Bcca para alvenaria sem função estrutural

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>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSDE CONCRETO CELULARAUTOCLAVADOS

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSDE CONCRETO

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSCERÂMICOS

>>>>> PAREDES DE CHAPASDE GESSO ACARTONADO(DRYWALL)

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSSÍLICO-CALCÁRIOS

>>>>> ALVENARIA DE BLOCOSE TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO

>>>>> ALVENARIA DE TIJOLOSCERÂMICOS MACIÇOS

Bloco de concreto celularautoclavado sem funçãoestrutural

OPÇÕESVeja abaixo os tiposde parede semfunção estrutural(paredes de vedação)

CHECK-LISTVerifique os itens aserem consideradosno momento daespecificação

Absorção de água Aspecto Características

específicas do projeto Consumo Controle do serviço Desempenho Dimensões e tolerâncias Disponibilidade Pagamento/medição Interfaces alvenaria–

estrutura Juntas de controle Massa da parede Modulação Preços Produtos qualificados Recebimento em obra e

armazenamento Resistência à compressão Retração na secagem

MATERIAL

PRODUTOBloco de concreto celular autoclavado para alvenaria sem funçãoestrutural (BCCA para vedação).

DEFINIÇÃODe acordo com a NBR 13438, de agosto de 1995, define-se o Bloco de concretocelular autoclavado sem função estrutural como componente maciço de edificaçõesutilizado em paredes externas e internas como elemento de vedação.

PRODUÇÃO ANUAL ESTIMADAConforme informações da Precon de junho de 2006, anualmente são produzidos cerca de 144.000 m³ deBCCA no País (vedação e estrutural): 46,7% em São Paulo, cerca de 23,3% em Minas Gerais, 10,1%em Santa Catarina, 6,3% no Rio de Janeiro, 4,5% na Bahia e o restante distribuído entre Goiás, Paraná,Distrito Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Piauí.

TIPO (NBR 13438/1995)

Blocos de concreto celular autoclavados do tipo vedaçãoSão os blocos que atendem aos requisitos dimensionais, classe de resistência àcompressão e densidade de massa aparente seca, definidas na respectiva especificação.

Blocos de concreto celular autoclavados do tipo especialSão os blocos fabricados em formatos, dimensões e especificações de comum acordoentre fornecedor e comprador.

DIMENSÕES

Dimensões nominais e modulação dos blocos (mm)ESPESSURA ALTURA (2) COMPRIMENTO (2)

≥ 75 (1)≥ 200 (1)

≥ 200 (1)

120 e 170 ≥ 200 (1)≥ 200 (1)

Notas:(1) Modulação de 25 em 25 mm.(2) A altura mais usual é de 300 mm e o comprimento de 600 mm.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (NBR 13438/1995)

Resistência à compressão e densidade de massa aparente seca

Classe típica de resistência à compressão e densidade de massa aparente secaCLASSE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NO ESTADO SECO (MPa) DENSIDADE APARENTE SECA (kg/m³)

VALOR MÉDIO MÍNIMO VALOR MÍNIMO POR BLOCO VALOR MÉDIO

C 12 1,2 1,0 ≤ 450

C 15 1,5 1,2 ≤ 500

C 25 2,5 2,0 ≤ 550

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Características visuaisA norma em questão recomenda que os blocos não apresentem defeitos como trincas,quebras e superfícies irregulares.

Tolerâncias dimensionais

Tolerâncias de fabricaçãoDIMENSÕES TOLERÂNCIAS (mm)

ASSENTAMENTO DOS BLOCOS COM ARGAMASSA ASSENTAMENTO DOS BLOCOS COM

DE CIMENTO, CAL HIDRATADA E AREIA ARGAMASSA COLANTE (1)

Espessura 3 2

Altura 3 2

Comprimento 3 2

Nota: (1) A argamassa é especialmente desenvolvida para juntas de 10 mm.

DesignaçãoOs blocos de concreto celular autoclavados devem conter as seguintes informações: tipode bloco (bloco de CCA), número da norma técnica correspondente (NBR 13438) edimensões nominais (largura x altura x comprimento).

Retração na secagemNão há referência na NBR 13438, porém é um aspecto importante a ser observado.Na ausência de informações, poderá ser considerada a especificação de blocos deconcreto, NBR 6136.

FORMA DE COMERCIALIZAÇÃOA forma ideal de entrega é com paletes protegidos, com os blocos protegidosmecanicamente e da água de chuva. No momento da cotação de preços, o compradordeve informar o local de entrega do material, as dimensões, a classe de resistênciaà compressão, a densidade de massa aparente seca e outras características particularesde projeto.

