de um novo sistema infor-mático de apoio à gestão visou, essen-cialmente, atingir dois objectivos:ii) assegurar o cumprimento de todas as

exigências legais no âmbito da gestãoadministrativa e financeira – perspec-tiva do cliente externo;

ii) proporcionar a todos os sectores do Ins-tituto Hidrográfico as ferramentasnecessárias à gestão dos recursos dis-ponibilizados – perspectiva do clienteinterno.

Desde a sua entrada em exploração,o SAGe tem vindo a evoluir, procurandoassegurar uma ligação cada vez maiorcom os utilizadores e as suas necessida-des. Neste âmbito, progressivamente,têm-se vindo a desconcentrar funciona-lidades, eliminando redundâncias e dis-ponibilizando aos gestores operacionaisinformação em tempo real.

O processo de desconcentração iniciou-se com a emissão de propostas de aquisi-ção e vales a paiol, tendo numa segundafase sido disponibilizada informação decarácter financeira e orçamental.

Actualmente, decorre aquela que podeser considerada a fase mais importantedo processo de desconcentração das fun-cionalidades que o sistema oferece, ouseja o acesso ao módulo de controlo degestão.

Através deste módulo é disponibili-zada aos utilizadores uma ferramenta sim-ples e intuitiva para a:iii) manutenção da sua estrutura funcio-

nal (ao nível das Acções, Elementos eObras);

iii) elaboração de orçamentos (para clien-tes internos e externos);

iii) imputação de custos não finan-ceiros (pessoal e equipamen-tos);

iv) visualização dos recur-sos afectos a cada acti-vidade (englobarecursos huma-nos, materiais ef i n a n c e i r o s ) ;

iv) apuramento de des-vios.

Esta informação constitui uminstrumento essencial para gerirmelhor, pois permite planear adequa-damente as actividades e recursos a uti-lizar e efectuar um bom acompanhamentoda execução, promovendo as necessáriasmedidas correctivas; no fundo, possibi-lita a melhoria contínua e a aplicação doCiclo de Deming (plan, do, check, act – pla-near, executar, controlar, agir).

A possibilidade de acompanhar aevolução dos indicadores de realização edos recursos dispendidos ao longo do pro-cesso de execução permite a identifica-ção de desvios e a aplicação de medidascorrectivas, elemento vital na prossecu-ção dos princípios da economia, eficiên-cia e eficácia.

Anteriormente, esta informação eraapenas disponibilizada após a conclusãoda actividade, servindo unicamente comoreferência para o futuro. Com o actualsistema, cada gestor operacional temacesso a informação actualizada, quer notocante às actividades sob a sua respon-sabilidade directa, quer no que respeitaàs actividades com subordinação orgâ-nica distinta, mas sob a sua dependênciafuncional.

O módulo de controlo de gestão pro-cura dar resposta às necessidades efecti-vas dos diferentes sectores, pelo que oscontributos dos serviços piloto (Divisões

d eOcea-

nografiae Hidrogra-

fia, Centro deDados Técnico-

científicos e Serviço deElectrotecnia) foram

essenciais para o seu desenvolvimento.Pretende-se, no futuro, continuar a evo-luir positivamente, de acordo com as novasnecessidades que forem surgindo.

Nesta etapa de consolidação do SAGe,podemos afirmar que dispomos agora dacapacidade (meios) para realizar um saltoqualitativo ao nível da gestão dos recur-sos do Instituto Hidrográfico.

A Direcção do Instituto está empe-nhada neste processo. Importa assegurarque não faltará a vontade (motivação),de nenhum sector para materializar estaevolução, uma vez que o sucesso da orga-nização depende do envolvimento detodos.

1 O regime financeiro dos serviços e organis-mos da administração pública comporta dois tipos,a autonomia administrativa ou regime geral e a auto-nomia administrativa e financeira, ou regime excep-cional, sendo que o Instituto Hidrográfico se enqua-dra neste último.

CTEN AN PAULO JORGE NUNES AMARALDIRECTOR FINANCEIRO

AMARRAS

O Hidromar, enquanto publicação do Instituto Hidrográfico, visa promover o conhecimento dassuas actividades e dos seus funcionários, quer internamente (quando utilizado como instrumentode comunicação interna) quer externamente (como veículo de divulgação da excelência da inves-tigação e dos projectos da instituição). Desta forma, o Hidromar será aquilo que os leitores e os colaboradores dele exigirem. É poresta razão que a colaboração, mais que bem-vinda, é necessária. Serão tão necessários arti-gos de índole técnica como artigos de opinião, peças relativas a acontecimentos sociais, curio-sidades, fotografias ou imagens que se considerem relevantes para fomentar a comunicaçãodentro e para fora do Instituto. Sintam-se convidados a participar. [email protected]

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 9

Como fazemos

S O N A R

No âmbito do conceito do Plano deManutenção Longo para as UAM

deste Instituto, o Serviço Geral conjun-tamente com o Serviço de Electrotecniaelaboraram um conjunto de acções, desig-nadamente o levantamento, a identifica-ção das necessidades e a elaboração dasrespectivas Listas de Fabricos Básica, daárea estrutural, mecânica, eléctrica e elec-trónica. Desta forma, efectuaram-se os maisvariados conjuntos de intervenções naslanchas, apoiados neste caso, pela Direc-ção Técnica que superintende os meiosnavais – a Direcção de Navios.

Desde 6 de Outubro de 2005, encon-tra-se em Grande Revisão a nossa UAM«Atlanta» no Arsenal do Alfeite, prevendo-se a conclusão dos trabalhos em Setem-bro do corrente ano, onde se aproveitouesta imobilização para se proporcionarum conjunto de melhoramentos e moder-nizações.

Esta lancha será alvo de um conjuntode beneficiações na área estrutural, elec-tromecânica e segurança. Assim, no sis-tema mecânico e eléctrico, proceder-se-áà remotorização do sistema propulsor comdois motores novos, a instalação de umgrupo electrogénio novo de 11,2 KW, ainstalação de um sistema de emergênciaalternativo de máquina do leme e, a ins-talação de um quadro eléctrico recons-truído.

Na área do bem estar e segurança,proceder-se-á à eliminação do sistemade gás nas cozinhas e a instalação de sis-temas eléctricos, o reapetrechamento dainstalação sanitária com água quente, ainstalação de um sistema autónomo de

ar condicionado, a instalação de um sis-tema automático de detecção de incên-dios e alagamento, a instalação de umabalsa salva vidas nova e, a beneficiaçãodos equipamentos de ajuda à navega-ção, incluindo o sistema de sondagemmultifeixe.

Na área da navegação, ocorrerãovários rearranjos na consola da ponte faceaos novos equipamentos por um lado,por outro, para permitir uma melhor ope-ração, movimentação e visibilidade danavegação, pelo navegador.

Todos estes trabalhos em prol damelhoria de condições, para que o apoioàs missões nas áreas hidro-oceanográficaseja assegurado de forma efectiva, semsobressaltos para as respectivas guarni-ções e tripulação, já que os trânsitos das

nossas lanchas se desenrolam por toda acosta portuguesa.

Entretanto, encontra-se também emfase preparatória, a remotorização da UAM«Fisália», prevendo-se a substituição dosseus motores a curto prazo.

Será de realçar todo o apoio pro-porcionado pela Oficina de Motores Marí-timos do IH, a todas as UAM’s, LanchasHidrográficas e motores fora de borda,muitas das vezes com deslocações aoslocais onde se realizam as missões externas no país, proporcionando destaforma um excelente contributo para queas missões sejam asseguradas sem o can-celamento destas, tendo sempre presenteo apoio e o melhor contributo a todasas acções externa à Direcção Técnica do IH.

CRÓNICA DO APOIOPretende-se com esta crónica, para além dos apoios de manutenção tradicionais àsinfra-estruturas, dar a conhecer alguns dos trabalhos mais importantes realizadosnas Oficinas sedeadas nas Instalações da Azinheira, designadamente a de Mecâ-nica Geral, de Viaturas e Motores Marítimos.

Manutenção das UAM – GRANDES REVISÕES

Apoio à Inovação – PROJECTO NA ÁREA DO FRIO

Com vista a dotar a Divisão da Geo-logia Marinha (GM) de meios autó-

nomos para a prossecução dos seus tra-balhos na área da conservação de amostras,encontra-se em curso a elaboração da res-

pectiva memória descritiva conjunta-mente com a GM, para a aquisição deuma unidade de frio autónoma e dotadade meios especiais para os requisitos esta-belecidos.

Esta câmara será instalada nos novoslaboratórios, num espaço atribuído parao efeito na área da Geologia Marinha, aindano corrente ano.

UAM «Atlanta»

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Hidromar n.º 94, Junho 200610

S O N A R

No corrente ano a Oficina de Mecâ-nica Geral realizou vários trabalhos

de apoio às missões externas para a Ocea-nografia, Hidrografia, Brigadas Hidro-gráficas e Geologia Marinha.

Das várias obras recentemente efec-tuadas, destaca-se os seguintes trabalhos:

– Para a Brigada Hidrográfica (BH), foiprestado apoio logístico para o trans-porte da lancha «Gaivota» a bordo doNRP «Shultz Xavier» e efectuados diver-sos suportes de antenas GPS, no âmbitode uma missão em Cabo Verde, quedecorreu até finais de Julho de 2006;

– Para a Oceanografia, a manufactura deestruturas para adaptação de ADCP’se ROSETTE no âmbito do projecto Her-

mes, a embarcar no NRP «D.CarlosI»em 21 de JUN06, manufactura de men-sageiros, estruturas em inox e alumíniopara marégrafos, manufactura de supor-tes articulados para ADCP’s etc.

– Para a Geologia Marinha, elaboraçãodo projecto e execução de seis colhe-dores SMT, carretel para recolha de cabodo magnetrómetro, manufactura depeças para CORERES, manufactura desuportes para garrafas na posição hori-zontal, este último tratando-se de umprojecto inovador no IH, etc.

– No âmbito de outros apoios, a manu-factura de estrutura metálica para otelhado do PT do IH, apoios diversosde melhoramentos nas cozinhas com acolocação de chapas inox nas zonas de

maior utilização e, a construção de ban-cadas em substituição dos materiais emmadeira, etc.

Na área das Oficinas de Viaturas, des-taca-se a manutenção preventiva e cor-rectiva assistida à nossa frota do IH, com-posta por trinta e três viaturas, doismonta-cargas, seis atrelados e uma motoquatro, com exigências de acompanha-mento de manutenção. Dos vários traba-lhos, salientam-se a recuperação integralde dois UMM’s, incluído a desmontagemde componentes, reparação do motor eórgãos auxiliares, pintura geral e monta-gens definitivas, encontrando-se ao ser-viço do IH.

CTEN PEDRO DOS SANTOS pedro.santos@hidrográfico.pt

Apoio oficinal

Reparando uma viatura Manutenção de uma estrutura para ADCP Reparando motor fora de borda

Azona costeira é região de grandeprodutividade biológica, sus-

tentando vida marinha que englobadesde plâncton a peixes, tartarugase baleias. A maioria dos peixes deágua salgada consumidos é pescadaao longo de uma região de 320 kma partir da praia. Cada ano, tonela-das de lixo é depositado nessas zonas

costeiras e nas cabeceiras de rios. Uma parte crescente dessedepósito acumulado pode ser atribuída à erosão e à des-florestação causadas pela intervenção humana. Além dasdescargas de rios, outras causas contribuem para que a polui-ção chegue ao oceano: escoamento de águas superficiais,transporte atmosférico, despejo de lixo, acidentes de navios,entre outras. Garrafas plásticas não-degradáveis e outrosrestos de consumo deitados fora nas praias são carregadospelas correntes marítimas, causando a morte de milhares depássaros, peixes e mamíferos marinhos que os confundemcom alimento ou que neles ficam aprisionados.

Descargas excessivas de esgoto das áreas urbanas lito-rais levam à eutroficação das águas costeiras, o que pode

alterar a composição das populações de plâncton. O cresci-mento acelerado de plâncton, devido ao elevado teor denutrientes dos esgotos pode levar ao esgotamento do oxi-gênio disponível para os peixes, causando sua morte. Paraalém disso, a presença de bactérias patogénicas no esgototem levado à interdição de praias aos banhistas e a proibi-ções de pesca de moluscos e crustáceos, que concentrambactérias em seus tecidos.

Milhões de toneladas de petróleo atingem o oceano anual-mente, no entando, essa contaminação acumulada em déca-das não chega a cobrir áreas extensas do oceano graças àevaporação eventual do petróleo e à sua degradação porbactérias. Mas, embora o petróleo seja biodegradável, osmicróbios precisam de um período relativamente longo paracumprir sua tarefa, e nesse meio-tempo, um derramamentode petróleo é letal para uma variedade de plâncton, peixese mariscos, assim como para pássaros e mamíferos mari-nhos.

A contaminação do oceano

www.geocites.com

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 11

Aos leitores do HidromarO Hidromar em formato papel é distribuído a quem expressamente o desejar. No cumprimento de um esforçode contenção de custos e de recursos, solicita-se aos leitores do IH que comuniquem, por escrito, a sua inten-ção de receber a publicação em suporte papel, fazendo referência à sua identificação (nome, posto, serviço,funções e morada do local de recepção). Esta informação deverá ser remetida a [email protected] versão digital em formato PDF está acessível em www.hidrografico.pt.

Histórico

Com as obras de recuperação e ampliação do InstitutoHidrográfico levadas a cabo em 1993/94 e com a transfe-rência dos serviços das embarcações da Amora para a Azinheira,

procedeu-se então à dragagem do seu canal. Este servia quase que em exclusivo os serviços do IH, tendo-se colocado

seis bóias devidamente sinalizadas, por forma a possibilitar a melhor segu-rança de navegação às UAM’s e lanchas do Instituto.

