Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 87, II Série, Jan ... · O CFR Ventura Soares com alguns...

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Boletim do Instituto Hidrográfico Hidromar N.º 87, II Série, Jan/Fev 2005 SUMÁRIO 2 A Divisão de Oceanografia em entrevista 4 Uma palavra aos sistemas 6 Pensar através dos Sistemas de Informação 7 SAGe – Sistema de Apoio à Gestão do IH 9 Os Sistemas de Informação Geográfica aplicados a estudos de dinâmica sedimentar 12 Apoio à inovação na Geologia Marinha 13 Início dos trabalhos na Plataf. Continental 14 O artigo 76.º da CNUDM –Min. da Defesa presente na camp. inaugural – Os objectivos da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental 15 Diário de bordo do D. Carlos I 16 Nova vaga de cientistas 18 Oceanografia prevê Agitação Marítima – A primeira Carta print-on-demand 19 Os símbolos heráldicos e o emblema do IH – Festa de Natal no Instituto Hidrográfico 20 Quando a palavra é inovar – Teve início a remodelação do edif. dos Lab. 21 Onde estão a Química e a Geologia? 22 DG visita instal. temporárias dos Laboratórios 23 Manter as infra-estrutares do IH – Modernização da frota auto 24 Grandes revisões de manutenção das UAM – Actividades das Divisões e Navios Hidro- gráficos 25 IH de regresso à Nauticampo – Apresentação pública do Roteiro 26 As questões do visitante – As nossas caras na Nauticampo 2005 27 Na companhia da EN e do CRA – CMG Valente Zambujo presente em Reunião de Moinhos de Maré – Navegador e… doutorado 28 Novo estágio no CD – Destacamento da 1MAR Alexandra Melo – Provérbios e dizeres de quem anda no mar … 29 Reforço da coop. com a Câmara do Seixal – Visita da Escola Náutica Infante D. Henrique 30 1.º Curso Geral Naval de Guerra – Curso de Formação Militar de Oficiais – Grupo de York 31 Bispo de Setúbal em visita às INAZ – Passagem do UKHO por Lisboa – Futuros oceanógrafos da Univ. do Algarve 32 CEMA de Espanha em visita ao IH Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 1 Nas organizações, a reflexão interna conduz ao desenvolvi- mento de sinergias que permitem ultrapassar, muitas vezes, os constrangimentos que são gerados interna e externamente, e que se poderiam impor como limita- ção ao respectivo fortalecimento. A concentração nos fac- tores que as tornam mais fortes permite pois limi- tar a influência desses constrangimentos e, assim, encontrar um melhor rumo para o crescimento sus- tentado. É a acção resultante de uma salutar reflexão, dinamizada por processos de co- municação inter- na, que se consti- tui, seguramente, factor de diferen- ça num quadro de competitividade e de procura pela ex- celência. Como tenho vin- do a sublinhar em outras oportunidades, existe uma preocupação central da Direcção-Geral do Instituto Hidrográfico relati- vamente à mobilização dos recur- sos humanos que o servem para os objectivos que nos propomos alcançar. É entendimento, interiorizado de forma consistente, que nas organizações são as pessoas, consideradas nos diferentes planos em que exercem as suas funções, o factor crítico e determinante do sucesso das mesmas. A observação que o passar do tempo gradualmente me tem permitido efectuar relativamente às realidades do Insti- tuto Hidrográfico, vistas numa perspectiva integrada, leva-me a considerar de todo o interesse encontrar formas de dinamizar o processo de comunicação interna e, assim, obter ganhos funcionais resultantes da aproximação dos quadros superiores à vida funcional da organização, quer do ponto de vista das actividades, quer da compreensão dos objectivos a que nos propomos. Este processo visará pois permitir que todos os funcioná- rios superiores detenham uma melhor compreensão dos objectivos que regem a instituição e uma mais correcta inte- riorização do posicionamento de cada unidade orgânica no contexto global, permitindo, assim, alcançar uma mais ade- quada sintonia do seu próprio posicionamento pessoal vis a vis a realidade institucional. É, nestas condições, que a Direcção-Geral do Instituto tenciona promover, no segundo semestre de 2005, um encontro de quadros superiores, evento que se espera venha a estimu- lar a interacção entre todos os que detêm uma influência mais directa no cumprimento da nossa Missão. Tal evento encontra- se em fase de planeamento e terá como objectivos: • Reforçar o conhecimento inter-sectorial das actividades do Instituto Hidrográfico, ou seja, partir da percepção sectorial para uma visão global; • Incrementar a percepção do papel das unidades orgânicas face aos objectivos definidos; • Reflectir sobre os principais desafios que se colocam a médio prazo; • Estreitar o conhecimento mútuo entre os próprios quadros superiores. Certo estou que esta reflexão conjunta ajudará cada um de nós a melhor entender o colectivo e, consecutivamente, per- mitir-nos-á, enquanto unidade, desenvolver as nossas compe- tências, potenciar o que nos diferencia dos demais e ajudar a ultrapassar aquilo que soubermos identificar como constran- gimentos. VICE-ALMIRANTE CARLOS ALBERTO VIEGAS FILIPE DIRECTOR-GERAL Um caminho tranquilo Um caminho tranquilo

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B o l e t i m d o I n s t i t u t o H i d r o g r á f i c o

HidromarN.º 87, II Série, Jan/Fev 2005

S U M Á R I O2 A Divisão de Oceanografia em entrevista4 Uma palavra aos sistemas6 Pensar através dos Sistemas de Informação7 SAGe – Sistema de Apoio à Gestão do IH9 Os Sistemas de Informação Geográfica

aplicados a estudos de dinâmica sedimentar12 Apoio à inovação na Geologia Marinha13 Início dos trabalhos na Plataf. Continental14 O artigo 76.º da CNUDM

–Min. da Defesa presente na camp. inaugural– Os objectivos da Estrutura de Missão para a

Extensão da Plataforma Continental

15 Diário de bordo do D. Carlos I16 Nova vaga de cientistas18 Oceanografia prevê Agitação Marítima

– A primeira Carta print-on-demand19 Os símbolos heráldicos e o emblema do IH

– Festa de Natal no Instituto Hidrográfico20 Quando a palavra é inovar

– Teve início a remodelação do edif. dos Lab.21 Onde estão a Química e a Geologia?22 DG visita instal. temporárias dos Laboratórios23 Manter as infra-estrutares do IH

– Modernização da frota auto

24 Grandes revisões de manutenção das UAM– Actividades das Divisões e Navios Hidro-

gráficos25 IH de regresso à Nauticampo

– Apresentação pública do Roteiro26 As questões do visitante

– As nossas caras na Nauticampo 200527 Na companhia da EN e do CRA

– CMG Valente Zambujo presente em Reuniãode Moinhos de Maré

– Navegador e… doutorado28 Novo estágio no CD

– Destacamento da 1MAR Alexandra Melo– Provérbios e dizeres de quem anda no mar …

29 Reforço da coop. com a Câmara do Seixal– Visita da Escola Náutica Infante D. Henrique

30 1.º Curso Geral Naval de Guerra– Curso de Formação Militar de Oficiais– Grupo de York

31 Bispo de Setúbal em visita às INAZ– Passagem do UKHO por Lisboa– Futuros oceanógrafos da Univ. do Algarve

32 CEMA de Espanha em visita ao IH

Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 1

Nas organizações, a reflexão interna conduz ao desenvolvi-mento de sinergias que permitem ultrapassar,

muitas vezes, os constrangimentos que sãogerados interna e externamente, e que

se poderiam impor como limita-ção ao respectivo fortalecimento.

A concentração nos fac-tores que as tornam mais

fortes permite pois limi-tar a influência desses

constrangimentos e,assim, encontrar ummelhor rumo para ocrescimento sus-tentado. É a acçãoresultante de umasalutar reflexão,dinamizada porprocessos de co-municação inter-na, que se consti-tui, seguramente,factor de diferen-ça num quadro decompetitividade e

de procura pela ex-celência.

Como tenho vin-do a sublinhar em

outras oportunidades,existe uma preocupação

central da Direcção-Geral doInstituto Hidrográfico relati-

vamente à mobilização dos recur-sos humanos que o servem para os

objectivos que nos propomos alcançar.É entendimento, interiorizado de forma

consistente, que nas organizações são as pessoas,consideradas nos diferentes planos em que exercem as suas

funções, o factor crítico e determinante do sucesso das mesmas.

A observação que o passar do tempo gradualmente metem permitido efectuar relativamente às realidades do Insti-tuto Hidrográfico, vistas numa perspectiva integrada, leva-me a considerar de todo o interesse encontrar formas dedinamizar o processo de comunicação interna e, assim, obterganhos funcionais resultantes da aproximação dos quadrossuperiores à vida funcional da organização, quer do ponto devista das actividades, quer da compreensão dos objectivos aque nos propomos.

Este processo visará pois permitir que todos os funcioná-rios superiores detenham uma melhor compreensão dos objectivos que regem a instituição e uma mais correcta inte-riorização do posicionamento de cada unidade orgânica nocontexto global, permitindo, assim, alcançar uma mais ade-quada sintonia do seu próprio posicionamento pessoal vis avis a realidade institucional.

É, nestas condições, que a Direcção-Geral do Instituto tenciona promover, no segundo semestre de 2005, um encontrode quadros superiores, evento que se espera venha a estimu-lar a interacção entre todos os que detêm uma influência maisdirecta no cumprimento da nossa Missão. Tal evento encontra-se em fase de planeamento e terá como objectivos:

• Reforçar o conhecimento inter-sectorial das actividades doInstituto Hidrográfico, ou seja, partir da percepção sectorialpara uma visão global;

• Incrementar a percepção do papel das unidades orgânicasface aos objectivos definidos;

• Reflectir sobre os principais desafios que se colocam a médioprazo;

• Estreitar o conhecimento mútuo entre os próprios quadrossuperiores.

Certo estou que esta reflexão conjunta ajudará cada um denós a melhor entender o colectivo e, consecutivamente, per-mitir-nos-á, enquanto unidade, desenvolver as nossas compe-tências, potenciar o que nos diferencia dos demais e ajudar aultrapassar aquilo que soubermos identificar como constran-gimentos.

VICE-ALMIRANTE CARLOS ALBERTO VIEGAS FILIPEDIRECTOR-GERAL

Um caminho tranquiloUm caminho tranquilo

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A Divisão de Oceanografiaem entrevista

Ao Instituto Hidrográfico e, em especial, à Divisão de Oceanografia (OC), cabe a missãode contribuir para o conhecimento oceanográfico dos estuários, águas territoriais e zonaeconómica exclusiva (ZEE) portuguesas, bem como de outras áreas de interesse nacional.

Hidromar (H): Em concreto quais sãoas áreas de actividade da OC e com queobjectivos?

CFR Ventura Soares (CFR VS): A áreade actividade fundamental da OC é, deum modo genérico, todo o meio marinho(água salgada), seja nos estuários e cos-tas, seja na plataforma continental e nomar profundo. A Divisão está focada emterritório nacional, embora não descurecolaborações no estrangeiro, especial-mente com a vizinha Espanha e os PaísesAfricanos de Língua Oficial Portuguesa.Numa perspectiva estratégica, a OC temcomo principais objectivos o conheci-mento da climatologia do meio marinhonas águas de interesse nacional e o desen-volvimento preferencial da oceanografiaoperacional no seio da comunidade ocea-nográfica portuguesa. Para a prossecuçãodesses objectivos é fundamental desen-volver capacidades de observação ocea-nográfica, o que vem aliás na linha tra-dicional de actuação do IH e capacidadesde modelação oceanográfica. O projectoOperational Forecast System based on ocea-

nographic models with data assimilation(MOCASSIM), desenvolvido nos últimostrês anos, constituiu-se como alavanca deci-siva na afirmação desta última capacidade.

H: De que maneira é que esses objec-tivos podem ser atingidos e essas capa-cidades desenvolvidas?

CFR VS: Essencialmente através detrês linhas de acção: a monitorização doambiente marinho, a investigação cientí-fica aplicada e a oceanografia militar. Noprimeiro caso, esta linha de acção deverápassar essencialmente por contratos-pro-grama entre o Estado e o IH, que se assumeaqui, com toda a propriedade, como Labo-ratório de Estado com responsabilidadesna área das ciências e tecnologias do mar.Não são porém de esquecer contratos deprestação de serviços com outras enti-dades públicas ou privadas. Em relaçãoà investigação científica aplicada sãodecisivos os projectos de investigação edesenvolvimento em cooperação com

outros Laboratórios de Estado e uni-versidades nacionais e estrangeiras.Dadas as responsabilidades de Labora-tório de Estado, estes projectos deverãoser preferencialmente projectos estrutu-rantes na área das ciências e tecnologiasdo mar, embora os projectos científicoseuropeus também assumam especial sig-nificado face às mais-valias que trazemno contacto com centros de investigaçãointernacionais. Os projectos EUROpeanSTRATA FORMation (EUROSTRATA-FORM) e Hotspot Ecosystem Research in theMarginal European Seas (HERMES) são bonsexemplos dessa cooperação. Finalmente,a oceanografia militar apresenta-se comouma linha de acção a desenvolver, dadasas responsabilidades do IH nesta área,sendo desejável a existência de projectosde investigação na área da defesa. As par-cerias far-se-ão naturalmente com outrosorganismos da Marinha (a Direcção deNavios é um bom exemplo) e no âmbitoda NATO (o NATO Undersea Research Cen-tre tem colaborado com o IH nalgunsprojectos). O IH pode constituir-se tam-

INSTITUTO HIDROGRÁFICORua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL

Telefone +351 210 943 000Fax +351 210 943 299

e-mail [email protected] www.hidrografico.pt

TÍTULO HIDROMAR – Boletim do Instituto Hidrográfico (IH)

NÚMERO 87, II Série, Jan/Fev 2005

REDACÇÃO E COORDENAÇÃO Raquel Patrício Gomes, TS1 email: [email protected]

FOTOGRAFIA Gabinete de Multimédia, morguefile.com, scx.hu

DESIGN GRÁFICO Jorge Tavares

COLABORAÇÃO AAA Ana Luísa Rodrigues

EXECUÇÃO GRÁFICA Serviço de Artes Gráficas

TIRAGEM 5000 exemplares

DEPÓSITO LEGAL 98579/96

ISSN 0873-3856

Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 87, II Série, Jan/Fev2005

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA

Hidromar

Hidromar n.º 87, Jan/Fev 20052

Z É N I T EUma visão abrangente

O CFR Ventura Soares com alguns elementos daDivisão de Oceanografia durante o acompanha-mento do caso «Prestige» – Dezembro de 2002

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 3

bém aqui como elo de ligação por exce-lência entre as universidades e o meiomilitar no desenvolvimento deste tipo deprojectos (existe uma boa experiência nocampo das acústica submarina com a Uni-versidade do Algarve).

H: Que resultados se esperam queo IH alcance seguindo esta estratégia?

CFR VS: Os resultados esperadosdeverão ser sempre perspectivados amédio e longo prazo. As linhas de acçãoreferidas têm vindo a ser implementadasnos últimos anos, na sequência das dinâ-micas iniciadas pelos meus antecessoresà frente da OC, de que destaco o Coman-dante Seabra de Melo e o ComandanteFerreira Coelho. Importa agora garantiruma fase de consolidação orgânica da OC,no sentido de dar sustentabilidade a todoeste desenvolvimento. Assegurada essaconsolidação, poderá ser de esperar a afir-mação do IH em termos nacionais nodesenvolvimento e liderança da utiliza-ção das tecnologias do mar, resultado dasacções continuadas de monitorização doambiente marinho. A credibilidade cien-tífica será a consequência lógica do desen-volvimento da investigação científicaaplicada, na linha dos desenvolvimentosrecentes. Finalmente, é de esperar que oIH se possa constituir como um centrode excelência na investigação e desen-volvimento de actividades de Oceano-grafia Militar, no âmbito nacional e NATO,especialmente nas actividades de avalia-ção ambiental operacional (REA).

H: Quer referir-nos algumas activi-dades para 2005 que consubstanciem aslinhas de acção que acabou de referir?

