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18Primeiros mil dias da crianajanela de oportunidades
Qualidade do sono e obesidadeuma estreita relao
Vitamina Dqual a dose diria que precisamos?
Publicao
destinada
aos
Profiss
ionais
de
Sade
a
no
6n
18j
unho
2013S
o
Paulo
I
SSN2
176-846
3
As bases de umaslida associao
Fitoesteris
e sadecardiovascular
-
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2/48
nestl
Juan Carlos Marroqun
Presidente da Nestl Brasil
Direo Editorial:Juan Carlos Marroqun, Lilian Miranda e Clia Suzuki
Consultor Editorial:Claudio Galperin
Colaboradores:Juliana Lofrese, Maria Helena Sato, Mariana Kanki, Silvia Rodrigues, Henrique Vianna, Roberta Portes, Monica Neves e Vivian Vasconcelos
Editor:Claudio Galperin Jornalista Responsvel:Flvia Benvenga (MTb 17.339)Assistente Editorial:Maria Fernanda Elias Llanos
Assistente de Redao:Betina Galperin Edio de Arte e Pr-Media:DLippi Comunicao Integrada (11) 3031.2900 Direo de Arte:Rosalina Sasaki
Arte Final:Ricardo Lugo Fotografia:Egydio Zuanazzi, Thinkstock e Shutterstock Capa: Shutterstock Reviso:J Santucci
Impresso:Matavelli Tiragem: 30.000 exemplares
A nutrio no centro da vida
A revista Nestl Bio um produto informativo da Nestl Brasil destinado a promover pesquisas e prticas no campo da Cincia da Nutrio realizadas no pas e no exterior, sob os cuidados de um criterioso processo editorial.Alinhada ao histrico papel da Nestl no apoio difuso da informao cientfica, a revista abre espao para a diversidade de opinies, que consideramos ser essencial para o intercmbio de i deias e conceitos inovadores.
As declaraes expressas na revista no refletem necessariamente o posicionamento institucional da Companhia com relao aos temas tratados.
editorial
Desde muito cedo, em sua histria, a Nestl foi ao encontro de sua principal vocao: traduzir conhecimento
cientfico em produtos nutricionais que melhoram a qualidade de vida de pessoas em todas as fases do desen-
volvimento e em todos os momentos de consumo.Nesta edio da Nestl Bio, a importncia da pesquisa acadmica na rea da nutrio est exemplificada de
maneira notvel pela contribuio de Marco Tulio de Mello e Murilo Datillo do Departamento de Psicobiologia
da UNIFESP que abordam a intrigante relao entre a qualidade do sono e a obesidade.
Por sua vez, o pediatra Rubens Feferbaum e a nutricionista Patrcia Zamberlan, ambos da Faculdade de Medi -
cina da USP, discutem como os primeiros mil dias de vida influenciam de maneira determinante a sade da
criana ao longo de sua vida.
Nesta edio, encontramos ainda a reviso da nutricionista Maria Fernanda Llanos, da Faculdade de Sade P-
blica da USP, sobre ingesto de caf e sade; o ponto de vista do doutor Srgio Setsuo Maeda, da Faculdade de Ci-
ncias Mdicas da Santa Casa de So Paulo, sobre a dose diria que necessitamos de vitamina D; e a reflexo da
nutricionista Adriana Garfo, da Unifesp, sobre o uso de suplementos multivitamnicos na preveno do cncer.
Finalmente, este nmero da Nestl Biotem o privilgio de contar com o artigo das doutoras Ana Maria Pita Lot-
tenberg e Renata Assis Bombo, ambas da Faculdade de Medicina da USP, que analisa criticamente a ao dos
fitoesteris na sade humana.
Esperamos que o conhecimento difundido por meio da nossa revista possa continuar estimulando profissionais
de sade que nos acompanham em todo o Brasil.
A todos, uma boa leitura
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Aguardamos seus comentrios e sugestes
no e-mail [email protected], com
seu nome completo, registro profissional,
local de trabalho e cidade de origem.
Trechos das mensagens podero ser
eventualmente publicados.
NDICE
intercmbio
nestl
ou nutrc onsta e coor ena ora o
curso tcnico em Nutrio e Diettica
da ETEC Presidente Vargas. Gostaria de
rece er a est otambm na esco-
la, pois trabalho as publicaes com
meus alunos.an ra
og a ruzes
Desde o incio de sua publicao, tenho
recebido e colecionado os exemplares
da Revista Nestl Bio, que considero
excelente e muito til para o desen-
vo v mento e pesqu sas em
minha rea de atuao.
r ene
amp nas
Recebi a Revista Nestl Bio
quero parabenizar pelo trab
pre impecvel.
ey a
a va or
Sou nutricionista e trabalho no hospital
da Secretaria de Sade do Estado de
Natal. Tive a oportunidade de conhecer
a ev sta est o, com assuntos
em var a os e temas atua za os,
que despertaram meu interesse.
Maria Jos
ata
36resultadoO Prmio Nestl de Criao de
Valor Compartilhado, edio 2012,
premiou a Fundacin Paraguaya
de Cooperacin y Desarrollo,
que promove a educao e
o empreendedorismo entre
os jovens.
04palavraDr. Marco Tulio de Mello e o
nutricionista Murilo Datillo, do
Departamento de Psicobiologia
da UNIFESP, esclarecem os
aspectos que associam privao
do sono e obesidade.
8focoCaf: conhea as evidncias
que fundamentam a
relao do caf
e sade.
22nutrio e culturaConhecido como o mais lento
dos cozimentos, o banho-maria
um mtodo de preparo antigo
e simples.
14conhecerDr. Rubens Feferbaum e a
nutricionista Patrcia Zamberlan,
da Faculdade de Medicina da USP,
discutem os mil dias que definem
a sade futura da criana: a
janela de oportunidades.
21calendrioConfira os prximos encontros,
congressos e simpsios voltados
para temas ligados nutrio.
27ponto de vistaVitamina D: qual a dose diria
que precisamos? A opinio do dr.
Sergio Setsuo Maeda, professor
assistente da Faculdade de
Cincias Mdicas da Santa
Casa de So Paulo.
28qualidadeConhea a linha de produtos
lcteos da Nestl com adio
de fitosteris vegetais, que
auxiliam na reduo da absoro
de colesterol.
31capaDr. Ana Maria Pita Lottenberg e
Renata Assis Bombo, da Faculdadede Medicina da USP, apresentam
os estudos que verificam a
associao entre fitosteris e
sade cardiovascular.
42sabor e sadeFenmeno natural e complexo,
a fermentao no foi criada
pelo homem. Foi ele, porm, que
aprendeu a controlar o processo
para, dentre outras razes,
conservar os alimentos.
46leitura crticaUso de suplementos
multivitamnicos na preveno
do cncer.
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palavra
por_ Maria Fernanda Elias Llanos
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palavra 5
Apesar do conhecimento de que as alteraes no
binmio ingesto-dispndio energtico sejam res-
ponsveis pela epidemia de obesidade atual, os fato-
res que acarretam o balano energtico positivo aindano foram completamente elucidados.
Nos ltimos anos, um nmero grande de evi-
dncias demonstrou que modificaes no padro e
eficincia do sono, induzidas por variaes no ciclo so-
no-viglia, podem afetar significativamente as duas va-
riveis do binmio e aumentar o risco para obesidade.
Tradicionalmente, as pesquisas sobre o sono tm
como foco principal as consequncias cognitivas as-
sociadas, devido crena de que a qualidade do repou-
A palavra do prof. dr. Marco Tulio de Mello
so essencial apenas para a manuteno das funes
cerebrais. Entretanto, as investigaes avanaram
muito e ampliaram seu espectro visando estudar o im-
pacto da falta de sono sobre o sistema fisiolgico de
maneira ampla.
Assim, os resultados de estudos epidemiolgi-
cos, laboratoriais e metanlises conduzidos na atuali-
dade oferecem cada vez mais certeza que a restrio
parcial do sono resulta em alteraes metablicas que
podem contribuir para o desenvolvimento, no apenas
de obesidade, mas tambm de resistncia insulina, adiabetes e doenas cardiovasculares.
As demandas e oportunidades proporcionadas
pelo estilo de vida moderno fazem com que a reduo
do tempo de sono seja fato comum entre as popula-
es. Uma pesquisa executada em 2009, pelo National
Sleep Foundation (EUA), demonstrou que os adultos
norte-americanos dormem cerca de 6 horas e 40 mi-
nutos de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana,
a durao do sono aumenta para 7 horas e 7 minutos.
A obesidade uma patologia crnica que engloba
aspectos sociais, comportamentais, culturais,
psicolgicos, metablicos e genticos.
Qualidade do sono e obesidade:
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Para efeito de comparao, a durao mdia de
sono dos adultos em 1960 era de 8,5 horas, indicando
uma diminuio de 1,5 a 2 horas de sono, nos ltimos
40 anos. A proporo de adultos jovens com perodo de
sono inferior a 7 horas por dia aumentou consideravel-
mente, passando de 15,6% em 1960 para 43% em 2009.
No Brasil, foi constatado, por meio de autorrelato
da populao, que a durao do sono sofreu reduo
mdia de 0,3 horas, entre os anos de 1987 e 2007.Para esclarecer os aspectos que associam pri-
vao do sono e obesidade, a Revista Nestl Bio con-
versou com o prof. dr. Marco Tulio de Mello, do Departa-
mento de Psicobiologia, da Universidade Federal de So
Paulo (UNIFESP). A entrevista contou tambm com a
colaborao do nutricionista Murilo Datillo, que possui
Mestrado em Psicobiologia pela UNIFESP.
O que os pesquisadores consideram um padro de
sono saudvel?