Manutenção – o papel das Divisões e Serviços

Com o passar dos anos, a degradação dos materiais e a deriva dealgumas bóias, surgiu a necessidade de se ter que proceder à manu-tenção preventiva das existentes e reposição das restantes. Retira-das as bóias, foram conduzidas a estaleiro onde, após se ter desen-cadeado os diversos pedidos de apoios de obra, os vários serviçosintervenientes tomaram as devidas acções.

Sobre parecer da divisão da Navegação (NV), procedeu-se à devida identificação das bóias, tendo sido pintadas trêsa vermelho (RAL 3001) e as restantes na cor verde (RAL6032). Para além das recomendações dos materiais a apli-car e o fornecimento das respectivas coordenadas mili-tares, encontra-se esta divisão a tratar dos respecti-vos procedimentos de identificação dos novossistemas de balizagem e respectiva legalização, tra-tando-se efectivamente de uma melhoria e ino-vação do sistema de balizagem a aplicar, den-tro em breve.

A divisão de Oceanografia(OC), para além da colaboraçãodirecta na acção de manuten-ção, disponibilizou tintas, 30metros de amarra, 12 sapa-tilhos, e dois pirilampos.

O Serviço Geral (SG),apoio na recolha, construçãode seis poitas de 300 kg, aqui-sição de tintas, de 50 metros decabo, 30 manilhas, 6 torneis, 6 mor-dentes e, todo o apoio logístico de transportes.

O Serviço de Electrotecnia (SE)apoiou no fornecimento do

material eléctrico paratrês das bóias e res-

pectiva aplicação.Finalmente, a

Brigada Hidrográ-fica (BH) coordenou

as acções de recoloca-ção das bóia no canal em função das

coordenada fornecidas.

Colocação das bóiasDa melhor disponibilidade das marés, os

trabalhos de reposicionamento foram execu-tados nos dias 16 e 17 de Agosto de 2005, tendo

sido os materiais embarcados na UAM Fisáliaàs 13.00H, já que esta lancha se encontra equi-

pada com grua adequada para manobra de pesos.Embarcados os responsáveis pelos vários ser-

viços colaboradores (BH, OC, SG e SE), eis que deforma dedicada se concluíram os trabalhos pretendi-

dos sobre a sinalização do canal da Azinheira, possibi-litando-se desta forma a adequada navegação em segu-

rança a todo o tráfego de embarcações locais e lanchashidrográficas do IH.

Destas acções, foi possível constatar o avançado assorea-mento no canal da Azinheira, havendo lugar a um canal nave-gável bastante reduzido, bem como nas zonas de cais acostá-vel, confirmando-se da necessidade de se ter que proceder àsua dragagem a curto prazo.

CTEN PEDRO DOS SANTOSCHEFE DO SERVIÇO GERAL

pedro.santos@hidrográfico.pt

Sinalização do Canal da Azinheira

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Hidromar n.º 94, Junho 200612

S O N A R

Foi publicada a 1.ª edição da Carta Náutica Oficial (CNO)66301 «PORTO DA PRAIA», sito na Ilha de Santiago do

Arquipélago de Cabo Verde e referida a Maio de 2006. Trata--se da primeira Carta Náutica Oficial produzida peloInstituto Hidrográfico no Datum WGS 84.

A CNO 66301 possui nova informação hidrográficade Ordem 1 – Tipo 3, de acordo com as especificaçõesconstantes na publicação S-44 (IHO Standards for Hydro-graphic Surveys – 4th Edition, April 1998) da OrganizaçãoHidrográfica Internacional (OHI) e da Norma TécnicaNTHI-01-98, em grande parte da sua área navegável,nomeadamente na proximidade do cais comercial doPorto da Praia e será impressa no novo sistema Print-on-Demand (POD).

A sua construção surge no seguimento das reco-mendações da Comissão Bilateral de Coordenação doAcordo de Cooperação entre os Governos de Portugale de Cabo Verde nos domínios do Desenvolvimento Marí-timo, Hidrografia, Cartografia, Segurança da Navega-ção e Oceanografia, onde foi acordada a definição deum fólio cartográfico adequado às necessidades da nave-gação de Cabo Verde, cobrindo com planos de grandeescala os portos com maior interesse para a navegação,de forma a corresponder às exigências de uma navega-ção segura e fazer face às necessidades actuais. Nestesentido, o Instituto Hidrográfico (IH) projectou um novofólio cartográfico para o Arquipélago de Cabo Verde quecompreende 15 (quinze) cartas náuticas, estando a CNO66301 inserida na série de cartas de Águas Restritas ouPortuárias de Cabo Verde.

Para mais informações, consulte www.hidrografico.pt ou oDepósito de Documentos Náuticos do IH através do telefone201 943 175 ou do e-mail [email protected].

Foi publicada a 4.ª Edição da Carta Náutica Oficial (CNO)26305 (INT 1877) «PORTO DE LISBOA – DE ALCÂNTARA

AO CANAL DO MONTIJO», referida a Maio de 2006.Esta CNO, à escala de 1:15 000, tem a particularidade de

abranger a área do rio Tejo a sul de Lisboa, conhecida como«Mar da Palha», bem como a zona de confluência dos canais

do Barreiro, Alfeite e da Cuf/Quimigal e os sapais dos conce-lhos do Seixal, Barreiro e Montijo.

A 4.ª Edição da CNO 26305 disponibiliza informação hidro-gráfica nova nas zonas dos principais canais navegáveis e áreasde fundeadouro, sendo que parte substancial foi adquirida comrecurso ao sistema sondador multifeixe, o qual permite a cober-

tura total do fundo. As fontes da informação hidrográficaencontram-se descritas no diagrama de compilação da CNO.

Continuando o procedimento que tem vindo a seradoptado para a impressão de cartas náuticas, a CNO26305 foi impressa no sistema Print-on-Demand (impres-são a pedido), que permite, não só manter um stock mínimode cartas, como estarem sempre actualizadas, no momentoda sua venda, sem a necessidade da introdução dos res-pectivos Avisos aos Navegantes.

A CNO 26305 faz parte de um conjunto de cinco cartas que representam o rio Tejo, desde a sua barra (CNO26303) até Vila Franca de Xira (CNO 26307). Estas CNOfazem também parte da série Internacional de cartas náu-ticas (razão pela qual têm outro número associado), podendoser reproduzidas por outros Estados membros da Orga-nização Hidrográfica Internacional.

Para mais informações, consulte www.hidrografico.ptou o Depósito de Documentos Náuticos do IH através do telef. 210943157 ou do e-mail [email protected].

Nova edição da CENO do Arquipélago de Cabo Verde

Nova edição da Carta Náutica Oficial 26305

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 13

Foi publicada no passado dia 12 de Maio de 2006, a 1.ª edi-ção da Carta Electrónica de Navegação Oficial (CENO) deno-

minada PT200201 – Arquipélago de Cabo Verde. A publicaçãodesta CENO reveste-se de particular interesse principalmentepor dois motivos especiais. O primeiro está relacionado comuma grave lacuna apontada pela generalidade dos navegantese relacionada com a falta de cobertura CENO a nível mundial,principalmente no continente Africano. Apublicação desta CENOdo Arquipélago de Cabo Verde veio dar um forte contributopara colmatar aquela lacuna e contribuir desta forma para quea navegação naquelas águas se torne mais segura.

O segundo motivo de regozijo, prende-se naturalmente coma publicação da 50.ª Carta Electrónica de Navegação Oficial(CENO) S-57/3 produzida no IH.

A CENO PT200201.000, «Arquipélago de Cabo Verde», parauso da navegação oceânica, com uma escala de compilação de1:350 000 vem contribuir para a cobertura internacional da sériegeral de CENO cuja importância é vital para os imensos naviosque diariamente cruzam a costa africana.

A cobertura total,em breve, do conti-nente Africano por in-formação CENO oceâ-nica, principalmentedos denominados Paí-ses Africanos de LínguaOficial Portuguesa, se-rá um grande aliciantepara as companhias de

navegação internacionais que operam os seus navios por todoo mundo.

A utilização de CENO, num estudo efectuado pela socie-dade classificadora Norueguesa Det Norske Veritas para a nave-gação nas costas deste país, pode reduzir até 40% a ocorrênciade acidentes marítimos e contribuir assim para evitar os danosgravosos para o meio ambiente bem como para a redução dosprémios de seguro dos armadores.

As CENO produzidas e actualizadas no Instituto Hidro-gráfico são comercializadas através dos distribuidores auto-rizados pelo IC-ENC, cujo catálogo se encontra disponívelatravés do site www.ic-enc.org (também disponível em Por-tuguês).

O IH produz a 50.ª CENO S-57/3

Foi publicada a 2.ª Edição da Carta Náu-tica Oficial (CNO) 25R12 «VILA-

MOURA À FOZ DO GUADIANA», refe-rida a Maio de 2006.

Esta CNO está inserida na série de Cartas para a Navegação de Recreio, constituída por 12 cartas de pequenasdimensões (A2), formato que visa faci-litar o manuseamento a bordo das embar-cações de recreio. A série das 12 CNOpara a Navegação de Recreio é apre-sentada num dossier de capa dura, dedimensões A3.

A série de CNO para a Navegação deRecreio, actualmente em vigor, tem comoobjectivo possibilitar a navegação aolongo da costa de Portugal continental.Contêm, além da informação normal deuma Carta Náutica Oficial, informaçãosuplementar sobre as infra-estruturas eplantas das marinas e portos de recreioda zona abrangida pela carta. Esta infor-mação encontra-se representada no versoda carta, de forma a manter o formatoadoptado e a não perder a cobertura car-tográfica.

Dando continuidade ao novo métodode impressão de cartas náuticas, a CNO25R12 foi impressa no sistema Print-on--Demand (impressão a pedido), apresen-tando um novo grafismo, mais modernoe com a informação adicional sobre asmarinas, atrás referida, impressa na frenteda carta, tornando-se assim mais acessí-vel para o navegante.

Importante o facto da CNO 25R12,seguindo as novas recomendações daOrganização Hidrográfica Internacional,

ser a primeira CNO do fólio de cartas dePortugal a utilizar o sistema de referên-cia mundial WGS-84. Assim, para estacarta, as posições retiradas do GPS pode-rão ser marcadas directamente na carta,não sendo necessário efectuar qualquercorrecção adicional.

Para mais informações, contacte o Depósito de Documentos Náuticos, atra-vés do telefone 21 094 31 57 ou do [email protected].

Foi publicada a 2.ª edição da Carta Náutica Oficial 25R12

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Hidromar n.º 94, Junho 200614

S O N A R

O Projecto

Oprojecto de arquitectura, de carizmoderna, assentou num pressu-

posto de dignificação de todo o conjuntoarquitectónico onde o edifício se insere,contribuindo para a valorização não sóda imagem mas também da funcionali-dade do próprio Instituto Hidrográfico,dotando-o de melhores e mais modernasinstalações, devidamente integradas naconstrução de traça renascentista – o Con-vento das Trinas.

Desta forma, atento os vários cuida-dos, possibilitou-se a recriação de umambiente de prestígio passando pela qua-lidade aliada ao bom gosto, uma vez quese trata de duas unidades laboratoriaisde grande valia técnica para a missão doIH. Assim, nos interiores foram criadaszonas francas de circulação que permi-tem o fácil acesso às diversas áreas específicas. Os elementos estruturais deconstrução – pilares e vigas – foram con-siderados como aliados quer no seu âmbitofuncional quer no sentido estético. Paramelhor conforto e eficácia, atenderam-seàs regras e boas normas de climatização,maximizando a iluminação natural, atra-vés de fachadas compostas por um con-junto vasto de janelas envidraçadas.

A ampliação proporcionou a cons-trução de dois novos pisos sobre o antigo

edifício dos laboratórios, bem como oprolongamento do edificado existenteaté ao alinhamento com uma das pare-des do Convento, entre o qual foi pos-sível interligar ao nível do Piso 5, pro-porcionando, deste modo, uma mais valiaem circulação, segurança e funcionali-dade daquele piso. O edificío conta comum elevador.

Os trabalhos desenvolvidos assenta-ram nas seguintes plataformas de áreasde construção:

– áreas a remodelar 894,00 m2

– áreas a ampliar 982,00 m2

– área bruta total de construção 1.876,00 m2

A execução do projecto compreendeua apresentação do respectivo Projecto deArquitectura, e as respectivas especiali-dades:

– projecto de estabilidade;– projectos de águas, esgotos domésticos e plu-

viais;– projecto de AVAC (aquecimento, ventilação e ar

condicionado) e ventilação Específica;– projecto da rede de gases;– projecto de Segurança;– caderno de encargos (incluindo o de aquisição

dos mobiliários).

O projecto e a respectiva execução dasredes eléctrica, normal e de emergência,

cablagem estruturada e comunicações dedados foram assegurados pelo IH, comrecurso aos meios humanos e técnicos pró-prios do Serviço de Electrotecnia.

Por forma a respeitar requisitos noâmbito da Higiene e Segurança e de adequadas condições de utilização dosespaços laboratoriais e gabinetes admi-nistrativos, o edifício está dotado demodernos e eficazes sistema AVAC e sis-tema de detecção de incêndios, para cli-matização, ventilação e segurança contrariscos de incêndio. Este sistema AVAC éequipado por uma rede de gestão de infor-mação dos dados ambientais, de formaautónoma que garante simultaneamenteeconomia energética e custos de explo-ração, condições e conforto em todos ospisos e zonas dos laboratórios.

Por fim, os laboratórios foram equi-pados com mobiliários técnicos, apos-tando-se num conceito de mobiliário adequado e moderno, com grande capa-cidade de transformação possuindo osdetalhes de design, funcionalidade, iden-tidade e de personalização necessáriasaos ambientes laboratoriais. Toda a gamade produtos, sob o ponto de vista de segu-rança, obedeceu à certificação TÜV/GS,segundo as normas EN, DIN, DVGW eVDE.

