BENS SERVIÇOS 112

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& 112 Agosto Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS GESTÃO Quando a intuição faz toda a diferença NICHO Food Trucks ganham as ruas e cada vez mais adeptos EQUIPES Use a remuneração a favor da sua empresa VENDAS Entrevista UM NOVO PERFIL DE LIDERANÇA É POSSÍVEL (E MUITO MAIS EFICIENTE), DEFENDE LUIZ CARLOS CABRERA IMPULSIONE E MANTENHA OS RESULTADOS EM EVOLUÇÃO

Transcript of BENS SERVIÇOS 112

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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

BENS SERVIÇOS

GEStão Quando a intuição faz toda a

diferença

Nicho Food Trucks ganham as ruas e cada

vez mais adeptos

EquipES Use a remuneração a favor

da sua empresa

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Entrevista Um novo perfil de liderança é possível (e mUito mais eficiente), defende lUiz carlos cabrera

impulsione e mantenha os resultados em evolução

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luiz carlos bohnPresidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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Em momEntoS dE incERtEzAS econômicas, como o que estamos vivendo agora, gerir um negócio pode ser uma tarefa hercúlea. Se tradicionalmente o empresariado já precisa enfrentar inúmeras barreiras, quando o con-texto macroeconômico não ajuda essas difi-culdades ganham um peso ainda maior. Nessa situação, os grupos empresariais que plei-teiam melhores condições corporativas são imprescindíveis, mas cada executivo precisa ir além dessa atuação e observar com afinco ainda maior a condução do seu negócio.

Para alcançar as metas definidas no início deste ano, que se caracteriza por ser atípico em de-corrência da realização da Copa do Mundo e da eleição que se aproxima, é preciso assegurar-se de que tudo esteja funcionando em perfeita sin-tonia na empresa para evitar qualquer tipo de perda. O que vemos nesse cenário é a tendência de o empresário segurar investimentos – o que é uma situação-padrão em períodos como este. Se aportar verba para impulsionar resulta-dos não é uma opção neste momento, rever processos pode garantir melhor desempenho, muitas vezes sem elevar custos.

A venda é intrínseca ao nosso setor, seja no comércio de bens ou de serviços. Muitos empresários encaram a comercialização como

uma das etapas do seu negócio, quando na verdade ela permeia todo o processo empre-sarial. Afinal de contas, o setor terciário como um todo vive do movimento de venda. E não é diferente na esfera das empresas. De ponta a ponta, o que move a companhia é a satisfação do cliente. Ou seja, não é só o atendimento o responsável pelo sucesso das vendas.

Toda uma etapa de apoio vem antes disso. E ela precisa ser eficiente e resolutiva. A venda em si não engloba apenas a atuação do ven-dedor, mas todo o trabalho de qualificação pelo qual ele passou, bem como a disponibi-lidade de produtos e serviços que atendam às expectativas dos clientes. Isso sem falar na construção de um ambiente agradável. Não importa se estamos falando de uma loja de comércio ou de um escritório de serviços, o cliente busca um padrão geral, que será notado no espaço físico, na apresentação e no atendimento em si.

Assegurar todas essas condições e monitorá-las exige bastante empenho, mas gera um retorno incalculável, porque resulta não só na concretização da venda como também no ga-nho de imagem – algo difícil de mensurar, mas que certamente fará com que a sua empresa ganhe cada vez mais espaço no mercado.

Mitigar erros para crescer

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especial / VeNDas

reVista beNs & serViços / 112 / aGosto 2014

sum

ário

26

o que leva um consumidor

a desistir de uma compra?

do atendimento a detalhes

relativos ao espaço físico

ou ao produto, as respostas

são as mais variadas.

para não perder clientes

é preciso ter um olhar

crítico sobre o negócio

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NicHo

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reGiões

o vale do rio pardo exala

história, mas não fica parado

no tempo. negócios locais

vivem momento de renovação

18

eNtreVista

luiz carlos cabrera,

especialista em coaching,

pondera sobre o papel

fundamental dos líderes

Food Trucks impulsionam

segmento gastronômico

que ganha as ruas e cada

vez mais adeptos

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

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Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner, diogo

Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva, ivanir antônio Gasparin, João

Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, ronaldo

Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair umberto mussoi, élvio

renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack, Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes lopes, Gilberto

aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio Harb Gobbo,

Joel Carlos Köbe, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares

reinaldo, marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo

dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, rudolfo José müssnich, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys

Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

rePortagem: diego Paiva de Castro, marina Schmidt e rafael tourinho raymundo

colaboração: ana laura visentini, Edgar vasques e leodir Senger

edição de arte: Silvio ribeiro

diagramação: vanessa bratz

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: @iStock.com/Hocus-focus

tiragem: 22,7 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

seção página

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Palavra do Presidente

Sobre / negociação

Notícias & Negócios

Negócios

10 Passos / Política de cargos e salários

Opinião

Entrevista

Regiões / vale do rio Pardo

Equipes

Especial / vendas

Saiba Mais

Sesc

Cooperação

Senac

Gestão

Visão Econômica

Nicho / Food Trucks

Pelo Mundo

Visão Política

Monitor de Juros

Dicas do mês

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Negociação

“O segredo de uma boa

negociação é respeitar as

intenções e sabedoria dos outros

negociadores. Por mais que

possamos estar preparados, inclusive

sentindo-se em condição superior, o outro lado

chegou onde está porque teve méritos e sucessos.

Outro ponto importante é ter a habilidade de

empatia, ou seja, colocar-se na situação oposta

e procurar entender as reais necessidades e

aspirações do outro negociador, ouvir e processar

as suas argumentações e linha de raciocínio,

possibilitando apertar o botão na hora certa, na

intensidade certa e no ponto certo”.

Ério NascimeNto, consultor de empresas

Um negociador observa tudo. Você pode ser parte Sherlock Holmes, parte Sigmund Freud.”“ Victor Kiam, empresário americano (1926-2001)

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“Os interesses comuns estão latentes em toda a negociação, mas podem não ser imediatamente

evidentes. Pergunte a si mesmo: será que temos

um interesse comum em preservar nosso rela-

cionamento? Quais são as oportunidades de cooperação e benefício mútuo mais adiante? Qual seria o ônus se as

negociações fossem interrompidas? Os interes-ses comuns são oportunidades. Para que sejam

úteis, é preciso deduzir algo a partir deles. É conveniente explicitá-los e formulá-los como

uma meta comum. Em outras palavras, faça deles algo concreto e voltado para o futuro.”

William Ury, Bruce Patton e roger Fisher,

trecho do livro Como chegar ao sim – A negociação de acordos sem concessões

A negociAção é um processo de comunicAção,

utilizAdo pArA resolver conflitos e divergênciAs ou

mesmo pArA A obtenção de benefícios. é umA trocA

cAlculAdA de informAções, em que cAdA pAlAvrA deve

ser cuidAdosAmente pensAdA e AnAlisAdA, pois AcAbA

influenciAndo o nível de AspirAção dA outrA pArte. o

objetivo é, sempre, chegAr A um Acordo que

sAtisfAçA todos os envolvidos

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notícias negócios&Ed

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Projeção de crescimento

cai Pela 13ª vez As

instituições financeiras

reduziram a perspectiva

de crescimento da

economia, este ano, pela

13ª vez seguida, segundo

o boletim Focus do Banco

Central. A estimativa para

a expansão do PIB passou

de 0,79% para 0,70%. Para

2015, a expectativa é de

um crescimento de 1,2%.

As instituições financeiras

mantiveram a projeção para

a taxa básica de juros, Selic,

no atual patamar de 11% ao

ano até o final de 2014.

InadImplêncIa atInge 57 mIlhões no paíso número de inadimplentes atingiu o recorde de 57 milhões de brasileiros, este ano, de acordo com levantamento da Serasa Experian. O total de consumidores com dívidas em atraso é maior do que o verificado em agosto de 2013, quando foram re-gistrados 55 milhões. No mesmo mês de 2012, 52 milhões de pessoas estavam nessa situação. O estudo também mostra que 60% dos inadimplentes têm contas mensais a pagar que custam acima de 100% de sua renda mensal. Além disso, 53% dos endi-vidados acumulam até duas dívidas não honradas.De acordo com os especialistas da Serasa Experian, o aumento do número de inadim-plentes deve-se ao crescente endividamento das famílias e ao descontrole do consu-midor ao assumir novos financiamen-tos, sem considerar as contas fixas mensais e outras dívidas já contraídas. Parcelamento de compras com juros altos, como de imóveis e carros, e as altas taxas cobradas pelo uso do che-que especial e do rotativo do cartão de crédito também comprometem o or-çamento e contribuem para a inadim-plência, observa a entidade.

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espaço sIndIcal

Presidente do sindigêneros-rs ParticiPa de

câmara temática A Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) insta-

lou a Câmara Brasileira do Comércio de Gêneros

Alimentícios (CBCGAL), coordenada pelo presiden-

te do Sindigêneros-RS, João Francisco Micelli Vieira.

“Vamos trabalhar questões que incomodam o

setor, servindo a todo o comércio de gêneros

alimentícios e dar suporte à CNC”, disse Micelli.

sindicabes vale do taquari realiza beauty

Fest O Sindicabes Vale do Taquari realizará a

11ª edição do Beauty Fest, a maior feira de

beleza do interior do Estado, com 28 expositores.

A edição ocorre de 31 de agosto a 1º de

setembro de 2014, no Clube dos Quinze, em

Lajeado. Informações: www.beautyfest.com.br.

caxias realizou simPósio sobre consumo

O Sindilojas Caxias do Sul foi um dos apoiadores

do 1º Simpósio Regional sobre Direitos e Deveres

dos Consumidores e Fornecedores e Consumo

Sustentável – Procon Caxias do Sul: 10 Anos de

Conquistas. Foram tratados temas como consu-

mo consciente e regras de telecomunicações.

seProrgs santa maria muda de endereço

O Seprorgs mudou de endereço em Santa

Maria. O atendimento agora está localizado

na rua Venâncio Aires, 2035, sala 401, no

centro da cidade. O contato com a unidade

pode ser feito pelo telefone (55) 8133-9279 ou

pelo e-mail [email protected].

secovi zona sul Planeja ações Futuras Diri-

gentes e associados do Secovi/Zona Sul se reu-

niram em junho para planejar estratégias para

os próximos quatro anos. A atividade teve como

facilitador Ricardo Abud, consultor em Gestão

da Qualidade e Capacitação Empresarial.

Abud direcionou as habilidades dos participan-

tes para obter o maior proveito da reunião.

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supersImples amplIaacesso às empresaso chamado Supersimples – sistema de tributação diferenciado para as micro e pequenas empresas que unifica oito impostos em um único boleto e reduz a carga tributária – foi sancionado sem vetos pela pre-sidente Dilma Rousseff no início de agosto. Com a atualização da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, cerca de 450 mil empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões poderão ser beneficiadas. Além disso, o Supersimples permite o ingresso de 142 atividades da área de serviços em um novo regime de tributação. Com a aprovação do Simples há, ainda, garantia de entrada única e processo integrado para simplificar a abertura e o fechamento de empresas. O governo também prevê reduzir o prazo para abertura e fechamento de em-presas e, por meio de um sistema informatizado, garantir a execução de processo único de registro e legalização. Nesse sentido já há um ganho: a abertura das pequenas empresas, cujo período passou de

107 dias para cinco dias. O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, classificou o novo Simples de “embrião da reforma tributária”. O ministro ressalvou que é imprescindível dar prosseguimento ao processo de aprimoramento do Simples. Em 90 dias, quando estarão concluídos os primeiros estudos, há possibilidade de revisão das tabelas do Simples.

consumIdores projetam Inflação de 7,2%o consumidor brasileiro acredita que a inflação ficará em 7,2% nos próximos 12 meses, segundo pesquisa feita pela Fundação Ge-tulio Vargas (FGV). O resultado do Indicador de Expectativa de In-flação dos Consumidores de agosto mostra estabilidade em relação a julho, quando o índice também ficou em 7,2%. Como em junho a expectativa havia sido de 7,4%, a média trimestral ficou em 7,3%. Segundo a FGV, apesar do preço dos itens que mais afetam a forma-ção das expectativas, como a alimentação, ter reduzido a inflação, há incerteza com relação aos aumentos programados de itens admi-nistrados para o próximo ano. A pesquisa é feita com 2.100 consu-midores de sete capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife).

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três perguntas

Silvio Meira, autor do

livro Novos negócios

inovadores de crescimento

empreendedor no Brasil e

especialista em inovação,

fala sobre os desafios

impostos às empresas que

buscam renovação.

É Possível inovar sem Fazer grandes investimentos

Financeiros? Existem graus de inovação: inovação

de baixo, médio e alto impactos do ponto de vista do

resultado. Muitas vezes, há inovação de alto impacto

sem compra de máquina ou de um prédio. Pode ser

até resultado de mudança de atitude para melhorar

o atendimento ou um reentendimento do perfil dos

consumidores. O aumento do poder de consumo dos

brasileiros, quando parte passou a integrar a chamada

classe C, abriu oportunidade para empresas que tiveram

a visão inovadora de oferecer os mesmos produtos que

até então eram consumidos pela classe C mas com

valor reduzido. É uma mudança sem custo.

qual É o nível de inovação das emPresas

brasileiras? É muito baixo. Viajando para qualquer

outro país, raramente será visto um produto brasileiro

na prateleira ou na venda em qualquer lugar. No

entanto, os carros que estão nas ruas brasileiras são

feitos fora, assim como nas lojas de celulares esses

aparelhos vêm de fora. O Brasil é pouco competitivo, e

competitividade depende do grau de inovação.

não É uma contradição Para um Povo

consagrado como criativo? Isso é uma mentira.

O brasileiro não é mais criativo do que nenhum outro

povo. O inglês, o americano, o alemão, o japonês, todos

são criativos. O brasileiro é um povo exatamente como

qualquer outro. Na Alemanha há criatividade, só que

também há processos que tornam viáveis as boas ideias

e que fazem com que as inovações sejam competitivas.