CFR VS: Posso referir, a título de exem-plo e na área da monitorização do meiomarinho, a extensão das observações deagitação marítima aos Açores, em cola-boração com a Universidade dos Açores– Observatório do Ambiente e o estabe-lecimento de marégrafos acústicos da

última geração na estaçõesmaregráficas da rede GlobalSea Level Observing System(GLOSS) nos Açores (Lajesdas Flores) e, possivelmente,na Madeira (Caniçal). Nalinha dos anos anteriores, aprodução da Tabela de Marés,responsabilidade nacional doIH, manterá o ritmo de actua-lização das constantes har-mónicas dos vários portos, oque induzirá previsões demaré de melhor qualidade.Dentro da investigação cien-tífica aplicada, refira-se o início do pro-jecto europeu HERMES, em que é tam-bém participante a Divisão de GeologiaMarinha do IH, bem como o alargamentodo conceito do projecto MOCASSIM a umsistema integrado de oceanografia ope-racional, com uma forte componente demodelação operacional. Este alargamentorevê-se no projecto conceptual SistemaIntegrado de Monitorização Ambiental daZona Económica Exclusiva Portuguesa(MONIZEE), a desenvolver necessaria-mente em estreita articulação com os objec-tivos nacionais para o Global Ocean Obser-ving System (GOOS). Finalmente, emtermos de serviço público, já se iniciouem Fevereiro a divulgação pública, de umaforma continuada e através do sítio do IHna Internet, das previsões de agitação marí-tima para o Atlântico Norte e zona cos-teira continental Portuguesa, recorrendoaos modelos WW3 e SWAN.

H: Para terminar, entende que os recur-sos disponíveis são adequados para asactividades a que a OC se propõe?

CFR VS: O actual ritmo de renovaçãodo equipamento técnico-científico temgarantido a execução das actividades aque nos propomos no âmbito do Planode Actividades do IH. Existem, contudo,algumas dificuldades no recrutamento e

fixação de pessoal técnico e científico, dadoo enquadramento legal vigente na áreado pessoal. O recurso a pessoal científicoem regime de avença, a contratação debolseiros de investigação científica emesmo a colaboração de estagiários delicenciatura nalgumas tarefas (resultadode protocolos com várias universidades)têm permitido colmatar algumas daslacunas existentes. A Direcção do IH estácontudo empenhada em garantir nofuturo um estruturação orgânica da OCque possa responder aos desafios que secolocam. O recrutamento de investiga-dores de nomeada que possam constituir-se como âncoras das actividades científi-cas a desenvolver é uma das opções queestá a ser fortemente considerada. Sejacomo for, é de realçar a extraordináriadedicação do grupo de trabalho existente,que tem permitido dar resposta, mesmoem situações extremas, às solicitações queo IH tem tido na área da Oceanografia.O caso Prestige permitiu mostrar a vali-dade das opções estratégicas tomadas,salientando as sinergias existentes numorganismo militar que é também Labo-ratório de Estado – e em que as valênciasmilitares e civis se interligam da melhormaneira.

[email protected]

OCEANOGRAFIA

MONITORIZAÇÃO AMBIENTE MARINHO

OBSERVAÇÃO OCEANOGRÁFICA

INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA APLICADA

MODELAÇÃOOPERACIONAL

OCEANOGRAFIA MILITAR

CAPACIDADES

LIN

HA

S D

E A

ÃO

AUTOR: CFR VENTURA SOARES, 2005

DIVISÃO DE OCEANOGRAFIA Perspectiva estratégica

Área de Actividade Água salgada: – Estuários e Costas– Plataforma continental e mar profundo

Objectivos – Climatologia do meio marinho– Oceanografia Operacional

Capacidades – Observação oceanográfica– Modelação operacional

Linhas de acção – Monitorização ambiente – Investigação científica – Oceanografia militarmarinho aplicada

Forma – Contratos-Programa Lab. Estado – Projectos I&D – Projectos Defesa– Contratos Prestação Serviços

Parceiros – Organismos Estado – Universidades – Marinha– Empresas – Lab. Estado – NATO

Horizonte temporal – 3/5 anos: Implementação – 6/10 anos: Consolidação

Resultados – Desenvolvimento e liderança – Credibilidade científica – Centro de Excelênciaesperados tecnológica Military Oceanography

CLIMATOLOGIAMEIO

MARINHO

OCEANOGRAFIAOPERACIONAL

OBJECTIVOS

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Uma palavra aos sistemas O Director dos Serviços Administrativos e Financeiros, CFR RodriguesMavioso, apresenta os projectos que decorrem na sua Direcção: o SAGe,o SIIF e o SIGDN.

Hidromar n.º 87, Jan/Fev 20054

A M A R R A SArtigos de opinião sobre projectosestruturantes no âmbito das Direc-ções do Instituto Hidrográfico

No texto publicado no Hidromarnúmero 74, o Assessor Princi-pal Dr. Manuel Rocha, terminou

o seu artigo WANG, a hora da mudança,aludindo à implementação do novo sis-tema informático no Instituto Hidrográ-fico, denominado de Sistema de Apoio àGestão, SAGe, como sendo o «episódiodo futuro» e marcava, desde logo, encon-tro para apresentar o sistema num pró-ximo artigo da publicação. Aconteceu quea apresentação do SAGe neste fórum foisucessivamente adiada e, face aos desen-volvimentos que este modesto texto trata,julga-se que o adiamento é definitivo.

O inexorável correr do tempo, cadavez mais rápido, vai conduzir o SAGedirectamente do futuro ao passado, ape-nas com um breve instante de presente.No entanto, a sua partida do InstitutoHidrográfico (IH) não é solitária. Terácomo companhia um outro sistema, a suaalma gémea, o Sistema Integrado de Infor-mação Financeira (SIIF) – o sistema exis-tente na Marinha e também exploradono IH.

É já com luz na linha do horizonte,com o aconchego da Marinha ao SIIF ecom a entrada na recta final no desen-volvimento de alguns módulos do SAGeque ao Instituto Hidrográfico e,em particular, à Direcçãodos Serviços Adminis-trativos e Financeiros,é colocada nova eexpectante mudança.O originador dessasituação cabe ao novelSistema Integrado deGestão da Defesa Nacio-nal – que adoptou asigla SIGDN.

Afinal, a hora damudança não foi tão ime-diata como inicialmente se pen-sava; sofreu um interregno e está agoramarcada para o corrente ano de 2005, coma chegada e entrada em exploração doSIGDN.

Se num simples exercício mentalsimularmos o seu andamento, compa-rando-o com um comboio, na primeiracarruagem viajará o bloco 1.1 (composto

pelos módulos que constituem o POCP,Área Orçamental, Área Financeira eTesouraria os módulos da Gestão de Acti-vos, Compras e Gestão de Contratos) quetem a hora marcada para entrar em pro-dutivo no próximo dia 31 de Março.

Desde o arranque do SIGDN, emSetembro de 2003, o Instituto Hidrográ-

fico fez parte integrante do projecto,tendo sempre presente uma

equipa constituída portécnicos civis e milita-res.

Da sua realidade,bem diferenciada da

maioria das outras uni-dades militares (na suamissão, regime finan-ceiro e quadro de pes-

soal civil próprio, porexemplo) e sendo visto

como uma organização deexcelência, em breve terá que

responder ao desafio de alterar oseu sistema de informação, desenhado efeito à medida, e adaptar-se ao novomodelo, concebido para um universomaior e mais standardizado. É exacta-mente com a entrada e a integração naglobalidade do Ministério da DefesaNacional que chegará a hora da mudança

– que será realizada com a substituiçãodos dois sistemas vigentes no IH peloSIGDN.

Se a experiência vivida e a informa-ção disponível visualizam dificuldadesde carácter técnico e comportamental,doutra forma o pragmatismo e o realismotêm de concluir que o processo demudança assumirá contornos e operaçõestanto mais simples quanto maior for areceptividade para a mudança dos váriosintervenientes.

Aimplementação de um novo sistemaé naturalmente morosa, exigente e com-plexa. Afinal, trata-se de abdicar dos sis-temas vigentes – SIIF e SAGe – e engre-nar noutro sistema totalmente novo; talexigirá aprendizagem, dedicação e esforçodo pessoal, bem como acuidade técnicapara realizar a sua operação. Mas, comoacontece em qualquer processo demudança, à exigência que a adaptaçãoexige, segue-se a fase do encanto e damotivação.

É certo que a passagem do pioneiroSistema Integrado de Gestão, instaladono Wang para o SAGe, exigiu redefini-ções a nível funcional e orgânico, enormeempenho dos elementos da Direção dosServiços Administrativos e Financeirosligados ao seu desenvolvimento, aper-

«Os utilizadores representam a locomotiva (…),são o garante de qualquer sistema»

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 5

feiçoamento eutilização; agora a sua«morte anunciada» poderia sobrelevar osentimento de «what a waste of time» –que desperdício de tempo… .

Contudo, como o tempo é para vivere não para desperdiçar, e os sistemas deinformação são sempre sistemas basea-dos em estruturas semelhantes, estamoscientes que o conhecimento entretantoadquirido vai permitir uma transiçãoserena e segura para o futuro SIGDN. Osnovos procedimentos serão diferentes na

sua forma – mas certamente muito simi-lares no seu conteúdo.

Estamos certos que o novo SIGDN,assim como o SIIF e o SAGe no presenteou o WANG no passado são sistemasde informação que visam atingir os finsprevistos na sua concepção, cada qualà sua maneira, no seu tempo e na suaforma; todos são instrumentos que auxi-liam e contribuem para a eficácia da ges-tão económica e financeira das organi-zações.

Infelizmente, a ferramenta não fun-ciona per si, nem no «episódio do futuro».Surge com naturalidade o elemento pri-mordial: os utilizadores. Eles represen-tam a locomotiva – e são o garante dequalquer sistema. A sua vontade, empe-nho e dedicação são determinantes; énecessário garanti-los mediante a cria-ção de adequadas condições, entre as quaisa consistente e contínua formação, assim

como a manutenção de bom ambientefísico e psíquico.

Qualquer processo de mudançaimplica inovação e adaptação, factoresque são a chave para a modernidade epara a evolução. O Instituto Hidrográ-fico vai integrar o SIGDN no seu glo-

bal, mas também no seu par-ticular – no conceito SAP,uma empresa independente.Estamos certos que o irá fazerempenhadamente, como é seuapanágio, de forma afincadae afirmativa. Assim, o processode mudança está na primeiralinha.

Desse combate e seusresultados vos falaremos empróxima edição…

CFR RODRIGUES MAVIOSODIRECTOR DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

E [email protected]

A informação é um conjunto de dados

que, relacionados e inseridos num con-

texto útil e com sentido definido, redu-

zem a incerteza da tomada de decisão

e influenciam a acção – a informação

suporta a tomada de decisão.

Um sistema é um conjunto de componentes

que interagem para alcançar um objec-

tivo comum (finalidade). Um sistema tem

um objectivo (a proposta fundamental que

o justifica); é composto por componentes

(partes do sistema que funcionam em con-

junto para alcançar o seu objectivo); um

sistema tem uma estrutura (a relação

entre os componentes, responsável pela

definição da fronteira entre o sistema e o

meio envolvente).

HidromarDepois de uma Edição Especial dedicada à Náutica de Recreio, ondeas Divisões da Direcção Técnica do Instituto Hidrográfico tiveram opor-tunidade de expor as suas actividades e contributos para aquela comuni-dade, o Hidromar regressa ao seu formato habitual.

Nesta edição, o Director-Geral lança um desafio aos quadros supe-riores do Instituto Hidrográfico, na prossecução de um «caminho tran-quilo». Porque falamos de perspectiva estratégica, o Hidromar foi conhe-cer os principais desafios da Divisão de Oceanografia, em entrevista aoCFR Ventura Soares.

O Director dos Serviços Administrativos e Financeiros debruça-se sobreos «sistemas» daquela Direcção, instrumentos de apoio à gestão e à deci-são no Instituto. Ainda na rota dos sistemas, cabe à Geologia Marinha aaplicação dos Sistemas de Informação Geográfica aos estudos de dinâmicasedimentar.

Por falar em Geologia Marinha, o Hidromar aborda também as obrasdos Laboratórios do Instituto Hidrográfico, quer daquela Divisão, quer daQuímica e Poluição do Meio Marinho. Fomos saber onde estão os seus

funcionários e em que medida estiveram os Serviços da Direcção de Apoioenvolvidos naquela obra.

No NRP D. Carlos I, desenvolvem-se já os levantamentos necessáriosà elaboração da proposta portuguesa de extensão da Plataforma Conti-nental. Tal missão foi testemunhada pelo Ministro de Estado, da DefesaNacional e dos Assuntos do Mar e pelo Secretário de Estado dos Assun-tos do Mar. Em futuras edições, abordaremos o decorrer destes trabalhos.

A ciência que se faz no Instituto Hidrográfico foi nesta edição vistano prisma de quatro estagiárias que ao longo do último ano trabalha-ram connosco.

Novos produtos foram estreia nestes dois meses: a informação sobreAgitação Marítima, disponibilizada pela Oceanografia na páginawww.hidrografico.pt, e o print-on-demand, em desenvolvimento pela Hidro-grafia. O novo volume do Roteiro da Costa de Portugal, Portugal Conti-nental – Marinas e Portos de Recreio, foi apresentado publicamente naNauticampo, onde o Instituto Hidrográfico se fez representar.

A Equipa Hirdromar.

Imagens do passado: sistema WANG nos anos 70-80

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 20056

Como fazemos

S O N A R

Um sistema de informação (SI) éum conjunto organizado de pro-cedimentos, processos, pessoas e

computadores que, quando integrados eexecutados, produzem informação base àtomada de decisão e ao controlo organi-zacional. As suas componentes, relacio-nadas, recolhem, processam, armazenam,e distribuem informação, de uma formaintegrada. Os sistemas de informação nãosão somente «computadores»; integrampessoas, organizações e tecnologia, em inte-racção com o ambiente externo. Destaforma, podemos olhar para os sistemasde informação em termos de análise e reso-lução de problemas, de comportamentoorganizacional e pessoal, e ainda em ter-mos de tecnologias de informação.

Com base no tipo de fluxo de infor-mação, podemos distinguir cinco activi-dades de um SI que ocorrem em cadaprocesso de decisão.

São elas:

• Interacção de informação com o exte-rior da organização;

• Entrada de informação;• Processamento de informação;• Saída de informação; e• Controlo e avaliação de informação.

Com base nestes fluxos, podemos dizerque as funções de um sistema de infor-mação são:

• Recolha de informação – garantiade entrada de dados no sistema;

• Armazenamento dessa informação– garantia do registo de dadosnecessários ao sistema;

• Processamento de informação – darresposta às exigências de dados einformação para suporte do sistema;

• Representação da informação – per-mitir percepção dos dados; e

• Distribuição de informação – garan-tia do fluxo de dados e informaçãono sistema criado.

Daqui decorre que as principais fina-lidades de um sistema de informação são:

• Recolher, seleccionar e tratar dados,para que sirvam de suporte à deci-são;

• Proporcionar, regularmente, infor-mação a todos os níveis de gestão;

• Acrescentar valor à organização.

Um SI pretende, desta forma, poten-ciar o conhecimento1 de uma organização,em favor da mudança do ambiente externodas organizações:

Os sistemas de informação, se bemconcebidos e implementados, trazem asvantagens de redução de custos, deaumento de oferta, de melhoria da satis-fação dos clientes, de detecção de nichosde mercado, de melhoria da qualidade,ou seja, de aumento da competitividade.Isto porque permitem um aumento deeficiência, de produtividade, a previsãoda mudança e a identificação de oportu-nidades.

Em vez de dados, as organizaçõesde hoje precisam de informação, se pos-sível, no menor espaço de tempo, deforma a suportar, permanentemente, a melhor decisão. Ora, esta passagem de dados para informação fez nascer a neces-sidade de criação de sistemas de infor-mação, capazes de lidar, e criar, inteli-

gentemente, informações relevantes paraa definição da competitividade empre-sarial e organizacional.

O seguinte esquema pretende repre-sentar as actuais abordagens de gestão etratamento de informação, nas suas maisvariadas vertentes:

As organizações recorrem as estes SIcomo ferramentas de Business Intelligenceou o conjunto de conceitos e metodolo-gias que, fazendo uso de factos e acon-tecimentos, e de sistemas baseados nes-tes, apoiam a rápida tomada de decisãoem negócios, traduzindo-se em vantagenscomparativas em relação à concorrência.Para o Business Intelligence, conhecer asferramentas de gestão é tão necessáriocomo conhecer a estrutura da própria orga-nização. A utilização dos instrumentosatrás descritos deve ter por base um reco-nhecimento dos conceitos organizacionaissubjacentes tendo em vista a reengenha-ria de processos e a necessária mudançainstitucional a que esta obriga. Por outrolado, a organização deverá compreendera utilização de SI bem para lá da comprade um mero software tecnológico, já quea adopção de um SI tem impacto directona configuração, processos e desempe-nho da organização e dos indivíduos.

Por fim, creio que o ponto mais impor-tante deste uso maciço de tecnologias emfavor da formação de informação é a suatransformação em conhecimento e sabe-doria, isto é, é o facto de constituírem fer-ramentas de conhecimento e, mais queisso, permitirem um melhor aproveita-mento do capital humano. Nesta fase, atecnologia e os SI terão cumprido o seuobjectivo máximo: fazer pensar.