A remodelação dos laboratóriosDesde 17 de Janeiro de 2005 que está em curso a remodelação e ampliação do antigo edi-fício dos Laboratórios da Química e Poluição do Meio Marinho e da Geologia Marinha,encontrando-se na sua fase final de aprontamento. Presentemente, decorrem já os proces-sos de reinstalação do pessoal e dos equipamentos, designadamente dos que estiveram provisoriamente instalados na Escola Naval, no ICAT e nas Instalações da Azinheira. De referir o excelente apoio prestado pela Escola Naval que recebeu o pessoal e meios deum dos laboratórios GM, durante todo o curso das obras.

Interior mobilado

Sistemas de Hottes

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 15

A EmpreitadaRecuperação de materiais

Todo o material passivo de rea-proveitamento foi desmontado eassegurada a respectiva guarda.

Desta forma, foram reutiliza-dos muitos componentes, nomea-damente:

– todos os vidros de portas e janelas foramdesmontados;

– diversas divisórias amovíveis – partedestas entretanto montadas na obra deremodelação da Divisão de Hidrogra-fia, na preparação de um gabinete pro-visório para a reinstalação de um sis-tema Difractómetro ao serviço dolaboratório da Geologia Marinha;

– todo o material eléctrico passivo de apro-veitamento também foi retirado e guar-dado, como aparelhagens eléctricas,componentes dos quadros e ventila-dores e equipamentos de ar de condi-cionado.

– as bancadas laboratoriais usadas tam-bém foram desmontadas e entreguesna Oficina de Carpintaria para pos-terior aproveitamento – uma boaparte já em uso, integradas no novomobiliário na Casa de Calibração dasBóias;

– também o caso das loiças sanitárias,torneiras, acessórios e tubagens decanalizações também foram reapro-veitados.

Por fim, atento a cuidados denatureza ambiental, as árvores dojardim existente na zona deampliação da obra, foram salva-guardadas, tendo a pereira aba-cate e uma palmeira sido trans-plantadas para as Instalações daAzinheira.

Materiais empregues

A título de curiosidade, anível da construção foram utili-zados alguns materiais cujas carac-terísticas e quantidades merecemalgum destaque, tais como:

– betão – 300 m3;– aço – 60 ton.;– rede de gás tubagem de cobre – 2000

metros lineares;– conjunto de unidades interiores de cli-

matização – 47 unidades;– pavimentos Linóleos – 1170 m2;– áreas exteriores envidraçadas – 400 m2.

CFR PASSOS RAMOS CTEN PEDRO DOS SANTOS

… antes e depois.

Edifício da Química e Geologia …

A costa portuguesa é um paraíso para os amantes da náu-tica de recreio.

A Norte de Portugal, onde o mar é mais bravo a pescade alto mar, o surf e o bodyboard são os expoentes máxi-mos. Ofir, Póvoa de Varzim, Leça da Palmeira ou Espinho sãoapenas algumas das localidades onde é possível levar a caboestas actividades.

Da Figueira da Foz até Sines, há um imenso mundo paradescobrir. As águas acalmam a Sul de Lisboa e as potenciali-dades da costa situada entre a região centro e o litoral alen-tejano garantem a prática de desportos tão díspares como omergulho ou a vela. Mergulhar ou caçar em Peniche ou Sines,fazer surf na Ericeira ou na Praia Grande, navegar à velaentre Cascais e Sesimbra, entre outros, são alguns dos atrac-tivos garantidos.

No Algarve, é uma questão de escolha. A ocidente, rei-nam as actividades subaquáticas; o mergulho e a pesca sub-marina fazem-se na área de Sagres e Lagos. Para os veleja-dores, toda a região algarvia é um enorme campo de regatas,

mas Portimão e Vilamoura são os indicados para alugar umveleiro e fazer umas férias diferentes. Para a prática da pescadesportiva de alto mar, nada como Vilamoura e Tavira:as águassão conhecidas internacionalmente e costumam dar bons diasde pescaria.

Na Madeira, pescar, mergulhar, velejar e fazer surf sãopossíveis em vários pontos da ilha. A Reserva Natural do Gara-jau é uma referência a nível mundial e é recomendável ummergulho nas suas águas. O Porto Santo, com as suas águastransparentes, está também a tornar-se ponto obrigatório paraos mergulhadores.

O arquipélago dos Açores é ainda desconhecido de muitagente. No entanto, já se tornou, há anos, um local de pere-grinação para mergulhadores, pescadores e velejadores. Ilhascomo São Miguel, Faial, Terceira, Santa Maria ou Flores têmreconhecimento planetário.

Amar o marA costa portuguesa é um paraíso para os amantes da náu-

tica de recreio.A Norte de Portugal, onde o mar é mais bravo a pesca

de alto mar, o surf e o bodyboard são os expoentes máxi-mos. Ofir, Póvoa de Varzim, Leça da Palmeira ou Espinho sãoapenas algumas das localidades onde é possível levar a caboestas actividades.

Da Figueira da Foz até Sines, há um imenso mundo paradescobrir. As águas acalmam a Sul de Lisboa e as potenciali-dades da costa situada entre a região centro e o litoral alen-tejano garantem a prática de desportos tão díspares como omergulho ou a vela. Mergulhar ou caçar em Peniche ou Sines,fazer surf na Ericeira ou na Praia Grande, navegar à velaentre Cascais e Sesimbra, entre outros, são alguns dos atrac-tivos garantidos.

No Algarve, é uma questão de escolha. A ocidente, rei-nam as actividades subaquáticas; o mergulho e a pesca sub-marina fazem-se na área de Sagres e Lagos. Para os veleja-dores, toda a região algarvia é um enorme campo de regatas,

mas Portimão e Vilamoura são os indicados para alugar umveleiro e fazer umas férias diferentes. Para a prática da pescadesportiva de alto mar, nada como Vilamoura e Tavira:as águassão conhecidas internacionalmente e costumam dar bons diasde pescaria.

Na Madeira, pescar, mergulhar, velejar e fazer surf sãopossíveis em vários pontos da ilha. A Reserva Natural do Gara-jau é uma referência a nível mundial e é recomendável ummergulho nas suas águas. O Porto Santo, com as suas águastransparentes, está também a tornar-se ponto obrigatório paraos mergulhadores.

O arquipélago dos Açores é ainda desconhecido de muitagente. No entanto, já se tornou, há anos, um local de pere-grinação para mergulhadores, pescadores e velejadores. Ilhascomo São Miguel, Faial, Terceira, Santa Maria ou Flores têmreconhecimento planetário.

Amar o mar

Para mais informações, visite o sitewww.visitportugal.com

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Hidromar n.º 94, Junho 200616

S O N A R

SICOPA – Sistema de Informação da Costa Portuguesa

Foi desenvolvido pelo Centro de Dados Técnico-Científicos um sis-tema de informação para visualização de pontos conspícuos da costa

portuguesa. Este sistema consiste numa aplicação que permite visua-lizar através de hiperligações, fotografias dos principais portos, faróise pontos conspícuos de toda a costa continental portuguesa. Como infor-mação base e complementar, este sistema contém os limites políticos,toponímia, faróis e fotografias de satélite.

Após a compilação de toda a informação, o produto final pode serdisponibilizado em DVD (sem encargos de licenciamento).

ESTAGIÁRIA ANA NOBRE Interface gráfica da aplicação SICOPA

Aimplementação de um SistemaIntegrado de Gestão de Quali-dade, Ambiente e de Segurança

e Saúde no Trabalho e Acreditação dosLaboratórios, é um objectivo do InstitutoHidrográfico. Este projecto será imple-mentado por fases, iniciando-se pela cria-ção de um Sistema de Gestão de Quali-dade (SGQ), que vise a certificação dosprocessos relacionados com os produtose serviços do IH e, com a Acreditação dosLaboratórios (AdL) das Divisões de Quí-mica e Poluição do Meio Marinho e Geo-logia Marinha.

Neste âmbito foi realizada, pelaempresa EQUIOR, no passado mês deAbril, no Auditório do IH, uma acção deformação, contando com 13 participan-tes, das três Direcções, sobre a norma NP EN ISO 9001:2000 (Sistema de Ges-tão Qualidade – Requisitos). Esta teve

como objectivo garantir a aptidão dos par-ticipantes para a utilização da norma comoinstrumento de gestão no local de traba-lho e referencial de excelência para a rea-lização de auditorias internas.

O percurso de uma instituição no sen-tido da implementação e certificação deSistemas de Gestão é sempre uma deci-são estratégica que obriga ao envolvimentode toda a estrutura de gestão e dos seuscolaboradores. Tendo como lema «Conhe-cer para implementar», foi realizada nomês de Junho uma acção de divulgaçãointerna, sobre Sistemas de Gestão de Qua-lidade e Acreditação dos Laboratórios.

A acção de divulgação foi efectuadapelo CTEN Moreira Pinto, pela 2TEN Isa-bel Cruz e Eng. Pilar da Silva, contadocom a presença das chefias e dos funcio-nários que se acomodaram num Auditó-rio repleto. Cientes que para a imple-

mentação do SGQ e AdL é fundamentalconhecer as normas de apoio, o seu sig-nificado e o seu modo de aplicação à nossaorganização, a apresentação procuroutransmitir estes pontos, focando a evo-lução da Qualidade e das famílias dasnormas ISO associadas, com particularatenção sobre as normas ISO 9001:2000 ea ISO 17025:2005 (Requisitos de compe-tência para laboratórios de ensaio e cali-bração), bem como as etapas associadasaos respectivos processo de certificaçãoe acreditação.

Na actualidade a Qualidade já é maisdo que uma exigência dos consumido-res. As empresas e instituições passarama ter obrigações legais e morais, que aslevou a reflectir sobre os seus princípioséticos, as suas práticas de gestão e apli-cação de novas tecnologias. Para uma ins-tituição como o IH que caminha diaria-mente para se constituir como um centrode excelência e qualidade de investiga-ção e desenvolvimento no âmbito das ciên-cias do mar, este será um caminho natu-ral. Para o êxito desta tarefa será necessárioo empenho de todas as partes interessa-das, entendidas como clientes, accionis-tas, trabalhadores, fornecedores, comu-nidades locais e a sociedade em geral,com realce óbvio, para os funcionários echefias do IH. Assim, a implementaçãodestes sistemas constituir-se-á como umamais valia para todos. Contamos consigo!

CTEN MOREIRA PINTO

Sistema de Gestão da Qualidade e Acreditação dos Laboratórios

Conhecer para implementar – Formação e acção de divulgação interna

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 17

Actividades das divisões e navios hidrográficosDivisões

QUÍMICA E POLUIÇÃO No dia 20 de Abril reali-zou-se mais uma campanha de águas subterrâneas noâmbito do projecto VALORSUL. Vão ser recolhidas amos-tras de água, em seis piezómetros localizados nas ime-diações da Central de Tratamento de Resíduos SólidosUrbanos, em S. João da Talha. Dois piezómetros atin-gem os 25 metros de profundidade e os restantes ape-nas 15 metros. As amostras de água são colhidas emcolaboração com os técnicos da LABELEC e seguida-mente são preservadas e acondicionadas para poste-rior análise em laboratório.No dia 18 de Maio efectuouma campanha de monito-rização do projecto VALORSUL, com recolha de amos-tras de água em três estações do estuário e na vala dedrenagem, na zona envolvente à Central de Tratamentode Resíduos Sólidos Urbanos, em S. João da Talha. Asamostras são colhidas à superfície e no fundo e emsituação de preia-mar e de baixa-mar. Todas as amos-tras vão ser preservadas e conservadas para posterioranálise em laboratório.No dia 20 de Junho e seguintes foi realizada a campa-nha de colheita de amostras de sedimento em 4 locaisda frente do rio Tejo e um local numa secção da foz dorio Trancão. Este trabalho será realizado essencialmentepela divisão de Geologia Marinha e com a colaboraçãoda QP. Com esta missão será finalizada a amostragemno âmbito do trabalho adjudicado pela firma COBA. No dia 22 de Junho foi realizada mais uma campanhade amostragem de águas subterrâneas no âmbito doprojecto VALORSUL. Vão ser colhidas amostras de água,em seis piezómetros localizados nas imediações da Cen-tral de tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, em S.João da Talha. Dois piezómetros atingem os 25 metrosde profundidade e os restantes apenas 15 metros. Asamostras de água são colhidas em colaboração com ostécnicos da LABELEC e seguidamente vão ser preser-vadas e acondicionadas para posterior análise em labo-ratório.

NAVEGAÇÃO No dia 20 de Abril o CFR Proença Men-des esteve presente numa reunião na Direcção de Faróispara discussão de Projectos e Visita a Cabo VerdeNo dia 3 de Maio o CFR Proença Mendes esteve pre-sente numa reunião com a Skysoft para discutir possí-vel projecto «Auto-estradas Marítimas».No dia 5 de Maio o CFR Proença Mendes deslocou-seao Alqueva para verificação os mapas da Albufeira.Nos dias 8, 9 e 10 de Maio o CFR Proença Mendes e oCTEN Rafael da Silva participaram na Conferência Euro-peia de Navegação, Manchester no Reino Unido.De 17 a 28 de Maio o Cte. Proença Mendes participouna Conferencia da AISM/IALA em XangaiNo dia 12 de Maio o CTEN Rafael da Silva participouna Palestra ao Curso para Comandantes Imediatos deUnidades Navais, no CITAN.Nos dias 29 e 30 de Junho o CFR Proença Mendes estevepresente no curso de liderança.

