BEM-ESTAR ANIMAL NA BOVINOCULTURA...
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Mateus J.R. Paranhos da Costa
Departamento de Zootecnia, FCAV/UNESP, Jaboticabal-SP
BEM-ESTAR ANIMAL
NA BOVINOCULTURA
LEITEIRA
http://apenas24horas.blogspot.com.br/2011/02/vacas-ha-muitas-gordas-e-que-ha-poucas.html
Vacas há muitas, gordas é que há poucas e são raros os que as sabem ordenhar
Por que devemos ter em conta o bem-estar das vacas leiteiras?
1. Tem efeito na produção de leite
2. Tem efeito na eficiência reprodutiva das vacas
3. Tem efeito na saúde das vacas
4. Tem efeito na qualidade do leite
5. É uma demanda do mercado (qualidade ética)
Instalações Manejo
Clima
Animal
Conforto da vaca e a qualidade do leite
Foto: Internet
BOAS PRÁTICAS DE MANEJO:
CONFORTO VACAS EM LACTAÇÃO
Exemplo
6/2/2015
Diferentes aspectos do conforto
Sons e ruídos
Conforto nas superfícies
Conforto térmico
Evite caminhos com pedras e formação de lama, que dificultam a passagem dos animais.
Conforto das superfícies: os caminhos
A formação de lama, comum durante a estação chuvosa, coloca em risco o conforto das vacas alojadas em piquetes.
Conforto das superfícies: os locais de descanso
Monitore a incidência de problemas de casco no rebanho
Escore 1
Postura normal, passos
firmes, sem mancar
Escore 2
Ritmo dos passos
alterado, manqueira e
costas arqueadas
Escore 3 (*)
Mais de um membro
afetado, muita dificuldade
para andar
Exemplo de vaca com estresse severopor calor. Ao identificar a presença devacas com respiração ofegante, bocaaberta com a língua exposta e intensasalivação, disponibilize imediatamenteágua fresca e limpa e, se possível,conduza-a para um local mais fresco.
Em dias quentes as vacas entram naágua para refrescar-se. Apesar destecomportamento auxiliar na perda decalor, ele pode aumentar a incidênciade mastite e de problemas de casco.
Conforto térmico
BERTIPAGLIA et al. (2000)
Descalvado, SP
8950 coberturas e inseminações
800 vacas Holandesas
3 anos
Taxa de concepção <20% sob temperatura ambiente >26o C.
Acima de 32o C praticamente não houve concepção.
Correlação com:
temperatura do ar = 0,545
umidade do ar = 0,717
Grau de sangue ITU Crítico Superior
1/2 Holandês 80
3/4 Holandês 77
7/8 Holandês 75
Azevedo et al., 2005Internet
GENÉTICA PARA ADAPTAÇAO AO CALOR
Seleção para adaptação ou cruzamentos com raças adaptadas
Índice de Temperatura e Umidade (raças taurinas)
Perissinoto e Moura, 2007
71,5 76,6 80
MUITO BOM BOM REGULAR RUIMITU = Ta + 0,36Tpo + 41,5
Ta = Temp. ar (°C) e Tpo = Temp. pto orvalho (°C)
TRATAMENTO (sala de espera) Kg de leite/vaca/ordenha
Sombra Artificial 18,20 kg
Sombra + Ventilação 19,19 kg
Sombra + Ventilação + Aspersão 20,53 kg
Nääs e Arcaro Junior, 2001
Aperfeiçoamento do ambiente térmico
Efeito da disponibilidade de sombra, sombra + ventilação e
sombra + ventilação + aspersão sobre a produção de leite de
vacas holandesas
Aperfeiçoamento do ambiente térmico
- Sombra
- Ventiladores
- Aspersão de água
-Tanques,
- Lama, etc.
? ?
Problemas decorrentes do uso incorreto de sistemas de climatização
Atenção para:
- O dimensionamento e localização das sombras.
- A manutenção dos sistemas de aspersão, evitandovazamentos ou falhas na regulagem.