1TEN VELOSO DA VEIGACHEFE DO SERVIÇO ADMINISTRATIVO

[email protected]

Pensar através dos Sistemas

de Informação

Pensar através dos Sistemas

de Informação

AMBIENTE

Organização

Re-alimentação

Entrada

Dado

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Info

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SaídaProcessamento

1 O conhecimento refere-se a um a estrutu-ração de informações, baseadas num conjunto demodelos, que permite uma avaliação crítica deinformação e a geração de nova informação.

SAGe, SIIF, SIGDN … Afinal, o que são «Sistemas de Informação»?

SAGe, SIIF, SIGDN … Afinal, o que são «Sistemas de Informação»?

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Oprojecto foi iniciado em finais de2002 e o sistema entrou em pro-dutivo em Janeiro de 2004. Prevê-

se que a conclusão de todos os desen-volvimentos relevantes ocorra no final doprimeiro trimestre do corrente ano. Ape-sar de ainda não estarem concluídos todosos desenvolvimentos, o SAGe está já emutilização, em todos os seus módulos(estrutura constante no quadro da pág.seguinte).

A mudança para a plataforma SAGesurge como consequência das novas ne-cessidades de gestão do IH, decorrentesda escassez de recursos, e da evolução tec-nológica e legislativa, uma vez que o an-terior sistema – WANG – apesar da suaqualidade conceptual, apresentava já in-suficiências graves.

Assim, foram identificados os seguin-tes objectivos essenciais a alcançar coma nova solução informática:

• Maior fiabilidade da informação e a suadisponibilização em tempo útil;

• Redução dos recursos humanos afectosàs áreas administrativa e financeira; e

• Reformulação e racionalização dos pro-cessos de trabalho.

O SAGe visa constituir-se como a baseda generalidade dos processos de traba-lho das áreas administrativa e financeirae de gestão de pessoal, dando respostaàs diversas responsabilidades do IH paracom o exterior, quer em termos fiscais ede prestação de contas, quer no tocanteà disponibilização de informação diversa.

Ao nível interno, o SAGe possibili-tará a disponibilização da informação, emtempo real, aos diversos utilizadores, comespecial enfoque na área do controlo de

gestão, proporcionando a possibilidadede elaborar orçamentos, imputar custos– recursos humanos e equipamentos –,visualizar os custos reais e obter desvios.Permitirá também o acompanhamento daexecução orçamental e dos processos deaquisição em curso (acesso sectorial à infor-mação).

A solução implementada englobaquatro grandes áreas funcionais: Con-tabilidade e Gestão Financeira, Patri-mónio e Aprovisionamento, RecursosHumanos e Controlo de Gestão.

A área da Contabilidade e GestãoFinanceira envolve a Gestão e ExecuçãoOrçamental, Contabilidade Pública(POCP), Conta de Gerência, Gestão doPIDDAC, Tesouraria, Homebanking (comligação ao sistema da Direcção-Geral doTesouro), Facturação (de bens e serviçose emissão de vendas-a-dinheiro) e Pla-neamento Orçamental.

A área do Património e Aprovisio-namento comporta a Gestão Patrimonial

(perspectivas do CIBE e da classe 4 doPOCP), Gestão do Aprovisionamento(centralizado) e Gestão de Stocks, Gestãode Fornecedores, Cadastro e Inventáriodos Bens do Estado (CIBE - Gestão deImóveis, Veículos e Bens Móveis), Requi-sições ao Aprovisionamento (elaboraçãode Propostas de Aquisição – PAs) e Requi-sições ao Armazém (elaboração de Valesao Paiol).

Relativamente aos Recursos Huma-nos, estão abrangidos a Gestão de Pes-soal, permitindo a gestão do quadro, daassiduidade e a elaboração do balançosocial, o processamento de Vencimentos,as comparticipações da ADSE e as Aju-das de Custo. Foram desenvolvidosespecificamente para o IH os módulos deGestão de Pessoal Militar, de Ajudas deCusto a Militares e de processamento doSuplemento de Embarque e do Subsídiode Hidrografia.

O Controlo de Gestão engloba a ela-boração de orçamentos e a contabilidade

SAGe – Sistema de Apoio à Gestão do Instituto HidrográficoSAGe – Sistema de Apoio à Gestão do Instituto Hidrográfico

O Sistema de Apoio à Gestão – SAGe – é a plataforma informática deapoio à gestão administrativa e financeira do Instituto Hidrográfico (IH).É uma solução integrada, abrangendo todas as necessidades funcionaisnas áreas de actuação da Direcção Financeira e da Gestão de Pessoal.

Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 7

SAGe – Estrutura da aplicaçãoCONTABILIDADE E GESTÃO FINANCEIRA PESSOAL

CONTROLO DE GESTÃO GESTÃO PATRIMONIAL

LEGENDAServiço que opera a aplicação

Serviço de Finanças e ContabilidadeServiço de Controlo de Gestão

Desconcentrada nas Divisões e ServiçosServiço Administrativo

Serviço de Pessoal

POCP

Tesouraria

Homebanking

Gestão de Pessoal Militar

Gestão do Pessoal Civil

Ajudas de custo

Suplemento de Embarque e Subsídio de Hidrografia

ADSE

Vencimentos

Controlo de Gestão

Indicadores de Gestão

Planeamento Orçamental

Controlo de Gestão – Desconcentrado

Gestão de Aprovisionamento

Recepção

CIBE

Estrutura e Orgânica

Requisição de Aprovisionamento

Execução Orçamental – Desconcentrada

Gestão de Bens Móveis

Requisições ao Armazém

Gestão de Stocks

Facturação e Gestão de Stocks

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 20058

de custos e proveitos por actividades, per-mitindo também o apuramento de des-vios entre os valores orçamentados e osreais. Esta funcionalidade irá ser dispo-nibilizada aos diversos utilizadores sec-toriais de forma desconcentrada, sendoo sistema alimentado pelos próprios uti-lizadores (para a elaboração de orçamentose imputação de pessoal e de equipamentos)e directamente de outras áreas da apli-cação (nos restantes casos). Esta área irádispor de um módulo de indicadores de

Gestão, para a elaboração de indicadoreseconómicos, financeiros e orçamentais,para apoio à tomada de decisão por parteda Direcção do IH.

O SAGe visa dar resposta aos novosdesafios da gestão do Instituto Hidro-gráfico, quer por via das evoluções legis-lativas, nomeadamente o POCP e a Uni-dade de Tesouraria do Estado(obrigatoriedade de manter as disponi-bilidades financeiras na Direcção-Geraldo Tesouro), quer devido à conjuntura

actual, caracterizada pelas fortes restri-ções orçamentais, redução de efectivos erápida evolução da sociedade.

Procurou-se por isso encontrar umasolução que, por um lado, integrasse todasas áreas de actuação da Direcção Finan-ceira, permitindo simultaneamente umaredução de pessoal e um melhor desem-penho e, por outro lado, fosse ao encon-tro das necessidades de informação de todosos sectores do IH, facultando-lhes uma fer-ramenta de gestão útil no seu dia-a-dia.

Estamos presentemente a concluir avalidação dos procedimentos de toda aaplicação e iniciou-se recentemente a dis-ponibilização dos módulos de «Requi-sições ao Aprovisionamento» e «Requi-sições ao Armazém» às Divisões eServiços. Paralelamente estão a ser desen-volvidos os módulos de «Execução Orça-mental – desconcentrada» e «Controlo deGestão – desconcentrado», peças essenciaisde todo o processo.

O processo de implementação doSAGe constitui por isso um ponto de vira-gem, pois procura dar resposta não só àsnecessidades da Direcção do IH e da Direc-ção Financeira, mas também das Divisõese Serviços, numa perspectiva de melho-rar a qualidade do serviço prestado aos«clientes internos».

CTEN PAULO AMARALCHEFE DO SERVIÇO DE FINANÇAS E CONTABILIDADE

[email protected]

S O N A R

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 9

1. Introdução

Os Sistemas de Informação Geo-gráfica (SIG) são um instru-mento fundamental na realiza-

ção de estudos de análise espacial.Permitem compilar, analisar, organizar,processar e editar toda e qualquer infor-mação susceptível de geo-referenciação,possibilitando não só a integração e ges-tão de grande volume de dados, mas tam-bém compreender as suas relações espa-ciais.

O desenvolvimento tecnológico veri-ficado nos últimos anos nos SIG, asso-ciado à percepção das suas potenciali-dades no contexto da sua aplicabilidadenas mais diversas áreas técnicas e cien-tíficas, tem implicações ao nível dodesenvolvimento de diferen-tes aplicações informáticas,cada vez mais acessíveis aoutilizador comum. Estão nestecaso as mais recentes aplica-ções vocacionadas para a exi-bição gráfica que, devido à suagrande versatilidade, consti-tuem uma forma simples dequalquer utilizador ter acessoà densa e complexa rede dedados e informação.

No Instituto Hidrográficoe, em particular, na Divisão deGeologia Marinha, a área deInformação Geológica é aindarelativamente jovem. Não obs-tante, os SIG foram já utiliza-dos com sucesso em diversostrabalhos pluridisciplinares,em que grandes volumes deinformação foram adquiridos,processados e analisados,tendo em vista o estudo de pro-cessos geológicos que ocorremna zona costeira e plataformaadjacente.

O estudo que de seguidase apresenta, constitui umexemplo prático do interessena utilização destas ferra-mentas e no investimento quese tem efectuado na área daInformação Geológica.

2. O estudo de caso

Entre Janeiro de 2003 e Junho de 2004foi realizado o estudo da dinâmica sedi-mentar na zona envolvente ao Cabo deSines, de forma a ilustrar a diversidadede processos costeiros condicionados poraquela estrutura geomorfológica.

Assim sendo, foram efectuados estu-dos oceanográficos para caracterização doregime hidrodinâmico anual junto aofundo (agitação marítima, marés, meteo-rologia e correntes); hidrográficos, paracaracterização morfológica do fundo emsituações meteorológicas distintas; topo-gráficos, para caracterização morfológicado perfil das praias; e sedimentológicos,sobre as amostras de sedimentos super-ficiais de fundo e de praia, para estudo

da granulometria e composição minera-lógica.

A área escolhida para a realização doestudo localiza-se na costa oeste alente-jana e abrange a plataforma interna adja-cente ao Cabo de Sines. Para a caracte-rização da região em estudo, foramseleccionadas quatro áreas representati-vas dos processos costeiros, onde se cen-tralizaram todos os trabalhos de campo.Foram escolhidas três praias e respecti-vas plataformas internas adjacentes:Praia do Norte e Área 1, Praia de S. Tor-pes e Área 2, e Praia da Samouqueira eÁrea 3 – correspondendo a quarta áreaà plataforma interna adjacente ao Cabode Sines (Fig. 1).

Os dados foram adquiridos em qua-tro campanhas realizadas ao longo do ano

de 2003, duas em regime demarés de Inverno e duas emregime de marés de Verão,uma vez que o equilíbrio dosistema é maioritariamenteinfluenciado pelas condiçõesmeteorológicas e condiçõesextremas de agitação marí-tima.

Desde a fase de planea-mento do projecto foi per-ceptível a importância daaplicação dos SIG ao desen-volvimento dos trabalhos. Aimplementação de um SIGconstituiria, desde logo, umamais-valia pela capacidadeque apresentam de possibi-litarem a realização de aná-lises comparativas dos dadosao longo das diferentes fasesdo estudo (evolução tempo-ral).

A construção do SIG apli-cado à dinâmica sedimentarna zona envolvente ao Cabode Sines iniciou-se pela incor-poração de toda a informa-ção de base, já existente sobrea área de estudo, nomeada-mente a batimetria da plata-forma e o conjunto de foto-grafias aéreas e cartas quecobriam a região continental

Os Sistemas de Informação Geográficaaplicados a estudos de dinâmica sedimentarOs Sistemas de Informação Geográficaaplicados a estudos de dinâmica sedimentar

Fig. 1 – Síntese da informação de base existente sobre a área de estudo(IH-GM, 2004)

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200510

Fig. 3 – Síntese do conteúdo em minerais leves(IH-GM, 2004)

Fig. 4 – Análise comparativa das percentagensem minerais pesados na plataforma interna eregião continental adjacente (IH-GM, 2004)

S O N A R

em estudo (Cartas Militares de Portugal,à escala 1:25 000 e a Carta Geológica dePortugal, à escala 1:50 000, folha 42C – San-tiago do Cacém).

Posteriormente, foram introduzidos noSIG os dados colhidos durante as dife-rentes fases do estudo, os quais foramestruturados em formatos apropriados àsua inclusão no sistema.

A fase final consistiu no estudo esta-tístico dos dados compilados e namodelação da informação obtida (alfa-numérica e geográfica), de forma a pos-sibilitar a sua interpretação e sínteseconclusiva.

2.1. EnquadramentoA zona em estudo é constituída por

formações de natureza litológica diversa,cronologicamente situadas entre o Devó-nico e o Holocénico (Fig. 2), reflectindo asucessão de ciclos tectónicos que afectoueste sector da Península Ibérica.

A Praia do Norte insere-se num con-texto geológico dominado pela existên-cia de um extenso cordão litoral que bor-deja as camadas detríticas miocénicas daBacia do Sado, fossilizadas pelas cama-das detríticas do Plio-quaternário e mate-riais mais recentes.

As praias a sul caracterizam-se porum enquadramento geológico diferente,com a Planície Litoral Ocidental a ser esca-vada nas formações antigas e deforma-das do soco varisco e mesozóico. Nestesector sul, o litoral corresponde assim auma sucessão de arribas e falésias, inter-rompidas por ribeiras que, alimentam, commaior ou menor volume, as pequenaspraias encastradas.

Na zona central da região em estudosobressai o Cabo de Sines, unidade mor-fológica notável da orla ocidental portu-guesa, expressão superficial de uma massavulcânica que intruiu o substrato paleo-zóico e mesozóico durante o Oligocénico.Este cabo, que se encontra na sua maiorparte submerso, apresenta uma estruturaanelar, definindo uma forma elíptica comorientação do eixo maior segundo W-E

Este maciço induziu, nas camadas cir-cundantes, auréolas de metamorfismo edeformação mais ou menos acentuadas,que transparecem no modelado regional.

Todo o maciço, incluindo as rochasque o envolvem, é profundamente recor-tado por uma densa rede de filões, demodo geral com direcções E-W e/ou N-S,sub-verticais.

Na plataforma continental adjacente,mais protegida dos agentes de erosão sub-aéreos, as características regionais man-têm-se mais ou menos preservadas. Fenó-menos de erosão diferencial ocorrem entrecamadas aflorantes, com diferentes ida-des e características petrográficas. Juntoao Cabo de Sines e nas zonas a sul, sãoparticularmente evidentes afloramentos dasformações vulcânicas e paleozóicas,enquanto que a norte, devido à naturezamais branda do substrato detrítico terciá-rio, não se encontram relevos notáveis.

No SIG foi possível efectuar e projec-tar a síntese da cartografia geológica daregião emersa que serviu de base à inter-pretação dos dados sobre a composiçãomineralógica das amostras colhidas na zonacosteira (praias e arribas) e ribeiras que alidesaguam, e utilizar os minerais encon-trados como traçadores sedimentares.

2.2. Dinâmica de partículas sedi-mentares

No que concerne ao estudo minera-lógico das amostras de sedimentos, a uti-lização dos SIG foi fundamental nosuporte à síntese dos dados e projecçãode informação obtida, contribuindo paraa percepção da distribuição percentual ede conteúdo mineralógico, em termos geo-gráficos, na área de estudo.

A composição mineralógica dos sedi-mentos mostra que a fracção arenosa temdois componentes principais, que corres-pondem a partículas terrígenas e biogéni-cas. O material terrígeno é dominado peloquartzo e a fracção biogénica é composta,essencialmente, por moluscos (Fig. 3).

O conteúdo em minerais pesados, iden-tificado em domínio marinho, permitiudefinir três áreas na plataforma interna(Fig.s 3 e 4):• uma área norte (a norte do Cabo de

Sines) onde a associação de mineraispesados revela fraca influência dasrochas do Maciço de Sines como fontemineralógica, evidenciando como prin-cipal fonte a cobertura sedimentarrecente (abundantes minerais roladosde turmalina, andaluzite e estaurolite).

• uma área central, distinta pela elevadaquantidade de minerais com origemnas rochas ígneas do Maciço de Sines(piroxenas e anfíbolas com formasangulosas); e

• uma área meridional que revela tam-bém uma forte influência das rochasdo Maciço de Sines como fonte dosminerais identificados (piroxenas eanfíbolas).

Fig 2 – Síntese do enquadramento geológico(IH-GM, 2004)

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 11

No domínio continentalobserva-se que existem duasproveniências fundamentaisdos minerais pesados:

ii) uma relacionada com osdepósitos da coberturasedimentar recente, que setraduz pela presença de ele-vadas quantidades de grãosrolados (sobretudo de tur-malina e andaluzite); e

ii) outra relacionada com odesmantelamento das for-mações do Complexo Ígneode Sines e filões associados,composta por grãos angu-losos (sobretudo de piro-xena e anfíbola).