OCEANOGRAFIA No período de 10 a 16 de Abrillevantaram-se os correntómetros fundeados nos estuá-rios do Douro e Minho no âmbito do projecto ECOIS.No dia 12 de Abril de 2006 fizeram-se testes ao guin-cho do NRP «Auriga».No dia 16 de Maio de 2006 fizeram-se trabalhos demanutenção e controlo azimutal da Estação Meteoro-lógica de Viana do Castelo.No dia 17 de Maio de 2006, o Cte. Santos Martinho par-ticipou na reunião do comité português para a COI noâmbito do acompanhamento do Sistema Global de Alertaa Tsunamis.No período de 22 a 28 de Maio deu-se início à prepa-ração da campanha de fundeamento e manutenção daBóia ODAS das Flores.No período de 29 de Maio a 4 de Junho fizeram-se tra-balhos de fundeamento de três amarrações corrento-métricas no âmbito do projecto HERMES, a bordo doNRP «Andrómeda».A equipa de campo da secção de Agitação Marítima daDivisão de Oceanografia deslocou-se ao arquipélagodos Açores com o objectivo de proceder a trabalhos demanutenção e fundeamento da Bóia ODAS das Flores.Esteve em curso a recuperação das bóias de protecçãoencontradas à deriva e também a bóia ODAS de Sines.No dia 12 de Junho o Cte. Mesquita Onofre participouna sessão de abertura da conferência «European Under-water Acoustics» em Carvoeiro, Algarve.No período de 19 a 25 de Junho iniciou-se a campanhaoceanográfica no Canhão da Nazaré, no âmbito do pro-jecto HERMES, a bordo do NRP «D. Carlos I».No período compreendido entre os dias 21 e 24 de Junhode 2006, O Cte. Santos Martinho deslocou-se a San-tander, Espanha, no sentido de participar na conferên-

cia ESEOO (Sistema de Oceanografia OperacionalEspanhola).No dia 25 de Junho de 2006 o Cte. Mesquita Onofredeslocou-se aos Açores no sentido de participar no mee-ting «A Politica Marítima Europeia e as Regiões».No período de 26 de Junho a 2 de Julho deu-se conti-nuidade à campanha oceanográfica no Canhão da Nazaré,no âmbito do projecto HERMES, a bordo do NRP «D.Carlos I».Far-se-ão trabalhos de manutenção da bóia Ondógrafodas Flores.Esteve em curso a participação do Cte. Mesquita Ono-fre na ilha do Faial no âmbito do meeting «A PoliticaMarítima Europeia e as Regiões».

CENTRO DE DADOS No dia 10 de Abril, o Dr. Fer-nando Gomes, participou no Seminário «Estado doAmbiente e Cenários de Evolução Futura».Cte Bessa Pacheco e Dra Célia Pata, nos dias 18 a 22Abril, participaram na Conferência HERMES – Palmade Maiorca (Espanha).No dia 27 de Abril, o Cte Bessa Pacheco participou nocurso liderança, no Clube Militar Naval.No dia 9 de Maio, a Eng.ª Inês Félix, participou na Pales-tra aos alunos do curso de Engenharia Geográfica daFCUL sobre aplicações náuticas e navais dos SIG.No dia 18 de Maio, o Cte. Bessa Pacheco participou nareunião semanal CDPM na DGAM.No dia 18 de Maio, o Cte. Bessa Pacheco participou nocurso liderança.No dia 1 de Junho, o Cte. Bessa Pacheco participou naReunião semanal CDPM na DGAM.O Dr. Fernando Gomes participou na conferência «Buil-ding Coastal Knowledge and GI» em Cork (Irlanda)nos dias 12 a 18 Junho.

GEOLOGIA MARINHA No período de 3 a 9 de Abril,a ASPOF C.Fradique e J. Marques do cabo Gonçalvesparticiparam na Campanha de Acesso ao porto de Lei-xões a bordo do NRP «Andrómeda».A 2TEN Ana Santos e a TS1 Cecília Luz participaramno curso de «Organização e Gestão do Litoral» que serealizou no LNEC.Participação dos ASPOF C.Fradique e J. Marques docabo Gonçalves na Campanha de Acesso ao porto deLisboa bordo do NRP»Andrómeda».Participação do TSP João Duarte na acção de formaçãosobre Acreditação do IH que se realizou no IH-Trinas.Participação dos ASPOF C. Fradique e J. Marques doCabo Gonçalves na Campanha no âmbito de apoio àMarinha GM21AM01– «Guerra de Minas – Q-Routes»a bordo NRP «Andrómeda».Participou a INVA Aurora Bizarro e a INVC AnabelaOliveira na reunião anual do projecto HERMES, emPalma de Maiorca – Espanha.Na sequência do pedido de apoio técnico, na área doreconhecimento sedimentar e da localização de minas(Projecto Q-Routes), iniciado na semana anterior como reconhecimento com sonar lateral da área de exercí-cios, o ASP Pereira Marques continuou a participar noexercício SWORDFISH.Na sequência do pedido de apoio técnico, na área doreconhecimento sedimentar e da localização de minas(Projecto Q-Routes), o ASP Pereira Marques participouno exercício SWORDFISH.No dia 12 de Junho, a INVA Aurora Bizarro deslocou-se à Universidade de Aveiro para participar na Assem-bleia-Geral do Laboratório Associado CESAM

HIDROGRAFIAVectorizaçõesCNO 43101 (Arquipélago dos Açores – Grupo Ocidental);CNO 46404 (Ilha Graciosa);CNO 26307 (Porto de Lisboa – de Sacavém a Vila Francade Xira);CNO 152 (Ilha da Madeira – Porto Moniz);CNO 153 (Ilha da Madeira – Porto da Cruz);CNO 154 (Ilha da Madeira – Porto de Machico);Cartas Novas e Novas EdiçõesCompilação da 2.ª Edição CNO 26402Compilação da 2.ª edição CNO 26405Compilação da 2.ª edição CNO 36402Compilação da 1.ª edição CNO 37501Compilação da 1.ª edição CNO 66401Compilação da 2.ª edição CNO 23203Compilação da 1.ª edição CNO 24P01Compilação da 2.ª Edição CNO 24P06Compilação da 2.ª Edição CNO 25R07Compilação da 2.ª Edição CNO 25R10Compilação da 1.ª edição SED1Reimpressões – Impressão das CNO de Angola 300,301, 303, 304, 305, 307, 308, 309, 310, 311, 342, 366, 370,375 para a SONADI.Catálogo – Construção da 11.ª edição do Catálogo deCartas Náuticas Oficiais.

Colagens – Compilação 1 colagem à CNO 26407.Correcção de cartas – Introdução correcções dos AN'sna base de dados e cartas.Continuação da produção das CENO seguintes: –PT446407; PT526305; PT528501; PT548505; PT548524.Preparação de dados para carregar no HPDElaboração de updates às CENOPreparação da reunião 18.º CHRISVectorização do legado de dados hidrográficos paraposterior carregamento do HDWPreparação e certificação dos dados, das escalas de apro-ximações e portuária da área do porto de Peniche e dosPlanos dos Farilhões e Berlengas, na Base de DadosCartográfica.Apoio didáctico e pedagógico ao Curso de Especiali-zação em Hidrografia para Sargentos

BRIGADA HIDROGRÁFICALevantamento topo-hidrográfico no Rio Minho;Levantamento topo-hidrográfico da Marina de Vila-moura;Levantamento hidrográfico em Cascais;Levantamento hidrográfico em Cacilhas;Levantamento hidrográfico no passo da barra Sul doPorto de Lisboa;Levantamento topo-hidrográfico do porto de Peniche;Levantamento topo-hidrográfico do porto de Sesimbra;Processamento dos levantamentos para o SREST (R.A.Madeira), IPTM (Lagos e Alvor) e da Doca da Mari-nha;Processamento do levantamento da Barra Sul de Lx;Processamento do levantamento da Boca do Inferno;Processamento do levantamento Topo-hidrográfico deVilamoura.Levantamento hidrográfico do Rio Douro Levantamento topo-hidrográfico da barra e porto deSetúbal;Participação no exercício SteadFast Jaguar, no âmbitoNATO, e levantamento topo-hidrográfico do portoGrande, ilha S. Vicente, Cabo Verde;Nivelamento geométrico no rio Douro (Crestuma eFreixo);Levantamento canal da Doca Seca do Arsenal do Alfeite;Processamento do levantamento topo-hidrográfico doporto de Peniche;Processamento do levantamento topo-hidrográfico dabarra e porto do Douro;Levantamento topo-hidrográfico do porto da Cruz, nasilhas Desertas e no norte da ilha da Madeira, com empe-nhamento do NRP «Andrómeda»;Levantamento topo-hidrográfico da barra e porto deSetúbal;Participação no exercício SteadFast Jaguar, no âmbitoNATO (Cabo Verde);Nivelamento geométrico no rio Douro (Crestuma eFreixo).

Navios hidrográficos

NRP «D. CARLOS I»Participou no SWORDFISH de 24 de Abril a 14 de Maio.Participou no dia da Marinha de 18 a 21 de Maio, emSines.No período de 30 de Maio a 11 de Junho efectuou levan-tamentos Hidrográficos para a Extensão da PlataformaContinental.Nos dias 19 e 21 de Junho, participou nos eventos dacelebração do Dia da Hidrografia. Foi realizado umembarque de OCS no dia 19 de Junho e um almoço VIPa bordo no dia 21 de Junho.

NRP «ALM. GAGO COUTINHO» No Arsenal do Alfeite, em trabalhos de adaptação anavio hidrográfico.

NRP «AURIGA»Concluiu com sucesso o Treino Assistido em 13ABR.Participação no SWORDFISH de 26 de Abril a 14 deMaio.Efectuou missão lançamento de Ocan Bottom Sismo-graphs, ao largo de Leixões, no período 19JUN a 2JUL.

NRP «ANDRÓMEDA»Concluiu missão Q-routes (Leixões e Lisboa) e posi-cionamento/manutenção bóia ODAS Faro de 2 a 23 deAbril.Efectuou participação nas provas SONAR LOPAS doNRP Delfim, no período de 22 a 23 de Maio.Efectuou missão HERMES, no período de 29 de Maioa 4 de Junho.Efectuou levantamentos hidrográficos na costa da Ilhada Madeira, no período 19JUN a 23JUL.

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Hidromar n.º 94, Junho 200618

Introdução

OInstituto Hidrográfico participouno exercício SWORDFISH 2006,de 2 a 12 de Maio de 2006, for-

necendo toda a previsão ambiental às for-ças navais, através do estabelecimento docentro de fusão de dados na Divisão deOceanografia, no âmbito de operações deRapid Environmental Assessment (REA).

O exercício foi constituído por duasgrandes áreas de operação, combinandoa componente naval, visando treinar osnavios combatentes nos diversos cená-rios de ameaça anti-submarina, superfí-cie e anti-aérea, e com diversas vagas dedesembarque anfíbio na praia de Pinheiroda Cruz. O exercício contou com a pre-sença de navios portugueses, espanhóis,franceses, alemães, americanos, canadia-nos, turcos e ingleses, com o objectivo dedesenvolver a coordenação operacionale a uniformização de procedimentos entreunidades de diferentes países.

As operações REAe os seus resultados

As operações REA foram iniciadas,cerca de três meses antes do início do exer-cício, com a produção do EnvironmentalBriefing Document (EBD) em formato CD-ROM e de uma carta de exercício empapel. Estes documentos foram distri-buídos na reunião intermédia de pla-neamento do exercício aos participantesnacionais e estrangeiros em 21 de Março.Na carta de exercício SWORDFISH06 foicompilada informação sobre as áreas deexercício gerais estabelecidas para a costaportuguesa, bem como das áreas de exer-cício específicas para o SWORDFISH06.No EBD foi compilada informação exis-tente na base de dados do Instituto Hidro-gráfico, constituída por informação debases de dados climatológicas, comple-mentadas com uma compilação de dadosin-situ recolhidos pelo IH em campanhasanteriores, e imagens de detecção remota,nomeadamente, informação das caracte-rísticas da praia de Pinheiro da Cruz comfotografias aéreas, caracterização dasbacias hidrológicas do Tejo e Sado e iden-tificação de pontos de apoio para opera-ções com aeronaves, hospitais e outrosdepartamentos da protecção civil.

Afase operacional das operações REA

teve início em 28 de Abril com a activa-ção de uma página web, onde foram com-pilados e disseminados para a força naval,informação meteorológica, oceanográficae operacional, através da publicação deuma página na intranet da MGP (Mari-nha de Guerra Portuguesa), Internet eNSWAN (linha segura da NATO) de modoa permitir o acesso a todas as unidadespresentes no exercício.

Na Fig. 1 apre-senta-se o esquemado fluxo de infor-mação utilizado nasprevisões ambien-tais. As previsõesmeteorológicas sãocompiladas a partirde dados do UKMO(Centro de PrevisãoMeteorológica doReino Unido), doFNMOC (Centro dePrevisão Meteo-Oceanográfica daMarinha do Esta-dos Unidos) e do IM(Instituto de Meteo-rologia). Da gamade produtos meteorológicos que pode serconsultada em formato tabular ou atra-vés de imagens podemos referir, a direc-ção e intensidade do vento, temperaturado ar à superfície e pressão atmosférica,cartas de tempo e informação de humi-dade relativa e precipitação. Os resulta-dos dos modelos meteorológicos NOGAPS(do FNMOC) cobrindo toda a área doAtlântico Norte com baixa resolução e domodelo ALADIN (do IM) cobrindo umaárea em torno de Portugal continental commaior resolução, são utilizados não só naprodução de produtos meteorológicos mas

também no forçamento dos modelos deagitação marítima (WW3 e SWAN) e cor-rentes (HOPS).

O modelo para a previsão de agita-ção marítima WAVEWATCH III (WW3)é um modelo espectral à escala oceânica.O WW3 está implementado na bacia doatlântico norte, cobrindo a área 20°N –70°N e –70°W – 0°W com uma resoluçãoespacial de 0.5°. O modelo é forçado pelo

campo do vento, gerado pelo NOGAPS,com um intervalo de 12 horas e uma reso-lução espacial de 1°. É fundamentalmenteutilizado para a determinação das con-dições de agitação marítima ao largo dacosta portuguesa, permitindo deste modoestabelecer o forçamento das fronteirasdos modelos regionais e locais de alta reso-lução.