Com relao quantidade de sono, a recomen-
dao mdia populacional est situada entre 7 e 8
horas. Mas se sabe que alguns indivduos requerem
mais horas e outros menos. Alm da quantidade, as
fases do sono precisam estar em equilbrio. Deveocorrer tanto o sono REM (sono profundo, associado
com consolidao da memria) quanto o sono No
REM (associado com a recuperao fsica), ambos
em quantidades adequadas.
A populao brasileira mantm esse padro?
A sociedade moderna apresenta um importantequadro de restrio crnica de sono, no apenas no
Brasil, mas em todo o mundo. Isso ocorre devido
soma de vrios fatores, como uso de internet, televi-
so, festas e trabalhos em esquemas de turnos.
De quando datam os estudos que associam obesidade
e durao do sono?
As pesquisas sobre essa temtica iniciaram em
2000, a partir da investigao da associao entre o
tempo de sono gasto para assistir televiso, durao
do sono e obesidade de pessoas residentes em Valn-
cia, na Espanha.
Por que as alteraes do sono podem implicar aumento
de peso?O sono, tanto em termos de quantidade quanto
em qualidade, capaz de influenciar de maneira muito
significante a secreo de hormnios e o metabolismo.
O resultado disso o aumento da fome, diminuio da
saciedade, prejuzo na perda de gordura e, ao mesmo
tempo, facilitao do acmulo de gordura pelo organis-
mo, contribuindo para o desenvolvimento da obesidade.
As evidncias se aplicam a jovens e adultos?
Sim, as mesmas alteraes metablicas foram
identificadas nas duas populaes.
De que maneira o sono interfere no mecanismo da sa-
ciedade?
O dbito de sono est associado com o aumento
de grelina e com a reduo de leptina. A grelina um
hormnio que aumenta a fome e o consumo alimentar,
alm de diminuir a queima de gordura. Por outro lado, a
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leptina um hormnio que estimula a saciedade e di-
minui o consumo alimentar, alm de aumentar a quei-
ma de gordura. A partir da restrio do sono, portanto, o
indivduo passa a sentir mais fome e menor saciedade.
Vale lembrar que ele tambm passa a ter preferncias
por alimentos com maior teor energtico.
Por qu?
Os mecanismos ainda no foram totalmente es-clarecidos, mas a hiptese que seja em decorrncia
das alteraes hormonais descritas anteriormente. A
privao do sono estimularia os indivduos a escolher
aqueles alimentos que fornecem maior quantidade de
energia e de maneira mais instantnea.
A m qualidade do sono pode interferir no gasto ener-
gtico?
Sim, pode. Os pesquisadores acreditam que o
mecanismo tambm esteja relacionado alterao no
perfil de secreo hormonal (leptina e grelina). Mas
ainda no possvel afirmar.
O senhor poderia explicar a relao com o controle gli-
cmico?A restrio do sono promove ativao do Sistema
Nervoso Autnomo Simptico, o qual regula as situaes
de estresse. Devido a essa ativao, h prejuzos na se-
creo de insulina pelo pncreas hormnio responsvel
por estimular a entrada da glicose nas clulas muscula-
res e do tecido adiposo. Consequentemente, a captao
de glicose pelas clulas, que dependem de insulina paradesempenhar tal ao, tambm fica prejudicada.
Como fica a sade das pessoas que trabalham noite?
Os trabalhadores noturnos, ou os que revezam en-
trem turnos, sofrem alteraes no ciclo circadiano que
podem acarretar maior risco para obesidade, diabetes
mellitus tipo 2, elevao do triglicrides e LDL-colesterol,
doenas cardiovasculares e hipertenso arterial.
[1] Zimberg IZ, Dmaso A, Del Re M et al. Short sleep duration and obesity: mechanisms and future perspectives. Cell Biochem Funct 2012; 30: 524529.REFERNCIAS
Existem maneiras de minimizar os impactos negativos
causados por esse estilo de vida?
Os riscos poderiam ser reduzidos por meio da
prtica regular de exerccios fsicos e alimentao
equilibrada, pois ambos esto associados com re-
percusses metablicas e fisiolgicas que se opem
quelas impostas pela restrio de sono.
Alm dos mecanismos citados anteriormente, h ou-tros que poderiam associar a privao do sono com
obesidade?
Sim. Um fator que tambm pode contribuir para
esse fenmeno a diminuio da taxa de metabolismo
basal, principalmente nos dias subsequentes restrio
de sono. Outra questo investigada envolve os nveis
circulantes de citocinas, mas os resultados ainda so
contraditrios, j que as pesquisas so relativamente
novas e, na grande maioria, com nmero amostral pe-
queno. Alm disso, os aspectos metodolgicos dos en-
saios poderiam justificar a divergncia nos resultados.
Quais so as perspectivas futuras dos estudos de bio-
logia do sono?
Conjuntamente com a investigao das repercus-ses negativas que o dbito de sono produz ao organis-
mo, se faz necessrio compreender quais intervenes
tm efeito potencial para reverter tais danos. Mas, para
tanto, os pesquisadores partem do princpio que au-
mentar a quantidade de sono na populao uma tarefa
praticamente impossvel. Acredito que, em um primeiro
momento, os estudos deveriam permanecer investigan-do quais so os outros fatores/hormnios que podem
contribuir para as alteraes metablicas. O segundo
passo seria trabalhar para minimizar os prejuzos.
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consumo habitual erelao com a sade
foco
Conforme descreve a lenda, a primeira xcara de caf teria sido
consumida no sculo 9 por um pastor de cabras etope chamado Kaldi.
O rapaz notou que seu rebanho se tornava mais energtico quando co-
mia pequenos frutos vermelhos de determinada planta (1).
Kaldi colheu algumas amostras e as levou para o homem santo
da regio, que, em sinal de desaprovao, arremessou todas ao fogo. Oaroma exalado foi to delicioso que os homens recolheram rapidamen-
te os gros, visando tritur-los e mistur-los com gua para beber (1).
Mas foi apenas no sculo 15 que as primeiras evidncias sobre o
consumo de caf foram realmente confirmadas, quando os monges Su-
fis desfrutaram da bebida na regio do atual Imen. Depois, a popula-
o tomou conhecimento do caf por meio das cafeterias primitivas no
Cairo e Meca, sendo que os desbravadores logo passaram a introduzi-la
em diversas regies do globo (1).
Caf:por_ Maria Fernanda Elias Llanos
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foco 9
Componentes do caf quepodem afetar a sade humana.
Cafena
Esse alcaloide purnico (1,3,7-trimetilxantina)
parece exercer seus efeitos biolgicos por meio do
antagonismo dos receptores de adenosina reconhe-
cido neuromodulador endgeno com funo inibidora.
Assim, alguns efeitos fisiolgicos associados com a
administrao da cafena incluem estimulao do sis-
tema nervoso central (SNC), elevao da presso arte-
rial, aumento da taxa metablica e da diurese (5).A cafena absorvida rapidamente pelo estma-
go e intestino delgado e distribuda para todos os teci-
dos, incluindo a regio cerebral. O metabolismo inicial
ocorre no fgado, com a atividade do citocromo P450
(isoforma CYP1A2) (5).
A concentrao da substncia no caf pode va-
riar consideravelmente. Uma anlise feita nos EstadosUnidos, utilizando 14 amostras da bebida adquiridas
em estabelecimentos comerciais distintos, concluiu
que a quantidade de cafena em 240 ml da bebida pre-
parada por infuso oscila entre 72 mg e 130 mg. Em
amostras de caf expresso, a variao situou-se entre
58 mg e 76 mg por dose (50 ml) (6).
O estudo referido demonstrou tambm que o con-
tedo de cafena de uma mesma opo de caf, com-
prada em um nico estabelecimento comercial durante
6 dias distintos, variou entre 130 mg e 282 mg (por-
o de 240 ml) (6).
Na atualidade, o cultivo das plantas destinadas
para comercializao ocorre na regio entre os trpicosde Cncer e Capricrnio, conhecida como cinturo do
caf. O terreno exige solo poroso, temperatura constan-
te entre 18C e 24C, com incidncia solar e ndice plu-
vial moderados, sendo que os dez maiores produtores
so: Brasil, Colmbia, Indonsia, Vietn, Mxico, Etipia,
ndia, Guatemala, Costa do Marfim e Uganda (2).
O caf considerado uma das bebidas mais con-
sumidas no mundo e, apesar de os atributos associa-
dos a aroma e sabor serem os mais exaltados, o con-
tedo de cafena presente na preparao tambm tem
sua popularidade, principalmente, por sua relao com
o aumento do estado de alerta e sade (3).
No passado, as limitaes metodolgicas de pes-
quisas que incluem presena de cofatores como hbito
de fumar e sedentarismo foram responsveis por da-dos inconclusivos e questionamentos exacerbados so-
bre os prejuzos potenciais da bebida para a sade (3).
Mais tarde, os ajustes nos procedimentos per-
mitiram isolar esses cofatores e associar o consumo
habitual de caf com a reduo do risco para vrias
doenas crnicas (4).
A cafena apenas um dos diversos elementosda complexa mistura de componentes que configura a
relao caf e sade.
Os cidos clorognicos figuram
entre os principais constituintesfenlicos responsveis pela aoantioxidativa dos cafs.
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10 foco
fontes desse elemento na dieta humana, sendo que 200
ml pode conter entre 20 mg e 675 mg, dependendo da
espcie de caf e das condies de processamento (9).
Cerca de 2/3 do cido clorognico ingerido atingem
o coln, so metabolizados pela microflora e hidrolisados
em cidos cafico e qunico. Para o consumidor frequentede caf, a bebida representa a fonte diettica mais rica
nesses compostos fenlicos (10).
Mesmo que os cidos clorognico e cafico de-
monstrem atividade antioxidante in vitro, ainda no foi
esclarecido o nvel de contribuio in vivo, j que ambas
substncias so amplamente metabolizadas e seus me-
tablitos possuem ao antioxidante consideravelmen-
te inferior (10).