2.3. Morfo-dinâmicaA análise das diferentes

superfícies batimétricas aolongo das quatro campanhasefectuadas nas quatro áreasde plataforma estudadas,permitiu, através de softwarede análise espacial (SIG),localizar as zonas onde ocor-reram fenómenos de erosãoe acreção sedimentar (Figs. 6,7, 8 e 9).

A observação das super-fícies de variações batimétri-cas da plataforma interna,paralelamente à análise dosperfis das praias adjacentes(Fig. 9), permitiu não só ava-liar a relação de ganhos eperdas sedimentares entreaquelas duas zonas, mas tam-bém calcular os volumes dematerial em «movimento».

3. Síntese conclu-sivaOs estudos efectuados no

decurso deste projecto per-mitiram caracterizar generi-camente os processos de dinâ-mica sedimentar que ocorremna região envolvente ao Cabode Sines.

A implementação do SIGconstituiu uma ferramentaindispensável, em particular no apoio àanálise temporal de alguns dos fenóme-nos observados nas diferentes campanhasrealizadas ao longo do ano de 2003.

No que concerne à cartografia geoló-gica, o SIG permitiu não só sintetizar aestrutura geológica da área de estudo, mas

também realizar o estudo litológico dasformações aflorantes, direccionado no sentido da determinação do respectivoconteúdo mineralógico.

Através da análise composicional dasamostras de sedimentos, cujos dadosforam introduzidos, processados e edi-

tados no SIG, foi possível determinar asua origem e qual a direcção de disper-são dos mesmos, por acção de fenóme-nos meteorológicos e oceanográficos:• a norte do Cabo de Sines, a associação

de minerais pesados revelou ser a cober-tura sedimentar recente a principal fonte

Fig. 5 – Síntese do conteúdo em minerais pesados (IH-GM, 2004)

Fig 8 – Variações batimétricas ocorridas numa subáreada plataforma interna adjacente à Praia do Norte, entreos levantamentos de Setembro de 2003 e Novembro de

2003 (IH-GM, 2004)

Fig 6 – Variações batimétricas ocorridas numa subáreada plataforma interna adjacente à Praia do Norte, entreos levantamentos de Janeiro de 2003 e Março de 2003

(IH-GM, 2004)

Fig 7 – Variações batimétricas ocorridas numa subáreada plataforma interna adjacente à Praia do Norte, entre

os levantamentos de Março de 2003 e Setembro de2003 (IH-GM, 2004)

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200512

S O N A R

mineralógica dos sedimentos, tendo-seconstatado uma fraca influência dasrochas do Maciço de Sines;

• a área central, pelo contrário, revela umaforte influência mineralógica associadaàs rochas ígneas do Maciço de Sines ediminuta influência dos sedimentos decobertura recentes;

• por último, a área a suldo Cabo de Sines exibea influência de ambasas fontes mineralógi-cas – Maciço de Sinese cobertura sedimentarrecente, tendo-se obser-vado, no entanto, opredomínio da pri-meira fonte sobre asegunda.

Paralelamente, osestudos efectuados noSIG sobre os dados daplataforma interna e res-pectivas praias adjacen-tes, nomeadamente aanálise comparativa dosdiferentes levantamen-tos batimétricos e topo-gráficos realizados, apon-tam para a inexistênciade transposição de sedi-mentos arenosos no Cabode Sines em domínio de plataforma interna(Fig. 10).

A geração de infor-mação a partir dos dadosadquiridos foi inicial-mente realizada de formaa dar resposta às neces-sidades específicas decada sector de investi-gação, para cada área deestudo em cada uma dascampanhas realizadas,sendo, no entanto, pos-

teriormente vocacionada para a integra-ção global de todo o projecto.

A gestão e edição deste extenso evariado volume de dados e informa-ção – de diferentes tipos (raster e vecto-rial) e provenientes de diferentes origens(pluri-disciplinares) e, consequentemente,de características muito díspares (apre-

sentando-se em diferentes escalas, siste-mas de coordenadas e/ou graus de reso-lução) – só foi possível realizar no curtoperíodo de tempo disponível para a apre-sentação de resultados devido à grandecapacidade de integração e devido aosrápidos e eficientes meios de processa-mento e manipulação das diversas apli-cações SIG utilizadas e da respectiva basede dados.

BibliografiaIH-GM, 2004 – Estudo da dinâmica sedimentar

litoral na zona do Porto de Sines. Relatório Técnico Final REL.TF.GM.01/04. ProjectoGM4201/2004. Instituto Hidrográfico.

ALEXANDRA HELENA MORGADODIVISÃO DE GEOLOGIA MARINHA

SECÇÃO DE INFORMAÇÃO GEOLÓGICAalexandra.morgado@hidrográfico.pt

Com vista a dotar a Divisão da Geo-logia Marinha de meios autónomos

para a prossecução dos seus trabalhos naárea da conservação de amostras, o Ser-viço Geral elaborou as Memórias Des-critivas para a aquisição de duas unida-des de frio, autónomas e dotadas de meios

especiais para osrequisitos esta-belecidos.

Uma delas,móvel e do tipo«contentor», foipreconcebida

com medidas standard e preparada parapoder ser transportada no NRP D. Car-los I – ou por qualquer meio naval comcapacidade para o transporte de conten-tores. Tem uma capacidade de volumeútil de 12 m3, com potências frigoríficasúteis para operar com temperatura inte-rior a -20ºC, operando a energia eléctricae/ou a diesel – neste último caso, quandoem missões onde não seja possível a uti-lização da energia eléctrica. Para o seutransporte foi adquirido um meio arti-culado ajustado às suas dimensões e peso,devidamente licenciado.

Aoutra unidade, fixa, foi preconcebidapara o armazenamento das amostras a rece-ber da câmara móvel ou de um outra pro-veniência. De grande porte, com capaci-dade de volume útil de 34 m3 e para aconservação a +4ºC, foi fornecida por pai-néis e montada nas Instalações da Azi-nheira no Pavilhão n.º 2, numa área atri-buída à Divisão de Geologia Marinha. Foirecebida no final de Janeiro de 2005, espe-rando-se que mantenha operacional pormuitos anos e ao apoio da investigação.

CTEN PEDRO DOS SANTOSCHEFE DO SERVIÇO [email protected]

Apoio à inovação na Geologia Marinha – projectos na área do frio

Fig: 9 – Perfis topográficos transversais na Praia do Norte (IH-GM, 2004)

Fig. 10 – Dinâmica sedimentar na zona envol-vente ao Cabo de Sines (IH-GM, 2004)

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 13

Início dos trabalhos na Plataforma Continental

Dando seguimento ao planeamento dos levantamentos para a recolha de dadosnecessários à elaboração da proposta portuguesa para a extensão da PlataformaContinental além das 200 milhas, o NRP D. Carlos I iniciou a campanha hidrográ-fica ao largo da ilha da Madeira no passado dia 10 de Janeiro, contribuindo para oconhecimento mais profundo do Mar Português.

D. Carlos inicia levantamentos …

Os trabalhos, requeridos pela Estru-tura de Missão para a Extensãoda Plataforma Continental, refe-

rem-se a campanhas de levantamentoshidrográficos, planeados e divididosgeograficamente, sobre os quais são fun-damentais dados batimétricos de altaqualidade e resolução. Os levantamen-tos hidrográficos planeados para 2005 cor-respondem a uma área com cerca de 1,4vezes a subárea da ZEE de Portugal Con-tinental. Adicionalmente, será efectuadaa recolha de dados de magnetismo, a fimde complementar a interpretação dosdados adquiridos com o sondador mul-tifeixe.

Dotado do sistemasondador multifeixe, onavio recolherá a infor-mação necessária à fun-damentação da extensãoda Plataforma Continen-tal de Portugal, previstano artigo 76.º da Con-venção das Nações Uni-das sobre o Direito doMar (CNUDM).

A Divisão de Hidro-grafia do Instituto Hidro-gráfico dispõe de capaci-dade técnica e humanapara o processamento evalidação dos dados mul-tifeixe adquiridos, con-forme as recomendaçõesda Organização Hidro-gráfica Internacional. O Sistema de Gestão deBase de Dados Hidro-gráficos (HydrographicData Warehouse – HDW)permite a esta Divisãointegrar, de forma siste-mática, a informação jáexistente com os dados aserem recolhidos duranteos levantamentos hidrográficos.

… com a presença doMinistro da Defesa

Embarcaram no navio, no dia 12 deJaneiro, o Ministro de Estado, da DefesaNacional e dos Assuntos do Mar, Dr.Paulo Sacadura Cabral Portas, o Secre-tário de Estado para os Assuntos do Mar,Dr. Nuno Fernandes Thomaz e o Presi-dente da Estrutura de Missão para aExtensão da Plataforma Continental,Comandante Pinto de Abreu. Em repre-sentação do Almirante Chefe do Estado--Maior da Armada, Almirante FranciscoAntónio Torres Vidal Abreu, coube ao

Vice-almirante Carlos Alberto ViegasFilipe a recepção das individualidadesa bordo.

Durante o embarque, que teve a dura-ção de 3 horas, as entidades assistiramà apresentação sobre os trabalhos pre-sentes e futuros inerentes à extensão daPlataforma Continental, detalhadamenteexplicada pelo Professor Pinto de Abreu.O CTEN Ramalho Marreiros, Coman-dante do D. Carlos, teve também a opor-tunidade de descrever as capacidadesdos equipamentos a bordo e de mostraro processo de aquisição de dados, a uti-lizar nos próximos 10 meses de investi-gação científica.

DIVISÃO DE [email protected]

Área dos levantamentos hidrográficos previstospara o ano de 2005

Da esq. para a direita: 1TEN Nunes de Castro, imediato do D. Carlose o CTEN Ramalho Marreiros, comandante do navio

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200514

S O N A R

«a) Conhecer as característicasgeológicas e hidrográficas do fundosubmarino ao largo de modo apoder vir a fundamentar a preten-são de Portugal em alargar os limi-tes da sua plataforma continentalpara além das 200 milhas náuticas,em conformidade com o estipuladono artigo 76.º da Convenção dasNações Unidas sobre o Direito doMar (CNUDM) (…);

b) Definir os limites da plata-forma continental de Portugal, parasubmeter à aprovação da Comis-são de Limites da Plataforma Continental (…);

c) Criar um dicionário de dados ocea-nográficos e preparar a estrutura de basede dados de apoio ao projecto de extensãoda plataforma continental de forma apoder servir, no futuro, um sistema de moni-torização e gestão integrada do oceano;

d) Promover o desenvolvimento de pro-jectos de investigação e desenvolvimentoorientados para a exploração dos dadose informação obtidos no desenvolvimentodo projecto de extensão da plataforma con-tinental;

e) Reforçar o corpo científiconacional promovendo a realizaçãode programas de doutoramentodirectamente relacionados com o pro-jecto de extensão da plataformacontinental, nomeadamente em sis-temas de informação geográfica(SIG), geologia, geofísica e direitointernacional público;

f) Promover a publicação de umatlas de dados e informação do pro-jecto de extensão da plataforma con-tinental de Portugal;

g) Promover a participação dejovens estudantes e investigadores noprojecto de extensão da plataforma

continental, nomeadamente através da suaparticipação nos cruzeiros científicos a rea-lizar para o efeito como contribuição parao esforço nacional de regresso ao oceano.»

Fonte: Resolução do Conselho de Ministros n.º 9/2005

Os objectivos da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental

«Aplataforma continental de umEstado costeiro compreende o

leito e o subsolo das áreas submarinas quese estendem além do seu mar territorial,em toda a extensão do prolongamento natu-ral do seu território terrestre, até ao bordoexterior da margem continental ou até umadistância de 200 milhas marítimas das linhasde base a partir das quais se mede a lar-gura do mar territorial, nos casos em queo bordo exterior da margem continentalnão atinja essa distância.»

CNUDM, Art. 76.º

O artigo 76.º da CNUDM«O Estado costeiro exerce direitos de sobe-rania sobre a plataforma continental para efei-tos de exploração e aproveitamento dos seusrecursos naturais. (…) Os recursos naturais(…) são os recursos minerais e outros recur-sos não vivos do leito do mar e subsolo, bemcomo os organismos vivos pertencentes a espé-cies sedentárias, isto é, aquelas que noperíodo de captura estão imóveis no leito domar ou no seu subsolo ou só podem mover-se em constante contacto físico com esse leitoou subsolo.»

CNUDM, Art. 77.º

Ilustração da aplicação do art.º 76 da CNUDM

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 15

No dia 10 de Janeiro de 2005 o NRP D. Carlos I lar-gou da Base Naval de Lisboa rumo aos mares daMadeira. Esta missão iria dar inicio à execução dos

levantamentos hidrográficos no âmbito de elaboração deuma proposta para a extensão da plataforma continentalnacional. O primeiro levantamento decorreu entre 10 deJaneiro e 1 de Fevereiro de Janeiro, numa área de especialinteresse, situada 130 milhas a oeste da Ilha da Madeira.

Para a execução do levantamento foi utilizado o sonda-dor multifeixe do navio. Em simultâneo ao o trabalho desondagem hidrográfica foram também adquiridos dados demagnetometria utilizando um magnetómetro rebocado.

Este levantamento hidrográfico cobriu uma área totalde 35000 km2, sendo a profundidade média da ordem dos5000 m. Foram adquiridas 9 000 000 de sondas, a que cor-responde uma densidade de sondagem aproximadamenteigual a uma sonda por 70 metros.

Os dados batimétricos obtidos, depois de processadose validados, permitiram criar uma imagem tridimensionaldo terreno representada na figura. Nesta figura, é tambémpossível visualizar a carta náutica oficial. Por comparaçãocom a carta náutica oficial nota-se um concordância geral,mas a imagem obtida a partir dos dados multifeixe temmuito melhor e qualidade resolução, o que permitiu evi-denciar estruturas geológicas no fundo do mar, até agoradesconhecidas.

CTEN RAMALHO MARREIROSCOMANDANTE DO NRP D. CARLOS I

Diário de bordo do D. Carlos I

NRP D. Carlos I no porto do Funchal

Área do levantamento hidrográfico.

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200516

Actividades desenvolvidas: • conhecimento da aquisição, digitalização, vali-

dação e processamento de dados de marés;realização de projectos;

• renovação de software interno; investigaçãopara um relatório de acompanhamento de dadosde marés das estações maregráficas portuguesaspertencentes ao sistema Global Sea Level Obser-ving System (GLOSS);

• colaboração num artigo para publicação nos ANAIS do InstitutoHidrográfico» intitulado «Renovação de Constantes Harmónicas:critérios e procedimentos utilizados no IH»;

• investigação acerca da renovação de constantes harmónicasvisando uma Comunicação para o VI Encontro do Comité de

Marés da Organização HidrográficaInternacional (OHI) realizado de 11 a 13de Outubro, em Lisboa;• visita ao marégrafo situado no cais do

Terreiro do Trigo, em Lisboa – parti-cipação activa no seu nivelamento;

• participação no Projecto SANEST abordo do NRP Andrómeda.

Este trabalho de estágio consistiu naanálise descritiva e interpretativa do

conteúdo microfaunístico (foraminíferos– Ordem Foraminifera, Reino Protista) pre-sente em amostras superficiais da Plata-forma Continental Portuguesa, com o objec-tivo de integrar a Carta Sedimentológica4 e respectiva Notícia Explicativa, ambaspublicadas pelo Instituto Hidrográfico (IH).As amostras foram colhidas na plataforma

ocidental a Norte do Canhão Submarinoda Nazaré e na vertente Sul do Canhão,aquando a realização das campanhasoceanográficas do IH inseridas no Pro-grama SEPLAT. O estudo permitiu iden-tificar associações de espécies de forami-níferos bentónicos típicas de váriosambientes da plataforma, consoante a pro-fundidade e a distância à costa. A natu-reza granulométrica dos sedimentos e a

estabilidade do meiorevelaram-se como fac-tores decisivos no con-trole da distribuiçãodas espécies, quer naPlataforma Continen-tal, quer no CanhãoSubmarino da Nazaré.O upwelling sazonal que se verifica nestaregião, com a consequente descida da tem-peratura das águas e aumento da produ-ção orgânica, poderá também ser res-ponsável pela distribuição espacial dasvárias espécies e, em particular, por dife-renças observadas ao nível da represen-tatividade de algumas espécies no domí-nio da Plataforma e no domínio doCanhão. Esta seria, portanto, uma ques-tão a analisar com maior detalhe emtrabalhos ulteriores. De igual forma,poder-se-ia revelar bastante útil o estudodas associações de foraminíferos bentó-nicos presentes nas amostras da vertenteNorte do Canhão da Nazaré, cujos resul-tados seriam complementares aos apre-sentados neste estágio.