A criatividade brasileira desconectada da capacidade

de empreender e inovar não tem efeito.

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sonegação bate r$ 300 bIlhõeso valor de impostos sonegados no Brasil está próximo de alcançar R$ 300 bilhões, conforme dados do Sindicato Na-cional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O valor foi calculado pelo sonegômetro: ferramenta em forma de placar, que calcula quantos reais o país deixou de arrecadar com a sonegação de tributos. De acordo com a entidade, a sonegação fiscal no país, de 1º de janeiro até o momento, foi 12 vezes maior que os gastos com a Copa do Mundo (de R$ 25,6 bilhões).

Venda de computadores tem renúncIa fIscal até 2018o governo prorrogou, por quatro anos, a alíquota zero do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribui-ção para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que incidem sobre a venda de computadores e smartpho-nes. A previsão inicial era de que o benefício durasse até o fim do ano. Agora, a concessão se estende até 31 de dezembro de 2018. A medida também abrange dis-positivos como tablets, modems e roteadores digitais. De acordo com o Ministério da Fazenda, o governo deixará de arrecadar com a medida R$ 5 bilhões neste ano e R$ 7,5 bilhões no próximo. No entanto, a renúncia fiscal é mais do que compensada pelo aumento da produção, das vendas e do emprego no setor. A arrecadação do setor de informática passou de R$ 1,9 bilhões, em 2010, para R$ 2,8 bilhões, em 2013, sendo que a arrecadação superou o volume que o governo deixou de arrecadar com a deso-neração (R$ 2,5 bilhões). Para o consumidor, a vantagem é considerável. Em 2012, a desoneração do varejo resul-tou em queda de 30% no preço dos smartphones.

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brasil tem menor geração de

emPrego em 15 anos

O número de empregos formais

criados no Brasil em julho chegou a

11.796, segundo o Cadastro Geral de

Empregados e Desempregados (Caged).

Foi a menor geração de empregos para

o mês nos últimos 15 anos. No total,

foram 1.746.797 admissões e 1.735.001

desligamentos. No acumulado de 2014,

de janeiro a julho, houve aumento

de 632.224 empregos com carteira

assinada (1,56%). Sete dos oito setores

da atividade econômica fecharam o

mês com saldo positivo na geração de

empregos. Os setores de serviços, com

aumento de 11.894 vagas em relação

a junho, agricultura (mais 9.953 postos) e

construção civil (3.013 empregos) são os

destaques. A indústria de transformação

perdeu 15.392 postos de trabalho.

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CONFIRA NA Agência de Notícias da Fecomércio-RS informações atuais, artigos e pesquisas. No espaço é possível acessar, também, a

galeria de imagens, o monitor de juros e as edições da revista Bens & Serviços. Confira em http://fecomercio-rs.org.br/home-agencia.php.

reajustes salarIaIs tIVeram aumento acIma da Inflação quase todos os 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro semestre deste ano computaram ganhos salariais acima do Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com o estudo Sistema de Acompanhamento de Salários, do Departamento Intersindical de Estudos de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mos-tra que em 93% das negociações houve aumentos reais, sendo a maioria na faixa de 1% a 2% – atingindo um percentual maior do que o registrado no ano passado.Essa parcela é ligeiramente acima da registrada no ano passado, quan-do 83,5% das negociações levaram a reajustes acima do INPC. Na média, os aumentos reais chegaram a 1,5% na indústria; 1,57% no comércio e 1,51% no setor de serviços.

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necessIdade de crédIto aumentou após a copaa demanda das empresas por crédito subiu 15% em julho, em relação a junho, de acordo com a Serasa Experian. Na comparação com julho do ano passado, houve alta de 1%. No acumulado de janeiro a julho, a procura por crédito cresceu 2% frente ao mesmo período de 2013. Na comparação por portes das empresas, o crescimento foi maior para as micro e pequenas, com alta de 16% em julho. Nas de médio porte o aumento foi de 2,2% e nas de grande, o avanço foi 1,3%. No acumulado dos primeiros sete meses deste ano, as grandes empresas lideraram a alta da demanda empresarial por crédito com crescimento de 9%, ante o mesmo período do ano passado. Nas micro e pequenas a alta foi de 2,2% e as médias recuaram 2,5%. As empresas de serviços apresentaram o maior crescimento na demanda por crédito, com alta de 19,4% frente a junho. No comércio a alta também foi expressiva – de 14,2% perante junho. Já na indústria o crescimento em julho foi mais moderado (3,7%).

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Negócios

empresário que se vê num

cenário de crise na maioria

das vezes se sente perdido.

é seguindo em frente, com

passos estrategicamente

avaliados, que o caminho vai se

tornando cada vez mais claro

OEm um cenário nebu-

loso, nem sempre a saída do problema é fácil de identificar. Se fosse, as dificuldades não seriam enfrentadas com todo sacrifício, que, na maioria das vezes, tiram o sono, a paciên-cia e até as esperanças de quem tem que tocar o barco.

Mas não é com uma visão pessimista que a condição vai mudar. É preciso acreditar e encarar o problema. Só isso já gera um efeito surpreendente. Aliás, é justamente por esqui-var-se das dificuldades que muitos empresários mergulham numa trajetória de queda contínua, que vai se agravando com o tempo. É a famosa bola de neve. Fique atento, pois ela muitas vezes é a grande vilã. Permitir com que pequenos fatores se acumulem pode fazer com que a soma deles ga-

EnfrEntar O turbilhãO dE uma crisE rEquEr um grandE EmpEnhO.

Em busca da solução

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nhe um peso maior e mais prejudicial do que efetivamente teriam se fossem corrigidos a tempo.

Sinal de alerta

O empresário deve estar atento aos sinais do próprio ne-gócio para identificar o quanto antes as origens dos proble-mas que a empresa enfrenta. Muitas vezes, esses pormeno-res nem são tão evidentes, mas se deixados de lado podem gerar um processo de dificuldade ainda maior.

A regra de ouro é acompanhar com muita atenção as fi-nanças da empresa, sempre tomando cuidado para reduzir ao máximo os riscos para o negócio. Outro ponto fundamen-tal é identificar qual é a origem do problema para combatê-lo. Uma mudança pontual para ajustar as contas pode ser infrutífero quando a situação problemática se mantém. É o caso de cortar gastos sem critério e acabar inviabilizando o negócio em casos muito específicos.

O padrão contábil da empresa pode ser investigado com o objetivo de buscar melhores opções de cumprimento das exi-gências tributárias. Há casos em que mudar de enquadramento já tem um efeito significativo sobre as finanças. É o caso, por exemplo, de empresas que por optarem pelo Lucro Presumido são obrigadas a pagar um valor já estabelecido previamente, mesmo quando operam com prejuízo. Ou seja, ela poderia estar isenta do imposto se estivesse vinculada a outra modalidade.

Por isso, o recado é padrão, mas bastante resolutivo: procure a orientação do seu contador ou de um especialista assim que sentir que as coisas não vão bem. Prevenir é sem-pre melhor do que remediar.

recuperação judicial

Quando as dificuldades atingem um nível de gravida-de que evidencia a necessidade de ação mais drástica, os empresários podem recorrer a processos de recuperação judicial. Essa modalidade envolve a apresentação de uma proposta para rever o quadro de crise, prevendo o cumpri-mento das obrigações pactuadas pela empresa com seus cre-dores e muitas vezes também com funcionários.

Em agosto, a Manlec, empresa tradicional de Porto Ale-gre, criada em 1953, anunciou pedido de recuperação judi-cial, buscando reorganizar os negócios. O passivo divulgado

é de R$ 100 milhões e a empresa terá 60 dias para apresentar uma proposta de recuperação, detalhando as medidas que serão adotadas para reverter a situação.

A recuperação judicial é a possibilidade de reestrutura-ção de empresas economicamente viáveis que estão passan-do por dificuldades momentâneas, mas mantém empregos e pagamentos aos credores. A prioridade é a continuidade da empresa e de suas operações e recursos. O processo de recuperação judicial consolida alternativas para solucionar problemas enfrentados pela empresa devedora.

Obrigatoriamente, é preciso recorrer ao Judiciário após a tentativa de negociação informal entre devedor e credo-res, por meio de uma proposta de recuperação apresentada pelo devedor a uma assembleia de credores. É o que a lei define como negociação extrajudicial.

O caminho para a resolução de problemas na empre-sa passa pelo controle criterioso da saúde financeira. Confira alguns passos para vencer as barreiras:

Identifique gastos – conhecer bem todos os custos da

empresa, bem como fazer um levantamento de todas as

dívidas é a condição número 1 para chegar à resolução.

só a partir dessa análise será possível projetar um caminho

diferente. É importante nunca misturar as finanças corporativas

com as pessoais.

Organização acima de tudo – gerenciar uma empresa é

definir processos e cumpri-los. isso vale para o dia a dia da

companhia e para a administração como um todo. Organizar os

passos do negócio ajuda a cumprir com o que foi estabelecido

e a alcançar os resultados esperados.

Avalie cada decisão – a tendência inicial do empresário que

encontra-se em um cenário de crise pode ser a de demitir

funcionários ou a de cortar excessivamente os gastos a ponto

de prejudicar os negócios. por isso é importante colocar cada

decisão na balança antes de bater o martelo.

Busque apoio – redes de cooperação entre empresários têm

o potencial para buscar melhores condições de prazos e preços

com fornecedores, provando que vale a pena buscar parcerias.

Repactue dívidas – se está enfrentando dificuldades excessivas

para arcar com o pagamento de dívidas, o parcelamento pode

ser a melhor alternativa.

Fuja da crisE

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ass

os

Cargos e salários

Padrão eficiente

política de cargos e salários é mais do que uma simples relação entre

o quadro funcional da empresa e remuneração devida. formatada para

padronizar exigências e compromissos, ela tem efeito tanto na atração e

retenção de talentos como na produtividade da empresa.

AConheça o merCado de trabalho

O primeiro passo é fazer um diagnóstico do mercado de trabalho na sua área de atua-

ção. É fundamental identificar de onde vem a mão de obra que você absorve e para

onde ela vai quando deixa a sua empresa. Essa visão permite ao empresário conhecer

como é o mercado de trabalho no ramo de atuação dele, até porque a realidade

salarial é distinta para diferentes áreas.1

2IdentIfIque Cargos essenCIaIs

Outro ponto importante é elencar aqueles que são os cargos essenciais da empresa.

Por exemplo, em uma empresa de Jornalismo falamos que quem carrega o piano tem

que ter por lei curso superior completo em Jornalismo. Já no comércio, os requisitos são

mais flexíveis. Independentemente do ramo, os cargos essenciais serão aqueles que

têm maior afinidade com o produto ou serviço oferecido pela empresa.

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defIna perfIs

A partir dos cargos essenciais, o gestor precisa definir o perfil necessário para que uma

pessoa ocupe aquele cargo. Não basta apenas identificar a formação acadêmica ne-

cessária, mas também se a pessoa tem interesse e disponibilidade para trabalhar con-

forme as necessidades do negócio. Quem quer trabalhar na área de bens e serviços,

por exemplo, muitas vezes, precisa concordar em trabalhar aos finais de semanas.3

4estruture os Cargos

O passo seguinte é criar uma estrutura para os cargos, especificando a escala

de prioridade dentro da empresa. Geralmente o cargo mais importante é o que

está mais alinhado ao produto ou serviço oferecido pela empresa. A partir dessa

estrutura de cargos mais valiosos, pode-se fazer a pesquisa de salários para cada

nível hierárquico.

busque CoerênCIa

É preciso também buscar coerência interna e externa, sendo a primeira mais impor-

tante do que a segunda. Olhando o cenário interno, é preciso observar se a estrutura

social da empresa segue um padrão aceitável de remuneração, como o fato de o

vice-presidente ganhar mais que o secretário. A coerência externa é estar adequado

ao mercado, o que também faz com que a empresa seja competitiva.5

6sIga a polítICa defInIda

Tendo consolidado todos os passos anteriores é possível estabelecer as políticas

salariais. É importante que essa política seja firmemente seguida. Não se pode

alterar o padrão definido em situações individuais. O desafio da empresa está em

apresentar para os colaboradores os ganhos que o modelo oferece, além de tra-

duzir o bom ambiente interno para todos. Ou seja, monetizar os benefícios.

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Cargos e salários10 passos

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reveja as prátICas de merCado

O mercado é dinâmico, por isso, é preciso sempre voltar às atenções a ele para acom-

panhar os movimentos dos trabalhadores. Como o mercado está sempre se renovan-

do, novos atrativos podem fazer brilhar os olhos dos talentos da empresa. O objetivo

dessa análise é atentar para as práticas de mercado com o objetivo de não perder

integrantes do quadro funcional para a concorrência. 7

8dIferenCIe qualIfICação de CompetênCIa

Durante todo o processo é preciso ter bem claro que qualificação é uma coisa e

competência é outra. A qualificação é a soma de conhecimentos adquiridos a par-

tir da formação acadêmica. Já as competências ultrapassam o ensino formal e

decorrem de experiências pessoais e profissionais que demonstram, por exemplo,

capacidade de articulação, algo que os currículos tradicionais não oferecem.

aCompanhe os resultados

Tendo estabelecido, criteriosamente, o perfil das funções da empresa, o empresário

notará que as pessoas tendem a buscar o seu melhor. Isso é ganho de produtividade,

em outras palavras. Nem sempre a produtividade é um assunto dominado pelas em-

presas. É preciso criar parâmetros para identificar a produtividade. Esse pode ser um dos

indicadores para medir a eficácia do modelo estabelecido pela empresa.9

10InvIsta em gestão de desempenho

Muitas companhias investem na avaliação de desempenho para medir resulta-

dos, mas se esquecem de acompanhar a atuação de seus funcionários no dia a

dia. O desempenho é um processo, e como tal também precisa ser gerenciado.

A gestão do desempenho prevê o monitoramento da entrega dos colaboradores

dentro de uma estrutura planejada para o alcance de resultados.