Importância da higiene das vacas
Monitorar a higiene das vacas – Ferramenta de manejo
Indicador de conforto - instalação
Densidade de animais / caminhos/ sombra
Crítico no verão
$$$
Escore de 4 pontos
Muito limpa
Muito suja
Limpa
Suja
Pesquisa em duas fazendas (Germânia e Liberdade)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Muito limpa
Limpa
Suja
Muito suja
Po
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Escores de sujidade
Escore de
sujidadeN ECS
CCS / ml de
leite
ML 618 4,60 ± 2,33 ª 300.000
L 995 4,77 ± 2,37 b 341.000
S 518 4,97 ± 2,28 b,c 396.000
MS 269 4,94 ± 2,34 c 392.000
Sa
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Pa
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, 2
011
Para cada aumento do escore de sujidade ocorreu
aumento de 40 a 50 mil células somáticas em média
Entre SUJA e MUITO SUJA – não tem diferença na CCS
A avaliação do conforto das vacas deve fazer parte da rotina de
cada propriedade, considerando-se o tipo de criação adotado –
extensivo, semi-intensivo, intensivo (piquetes, free-stall, etc.)
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BOAS PRÁTICAS DE MANEJO: ORDENHA
Exemplo
Rosa et. al, 2006
Hemsworth et al. 2000
Produção de leite
Proteína de leite
Gordura
Cortisol
Cortisol
- metabolismo
- atividade muscular
- batimentos cardiacos
MAIOR PRODUÇÃO DE CALOR
Falhas na condução até a sala de ordenha
Exemplo 1
Conseqüências do manejo inapropriado durante a ordenha
Frequência de vacas ruminando na sala de ordenha em função da
qualidade do manejo durante a condução das vacas da sala de espera
para a sala de ordenha(Rosa, 2002)
Positivo Negativo
Redução da ruminação durante a ordenha
Problemas de manejo têm efeito direto na
produção de leite
“Gritar” reduziu a produção de leite em até 2,27 Kg de leite/vaca/ordenha
(Madureira, 2006)
Produção de leite
(Kg)
F=2,470; GL=153; P=0,0001
Gritou
Não
gritou
Respostas comportamentais a humanos e produtividade de vacas leiteiras
Ações Produção de leite Proteína Gordura
Agressões físicas -0,39 -0,45 -0,40
Gritos -0,40 -0,45 -0,56
Coeficientes de correlação entre as frequências de agressões físicas e gritos e produção e qualidade do leite
Mudança comportamental do ordenhador e da vaca em relação aos
dias de semana (verde) e final de semana (amarelo)
0123456789
10
Leve Moderada Forte
%
0
1
2
3
4
5
6
Semana Final semana
%
05
1015202530
Semana Final semana
% % Bater % Intensidade de bater
% Gritar% Ruminação
(Rosa et al, 2002)
É possível melhorar o manejo mudando
do manejo convencional para o manejo racional
Oferecendo formas alternativas para realizar o manejo
Selecionando bem as pessoas que manejam os animais
Treinamento a equipe nas boas práticas de manejo
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BOAS PRÁTICAS DE MANEJO:
VACINAÇÃO BOVINOS LEITEIROS
Exemplo
Consequências negativas de falhas de manejo durante a vacinação
EstresseDor
Acidentes de trabalhoFalhas na vacinaçãoReações vacinais
Aplicação das vacinas: local e procedimentos
Agulhas específicas devem ser usadas de acordo com a via de administração e categoria animal.
Local correto da aplicação:
subcutânea = verde intramuscular = amarelo
O local de aplicação deve estar limpo.
Vacinas intramusculares: injetardentro do músculo do pescoço,use agulhas mais compridas,mantenha o conjunto seringa-agulha perpendicular ao corpodo animal.
Vacinas subcutâneas: puxe apele do pescoço do animal,mantenha o conjunto seringa-agulha na posição paralela emrelação ao corpo do animal,insira a agulha e injete a vacina
O sentido da inserção da agulha está errado, que sempre deve ser
feita de trás para frente, de forma a diminuir o risco de
acidentes causados pela movimentação do animal.
Local de vacinação errado. Sempre vacine no pescoço do animal, como apresentado no
slide anterior.