Os modelos regionais e locais sãobaseados no modelo SWAN, um modeloque apresenta resultados mais realistasque o modelo WW3, fundamentalmenteem zonas de baixas profundidades, devido

POSTO DE VIGIAOlhar para dentro

Apoio ambiental ao exercícioSWORDFISH06

Fig. 1 – Fluxo de informação numa operação REA

Fig. 2a – Modelo WW3 com informação da alturasignificativa da agitação marítima em 6 de Maiode 2006

Fig. 2b – Modelo SWAN regional com informaçãoda altura significativa agitação marítima em 6 de Maiode 2006 para a região de Portugal continental

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 19

ao facto da física do modelo ser mais com-plexa e devido às melhores resoluções dagrade do modelo e do vento utilizado,neste caso o ALADIN com uma resolu-ção espacial de 1/10° de grau. Neste pro-cesso de interligação de modelos que sedesigna de «nesting», modelos sucessi-vos de maior resolução, obtêm o força-mento das suas fronteiras do modelo ante-rior, de menor resolução, podendo-sechegar a uma resolução da ordem dasdezenas de metros. É desta forma que seconsegue fazer a previsão da ondula-ção/rebentação na praia de Pinheiro daCruz (ver Figs. 2a a 2e) para um períodode 72 horas. Como se pode observar àmedida que caminhamos para modelosde maior resolução, são mais realistas aszonas de sombra/protecção dos cabos elinha de costa (ex. zona a sul de Sesim-bra) e também as zonas de grande ate-nuação da energia das ondas por dissi-pação de fundo (ex. zona envolvente deSines).

Na Fig. 2e é representada a altura darebentação e profundidade respectiva, aolongo de um troço da praia de Pinheiroda Cruz. Pode-se observar que neste diaa altura da rebentação diminui com a des-locação ao longo da praia para norte, estetipo de informação permite a escolha doponto de desembarque ideal. O modelofoi validado comparando dados da bóiade Sines com previsões a 24 horas (cor-respondendo ao mesmo período) dadas

pelo modelo SWAN local (ver Fig. 3), pode-mos observar que a altura significativa,o período médio e a direcção são bemrepresentadas, havendo apenas umaligeira subestima da altura significativapelo modelo. Numa tentativa de melho-rar o serviço prestado pelo InstitutoHidrográfico, foram já desenvolvidos,desde o SWORDFISH06, novos produ-tos, dos quais podemos salientar o his-tograma direccional da altura significa-tiva num ponto (Fig. 4a) e as sériestemporais da previsão da altura signifi-cativa, altura da ondulação e vaga, bemcomo as direcções e períodos de pico emédios (Fig. 4b).

A previsão da circulação costeira foiobtida através da utilização do modeloHarvard Operacional Prediction System(HOPS), desenvolvido na Universidadede Harvard (USA) e que permite a obten-ção de diversos produtos, tais como (VerFigs. 5a a 5d): profundidade da camadade mistura, temperatura e direcção da cor-rente a diversos níveis (desde a superfí-cie até ao fundo), níveis de velocidade dosom e perfis verticais de temperatura esalinidade. A velocidade de propagaçãodo som é posteriormente utilizada parao cálculo da probabilidade de detecçãode um submarino por uma unidade desuperfície.

Este modelo foi implementado no IHno início de 2000, tendo já sido utilizadoem diversos exercícios navais e situações

de crise. Aversão do modelo HOPS imple-mentada no IH descreve a evolução lentado oceano, caracterizada por escalas tem-porais de um dia ou superiores, a qualengloba as correntes induzidas peloregime de ventos. O modelo não descreve,contudo, processos mais rápidos comosejam a agitação marítima (escalas tem-porais de alguns segundos a uma dezenade segundos) ou a maré (escalas tempo-rais semí-diurnas).

Partindo das condições oceânicasobservadas num dado momento, o modeloHOPS resolve o conjunto de equações quedescrevem a evolução no tempo dos prin-cipais parâmetros oceanográficos (cor-rente, temperatura, salinidade) e deter-mina, em cada um dos pontos da malhatri-dimensional, o valor desses parâme-tros em instantes subsequentes. Este cál-culo requer o conhecimento da evoluçãodos campos meteorológicos, em particu-lar do campo do vento que constitui umdos principais mecanismos de força-mento da dinâmica oceânica.

Um aspecto essencial do modeloHOPS, o que o distingue de muitosoutros modelos numéricos existentes e otorna verdadeiramente operacional, é ofacto de estar dotado de um modo deassimilação de dados, o que permite com-binar, através de métodos estatísticos,observações na área com resultados domodelo de modo a melhorar as previ-sões, tornando-as o mais realistas possí-

Fig. 2c – Modelo SWAN local com informação daaltura significativa da agitação marítima em 6 de Maiode 2006 para a região envolvente do exercício

Fig. 2d – Modelo SWAN com informação da alturasignificativa da agitação marítima em 6 de Maiode 2006 para a praia de Pinheiro da Cruz

Fig. 3 – Comparação entre dados da bóia de Sinese o ponto respectivo do modelo SWAN local. Os dadosdo modelo correspondem a uma previsão a 24 horas

Fig. 4a – Histograma direccional da altura signifi-cativa da agitação marítima num ponto

Fig. 2e – Altura e profundidade da rebentação aolongo de um troço da praia de Pinheiro da Cruz

Fig. 4b – Séries temporais da previsão da alturasignificativa, altura da ondulação e da vaga (emcima), direcção média e de pico (no meio) e períodomédio e de pico (em baixo)

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Hidromar n.º 94, Junho 200620

POSTO DE VIGIA

vel. Neste sentido, o modelo é um equi-valente oceânico dos modelos de previ-são meteorológica utilizados actualmente.Para as previsões realizadas no âmbitodo REA do exercício SWORDFISH06 uti-lizaram-se os perfis de temperatura e sali-nidade obtidos com a sonda CTD peloNRP «D. Carlos I», no decurso da mis-são de 24 a 28 de Abril e de 2 a 6 de Maio.Os dados recolhidos no primeiro períodopermitiram fazer a inicialização do modelo(atribuir a cada ponto da malha um valorde temperatura e salinidade) e os dadosrecolhidos no segundo período foram assi-milados, de modo a não permitir a diver-gência do modelo relativamente à reali-dade.

A partir dos resultados do modeloHOPS foram ainda obtidas previsões dosperfis de temperatura e salinidade no inte-rior das áreas de exercício, as quais foramutilizadas no cálculo dos alcances acús-ticos previstos para os diversos sensoresenvolvidos nas operações. Os modelosacústicos utilizados foram preparados para

simular a área de operações da forma maiseficiente. Para isso foi necessário carac-terizar os tipos de fundo, batimetria e tipode sensores envolvidos numa base dedados, que era usada sempre que omodelo funcionava. Juntamente com estainformação da base de dados, os mode-los necessitavam de informação ambien-tal recolhida pela força naval ou prove-niente das previsões ambientais do IM edo modelo HOPS.

Os modelos acústicos são uma ferra-menta poderosa que no entanto exigemuma grande disponibilidade de dados. Ainformação necessária para os modelosacústicos pode ser dividida em duas gran-des áreas: tipo de sensores e condiçõesambientais. Na caracterização do tipo desensores é necessário introduzir nosmodelos informação sobre profundidadedo transdutor, lobos laterais, abertura defeixe, frequência, Source Level (SL), tipode sinal emitido, largura de banda do sinal,ruído próprio da plataforma (a várias velo-cidades e a diferentes marcações), velo-cidade do navio, índice de directividade,detection threshold e outros consideradosessenciais para uma previsão sonar fiá-vel. A caracterização ambiental tambémé vital para estes modelos, sendo neces-sário introduzir valores de ondulação,vento, perfis de temperatura e salinidade,PH, tipo de fundo e batimetria.

Após definir todos estes parâmetros,os modelos produziam várias previsõesaté 72 horas para os diversos sensores emuso na força, os quais compreendiam sona-res de casco, sonobóias activas e passi-vas e sonar de profundidade variável ope-rado a partir do helicóptero, tendo sidoobtidos excelentes resultados.

Após a compilação de toda a infor-mação, a página web do exercício era actua-lizada diariamente, com previsões para

os próximos 3 dias. Para fornecer a infor-mação às unidades que não dispunhamde acesso à Internet eram também envia-das mensagens ambientais com umresumo dessa informação.

ConclusõesAs experiências adquiridas pela equipa

de apoio REA em exercícios anteriores,foram essenciais para o bom desempenhonesta missão. Os trabalhos futuros passampela constante melhoria e automatizaçãodos procedimentos e pela implementaçãode algoritmos mais eficientes e contendoprocessos físicos mais complexos. Dever-se-á também melhorar a interligação entreos diversos modelos, reforçar a colabora-ção com a equipa de desenvolvimento doALADIN no IM e implementar estratégiasde observação vocacionadas para a ocea-nografia operacional.

Uma força naval com uma previsãoe análise cuidada das condições ambien-tais, poderá maximizar os recursos e evi-tar acidentes e situações de inferioridadetáctica. Quem fizer a melhor previsãopoderá obter vantagem e apresentar-seem melhores condições na altura doembate das forças. No entanto, o apoioambiental é também indispensável paraapoio a operações hidrográficas e ocea-nográficas, para a segurança da navega-ção, operações de patrulha e de busca esalvamento, entre outras. Por essa razão,poderá pensar-se num sistema permanentede apoio ambiental às nossas forças navaisquando o grau de automatização de pro-cedimentos o permitir.

CTEN EH MESQUITA ONOFRECTEN EH SANTOS MARTINHO

DR. JOÃO VITORINODR. JOSÉ PAULO PINTO

DRA. SARA ALMEIDADR. FILIPE VIEIRA

Fig. 5a – Previsão do modelo HOPS para a pro-fundidade da camada de mistura em 8 de Maio

Fig. 5b – Previsão do modelo HOPS para a tem-peratura e velocidade à superfície em 8 de Maio

Fig. 5c – Previsão do modelo HOPS para a veloci-dade de propagação do som à superfície em 8 deMaio

Fig. 5d – Previsão do modelo HOPS para a velo-cidade de propagação do som e temperatura ao

longo da coluna de água em 8 de Maio

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No período de 24 de Abril a 12 de Maio o NRP «D. Carlos I»participou no exercício naval

Swordfish, executando, numa primeirafase, recolha de informação oceanográ-fica, no âmbito do REA (Rapid Environ-mental Assessement), e, numa segunda fase,actuando como embargo breaker, ou seja,assumindo o papel de navio mercante,de bandeira fictícia, cujo objectivo é o de«furar» um embargo naval.

REAAs operações REAdestinam-se a levar

ao conhecimento dos comandantes dasforças e unidades navais a situaçãoambiental no teatro de operações, de formaa optimizar o emprego de armas, senso-res e plataformas em função das condi-ções meteorológicas e oceanográficas exis-tentes. Neste âmbito, o NRP «D. Carlos I»realizou duas campanhas CTD, tendo efec-tuado 162 estações para a aquisição dedados de salinidade, temperatura, pres-são e condutividade ao longo da colunade água. Os dados adquiridos foram envia-dos diariamente, via INMARSAT, para oInstituto Hidrográfico, que depois os pro-cessava de forma a gerar os produtos REApara a força naval.

A primeira campanha de CTD, desig-nada como PRE-CURSOR REA, decorreuentre 24 e 28 de Abril, período corres-pondente à semana anterior ao início dasoperações navais, e contemplou a reali-zação 77 estações. A segunda campanhafoi realizada em simultâneo com a pri-meira parte das operações navais, entre2 e 6 de Maio, sendo designada por OPE-RATIONAL REA. Esta última campanhaserviu para aferir e actualizar a informa-ção obtida na primeira.

O trabalho incidiu sobre uma área quese estendia desde o cabo da Roca e o deSardão, entre o meridiano dos 009.º 48´We linha de costa. Na zona mais exterior ede profundidades superiores a 1500m, oCTD era arriado até esta profundidade,onde cada estação demorava cerca de umahora. Para profundidades inferiores a estevalor, o CTD era arriado até perto do fundo.A execução das estações mais próximasde linha de costa, com profundidades decinquenta ou quarenta metros, apenasdemorava dez minutos. Os esquemas deambas as campanhas encontram-se repre-sentados na figura abaixo, onde os pon-tos representam as estações efectuadas.

Campanha PRE-CURSOR REA

Campanha OPERATIONAL REA

Em ambas as campanhas embarcouuma equipa técnica da Divisão de Ocea-nografia, do Instituto Hidrográfico, de oitoelementos, realçando-se a sua boa inte-gração a bordo e interacção com a guar-nição do navio.

Os objectivos propostos para as cam-panhas foram integralmente atingidos,tendo-se cumprido o planeamento que,à partida, se revelava ambicioso, face àsjanelas de tempo atribuídas para a exe-cução do trabalho. Para o sucesso da mis-são, contribuíram fundamentalmente trêsfactores:– as boas condições meteorológicas e de

agitação marítima que se fizeram sentirao longo de todo o período da missão;

– a boa prestação do pessoal e dos equi-pamentos;

– o conhecimento detalhado das áreas eperíodos temporais das séries que envol-viam outras unidades navais, duranteo OPERATIONAL REA, permitindoque o planeamento e execução das esta-ções CTD decorresse sem interferênciacom os exercícios navais.

Por fim, salienta-se que a execução deestações CTD, nomeadamente as de maiorprofundidade, constituiu uma óptimaoportunidade para os oficiais de quarto

manobrarem o navio para o manter emestação.

Simulação de navio mer-cante (embargo Breaker)

No período de 8 a 12 de Maio, o naviosimulou diversos navios mercantes, emtrânsito para portos cujo acesso se encon-trava controlado por uma força naval emacção de interdição marítima. O navio erainterceptado, interrogado via VHF e sub-metido a uma acção de vistoria por umaequipa de abordagem, armada, que eraenviada pela unidade naval envolvida naimposição do embargo (acção designadacomo boarding). O objectivo é pois o detreinar os navios combatentes em opera-ções de interdição marítima, e as respec-tivas equipas de abordagem, as quais, emcenários reais, podem ser chamadas a exe-cutar vistorias em navios que revelem umambiente hostil, e com material ou pes-soal ilegal escondido a bordo.