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Você é do tipo que ouVe música, fala ao telefone, abre várias telas de navegação na internet e ainda responde a um e-mail impor-tante para o seu chefe, tudo ao mesmo tempo? Se você se orgulha disso e se acha um super herói da eficiência, saiba que está enganado.

Uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford, coordenada por Eyal Ophir, concluiu que fazer muitas coisas ao mesmo tempo sobrecarrega o cérebro, que é preparado para atender e realizar eficientemente uma coisa de cada vez. Realizar tarefas simultâneas é possível, mas é contraproducente. Nos testes realizados em Stanford, foram divididos cem alunos em dois grupos. O primeiro era forma-do por pessoas que tinham o hábito de realizar tarefas simultâneas, e o outro, por pessoas que só realizavam uma coisa de cada vez.

O resultado foi que o primeiro grupo perdia muito tempo com informações e trabalhos irrelevantes, tinha mais problemas de memo-rizar assuntos e maior dificuldade de concen-tração. Além disso, os alunos pareceram mais frustrados, cansados e desmotivados frente aos que não conseguiram concluir as tarefas no tempo estipulado. Com empresas cada vez mais enxutas, o chamado multitarefas parece ser aquele com emprego garantido.

Muitos profissionais atuam diariamente com esse comportamento, que por muitas vezes é necessário para conseguir honrar as necessi-dades das empresas. Esse tipo de profissional acaba assumindo responsabilidades demais, tendo que tomar decisões rápidas e assertivas, sem organização e objetivos claros, o que gera um final de dia estressante e muitas vezes sem resultados efetivos. O que parecia ser uma solução, na verdade, é a camuflagem de um grande problema.

Para mudar a situação é necessário fazer algumas reflexões. Eu dou mesmo conta de todo esse trabalho? O que deve ser priorizado? Estou tendo resultados positivos na minha vida profissional e pessoal? O mesmo exercício deve ser feito pelas empresas e seus líderes. Será que não estamos sobrecarregando nossos colaboradores? Será que não estamos des-perdiçando o talento de nossos profissionais? Será que não estamos jogando muitas respon-sabilidades para um colaborador só? Respon-der a todas essas perguntas é o primeiro passo para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Ter tempo para executar cada uma das tarefas de modo qualitativo é o melhor caminho para obter a realização profissional e os resultados esperados pela companhia. Fa-zer mais quase nunca significa fazer melhor.

Marcelo cardosoespecialista em coaching, pNL – programação Neurolinguística – e fundador da arco 7

Quem faz mais não faz melhor

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Luiz Carlos Cabrera

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Há uma situação bastante preocupante para as empre-

sas que atuam no comércio de bens e serviços: a alta

rotatividade da mão de obra. esse é um problema que

precisa ser trabalHado pelos líderes ou é algo do

setor, uma condição já consagrada com a qual é

preciso lidar, como muitos apregoam? Essa é uma per-gunta muito interessante, porque eu sou contra essa ideia que é disseminada. Existe esse estereótipo no comércio de que as empresas têm que se acostumar com o turno-ver alto, só que o comércio já trabalha com margens de lucro muito apertadas e, hoje, essa rotatividade consome pedaços significativos dos resultados. As pessoas ingres-sam nas empresas atraídas pela marca e relevância, mas saem por causa do chefe. Não saem por causa da empre-sa. O papel da liderança na fidelização dos empregados é fundamental – eu uso o termo fidelização porque reten-ção denota algo mantido à força. Fidelização é o conjunto

de promessas feitas e responsabilidades a cumprir. Quem gerencia essas responsabilidades é o líder. Como age a li-derança em relação a essas expectativas é determinante. Não é só remuneração que mantém um colaborador na empresa. Efetivamente, nos últimos anos, o papel do líder que expressa uma causa foi se perdendo. O líder precisa mostrar que aquela é a empresa com a melhor reputação do mercado, a mais forte, entre outros atributos. Existem pequenas empresas com sua característica, sua bandeira, e é isso que precisa ser fortalecido junto à equipe, porque é isso que gera uma causa. Vejo com tristeza que existem muitos líderes preguiçosos em gerenciar as causas que movem o negócio. Líderes preguiçosos não gastam tempo conversando, falando da causa, ouvindo o que seus cola-boradores têm a dizer. A relação construída entre líderes e colaboradores foi baseada em premissas e promessas. O

papel fundamental de um líder é saber ouvir, defende um dos maiores especialistas

em liderança do país, luiz carlos cabrera. Chairman do Brazil national Committe

e da assoCiation of exeCutive searCh Consultants (aesc) e professor do instituto

brasileiro de Governança corporativa (ibGc), ele fala sobre a importância dos

processos de CoaChing e por que as práticas de liderança precisam ser revistas

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oLiderança

quaLificada

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entrevista

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que é oferecido, as premissas – salário, benefícios –, é algo funcional. Ele precisa lidar mais é com as promessas, como, por exemplo, a ideia passada de que a empresa vai evoluir, de que o grupo vai crescer. Isso é o que une a equipe. O líder tem que mobilizar para essa causa.

esse perFil de líder preguiçoso justiFica o padrão de mui-

tos executivos, que buscam receitas prontas para aplicar

à gestão dos negócios? Eu não sei se é receita pronta. As lideranças tendem a copiar modelos. Muitas vezes aquele líder antes de ser promovido era afável, ligado nas pessoas, tinha paciência. De repente ele é promovido e muda completamen-te. Porque vem uma série de preconceitos históricos com essa mudança. É uma banalização do ser humano que não favorece a evolução. É a falta de desenvolvimento e de crença de que a liderança mudou. Muitas vezes em casa esse sujeito é extre-mamente democrático, mas quando vai à empresa se sente na obrigação de assumir o papel de chefe, que mantém distancia-mento e que é sinônimo de autoridade. Os líderes mais jovens têm mais perfil para ouvir. Existem algumas coisas que o líder precisa fazer sempre, e a primeira delas é estar disponível. Essa mística de que ele tem que estar sobrecarregado cria indispo-nibilidade. O segundo ponto é ouvir com interesse, e o terceiro aspecto que as lideranças esqueceram é ensinar. Essa história de quem diz “eu me virei para aprender, e meu empregado também precisa se virar para aprender” é uma bobagem. Se você acelerar o aprendizado dele, você acelera os resultados. A quarta necessidade é elogiar. Muitas vezes, o líder tem medo de elogiar, tem medo de mostrar fragilidade. E essa é uma fun-ção extremamente importante.

o que tem levado gestores a buscarem apoio nos pro-

gramas de coaching? Em primeiro lugar já é sensacional quando ele pede um coaching. Porque isso significa que numa autoavaliação ele enxerga que existem empecilhos para o desenvolvimento dele e da empresa. O primeiro motivo que tem levado à procura do coaching é a dificuldade de inter-pretar o contexto. Quando o líder não consegue interpretar o contexto da empresa, não sabe quando tem que cobrar, faz as coisas nas horas erradas porque não consegue enxergar o tecido social da empresa. A segunda motivação é quando ele identifica que não consegue entender alguns conteúdos. Ou seja, são pessoas que pedem um coaching específico em determinada área, como o líder do setor comercial que não entende de finanças. Um último tipo de pedido é do indiví-duo que está com dificuldade com softwares, como os de sis-temas de gestão integrado. Na ordem, essas são as principais motivações dos executivos: compreender o contexto social da empresa, assimilar conteúdos específicos e adequar-se à infraestrutura tecnológica.

a organização pessoal e proFissional também é adequa-

da a esses processos? Em geral o processo de coaching é mais voltado para corrigir desempenho. Essas outras questões de organização pessoal normalmente exigem o que chamamos de um aconselhamento. Quem tem agenda atrapalhada não sabe o que é prioridade e o que é essencial. Muitas vezes bas-ta uma boa orientação sobre o assunto, um aconselhamento, para que o líder comece a agir melhor. O efeito pode ser sig-nificativo, porque justamente por ele não dominar essa orga-nização é que ele se torna indisponível.

quando um líder começa a identiFicar que precisa re-

correr ao coaching? Temos alguns estágios, o primeiro

“Efetivamente, nos últimos anos, o papel do líder que expressa uma causa foi

se perdendo.”

Luiz Carlos Cabrera

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é quando ele identifica que não está atingindo os resultados esperados. O segundo é muito interessante porque vem do estresse: ele sente um cansaço muito grande, o que sinaliza que ele está fazendo o dobro do esforço para alcançar os mes-mos resultados. Muitas vezes, esse é o executivo que começa a exercer uma rotina de 12 horas de trabalho e que mesmo as-sim sente que está tendo dificuldade para chegar ao resulta-do. Isso pode culminar com um estágio de infelicidade, onde a pessoa começa a achar que aquele trabalho não é para ela, quando não é verdade, é ela que não é para aquele trabalho. Como resultado, o sujeito fica pessimista, amargo.

e qual é o eFeito de um líder com esses sinais de pessimis-

mo e amargura para toda a equipe? Tudo de ruim. Essa é uma situação que depende muito da estrutura de persona-lidade: há pessoas que são mais resilientes e outras que são menos resilientes. Para quem não tem resiliência, quando o resultado cai a atitude acaba sendo a de culpar os subordi-nados. O mesmo ocorre quando ele sente que está fazendo muito esforço para obter pouco resultado: tende a empurrar a culpa da falta de resultado para baixo.

outra situação que o gestor precisa enFrentar é a de lidar

com equipes compostas por pessoas com diFerentes per-

sonalidades. nesse caso, como ele deve equilibrar as diFe-

renças entre gerações? Eu tomo cuidado com essa classifi-cação de gerações. Procuro fugir dessa estereotipação de que o jovem é insubordinado e tem pressa. O fenômeno que existe atualmente é que as gerações são mais curtas. Hoje diferenças geracionais ocorrem em cinco anos. Podemos notar a diferen-ça na linguagem, nos gostos e costumes, na música e no trata-mento. Nesse aspecto, do tratamento, as gerações mais jovens foram educadas como pares, diferentemente das pessoas de

gerações anteriores. Quem tem 40 anos aprendeu a considerar os pais como superiores. Atualmente, como os pais dedicam mais tempo ao trabalho, passaram a recompensar as crianças tratando-as como pares. Aí aparecem bobagens na mídia sobre a tirania das crianças, mas não é nada disso: simplesmente, na ausência e falta de tempo, os pais passaram a tratá-las como pares desde muito cedo. Há um choque imediato quando esse jovem entra numa empresa com um chefe 20 anos mais velho e que quer impor uma gestão de autoridade. Um segundo núcleo para pensar é que a geração baby boomers e parte da geração X foram educadas dentro da ética do dever. Quem tem 50, 40 anos foi educado sabendo que a vida é um conjunto de deveres. As gerações mais jovens foram educadas por uma ética do pra-zer. Foram tratadas como pares e com a noção de que têm que ter prazer no que fazem. Esse jovem é fruto do desenvolvimen-to da sociedade. A importância de as mulheres irem trabalhar é maior do que a dos chips. Tudo mudou porque a mulher foi trabalhar. E na educação isso também gerou impacto. O tempo amoroso diminuiu. As novas gerações aprenderam que para cada feito há uma recompensa.

como solucionar esse impasse? Agora nós voltamos ao ponto inicial da nossa conversa. O líder tem que estar dispo-nível e tem que ter tempo para ouvir, ensinar e elogiar. Se ele não cumprir esses preceitos, acaba fazendo o pior que se pode fazer: trata todo mundo igual. Dessa forma, o gestor começa a medir desempenho por instrumentos de gestão padroniza-dores e a adotar sistemas de cargos e salários rígidos que não o obriguem a repensar os méritos.

“ Existem algumas coisas que o líder precisa fazer

sempre, e a primeira delas é estar disponível.”

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reg

iões

erritório de destaque histórico

para o estado, o Vale do rio

pardo mescla as culturas

gauchesca e germânica. no

entanto, para além das tradições,

as mudanças no mercado e

na sociedade interferem na

economia da região

To Vale do Rio Pardo é

uma região histórica. A cidade homônima de Rio Pardo, uma das mais antigas do Estado, já chegou a preencher metade do território sul-rio-grandense, dando origem a centenas de municípios. Com destaque na conquista da região das Mis-sões, na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na Guerra do Paraguai (1865), o lugar também recebeu imigrantes, predo-minantemente alemães.

A economia do vale é baseada na pecuária e na agricultu-ra, sendo a indústria do fumo, em Santa Cruz do Sul, uma das mais importantes. Além disso, há o turismo: Rota Germânica e passeios por casarões antigos entram no roteiro dos visitan-tes. Os eventos municipais também geram movimento – Ve-nâncio Aires tem a Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim)

LocaLizado no cenTro do rio Grande do SuL,

História em transição

Pedro Silva/Prefeitura de rio Pardo

Vale do Rio Pardo

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e Santa Cruz do Sul sedia o Encontro Nacional de Artes e Tra-dições Gaúchas (Enart) e a famosa Oktoberfest. Porém, nem só de tradições vive o Vale do Rio Pardo, especialmente no que diz respeito ao comércio. As mudanças no mercado acon-tecem. Mauro Spode, diretor da santa-cruzense Hoffmann, Spode Ótica e Joalheria, alega que é necessário adaptar-se.

É por isso que a companhia, que já chegou a vender reló-gios e fabricar lentes para óculos, hoje tem um sortimento mais focado. “O pequeno comerciante tem que se adequar às novas situações. Muitas vezes a empresa acaba não proje-tando os próximos dez anos”, ressalta.

Segundo ele, o diferencial da loja é o atendimento per-sonalizado, que se reflete na satisfação de um trabalho bem feito. Famílias inteiras acabam frequentando a casa, haven-do até terceira geração de clientes.

Ainda assim, existe expectativa de mais transformações. Com a iminente instalação de novos shopping centers na re-gião, a concorrência deve aumentar. Conforme o empresá-rio, isso tem acontecido desde os anos 1990, quando o muni-cípio ganhou projeção nacional com o esporte.