Micronutrientes
Diversos micronutrientes encontrados no caf,
incluindo magnsio, potssio e niacina, podem contri-
buir para os efeitos sade associados ao consumo
regular da bebida.
Segundo o USDA Nutrient Database, 240 ml da pre-
parao feita por infuso contribui com 7 mg de magnsio
e 30 ml de caf expresso com 24 mg do mesmo nutriente.
Assim, 1 xcara de caf poderia contribuir de 1% a 5% da
Estudo publicado no New England Journal
of Medicinemostrou associao inversaentre o consumo de caf e mortes
resultantes de doenas cardiovasculares.
Cafestol e kahweol
Considerados fatores associados elevao do co-lesterol srico total e LDL-C, esses dois diterpenos so ex-
trados do caf modo durante o processo de infuso (7).
Os mecanismos dos efeitos do cafestol e kahweol
sobre o metabolismo das lipoprotenas anda no foram
totalmente esclarecidos, entretanto, estudos mostram
que grande parte desses dois componentes removi-
da quando a bebida escoa pelo filtro de papel (7).Estudos mostram tambm que os dois diter-
penos podem produzir efeitos anticarcinognicos,
incluindo a inibio da atividade enzimtica da fase I
(envolvida na ativao da carcinognese) e induo
das enzimas da fase II (associadas na detoxificao
do carcingeno), assim como na estimulao dos me-
canismos de defesa antioxidante intracelular (5).
Em pases como Escandinvia, Turquia e Frana,
onde o caf no preparado com coador, as concen-
traes de cafestol e kahweol na bebida so elevadas,
variando entre 6 mg e 12 mg por xcara (8).
Por outro lado, cafs filtrados, instantneos e
percolados contm teores baixos das substncias, o
equivalente a 0,2 mg a 0,6 mg por xcara (8).
Apesar da concentrao de dipertenos ser relati-vamente alta em cafs expressos, o tamanho reduzido
da poro faz com que a bebida se torne uma fonte in-
termediria de cafestol e kahweol (aproximadamente
4 mg por xcara) (8).
cidos Clorognico e Cafico
Os cidos clorognicos figuram entre os principais
constituintes fenlicos responsveis pela ao antioxi-
dativa dos cafs. A bebida uma das mais importantes
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foco 11
recomendao diria para homens adultos, segundo as
Recommended Dietary Allowances (RDA) (11).Para potssio, 240 ml de infuso e 30 ml de expres-
so contm de 116 mg e 34 mg, respectivamente, sugerin-
do uma contribuio de 1% a 2% de ingesto diria adequa-
da para homens adultos (Adequade Intake AI) (11).
A contribuio de niacina pode variar entre 6% e
18% do RDA para homens adultos, j que 1 xcara da in-
fuso fornece de 1 mg a 3 mg de cido nicotnico (11).
Evidncias cientficasMortalidade
Um estudo prospectivo, publicado no New En-
gland Journal of Medicine em 2012, examinou a as-
sociao entre o consumo de caf e a mortalidade total
e causal subsequentes. Participaram mais de 200 mil
homens e 170 mil mulheres, com 50 a 71 anos, no
incio do estudo. Indivduos que sofreram infarto e os
portadores de doenas cardiovasculares e cncer fo-
ram excludos da amostragem. O consumo de caf foi
verificado em apenas um momento, coincidindo com o
incio da pesquisa (12).
Os autores observaram associao inversa entre
o consumo de caf e mortes resultantes de doenascardiovasculares, respiratrias, infarto, diabetes, in-
feces, mas no para cncer. O resultado foi similar
para subgrupos, incluindo pessoas que nunca fuma-
ram e que reportaram excelente estado de sade no
incio do experimento (12).
Carcinoma basocelular
Pesquisadores da Harvard Medical School e Bri-
gham and Women's Hospital utilizaram dados do Nurses'
Health Study e do Health Professionals Follow-up Study
para uma anlise prospectiva do risco para carcinoma
basocelular (22.786 casos), carcinoma espinocelular
(1.953 casos) e melanoma (741 casos) em relao in-
gesto de cafena (13).
O estudo publicado em 2012 no Cancer Resear-
ch mostrou que a ingesto de cafena por homens e
mulheres est inversamente associada ao risco para
carcinoma basocelular, mas no para as outras duas
variedades da doena. Os autores concluram tambm
que a cafena proveniente de outras fontes dietticas
(ch, chocolate e refrigerantes base cola) apresen-
tou a mesma associao inversa. Os resultados, entre-
tanto, no se aplicam para o consumo da bebida des-cafeinada (13).
Carcinoma hepatocelular
Diversos estudos de caso-controle realizados na
Europa e, pelo menos, dois prospectivos de coorte con-
duzidos no Japo observaram associao inversa signi-
ficativa entre o consumo de caf e o risco para carcino-
ma hepatocelular (14).
Um dos estudos do Japo, que envolveu mais de
90 mil indivduos de ambos os sexos durante 10 anos,
demonstrou que o risco para carcinoma hepatocelular
Estudo da Harvard Medical School sugere
associao inversa entre a ingesto de cafena
e risco para carcinoma basocelular.
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12 foco
obteve decrscimo dose-dependente com o aumento do
consumo de caf. Aqueles que consumiram pelo menos5 xcaras dirias de caf tiveram risco 76% menor, quan-
do comparado s pessoas que no consumiam a bebida.
Nesse estudo, a associao inversa mais significativa
foi observada entre os indivduos portadores do vrus da
hepatite C (14).
CirroseO consumo de caf foi inversamente associado
ao risco para cirrose em diversos estudos caso-contro-
le, assim como para mortalidade por cirrose alcolica
em dois estudos prospectivos de coorte (4).
Um estudo com durao de 8 anos, que envolveu
mais de 120.000 indivduos de ambos os sexos, con-
cluiu que o risco de morte por cirrose alcolica era 22%
menor por xcara de caf consumida diariamente (15).
Em outro estudo prospectivo, com durao de
17 anos e amostra de 51.000 noruegueses (homens
e mulheres), demonstrou que aqueles que consumiam
pelo menos 2 xcaras dirias de caf tinham risco 40%
menor de morte por cirrose do que aqueles indivduos
que no consumiam caf (16).
Cncer colorretal
De modo geral, o consumo de caf tem sido inver-
samente associado com o risco para cncer de clon em
estudos de caso-controle, mas no em estudos prospec-
tivos de coorte.
Uma metanlise que combinou o resultado de 12
estudos de caso-controle e 5 prospectivos de coorte con-
cluiu que indivduos que consumiam 4 ou mais xcaras
de caf diariamente tinham risco para cncer de clon
reduzido em 24%, quando comparados a indivduos que
no consumiam a bebida. Entretanto, o consumo de caf
no foi associado com risco para cncer colorretal quan-
do apenas os estudos de coorte foram considerados (17).
De maneira similar, uma reviso de estudos epide-
miolgicos encontrou evidncia de associao inversa
entre o consumo de caf e risco para cncer de clon em
estudos de caso-controle, mas no obteve evidncia a
partir de estudos prospectivos de coorte (18).
Diferentemente, os dois maiores estudos prospec-
tivos de coorte realizados na atualidade, que investiga-
ram a relao entre caf e cncer colorretal, concluram
que homens e mulheres norte-americanos que conso-
mem regularmente 2 xcaras ou mais da bebida des-cafeinada tiveram risco para cncer retal 48% inferior,
quando comparado a indivduos que nunca consumiram
a verso tradicional da bebida (19).
Diabetes mellitus tipo 2
Grandes estudos prospectivos de coorte reali-
zados na Holanda, nos Estados Unidos, na Finlndia ena Sucia demonstram significativa associao dose-
Estudos prospectivos, realizados naEuropa e EUA, sugerem associao dose-
dependente entre o consumo de caf e a
reduo do risco para diabetes tipo 2.
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foco 13
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REFERNCIAS
-dependente entre o consumo de caf e a reduo do
risco para diabetes tipo 2 (4).Um estudo prospectivo publicado na Lancet, rea-
lizado com mais de 17.000 holandeses de ambos os
sexos, demonstrou que o risco para desenvolver diabe-
tes tipo 2 era 50% menor entre os indivduos que con-
sumiram, pelo menos, 7 xcaras de caf por dia, quando
comparados aos que bebiam 2 xcaras ou menos (20).
Os dois maiores estudos prospectivos de coor-te que examinaram a relao entre o consumo de caf
e diabetes tipo 2 foram o Health Professional Follow-
-up Study (41.934 homens) e o Nurses Health Study
(84.276 mulheres), ambos nos Estados Unidos. Ho-
mens que consumiram, pelo menos, 6 xcaras de caf
por dia tiveram risco 54% menor para diabetes tipo 2 do
que aqueles que no tomaram caf. Entre as mulheres,
aquelas que consumiram, pelo menos, 6 xcaras de caf
por dia tiveram risco 29% menor, quando comparadas
s que no consumiram a bebida. Nos dois estudos, a
maior ingesto de cafena tambm esteve associada
com significativa reduo do risco para a doena (21).
Entretanto, nem todos os estudos prospectivos
de coorte observaram a mesma associao inversa
significativa. Um estudo mais antigo, conduzido naFinlndia com mais de 19.000 homens e mulheres,
mostrou que o consumo de, pelo menos, 7 xcaras
dirias de caf no estava associado ao risco para dia-
betes tipo 2 aps 14 anos de acompanhamento (22).Apesar de alguns ensaios clnicos de curta dura-
o conclurem que a administrao de cafena dimi-
nui a tolerncia glicose e a sensibilidade insulina,
resultados de estudos epidemiolgicos sugerem que o
consumo habitual de caf apresenta associao inver-
sa com tolerncia diminuda glicose. At que a rela-
o entre o consumo em longo prazo de caf e o riscopara diabetes tipo 2 esteja mais bem elucidado, pre-
maturo recomendar o consumo de caf como medida
preventiva da doena (4).