«O Instituto Hidrográfico é umaentidade com muito prestígio egrande credibilidade graças aoespírito de cooperação e valor pro-fissional de todas as pessoas queaqui trabalham».

Instituição de ensino: UniversidadeLusófona de Humanidades e Tecnolo-gias; Licenciatura em Ciências doMar, especialização em Oceanogra-fia e PescasOrientadores de estágio: DoutorManuel Pinto de Abreu, Universi-dade Lusófona. Dra. Leonor Martins,Divisão de Oceanografia; investi-gação de 6 meses na área de Marés. Relatório: "Análise e Processamentode Dados de Marés e cálculo do NívelMédio do Mar"O que a surpreendeu: "o excelenteambiente de trabalho na Divisão deOceanografia, a cooperação exis-tente entre as diferentes Divisõese a excelente forma como fui rece-bida e tratada por todos, tendosentido enorme disponibilidade eapoio por parte de todas as pes-soas com quem contactei no decursodo Estágio".

Oportunidades concedidas: "Ao tero privilégio de estagiar no Ins-tituto Hidrográfico, integradano grupo de trabalho da Secçãode Marés, cuja orientação e apoioda Dra. Leonor Martins foramimprescindíveis, tive oportuni-dade de aperfeiçoar e aprofundaros conhecimentos adquiridosdurante a licenciatura realizandodiversos projectos para a Insti-tuição e algumas saídas de camporelacionadas com a área de marése oceanografia. A prática compu-tacional foi aprofundada o queme permitiu apreender e consoli-dar conceitos em linguagem FOR-TRAN e MATLAB, ao mesmo tempo quese procedia à renovação de soft-ware interno da Secção de Marés."E agora? "Pretendo encontraremprego, se possível, dentro daárea em que estive a estagiar".

Instituição de ensino:Universidade de Lisboa;Licenciatura em Geolo-gia Aplicada e doAmbiente.

Orientador de estágio:Anabela Oliveira, Divi-são de Geologia Mari-nha.

Relatório: "Análisemicropaleontológica(Foraminifera) em sedi-mentos superficiais daPlataforma Continental

Portuguesa", decor-rente de 9 meses deinvestigação.

O que a surpreendeu:"A boa capacidade detrabalho, a produti-vidade científica e afacilidade de comuni-cação entre as equi-pas das diversas Divi-sões".

E agora? "Enquanto forpossível, continuarcom a investigação!"

FRANCISCA PRUDÊNCIO ROSA: ANÁLISE FORAMINÍFERA NA PLATAFORMA

Nova Vaga de cientistas

JOANA REIS: DADOS DE MARÉS

Nota de edição: a Dr.ª Joana Reis publicou no Hidro-mar n.º 85 um artigo intitulado «Método de Reno-vação de Constantes Harmónicas no InstitutoHidrográfico», que incide sobre o objecto da suainvestigação.

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 17

Este estudo tevecomo objectivo

contribuir para oestudo do regime deextremos na costaportuguesa, conside-rado como uma com-

ponente fundamental na definição doclima de agitação marítima, com apli-cações importantes na engenharia cos-teira e portuária, na arquitectura naval,nos estudos de erosão e dinâmica sedi-mentar, na validação de modelos de pre-visão e na concepção e dimensionamentode estruturas marítimas. São apresen-tados os resultados de uma análise esta-tística de extremos efectuada sobre umasérie de valores de altura significativamáxima anual, correspondente a 24 anosde observações, obtida pela estaçãoondógrafo de Sines. Foram testadosdiversos modelos de distribuição de pro-babilidade, no sentido de estabelecer oque melhor se ajusta aos dados obser-vados e permitir extrapolações mais ade-quadas. Concluiu-se não ser grande adiferença entre os resultados fornecidospelas várias distribuições, sendo as dis-

tribuições log-normal e de Gumbel as quemelhores ajustamentos apresentam. Contudo, a incerteza associada a estesmétodos, aliada à gravidade das conse-quências práticas que podem advir deuma decisão errada, aconselham a queos resultados de todas as distribuiçõessejam tomados em conta, em especial osque apontam para valores mais elevadosde altura significativa. Considera-se que

o presente estudo constitui um contri-buto para o conhecimento do regime deextremos na costa portuguesa.

Oobjectivo desteestágio incluiu não

só a validação de ummodelo de marés, oceâ-nico e costeiro, deno-minado de Osu-OregonState University-TidalInversion Software (OTIS)

mas também a aplicação do modelo decirculação Princeton Ocean Model (POM)numa área da costa portuguesa.

A validação do modelo de previsãode marés OTIS foi feita através da com-paração entre as previsões das alturas horá-rias para 2004 calculadas pelo modelo OTISe as previsões da altura horária de marépara 2004 do Instituto Hidrográfico - combase nas quais são editadas as Tabela deMarés (TM). Este será o primeiro modelode marés, oceânico e costeiro, a ser utili-zado no Instituto Hidrográfico, sendo oprimeiro passo para o estudo das correntesde maré na plataforma continental.

Foi efectuada uma análise objectiva eestatística das séries horárias das previsõesde maré do OTIS e da TM, através de grá-ficos de séries temporais, de espectros deenergia, de gráficos de desvio padrão, decoeficientes de correlação e de histogra-mas de ocorrências de desvios, de modoa determinar a correlação das duas séries

e consequentemente a validade do modelode marés para a costa portuguesa.

Verificou-se que todos os portos apre-sentaram um coeficiente de correlaçãoentre as séries OTIS e TM bastante bom,tendo-se concluído que o modelo OTIS podeser aplicado com segurança em toda a áreacosteira e oceânica de Portugal, incluindotoda a Zona Económica Exclusiva (ZEE).

Relativamente ao modelo oceânico decoordenadas sigma Princeton OceanModel, mais conhecido por POM, foi apli-cado numa zona da costa portuguesa.

O objectivo da aplicação deste modelo

numa zona de Portugal não foi só o dereproduzir o regime das principais cor-rentes da costa portuguesa mas tambémestudar o papel da topografia de fundo,do forçamento do vento e da climatolo-gia completa na nossa costa. Neste modeloforam usadas as condições de fronteirade Marchesiello e foi usada uma linha decosta realista, tendo o modelo partido doestado de repouso.

O modelo conseguiu reproduzir bas-tante bem as principais correntes da costaportuguesa – a corrente de Portugal e acorrente Ibérica.

O IH é uma «instituição onde seconjuga com grande eficiência avertente prática e científica dainvestigação.»

Instituição de ensino: Facul-dade de Ciências da Univer-sidade de Lisboa. Orientador de estágio: Dra.Mariana Costa, Divisão deOceanografia.Relatório: "Metodologias deCaracterização do Clima deAgitação Marítima: análise deextremos". Investigaçãodurante 12 meses.O que a surpreendeu: "Sur-preendeu-me a grande capaci-dade que o Instituto Hidro-gráfico tem de dinamizar edesenvolver projectos cien-tíficos".

Oportunidades concedidas:"O Estágio no InstitutoHidrográfico permitiu-mea introdução na vertenteprática da Oceanografia,utilizando os conheci-mentos adquiridos, massobretudo inteirar-me denovas metodologias e denovos equipamentos degrande importância noestudo do mar."E agora? "Continuar o meuprocesso de crescimentona vida académica e pro-fissional."

Instituição de ensino:Universidade Lusófona deHumanidades e Tecnolo-gias; Licenciatura emCiências do Mar, espe-cialização em Oceano-grafia e Pescas.Orientador de estágio:1TEN Santos Martinho,Divisão de Oceanografia.Relatório: Modelação demarés e correntes aolargo da costa de Por-tugal.

Duração: 6 meses.Oportunidades conce-didas: "O InstitutoHidrográfico permitiunão só a oportunidadede efectuar um está-gio na área de Ocea-nografia como tambémconhecer algumas dassuas actividades".

CLÁUDIA GOMES LUCAS: CLIMA DE AGITAÇÃO MARÍTIMA

ANA CORREIA DOS SANTOS: MODELAÇÃO DE CORRENTES E MARÉS

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200518

ACartografia Assistida por Com-putador (ou cartografia digital)da Divisão de Hidrografia impri-

miu a primeira carta em sistema print--on-demand, ou seja, impressão «a pedido».

O Hidromar foi ao encontro do CFRMaia Pimentel, Chefe da Divisão de

Hidrografia, para tentar perceber a ampli-tude desta nova abordagem:

Hidromar (H): O que significa, em ter-mos de cartografia, o print-on-demand?

CFR Maia Pimentel (CFR MP): Oprint-on-demand significa uma impressãodas cartas à medida das necessidades.

H: Então sig-nifica que qual-quer pessoa sepode dirigir aoInstituto Hidro-gráfico e solicitaruma carta «na ho-ra»?

CFR MP:Nesta fase, aindaexper imental ,cremos ser cedopara avançar pa-ra essa fase. Aim-pressão na hora,«a pedido docliente», constitui

a fase seguinte do print-on-demand. Maspara lá caminhamos, essa é uma das poten-cialidades do sistema. Esta abordagemrevolucionará o sistema de interacção como público do Instituto Hidrográfico, namedida em que permite uma melhor ges-tão das existências em Depósito e dasexpectativas do comprador, contribuindo,assim, para uma melhor eficiência da ins-tituição.

H: Então qual a fase actual?CFR MP: Para já, o sistema permite-

nos duas coisas; em primeiro, manter umstock mínimo das cartas publicadas e jávectorizadas, evitando a sua ruptura. Emsegundo, e aquela que tecnicamente é maisimportante: permite-nos ter as cartas tãoactualizadas quanto possível. Como sabe,uma carta é actualizada ao momento da sua impressão e, tradicionalmente,o Instituto Hidrográfico imprime umnúmero relativamente elevado de cartas.O print-on-demand permite-nos apurar essaactualização.

A título experimental …A primeira Carta print-on-demand

OInstituto Hidrográfico passourecentemente a disponibilizar,através da sua página electrónica

www.hidrografico.pt, um conjunto deprevisões das condições de agitação marí-tima ao largo da costa portuguesa. As pre-visões reportam-se a duas áreas geográ-ficas, uma cobrindo a bacia Norte Atlânticacom previsões até 6 dias, a segunda abran-gendo toda a margem continental por-tuguesa, com previsões até 3 dias, e altaresolução espacial.

O serviço que agora se disponibilizaa todos os interessados em informaçãooceanográfica enquadra-se no projectoModelos OCeanográficos de ASSIMilaçãode dados (MOCASSIM) financiado pelaFundação para a Ciência e a Tecnologiae conduzido pela Divisão de Oceanografia.As previsões de agitação marítima sãoobtidas com base nos modelos numéri-cos Wave Watch III e SWAN, operadosno Instituto Hidrográfico. Estes modelosrecorrem a previsões de modelos meteo-rológicos, obtidas a partir de colabora-ções com Instituto de Meteorologia(modelo ALADIN) e o Fleet NumericalOceanography and Meteorology Center,

da Marinha dos Estados Unidosda América (modelo NOGAPS).

O projecto MOCASSIM temvindo a permitir reforçar as capa-cidades instaladas no InstitutoHidrográfico na área da previsãodas condições oceanográficas emzonas de interesse nacional. O sis-tema de previsão actualmenteimplementado integra, entreoutros, modelos numéricos de agi-tação marítima, correntes e marés.Vários destes modelos são dota-dos de capacidade de assimilação de dadosoceanográficos, podendo fazer uso dasobservações realizadas a partir das redesde monitorização mantidas pelo InstitutoHidrográfico.

Este sistema de previsão tem sidoamplamente utilizado no apoio a exercí-cios navais ou em situações de catástrofeno mar (ex. acidente Prestige). Outras dasáreas de actividade do Instituto Hidro-gráfico onde se faz um uso intensivo dascapacidades deste sistema é a investiga-ção dos aspectos dominantes da oceano-grafia física e dinâmica sedimentar da mar-gem continental portuguesa. Esta área tem

vindo a ser enquadrada por projectos deinvestigação com financiamento europeue nacional.

Além do interesse específico para asáreas da Protecção Civil, Defesa e Inves-tigação, os produtos obtidos com este sis-tema revestem-se de particular utilidadepara os navegadores. Assim, da próximavez que pretender ir para o mar, espreitea página de Agitação Marítima. Em doisminutos ficará a saber a previsão da agi-tação do mar ou da «altura das ondas» aolargo de Portugal Continental.

ASS JOÃO VITORINODIVISÃO DE OCEANOGRAFIA

[email protected]

Oceanografia prevê Agitação MarítimaS O N A R

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 19

POSTO DE VIGIAOlhar para dentro

De acordo com a Ordemda Armada 1 n.º 48, de14 de Novembro de

1979, foi no despacho de 21 de Junho daquele ano que oVice-Almirante Adjunto do Chefe do Estado-Maior da Armada,por delegação, aprovou a concessão de dois símbolos heráldi-cos ao Instituto Hidrográfico: o Brasão de Armas e o Brasão deArmas do Almirante Director-Geral do Instituto Hidrográfico.

Dispõe o referido despacho: «Bra-são de Armas – De prata, com a rosados ventos de pontos cardeais, lateraise de quarta, os primeiros de azul, ossegundos de vermelho, os terceiros deverde e os últimos de vermelho, tendoao centro uma estrela de oito pontas deprata; como remate, no Norte, uma florde liz de azul realçada a negro. Coro-

nel naval de ouro, forrado a vermelho. Listel de prata ondu-lado com a legenda em letras negras maiúsculas tipo elzevir«INSTITUTO HIDROGRÁFICO».

No que diz respeito ao que, abre-viadamente, chamamos as «Armas Pes-soais», é citado «o Escudo do brasão dearmas acima ordenado [referência ao Bra-são de Armas do Instituto Hidrográfico],sobreposto a uma âncora de prata postaem pala. Elmo de prata tauxiado de ouroe forrado a vermelho, virado de três quar-tos para a direita. Virol e paquife deverde e ouro, semeado de flores de liz

em ouro. Correia de vermelho perfilada de ouro. Timbre, umaflor de liz em ouro».

Em 1993, o Instituto Hidrográfico soli-citou ao Gabinete de Heráldica Navala alteração do seu símbolo heráldico,com a finalidade de neste de ins-crever a palavra «Portugal», deacordo com a resolução I.241.2 daOrganização Hidrográfica Interna-cional – que obrigava os serviçoshidrográficos a incluir nas cartaspublicadas o símbolo ou o escudete doprodutor da carta.

Nessa altura, foi entendimento daquele Gabinete que ainscrição da palavra no símbolo heráldico do Instituto Hidro-gráfico apenas podia ser feita por baixo do listel existente.Tendo em consideração a alteração do símbolo, e na medidaem que o Instituto Superior Naval de Guerra e a Escola Navaltinham já criado emblemas, optou o Gabinete de HeráldicaNaval por propor a criação de um emblema que, incluindoum pormenor do símbolo heráldico do Instituto Hidrográ-fico, satisfizesse aquela necessidade. Tem, no seu centro, oescudo do Instituto Hidrográfico, ladeado por «louros a ouroe fita azul com letras a ouro». Até hoje é esta a chancela uti-lizada sobre as publicações oficiais que o Instituto Hidro-gráfico publica.

Conhecer a prata da casa:Os símbolos heráldicos e o

emblema do Instituto Hidrográfico

AComissão de Orga-nização da Festa deNatal, composta por

ASP TSN Laura Reis, 1SARCarmo Limpo, 1MARJosé Caldas,1MAR Ri-cardo Gomes,1MAR Carla Mar-tins, TCEP Conceição Vi-cente e AAE Celeste Fer-nandes previram, para apassada Festa de Natal,uma manhã animadapara funcionários e res-pectivas famílias.

A Festa, que decorreu no dia 22 deDezembro, teve início pelas 10 horas, coma chegada dos participantes. Até às 11horas, os mais pequenos tiveram opor-tunidade de assistir a uma encenação do

Grupo «Os Teatreiros». Afábula «As gran-des Trapalhonas» foi representada pelosactores Paulo César, Cristina Monteiro e

Berta Alves, que assumi-ram a pele de três simpáticos

coelhos: Pipi, Lili e o Avô.Simultaneamente, o Capelão da

unidade, CMG Beltrão, celebrou aEucaristia de Natal na Biblioteca (antiga

cozinha do Convento das Trinas doMocambo), à qual assistiu o Vice-almi-

rante Carlos Alberto Viegas Filipe,Director-Geral do Instituto Hidro-gráfico.

Até à hora de almoço, foram distri-buídas as lembranças aos filhos dos fun-cionários do Instituto, no Auditório. À tradicional mensagem de Boas-Festas,seguiu-se o Almoço de Natal, afincada-mente preparado pelo pessoal do Ran-cho do Instituto Hidrográfico.