Eventos, em especial a Oktoberfest, e a própria fumicul-tura também são considerados por ele como destaques de Santa Cruz do Sul. “A festa se concentra muito no parque, mas, quando dá um bom resultado, num segundo momento isso se reflete no comércio.”

Sobre a dependência econômica das lavouras de taba-co, frente a intensas campanhas contra o cigarro, Spode analisa: “O problema é que não há outra cultura que tenha um subsídio tão bom quanto a de fumo”. Ele acrescenta que os produtores rurais vêm estudando alternativas e diversificando a produção, mas isso só trará resultados a médio e longo prazos.

Atenção às mudAnçAs

Em funcionamento desde 1989, a Quatro Estações opera em Vera Cruz, munícipio com cerca de 24 mil habitantes. O foco é o comércio popular, nas confecções masculina, femi-nina e infantil, além dos itens de cama, mesa e banho.

Pela proximidade com Santa Cruz do Sul, o proprietário comenta que o movimento varia conforme a situação eco-nômica da região. “O tabaco é gerido em função do dólar”, explica Roque Afonso Haas, lembrando que grande parte do produto é exportada.

Outro fator que compromete o poder de compra da população é o clima: se não chove, a safra pode ficar pre-judicada. Estar atento à meteorologia, na opinião do em-presário, é uma forma de manter a saúde financeira do em-preendimento. “Este ano praticamente não houve inverno. Tivemos que comprar mais peças de meia-estação.”

Atualizar-se também é importante, diz Haas, seja via-jando, lendo revistas de moda ou acompanhando o que as personagens das novelas vestem. Nada mais prudente, com as rápidas mudanças do mercado. “Antigamente ven-díamos muito tecido e o público costurava seus próprios lençóis. Abrigo era só cinza, branco, preto ou vermelho”, cita ele, destacando a variedade de opções à disposição dos consumidores de hoje.

A profissionalização dos negócios é, ainda, um ponto res-saltado pelo comerciante. Se antes era preciso viajar às fá-bricas de Santa Catarina e garimpar mercadoria ao longo de uma semana inteira, hoje é tudo encomendado por catálogo, evitando-se inclusive o encalhe no estoque. “Mudou muito: as grandes fábricas têm representantes, é preciso uma pes-soa para comprar, uma equipe para vender”, discorre.

Venâncio Aires sedia a Festa

Nacional do Chimarrão

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equipes

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Se a primeira coisa que veio à sua mente foi o efeito social do salário na vida dos seus colaboradores, é melhor rever seus conceitos. É claro que efetivamente há essa conquista social, mas o impacto da remuneração também pode ser notado nos resultados da sua empresa. E, nesse aspecto, ela pode ser vista como uma aliada no crescimento do seu negócio.

Quando encarada estrategicamente, a política de remu-neração ganha novos contornos e passa a ser um elemento-chave para chegar aos objetivos almejados pela empresa. Esse efeito virtuoso, no entanto, exige a reformulação de práticas e processos empresariais, além do estabelecimento de comprometimento entre gestores e equipes, e, claro, um pouco de paciência, que nunca é demais.

Todo mundo ganha

A lógica que sustenta o modelo de remuneração estra-tégica é a de que todo mundo saia ganhando. Ou seja, não é algo que vai ser favorável só à empresa ou só aos funcioná-rios, a ideia é que a sensação de conquista e ganho seja ge-ral. Para Paulo Delfino, diretor de Relações Trabalhistas da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio Grande do Sul (ABRH-RS), a empresa que investe na remuneração

Você já Se deu conta da importância da remuneração?

isto como um custo, o salário

dos colaboradores vai muito além

desse conceito. mudar o foco e identificar na

remuneração uma aliada, capaz de impulsionar

resultados, pode mudar muitos paradigmas e

levar a empresa a uma trajetória de crescimento

considerável, basta aprimorar a estratégia

Va favor da empresa

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estratégica consegue se diferenciar de suas concorrentes pela mão de obra.

Delfino explica que o modelo de remuneração da empre-sa será estratégico quando incorporar rendimentos variados ao alcance de resultados da empresa. Em um primeiro pata-mar, o salário pago aos funcionários corresponde ao valor acordado por mês de trabalho, a remuneração fixa. A partir dela, novos patamares de ganho podem ser adicionados.

A remuneração indireta é a concessão de benefícios; al-guns deles são obrigatórios e outros são concedidos espon-taneamente pela empresa. Aí já há um componente estra-tégico, avalia Delfino. Desse patamar em diante, a gestão já começa a configurar um padrão mais aprimorado de com-posição salarial. É quando entra a remuneração por desem-penho. No comércio, ela muitas vezes vem na forma de co-missão. Nesse caso, a comissão é incorporada ao salário no cômputo de horas extras e férias.

Também chamada de remuneração variável, a remune-ração por desempenho é bastante conhecida pelos Progra-mas de Participação nos Lucros. Estes têm a estratégia como sua principal fundamentação, já que dependem intrinseca-mente do atingimento de metas estabelecidas para que haja a bonificação. Assim, a empresa precisa, primeiramente, de-finir os objetivos a serem alcançados e possuir métricas de mensuração de resultados. Muitas companhias concedem a participação dos lucros uma vez ao ano, mas há a possibi-lidade de estabelecer uma política semestral. “Depois vem outra esfera, a das formas especiais de remuneração ou re-compensa, que chamamos de alternativas criativas”, acres-centa Delfino, citando uma prática ainda incomum de com-panhias que buscam ampliar ainda mais a atratividade para

o quadro funcional. Uma das possibilidades é a participação acionária, cujas cotas são repassadas aos empregados quan-do há o alcance de resultados estipulados.

Todas essas alternativas podem ser adotadas pela em-presa que pretende engajar colaboradores para o cresci-mento. Delfino pontua que, no Brasil, não conhece exem-plos de empresas que tenham adotado a remuneração estratégica em todos os estágios. Em geral, as políticas vão até a remuneração por desempenho. “Remuneração es-tratégica não é pagar mais. É pagar bem”, incita o diretor da ABRH-RS. Esse pagar bem, além do potencial de elevar o desempenho geral da empresa, diminui a rotatividade, considerado um dos principais problemas enfrentados pelo empresariado atualmente.

EfEiTo compETiTivo

A Stihl Ferramentas Motorizadas Ltda. implantou o seu programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 1984, e de lá para cá vem aprimorando o modelo e comemo-rando resultados alcançados, inclusive no potencial compe-titivo frente às concorrentes. Exemplo disso é o estabeleci-mento da meta de redução de custos. A Stihl convidou os funcionários a sugerirem ideias que contribuíssem para a diminuição das despesas da empresa. Como recompensa, as ideias incorporadas seriam bonificadas. No total, 400 suges-tões foram recebidas pela companhia em um único mês. Ao serem adotadas, as ideias contribuíram efetivamente para a redução de custos, o que permitiu à empresa fornecer equi-pamentos com preços mais atrativos para o mercado. Como resultado, a Stihl obteve crescimento de 34% em 2012.

O presidente Cláudio Guenther explica que o programa de participação nos lucros da empresa é semestral e que, depen-dendo do atingimento dos resultados, os empregados podem receber bonificação adicional de até 90% do salário-base. Há ainda o pagamento de um salário mínimo por cumprimento de prazos e mais um salário mínimo pelo atendimento de in-dicadores de qualidade. Além de atingir as metas definidas, a Stihl comemora ainda o baixo turnover, fruto, claro, de uma gestão mais abrangente, que passa também pela possibilidade de crescimento individual interno, mas que não nega o po-tencial da estratégia atrelada à remuneração.

Redução de custo, com sugestões

enviadas por funcionários, fez a Stihl

crescer 34% em 2012

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especial

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Erros E acErtos

oja desorganizada, atendentes mal-humorados e

produtos de má qualidade afugentam qualquer cliente.

conheça deslizes comuns em muitos estabelecimentos

e saiba como reverter as situações difíceis, para não

perder vendas

Lé trabalhoso. Exige tempo e

dedicação de empresários e colaboradores. Requer plane-jamento, treinamento e uma constante busca pelas me-lhores práticas nos negócios. Aí, num fatídico dia, algum erro acontece e põe tudo a perder.

Dizem que a primeira impressão é a que fica. Bem, em algumas situações é a última, e geralmente negativa. Para que isso não aconteça e a experiência geral seja prazero-sa, o cuidado recai sobre todas as etapas que envolvem as compras. Da vitrine ao caixa – e adiante, no relaciona-mento pós-venda –, o objetivo é mostrar que o estabeleci-

texto Rafael Tourinho Raymundo

imagem de abertura @iStock.com/Hocus-focus

SaTiSfazeR cLienTeS e conquiSTaR um púbLico caTivo

VEN

DAS

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VENDAS

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mento está preparado para atender aos anseios dos con-sumidores. É difícil, mas não impossível. Os consultores sabem. Os varejistas, também.

O pDV cOmunica

Profissionais de marketing trabalham com o conceito de AIDA, acrônimo para Atenção, Interesse, Desejo e Ação de compra. No comércio, atrair o olhar do indivíduo e instigá-lo acerca de um produto é o gatilho para se con-seguir a conversão. Esse trabalho já começa na vitrine. “É

o primeiro nível de comunicação do ponto de venda com o consumidor”, explica o consultor de varejo Henrique Martins. Por isso, a escolha dos elementos decorativos e dos itens a serem postos em destaque deve servir a um único propósito: dialogar com o público-alvo. “Não é o gosto do empresário, mas o de seus clientes que mais pesa nesse momento”, afirma Alex Kunrath, consultor sênior da Idati.

Os especialistas lembram que todo o layout da loja é pensado de acordo com os interesses da clientela. A dis-posição dos artigos nas prateleiras, o acesso à mercadoria,

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especial

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a setorização dos ambientes e até mesmo as sacolas e em-balagens para presente podem comunicar valores como organização, limpeza, frescor ou jovialidade. Há quem vá além, com projetos luminotécnicos – para criar uma luminosidade mais agradável – e trilhas sonoras exclusi-vas para os estabelecimentos. O importante é mostrar aos frequentadores que o local está pronto para atendê-los e satisfazer suas necessidades. Negligenciar a apresentação é afugentar possíveis compradores logo de início.

cOmO se fOsse em casa

Proporcionar uma experiência agradável no PDV fide-liza o público. Na Do Arco da Velha, de Caxias do Sul, esse objetivo é trabalhado com a união de dois serviços bem distintos, mas coerentes entre si. O espaço agrega uma livraria e uma cafeteria na mesma casa.

O administrador, Guilherme Martinato, percebe que uma área puxa a outra. Quem chega para tomar um lan-che com amigos acaba se interessando pelos livros, es-trategicamente espalhados pelas salas. Já clientes que procuram títulos do acervo sentem o aroma no ar e se rendem ao cafezinho. “Você não enxerga a loja inteira, quando chega. É preciso circular para conhecer.”

O convite à descoberta rende dividendos. Após a mu-dança para um prédio maior, com o dobro da capacidade,

o resultado veio não só em vendas, mas também nos co-mentários positivos. “Uma pessoa acaba trazendo outra”, relata Martinato.

Contudo, ele frisa que os atendentes respeitam as von-tades de cada consumidor. Logo na entrada, eles fazem uma sondagem para saber se a procura é por café, por livros ou por ambos. O visitante é, então, encaminhado ao setor adequado e fica livre para circular como se es-tivesse na casa de um conhecido. “Ele tem que se sentir confortável”, reitera o administrador.

OuVir para falar

“Regata vermelha eu não tenho, senhor, mas que tal uma bermuda azul?” Essa abordagem de venda ativa, além de fora de moda, sempre causa incômodos. Geral-mente, a pessoa chega à loja com uma intenção específica e não cabe ao vendedor ir de encontro a isso.

O consultor Henrique Martins considera o atenden-te como um conselheiro. Trata-se de alguém que está ali para auxiliar, não para argumentar demasiadamente so-bre ofertas que não interessam ao cliente. “O consumidor é bem informado e, às vezes, conhece tanto quanto o ven-dedor sobre o produto.”

O pessoal da Terê Calçados sabe disso. Claudia Maciel, gerente de uma das unidades de Novo Hamburgo, afirma

Café e livros

dividem espaço

na do arco da

Velha, de

Caxias do Sul

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VENDAS

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112

que a função da equipe é identificar o perfil do shopper e entender por que ele está lá – se precisa de um tênis para o dia a dia ou de um sapato de festa, por exemplo. “O que pode nos fazer perder uma venda é não conseguir resol-ver o problema”, acredita.

Há poucos segundos para realizar essa sondagem. Tão logo um comprador em potencial cruze a entrada, é preciso abordá-lo e mostrar-se solícito. Claro, em dias de maior movimento pode levar um tempo até que um vendedor esteja disponível. Ainda assim, a empresa man-tém uma escala rotativa e procura deixar pelo menos dois atendentes sempre próximos à porta.

saber falar

Embora a clientela não goste de ser importunada com sugestões desnecessárias, algumas ocasiões demandam uma posição mais proativa do vendedor. “Nem sempre o cliente sabe qual é o melhor artigo para sua necessidade”, ressalta o consultor Alex Kunrath.

Nessas horas, vale o conhecimento do profissional. O cabeleireiro sugere o corte mais adequado para o formato de rosto da senhora, a ótica oferece modelos de óculos que tenham a ver com o jovem e assim por diante. Pers-picácia também ajuda: se o cliente está vestindo uma ca-miseta de banda de rock, é provável que se interesse por outros grupos do estilo; o atendente pode aproveitar essa informação e mencionar que tem uma biografia dos Bea-tles no catálogo ou um DVD do Arcade Fire à disposição.