Leia as evidncias sobre doena de Parkinson, demncia,doenas cardiovasculares e consideraes finais na ntegradesse artigo http://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude
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A prestigiosa revista The Lancet publicou em 2008
uma srie de cinco estudos focando um conjunto de inter-
venes ou "janela de oportunidades" no perodo dos mil
dias compreendido entre o tempo da gestao a termo
(280 dias) somado aos primeiros dois anos de idade (730
dias), que apresentam alto impacto na reduo da mortali-
dade e danos ao crescimento e neuro-desenvolvimento fu-
turo da criana [1,2].Estima-se que globalmente 13 milhes de crianas
nasam com restrio de crescimento intrauterino (RCIU). A
subnutrio at os cinco anos de vida acomete 178 milhes
delas e 90% (160 milhes) vivem em 36 pases localizados
na frica Sub-Sahariana e no sudeste da sia, o que repre-
senta 46% dos 438 milhes de crianas desses pases (1).
A subnutrio na infncia tem como principais cau-
sas a RCIU e o dficit de nutrientes na alimentao e/ou a
presena de doenas infecciosas principalmente durante
os dois primeiros anos de vida, o que sugere uma janela
de oportunidades de interveno compreendida entre a
gestao e os dois anos de vida (1).
As intervenes propostas consistem em: a) asse-
gurar mulher cuidados no pr-natal e nutrio adequada
conhecer
por_ Rubens Feferbaum
Patrcia Zamberlan
que definem a sade futura da criana:
a janela de oportunidades
Mil dias
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270durante a gestao e lactao; b) possibilitar a ingesto
adequada de vitaminas e minerais para os mais neces-sitados por meio de dieta, alimentos enriquecidos e suple-
mentos; e c) naqueles em risco de subnutrio, assegu-
rar o acesso a alimentos e nutrientes necessrios para o
crescimento e manuteno da sade, promover a gesto
nutricional das doenas infecciosas e propiciar alimenta-
o teraputica s crianas severamente subnutridas por
dficit de alimentos e/ou doenas associadas (1, 2).Durante a reunio do FMI e Banco Mundial em 2010
lderes da economia mundial sensveis a essas questes
lanaram o SUN Scaling Up Nutrition (3), um movimen-
to global constitudo por governos, rgos de sade inter-
nacionais (OMS, Unicef), sociedade civil, ONGs e empresas
de todo o mundo, visando combater a subnutrio nos
pases participantes do projeto. O planejamento do trinio
2012-2015 consiste no acesso aos alimentos de valor
nutricional e outros determinantes do estado nutricional
como gua potvel, cuidados sade, proteo social aos
carentes e ini ciativas de gerar emprego e renda s mulhe-
res. O objetivo atingir as metas de sade determinadas
pela Assembleia Mundial de Sade de 2012 (incluindo a
reduo em 40% de crianas com dficit de estatura) e
promover boas prticas nutricionais como o aleitamentomaterno exclusivo. O principal foco de atuao da inter-
veno so os primeiros mil dias de vida, compreendidos
entre a gestao e o segundo ano de vida.
conhecer 15
A janela de oportunidades
dos mil dias de vida extrapola
a questo da subnutrio.
A propsito dessas metas, simpsios i nternacionais
e apresentao dos resultados do programa SUN devero
ocorrer durante o perodo compreendido entre os Jogos
Olmpicos de 2012 e 2016 copatrocinadas pelo primeiro-
-ministro britnico, David Cameron, e o vice-presidente do
Brasil, Michel Temer.
No entanto, a janela de oportunidades dos mil dias
de vida atualmente extrapola a questo da subnutrio.Doenas crnicas no transmissveis que podem acometer
a vida futura da criana com RCIU ou subnutrio precoce
originou a teoria da origem fetal das doenas crnicas no
transmissveis descritas originalmente por Barker (4) e
atualmente apoiada pelas possveis alteraes epigen-
ticas dela decorrentes (5). Ainda, os excessos, as inade-
quaes dietticas e os erros alimentares nesse perodo
levando obesidade e/ou a deficincias de micronutrien-
tes so aspectos importantes amplamente estudados nos
pases afluentes e em desenvolvimento.
A preveno das doenas crnicas no transmissveis
deve ser iniciada durante o perodo intrauterino, com a ade-
quada nutrio da gestante, evitando deficincias nutricio-
nais e RCIU. Segundo o conceito de programao metab-
lica, um agravo em fases crticas do desenvolvimento, quealtera uma estrutura somtica ou o ajuste de um sistema
fisiolgico, teria consequncias na sade do indivduo em
longo prazo. H evidncias cientficas mostrando que a
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quantidade e a qualidade dos nutrientes recebidos
pelo feto influenciam o seu desenvolvimento e o apa-recimento futuro de doenas no transmissveis como
obesidade, hipertenso arterial e doenas cardiovas-
culares (6, 7). Da mesma forma, fatores nutricionais
nos primeiros dois anos de vida podem modular o risco
para essas doenas, especialmente em crianas com
antecedente de RCIU (8, 9).
Subnutrio no incio da vida aimportncia da nutrio materna
O esforo para garantir o sucesso de uma gestao
representa uma das funes fundamentais da vida. Os
objetivos so quatro: a sade da mulher durante a gravi-
dez, a sade do concepto, o bem-estar materno para pos-
sibilitar a nutrio do recm-nascido (RN) e a proteo
contra o desenvolvimento de doenas crnicas durante a
vida adulta. O perodo de crescimento e desenvolvimento
intrauterino o mais vulnervel no ciclo da vida.
Gestantes representam um grupo com muitas
particularidades na composio de sua dieta. Em de-
corrncia das novas demandas nutricionais, o estado
anablico dinmico e promove ajustes contnuos em
relao a diversos nutrientes. Sendo assim, suas ne-
cessidades nutricionais so diferentes das mulheres
adultas no gestantes. O cumprimento do consumo
dirio necessrio para os diferentes componentes da
dieta promover o desenvolvimento saudvel para o
feto e manuteno da sade materna. Se a ingesto
diettica for insuficiente e os estoques de nutrientes
da gestante estiverem baixos, o feto recorrer s re-
servas pr-concepcionais para se suprir, ocasionandocomprometimento do binmio materno-fetal.
O diagnstico das condies nutricionais da mu-
lher que inicia a gestao muito importante. Aquelas
que apresentam inadequada reserva de nutrientes as-
sociada a uma ingesto diettica insuficiente podero
ter um comprometimento do crescimento fetal e o con-
cepto apresentar baixo peso ao nascer (BPN) (10).
O ganho de peso adequado na gestao varia de
acordo com o ndice de massa corprea (IMC) pr-ges-
tacional. Mulheres que iniciam a gestao com baixo
peso (IMC < 18,5) devem ter um ganho aproximado de
12,5 a 18,0 kg; gestantes com estado nutricional pr-
-gestacional eutrfico (IMC entre 18,5 e 25,0) devem
ter um ganho ponderal entre 11,5 kg e 16,0 kg; mulhe-
res com sobrepeso pr-gestacional (IMC entre 25,0 e30,0) devero ganhar de 7,0 a 11,5 kg; e gestantes
com obesidade pr-gravdica (IMC > 30) no devero
ganhar mais que 7,0 kg (11).
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A energia o principal nutriente determinante
no ganho de peso gestacional, apesar de a deficincia
de alguns micronutrientes tambm restringirem esse
incremento. Alm de causar RCIU, a m nutrio do
feto (traduzida pela nutrio materna) em diversos es-
tgios da gestao traz danos ao crebro, com srias
implicaes futuras para o desenvolvimento motor,
cognitivo e intelectual do indivduo e predisposio
de doenas crnicas no transmissveis, como a obe-sidade e alguns tipos de cncer, durante a vida adulta.
Aps revisarem a influncia da nutrio no de-
senvolvimento cerebral, autores como Georgieff (12)
concluram que alguns nutrientes, alm da energia e
das protenas, so importantes nesse processo como
os cidos polinsaturados de cadeia longa (LCPUFA),
iodo, ferro, zinco, cido flico e colina.
O iodo um tpico exemplo de nutriente cuja de-
ficincia durante o perodo crtico do desenvolvimento
cerebral acarreta consequncias adversas em longo
prazo, como o cretinismo (que resulta em retardo men-
tal e alteraes neurolgicas) e diminuio do quo-
ciente de inteligncia (QI) (13, 14).
O ferro tem um papel fundamental na homeostase
do organismo, uma vez que participa de processos celu-lares vitais como o transporte de oxignio, produo de
energia por meio do metabolismo oxidativo, crescimento
celular mediante a sntese de cidos nuclicos, sntese de
neurotransmissores cerebrais e cofator em reaes enzi-
mticas e outros processos metablicos. A carncia de fer-
ro durante a gestao pode levar anemia, que aumenta
o risco de parto prematuro e morte perinatal. Pode haver
tambm consequncias em longo prazo para a criana,
como a diminuio da capacidade cognitiva, afetiva, de
aprendizagem e de concentrao (15, 16, 17). Para evitar
esses efeitos deletrios, a Organizao Mundial da Sade
(OMS) recomenda a suplementao medicamentosa comoprofilaxia no segundo e terceiro trimestres da gestao.