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BOAS PRÁTICAS DE MANEJO: BEZERROS LEITEIROS(Magalhães Silva et al., 2007)
Exemplo
BOAS PRÁTICAS DE MANEJO
• Contato físico
• Oportunidade de sugar
• Oportunidades para interações sociais e
brincadeiras
• Desmame progressivo
“ TODO BEZERRO PRECISA DE UMA MÃE”
Inicio de tudo(2005 – 2007)
Do Nascimento até 30 dias de idade
De 31 a 60 dias de idade
MANEJO CONVENCIONAL
• Sem oportunidade de sugar
• Poucas oportunidades de interações
sociais e brincadeiras
• Desmame repentino
Problemas:
Altas taxas de morbidade e mortalidade
1,67±0,81 b 1,42±1,40 b
4,95±3,20 a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
CH T RH
Av
era
ge
of
de
ath
s p
er m
on
th p
er h
an
dlin
g p
ro
ce
du
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Médias ± DP do número de mortes
por mês em função dos tipos de
manejo: convencional (CH),
transição (T) e boas práticas de
manejo (RH)
16.30±13.83 b18.50±8.26 b
35.25±14.99 a
0
10
20
30
40
50
60
CH T RHA
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Médias ± SD da frequência de
tratamentos com antibióticos por mês
em função dos tipos de manejo :
convencional (CH), transição (T) e
boas práticas de manejo (RH)
Resultados
BEM-ESTAR DE BEZERROS LEITEIROSInfluência da presença da mãe e da estimulação tátil
Pesquisa
Dados não publicados
Animais e métodos
48 Bezerras Girolando (do nascimento a 35 d. de idade)
4 tratamentos T1= Com a mãe nas primeiras 24 horas, sem estimulação tátil
T2= Com a mãe nas primeiras 24 horas + estimulação tátil (5 min/d)
T3= Separado da mãe ao nascimento e sem estimulação tátil
T4= Separado da mãe ao nascimento + estimulação tátil (5 min/d)
Problemas de Saúde
Tratamentos T1 T2 T3 T4 χ2
Problemas de saúde
(mãe
presente e
sem
estimulação)
(mãe presente
+ estimulação
(mãe
ausente e
sem
estimulação
(mãe
ausente +
estimulação
Diarreia (%)Pré-desmame 66.67 25.00 33.33 25.00 4.27 (P=0.11)
Pós-desmame 0 0 0 0 -
Pneumonia (%)
Pré-desmame 16.67 0 33.33 8.33 2.47(P=0.29)
Pós-desmame 18.18 8.33 41.67 0 < 0.05
Resultados:
Porcentagens de ocorrências de diarreia e pneumonia nos
períodos pré e pós-desmame
Dados não publicados
jan abr mai jun jul ago set out nov dez
2013
Média de Peso 88 105 97 91 81 90 100 101 99 99
Desvio Padrão 16,5 11,0 13,2 12,6 11,0 10,8 11,9 13,3 13,4 11,2
N 25 27 67 105 94 112 44 102 72 59
88
105 97
91
81 90
100 101 99 99
-
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
-
20
40
60
80
100
120
Peso à Desmama - Santa Luzia 2013
A adoção das boas práticas de manejo melhorou o peso de desmama dos bezerros
Practical implications
Banco de dados da fazenda
Implicações práticas
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These results suggest that trained heifers may
have experienced less distress during the first week of
lactation, but the effect of training on the behavioral
and physiological responses to milking appeared to be
influenced by heifer temperament.
BEM-ESTAR DE BOVINOS LEITEIROS
Preparação das novilhas para a primeira ordenha
Pesquisa
Os “resultados sugerem que as novilhas treinadas experimentam menos estresse durante a primeira semana de lactação, mas o efeito do treinamento nas respostas fisiológicas e comportamentais as primeiras ordenhas parecem ser mais influenciadas pelo temperamento das novilhas”
Desafio:
MENSURAR UMA CARACTERÍSTICA QUE É MUITO COMPLEXA
tensão
...
AVALIAÇÃO DO TEMPERAMENTO
MANUAIS BOAS PRÁTICAS DE MANEJO
Boas práticas de manejo: Ordenha
Boas práticas de manejo: Bezerros leiteiros
Boas práticas de manejo: Conforto vacas em lactação
Boas práticas de manejo: Vacinação bovinos leiteiros
PROGRAMA DE BEM-ESTAR DE BOVINOS LEITEIROS