O recomendado é não tratar o momento como pro-paganda do que a casa oferece. É melhor conversar so-bre um assunto e encontrar brechas para apresentar os produtos. Digamos que o casal goste de comida japone-sa e até tenha se aventurado no preparo de alguns pra-tos. Será que os dois conhecem a panela para arroz que a loja vende na seção de cozinha? Achariam interessante uma louça própria para sushi? É no bate-papo que muitas oportunidades de conversão se revelam.

a meDiDa Da atençãO

Uma questão que divide opiniões é justamente a medi-da certa para a aproximação do vendedor. A clientela po-deria até ser classificada entre os que gostam da ajudinha

e os que preferem ficar soltos pelo salão, sem serem im-portunados. A dose adequada de atenção é uma questão de feeling, pois, ao mesmo tempo que os frequentadores têm que se sentir livres, o estabelecimento não pode pas-sar a impressão de abandono.

Na Terê Calçados, a orientação é deixar o público mais reservado fazer as compras no seu tempo. “Esse cliente é mais breve e objetivo”, observa a gerente. A equipe ape-nas indica onde fica cada setor e, a partir daí, monitora o movimento a uma certa distância. Intervenções somente quando o consumidor deseja.

O mesmo acontece na Do Arco da Velha. De acordo com o administrador, “muita gente que vem à livraria gosta de ficar sozinha”. A maioria, complementa ele. Resta aos funcionários mostrarem-se à disposição para qualquer eventualidade. O segredo, mais uma vez, é a observação. O garçom deve conhecer os pratos do cardápio, é claro. O balconista da farmácia precisa encontrar o medicamento nas prateleiras, certamente. Porém, mais que lidar com

alguns clientes preferem fazer

as compras sem interferência

dos vendedores

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especial

30

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mercadoria, eles lidam com pessoas. É preciso “entender de comportamento antes de entender de produto”, sinte-tiza Henrique Martins.

fãs Da própria empresa

Uma situação comum ao comércio de bens e de servi-ços, na opinião de Alex Kunrath, é que muitos colaborado-res não são vendedores, mas estão vendedores. Em outras palavras, eles trabalham apenas para ter um emprego, não porque gostam propriamente do que fazem. A saída, apon-ta o consultor, vem desde a contratação: dar mais valor às paixões dos candidatos que às qualificações do currículo. “Um entusiasta de informática vai poder falar com muito mais propriedade e convicção em uma loja do ramo. Uma pessoa que adore crianças saberá lidar melhor com vendas de brinquedos. Alguém que adore sua marca de sorvete vai passar paixão pelo seu sorvete”, elenca.

Entusiasmo leva a um maior engajamento, o que tam-bém pode ser conquistado com gratificações. Em todos os casos, destaca-se o funcionário que conhece bem a empresa. Na rede gaúcha de fast-food Cachorro do Rosá-rio, essa é a prática almejada. “Cobramos das franquea-doras que realizem treinamentos periodicamente, tanto de qualidade de produção quanto de atendimento”, conta o gerente-geral, Filipe Eliézer da Rosa. Num cenário de

alta rotatividade de pessoal, ele garante que a companhia procura investir nos profissionais mais comprometidos.

fiDelizar Ou perDer

O consultor Henrique Martins alerta que os gastos do consumidor brasileiro com supérfluos costumam ser ime-diatos. Se ele não encontra o tênis que procurava no shop-ping, pois não havia a numeração ou a cor que ele queria, é capaz de usar seu dinheiro para comprar um videogame. As lojas devem registrar por que uma venda não ocorreu, na tentativa de antever futuros problemas. Estruturar um CRM é fundamental – seja com um software específico, com uma planilha ou em anotações num caderno. “Todas as negativas são reunidas para o empresário poder con-trolar o processo de forma mais eficaz.” Isso pode levar a práticas mais assertivas.

Porém, os registros não servem apenas para enume-rar falhas. O termo em inglês – Customer Relationship Ma-nagement – revela precisamente isso: CRM é usado para reforçar os laços com o público. “A fidelização é o resul-tado de atendimento qualificado e personalizado”, expõe o consultor Alex Kunrath, lembrando que grandes redes têm se preocupado em resgatar a antiga lógica do dono de armazém, que conhecia a freguesia pelo nome. Não à toa, os profissionais da Terê Calçados possuem suas agendas

bom

atendimento

resulta em

experiência

positiva para

o consumidor

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VENDAS

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de telefones. “Quando chega algo que algum cliente vá gostar, o vendedor entra em contato. Nós sabemos quem são os que gostam de se antecipar às novidades”, assegu-ra a gerente Claudia Maciel.

a ineVitáVel insatisfaçãO

Por mais que a companhia se preocupe em oferecer uma experiência positiva, nem sempre é possível agra-dar a todos. Reclamações provavelmente vão continuar a acontecer. A questão é que um comentário maldoso, prin-cipalmente nas redes sociais, pode repercutir muito mais que 20 falas a favor da marca. Nesse caso, deve-se agir para dirimir os efeitos nocivos.

O gerente-geral do Cachorro do Rosário comenta sobre a dedicação ao relacionamento com os clientes: “Se acon-tece de ele se sentir mal atendido, acaba generalizando e reclamando de outras coisas, mesmo que goste do produ-to. Procuramos conversar. Quando há profissionalismo, ele pode até não aceitar a resposta, mas entende”.

Ações simples fazem toda a diferença no dia a dia do chão de loja. Certas sugestões podem até parecer óbvias, mas passam batidas em alguns pontos de venda. É sempre bom relembrar os sete pontos abaixo.

1. mais importante que ter produtos bonitos na vitrine é saber se esses artigos estão disponíveis no estoque. É frustrante interessar-se por

uma roupa e não encontrá-la no tamanho certo.

2. ninguém gosta de esperar para ser atendido. É recomendado sempre ter alguém da equipe próximo à porta para fazer a

abordagem inicial. Se a loja estiver cheia, alguém deve pelo menos pedir, com jeito, para o cliente aguardar um pouquinho.

3. ao procurar um cardigã, o consumidor pode desistir da loja se ouvir um “não tenho”. no entanto, talvez ele não queira

necessariamente um cardigã, mas qualquer roupa para o frio. o vendedor deve oferecer outras opções, desde que se assemelhem

ao que foi pedido inicialmente.

4. É claro que o talento para vendas é mais aparente em alguns colaboradores que em outros, mas essas habilidades podem ser

desenvolvidas. a equipe deve ser capacitada para se relacionar com a clientela. Treinamentos ajudam.

5. Todo colaborador que mantenha contato direto ou indireto com o público precisa conhecer bem os serviços ou produtos

oferecidos pela empresa. Se a pessoa não tem as informações para atender à solicitação do cliente, deve ao menos saber

encaminhá-la para o colega mais adequado.

6. Se o consumidor tem uma reclamação, por mais descabida que pareça, ele merece ser ouvido. uma resposta sincera pode não

resolver o problema, mas evita repercussões mais graves. Se a queixa tiver razão de ser – cobrança indevida ou defeito no produto –,

as desculpas vêm acompanhadas do ressarcimento ou da troca do item.

7. Serviço de qualidade e atendimento impecável contam muitos pontos a favor da marca, é claro. Há vezes em que o cliente até

paga um pouco mais caro por gostar do lugar. ainda assim, tudo é posto a perder quando o produto ofertado é ruim.

sete Da sOrte

A rede trabalha com mídias online e deixa canais como o mural da página do Facebook abertos para reclamações e sugestões. Os posts dos seguidores são respondidos o mais brevemente possível. “Penso que seja um caminho para conseguirmos agradar. Estamos há um tempo no mercado e a clientela não parou de comprar”, pondera Filipe da Rosa.

a melhOr prOpaganDa

Promoções são ótimas para impulsionar o movimento dos negócios e divulgar a empresa. Porém, o investimen-to deve se reverter em receita. Mecanismos de controle, como planilhas de gastos, mensuram quanto custou distri-buir filipetas ou veicular um spot de rádio. Outras opções, conforme Alex Kunrath, são panfletos numerados por re-giões, cupons de desconto em anúncios físicos e códigos promocionais em materiais digitais. Comparando-se os va-lores à quantidade de vendas, avalia-se o retorno obtido. “E lembre: a melhor propaganda é a indicação dada por um cliente a outro em potencial”, reforça o consultor.

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saiba

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mais

Economia / De menos para maisBrasileiros que recebem até três salários mínimos são os que mais contribuem com impostos. É o que constatou o Instituto Brasileiro de Plane-jamento e Tributação (IBPT), com base em informações do Censo 2010 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE. O cálculo aponta que

mais da metade da arrecadação de 2014 (53,79%), que já superou R$ 1 tri-lhão, resulta dos tributos gerados por trabalhadores que ganham até R$ 2.172. Essa faixa corresponde a 79,02% da população. Entre os que rece-bem de três a cinco salários mínimos (10,14% da população), a arrecadação equivale a 12,65% do total. Os gastos com habitação, transporte e alimen-tação são os que mais geram receita para os cofres públicos. Para o IBPT, isso é sinal de que o sistema tributário do país é muito concentrado no consumo, desfavorecendo quem tem menor poder aquisitivo.

mais & menos

SalgadoDe acordo com o Instituto Brasileiro de

Defesa do Consumidor, 11% dos

alimentos industrializados não atingiram

as metas de redução de sódio firmadas

entre o governo e os fabricantes por

meio de um acordo voluntário. O

levantamento avaliou 291 produtos.

cartõESAs transações com cartões de crédito e

débito movimentaram r$ 455 bilhões no primeiro semestre do ano,

alta de 16,3% em relação ao mesmo

período de 2013, segundo a Associação

Brasileira das Empresas de Cartões de

Crédito e Serviços (Abecs).

EStrangEiroSO Rio Grande do Sul teve 52 municípios

visitados por turistas estrangeiros durante

a Copa do Mundo, conforme o Ministério

do Turismo e a Fundação Instituto de

Pesquisas Econômicas (Fipe). Porto Alegre,

Gramado, Torres e Novo Hamburgo foram

as cidades mais procuradas.

ligaçõESA Agência Nacional de

Telecomunicações (Anatel) aprovou

reajuste de 1,5% nas tarifas de

telefonia. A alteração nos preços vale

para ligações entre telefones fixos e

móveis, tanto em chamadas locais

quanto em longa distância.

QualidadEO Brasil é o país sul-americano com

maior número de certificações ISO 9001.

Mais de 25 mil empresas possuem

esse atestado de qualidade. Em

segundo lugar vem a Colômbia, com

9.883 certificações.

carrEira / o lugar Dos jovensa edição brasileira de 2014 da pesquisa Great Place to Work (melhores empresas para se trabalhar) mostra que, entre as companhias de destaque, o McDonald’s é a que mais emprega jovens no país. Um total de 87% dos colaboradores da rede têm menos de 25 anos. Neste ano, o estudo global, que avalia práticas de gestão de pessoas e a confiança dos funcionários com o ambiente de trabalho, contou com a participação de 1.276 empre-sas. Confira o ranking das dez maiores empregadoras de jovens:

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©iStock.com/Shironosov1. McDonald’s (87%)

2. Elo Group (49,4%)

3. Atento (49,3%)

4. Marelli (46,3%)

5. Touch (46,2%)

6. Jost (44,1%)

7. Lojas MM (42,5%)

8. Todimo (42,2%)

9. Sicoob Metropolitano (41,2%)

10. Dextra (39,6%)

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traBalho / mElhorando a produtividadE

Para manter-se criativo e inovador é necessário disciplina. O CEO do Asaas.com, Piero Contezini, dá sete dicas para aumentar a produtividade.

durma e alimente-se bem – a capacidade de racio-

cínio depende de sono e dieta adequados.

Separe um tempo para deixar o pensamento livre

– reservar momentos longe das tarefas do trabalho

ajuda a renovar as ideias. Pode ser uma ida ao cine-

ma ou algo similar.

mantenha-se motivado – atividades como ouvir

música e praticar esportes podem dar aquele ânimo

necessário no início do dia.

Questione sempre – perguntar-se sobre os processos

do trabalho, bem como imaginar alternativas para os

produtos ou serviços oferecidos pela empresa, é um

bom exercício para não cair na mesmice.

organize sua área de trabalho – um ambiente limpo

e sem bagunça estimula a concentração.

Estabeleça prioridades – é necessário manter o foco

em cada tarefa. Para não se perder em meio às urgên-

cias, recomenda-se elencar uma lista de prioridades e

resolver um assunto de cada vez, sem distrações.

programe pausas no trabalho – um intervalo de

cinco a dez minutos para cada hora ou hora e meia

de trabalho é importante. Levante, tome um café,

dê uma circulada pela empresa. Isso é bom para

refrescar a cabeça.

FinançaS / Consulta mais fáCilo aplicativo Normas, disponível para os sistemas Android e iOS, promete facilitar o acesso a atos tribu-tários e aduaneiros. Usuários de tablets e smartphones poderão consultar, por meio de uma interface adap-tada, os textos de instruções normativas e outros atos publicados pela Receita Federal. O menu permite refinamento de busca – por unidade emissora e data de publicação, por exemplo. Também há um espaço para avaliar o app, fazer críticas e realizar sugestões. O download é gratuito. Quem não possui dispositivos móveis habilitados pode consultar o Sistema Nor-mas – Gestão da Informação na versão web, pelo site http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consul-ta/consulta.action.

nEgócioS / empreenDeDores brasileiros nos euaimigrantes que foram viver o sonho americano e acabaram se tornando empresários: esse é o perfil da maio-ria dos empreendedores brasileiros que vivem em Orlando, nos Estados Unidos. Cerca de 70% deles atuam em áreas diferentes daquelas em que trabalhavam no país de origem. As constatações de uma pesquisa da Univer-sidade Federal Fluminense indicam que a cidade da Flórida favorece os negócios, devido à alta concentração de conterrâneos por lá. O estudo identificou cerca de 500 estabelecimentos de brasileiros em Orlando, um dos destinos preferidos dos turistas do país – estima-se que tenham sido mais de 768 mil em 2013. Agora, a pes-quisa deve seguir para outras localidades com grande concentração de imigrantes oriundos do Brasil, como Miami, Pompano Beach, Nova Iorque, Los Angeles e Boston.