O zinco tem importante funo no crescimento e
desenvolvimento fetal, uma vez que necessrio para
a diferenciao celular (18). Sua necessidade durante
a gestao tem um aumento de aproximadamente 40%
nas necessidades dirias. Apesar da deficincia de zin-
co ser rara, estima-se que 80% das gestantes no mundo
apresentam ingesto deficiente desse micronutriente
(19). Essa condio parece associada morte fetal e
neonatal precoce, RCIU, prematuridade e pobre desen-
volvimento cognitivo e motor, apesar de ainda no haver
um claro consenso sobre isto. Na verdade, necessrio
examinar o impacto da deficincia de zinco nos diferen-
tes estgios do desenvolvimento e sua interao com a
deficincia de outros micronutrientes (20, 21).A necessidade de folato para a gestante supera
em 50% sobre o valor de referncia para a mulher adul-
ta. O acido flico tem papel fundamental no processo de
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multiplicao celular, sendo, portanto, imprescindvel
durante a gestao. Atuando como coenzima no meta-bolismo de aminocidos (glicina) e sntese de purinas
e pirimidinas, bem como na sntese proteica, sua defi -
cincia pode ocasionar alteraes na sntese de DNA e
alteraes cromossmicas, como defeitos do tubo neu-
ral e espinha bfida. Alm disso, baixas concentraes
de folato na corrente sangunea esto associadas ao au-
mento de risco de partos prematuros, BPN e RCIU (22).A colina parece ser importante durante a gestao
uma vez que influencia a proliferao das clulas-tronco
e, assim, a estrutura do crebro (23). Em estudos ani-
mais, a suplementao dessa vitamina resulta em me-
lhora do desempenho da prole em testes cognitivos, de
comportamento e de memria (24, 25).
Os lipdios da dieta materna tambm esto en-
volvidos com o crescimento fetal e contribuem para o
desenvolvimento normal da gestao. Os LCPUFA, em
especial o cido araquidnico (AA) e o cido docosahe-
xaenoico (DHA), so essenciais para o desenvolvimen-
to do sistema nervoso central e da retina fetal. Estudos
tm demonstrado que a suplementao de gestantes
com DHA ou alimentos enriquecidos com DHA melhora
os estoques de LCPUFA (n-3) tanto da me quanto do
feto (26, 27, 28), apesar de no haver meta-anlises
publicadas em relao aos efeitos dessa suplementao
sobre as funes cognitiva e visual da criana.
RCIU e suas consequncias nocrescimento e desenvolvimento futuro
Evidncias recentes sugerem que o padro de
crescimento da criana durante os primeiros anos de
vida seja fortemente influenciado pelo padro de cres-
cimento fetal, o que pode determinar uma elevao na
probabilidade de ocorrncia de desfechos, no s me-
tablicos, mas tambm cognitivos desfavorveis. Alte-
raes no padro de crescimento aps o nascimento,
principalmente em RN com RCIU, relacionam-se signifi-
cativamente com o desenvolvimento de doenas crni-
cas em idades subsequentes. A conduta corrente reco-
menda estimular e promover o crescimento do lactente
com BPN, visando reduo das taxas de morbimor-talidade e preservao dos aspectos neurocognitivos.
Os riscos para essas doenas so consistentemente
encontrados em grupos de indivduos com um grande655
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A associao entre eventos neonatais e
maior risco para doenas na vida adultano , necessariamente, ligada apenas
ao baixo peso ao nascer.
aumento no peso corpreo entre o nascimento e a ida-
de escolar ou pr-adolescncia, primariamente naque-
les que eram pequenos para a idade gestacional (PIG)
ou que tinham baixo peso ao nascer (BPN). Ou seja, as
consequncias de determinado peso corpreo so con-
dicionadas tanto pelo crescimento intrauterino quanto
durante a infncia. O exato mecanismo desse efeito
adverso em longo prazo no conhecido. Uma das teo-
rias aceita que o RCIU causa alteraes em diversos
eixos hormonais e que essa resposta hormonal alte-
rada, combinada a estmulos ambientais, perpetua-se
ao longo da vida. Sabe-se que o crescimento ps-natal
est sobcontrole endcrino central, principalmente viahormnio do crescimento (GH) hipofisrio e fatores
de crescimento associados (IGF-1). Devido ao fato de
o eixo GH/IGF-1 ser o principal regulador desse cresci-
mento, anormalidades na secreo desses hormnios
poderiam explicar a no recuperao do crescimentoem algumas crianas nascidas PIG e a resistncia
insulina, com consequentes alteraes de composio
corprea observada nesses indivduos.
A importncia do aleitamento maternoComo visto, consenso que a associao entre
eventos neonatais e maior risco para doenas na vida
adulta no necessariamente ligada apenas ao BPN.
Nesse caso, outros mecanismos e sinais para programa-
o parecem ser importantes. Um dos mais estudados
a nutrio no incio da vida.
Sabe-se que crianas que recebem leite materno
apresentam uma cintica de crescimento e desenvolvi-
mento diferente de crianas que recebem frmula (29).
Em um importante estudo epidemiolgico, von Kries etal (30) avaliaram o impacto do aleitamento materno na
preveno de obesidade e sobrepeso na infncia em
9.357 crianas alems entre cinco e seis anos de idade.
Isoladas as condies interferentes, os autores encon-
traram 3,8% de crianas obesas dentre as amamenta-
das por menos de dois meses e somente 0,8% dentre
aquelas amamentadas por mais de 12 meses. A literatu-
ra prope que o RN em uso do leite materno receba uma
quantidade calrica suficiente para crescer, mas no su-
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REFERNCIAS
Leia esse artigo na ntegrahttp://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude
perior necessria, alm de ganhar peso de forma mais
lenta que um RN alimentado com frmula infantil. Comoestudos experimentais demonstram que o excesso ali-
mentar no perodo neonatal associa-se a maior risco
para obesidade e sndrome metablica na vida adulta
(31), possvel que este seja um dos mecanismos pe-
los quais o aleitamento materno possa proteger contra
doenas ao longo da vida. Sabe-se tambm que as dife-
renas constitucionais entre o leite materno e a frmula
infantil, como a quantidade de calorias e protenas, que
parece provocar diferentes respostas insulinmicas,
uma varivel importante nesse contexto. Outro possvel
fator envolvido a diferena no comportamento alimen-
tar de crianas que recebem aleitamento materno, sen-
do que estes RN apresentam uma frequncia de suco
diferenciada, assim como demonstram maior grau de
controle da quantidade de leite ingerida. Alm de forne-
cer macronutrientes em quantidades adequadas ao RN
e ao lactente, o leite materno apresenta teores elevadosde nutrientes essenciais para o desenvolvimento neu-
ropsicomotor e cognitivo, como os LCPUFA.
Na impossibilidade do aleitamento materno, as
frmulas infantis utilizadas devem apresentar quan-
tidade e qualidade adequadas de protenas e fornecer
um perfil satisfatrio de aminocidos ao lactente. O
uso de frmulas infantis com quantidades reduzidas de
protena, nos teores mnimos preconizados pelo Codex
Alimentarius (1,8 g/100 kcal), no primeiro ano de vida
parece contribuir para a obteno de menores valores
de IMC em fases posteriores da infncia e o excesso
proteico, alm da sobrecarga renal e metablica, pode
levar obesidade futura (32).
S.OOBJETIVO
ATINGIRASM
ETASDESADE
DETERMINADA
SPELAASSEMB
LEIAMUNDIALDESADEDE2012(INCLUINDOAREDUOEM40%DECRIANASCOMDFICITDEESTATURA)EPROMOVERBOASPRTICASNUTRICIONAISCOMOOALEITAMENTOMATERNOEXCLUSIVO.OPRINCIPALFOCODEATUAODAINTERVENOSOOSPRIMEIROSMILDIASDEVIDA,COMPREENDIDOSENTREAGESTAOEOSEGUNDOANODEVIDA.
1.000910 940 990[1] Rubens Feferbaum professor da disciplina de Pediatria Neonatal da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo - FMUSP.[2] Patrcia Zamberlan nutricionista do Instituto da C riana do Hospital das Clnicas da FMUSP.
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calendrio
>> Ao patrocinar e divulgar encontros cientficos na rea de Nutrio, a Nestlespera contribuir para que os profissionais de sade possam debater e
compartilhar suas experincias a partir da produo acadmica mais recente.Confira alguns dos principais eventos que vo ocorrer nos prximos meses.
ago.2 Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentao e
Nutrio >> 13 a 16
Nesta edio do encontro bianual da SBAN, as conferncias e cursos
estaro voltados para a temtica Nutrio e Sade ao Longo dosCiclos da Vida. O evento ser realizado em Foz do Iguau (PR), nas
dependncias do Hotel Mabu. Para verificar as normas de envio de
trabalhos e a programao preliminar, visite: http://www.sban.org.br/
congresso2013/index.php
out.36. Simpsio Internacional de Cincias do Esporte
>> 03 a 05
Organizado pelo Centro de Estudos do Laboratrio de Aptido
Fsica de So Caetano do Sul (CELAFISCS), o simpsioacontece em So Paulo (SP), no Centro de Convenes
Rebouas. A programao cientfica foi desenvolvida de
acordo com o tema Transformando Ideias em Aes na
Atividade Fsica e no Esporte. Para informaes e inscrio,
acesse: http://www.simposiocelafiscs.org.br/
36. Congresso Brasileiro de Pediatria >> 8 a 12
Paralelamente, acontecem o 7 Congresso Brasileiro deOtorrinolaringologia Peditrica e o 9 Congresso Brasileiro
de Reumatologia Peditrica. O encontro, considerado o maior
evento da pediatria nacional, ter sede em Curitiba (PR).