Para tornar os exercícios mais realis-tas, empenham-se elementos da guarni-ção para simularem a tripulação de umnavio mercante; nomeia-se um capitão, queé quem se corresponde com o navio a executar a acção de interdição; forjam-sedocumentos, entre os quais os passapor-tes dos tripulantes, e atribuem-se com-partimentos para serem alvo de vistoria.

Este tipo de exercícios constituem umaoportunidade do NRP «D.Carlos I» inte-ragir, de uma forma bem particular, comos navios combatentes, nacionais ouestrangeiros, e em que se apela à criati-vidade e imaginação por parte da guar-nição, seja nos contactos VHF, seja na ocul-tação a bordo de material ficticiamenteilegal. No Swordfish2006, o NRP «D.Car-los I» sofreu quatro boardings, dois do NRP«Sacadura Cabral», um do NRP «Vascoda Gama»e outro do navio alemão FGS«Mecklenburgh Vorpormmern».

A participação do NRP «D. Carlos I»no Swordfish vai ao encontro de uma dasprincipais missões do navio, que é o deapoio à esquadra na condução de opera-ções navais, nomeadamente através daactividade REA, e assinala a presença ea valência da «Marinha Branca», nestecaso de capacidade oceânica, no seio dacomunidade operacional. O cumprimentoda missão constituiu, por outro lado, ummotivo de realização e satisfação para ocomando e guarnição.

CTEN BRANDÃO CORREIACOMANDANTE DO NRP «D. CARLOS I»

NRP «D. Carlos I» no SWORDFISH 2006

Hidromar n.º 94, Junho 2006 21

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POSTO DE VIGIA

Hidromar n.º 94, Junho 200622

… no SWORDFISH06

Durante o período de 3 a 12 de Maiodecorreu sob o comando do Vice-

-Almirante Vargas de Matos – Coman-dante Naval – o exercício conjunto e com-binado, SWORDFISH 06. Trata-se domaior exercício de âmbito internacionalrealizado pela Marinha (de dois em doisanos), em território nacional, envolvendodiversos meios navais aéreos e terrestres.

Como objectivo, pretende-se testar asoperações de vigilância e interdição marí-tima, o desembarque anfíbio, as opera-ções especiais e as operações integradasna luta global contra o terrorismo. Assim,estiveram presentes vinte e três naviosque integram diversas forças, tais como:SNMG1 - Standing Nato Response ForceMaritime Group, EUROMARFOR – Euro-pean Maritime Force, dois submarinos

(Português e Espanhol), dez tipos de aero-naves provenientes de Portugal, Espa-nha, Canada e Suécia, elementos daEscola Prática de Transmissões do Exér-cito, do Centro de Instrução de Opera-ções Especiais e do Batalhão de Infor-mações e Segurança Militar do Exército,envolvendo mais de 3000 efectivos.

O exercício compreendeu três fasesdistintas: uma primeira fase onde o objec-tivo consistia em simular o trânsito dasforças para o teatro de operações execu-tando exercícios seriados de média com-plexidade; a segunda fase que se desti-nava a criar as condições de treino paraque os meios multinacionais e dos diver-sos ramos das Forças Armadas pudes-sem actuar como uma Força Militar coesae integrada; e uma terceira fase onde osmeios simulariam diversas ameaças commais liberdade de acção, criando um cres-

cente realismo ao exercício, culminandocom o desembarque da força anfíbia.

Durante a terceira fase, o N.R.P. Aurigafoi chamado a participar em cinco ope-rações como Embargo Breaker. Nestasacções, o navio actuou como navio mer-cante, pertencente às forças oponentes eenvergando diversos pavilhões (fictícios),simulando o transporte de armamento ecarga proibida por uma resolução da ONU,estabelecida no âmbito do exercício. Nestesentido, o navio deveria tentar entrar nosPortos de Setúbal e Sines iludindo as uni-dades navais que garantiam a coberturada área, e consequentemente, o embargo.

Esta oportunidade de treino foi gra-tificante e constituiu uma experiência enriquecedora para toda a guarnição. O NRP «Auriga» demonstrou possuircapacidades que podem ser aproveitadasno âmbito das operações navais.

NRP «Auriga» …

Catorze meses após a realização doPlano de Treino Operacional, reali-

zado em Julho de 2004, e motivado porum elevado número de rendições (dozedos treze elementos que constituem a guar-nição) e ao pouco conhecimento que ocomandante tinha do navio, pese emboraos diversos embarques já efectuados poreste nesta classe de navios como técnicodo Instituto Hidrográfico, foi solicitadoao Comando do Agrupamento de NaviosHidrográficos que fosse atribuído aonavio um período para efectuar treino pró-prio. Assim, foi decidido por este, solici-

tar à FLOTILHA uma Avaliação dosPadrões de Prontidão (APP).

Tal como definido na doutrina em vigoras APP's têm como objectivo efectuar umdiagnóstico de desempenho do navio nasmais diversas tarefas a que este é cha-mado a participar e, desse modo, identi-ficar deficiências na sua organização edesempenho. Posteriormente, e em fun-ção dos resultados obtidos, é desenvol-vido um programa de treino assistido.

Assim, nos dias 23 e 24 de Março, aEquipa de Avaliação da Flotilha (EAFLOT)deslocou-se a bordo de forma a, com o navio

na Base Naval de Lis-boa, efectuar diversasinspecções (ao nível daorganização) aos diver-sos serviços de bordo,desde a navegação, àsaúde, passando pelasdiversas áreas técnicas

(máquinas, electricidade, entre outras) e,terminadas as inspecções, efectuar umasaída de mar para avaliar o desempenhonas áreas de homem ao mar, combate aincêndios e alagamentos, avaria na insta-lação propulsora, entre outros. Durante todoo período de treino, decorrido de 3 a 13 deAbril, foi notório o esforço, empenho e dedi-cação de toda a guarnição, unida num únicoobjectivo: terminar o treino assistido compadrões de desempenho muito acima dosiniciais, garantindo assim, ao seu comando,e consequentemente à Marinha, umamelhor preparação para a execução dasmissões que lhe são acometidas.

E assim, no dia 13 de Abril, ao sul daBaía de Sesimbra, o navio foi alvo de umaavaliação final, com o resultado globalsatisfatório, tendo em algumas áreas atin-gido o muito satisfatório, e revelando assimum elevado nível de prontidão para ocumprimento das futuras missões.

Fotos do exercício, guarnição do navio e EAFLOT

… avaliação dos padrões de prontidão

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 23

Compete à Marinha, através da com-ponente militar do sistema de forçanaval, a execução de operações

navais em áreas oceânicas e em águas cos-teiras, tornando-se indispensável dispordos meios apropriados para a realizaçãodas actividades de hidrografia e oceano-grafia adequadas a esse fim. Os meiosnavais apetrechados e equipados para arealização dessas actividades designam--se por navios hidrográficos, onde se incluio NRP «Almirante Gago Coutinho».

O NRP «Almirante Gago Coutinho»é um navio hidrográfico da Marinha queestá actualmente em processo de conversãopara a execução de actividades relacio-nadas com os levantamentos hidrográfi-cos e a cartografia náutica, bem como coma investigação e desenvolvimento das ciên-cias do mar, na perspectiva da sua apli-cação, quer na área militar, quer no apoioà comunidade científica.

O presente artigo visa descrever, deuma forma concisa, o projecto de con-versão actualmente em curso do NRP«Almirante Gago Coutinho».

Os navios da classeO NRP «Almirante Gago Coutinho»

integra a classe «D. Carlos I», a qual éconstituída pelos navios de maior porte,com capacidade oceânica. O outro naviodesta classe é o NRP «D. Carlos I». Estenavios faziam parte de uma categoriadesignada por «T-AGOS», quando ao ser-viço da Marinha de Guerra dos EstadosUnidos da América.

Os T-AGOS são navios de vigilânciae detecção submarina. Durante a «guerrafria» tinham por missão a vigilância dafrota submarina soviética, efectuandoperíodos de navegação de longa dura-ção, em áreas oceânicas estratégicas, loca-lizadas nas rotas dos submarinos sovié-ticos. As guarnições eram compostas por21 elementos, reforçadas com pessoal civilpara operar o sistema de detecção sub-marina. Este sistema era composto poruma cadeia com sensores passivos rebo-cados, designada «Surveillance TowedArray System» (SURTASS).

Os NRP «D. Carlos I» (ex-USNS

«Audacious») e NRP «Almirante GagoCoutinho» (ex-USNS «Assurance») foramconstruídos nos Estados Unidos da Amé-rica pela «Tacoma Boat Company»,tendo sido lançados à água em Janeirode 1989 e Janeiro de 1985, respectiva-mente. Com o fim da guerra fria, a Mari-nha Americana resolveu ceder algunsnavios T–AGOS a instituições civis e anações aliadas. Portugal foi uma dessas nações, tendo recebido o NRP«D. Carlos I» em Fevereiro de 1997 e oNRP «Almirante Gago Coutinho» emSetembro de 1999.

Após a chegada a Portugal, o NRP«D. Carlos I», foi adaptado ao desempe-nho das funções de navio hidro-oceano-gráfico no Arsenal do Alfeite, tendo pos-teriormente efectuado diversas missõesno âmbito da hidrografia e da oceano-grafia. Em Outubro de 2001, entrou noArsenal do Alfeite para efectuar os tra-balhos correspondentes à 2.ª fase daadaptação a navio hidro-oceanográfico,incluindo a instalação de um Sistema Son-dador MultiFeixe (SSMF), um perfilador

Projecto de conversão do NRP «Alm. Gago Coutinho»

AMarinha encontra-se em fase de tes-tes para aquisição de novos equi-

pamentos capazes de efectuar a detecçãode minas - Unmanned Underwater Vehi-cles (UUV´s). Assim, e aproveitando o factode o N.R.P. Auriga participar no exercí-cio Sworfish 06 e se encontrar na área detrabalho, foi decidido efectuar o seguinteexercício: • numa primeira fase, efectuar o levan-

tamento a sonar lateral em duas áreasdistintas na área do Porto de Setúbal,recorrendo para isso ao sonar KLEIN5000;

• numa segunda fase, reconhecidas ascaracterísticas e o tipo de fundo, efec-tuar o fundeamento de doze minas per-mitindo dessa forma proporcionar treinode operadores sonar a alguns naviosparticipantes no exercício;

• posteriormente seriam efectuados os tes-tes com o UUV de forma a efectuar adetecção dos alvos, bem como avaliaro comportamento do veículo;

• finalmente, seria efectuado um novolevantamento recorrendo ao sonar late-ral KLEIN 5000 de forma a poder com-parar com os dados de UUV.

Neste trabalho estiveram presentes oCTEN Ventura Borges (Responsável pelaGuerra de Minas e pertencente ao Centrode Instrução de Táctica Naval – CITAN),uma equipa da divisão de geologia mari-nha garantindo a operação e interpreta-ção dos dados de sonar lateral e da divi-são de oceanografia do IH, responsávelpor efectuar os fundeamentos dos contactose uma equipa de mergulhadores, para auxílio do fundeamento e recuperação. Nasimagens podem ser observadas as áreasde operação e as posições planeadas parao fundeamento dos contactos.

1TEN SILVA BARATACOMANDANTE DO NRP «AURIGA»

… pioneiro no lançamento de minas

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acústico de correntes (ADCP) de casco,guinchos e aparelhos de força (incluindodois novos pórticos), equipamentos denavegação, um CTD ondulante e umaembarcação de sondagem.

Desde Maio de 2004, com a actualconfiguração, o NRP «D. Carlos I» exe-cutou diversas missões de carácter científico em águas nacionais e interna-cionais adjacentes. Destacam-se os levan-tamentos hidrográficos para a extensãoda plataforma continental, a execuçãode campanhas oceanográficas para oestudo do canhão da Nazaré, os levan-tamentos geofísicos para caracterizaçãodo fundo e subsolo marinho e a moni-torização ambiental no âmbito do apoioa exercícios navais.

O NRP «Almirante Gago Coutinho»,após a chegada a Portugal, passou aoestado de desarmado a aguardar finan-ciamento para o projecto de conversão.Actualmente encontra-se em fase de fabri-cos, nos estaleiros do Arsenal do Alfeite,para instalação de equipamentos e con-versão num moderno navio hidro-ocea-nográfico, cuja conclusão está prevista paraMarço de 2007.

O projecto de conversãoO objectivo do projecto de conversão

do NRP «Almirante Gago Coutinho» é acriação de uma plataforma hidro-ocea-nográfica, com valências na área da geo-logia e geofísica, recorrendo à instalaçãode equipamento adequado, o que permitiráo desenvolvimento de projectos da comu-nidade científica nacional. Este objectivoencontra-se vertido nos requisitos ope-racionais (POA9), que definem os seguin-tes equipamentos/capacidades a instalar:

• SSMF de grandes fundos;• Sondador de feixe simples de grandes

fundos;• SBP (abreviado do inglês, «Sub-Bottom

Profiler»);• ADCP (abreviado do inglês, «Acoustic

Doppler Current Profiler»);• Posicionamento acústico;• DGPS (GPS Diferencial);• ECDIS (abreviado do inglês «Electro-

nic Chart Display and InformationSystem»;

• Embarcação de sondagem;• Guincho para efectuar corers;• Guincho oceanográfico;• Laboratórios e espaços técnicos equi-

pados com rede de dados, câmaras fri-gorificas e intercomunicadores;

• Capacidade de embarque de 15 técni-cos extra-guarnição.