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sescAg

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projeto Sonora BraSil SeSc

apreSenta manifeStaçõeS

culturaiS diverSaS, com o

intuito de formar um púBlico

maiS crítico em relação ao

conSumo muSical

OEm algumas comu-

nidades, seu toque é até sagrado. A importância dos instru-mentos percussivos é destacada pelo projeto Sonora Brasil Sesc, que traz ao Rio Grande do Sul e faz circular pelo País uma série de apresentações com o tema Tambores e Batuques.

Desenvolvidos para resgatar a história da música no Brasil e formar ouvintes críticos, os espetáculos têm cará-ter didático. Não há amplificadores, pois a ênfase está na pureza do som acústico e na qualidade das obras e de seus intérpretes. No palco, grupos musicais de diferentes regiões do país trazem manifestações da tradição oral presentes em comunidades quilombolas, passadas de geração a geração.

O sOm ritmadO dO tambOr é elementO essencial para a música de diferentes pOvOs.

Som da raiz

laureano bittencourt/divulgação sesc-rs

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Agos

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112

SeSc TriaThlon Tem inScriçõeS aberTaS as

inscrições para a etapa gaúcha do sesc triathlon

– circuito nacional 2014 seguem abertas até o dia

20 de novembro, limitadas a 500 participantes. a

competição acontece no dia 23 do mesmo mês, em

tramandaí, com início das largadas previsto para às 8h.

contemplando natação, ciclismo e corrida, a prova

será dividida nas

seguintes categorias:

elite e amador;

faixas etárias e

demais categorias;

duathlon. Os kits

da competição

– compostos por

numeral, touca,

camiseta e chip – serão entregues no dia 22 de

novembro, às 19h, no Ginásio municipal de tramandaí,

durante o simpósio técnico. as inscrições podem ser

efetuadas pelo site www.sesc-rs.com.br/triathlon.

agenda de eventoS

Os variados tipos de tambores utilizados no projeto são fabricados artesanalmente, de acordo com os costumes das comunidades. Já o repertório é formado por cânticos que aludem a fatos da vida social, ao trabalho e a crenças re-ligiosas. “A temática busca a origem do instrumento, mas também da chegada do negro ao Estado. Queremos que-brar o estereótipo da cultura gaúcha como sendo só a do CTG e da colonização europeia”, defende Anderson Muel-ler, analista da gerência de Cultura do Sesc-RS.

Resgate da cultuRa

Somente em 2013, foram realizados 450 concertos do Sonora Brasil, em 128 cidades, a maioria distante dos grandes centros urbanos. O objetivo do projeto é pro-mover a diversidade da música brasileira e propiciar aos músicos participantes a circulação de seu trabalho para além do território de origem, colocando-os em contato com outros públicos.

Os circuitos são bianuais. Em um primeiro momento, uma temática é trabalhada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto que os estados do Sul e do Sudeste recebem outro ciclo de espetáculos. No ano seguinte, os temas se invertem, de modo que todos os cantos do país tenham acesso a manifestações culturais das mais diver-sas. “Não são grupos artísticos, que se apresentam rotinei-ramente. São conjuntos de raiz, que mostram uma cultura genuína, de essência, para o público”, explica Mueller.

Em sua 17ª edição, o Sonora levará o tema Tambores e Batuques para oito cidades do Rio Grande do Sul, durante o segundo semestre. Serão ao todo 32 apresentações entre julho e novembro, nos municípios de Canoas, Novo Ham-burgo, Montenegro, Camaquã, Pelotas, Alegrete, Santa Rosa e Passo Fundo. Cada um receberá apresentações dos grupos Alabê Ôni (RS), Raízes do Samba de Tocos (BA), Raí-zes do Bolão (AP) e Samba de Cacete de Vacaria (PA).

Este ano, o Sesc-RS também promove, pela primeira vez, a Mostra Sonora Brasil, que acontece entre os dias 22 e 26 de agosto, no Teatro Sesc Centro (Av. Alberto Bins, 665), em Porto Alegre. Além das apresentações musicais, o even-to também terá oficina com o conjunto gaúcho Alabê Ôni e sessão de cinema. Após o encerramento das atividades do Tambores e Batuques, virá a vez das cordas. Em 2015, o tema do projeto será Violas Brasileiras.

30 e 31/agoFinal estadual de jogos

Será em erechim a final estadual dos Jogos

masters e Sêniors. informações pelo site www.

sesc-rs.com.br/erechim.

09/Setcasa da Saúde

a população de viamão tem acesso às atividades

gratuitas disponibilizadas pela mostra Casa da Saúde

Sesc, instalada na nPraça da matriz, em frente à

igreja. na estrutura, é possível conferir palestras

e exposições interativas e fazer exames de glicose,

colesterol, triglicerídeos, medir a pressão arterial,

realizar avaliação física, além de testar a visão.

14/Setcircuito corridas

Pelotas recebe a etapa do Circuito Sesc de

Corridas 2014. inscrições pelo site www.sesc-rs.

com.br/circuitodecorridas

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36

Agos

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112

Cooperação

untos somos mais fortes.

É tendo essa ideia como

perspectiva que empresas se

unem. mesmo integrando um

mesmo segmento de atuação,

a postura dos que se veem

mais como parceiros do que

como inimigos pode render

bons frutos

JEles concentram e de-

fendem causas em comum, com potencial para garantir me-lhor ambiente para o desenvolvimento. Em geral, essas enti-dades têm um impacto econômico tão significativo que elas se tornaram referências tão expressivas do setor que passaram a alimentar o mercado econômico com dados, fatos, informações e demandas. Essa é a dimensão mais ampla da contribuição que pode vir dessas entidades.

Em uma escala menor, mas não menos importante, muitas empresas formatam grupos para obter ganhos operacionais, como conquistas de melhores preços junto aos fornecedores ou simplesmente apoio para superar barreiras enfrentadas no dia a dia. Essas redes de cooperação não raro concentram companhias que, inicialmente, seriam concorrentes, mas que mudam de perspectiva ao estabelecerem parcerias.

A importânciA dos grupos empresAriAis é inquestionável.

Conquistas em redes

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112

Todos junTos

Com 32 empresas associadas, a Rede Nacional de Con-tabilidade (RNC) concentra companhias de todo o país. Se somada a estruturada criada pelo grupo, são mais de 1,1 mil pessoas trabalhando para atender mais de 5 mil clientes. Atualmente, o faturamento total das empresas associadas é de R$ 46 milhões por ano.

A grandiosidade dos números de hoje decorre de um tra-balho iniciado há menos de 15 anos, em novembro de 2000, aqui na capital gaúcha, quando um grupo de oito empresários construiu a rede. A intenção era a de estabelecer um intercâm-bio entre os integrantes, disseminando conhecimento técnico e científico. Com o passar do tempo, novas parcerias foram estabelecidas, levando a rede a alcançar cada vez mais proje-ção. Assim, em 2006, a sede foi transferida estrategicamente para São Paulo. Para as empresas associadas, as vantagens vão desde a aquisição de serviços padronizados em gestão empre-sarial, tributária e contábil – assegurada pela integração dos participantes da rede – ao alcance a novos clientes.

Além da articulação entre empresários, a RNC estabelece parcerias com entidades do segmento, como a Federação Na-cional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), facilitando o acesso dos profissionais das empresas vinculadas ao grupo a cursos e qualificações, também. O intercâmbio en-tre as “concorrentes” mostra que elas como aliadas têm mais chance de sucesso.

Cooperação para venCer desafios

Um estudo conduzido no Rio Grande do Sul avaliou o perfil das empresas que se unem em redes de cooperação. O artigo, produzido pelos doutores em administração Jorge Renato Vers-choore e Alones Balestrin, intitulado Fatores Relevantes para o Estabelecimento de Redes de Cooperaçăo entre Empresas do Rio Gran-de do Sul, identificou que os grupos se formam, especialmente,

em resposta às recentes transformações econômicas. A partir desse desafio, conjuntamente as empresas lutam para obter vantagens competitivas. Para entender esse padrão, a pesquisa quantitativa envolveu 443 representantes de empresas asso-ciadas a 120 redes de cooperação – todas são integrantes do Programa Redes de Cooperação (PRC) do governo do Rio Gran-de do Sul. Verschoore e Balestrin partiram do pressuposto de que os fatores que movem empresários nesse sentido são os seguintes: aprendizagem e inovação, aumento de escala e de poder de mercado, e acesso a soluções.

O estudo mostrou também a importância do apoio público. “Em relação às políticas públicas, os resultados evidenciaram que a promoção da cooperação, por meio de redes, constitui-se em um caminho viável para o desenvolvimento das economias locais”, apontaram os autores. Especialmente na gestão das pequenas e médias empresas, a cooperação em rede pode ser alternativa para sustentação de negócios.

As Redes de Cooperação do Estado estão vinculadas à Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Peque-na Empresa (Sesampe) e têm objetivo de fazer com que os grupos reduzam e dividam custos e riscos, além de prever o alcance a novos mercados. Como resultado, a iniciativa culmina, ainda, com a qualificação de produtos e serviços e adequação às novas tecnologias. Desde o início das ativida-des, em 2000, mais de 260 redes de cooperação foram cria-das, atendendo a um número superior a 5,2 mil empresas, que juntas somaram faturamento acima de R$ 5 bilhões nes-se período, com a geração de 50 mil postos de trabalho.

A pesquisa conduzida pelos doutores em administração Jorge Renato Verschoore e Alones Balestrin identificou que os grupos empresariais obtêm apoio entre si para vencer desafios diários, como os listados abaixo:

1. Acesso a soluções

2. escala e poder de mercado

3. Aprendizagem e inovação

4. relações sociais

5. redução de custos e riscos

Lista de vantagens

Associados da

RNC realizam

encontros

periódicos

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38

seNACAg

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112

mercado promissor: a moda. Di-versos cursos na área estão disponíveis para os interessados de todos os níveis de instrução. São dois cursos técnicos, um tecnólogo e uma pós-graduação, além de 20 cursos livres. Os destaques são as capacitações oferecidas pela Faculdade Senac Porto Alegre e pelas escolas de Canoas e Novo Ham-burgo. Neste ano há uma novidade: o lançamento do Curso Técnico em Modelagem do Vestuário, oferecido pelo Senac Canoas. A modalidade vem suprir a carência por profissio-nais voltados ao segmento da modelagem industrial de con-fecção. A primeira turma se iniciou em agosto. O Senac Novo Hamburgo oferecerá a capacitação em 2015.

O mundo da moda é, atualmente, um dos que mais cres-cem no Brasil, país que ocupa a 5ª posição na produção de têxteis e a 4ª na produção de vestuário em todo o mundo. Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil

O Senac-RS eStá apOStandO na qualificaçãO de pROfiSSiOnaiS paRa um

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aculdade Senac Porto alegre

e unidadeS de canoaS e novo

Hamburgo oferecem curSoS

técnicoS, de graduação e

PóS-graduação na área que

Se deStaca cada vez maiS no

mundo doS negócioS

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Está na moda cursar moda

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Agos

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112

Senac-RS foRma mil apRendizeS em poRto alegRe

no dia 9 de agosto, o Senac-RS realizou a formatura

de mil alunos das unidades Senac comunidade

Zona norte, comunidade centro e passo d´areia.

O evento aconteceu na casa do Gaúcho. Os

jovens concluíram cursos nas mais diversas áreas

de atuação e

conhecimento,

oferecidos por

meio do programa

Senac de

Gratuidade (pSG).

Senac montenegRo tem novaS inStalaçõeS durante a solenidade de inauguração das novas

instalações do Senac montenegro, em 23 de julho, o

presidente do Sistema fecomércio-RS/Sesc/Senac, luiz

carlos Bohn, falou sobre a importância do investimento

para o município: “Vemos sendo cumprida a missão

de destinar, em prol da comunidade, os investimentos

dos empresários”. O

prefeito municipal

paulo euclides

Garcia de azeredo

também participou

da cerimônia.

agEnda dE EvEntos

e de Confecção (Abit), o setor é o segundo maior emprega-dor na indústria de transformação e o segundo maior gera-dor do primeiro emprego no país. Mais de 32 mil empresas trabalham no ramo, empregando 1,7 milhão de brasileiros de forma direta e mais de 2,3 milhões contando os empregos in-diretos. A indústria da Moda também é a quarta maior folha de pagamento, somando R$ 13,8 bilhões (dados de 2011).

Conforme a coordenadora da área da Moda do Senac Ca-noas, Stifani Herpich, as perspectivas de emprego pós-curso dependem da área escolhida pelo aluno. “O mercado em maior expansão para o aproveitamento de profissionais é o varejo, e não mais a produção”, revela. Embora haja predo-minância de mulheres no setor, Stifani diz que o perfil de es-tudantes é heterogêneo. Alguns são jovens ainda buscando um rumo, e outros são profissionais já na ativa que desejam mudar de área de atuação.

Três níveis de qualificação

Na Faculdade Senac Porto Alegre, o curso superior de Tec-nologia em Design de Moda forma profissionais capazes de en-tender e interagir com as diferentes variáveis do mercado, com enfoque na qualidade e inovação. A metodologia de ensino co-loca alunos em contato com o mundo da moda, num processo de aprendizado alinhado às exigências do mercado. A unidade também proporciona a especialização em Gestão da Moda, que aborda elementos operacionais da gestão de varejo, como defi-nição de mercadorias, precificação, promoção e apresentação de loja. É direcionado a empresários e profissionais que buscam qualificação nas áreas comerciais e gerenciais.

No Senac Canoas, dois cursos técnicos são disponibilizados: Modelagem do Vestuário e Criação e Coordenação de Moda. O modelista do vestuário parte do design da roupa para execu-tar moldes, proceder a escalas de medidas, planificar o corte dos tecidos, confeccionar e dar acabamento aos vários tipos de peças e acessórios. “Há carência de profissionais desse setor com conhecimento técnico da cadeia têxtil, e é justamente isso que aumentará as chances de o aluno encontrar uma vaga de trabalho”, ressalta Stifani. O curso de Criação e Coordenação de Moda (também oferecido pelo Senac Novo Hamburgo), por sua vez, prepara profissionais para desenhar, criar, desenvol-ver, acompanhar e gerir a execução de coleções de moda e de produtos até a sua comercialização. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas no site www.senacrs.com.br/moda.