Mensagem de Boas Festasdo Director-Geral

A quadra natalícia constitui sempreuma boa oportunidade para reflec-tirmos um pouco sobre o caminho queconscientemente trilhamos na vida, eno qual se incluem as relações comos nossos familiares e com todos aque-les que no dia-a-dia convivemos. Fes-tejar o Natal mais não é do que pro-curar estimular esse relacionamentodando-lhe um novo ânimo e, muitasvezes, um novo rumo. A todos os ele-mentos do Instituto Hidrográfico,militares e civis, e às suas famílias,desejo um Feliz Natal e que o AnoNovo possa responder aos mais ínti-mos anseios que cada um de nós trans-porta no seu coração.

Festa de Natal no Instituto HidrográficoFesta de Natal no Instituto Hidrográfico

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200520

POSTO DE VIGIA

Sabia que a ficha patrimonial do Ins-tituto Hidrográfico contempla6.610m2 de área coberta numa área

total de 73.146,5 m2? Só o Edifício Sede(Trinas) tem uma área coberta de4.388,5 m2, num total de 8.605m2!

Pois é, os números poderão impres-sionar à primeira vista mas, narealidade, todo este patri-mónio terá que ser pre-servado – havendopara o efeito umapolítica de manu-tenção patrimonial.

Conhecidas que sãoas necessidades de preservação do patri-

mónio do IH, mormente o património exis-tencial no IH Trinas e Azinheira, não nosresta senão identificá-las, listá-las, esta-belecer prioridades, inscrevê-las nasfontes próprias para cabimentação de ver-

bas e agendá-las em planeamentointerno para execução.

Esta acção torna-seritmada, ano após ano,constatando-se haver

uma tendência para o aumentoefectivo das necessidades em obraspara o IH. Por um lado devido à

obsolescência dos bens patri-moniais e a necessidade debeneficiá-los e preservá-los.

Por outro, porque a evolução organiza-cional e o avanço tecnológico, em expo-nencial no IH na área das ciências do mar,conduz inevitavelmente à criação denovas necessidades inovadoras, tambémde infra-estruturas.

Enfatize-se ainda a nova publicação,promulgada pelo Almirante Chefe doEstado-Maior da Armada em 17 de Agostode 2004 (o ILA 8), cujos normativos tor-nam claro para que todas as Unidades daMarinha devem possuir o seu PlanoDirector devidamente elaborado.

CTEN PEDRO DOS SANTOSCHEFE DO SERVIÇO [email protected]

Falando de infra-estruturas:

Quando a palavra é inovar

As entidades ligadas ao Projectoda obra de «Remodelação do Edi-fício dos Laboratórios da Química

e Poluição Marinha e da Geologia Mari-nha» recordarão com o maior sentido deresponsabilidade a mensagem transcrita,uma vez que, pese embora os estudosanteriormente desenvolvidos, esta datapoder-se-á entender como a do início dostrabalhos da nova fase que conduziramao ao Projecto aprovado.

Impunha-se como medida evolutivaa necessidade de proceder a obras de remo-delação deste edifício, já que, de cons-

trução dos anos 60, não acompanhou asevoluções tecnológicas que os sistemaslaboratoriais sofreram desde então. Poroutro lado, no que concerne à certifica-ção dos laboratórios, ter-se-ia que adap-tar as condições de trabalho às exigên-cias legais, para que, numa segunda fase,se pudessem tomar as medidas tenden-tes à acreditação. Daí a pertinência destaintervenção.

Após sucessivas reuniões, estabeleceu-se uma calendarização rígida de um con-junto de acções para a reinstalação do pes-soal e equipamentos – inerente aos

preparativos para oinício dos trabalhos– na medida em queos prazos se iamestreitando. Eranecessário que asobras tivessem o seucomeço a 3 deJaneiro de 2005.

Assim, em cursodesde Outubro,decorrem as medi-das tendentes àsmudanças do pes-soal dos Laborató-rios da Química ePoluição do MeioMarinho, quer para

um espaço arrendado ao Instituto da Ciên-cia Aplicada e Tecnologia da Faculdadede Ciências de Lisboa (ICAT) quer paraum pavilhão nas Instalações do InstitutoHidrográfico no concelho do Seixal – asInstalações Navais da Azinheira (INAZ)– ver páginas 20 e 21. No que diz respeitoaos funcionários da Divisão de GeologiaMarinha, encontram-se divididos entreáreas cedidas pela Escola Naval e as INAZ.Estas mudanças ocorreram até ao finalde Dezembro do ano passado.

Para guarda do material remanescente,foi estabelecido um acordo com a BaseNaval de Lisboa, tendo sido cedido oantigo edifício das Armas Navais peloperíodo enquanto decorrem as obras –previsto de oito meses.

Foram deslocados cerca de 580m3 demateriais dos laboratórios da QP e280m3 dos laboratórios da GM, incluindomobiliários, equipamentos laboratoriais,sistemas de extracção, sistemas de cli-matização e equipamentos de comuni-cações.

Fica expressa desde já a promessa, empróxima edição, uma abordagem minu-ciosa sobre o Projecto da presente obra.

CTEN PEDRO DOS SANTOSCHEFE DO SERVIÇO [email protected]

Teve início a remodelação do edifício dos Laboratórios«O Senhor Vice-Almirante Director-Geral autorizou o lançamento da consulta ao mercado, para aquisição de um projectode arquitectura e engenharia de remodelação do edifício da Química e Poluição e da Geologia Marinha, com base nas espe-cificações já elaboradas pela Direcção de Apoio – Serviço Geral e Serviço de Electrotecnia.»

Informação do Director dos Serviços Administrativos e Financeiros do Instituto Hidrográfico, a 4 de Maio de 2004

Projecto do Atelier Margarida Simões Gomes e Ricardo Silva Pinto, Arquitectos, Lda.

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 21

Os vinte funcionários da Divisãode Química e Poluição do MeioMarinho encontram-se actual-

mente distribuídos da seguinte forma: No Edifício Sede (Instituto Hidro-

gráfico-Trinas) mantêm-se:• A chefia da Divisão, ASSP Eng. Pilar

Silva – piso 0;• Secretaria, AAE Leonor Cardoso –

piso 0;• Manutenção, 2TEN Marques – piso 0; • Apoio, TS1 Ana Santos – 4.º piso, nas

instalações do Centro de Dados;• Técnico do Sector dos Metais, TCEP

Manuela Valença – 4.º piso, nas insta-lações do Centro de Dados.

Nas Instalações Navais da Azinheira(INAZ) encontram-se:

• No Pavilhão pré-fabricado da QP, estão:• o sector Clássicos e Nutrientes (QN

Clássicos): TSP Carlos Borges, TS2Paula Santos, TPEP Teresa Fernan-dez;

• Auxiliar Técnico Maria João Freire.

• No paiol da QP estão as duas praças: • CAB Leitão e MAR Costa.

No Instituto da Ciência Aplicada e Tec-nologia da Faculdade de Ciências (ICAT,ao Campo Grande) estão os sectores:

• QM Metais: ASS Carla Palma, ASP JoãoBorges Ferreira e TPEP Teresa Reis;

• Sector Organoclorados (QO): TSP AnaCardoso, 2TEN Isabel Cruz e TPEPIvoneSilva;

• Sector Hidrocarbonetos (QH): ASSPJudite Matos, TPEP Cesarina Pádua;

• Auxiliar Técnico Isabel Gonçalves.

No 4.º piso do Edifício Sede, na Salade Formação do Centro de Dados Téc-nico-Científicos está um posto de traba-lho partilhado, disponível para utiliza-ção pelos responsáveis de sector quandose encontram neste Edifício.

Os endereços de correio electrónicomantêm-se, tal como anteriormente. O Ser-viço de Informática previu um encami-nhamento do correio do servidor do IHpara os endereços do ICAT. Todas as pes-soas podem ser contactadas telefonica-mente de acordo com a Lista de Telefo-nes divulgada no Instituto Hidrográficoe na Lista de Telefones da Marinha. A Secretaria da Divisão está ainda dis-ponível para auxiliar nos casos de difi-culdade de contacto com os funcionáriosdeslocados.

Relativamente à Divisão de GeologiaMarinha, está distribuída entre o Ins-

tituto Hidrográfico – Edifício Sede, maisprecisamente na Divisão de Navegação,Centro de Dados Técnico-Científicos ePavilhão 4, as INAZ e a Escola Naval (EN).Na sala 102A do Instituto Hidrográfico – Sede está a Chefia (GM), INVA AuroraBizarro, e a Secretaria da Divisão (GG) –AAE Helena Santana. Uma funcionáriada Dinâmica Sedimentar (GD), INVAAna-bela Oliveira, e outra da Informação Geo-lógica (GI), TSC Alexandra Morgado, estãocolocadas na sala cedida pela Divisão deNavegação. A STEN Ana Santos (Dinâ-mica Sedimentar – GD) encontra-se agoranas instalações do Centro de Dados Téc-

nico-Científicos, que disponibilizou doispostos de trabalho. AASSPManuela Matos(Gestão – GG) e o Material e Apoio deCampo (GA) estão no Pavilhão 4, juntoao parque de viaturas do Edifício-Sede.A Sedimentologia (GS) está no Labora-tório de Química da Escola Naval, ondefoi instalado o respectivo laboratórionuma área complementada por um gabi-nete de apoio para quatro técnicos supe-riores. Os estagiários estão na sala dosestagiários da Divisão de Oceanografia,no 5.º piso. Os restantes funcionários estãoa trabalhar agora no Edifício de Comandonas INAZ.

Onde estão a Química e a Geologia?As obras de remodelação do Edifício da Química e Poluição (QP) e da Geologia Marinha(GM) obrigaram a uma redefinição dos espaços durante o período desta intervenção.

QN Clássicos

TS1 Carlos BorgesTS2 Paula Santos

TPEP Teresa Fernandez

QOOrganoclorados

TS1 Carlos BorgesTS2 Paula Santos

TPEP Teresa Fernandez

QH Hidrocarbonetos

ASSP Judite MatosTPEP Cesarina Pádua

QM Metais

ASS Carla PalmaASP João P. FerreiraTPEP Teresa Santos

QPChefe

ASS Pilar Pestana

SecretariaAAE Leonor

CardosoManutenção/

/campo2TEN Maia Marques

2 AxiliaresTécnicos

AT Isabel Gonçalves

Apoio//ProjectosTS1 Ana Santos

Instalações do ICAT:

Campo Grande, edifício ICAT

Campus da Faculdade de Ciências

1749-016 LISBOA

(Metro - Campo Grande)

1MAR Costa

AT Maria João Freire

TCEP Manuela Valença

QUÍMICA E POLUIÇÃO

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200522

POSTO DE VIGIA

O VALM Viegas Filipe e a Doutora AuroraBizarro observam o colhedor multi-tubo nas ins-

talações provisórias da GM nas INAZ A Eng.ª Pilar Pestana da Silva apresenta ao VALM Viegas Filipe as instalações provisórias no ICAT

GG ASSP M. Manuela Matos

(Pav. 4 – Tel. 327096)AAE Helena Santana

(Sala 102 – Tel. 327103)

GMChefe

INVA Aurora Rodrigues Bizarro(Sala 102A – Tel. 327095)

GATCEP Fernando Sousa(Pav. 4 – Tel. 327101)

CABO M Hélder(Pav. 4 – Tel. 327101)

GDINVA Anabela Oliveira

(Pav. 4 – Tel. 327100)STEN SN Ana Santos

(CD – Tel. 327132)

GITSC Alexandra Morgado

(NV – Tel. 327100)(INAZ – Tel. 317528)

GFTS1 Luís Rosa

(INAZ – Tel. 317530)AAP António Badagola

(INAZ – Tel. 317530)

GS TSP João Duarte

2TEN TSN Cecília LuzASPOF Laura Reis

(Escola Naval – Tel. 311956)TPEP Aida Seabra

TPEP Fernando DiasAUXT Julieta Vieira

(Escola Naval – Tel. 311957)

M.ª João Balsinha – Colaboradora a aguardar Bolsa de Investigação (CD – Tel. 327132)Telmo Mendes – Estágio de licenciatura na Fac. Ciências da Universidade de Lisboa (CD – Tel. 327053)Ana Martins – Estágio de licenciatura na Fac. Ciências da Universidade de Lisboa (CD – Tel. 327132)André Remédio – Estágio de licenciatura na Fac. Ciências da Universidade de Lisboa (CD – Tel. 327132)

Director-Geral visita as instalações temporárias

dos Laboratórios

Director-Geral visita as instalações temporárias

dos Laboratórios

No dia 11 de Fevereiro, o Vice-almi-rante Director-Geral do Instituto

Hidrográfico, Vice-almirante CarlosAlberto Viegas Filipe, visitou as insta-lações provisórias das Divisões de Quí-mica e Poluição do Meio Marinho e deGeologia Marinha no Instituto da Ciên-cia Aplicada e Tecnologia da Faculdadede Ciências e nas Instalações Navais daAzinheira.

Durante a visita, o Vice-almiranteViegas Filipe, acompanhado pelo CMGValente Zambujo, pelo CMG Lopes daCosta, pela Doutora Aurora Bizarro epela Eng. Pilar Pestana, teve oportu-nidade de apreciar as condições de tra-balho e testemunhar o complexo traba-lho de deslocalização empreendidopelos Serviços da Direcção de Apoio.

GEOLOGIA MARINHA

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 23

Prevenir é o melhor remédio:Manter as infra-estruturas do IH

Construção de um Pavilhão nas Trinas

No âmbito da inscrição doPlano de Investimento do

Orçamento da Marinha de 2003(PIOM03), efectuou-se a substi-tuição de um pavilhão em avan-çado estado de degradação, queoutrora serviu de arrecadaçãopara materiais. Com a constru-ção deste novo pavilhão, termi-nado em Junho de 2004, foramcriadas condições para possibili-tar o alojamento das militares dosexo feminino (praças) que pres-tam serviço no IH.

Construção da Estaçãode Tratamento deÁguas Residuais naAzinheira

As instalações da Azinheirapassarão, muito em breve, a

dispor de um sistema adequadopara que se efectue a separaçãoe tratamento dos resíduos deri-vados das cozinhas e instalaçõessanitárias.

A presente empreitada, também doâmbito do PIOM 03, possui uma extensãode cerca de 500m de tubagens em PVC,catorze caixas de ligação, uma estação ele-vatória e um reservatório de tratamentosdas águas (uma mini-ETAR). Da estaçãoelevatória as águas são bombeadas paraa ETAR onde, após estágio e tratamento,são descarregadas para o rio, isentas decontaminações.

A presente obra reveste-se de umaextrema importância ambiental, contri-buindo o Instituto Hidrográfico, destaforma, o tratamento de efluentes em cum-primento da legislação actualmente em

vigor. Os técnicos da Câmara Municipaldo Seixal acompanharão os ensaios e osresultados do funcionamento do novo sis-tema da Azinheira, uma vez tratar-se deuma acção de preservação do meio hídricoe ambiental.

ACâmara Municipal do Seixal apoiouesta intervenção na repavimentação daszonas intervencionadas.

Construção da vedaçãoNorte e Sul na Azinheira

Desde a sua recuperação, há dez anos,as instalações da Azinheira careciam

da construção de uma vedação a Norte

e outra a Sul, no sentido de pro-porcionar a devida delimitação dapropriedade e, consequentemente,a segurança da unidade.

Beneficiação do Pavilhão n.º 1 na Azinheira

Também inscrito no PIOM03,cujas verbas foram disponibili-

zadas, foi efectuada a beneficiaçãodo Pavilhão n.º 1 nas Instalações daAzinheira, tendo terminado as obrasem Abril 2004.

Beneficiação do edifício do Comando na Azinheira

No âmbito do PIOM, decorreuem 2004 a beneficiação do edi-

fício do Comando, uma vez que,genericamente, o edifício apresen-tava um conjunto de necessidadesde manutenção a efectuar. Destaforma procedeu-se à substituiçãototal das janelas mais fustigadaspelas intempéries da empena, já quese apresentavam em avançadoestado de degradação. Através da beneficiação integral exterior e

pintura geral, conferiu-se ao edifício adignidade devida.

Trabalhos de manutençãoem jardinagem

Oplaneamento de espaços verdes, noâmbito da arquitectura paisagística,

visa proporcionar um contacto visual e pre-sencial agradável entre as pessoas e os espa-ços. No seguimento desta intenção, foramcriadas as zonas verdes junto aos pavilhõesno IH-Sede, na entrada pelo Parque de Via-turas e em zonas dispersas nas Instalaçõesda Azinheira.

Ano novo …cor nova!