Actualmente, estão a decorrer traba-lhos de estaleiro que visam re-activar onavio e efectuar o seu apetrechamento,cumprindo os requisitos operacionais. O planeamento prevê que o navio estejaoperacional em Abril de 2007.

Relativamente aos requisitos opera-cionais, ficam alguns equipamentos porinstalar, embora o navio saia reforçadorelativamente aos sistemas acústicos SMF,ADCP e SBP, com capacidades científicasbastante satisfatórias, quando compara-das com outros navios de investigaçãodo mesmo género.

Financiamento do projectoO projecto de conversão envolve

encargos muito significativos, na ordemdos 10 milhões de euros, pelo que a defi-nição da origem do financiamento neces-sário foi um processo complexo, envol-vendo diversas entidades. No processonegocial foram estabelecidas as seguin-tes fontes de financiamento:

• Lei de Programação Militar (LPM): 4Milhões de Euros;

• Orçamento de funcionamento da Direc-ção de Navios: 1,9 Milhões de Euros;

• Fundação para a Ciência e a Tecnolo-gia (FCT): 4,6 Milhões de Euros.

O financiamento pela LPM, visa cobriras despesas com os equipamentos da pla-taforma e os trabalhos de conversão (emestaleiro).

O financiamento da FCT encontra-seprevisto num protocolo celebrado entreo Ministério da Defesa Nacional (MDN)e o Ministério da Ciência, Tecnologia eEnsino Superior (MCTES) em 15 deNovembro de 2004. Este protocolo, até ao

momento, não logrou pro-duzir qualquer resultadoprático, facto que originouatrasos no processo de re-equipamento e transforma-ção do navio.

Face à demora no finan-ciamento da modernizaçãopor parte da FCT, a Marinhaplaneava aprontar o naviopara Setembro de 2006,

dotado apenas das valências básicas paraa execução de actividade hidrográfica.Entretanto, em Dezembro de 2005, aEstrutura de Missão para a Extensão daPlataforma Continental (EMEPC) apre-sentou uma proposta de financiamento,tendo como contrapartida a utilização donavio para os trabalhos de sondagem aefectuar no âmbito da EMEPC. Esta pro-posta, num valor aproximado de 2 Milhõesde Euros, inclui a aquisição dos dois SMF,do ADCP, da sonda biológica e de umsistema de sincronização. Aaceitação destaproposta pela Marinha permitiu avançar,definitivamente, com o projecto de con-versão.

Apesar da falta de financiamentopara adquirir alguns dos equipamentosindicados pela comunidade científica(posicionamento acústico, guinchos ocea-nográficos, corers de pistão, gravímetro,TV grab), os equipamentos fixos da pla-taforma, incluindo os sensores acústicos,serão todos instalados no navio duranteo projecto de conversão em curso.

Face à necessidade de avançar desdejá com a aquisição de certos equipamen-tos e sistemas, a fim de rentabilizar o inves-timento a realizar nos trabalhos de esta-leiro, a Marinha assumiu desde já algunsencargos, cerca de 1,3 milhões de euros,cuja responsabilidade de financiamentoestá cometida à FCT, nomeadamente oguincho para efectuar corers e o SBP.

Considerações finaisApós a conclusão dos fabricos o navio

disporá de modernos sistemas de aqui-sição de dados, que irão garantir redun-dância e complementaridade com o outronavio da mesma classe. Este projecto deconversão é ambicioso, mas realista,fazendo uso da experiência adquiridadurante a adaptação do NRP «D. CarlosI» a navio hidrográfico. O grau de difi-culdade na sua execução aumenta por-que irão ser acrescentadas outras valên-cias, as quais exigem elaborados estudosde engenharia naval, capacidade finan-ceira para suportar os custos e capaci-dade técnica/mão-de-obra qualificadana execução dos trabalhos.

É inquestionável que o país, a Mari-nha e a comunidade científica nacional,têm real e urgente necessidade destenavio devidamente equipado para ainvestigação na área das ciências do mare com valências na área da geologia egeofísica marinha. Esta necessidade estáa ser colmatada, mas muito trabalhoainda está por realizar para a conclusãodo projecto.

Hidromar n.º 94, Junho 200624

POSTO DE VIGIA

NRP «Almirante Gago Coutinho» na chegada a Lisboa, a 7 deAbril de 2000, vindo dos Estados Unidos da América

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 25

Dia da Marinha 2006Presença do IH

na Exposição das Actividades de MarinhaRealizou-se no Centro de

Artes em Sines, de 12 a 21 deMaio, a Exposição de Activi-dades da Marinha. O InstitutoHidrográfico participou naexposição, com um stand, preparado pelo Gabinete deMultimédia, onde foram apre-sentadas imagens a 3 dimen-sões do fundo do mar, emécran plasma, visualizadascom os óculos respectivos, car-tazes divulgando as activida-des técnicas e de investigaçãodesenvolvidas pelo IH bemcomo os seus meios e infra-estruturas, envolvendo asáreas da Oceanografia, Hidro-grafia, Navegação, Centro deDados, Geologia Marinha eQuímica e Poluição do MeioMarinho. Foi impressa parte

da carta de Sines e foi apresentada uma fotografia da reconstituição panorâmicada cidade de Sines vista do Mar.

Visita dos funcionários do IHna Exposição …

No âmbito das comemorações do Dia da Mari-nha em Sines, a Direcção do Instituto Hidrográficoorganizou, mais uma vez, uma jornada para 25 fun-cionários do IH, no dia 19 de Maio, por ocasião dainauguração da Exposição das Actividades de Mari-nha.

O grupo rumou a Sines pela manhã, acompa-nhados do Aspirante Xavier (da Hidrografia).

Ao final da manhã os funcionários do InstitutoHidrográfico visitaram as Unidades Navais, NRP«D. Carlos I» e NRP «Corte Real». Almoçaram naPraia de São Torpes, tendo prosseguido a visita àExposição das Actividades de Marinha.

Discurso do Almirante CEMA«(...) AMarinha alia à sua componente

militar uma actuação no domínio daautoridade do Estado sobre os espaços dejurisdição maritima.

«(...) No âmbito das ciências do mar,o trabalho de investigação é uma reali-dade diária no Instituto Hidrográfico, casade excelência que os portugueses conhe-cem bem da minimização das conse-quências das tragédias do Prestige e deEntre-os-Rios.

«(... )A Marinha está presente em pra-ticamente todos os sectores da vida nacio-nal ligados ao mar e à projecção externado nome de Portugal.

«(...) Também no domínio do conhe-cimento e investigação do mar, há quesemear para colher. Por isso, estamos deci-sivamente empenhados nos estudos e reco-lha de elementos que nos permitam afir-mar direitos de jurisdição nacional sobreos fundos oceânicos até ás 350 milhas náu-ticas».

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Hidromar n.º 94, Junho 200626

C O M O E R ADedicado ao passado

«Arsenal de Marinha.

Aulas prácticas de hidrografia.

1923»

A Hidrografia já existe há muito

tempo, sendo que muito antes de

existir formalmente uma Escola de

Hidrografia e Oceanorafia, já se

tinha constituído uma «Escola de

Hidrografia»

OInstituto Hidrográfico, na prossecu-ção dos seus objectivos de valoriza-

ção de recursos humanos e consequentesganhos de eficiência e eficácia institucio-nais, promoveu a frequência do curso deformação «Desenvolvimento da Lide-rança» às suas chefias.

O curso, com uma duração de 42 horas,repartidas por 6 dias num período de 4meses, foi ministrado pela empresa «Get– People Solutions», tendo como forma-dor o Dr. José Calisto. Esta formação, alar-gada no tempo e ministrada em 3 fasesde 2 dias cada, teve um carácter muitoprático, e objectivamente permitiu a apli-cação e verificação dos conceitos de ges-tão, comunicação e liderança.

No final, os chefes de serviço, chefesde divisão e directores de serviço foram,através de questionários distribuídos aosseus colaboradores, caracterizados enquantolíderes, face a diferentes situações. Como

em todas organizações, foram identifica-dos potenciais ditadores e cordeiros man-sos. No final a apreciação foi consensual:

foi muito proveitosa a realização desta for-mação, sendo que os resultados práticosserão notados por todos dentro em breve.

Curso de Desenvolvimento da Liderança

POSTO DE VIGIA

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 27

PRE IA-MARBAIXA-MAR

Na Oceanografia

NUNO ALENQUER concluiu a parte lec-tiva da sua licenciatura em Ciências do Marna Universidade Lusófona de Humanidadese Tecnologias e iniciou o estágio curriculartendente à elaboração da sua tese em Maiodo corrente ano. Tendo escolhido trabalharem processos estuarinos, foi acolhido na Divi-são de Oceanografia do IH, onde passou aintegrar-se na equipa do projecto ECOIS. Irátrabalhar na caracterização das correntes noestuário do rio Minho.

Na Hidrografia

Duas alunas finalistas da Licenciatura em Engenharia Geográfica da Facul-dade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), CÂNDIDA PAULO(à esquerda) e a CRISTINA MONTEIRO, decidiram efectuar o seu estágio cur-ricular no IH – Divisão de Hidrografia, na área de Produção Cartográfica.

Com duração prevista até ao final de Setembro de 2006, os estágios sãoorientados no IH pela Engenheira Paula Sanches e na FCUL pelo ProfessorVirgílio Mendes, tendo por objectivo a aquisição de dados e o seu tratamentopara a construção de uma nova carta de planos referidas ao WGS84, – 1.ª edi-ção da CNO 37501 – «Ilha da Madeira – Porto da Cruz, Porto Moniz, Portodo Machico e Calheta», assim como a identificação dos processos cartográfi-cos envolvidos e dos pontos para controlo de qualidade.

No passado dia 6 de Abril,o CTEN Carlos Paixão

Lopes, tomou posse comoChefe da Brigada Hidrográfica,sucedendo ao CTEN CarlosVieira Branco que, após doisanos à frente da Brigada Hidro-gráfica, assume o cargo deAdjunto do Comandante doAgrupamento de NaviosHidrográficos, no InstitutoHidrográfico.

Acerimónia teve lugar nasInstalações Navais da Azinheira, no pavilhão das embarcações.

O CTEN Paixão Lopes iniciou o seu discurso, agradecendoao Vice-almirante Augusto de Brito, Director-geral do InstitutoHidrográfico, a confiança depositada no cumprimento das suasnovas funções.

No seu discurso referiu:«Passados cerca de 10 anos, é com grande satisfação e sen-

tido da responsabilidade, que regresso à Brigada Hidrográficaunidade essencialmente operacional, onde reina um elevadoespírito de equipa e entreajuda, com os quais me identificointeiramente. É pois para mim um privilégio prestar serviçonesta unidade.

A todo o pessoal da Brigada Hidrográfica quero dizer queconto com o vosso desempenho, dedicação e profissionalismopara que juntos possamos ultrapassar todas as eventuais difi-culdades, atingir os objectivos propostos e assim continuar acontribuir para o prestígio do Instituto Hidrográfico e da Mari-nha».

Por fim, o CTEN Paixão Lopes desejou as maiores felicida-des ao CTEN Vieira Branco no desempenho das suas novasfunções.

O Hidromar felicita o CTEN Paixão Lopes, desejando osmaiores sucessos profissionais nas suas novas funções.

Estágios

Tomada de posseChefe da Brigada Hidrográfica n.º 1

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Aposentações

P R E I A - M A RB A I X A - M A R

João Luís BentoRecentemente, o Técnico Pro-

fissional Especialista Princi-pal (TPEP) do QPCIH João LuísBento, passou à situação dereforma.

Durante os cerca de 34 anosdedicados ao estudo do mar, dosquais 21 no Instituto Hidrográ-fico, o sr. João Bento desempe-nhou variadas funções nas áreasda oceanografia e da cartografiasempre com grande aprumo e brioprofissional.

Foi admitido no Estado em1972, na Missão de Estudos Bioceanológicos e de Pescas de Angola(MEBPA), onde participou em vários cruzeiros e foi responsávelpela secção de oceanografia e pescas da delegação da MEBPA deMoçâmedes. Em 1977, ingressou no Instituto Hidrográfico, na Divi-são de Oceanografia Física, onde participou em variadíssimos tra-balhos, envolvendo muitas vezes cruzeiros oceanográficos. Efec-tuou, entre outras missões, embarques em navios e lanchas daArmada – processando dados provenientes dos cruzeiros realiza-dos –, efectuou colocação de aparelhos em plataformas petrolífe-ras e participou no estudo das correntes do Rio das Pérolas emMacau. Elaborou também dois manuais técnicos de procedimen-tos para instalação busca e recolha de equipamentos oceanográfi-cos, que ainda hoje podem ser utilizados.

Depois de um período de 11 anos ausente do IH, em 1997 oJoão Bento foi reintegrado no IH, tendo sido colocado na Divi-são de Hidrografia, onde realizou, de uma forma bastante activae empenhada, o desenho técnico de várias cartas náuticas oficiais.Mesmo depois do fim do processo de desenho tradicional dascartas náuticas, o João Bento continuou a participar em váriostrabalhos de compilação de informação para as cartas náuticasdigitais, tendo manifestado sempre a sua disponibilidade paraefectuar novos trabalhos.

Ao longo destes anos, de uma forma simples e discreta, pondoo seu saber e a sua disponibilidade ao serviço do IH e cultivandouma sã amizade e camaradagem, granjeou consideração e estimade todos os que com ele trabalharam.

Resta-nos pois desejar as maiores felicidades pessoais, nestanova etapa da sua vida que agora começa, e desejar que mante-nha o contacto com esta casa.

O Hidromar deseja ao sr. João Bento as maiores felicidades.

AAAE Ana Maria da Conceição CostaEncarnação prestou serviço no Instituto

Hidrográfico durante cerca de 39 anos, tendopassado à situação de reformada em 31 de Maiodo corrente ano.

Ao longo destes anos, passou por diversosserviços, destacando-se a Direcção Técnica eDirecção dos Serviços de Apoio, tendo nestaúltima chefiado a secretaria central.