27/ago a 30/SetUnidade móvel do Senac-RS

a unidade móvel senac estará presente na praça

Júlio de castilhos, no centro de Erechim, ofere-

cendo cursos da unidade móvel em Erechim para

gerar oportunidades. o horário de atendimento

será das 8h às 12h e das 13h30 às 22h.

28/agotenda da Saúde o senac Passo d’ areia, de Porto alegre, promoverá

a tenda da saúde, das 9h às 12h, na avenida assis

Brasil, 1481. durante o evento, serão oferecidos

gratuitamente os serviços de aferição de pressão,

acuidade visual, cálculo de massa corporal e massa-

gem rápida. o telefone para contato: (51) 3341-0444.

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GESTÃO

passou daí aos conceitos e terminou com ideias.” Assim pregava o filósofo alemão Immanuel Kant no final do século 18. Hoje a intuição é vista pela neurociência como um atalho cognitivo entre neurônios, como uma sinapse criativa.

“Todo o conhecimenTo humano começou com inTuições,

mente intuitiva pode fazer

diferença nos negócios,

pressentindo tendências e fatos, o uso

do chamado ‘sexto sentido’, todavia, ele

precisa ser racionalizado e submetido a

planejamento, segundo especialistas

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negócIos

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Aprender a confiar nela, por sua vez, é um desafio aos empre-sários. A aposta nesse pressentimento não deve prescindir de validação, como uma hipótese a ser comprovada.

Para Alexandre Ribas, sócio da Falconi Consultores de Resultado, a intuição é muito importante nos negócios. Ela se apresenta como a capacidade que alguns executivos di-ferenciados têm de perceber sinais sutis do mercado a res-peito do futuro. O empresário, ao exercitar essa virtude, se antecipa aos demais, abrindo negócios, ganhando clientes, apostando em novas oportunidades, ou mesmo desistindo de certos passos ou mudanças.

“Se alguém lhe oferece a compra de imóveis num prédio de escritórios, você avalia o prospecto e o negócio é excelen-te”, descreve Ribas. “Ao visitar o local, verifica vários imó-veis pequenos e antigos em volta da região, ou seja, outros espaços na redondeza se transformarão em prédios e o alu-guel cairá.” Esse tipo de previsão tem por base fatos ainda sutis do mercado, que poucos leem.

De acordo com o consultor, uma vez obtida a leitura do que o mercado sinaliza, é preciso tratar a intuição como hipótese no plano cartesiano. “Para se materializar em resultado, no final das contas ela deve ser colocada sob um planejamento muito forte, análise de possibilidades e controle de execução. Agir por instinto não significa agir apressadamente.” Quem aprende a se posicionar adiante dos demais tem mais chances de ingressar no mainstream do ramo. A intuição, todavia, tem como ser desenvolvida. Na visão de Ribas, a capacidade de in-terpretação de sinais passa pelos filtros que cada pessoa tem, as experiências vividas, erros e acertos cometidos, e conhe-cimento adquirido. “Quanto mais entendo do mercado, mais afio a minha intuição. Quanto mais estudo e interajo com fon-tes de conhecimento, e inclui-se a educação formal, mais eu refino a capacidade de leitura”, diz.

TreinamenTo acadêmico

No Estado há um cruso de especialização em Business Intuition. O curso inovador já formou quatro turmas e outras duas estão em andamento, na Faculdade Antônio Meneghetti, cuja unidade fica em Restinga Seca. Beatriz Pellegrini, coordenadora do MBA em Gestão de Negócios e Intuição, garante que a pós-graduação resulta em grande impacto na vida profissional e pessoal dos egressos. “Todas

as análises contemporâneas da práxis de gestão indicam que a base de sustentação de todo negócio é a intuição do líder, e possuímos uma metodologia capaz de racionalizá-la e aplicá-la”, afirma.

A formação é ontopsicológica, ou seja, parte do princípio de que a intuição é inerente ao ser humano e que qualquer um pode levar-se à própria realização em qualquer momento e situação, sabendo identificar em sua psique quais mecanis-mos racionais o desviam do destino. “Aplicamos ao negócio o uso racional da intuição, de modo a produzir uma imagem do futuro com o único resultado de uma situação vencedora. A racionalidade nada mais é do que saber fazer, como se mover e como chegar à solução”, diz. Cerca de 60% dos alunos são empresários e 40% são profissionais liberais de alta direção.

SexTo SenTido

Na Tecnoambi, empresa de Caxias do Sul com dez anos de mercado na prestação de serviços na área ambiental e química, a proprietária Cristiane Boff Maciel trata a intui-ção como um sentimento complementar entre o seu lado sentimental e a razão. “Ela se manifesta na hora de fechar negócios e conquistar clientes, e posso perceber quando uma empresa nos procura por uma preocupação ambiental legítima ou somente por marketing”, conta.

Parar Cristiane Boff Maciel intuição é

elemento complementar na tomada

de decisão

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GESTÃOVencedora dos prêmios de Competitividade MPE para

micro e pequenas empresas nos níveis estadual e nacional, e do prêmio Mulher de Negócios, do Sebrae-RS, Cristiane tem 400 clientes, aos quais fornece consultoria, licenciamentos,

poder de decIsão

De acordo com a pesquisa conduzida pela Time Inc. Fortune Knowledge Group em parceria com a agência Gyro, a intuição faz parte da rotina da maior parte dos executivos que exercem poder de decisão em grandes empresas. Confira os dados do estudo:

65% dos executivos acreditam que fatores subjetivos não

podem ser quantificados (incluindo a cultura da empresa e

valores corporativos) e que eles são diferenciais na avaliação

de propostas concorrentes

ao escolher uma empresa para fazer negócios, 70% dos en-

trevistados citam a reputação da companhia como o fator

mais influente

a maioria (61%) dos executivos concorda que, ao

tomar decisões, percepções humanas devem preceder aná-

lises de dados

ao deliberar intuitivamente, 52% dizem que a ambição, ad-

miração e potenciais recompensas superam o medo do fra-

casso e de ser acusado de tomar uma decisão ruim

projetos, sistemas de gestão ambiental e treinamentos. “Cada um pode tentar desenvolver a sua intuição. O pensador in-diano Osho afirma que quando meditamos e nos conhecemos mais, ela tende a aflorar. Evidentemente, é preciso pesar ou-tros fatores para uma tomada de decisão, mas esse sentimen-to soa como um aviso, às vezes”, argumenta.

Segundo a empresária, o sexto sentido se manifesta de forma mais latente ao conversar com as pessoas e selecio-nar funcionários. “Houve casos em que não dei valor ao meu pressentimento e enfrentei problemas. Hoje trato como um diferencial, quase como uma segunda opinião”, resume.

inTuição inveSTigada

Em julho, uma pesquisa da Time Inc. Fortune Knowled-ge Group, realizada em parceria com a agência Gyro, revelou que entre uma decisão intuitiva ou baseada em dados e aná-lises, 62% dos executivos ainda preferem seguir sua intuição. O estudo, nomeado Só humano: a lógica emocional das decisões de negócios, mostra que os insights fazem mais parte da rotina de altos executivos do que se imagina. A pesquisa contou com a participação de 720 executivos seniores baseados nos Estados Unidos, dos quais 88% ocupam o cargo de diretor ou superior, sendo que todos têm poder de decisão sobre o negócio em uma ampla variedade de áreas funcionais. Cerca de 80% das empresas representadas na pesquisa têm um faturamento anual igual ou superior a US$ 500 milhões. O estudo concluiu que “apesar de terem mais informações do que nunca a res-peito de qualquer assunto para tomar decisões, os executivos ainda dependem fortemente de fatores humanos para delibe-rar sobre a maioria das decisões de negócios”.

Outras pesquisas, não tão recentes, também assegura-ram o potencial da intuição no mundo dos negócios. Em 2011, a Sloane School of Business, do Massachusetts Ins-titute of Technology (MIT), comprovou que 80% das deci-sões de posicionamento de marca e análise de mercado em grandes empresas americanas foram feitas com base na intuição de seus presidentes. No ano seguinte, a Universi-dade de Iowa (Estados Unidos) conduziu outro estudo que mostrou que corretores de investimento valem-se da in-tuição para decidir se devem ou não investir em determi-nada companhia quando dispõem de poucas informações para amparar a escolha.

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Em mEados dos anos 1990 o governo federal fez uma negociação para a consolida-ção das dívidas estaduais. A rigor, esse acordo afetava principalmente os quatro maiores estados da federação (SP, RJ, MG e RS), que representavam 91% do total da dívida renego-ciada. Posteriormente, outro grande devedor, a prefeitura da cidade de São Paulo, foi in-cluído na renegociação. Nessa consolidação a União assumiu quase todas as nossas dívidas e passamos e dever para a União. Os juros foram reduzidos e colocou-se um limitador no tama-nho das parcelas anuais, equivalente a 13% da nossa receita líquida real. Esse limitador fez com que nunca pagássemos o total do serviço da dívida. Sem pagar as amortizações, a dívida com a União é, hoje, descontada a inflação, tão grande quanto era nos anos 1990.

Desde o governo Rigotto a renegociação da dívida com a União vem sendo difundida como a tábua de salvação das finanças públi-cas gaúchas. Em 2013, nosso déficit público foi de R$ 1,4 bilhão e o pagamento do serviço da dívida com a União consumiu cerca de R$ 2,6 bilhões. Em outras palavras, se a União perdoasse completamente a dívida nossos problemas fiscais estariam “resolvidos”. Infelizmente, a eliminação da dívida é um sonho. A possibilidade concreta é a redução dos juros para 4% e alteração retroativa o indexador para IPCA, limitado o valor total à variação da taxa Selic.

Em termos práticos isso não implica uma grande redução dos desembolsos anuais, que devem continuar a superar os R$ 2 bilhões ao ano. Há um efeito colateral dessa renegocia-ção. Ela gera redução do nosso saldo devedor, o que, em tese, abre espaço para que o Rio Grande volte a tomar empréstimos. Em outras palavras, os políticos querem renegociar a dívida para poder se endividar mais, situação justificada, politicamente, como forma de poder investir mais.

Não resta dúvida de que a renegociação da dívida é importante no processo de sanea-mento das finanças públicas estaduais, prin-cipalmente se conseguirmos aprofundar essa negociação e reduzir os desembolsos a 9% da receita líquida. Contudo, o principal elemento do reequilíbrio financeiro passa por ajustes nas despesas correntes. Temos de limitar o crescimento dessas despesas que só deveria crescer no mesmo ritmo da inflação. Assim, o ganho real de arrecadação de ICMS, que foi de mais de 100% nos últimos 15 anos, poderia ser utilizado para cobrir nosso déficit e gerar recursos para o investimento com recursos próprios. Em outras palavras, não é preciso cortar gastos correntes. Basta fazer esses gastos cresceram no limite da taxa de inflação. Com o tempo o crescimento real da receita vai “engolir” o déficit e viabilizar investimentos. Temos de parar de transferir para a União a solução dos nossos problemas financeiros.

Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-Rs

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A TábuA de SAlvAção?

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ho Food Trucks

eículos adaptados como

pequenos restaurantes móveis,

que oferecem lanches e até

pratos gourmet, despontam no

mercado gaúcho

Vempreendedores que aliam

conhecimentos de gastronomia com a vontade de serem donos do próprio negócio. A interação direta com o consu-midor é um dos pontos fortes da iniciativa, que busca uma regulamentação mais adequada às suas características. Depois do sucesso de eventos como o Bom Fim Food Park (entre outros), em Porto Alegre, a aceitação dos gaúchos no que diz respeito às refeições ao ar livre, preparadas em veículos, é cada vez maior.

A comidA de ruA, oferecidA por meio dos food trucks, AtrAi joVens

ruas ganhamnovas opções

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texto diego castro

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O analista de sistemas Marcos Antonio Pandolfo Junior deixou sua carreira para abrir o Sr. Coxinha, no centro de Nova Prata, há menos de dois anos, inspirado por modelo semelhante observado em outros estados. No truck, ofe-rece coxinhas de frango, bolinhas de queijo, croquetes, minichurros e ‘lágrimas de chocolate’, massa doce re-cheada. Os produtos — feitos em fábrica de congelados, também pertencente a ele — e a Kombi adaptada para co-zinha e decorada (investimento de R$ 60 mil) tiveram óti-ma aceitação. Cerca de 300 pessoas são atendidas por dia, com porções disponíveis por R$ 1,50. “Pessoas de todas as idades e classes sociais consomem o que é oferecido no veículo, excelente para o lançamento de nossa linha no mercado”, afirma.

O truck de Pandolfo Jr. possui três alvarás municipais para funcionar: um de comércio com localização fixa e outro de ambulante, bem como o alvará sanitário. Em Porto Alegre, por exemplo, a regulamentação da ativida-de está em andamento (veja quadro na página 46). Todo o equipamento (pia, refrigerador, caixa d’água, fritadeira) é de aço inoxidável e de fácil limpeza. A venda no Sr. Co-xinha ocorre de quarta-feira a domingo, e o trabalho de pré-preparação dos alimentos e limpeza exige ainda três horas adicionais de jornada. O empresário vê muito futu-ro no segmento, desde que o investidor conheça o produ-to, maneje bem o estoque, escolha o equipamento com o melhor custo/benefício e contrate bem o pessoal.

“Quando montei o negócio, chamei como sócia pessoa com know-how de cozinha e contratei agência de propa-ganda para pensarmos o layout”, explica. “O preço foi es-tipulado com base em quesitos técnicos, calculando cus-to de produção, com impostos e salários, e arbitrei uma margem de lucro.” A intenção dele, no futuro, é fornecer o insumo a outros empreendedores. “É um produto muito simples de preparar, basta fritar, é prático e rápido, per-feito para comer assistindo a algum espetáculo”, vibra.