As inscries de trabalhos cientficos podem ser feitas
at o dia 15 de julho. Para mais informaes sobre normas e
programao preliminar, visite:
http://www.cbpediatria.com.br/
5. Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e
Osteometabolismo (BRADOO) >> 24 a 26
O evento celebrado por ser o primeiro grande encontro da
Associao Brasileira de Avaliao ssea e Osteometabolismo
(ABRASSO), aps a fuso das entidades: Sociedade Brasileira
de Densitometria Clnica (SBDens), Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia (SOBEMOM) e Sociedade
Brasileira de Osteoporose (SOBRAO). Acontece em Porto de
Galinhas, na cidade do Recife (PE) e a programao cientfica
pode ser obtida no endereo: http://www.bradoo.com.br/
set.XVII Congresso Brasileiro de Nutrologia >> 18 a 20Simultaneamente ao congresso, acontecem o XVIII Simpsio de
Obesidade de Sndrome Metablica, o XI Annual Meeting International
Colleges for Advancements of Medical Nutrition e o X Frum de Direito
Humano Alimentao Adequada. Informaes sobre inscrio,
programao preliminar e hospedagem em So Paulo (SP) esto
disponveis no site oficial do evento: http://www.mzpublicidade.com.br/congresso_2013/index.php
68. Congresso Brasileiro de Cardiologia >> 28 set a 01 out
O tradicional encontro acontece no Rio de Janeiro (RJ) e celebra o
septuagsimo aniversrio de fundao da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC). A programao destaca sesses conjuntas com
as principais sociedades de cardiologia do mundo, como American
College of Cardiology, European Society of Cardiology, American Heart
Association, sociedades latino-americanas e europeias, entre outras.
Para mais informaes: http://congresso.cardiol.br/68/default.asp
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nutrio e cultura
por_ Luiza de Andrade
D e v a g a rD e v a g a r z i n h o
Numa cidadezinha minscula do interior, a menina que ainda nem completara
18 anos, e hoje virou uma cozinheira muito esperta, juntou o pouco ouro que tinha,
pinado daquela gaveta aveludada de cacarecos de valor. O mesmo fez seu namorado.E ento ela bateu apressada na porta do banheiro, enquanto seu pai, um conhecido
farmacutico da regio, estava a se banhar. Disse, do lado de fora, que ia cidade vizi-
nha fazer alianas de noivado. E seu pai, entoou, l debaixo do chuveiro, calmo, calmo:
Filha, cozinhe em banho-maria....
Pois esse princpio de coco, o banho-maria, cuja histria se confunde com a
lenda de uma certa alquimista judia, chamada Maria, que vivia no sculo 2 a.C., no Egito,
e teria criado o mais lento dos cozimentos, virou expresso para referir-se a processos
mais vagarosos e suaves. A expresso, alis, pode ter derivado do latim balneum-ma-
ris (mergulho no mar), em referncia utilizao do mar Tireno no preparo da antiga
cozinha romana. Tambm h citaes que associam essa mesma Maria, nos escritos
histricos, me de Jesus, como smbolo da gentileza e suavidade, j que o mtodo
propicia um cozimento delicado, sem a agressividade direta do calor, ou a uma irm de
Moiss, uma alquimista, vai saber.
Outros registros, no tratado do historiador britnico Felipe Fernandz-Armesto, por
exemplo, passeiam pelas diversas maneiras de cozimento em brasas, com chamasvivas, com pedras aquecidas, em fogueiras e as tratam como uma forma de organizar
a sociedade, no to-somente como um ato e preparar um alimento. A fogueira no campo
passa a ser um local de comunho quando as pessoas comem ao seu redor, diz.
Surge, l pelas tantas, a referncia ao banho-
-maria, como mtodo que antecede a criao tardia de
utenslios de cozinha de cermica, que pressupunha como segue nos tempos de hoje que os ingredientes a
serem aquecidos fossem acomodados em um recipiente
a descansar sobre outro, cheio dgua quente. Das tripas
e dos estmagos dos animais, que eram usados como
recipiente, confiavelmente impermeveis e bastante
elsticos, tambm se fazia bom uso para banho-maria.
Eles [os rgos internos] podem funcionar como reci-
pientes para fervura e se, digamos, um pequeno in-
testino recheado e colocado dentro de outro maior
podem ser muito teis para banho-maria.
Conhecido como o mais lento dos cozimentos, o banho-maria um mtodo antigo e simples de coco, em que alimentos delicadosisolados por gua so submetidos a um calor brando e uniforme.
O banho-mariapermite melhordistribuio do calor.
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Nessa coco isolada por gua, obtm-se um aquecimento mais bem distribu-
do, de forma que o risco de queimar o alimento, cozido vagarosamente, eliminado. Ocalor excessivo, dizem os pesquisadores argentinos Diego Golombek e Pablo Schwar-
baum, produz ligaes demais entre as protenas. sobre o aumento da mobilidade
dos tomos e das molculas que o cientista francs Herv This, que vai para a cozinha
com a inteno de buscar respostas fsicas e qumicas para as transformaes dos ali-
mentos, se fixa quando discute sobre cozimento, que torna os alimentos mais macios
(como no caso das carnes) e desencadeia reaes qumicas que engendram compos-
tos aromticos. A cozinha quase a arte do cozimento, diz.
Para o professor da escola Wilma Kvesi, Jol Ruiz, o banho-maria um pro-
cesso culinrio destinado a manter aquecidos certos ingredientes seja para fundir
as substncias (chocolate, gelatina, manteiga) sem correr o risco de queim-las ou
para cozinh-las vagarosamente no calor da gua quente. Trata-se de um mtodo que
mantm a temperatura dos ingredientes em torno de 80 graus, de forma a impedir que
a temperatura de ebulio e presso da gua, que de 100 graus, comprometa a estru-
tura molecular dos ingredientes. preciso ficar atento: a gua nunca deve ferver e, para
isso, usa-se fogo bem baixo.
A tcnica do banho-maria evitaa ferocidade da ao direta dofogo, que dificilmente uniforme.
Na cozinhaEssa tcnica antiga e extremamente simples,
que nasceu da necessidade de cozinhar alimentos
delicados, de forma suave e com calor uniforme, traz
resultados importantes na cozinha, dizem os profissio-
nais. O banho-maria evita a ferocidade da ao direta
do fogo, que dificilmente uniforme o calor que vemda base diferente do calor que se difunde para as la -
terais. Por isso, lembra a cozinheira Helosa Bacellar,
do L da Venda e autora de quatro livros de receita
entre eles, um sobre chocolate, outro sobre bacalhau
, importante ter uma panela boa, que propicie uma
difuso de calor uniforme.
A tcnica do banho-maria, diz ela, exige uma pa-nela que apare o recipiente em que voc vai cozinhar
o alimento. Por exemplo: quero derreter chocolate
perfeio. Coloco o chocolate em um recipiente menor
e esse recipiente dentro de uma panela. Coloco, ento,
gua o quanto baste para cobrir trs quartos desse re-
cipiente. Ligo o fogo, e a gua, que no vai chegar a fer-
ver, aquece de maneira uniforme o recipiente em que
est o chocolate.
Alex Atala, o quarto melhor chef do mundo se-
gundo a revista britnica Restaurant, fazia para seus
filhos, desde pequeninos, um brouilladede ovos e re-
queijo, que lhe exigia calma na elaborao. Veja: a re-
ceita de inspirao francesa combina ovos, requeijo e
manteiga que, somente se cozidos na temperatura cor-
reta, alcanam um ponto de mingau semelhana deum creme ingls. H que ficar muito atento, porm, ao
cozimento dos ovos, cuja protena coagula completa-
mente quando ultrapassa a temperatura de 63 graus.
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A manteiga, o leite e o requeijo so misturados a frio
para que derretam em banho-maria brando (por volta
de 40 graus, ressalta Atala) e, depois de batidos, os
ovos so acrescentados mistura, mexidos com vigorat que chegue consistncia desejada.
Bacellar tambm cita essas preparaes: o cre-
me ingls, que exige muita tcnica no preparo e em-
pelota facilmente se entra em contato direto com o
fogo, e o ovo mexido perfeito. Para ele [o ovo mexido]
no ficar borrachento, grudento, voc precisa de um
calor muito delicado. Um ovo mexido realmente perfei-
to, mido e macio, pode ser conseguido com banho-
-maria. A chef sugere que se adicione manteiga, leite
e creme de leite ao ovo e o deixe em banho-maria at
que esteja quase totalmente coagulado, mas ainda um
pouco cru. Depois, diz, acrescente o que quiser, queijo,
salmo defumado, presunto.
Todas as receitas com ovo, alm da temperatura
controlada para o preparo, devem ser servidas imedia-tamente depois de prontas, pois a ao do calor prolon-
ga o cozimento do alimento, mesmo j longe do contato
com a fonte de energia.
Forno
No cardpio do clssico restaurante Marcel, fundado em 1955, no qual brilhamos sufls, est claro: se quiser provar o de chocolate, na sobremesa, h que pedir com
antecedncia ou no ter pressa; demora entre 30 e 40 minutos para chegar mesa.
Pois o jovem chef Raphael Despirite que quando criana saa da escola e ia todas as
noites ao restaurante francs de seu av, no qual sua misso era incorporar as claras
em neve aos sufls o prepara somente na hora do pedido, no forno, em banho-maria.
Quando aplicado no forno, esse mtodo utilizado para manter a umidade. Coloco uma
assadeira com gua e o ramequim sobre ela. Alm de manter a temperatura uniforme,
desprendida de todos os lados, Despirite faz proveito de certa umidade gerada no forno,
com a evaporao da gua.
Quindim e pudim so outras receitas que tambm vo ao forno destampadas
para que a ao do calor seja mais direta. No caso do quindim, por exemplo, a inteno
que o coco resseque um pouco para que forme uma crostinha isso d nova combi-
nao de texturas e sabores.