No âmbito da Política de Aquisição eAbates de Viaturas, o Serviço Geral

propôs à Direcção de Transportes o abatede um conjunto deviaturas mais usa-das e que apresen-tavam elevadafadiga nas maisvariadas compo-

nentes mecânicas. No sentido de permitiro equilíbrio de existências de viaturas rela-tivamente ao Plano de Dotações, proce-deu-se à elaboração das devidas Propos-tas de Aquisição, através das quais se recebeurecentemente uma viatura de DirecçãoNissan Almera e uma viatura todo-o-ter-reno Nissan 4x4. Aguarda-se ainda pela che-gada de duas novas Renault Kangoo, ainda

no primeiro trimestre do corrente ano. Face à particularidade de certos ser-

viços de campo, designadamente levan-tamentos em locais inacessíveis a viatu-ras, o IH teve a necessidade de promovera aquisição de uma moto 4, encontrando-se esta ao serviço.

CTEN PEDRO DOS SANTOS CHEFE DO SERVIÇO [email protected]

Modernização da frota auto

Desde Janeiro, a fachada da Rua das Trinas tem nova cor: amarelo «Dunas»

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200524

Actividades das Divisões e Navios hidrográficosOCEANOGRAFIA: No dia 5 de Janeiro de2005 realizou-se a bordo do NRP Andrómedamais uma campanha de monitorização ambien-tal do emissário submarino da Guia no âmbitodo projecto SANEST.No período compreendido entre 31 de Janeiroe 6 de Fevereiro uma equipa da Divisão deOceanografia deslocou-se à Ilha Terceira,tendo procedido ao fundeamento da bóia ODASdos Açores.No dia 1 de Fevereiro de 2005 realizou-se abordo do NRP Auriga mais uma campanha demonitorização ambiental do emissário subma-rino da Guia no âmbito do projecto SANEST.No dia 3 de Fevereiro efectuaram-se trabalhosde recuperação de uma Bóia de protecção àBóia ODAS de Sines.No dia 4 de Fevereiro de 2005 o ComandanteVentura Soares e o Tenente Barata assistiram,no Hotel da Lapa, a uma apresentação denovas tecnologias no campo da Hidrografia,esta proferida pela Kongsberg Simrad.No dia 15 de Fevereiro, o Eng.º Jorge da Silvadeslocou-se a Óbidos tendo participado numaconferência sobre o projecto de monitorizaçãoambiental da Lagoa de Óbidos no âmbito doprojecto Finisterra.

NAVEGAÇÃO: O CTEN Proença Mendes par-ticipou nas seguintes actividades: no dia 7 deJaneiro participou em reunião do Grupo deTrabalho do Simulador de Navegação da Mari-nha, na Direcção de Navios, no dia 21 deJaneiro deslocou-se a Alcaçer do Sal a fim deafinar proposta para a realização de Projectode Sinalização do acesso a Alcaçer pelo SADOe deslocou-se a Beja a fim de reunir com EDIAa fim de explicar projecto de Sinalização daAlbufeira de Alqueva. Nos dias 24 e 25 deJaneiro os CTEN Proença Mendes e CTEN Sar-dinha Monteiro reuniram em Las Palmas deGran Canária com a Direcção-Geral de Trans-portes, Direcção, Direcção-Geral de Teleco-municações e com a Telefónica a fim de defi-nir alguns pormenores da Especificação Técnica

da Rede AIS Canárias e a localização dasEstações de Base. No dia 10 de Fevereiro oCTEN Proença Mendes deslocou-se a Aveiropara reunir com Capitão Porto e cliente SIM-RIA para a execução do Projecto de Assina-lamento Marítimo das Travessias dos Emissá-rios na Ria de AveiroNo período compreendido entre 12 e 18 Feve-reiro, o CTEN Rafael da Silva frequentou omódulo de Sistema Integrados de Navegação,do Mestrado em Navigation Technology, queestá a frequentar na Universidade de Notin-gam no Reino Unido.

CENTRO DE DADOS: o CTEN Bessa Pachecoparticipou nas seguintes actividades: nos dias6, 13 e 27 de Janeiro e 3, 4 e 10 de Feve-reiro decorreram as reuniões semanais da Comis-são do Domínio Público Marítimo. No dia 10de Fevereiro participou uma reunião no ICAT(faculdade de Ciências de Lisboa) com o DTsobre eventual participação do IH no projectoREDEBIOMAR. No dia 11 de Fevereiro parti-cipou numa reunião no EMA sobre o Estudode Estado-Maior em curso relativo ao sistemade compilação do panorama de superfície nacio-nal. No dia 13 de Fevereiro representou o IHna NAUTICAMPO.No dia 15 de Fevereiro o CTEN Bessa Pachecoparticipou na reunião final EEM sobre sistemamonitorização panorama superfície da ZEE emar territorial, no Estado-Maior da Armada.

BRIGADA HIDROGRÁFICA: Na semana de31 de Janeiro a 6 de Fevereiro procedeu aolevantamento tográfico de uma área anexa àcapela da BNL.Em 14 de Fevereiro iniciou os levantamentoshidrográficos da Base Naval de Lisboa e daDoca da Marinha, tendo estes sido solicitadospela Base Naval de Lisboa.

QUÍMICA E POLUIÇÃO: No dia 17 deJaneiro foi realizada mais uma campanha demonitorização do projecto VALORSUL, com

recolha de amostras de água em três esta-ções do estuário e na vala de drenagem, nazona envolvente à Central de Tratamento deResíduos Sólidos Urbanos, em S. João da Talha.As amostras foram colhidas à superfície e nofundo e em situação de preia-mar e de baixa-mar. Todas as amostras foram preservadas econservadas para posterior análise em labo-ratório.

GEOLOGIA MARINHA: De 14 a 18 Feve-reiro deu-se início ao levantamento geofísicoda Base Naval e Arsenal do Alfeite, por soli-citação da HI. Foi efectuada já a coberturacompleta com o sonar de pesquisa lateral ealgumas fiadas de reflexão sísmica. Os tra-balhos estão a ser executados pela BH, a bordoda UAM Trinas.

Agrupamento de Navios

NRP D. CARLOS I: Permaneceu na BNL até10 de Janeiro, tendo nessa data largado e ini-ciado a missão PLATCONT 1, que decorreráaté 03JUL05. Tal como estava previsto, o navioefectuou a sua primeira escala na BNL entre1 e 9 de Fevereiro, data esta em que largounovamente para dar prosseguimento à execu-ção da missão PLATCONT 1. Está prevista novaescala na BNL no período compreendido entre17 e 21 de Fevereiro.Navio atracou na BNL no dia 17FEV (AM),tendo permanecido nessa situação até final doperíodo em questão. Previsto largar BNL22FEV05 (AM) para prosseguir missão PLAT-CONT.

NRP ALM. GAGO COUTINHO: No Arse-nal do Alfeite aguardando adaptação a naviohidrográfico.NRP AURIGA: Permaneceu na BNL.NRP ANDRÓMEDA: Permaneceu na BNL.

AAP ANA LUÍSA RODRIGUES

No âmbito do conceito do Plano deManutenção Longo para as Unidades

Autónomas de Marinha ao serviço desteInstituto, o Serviço Geral planeou umconjunto de acções, designadamente olevantamento, a identificação das neces-sidades e a elaboração das respectivasListas de Fabricos da área estrutural e mecâ-nica, tendo o Serviço de Electrotecnia tra-tado da respectiva área eléctrica. Destaforma, efectuaram-se os mais variados con-juntos de intervenções nas lanchas, apoia-dos neste caso, pela autoridade técnicaque superintende os meios navais – a Direc-ção de Navios.

Em 2001, efectuou-se a Grande Revi-são (GR) da Fisália; aproveitou-se esta imo-bilização para se proporcionar um con-junto de melhoramentos e modernizações.Aqui foi instalada uma grua do tipo marí-tima, um grupo electrogénio, e foram ainda

feitos outros melhoramentos na área daelectro-mecânica, tendo sida a lancha pre-parada para os serviços específicos de reco-lha de amostras da Divisão de Químicae Poluição e, genericamente, para apoiaroutros trabalhos de campo na área hidro-oceanográfica.

Em 2004/2005, ocorreu a GrandeRevisão da Coral, tendo sido entregue peloestaleiro VENAMAR no final de Janeirode 2005. A lancha foi alvo de beneficia-ções a nível das obras vivas, mortas, lim-peza de tanques, substituição de partesda chaparia corroída, intervenções nosmotores, linha de veios e madres, parteeléctrica e melhoramentos no seu inte-rior, ficando esta dotada de capacidadespara operar por mais um período, que seestima longo, do seu ciclo de vida útil.

Presentemente encontra-se em ela-boração a Lista de Fabricos Básica referente

à Atlanta, no sentido de ser presente àDirecção de Navios com o objectivo dea melhorar; após a cativação de verbas,proceder-se-á à GR desta lancha hidro-gráfica.

CTEN PEDRO DOS SANTOSCHEFE DO SERVIÇO [email protected]

UAM «Coral»

Grandes revisões de manutenção das UAM

POSTO DE VIGIA

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 25

B Ú S S O L AEventos nacionais e internacionais

OVice-almirante Carlos Alberto Vie-gas Filipe, Director-Geral do Insti-

tuto Hidrográfico, recebeu o Presidenteda Câmara Municipal de Lisboa, Eng. Car-mona Rodrigues, o Presidente da Asso-ciação Industrial Portuguesa, Comenda-dor Rocha de Matos, o Director da FIL,Eng.º Carvalho Pereira, e o Director da

Nauticampo, Dr. Lourenço Vieira, enti-dades que, minutos antes tinham inau-gurado a Feira, e que assistiram ao lan-çamento desta nova publicação no standexpositor do Instituto Hidrográfico.

A sessão, generosamente concorrida,teve início às 17h15. A apresentação destapublicação, que surge em formato de

Publicação Náutica Oficial, esteve a cargodo CTEN Proença Mendes, Chefe da Divi-são de Navegação. O oficial navegador queteve a responsabilidade de reunir a infor-mação e coordenar os conteúdos da publi-cação, CTEN Manuel Guerreiro, teve tam-bém oportunidade de descrever a obra ede salientar os seus aspectos mais relevantes.

Ostand de27m2, projec-

tado e montadopelo Gabinete deMultimédia doInstituto Hidro-gráfico, foi ampla-mente aplaudidopelos visitantes dafeira, que viram naparticipação doInstituto Hidrográfico um porto de abrigopara as suas incursões no Mar. O pla-neamento deste Gabinete previu espaçostécnicos e culturais que permitissem àcomunidade náutica conhecer as activi-dades e os produtos do Instituto Hidro-gráfico.

O espaço em exposição acolheu uma

mostra de cartas e equipamento com valorhistórico, organizada pela ASSP Dr.ªHelena Roque, responsável pelo PóloMuseológico do Instituto Hidrográfico.

O Roteiro da Costa de Portugal – Por-tugal Continental – Marinas e Portos deRecreio, cuja apresentação pública decor-reu no stand, no dia 12, foi um dos pro-dutos mais procurados. Ciente deste inte-resse, o Gabinete de Multimédia montouum ecrã plasma onde foram projectadasas fotografias panorâmicas exclusivasresultantes da recolha de imagens paraaquela publicação.

Os visitantes puderam ainda assistirà impressão de uma carta, correspondenteà área da FIL, em tempo real e, no postode trabalho, acederam on-line à páginaInternet do Instituto Hidrográfico.

Muito procurados foram os dados deagitação marítima, recentemente provi-denciados em www.hidrografico.pt pelaDivisão de Oceanografia.

A presença do Instituto Hidrográficona Nauticampo foi assegurada por umaequipa de oficiais capacitados para escla-recer os navegadores sobre assuntos rela-cionados com a técnica e com a segurançade navegação, e, permanentemente, peloSAJ Pinto Monteiro, do Depósito de Docu-mentos Náuticos, que acompanharam osnavegantes na procura dos produtos e infor-mações que lhes eram mais convenientes.

O Hidromar Especial 2005, vocacionadopara a náutica de recreio, foi também publi-citado no stand expositor e, dada a suavertente pedagógica, foi amplamente dis-tribuído.

IH de regresso à NauticampoApós uma sequência de participações mais discretas, o Instituto Hidrográficoparticipou na Nauticampo 2005 – Salão Internacional de Navegação de Recreio,Campismo, Caravanismo, Desporto e Piscinas, que decorreu na Feira Internacionalde Lisboa (FIL), ao Parque das Nações, entre 12 e 20 de Fevereiro.

Apresentação pública do RoteiroNo dia de abertura da Nauticampo 2005, a Divisão de Navegação apresentou publicamente o Roteiro da Costade Portugal – Portugal Continental – Marinas e Portos de Recreio, com a presença de altas individualidades.

O Comendador Rocha de Matos e o Eng.º Carmona Rodrigues, recebidos pelo VALM Viegas Filipe

CTEN Proença Mendes e CTEN Manuel Guerreiro

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200526

Em regime de escala, estive-ram presentes na Nauti-

campo 2005 (por ordem crono-lógica): •CTEN Proença Mendes•CTEN Manuel Guerreiro

•CTEN Bessa Pacheco•STEN Ana Santos•CTEN Sardinha Monteiro•1TEN Santos Martinho•2TEN Raquel Poucochinho•1TEN Silva Barata

•CTEN Mesquita Onofre•STEN Luís Quaresma•1TEN Oliveira Pereira•2TEN Salgueiro Cruz•CTEN Rafael da Silva•2TEN Teles Luz

Atítulo permanente, o Depó-sito de Documentos Náuticos (nadependência do Serviço Admi-nistrativo da Direcção Finan-ceira) esteve representado peloSAJ Pinto Monteiro.

As nossas caras na Nauticampo 2005

Uma participação num evento como a Nauti-campo é tanto mais positiva quanto sou-

bermos interagir com todos os que nos procuram,designadamente com os «clientes» dos nossos pro-dutos. É por esta razão que o Instituto Hidro-gráfico reuniu uma equipa de pessoal especiali-zado e, acima de tudo, motivado para dar a conheceras nossas actividades e produtos disponibiliza-dos aos que andam no mar.

A título de curiosidade, aqui está uma sín-tese das questões mais solicitadas pelos nossosvisitantes:• Publicações do Instituto Hidrográfico, desig-

nadamente as publicações náuticas oficiais: onde

adquirir, como actualizar;• Como utilizar os Avisos aos Navegantes;• Que publicações e cartografia devem os nave-

gantes ter a bordo;• Como aceder à informação na página oficial

do Instituto Hidrográfico (Marés, AgitaçãoMarítima, Avisos aos Navegantes);

• Linha de apoio ao náutico e acesso directo aoDepósito de Documentos Náuticos (localiza-ção, contactos directos);

• Informação sobre revendedores dos produtosdo Instituto Hidrográfico;

• Informação do Instituto Hidrográfico dispo-nível para a formação em náutica de recreio.

As questões do visitante

CTEN Mesquita Onofre, SAJ Pinto Monteiro eSTEN Quaresma dos Santos

SAJ Pinto Monteiro, CTEN Rafael da Silva e2TEN Teles Luz CTEN Bessa Pacheco, STEN Ana Santos e SAJ Pinto Monteiro

B Ú S S O L A

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 27

Na companhia da EN e do CRA

Na Nauticampo 2005, o stand expositordo Instituto Hidrográfico acolheu dois

postos de informação sobre a Marinha, desig-nadamente sobre os processos de recrutamentodo Centro de Recrutamento da Armada(CRA) e sobre o ingresso na Escola Naval.

Atraídos pelas imagens em vídeo sobre asunidades da Marinha que, permanentemente,animaram o stand, os visitantes procuraraminformações sobre as carreiras e o futuro queesta instituição lhes pode oferecer.

Da Escola Naval contámos com a pre-sença dos Aspirantes Alface dos Reis, Car-doso, Gaspar, Monteiro Teixeira, Morais,Neves, Queirós, Rocha, Sá Vaz e SaldanhaJunceiro. Do Centro de Recrutamento daArmada estiveram presentes os Sargentos Fer-nandes, Jesus, Lança, Lobato e Valadas. OHidromar apurou, junto do CRA, que estaunidade empreendeu 117 contactos directosjunto dos visitantes.

ACâmara Municipal do Seixal e oEcomuseu Municipal do Seixal

promoveram, entre 13 e 15 de Janeiro,o Encontro Internacional «Moinhos deMaré no Ocidente Europeu». A inicia-tiva insere-se no quadro do Projecto«Moinhos de Maré do Ocidente Euro-peu: valorização do património naturale cultural enquanto recurso de desen-volvimento», apresentado por estasentidades ao Programa Cultura 2000 daComissão Europeia, com o objectivo dedebater a conservação e preservaçãodaqueles monumentos e que será exe-cutado entre Outubro de 2004 e Setem-bro de 2005.