Tempo ruim influencia

No bairro Bom Fim, na capital gaúcha, Guadalupe Dias e o namorado Rafael Dutra comandam o Olívia e Palito desde fevereiro. Os sanduíches ‘com uma cara diferente’ (de carne de panela, de doce de banana com creme de amendoim, hambúrguer vegetariano) são o forte do food truck. Ela já havia atuado em restaurante. “Queríamos trabalhar juntos, porém o comércio em ponto fixo sairia muito caro”, conta. Nesse ramo, o investimento inicial varia entre R$ 50 mil e R$ 300 mil.

O público consumidor é bem variado e a aceitação a sur-preendeu pela rapidez. “Além de gostarem do cardápio, as pessoas apreciam poder estar na rua, ver os amigos, há todo um convívio”, diz. As maiores dificuldades enfrentadas por Guadalupe dizem respeito ao tempo e à garantia de vaga para estacionamento da caminhonete. “Quando chove, nós

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Sr. Coxinha: veículo

no centro de Nova

Prata atrai gente

de todas as idades

em busca de

salgados e doces

práticos e baratos,

principalmente no

fim do expediente

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ho Food Trucks

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normalmente fechamos, porque não vale a pena operar. Um aviso aos clientes é comunicado pela página do truck no Facebook”, relata. “Como nosso alvará prevê funcionamento em ponto fixo, temos ainda que madrugar para conseguir vaga na rua para podermos abrir das 16h às 22h, é um proble-ma para o qual estudamos solução.”

remoldando o público

Munir Zambrano, da Trattoria Sobre Rodas, tem parti-cipado de diversos eventos com seu caminhão, enquanto aguarda a liberação do alvará da Secretaria Municipal de Comércio de Porto Alegre para trabalhar em ponto fixo no bairro Cidade Baixa. Com experiência em cozinhas profissionais, ele apostou no cardápio italiano (risotos, massas e polentas) para conquistar seu público. “Esse era um projeto engavetado há dois anos e meio e agora luto para popularizar minha comida. Quero captar fatia de mercado de quem não está disposto a gastar muito para comer bons pratos todos os dias”, declara.

Na visão dele, o novo segmento passa pela fase de remol-dagem do público-alvo. “Tivemos muitos anos de comida de

rua pejorativamente chamada de ‘morte lenta’ na cidade, en-tão agora elas começam a perceber um movimento em busca da qualidade”, diz. Zambrano relata que o costume do público é passar algumas vezes diante do caminhão até ter a coragem de procurar atendimento. “É uma reeducação”, resume. “Fe-lizmente, está acontecendo rápido.” No espaço, por exigência

legal, o empresário finaliza pratos, havendo uma fase de pré-preparo anterior. “Atendo desde a senhora idosa até a criancinha que come o espaguete com molho de queijo. No último evento, havia um bebê de 10 meses comendo a minha polenta”, orgulha-se.

A Trattoria Sobre Rodas divulga suas ações nas redes sociais, onde mantém re-lacionamento com consumidores. O retor-no in loco, contudo, diz muito a Zambrano. “Poder falar com o cozinheiro passa a ser um lance natural, diferentemente dos res-taurantes tradicionais”, afirma. Mesmo com os contratempos do clima, o empre-sário acredita em retorno do investimen-to em menos de um ano de operação.

projeto de lei

O comércio de alimentos em ruas, avenidas e outros espaços públicos de Porto Alegre por meio de veículos adaptados está em discussão na Câmara Municipal. O mesmo debate também ocorre em Ca-xias do Sul. Em abril, representantes da Associação Porto-Alegrense de Food Truck estiveram no gabinete do presidente do Legislativo para solicitar alterações na lei municipal nº 17.134/08, dos vendedores ambu-lantes, ou a criação de uma nova lei específica para a categoria. A legislação vigente não contempla a nova tendência de restaurantes móveis, cujo cardápio não se limita a cachorro-quente, pipoca ou churros. Um projeto de lei (PLL 97/2014) tramita na Casa para regulamentar esse tipo de comércio. A questão do ponto itinerante é entrave a ser superado, pelas di-ficuldades de fiscalização e de demarcação dos locais possíveis de operação no município.

olívia e Palito: sanduíches com novos

ingredientes para surpreender clientes

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pelo mundoTeia de aranha sinTéTica Pesquisadores brasileiros da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia fabricaram a primeira teia de aranha em laboratório, segundo a Agência Brasil. De acordo com o pesquisador responsável pelo trabalho, Elíbio Rech, o produto tem alta aplicabilidade comercial, de forma sustentável. As vantagens do material são características como flexibilidade e resistência, além de ser biodegradável, podendo ser usado na produção de tecidos, em fios para sutura (ideal para quem tem alergia ao nylon) e também para aplicação conjunta em nanopartículas. Além disso, têm uso também em composições metálicas e plásticas usadas em placas, peças de aviões e cascos de navios. O estudo foi iniciado em 2003 tendo como base espécies localizadas na Amazônia, na Mata Atlântica e no Cerrado. O grupo, que já domina a técnica, elabora agora um mecanismo para produção de teia em alta escala, tornando o produto economicamente viável.

helsinque sem carros A capital da Finlândia, Helsinque, desenvolveu um plano de mobilidade urbana tão ambicioso que, em tese, fará com que os carros tornem-se veículos obsoletos. A cidade está implantando um modelo público de transporte interligado e tecnológico, permitindo ao usuário obter informações sobre horários e trajetos a partir de aplicativos no celular. O sistema também prevê usos mais personalizados, já que a proposta deve permitir à população a solicitação por demanda, indicando a preferência pelos diferentes tipos de serviços: táxis, bicicletas e até carros de aluguel, cada um com seu custo específico. A intenção é que o modelo esteja em funcionamento até 2025. A eficiência deve levar à redução drástica do uso de automóveis privados.

energia e água limpas O holandês Piet Oosterling encontrou uma maneira inovadora para produzir água potável a partir de turbinas eólicas. Ou seja, além de disponibilizar água, o equipamento também gera energia, tudo isso da maneira mais sustentável possível. Considerada uma energia limpa, desvinculada de impacto negativo para o meio ambiente, a energia eólica gerada a partir de turbinas que parecem enormes cata-ventos tem como matéria-prima os ventos. A água também é produzida tendo os ventos como ponto de partida. O funcionamento básico remete à condensação, ou seja, as partículas de água são extraídas do ar, sendo armazenadas em tanques acoplados às turbinas. É possível produzir, em média, 7,5 mil litros de água por dia com o equipamento desenvolvido pela empresa Durch Rainmaker.

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A trAgédiA que tirou A vidA de Eduardo Campos produziu efeitos sobre as elei-ções presidenciais de 2014 e também para as próximas. Independentemente do seu desempenho nas urnas neste ano, Campos era considerado pelo setor político como um provável Presidente da República, nas elei-ções de 2018 ou 2022. O pernambucano tinha apenas 49 anos, era o principal herdeiro político da tradicional família Arraes e havia realizado dois mandatos com alta aprova-ção, como governador.

Quem teve a oportunidade de conhecer o discurso que proferiu durante sua breve candidatura à Presidência, percebeu um posicionamento político que dificilmente poderá ser adotado por sua sucessora na candidatura, Marina Silva. Eduardo Campos se posicionava como um candidato capaz de quebrar a polarização das últimas décadas, entre PT e PSDB, reconhecendo os pontos positivos das duas gestões, e propondo um novo ciclo de desenvolvimento para o país. Tinha uma postura agregadora, carisma, e provavelmente sua candidatura cresceria com o início dos programas eleitorais de rádio e televisão.

Com sua morte, e o ingresso de Marina Silva como candidata, e não mais como vice, todas as análises sobre o processo eleitoral

precisam ser revistas. Embora os primeiros números das pesquisas indiquem que Marina inicia a disputa em uma condição mais confortável do que a de Campos, é preciso avaliar que a atual candidata tem um perfil político, uma história e uma imagem muito diferentes do ex-governador pernambucano. Marina construiu sua carreira política nos movimentos ambientalistas e nas comunidades evangélicas, tem posições contundentes, que desagradam a alguns setores da economia e da sociedade brasileira. Foi ministra do PT, concorreu pelo PV, fez oposição ao PSDB e, portanto, não se sabe, ainda, se conseguirá se apropriar do discurso da conciliação.

Marina Silva deverá adotar o discurso da antipolítica, da candidata capaz de reunir nas urnas os manifestantes de junho de 2013, atraindo os eleitores indecisos e os que estavam dispostos a votar em branco ou nulo. Sua postura, e a maneira como entra na disputa, trazem um caráter emocional a um debate que era, até então, relativamente racional, de comparação entre governos e posicionamentos políticos e econômicos. É muito provável que a eleição tenha segundo turno, e que Dilma esteja nele. Nesse primeiro turno, as atenções estarão voltadas para a disputa entre Marina e Aécio Neves.

RodRigo giacometConsultor Político da Fecomércio-rS

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O efeitO CampOs

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112

monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

O Citibank permaneceu com a

taxa média de concessão mais

baixa em julho na modalidade.

HSBC e Caixa também mantiveram

a colocação em segundo e

terceiro postos, respectivamente,

porém com redução em relação

a junho. A média mais alta da

modalidade, por sua vez, continua

sendo praticada pelo Bradesco.

Como é usual, a modalidade

de cheque especial apresentou

poucas alterações em julho. Com

a ausência de informações do

Banrisul, que registrava a média

mais baixa da modalidade, a Caixa

permanece figurando na primeira

posição. A média mais alta (10,8%

a.m.) é praticada pelo Santander.

Apesar de elevação na primeira

semana de julho, o Banco

Safra permanece, com folga,

com a média de concessão

mais baixa na modalidade. No

segundo posto, o Banco do Brasil

apresentou elevação em sua

média e aparece praticamente

empatado com o Santander.

Na modalidade de capital de

giro com prazo superior a 365

dias, o Citibank, que não havia

registrado informações na semana

de referência em junho, voltou ao

primeiro posto em julho, seguido

pela Caixa. O Banco do Brasil, com

elevação no mês, permanece

com a taxa média mais elevada

da modalidade.

O Banco do Brasil registrou redução

na taxa média no início de julho

e assumiu o primeiro lugar. Com

oscilação no comportamento

mensal, o Citibank aparece no

segundo posto, próximo de HSBC e

Santander, terceiro e quarto

postos, respectivamente. O Banco

Safra, que já figurava em último lugar,

apresentou forte elevação no mês.

Na modalidade de desconto

de cheques, mesmo com leve

aumento em sua taxa média de

juros, o Banco Safra mantém a

primeira colocação, seguido pela

Caixa, estabilizada no segundo

lugar. O Bradesco permanece

com a média de concessão mais

alta da modalidade.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, as mesmas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas.3) Período de coleta das taxas de juros: 01/07/2014 a 07/07/2014.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

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1,59

1,66

1,88

1,97

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2,11

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Jun

6,94

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8,93

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Jun

0,92

2,19

2,39

2,61

2,78

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Jun

1,57

1,83

1,64

1,62

2,14

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Jun

2,22

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2,22

2,25

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Jun

1,64

2,07

2,54

2,41

2,82

2,82

2,97

Citibank

HSBC

Caixa

Banco do Brasil

Banco Safra

Santander

Itaú

Bradesco

Caixa

Itaú

Bradesco

Banco Safra

Banco do Brasil

HSBC

Santander

Banco Safra

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1,89

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Jul

1,26

2,43

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Jul

1,27

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1,96

2,03

2,09

2,55

Jul

2,06

2,12

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2,25

2,57

3,93

6,77

Jul

1,72

2,07

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DICAS DO MÊSfilm

e

A influênciA do diA A diA Experiências, descobertas e relatos divertidos são a base do trabalho do escritor e profes-sor de Economia Dan Ariely para mostrar que muitas decisões, tomadas sistematicamente no dia a dia, são previsivelmente irracionais. Por que compramos produtos desnecessários? Por que a promessa de dieta acaba na sobremesa? Por que códigos de conduta reduzem a desonestidade no trabalho? Segundo ele conta no livro Previsivelmente irracional, as pessoas não

compreendem as consequências do seu próprio comportamento e, por isso, tomam decisões er-radas com frequência. Cada um dos capítulos se baseia em experiências realizadas ao longo dos anos, que podem ser extrapoladas para outros

contextos de modo a serem percebidas suas implicações para a vida.

o vAlor dA colAborAção O aplica-tivo Bliive aposta na colaboração para repensar a ideia de valor. Cada usuário oferece unidades-hora de seu tempo para ajudar qualquer outro na rede a desempenhar uma atividade, como

cozinhar, tocar violão e fazer a mudança. Em troca, recebe TimeMoney, a moeda de tempo que serve de crédito para também usufruir de serviços ofe-recidos por outros. A plataforma, idealizada pela brasileira Lorrana Scarpio-ni, já tem mais de 15 mil usuários em 55 países e possibilitou o oferecimento de mais de 46 mil horas de experiências colaborativas. O app venceu quatro prêmios de empreendedorismo, desde que foi lançado. Confira bliive.com

Ficha técnicaTíTulo: Previsivelmente irracional

AuTor: Dan Ariely

EdiTorA: Elsevier

NúmEro dE págiNAs: 222

livro

Ficha técnicaTíTulo: Inside Job – A Verdade da Crise

gêNEro: Documentário

dirEção: Charles Ferguson

durAção:108 minutos

os culpAdos pelA crise O documentário Inside Job – A

Verdade da Crise (2010) disseca as razões da grave crise financeira que abalou o mundo em 2008,

quando a bolha imobiliária norte-americana estourou. Ganhador do

Oscar em sua categoria, o filme é descrito pelo diretor Charles Ferguson como uma obra sobre as consequências da corrupção sistêmica praticada pela indús-tria de sistemas financeiros. A

catástrofe, motivada pela cobiça de grandes investidores, custou

mais de US$ 20 trilhões e fez com que milhões de pessoas tenham

perdido as suas casas e empregos. A narração é do ator Matt Damon (Gênio Indomável) e há entrevistas com o especulador e empresário

George Soros, o político Eliot Spitzer, o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn e sua sucessora, Christine Lagarde,

entre outros.

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