Nos últimos quatro exerceu o cargo de secre-tária do Director-Geral, desempenhando fun-ções completamente diferentes das que vinha

realizando e a que estava rotinada, tendo reve-lado, de forma inequívoca, excelentes quali-dades profissionais e pessoais, e demonstrandouma grande capacidade de adaptação às exi-gências do novo cargo.

Agora que vai iniciar uma nova etapa dasua vida, há tanto ansiada, desejamos-lhe asmaiores felicidades, esperando que não nosesqueça e que nos visite sempre que possí-vel.

O Hidromar deseja à D. Ana Encarnaçãoas maiores felicidades.

José RosaPassou à situação de

aposentação no pas-sado mês de Fevereiro oEncarregado José Albertodo Rosário Rosa, con-cluindo uma carreira decerca de 37 anos ao ser-viço do Instituto Hidro-gráfico.

Inicialmente comoElectricista e a partir de1979 como Encarregado,o Sr Rosa desempenhoufunções ao longo de todos

estes anos integrado no Serviço de Electrotecnia onde sedestacou pelas suas aptidões profissionais e pela sua for-mação técnica que em muito contribuiu para o elevadodesempenho que foi evidenciando nas suas actividades.

Do seu currículo destacam-se diversas intervençõesonde participou activamente e com excelentes resultados,das quais se destacam a execução de toda a instalaçãoeléctrica do Edifício das Trinas, das instalações da Azi-nheira aquando da sua reconstrução e, mais recentemente,a remodelação do edifício da Química e Geologia Mari-nha onde contribuiu na definição e execução do projectoeléctrico. Actualmente e nos últimos seis anos, era o res-ponsável pelo paiol de Electricidade, funções que exerciacom rigor e organização.

Estimado e respeitado por todos aqueles que com eletrabalharam, cultivou sempre um saudável relacionamentocom os seus próximos, sendo naturalmente um exemplode sã convivência.

É desta forma com alguma nostalgia que deixaremosde contar com tão preciosa colaboração à qual nos fomoshabituando ao longo deste alargado período de trabalhoem conjunto.

Os funcionários civis e militares do Instituto Hidro-gráfico desejam muitas felicidades ao Sr José Alberto Rosapara esta nova fase da sua vida que se inicia, relembrando-o que estaremos sempre prontos para o receber nas visi-tas que pretender efectuar a esta casa que foi também suaao longo de muitos anos.

O Hidromar deseja ao sr. José Rosa as maiores felici-dades.

Ana Encarnação

Hidromar n.º 94, Junho 200628

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 29

B Ú S S O L AEventos nacionais e internacionais

De 1 de Junho a 12 de Julho decor-reu no Arquipélago de CaboVerde o exercício Seatdfast Jaguar

2006. Este exercício é o culminar da fasede aprontamento da Força de ReacçãoRápida da NATO (NRF – Nato ReactionForce), que teve início em Janeiro desteano.

O exercício desenvolveu-se em todoo Arquipélago de Cabo Verde, com maiorincidência nas ilhas de São Vicente, SantoAntão, Sal e Fogo, no espaço aéreo e águasenvolventes.

As principais características da NRFsão uma elevada prontidão, grande mobi-lidade e rapidez de deslocação da força,e sustentabilidade e inter-operacionali-dade, ou seja, capacidade de se integrarnoutra força de maior dimensão.

Esta Força, criada em 2002 na cimeiraNATO em Praga, integra as três compo-nentes marítima, aérea e terrestre, de formaa poder ajustar-se às necessidades de cadamissão, e tem capacidade de actuar emqualquer altura e em qualquer lugar doglobo.

A NRF está talhada para responderrapidamente a vários tipos de missão: pre-venção de conflitos; ajuda humanitária;

acções de manutenção de paz; acções con-tra o terrorismo; ou constituir uma pri-meira força de intervenção, preparandoo terreno para a chegada de outras uni-dades de uma força maior; ou mesmoactuar integrada noutra força, no âmbitodas missões da NATO.

O Instituto Hidrográfico participouneste exercício através da Brigada Hidro-gráfica, que embarcou uma equipa no NRP«Schultz Xavier».

A equipa da Brigada Hidrográfica(BH), chefiada pelo 2TEN Marques Mou-rato, foi constituída por cinco elementose prestou apoio hidrográfico às operaçõesno decorrer do exercício, estando previstoefectuar vários levantamentos hidrográ-ficos no âmbito da segurança da nave-gação e do apoio às operações anfíbias.

As operações anfíbias requerem umconhecimento prévio da costa, onde sepretenda efectuar um desembarque. Paraescolher o local mais apropriado aodesembarque é fundamental ter infor-mação sobre o declive e o tipo do fundo,a batimetria da costa e topografia da praia,será este tipo de informação que a BH iráfornecer à NRF.

De acordo com o plano de navegação

estabelecido o NRP «Schultz Xavier» lar-gou de Lisboa no dia 21 de Maio, fez escalaem Las Palmas e chegou a São Vicenteno dia 29 de Maio. Foi integrado na forçada NATO em 14 de Junho e o seu empe-nhamento no exercício decorreu até aodia 29 de Junho.

No período de 1 a 13 de Junho a BHefectuou o levantamento hidrográfico doPorto Grande, em São Vicente, no âmbitodo Acordo de Cooperação entre os Gover-nos Português e de Cabo Verde, com vistaà actualização cartográfica.

Para o efeito a BH esteve munida demeios próprios e fez uso da embarcação«Gaivota» que foi deslocada a bordo doNRP «Schultz Xavier».

O regresso a Lisboa aconteceu no dia8 de Julho.

Brigada Hidrográfica em Cabo Verde

no exercício SEATDFAST JAGUAR2006

Equipa da BH2TEN Marques Mourato

1SAR ETS Martins Perpétua

CAB T Mateus Vaz

CAB M Jesus Esperanço

CAB M Neves Trindade

No âmbito do apoio à actividade daDirecção-Geral da Autoridade Marí-

tima, deslocou-se a Ispra (Itália), nos dias4 e 5 de April, o Capitão-de-fragata Ven-tura Soares, para participar no 5.º Works-

hop da EGEMP (European Group ofExperts on satellite Monitoring and assess-ment of sea-based oil Pollution). Na reu-nião foram discutidos os últimos desen-volvimentos na detecção e previsão de

deriva de manchas de hidrocarbonetosno mar, bem como os serviços a nível euro-peu que se desenham, no sentido de apoiaros estados membros da União Europeiano combate à poluição marítima.

5.º Workshop da EGEMP em Itália

Apenas 29% da Terra são áreas emersasAproximadamente 97% da água da terra está nos oceanos

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Hidromar n.º 94, Junho 200630

BEM-VINDOA B O R D O Visitas

De grande importância históricanacional e também local, as acti-

vidades navais no Concelho do Sei-xal são sem dúvida um marco de umConcelho ribeirinho, onde essas mes-mas actividades têm permanecido eevoluído de acordo com as necessi-dades do país e da população local.

Testemunho histórico de impor-tante valor patrimonial, as Instala-ções Navais da Azinheira (INAZ),constituem um local de grande interesse a ser visitado portodos aqueles que pretendam entender um pouco mais dahistória deste Concelho e das populações que ao longo dediversas gerações se instalaram ao seu redor, aí viveram edesenvolveram as suas actividades.

Assim, no passado dia 26 de Abril, uma turma do nonoano de escolaridade da Escola Secundária de Amora, acom-panhada por três dos seus professores (Prof. Gabriela Cava-lheiro, Prof. Teresa Matos e Prof. António Espírito Santo), visi-taram as INAZ no âmbito do Curso de Educação Patrimonial

e Cidadania no Concelho do Sei-xal promovido pelo Ecomuseuda Câmara Municipal do Sei-xal.

Para além de uma visitaguiada às instalações, onde nãofaltou o tradicional moinhonem a casa de bilhetes, estesalunos visitaram a BrigadaHidrográfica, o Paiol de Ocea-nografia e a casa de calibraçãodas bóias. Ali puderam ouviro CMDT Pedro Santos falarsobre o enquadramento histó-

rico e reconstrução das INAZ, o CMDT Paixão Lopes expli-car o que é uma carta náutica e para que serve, o 1TEN Fer-nandes elucidar sobre as comunicações entre aparelhosoceanográficos e o Técnico Amaral Jorge sobre o porquê dacalibração das bóias.

Os alunos encontraram aplicações práticas de muitas maté-rias que ouvem falar nas aulas de História, Geografia, Ciên-

cias Físico-Químicas e Matemática.Por tudo o que foi dito anterior-

mente, este é um local especialmenteatractivo para uma camada jovem,sedenta de conhecimento relacionadocom as novas tecnologias e ao mesmotempo tantas vezes carente em refe-rências sobre aquilo que foi a vidados seus antepassados.

E porque ninguém melhor do queos alunos para relatar os resultados

desta visita, aqui ficam algumas frases recolhidas dos comen-tários de alguns dos alunos e que espelham o sucesso destainiciativa.

No dia 17 de Maio alunos do 3.º anodo curso de Química da Universi-

dade Lusófona de Humanidades e Tec-nologias de Lisboa efectuaram umavisita ao Laboratório de Nutrientes, na

Azinheira, da Divisão de Química e Polui-ção do Meio Marinho, no âmbito da dis-ciplina de Química Analítica. Os alunosforam acompanhados pela professoraPaula Pereira.

A visita foi orientada pelo responsá-vel de sector Carlos Borges, com expli-cação pormenorizada sobre o funciona-

mento do espectrómetro de absorçãomolecular por fluxo segmentado queefectua a análise quantitativa em simul-tâneo dos nutrientes nitrato, nitrito, fos-fato, sulfato, sílica e amónia. Este equi-pamento, cuja aquisição foi efectuada emfinais de 2003 permite efectuar a análisediária de cerca de 100 amostras.

Alunos da Escola Secundária da Amora às INAZ

Alunos da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

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Hidromar n.º 94, Junho 2006 31

OS 28 oficiais do 2.º Curso Geral Naval de Guerra 2005/2006, acompa-nhados pelo Director de Curso, CMG Lorena Birne, visitaram o Insti-

tuto Hidrográfico no dia 28 de Junho com o objectivo de conhecer a Missãoe o quadro de actividades, incluindo as que se desenvolvem fora do âmbitoda Marinha, os meios disponíveis (humanos, materiais e financeiros) e assuas áreas estruturais, nomeadamente as de planeamento e projectos emcurso.

A visita teve início no Auditório, onde foi projectado o videograma doInstituto Hidrográfico. A Direcção Técnica e a Direcção Financeira apresen-taram as suas actividades. Os oficiais conheceram as divisões de Hidrogra-fia, Oceanografia, Navegação, Centro de Dados Técnico-Científicos, Geolo-gia Marinha e Química e Poluição.

2.º CGNG 2005/2006

No passado dia 26 de Junho, um grupode 23 alunos do Gymnasium Baum-

lihof, acompanhados pelo oficial acom-panhante, a Aspirante Marta Santos, visi-tou o Instituto Hidrográfico.

A visita teve início no Auditório coma projecção de um videograma do IH feitapelo CTEN Moreira Pinto.

Os alunos visitaram a divisão deHidrografia, Oceanografia, Navegação e

Centro de Dados Técnico Científicos.A visita de estudo teve como finali-

dade dar a conhecer aos alunos as acti-vidades desenvolvidas no âmbito da pro-dução da cartografia electrónica.

Visita de Estudo de Alunos do Gymnasium Baumlihof

No passado dia 8 de Junho, 18 alunos do cursode promoção de Subchefes da Polícia Marí-

tima visitaram o Instituto Hidrográfico. A visita teve início no Auditório, com a pro-

jecção de um Videograma da unidade. Os alunosvisitaram as Divisões de Navegação, Oceanogra-fia, Hidrografia, Centro de Dados, Geologia Mari-nha e Química e Poluição.

Polícia Marítima visita o IH

OS 48 alunos do curso de promoção a Sargento-Chefe 2006,acompanhados pelo Director de curso, CFR Sá Couti-

nho, visitaram o Instituto Hidrográfico nos dias 9 e 17 deMaio.

A visita teve início no Auditório com a projecção de umvideograma do IH.

Os grupos visitaram as Divisões de Química e Poluição,Hidrografia, Oceanografia e Navegação.

Curso de promoção a Sargento-Chefe

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Hidromar n.º 94, Junho 200632

Visita do Almirante CEMAda Turquia ao IH

OAlmirante Yener Karahanoglu, Chefe doEstado-Maior da Armada da Turquia, visi-tou o Instituto Hidrográfico no dia 4 de Abril, onde foi recebido pelo Vice-almirante

José Augusto de Brito, Director-Geral do Instituto Hidrográfico.

Acomitiva que o acompnhava íncluia o oficial acom-panhante Adido Defesa e Naval, Captain AbddullahGunbatan, o Ajudante de Campo, Captain Birol Atakan e o Secretário pessoal, Captain Mehmet Orgen.

Esta visita contou ainda com a presença do oficialacompanhante do CEMA da Turquia, o CALM Rodri-gues Gaspar.

O Almirante Yener Karahanoglu e comitiva assisti-ram no auditório a uma apresentação feita pelo CFR

Ramalho Marreiros, Adjunto do Director Técnico sobreas actividades técnico-científicas do Instituto Hidro-gráfico. De seguida passaram pelos pólos museológi-cos e assistiram na sala de reuniões de Hidrografia àsapresentações das Divisões de Hidrografia, GeologiaMarinha, Oceanografia, Navegação e Centro de Dados.Visitaram ainda a sala de trabalho da Divisão de Hidro-grafia.

Na Biblioteca, o Almirante Yener Karahanoglu escreveu a seguinte mensagem no Livro de Honra doInstituto Hidrográfico:

«It is a great pleasure for me to be at this Insti-tute. What I see at this Institute is impressive andpure professionalism».