No forno, muitas vezes, as preparaes tambm so acomodadas sobre uma
assadeira com gua quente, em formas metlicas ou de porcelana, untadas com man-teiga e bem vedadas. Devemos tampar alimentos em banho-maria no forno quando
queremos proteg-los de um calor mais intenso, quando queremos que esse calor no
tenha contato direto com o alimento. Por exemplo, uma terrine de carne. Tambm pos-
svel isolar a temperatura com a ajuda de outro alimento em vez da tampa podera-
mos usar bacon, por exemplo, diz Jol Ruiz, cozinheiro e professor.
s avessasUm bom cozinheiro, diz Alex Atala em suas Escoffianas Brasileiras, tem de saberusar os dois banhos-maria: o quente e o frio. Nesta ltima verso, da mesma forma
como no tradicional, um recipiente maior acolhe um recipiente menor com o alimento,
mas, claro, aqui, a gua misturada a gelo. Essa tcnica se aplica, com mais frequn-
cia, a peixes, crustceos e moluscos e ainda pode ser til aos legumes. Uma cenoura
crua fica mais crocante e mais bem conservada se estiver mais fria que a temperatura
ambiente, registra o chef.
O banho-maria frio consiste em resfriar e conservar ingredientes. Assim como
no mtodo tradicional, em que a gua levemente aquecida, na verso fria, o processo
capaz de manter as caractersticas de sabor e textura de vrios alimentos. Ainda
utilizado para choques trmicos ou para interromper a coco de receitas sensveis,
como cremes e molhos.
O termocirculador pode ser traduzidocomo uma adaptao mais precisa emoderna do banho-maria.
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O novo banho-mariaA nova verso do banho-maria o termocircula-
dor. uma revoluo nesse mtodo, diz o chef Raphael
Despirite, do restaurante Marcel. O aparelho em questo
ganhou restaurantes de vanguarda e hoje alcanou, ain-
da, cozinhas domsticas. O termocirculador pode sertraduzido como uma adaptao mais precisa e moderna
do banho-maria, usado ao se cozinhar um alimento a v-
cuo, tcnica batizada de sous-vide("sob vcuo").
Alimentos preparados usando sous-vide so pri-
meiro acondicionados a vcuo em embalagens que supor-
tam altas temperaturas, para ento serem cozidos. Assim,
durante o processo, no h interferncia de substnciascomo ar, gua ou vapor (somente do tempero, que deve
ser bem dosado). Obtm-se, em resultados constantes,
alimentos com textura e umidade preservadas.
Mesmo que sous-vide defina o nome da tcnica,
para chegar ao seu resultado, primordial cozinhar o
alimento a uma temperatura baixa e constante. pos-
svel utilizar fornos combinados (mais eficientes) no
processo, mas os aparelhos de water baths ou um
mtodo moderno, que faz referncia ao banho-maria
tradicional, como o termocirculador, so mais precisos.
Eles se constituem de um recipiente que preenchido
com gua, um controlador de temperatura e, em alguns
casos, uma bomba.
A tcnica moderna de sous-videse originou na Sua dos anos 1960, como uma
maneira de preservar e esterilizar a comida em cozinhas de hospitais. Hoje, muitos res-taurantes a usam em uma combinao de mtodos de cozimento (depois de cozida a
vcuo, a carne pode ser, por exemplo, braseada) e tambm para preservar o alimento.
O vanguardista catalo Ferran Adri, que a usava em seu El Bulli, fechado em 2011,
um dos mais famosos exemplos. Mas tambm fazem parte da lista de adeptos do mto-
do chefs como o ingls Heston Blumenthal, do trs-estrelas Michelin Fat Duck, e o fran-
cs Jel Robuchon, com restaurantes premiados espalhados por todo o mundo.
A tcnica pode, entretanto, ser mais fcil do que prope seu nome. E atinge resul-
tados dificilmente encontrados usando tcnicas tradicionais. Cada alimento tem uma
temperatura diferente de coco, que varia, sobretudo, com sua espessura e formato.
Uma lista com indicaes de temperatura pode ser encontrada em livros de receita.
Para ganhar textura extremamente macia, uma costela de boi, por exemplo, pode
ficar at 72 horas cozinhando a 58 graus no mtodo. J uma poro individual de
rib eyeprecisa de mais de 3 horas cozinhando a 56 graus. O tempo de preparo pode va-
riar de horas a dias, mas o importante que, ajustadas as configuraes, o cozinheiro
fica liberado da atividade.Uma panela, um termmetro e pacincia so tudo o que os autores de Modernist
Cuisine at Home, Nathan Myhrvold e Maxime Bilet, sugerem para quem deseja cozinhar
com o sous-vide.
Mas quando falamos de aparelhos profissionais (com cerca de 200 dlares pos-
svel encontrar uma verso simples), h basicamente duas categorias: aqueles em que
a gua circula em seu interior e outros que no.
Os autores, conhecidos pela sua primeira srie de livros, Modernist Cuisine, nodesanimam o leitor de sua enciclopdia. Ensinam, na verso de seu livro para leigos,
que, com um pouco de improviso (e alimentos que no requerem longo cozimento),
possvel tentar a tcnica at na prpria pia (para quem tem gua quente encanada) e
at mesmo no mesmo isopor que carrega o piquenique at o parque. preciso ter jogo
de cintura. E um pouquinho de pacincia.
Cada alimento tem uma temperaturadiferente de coco, que varia, sobretudo,com sua espessura e formato.
BIBLIOGRAFIALarousse Gastronomique; Um Cientista na Cozinha, Herve This; O Cozinheiro Cientista, Diego Golombek e Pablo Shwarbaum; Pequeno Dicionrio da Gastronomia, Maria Lucia Gomensoro;Comida Uma Histria, Felipe Fernndez-Armesto;Escoffianas Brasileiras, Alex Atala; Elementos da Culinria de A a Z Tcnicas Ingredientes e Utenslios , Michael Ruhlman; ModernistCuisine at Home, Nathan Myhrvold e Mxime Bilet; New York Times(Sous Vide Moves From Avant-Garde to the Countertop, Julia Moskin).
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ponto de vista
DR. SERGIO SETSUO MAEDA
Professor Assistente daFaculdade de CinciasMdicas da Santa Casade So Paulo. Mestre e
Doutor em Endocrinologiapela UNIFESP. Mdicoresponsvel pelo setor deDensitometria ssea doLaboratrio Fleury. Primeirosecretrio da AssociaoBrasileira de Avaliaossea e Osteometabolismo(ABrASSO)
A discusso sobre quais seriam as concentra-
es adequadas de vitamina D bastante atual e po-
lmica. Recentemente houve o posicionamento deduas instituies a respeito, o Institute of Medicine
(IOM) e a Endocrine Society.
Em outubro de 2010, o IOM lanou e atua-
lizou os valores referentes ingesto diettica de
referncia (DRI, na sigla em ingls) em relao ao
clcio e vitamina D. O IOM reforou que o valor
de normalidade da 25-hidroxivitamina D de 20 ng/
mL. Alm disso, foram definidos os nveis adequadosde ingesto dessa vitamina de acordo com as diversas
faixas etrias. Em crianas e adolescentes de 0 a 18
anos, a ingesto ideal de 400 UI e pode aumentar
para 600 UI. O limite superior de 1.000 UI at os
6 meses de idade, 1.500 UI at 1 ano, 2.500 entre 1
e 3 anos; 3.000 UI entre 4 e 8 anos; aps os 8 anos,
passa a ser de 4.000 UI.
Em julho de 2011, porm, a Endocrine Society
lanou sua diretriz sobre avaliao, tratamento e pre-
veno da deficincia de vitamina D que foi conduzi-
da pelo dr. Michael Holick. Nessa diretriz, destacou-
-se que o valor de normalidade desse metablito de
30 ng/mL, considerando-se insuficincia quando os
valores esto entre 20 e 30 ng/mL e deficincia em
valores abaixo de 20 ng/mL.A diretriz da Endocrine Society menciona ain-
da em que casos se deve avaliar as concentraes
de vitamina D, mostrando que, alm de doenas
steo-metablicas (osteoporose, raquitismo, osteo-
malcia, hiperparatireoidismo primrio, idosos com
histrico de quedas e fraturas), existem outras vrias
indicaes (por exemplo: obesidade, Aids, doenas
granulomatosas, sndromes de m-absoro, doenarenal crnica).
No 5 International Symposium on the Nu-
tritional Aspects of Osteoporosis (Sua), em maio
de 2003 (publicado em 2005), grandes pesquisa-
dores da vitamina D j haviam discutido quais se-
riam os valores adequados para a 25-hidroxivitami-na D, considerando-se parmetros da sade ssea,
e entraram em consenso a respeito de que, para
a correo do hiperparatireoidismo secundrio, a
reduo do risco de quedas e fraturas e a mxima
absoro de clcio, o melhor ponto de corte de vi-
tamina D seria de 30 ng/mL.
O colecalciferol, ou a pr-vitamina D, a forma
preferida para reposio e tratamento. Por ser lipos-solvel, h risco de intoxicao quando utilizada em
doses elevadas. Existe comercialmente a apresenta-
o da forma ativa da vitamina D; a 1,25(OH)2D,
ou calcitriol (comprimidos de 0,25 g). Porm, esse
composto tem meia-vida curta, maior custo e no cor-
rige o estado de hipovitaminose D, pois no eleva as
concentraes de 25OHD, a forma de estoque desse
metablito. O uso dessa apresentao reservada a
pacientes com insuficincia renal, hipoparatireoidis-
mo e formas especficas de raquitismo.
Segundo a diretriz da Endocrine Society deve-
-se manter o nvel de 25 hidroxi-vitamina D acima
de 30 ng/mL. Pacientes que usam anticonvulsivan-
tes, corticoides, antifngicos e antirretrovirais ne-
cessitam de dose duas a trs vezes maiores que arecomendada a pessoas saudveis de mesma idade.