Tendo em consideração a impor-

tância cultural e patrimonial das Ins-talações Navais da Azinheira (INAZ)no contexto do Estuário do Tejo, o CMGValente Zambujo foi convidado a inte-grar a Comissão de Honra do EncontroInternacional. Na sessão de abertura doevento, que reuniu cerca de cem pes-soas no Fórum Cultural do Seixal, oCMG Zambujo evidenciou o esforço doInstituto Hidrográfico em preservar, emtermos arquitectónicos, o património dasINAZ e reforçou o interesse do Insti-tuto em fomentar as relações interins-titucionais com aquele município.

No dia 14, as INAZ receberam umgrupo de 15 pessoas que apreciaram, inloco, o Moinho e a sua envolvente.

CMG Valente Zambujo presente em Reunião de Moinhos de Maré

OComandante Sardinha Monteiro con-cluiu em Janeiro deste ano o douto-

ramento na prestigiada Universidade deNottingham, com uma tese intituladaDesigning, configuring and validating thePortuguese DGPS network. Desta tese jáforam extraídos cinco artigos técnicospublicados em revistas científicas estran-geiras e 12 apresentações em conferên-cias internacionais. No entanto, e maisimportante do que essa produção acadé-mica, é o facto de esta tese ter uma directaaplicação no projecto das estações DGPSnacionais, em que foram implementadassoluções inovadoras de configuração dosistema aprsentadas e defendidas nessa tese.

O programa de doutoramento doComandante Sardinha Monteiro iniciarara-se em Abril de 2000 e foi cumprido emregime de part-time, já que continuou adesempenhar as suas funções no Insti-tuto Hidrográfico, deslocando-se a Not-tingham duas a três vezes ao ano, paraefeitos de supervisão.

É interessante referir que a Universi-dade de Nottingham é, actualmente, amais procurada em todo o Reino Unido(recebendo anualmente cerca de 50.000pedidos de inscrição) e teve, em 2004,dois dos seus professores galardoados comprémios Nobel (concretamente em Eco-nomia e Medicina).

Navegador e… doutorado!

CTEN Sardinha Monteiro na Estação DGPS doCabo Carvoleiro

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200528

PRE IA-MARBAIXA-MAR

Colaboração com as Universidades

Novo estágio no CDChama-se Inês Martins a nova esta-

giária do Centro de Dados Técnico--Científicos. Aluna da Licenciatura emEngenharia Geográfica, da Faculdade deCiências da Universidade de Lisboa(FCUL), confessou que o estágio no Ins-tituto Hidrográfico era a sua primeiraopção dada a impressão de alto profis-sionalismo que ali tinha testemunhado.

Há um ano atrás, deslocou-se ao Ins-tituto Hidrográfico, pela mão do CFR Abí-lio Matias, com o objectivo de recolhermaterial para um trabalho académico rela-cionado com o DGPS. Nessa altura, o CFR

Abílio Matias levou-a ao Centro de Dados,sabendo da sua afinidade com os domí-nios dos Sistemas de Informação Geo-gráfica (SIG).

O estágio, solicitado pela FCULe comduração prevista até ao final de Setem-bro, é orientado no Instituto Hidrográ-fico pelo CTEN Bessa Pacheco e naFaculdade de Ciências pelo Prof. Virgí-lio Mendes e tem como objectivo o desen-volvimento de um sistema de informa-ção, com base em tecnologia SIG, paraapoio ao planeamento da navegaçãomarítima.

Destacada da Messe de Ofi-ciais do Estado-Maior da

Armada, iniciou funções no Ins-tituto Hidrográfico em Outubrode 1997. Desde então, acompa-nhou três Directores-Gerais(Vice-almirante Torres Sobral,Vice-almirante Silva Cardoso eVice-almirante Viegas Filipe),sempre ao seu serviço.

Quem com ela trabalhou,

cita as suas qualidades pessoaise profissionais, entre as quais arectidão, a polidez, o espírito deorganização, a facilidade deaprendizagem e a competênciacom que desempenhou as suasfunções. Antes do seu destaca-mento, perguntámos-lhe do quemais tinha gostado no IH. Refe-riu que «quando uma pessoa fazaquilo que gosta, gosta todos os

dias». Disse ainda ter aprendidomuito com os seus camaradas.

A marinheiro Melo prosse-gue agora a sua carreira militarna Base Naval de Lisboa. Asfunções são, a partir de 2 deDezembro, desempenhadas pelo1MAR Rafael, a quem o Hidro-mar felicita.

GABINETE DG

Destacamento da 1MAR Alexandra Melo

Nem tudo o que vem à rede é peixe.Há mar e mar... há ir e voltar.Filho de peixe sabe nadar.Nem tanto ao mar nem tanto à terra.A água pode fluir por milhares de canais,

mas regressa sempre toda ao mar.Peixe não puxa carroça.Alto mar e não de vento, não promete seguro o tempo.Mais homens se afogam num copo do que no mar.Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear.Ó mar alto, ó mar alto, ó mar alto sem ter fundo;

mais vale andar no mar alto do que nas bocas do mundo.Pedir a avarento, é caçar no mar.Barco parado, não faz viagem.Quem fala no barco, quer embarcar.Quem sabe do barco é o barqueiro.Águas mansas não fazem bons marinheiros.Gaivotas em terra, tempestade no mar.Pela boca morre o peixe.Quanto maior é a nau, maior a tormenta.Quem vai ao mar perde o lugar.Jornada de mar não se pode taxar.

Não há mar bravo que não amanse.Não se afoga no mar o que lá não quer entrar.Nem com o mar contar, nem a muitos fiar.Nem em mar tratar, nem em muitos fiar.Nem sempre o mar está de lapas.O mar aproxima as regiões que ele separa.O mar em um momento se muda.O mar não escalda ninguém.Quem anda no mar aprende a rezar.Todas as ruas vão dar ao mar.O mar que é mar, não está sempre cheio.O tempo e a maré não esperam por ninguém.Pelas luas se tiram as marés.Missa e maré se espera de pé.Quem embarcou com o diabo, tem de navegar com ele.Com vento de feição não há má navegação.Lua deitada, marinheiro em pé.Com vento de nordeste até o marinheiro enjoa.Maio não dá capote ao marinheiro.Dinheiro amuado, barco de carreira parado.

Nem tudo o que vem à rede é peixe.Há mar e mar... há ir e voltar.Filho de peixe sabe nadar.Nem tanto ao mar nem tanto à terra.A água pode fluir por milhares de canais,

mas regressa sempre toda ao mar.Peixe não puxa carroça.Alto mar e não de vento, não promete seguro o tempo.Mais homens se afogam num copo do que no mar.Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear.Ó mar alto, ó mar alto, ó mar alto sem ter fundo;

mais vale andar no mar alto do que nas bocas do mundo.Pedir a avarento, é caçar no mar.Barco parado, não faz viagem.Quem fala no barco, quer embarcar.Quem sabe do barco é o barqueiro.Águas mansas não fazem bons marinheiros.Gaivotas em terra, tempestade no mar.Pela boca morre o peixe.Quanto maior é a nau, maior a tormenta.Quem vai ao mar perde o lugar.Jornada de mar não se pode taxar.

Não há mar bravo que não amanse.Não se afoga no mar o que lá não quer entrar.Nem com o mar contar, nem a muitos fiar.Nem em mar tratar, nem em muitos fiar.Nem sempre o mar está de lapas.O mar aproxima as regiões que ele separa.O mar em um momento se muda.O mar não escalda ninguém.Quem anda no mar aprende a rezar.Todas as ruas vão dar ao mar.O mar que é mar, não está sempre cheio.O tempo e a maré não esperam por ninguém.Pelas luas se tiram as marés.Missa e maré se espera de pé.Quem embarcou com o diabo, tem de navegar com ele.Com vento de feição não há má navegação.Lua deitada, marinheiro em pé.Com vento de nordeste até o marinheiro enjoa.Maio não dá capote ao marinheiro.Dinheiro amuado, barco de carreira parado.

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Provérbios e dizeres de quem anda no mar…Provérbios e dizeres de quem anda no mar…

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 29

BEM-VINDOA B O R D O

Visita da Escola Náutica Infante D. HenriqueAo abrigo do Convénio

celebrado entre a EscolaNáutica Infante D. Henrique

e o Instituto Hidrográfico, sete Alunosdo 3.º ano do Curso de Pilotagem daEscola Náutica Infante D. Henrique visi-

taram o Instituto Hidrográfico no dia 15de Dezembro, acompanhados pela TS1Dr.ª Helena Julião, técnica da Divisãode Hidrografia e docente daquela Escola.

A visita de estudo teve como finali-dade dar a conhecer aos alunos as acti-

vidades de investigação nas áreas da nave-gação, hidrografia e oceanografia e, emparticular, proporcionar um melhor conhe-cimento dos equipamentos de medição eprocessamento de dados associados a estaactividade.

OPresidente da Câmara Municipal do Seixal, Dr. AlfredoJosé Monteiro da Costa, e dois vereadores do Município,

Dr. Jorge Carvalho da Silva(Pelouro do Urbanismo eEquipamentos Municipais)e Dr. Carlos Fernando Martins de Brito Mateus(Pelouro do Ambiente eServiços Urbanos), estive-ram no Instituto Hidrográ-fico, em visita de cortesia,no dia 27 de Janeiro. As pró-ximas relações entre a autar-quia e o Instituto Hidro-

gráfico decorrem da localização das Instalações Navais da Azi-nheira (INAZ).

A visita teve início no Auditório doInstituto Hidrográfico, com o visiona-mento do videograma da instituição eprosseguiu com a visita às Divisões deHidrografia. Na Biblioteca, o Vice-almi-rante Director-Geral afirmou a impor-tância das INAZ no contexto das acti-vidades do Instituto Hidrográfico.Foram ainda proferidas palavras de coo-peração interinstitucional entre o Ins-tituto Hidrográfico e a Câmara Muni-cipal do Seixal.

Reforço da cooperação com a Câmara do Seixal

Passagem pela Divisão de Hidrografia

Uma serigrafia, oferecida pelo Presidente da Câmara do Seixal Assinatura do Livro de Honra

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200530

1.º Curso Geral Naval de Guerra

Curso de Formação Militar de Oficiais

Os 22 oficiais do 1.º Curso Geral Navalde Guerra 2004/2005, acompanha-

dos pelo Director de Curso, CMG SajaraMadeira, visitaram o Instituto Hidrográ-fico no dia 18 de Janeiro com o objectivode conhecer a missão e quadro de acti-vidades do Instituto Hidrográfico,

incluindo as que se desenvolvem fora doâmbito da Marinha, os meios disponíveis(humanos, materiais e financeiros) e assuas áreas estruturais, nomeadamente asde planeamento e projectos em curso. Avisita teve início no Auditório do Insti-tuto Hidrográfico, onde foi projectado o

videograma da Unidade. A Direcção Téc-nica e a Direcção dos Serviços Adminis-trativos e Financeiros apresentaram as suasactividades. Os oficiais conheceram depoisas Divisões de Navegação, Oceanografiae Hidrografia e o centro de Dados Téc-nico-Científicos.

Seis alunos do Curso de Formação Com-plementar de Oficiais e do Curso de For-

mação Militar de Oficiais «ST-ESP», acom-panhados pelo Director do Curso, visitaramo Instituto Hidrográfico no dia 9 de Dezem-bro. Os alunos visitaram as Divisões de Nave-gação, Oceanografia, Hidrografia, o Centrode Dados e os Serviços de Documentação eInformação e de Electrotecnia.

Grupo de YorkNo dia 13 de Janeiro, as senhoras do Grupo de York visitaram o Instituto

Hidrográfico, como tem sido já tradição. A visita, de carácter cultural,teve duração de uma hora e foi acompanhada pelo TPEP José Aguiar, técnicodo Gabinete de Multimédia, conhecedor da História do Convento.

BEM-VINDOA BORDO

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 2005 31

No passado dia 15 de Fevereiro, umaequipa de três técnicos do Ser-

viço Hidrográfico do Reino Unido(United Kingdom Hydrographic Office) visitou oInstituto Hidrográfico. Adelegação foi compostapor Jill Wardle, Director de Relações Interna-cionais para a Europa do Sul, Keith Packer e

Muriel Adamson. Os três técnicos reuniram-secom elementos da Direcção Técnica e da Direc-ção Financeira na sala de reuniões da DF. O objec-tivo desta visita foi a análise do Acordo Bilate-ral existente e de negociação de novas vertentesde cooperação.

Passagem do UKHO por Lisboa

No dia 23 de Fevereiro,22 alunos da Licen-

ciatura em Oceano-grafia da Universi-

dade do Algarve visitaram oInstituto Hidrográfico, acompa-nhados pelos Professores José BritoJacob e Paulo Relvas de Almeida.A visita ao Instituto Hidrográficofoi acompanhada pelo 1TEN JesusCorreia e pelo STEN Quaresma, da

Divisão de Oceanografia. No Auditório,assistiram ao videograma do Instituto

Hidrográfico e à apresentação do CTENFreitas Artilheiro, da Divisão da Hidro-grafia, que à data se encontrava em obrasde reorganização dos espaços de traba-lho. Posteriormente, e divididos emdois grupos, visitaram as Divisões deNavegação e Oceanografia e o Centrode Dados Técnico-Científicos. A visitaterminou com uma passagem pela Biblio-teca, antiga cozinha do Convento dasTrinas.

Futuros oceanógrafos da Universidade do Algarve

No passado dia 3 deDezembro de 2004, o

Bispo de Setúbal, D. GilbertoCanavarro dos Reis, visitou

as Instalações Navais da Azinheira,acompanhado pelo Pe. João Ferreira,Pároco do Seixal, com o objectivo de cum-primentar os funcionários do IH e conhe-cer as actividades desenvolvidas nolocal.

As visitas foram recebidas pelo CMGValente Zambujo, Assessor para a Coor-denação, e pelo CMG Guerreiro Inácio,Director dos Serviços de Apoio, e conhe-ceram as Áreas do Pavilhão n.º 2 (desig-nadamente as áreas correspondentes às

Divisões de Oceanografia, Química ePoluição do Meio Marinho e GeologiaMarinha), as Oficinas, o Sector de Embar-cações, as instalações da Brigada Hidro-gráfica e o Edifício do Comando.

No Livro de Honra do InstitutoHidrográfico, D. Gilberto Canavarro dosReis teve oportunidade de escrever: No contexto da minha visita Pastoral à Paróquia do Seixal, tive a agradável opor-tunidade de visitar o Instituto Hidrográfico.Aqui deixo uma palavra de muito apreço peloimportante trabalho aqui realizado em prolda comunidade. E, com ela, os votos dasmaiores felicidades. Não posso terminar semacrescentar um muito obrigado pelo acolhi-

mento excelente que encontrei. Bem hajamSenhor Comandante Zambujo e SenhorComandante Inácio.

Bispo de Setúbal em visita às Instalações da Azinheira

Assinatura do Livro de Honra

Oferta do livro O Convento das Trinas do Mocambo

Visita às instalações da Brigada Hidrográfica

Apresentação no Auditório de novos produtos do UKHO

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Hidromar n.º 87, Jan/Fev 200532

OAlmirante Sebastian Zaragoza Soto,Chefe do Estado-Maior da Armada

de Espanha, visitou o Instituto Hidro-gráfico no 3 de Dezembro, onde foi rece-bido pelo Almirante Francisco AntónioTorres Vidal Abreu, Chefe do Estado--Maior da Armada.

Os Chefes das Marinhas Portuguesae Espanhola assistiram à apresentaçãosobre o Instituto Hidrográfico e as suasactividades técnico-científicas, pelo CMGValente Zambujo, Assessor para a Coor-denação, e pelo CMG Lopes da Costa,Director Técnico. Posteriormente, o Almi-rante Sebastian Zaragoza Soto visitou asDivisões de Navegação, Hidrografia eOceanografia e o Centro de Dados Téc-nico-Científicos.

Na Biblioteca, o Almirante SebastianZaragoza Soto agraciou o Instituto Hidro-gráfico com uma mensagem no Livro deHonra da Unidade onde se pode ler: Fiqueiimpressionado com a visita a este InstitutoHidrográfico, (…) que combina na justamedida a História e o Progresso. (…) Obri-gado pela ajuda que o vosso trabalho repre-senta para a gente do mar.

CEMA de Espanha em visita ao Instituto Hidrográfico

BEM-VINDOA BORDO

Aos leitores do HidromarA partir desta edição, o Hidromar é distribuído a quem expressamente o desejar. No cumprimento de um esforço de con-tenção de custos e de recursos, solicita-se aos leitores do IH que comuniquem, por escrito, a sua intenção de receber apublicação em suporte papel, fazendo referência à sua identificação (nome, posto, serviço, funções e morada do local derecepção). Esta informação deverá ser remetida a [email protected]. Como é já habitual, a versão digital emformato PDF está acessível em www.hidrografico.pt.