Em crianas de 0 a 1 ano de idade, recomenda-se
400-1.000 UI/dia (limite superior 2.000 UI/dia);
para aqueles entre 1 e 18 anos, recomenda-se 600-
1.000 UI (limite superior de 4.000 UI/dia) e para
aqueles acima de 18 anos entre 1.500-2.000 UI (li-
mite superior de 10.000 UI/dia). As recomendaes
para mulheres grvidas e em amamentao seguema orientao conforme a faixa etria da me. Para
manter os nveis acima de 30 ng/mL, o ideal seria de
1.000 UI por dia.
Vitamina D: qual a dose diriaque precisamos?
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qualidade
A adio de fitoesteris a alimentos como leite e iogurte
tem sido associada reduo de LDL-Colesterol.
Ao dos toesteris na
Devido s inmeras evidncias acerca dos benefcios da ingesto de fitosteris
sobre os nveis plasmticos de colesterol, a comunidade cientfica passou a conduzir
metanlises, estudos de reviso e a elaborar opinies a partir de encontros promovi-
dos por especialistas na rea.
Dentre essas informaes, encontram-se pesquisas executadas com matrizes
alimentares, como leite e derivados, cujos resultados possibilitam a formulao e o
lanamento de produtos que atendem ingesto diria de fitoesteris, necessria
para obter benefcios cardiovasculares.
Nesse sentido, constata-se a publicao de sete metanlises sobre o efeito hi-
pocolesterolmico dos fitoesteris, sendo que todas elas enfatizaram a ao dose-
-dependente e demonstraram sua eficcia ntida em uma srie de matrizes alimen-
tares, incluindo leite [1-7].Uma dessas metanlises, conduzida por AbuMweis e colaboradores (2008),
concluiu que a ingesto diria de 1,5 g a 2,0 g de fitoesteris reduziu a concentrao
plasmtica de LDL-colesterol (LDL-C) em 0,3 mmol/L [1].
sade cardiovascular
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Outra, elaborada por Chen e colaboradores (2005), afirmou que a ingesto di-
ria de 2,0 g de fitoesteris/fitoestanis diminuiu os nveis de LDL-C em 11% [2]. Vale
lembrar que os fitoestanis so esteris vegetais saturados e, portanto, se diferem dos
fitoesteris, que possuem duplas ligaes na estrutura do anel de esterol. Os fitoesta-
nis so menos abundantes na natureza, quando comparados aos fitoesteris, sendoo sitostanol e o campestanol os mais numerosos [4].
Baseados nos resultados de estudos de interveno em humanos, Demonty e
colaboradores (2009) definiram uma equao que permitiu calcular o decrscimo de
colesterol para uma dose especfica de fitoesterol. A partir dos clculos a equipe com-
provou uma reduo substancial de LDL-C (0,3 mmol/L ou 8%) para a ingesto diria de
1,6 g de fitoesteris [3].
Na mesma linha, a metanlise de Katan e colaboradores (2003) demonstrou que aingesto diria superior a 1,5 g de fitoesteris reduziu os nveis de LDL-C em -11,3% [4].
As revises de literatura ratificam o efeito hipocolesterolmico dos fitoesteris,
sendo que as concluses gerais desses estudos so consistentes com os resultados
das metanlises descritas anteriormente [8-17].
Alm disso, uma srie de 12 estudos randomizados e controlados avaliaram os
efeitos do consumo dirio de 0,4 g e 2,4 g de fitoesteris ingeridos por meio de matriz
lctea. Todos os ensaios evidenciaram uma reduo nas concentraes plasmticas
de LDL-C, que oscilou entre 5,0% e 15,9%, quando comparados aos grupos controle [18-
29]. Do total de estudos, trs deles utilizaram dosagem de 1,6 g dirias de fitoesteris
por um perodo de seis semanas e demonstraram reduo nas concentraes de coles-
terol de 8,4%, 10,6% e 11,3% [23, 26, 28].
Um estudo duplo cego, randomizado, placebo-controle e cruzado verificou os efei-
tos do produtoActiColem indivduos com hipercolesterolemia leve e que no estavam
em tratamento [30]. O experimento demonstrou de forma clara o efeito da ingesto de
fitoesteris sobre a reduo do colesterol (-7,1% na dose de 1,2 g/d; e -9,6% na dosede 1,6 g/d; p
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REFERNCIAS
Nestl ActiColActiCol uma linha de produtos lcteos da Nestl com adio de fitosteris vegetais que auxiliam na reduo da
absoro de colesterol. Alm do composto lcteo em p, a linha composta por iogurtes, nos sabores abacaxi e morango.
Cada poro de 200 ml (preparado com 25 g de ActiCol, ou 2 colheres bem cheias) contm 0,6 g de fitosteris.
Recomenda-se o consumo dirio de 2 pores deActiCol(1,2 g de fitosteris) como parte de uma dieta saudvel.
[1] AbuMweis et al., 2008; [2] Chen et al., 2005;[3]Demonty et al., 2009;[4] Katan et al., 2003; [5] Musa-Veloso et al., 2011; [6] Talati et al., 2010; [7] Wu et al., 2009;[8]Brufau et al., 2008; [9]Choudhary et al., 2011; [10]Clifton et al., 2009; [11] Gupta et al., 2011; [12] Kamal-Eldin et al., 2009; [13]Malinowski et al., 2010; [14] Marangoni etal., 2010; [15] Micallef et al., 2009; [16]Nijjar et al., 2010; [17] Schonfeld et al., 2010. [18] Banuls et al., 2010; [19]Banuls et al., 2011; [20]Casas-Agustench et al., 2011;[21] Clifton et al., 2004; [22]Escurriol et al., 2010; [23]Hansel et al., 2007; [24] Hernandez-Mijares et al., 2010;[25]Hernandez-Mijares et al., 2011;[26]Mannarino et al.,2009; [27]Noakes et al., 2005;[28]Plana et al., 2008; [29] Racette et al., 2010. [30]Thomsen et al., 2004; [31] EFSA Journal, 2010.
INFORMAO NUTRICIONALPoro de 25 g* (2 colheres de sopa)
Quantidade por poro % VD (**)Valor energtico 100 kcal = 420 kJ 5%Carboidratos 16 g 5%Protenas 5,0 g 7%Gorduras totais 1,7 g 3%Gorduras saturadas 0 g 0%Gorduras trans 0 g ***Fibra alimentar 0 g 0%Sdio 83 mg 3%
Clcio 375 mg 38%Vitamina C 20 mg 44%Vitamina E 3,8 mgTE 38%Vitamina D 0,75g 15%
* Frao suciente para preparar 200 ml. ** % Valores dirios de referncia com baseem uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores dirios podem ser maioresou menores dependendo de suas necessidades energticas. *** VD no estabelecido.
INFORMAO NUTRICIONAL75 g (1 unidade)***
Quantidade por embalagem % VD (*)Valor energtico 70 kcal = 294 kJ 4%Carboidratos 11 g 4%Protenas 1,9 g 3%Gorduras totais 2,2 g 4%Gorduras saturadas 0 g 0%Gorduras trans no contm **Fibra alimentar 0 g 0%Sdio 27 mg 1%
* % Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400kJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores dependendo de suas ne-
cessidades energticas. ** VD no estabelecido. *** A poro de referncia paraIogurte de 200 g.
INFORMAO NUTRICIONAL75 g (1 unidade)***
Quantidade por embalagem % VD (*)Valor energtico 71 kcal = 298 kJ 4%Carboidratos 11 g 4%Protenas 1,9 g 3%Gorduras totais 2,3 g 4%Gorduras saturadas 0 g 0%Gorduras trans no contm **Fibra alimentar 0 g 0%Sdio 29 mg 1%
* % Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400kJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores dependendo de suas ne-
cessidades energticas. ** VD no estabelecido. *** A poro de referncia paraIogurte de 200 g.
O iogurte com suco de abacaxi e a verso com polpa de morango fornecem 1,1 g de fitosteris por poro de 75 g.
Nota importante: O aleitamento materno a melhor opo para a alimentao do lactente proporcionando no somente benefcios nutricionais e de proteo, como tambm afetivos. fundamental que a gestante e a nutriztenham uma alimentao equilibrada durante a gestao e amamentao. O aleitamento materno deve ser exclusivo at o sexto ms e a partir desse momento deve-se iniciar a alimentao complementar mantendo oaleitamento materno at os 2 anos de idade ou mais. O uso de mamadeiras, bicos e chupetas deve ser desencorajado, pois pode prejudicar o aleitamento materno e dicultar o retorno amamentao. No caso de utilizao deoutros alimentos ou substitutos de leite materno, devem-se seguir rigorosamente as instrues de preparo para garantir a adequada higienizao de utenslios e objetos utilizados pelo lactente, para evitar prejuzos sade.A me deve estar ciente das implicaes econmicas e sociais do no aleitamento ao seio. Para uma alimentao exclusiva com mamadeira ser necessria mais de uma lata de produto por semana, aumentando os custosno oramento familiar. Deve-se lembrar me que o leite materno no somente o melhor, mas tambm o mais econmico alimento para o beb. A sade do lactente pode ser prejudicada quando alimentos articiais soutilizados desnecessria ou inadequadamente. importante que a famlia tenha uma alimentao equilibrada e que, no momento da introduo de alimentos complementares na dieta da criana ou lactente, respeitem-se oshbitos culturais e que a cria na seja orientada a ter escolhas alimentares saudveis.Em conformidade com a Lei 11.265/06; Resoluo ANVISA n 2 22/02; OMS - Cdigo Internacional de Comercializao de Substitutos do Leite Materno (Resoluo WHA 34:22, maio de 1981); e Portaria M.S. n 2.051 de 0 8 denovembro de 2001.
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dossi bio
1 Sade CardiovascularA importncia do colesterol no plasma foi evi-
denciada nos d