CONSUMO DE MATERIAL

Consumo médio de blocosO valor adotado nas composições do TCPO (Tabelas de Composições de Preços paraOrçamentos) 12a edição para blocos de concreto celular autoclavados, considerando-seperda de 2%, é de 1,02 m²/m², para as peças de dimensões de 30 cm de altura e 60 cm decomprimento. Já segundo o fabricante Precon, o consumo de BCCA é de 5,55 blocos/m²de alvenaria, adotando-se blocos de mesmas medidas.

Consumo médio de argamassaConforme o TCPO, o consumo médio de argamassa mista de cimento, cal hidratada eareia sem peneirar, traço 1:2:9, tipo 4, é de:

Dimensões do bloco (cm) 10 x 30 x 60 12,5 x 30 x 60 15 x 30 x 60

Consumo de argamassa (m³/m²) 0,0060 0,0075 0,0090

Normas técnicas diretamente relacionadas

NÚMERO DATA DA ÚLTIMA DESCRIÇÃO DA NORMA TIPO DE NORMA

DA NORMA ATUALIZAÇÃO

NBR 13438 ago/95 Blocos de concreto celular autoclavado Especificação

NBR 13439 ago/95 Blocos de concreto celular autoclavado – Verificação da resistência à compressão Método de ensaio

NBR 13440 ago/95 Blocos de concreto celular autoclavado – Verificação da densidade de massa aparente seca Método de ensaio

QUESTÃOAMBIENTAL

Classificação doresíduo: conformeresolução 307 doConama (ConselhoNacional do MeioAmbiente) de 05 dejulho de 2002, osresíduos de BCCA eargamassas podem serconsiderados declasse A.Nota: verificar se nãohouve incorporação deoutro resíduo aoprocesso de produçãodos blocos e daargamassa, quealterem a classificação.

Destinação doresíduo: sãodestinados a aterrosde resíduos daconstrução civil. Nãohá estudos no Brasilsobre a utilização deagregados recicladosde BCCA.

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Entretanto, de acordo com o fabricante, o consumo estipulado – adotando densidade demassa aparente seca de 500 kg/m³ é:

Dimensões do bloco (cm) 12,5 x 30 x 60 15 x 30 x 60 20 x 30 x 60

Consumo de argamassa (m³/m²) 0,0180 a 0,0240 0,0240 a 0,0300 0,0300 a 0,0360

Consumo variável de blocosConforme os valores apresentados nas réguas de produtividade do TCPO, em virtude damaior ou menor racionalização dos processos construtivos das empresas construtoras,apresentam-se os valores.

Consumo de blocos (un/m²)

Consumo variável de argamassaConforme os valores apresentados nas réguas de produtividade do TCPO, em virtude damaior ou menor racionalização dos processos construtivos das empresas construtoras,apresentam-se os valores.

Consumo de argamassa (m³/m²)

Mínimo Mediana Máximo

5,29 5,39 5,55

0,0036Mínimo

0,0062Mediana

0,0104Máximo

ARMAZENAGEM(NBR 13438/1995)A norma técnicabrasileira recomendaque os blocos sejamarmazenados em locaislimpos, planos, secos,arejados e protegidosde intempéries.De acordo com o DAU(Documento deAdequação ao Uso) 03/012 de 7 de novembrode 2003, da fabricantefrancesa XellaThermopierre AS, ospaletes devem estarprotegidos em plásticoe o empilhamentomáximo é de trêspaletes.Caso os blocos sejammolhados, mesmo seestiverem embalados, énecessário deixá-lossecar antes de seremassentados, pois sãoaplicados secos. OsBCCA sãoconsideradossuficientemente secosquando foremutilizados pelo menosapós 15 dias de suadata de fabricação.

PREÇOS UNITÁRIOSPara fins de comercialização adota-se a unidade, o m³ ou o m².

Preço (R$):LARGURA (MM) ALTURA (MM) COMPRIMENTO (MM) UN SP RJ MG PR

100 300 600 m² 18,64 23,10 19,79 23,00

125 300 600 m² 24,21 28,88 24,74 28,75

150 300 600 m² 27,95 34,65 29,69 34,50

200 300 600 m² 37,27 46,20 39,59 46,00

Dados referenciais de material data-base novembro/2006.

ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO (NBR 13438/1995)A amostra deve atender aos requisitos de características visuais, dimensões e tolerâncias,resistência à compressão e densidade de massa aparente seca. Os números de peçaspara aceitação e rejeição seguem na tabela abaixo:

Número de aceitação e rejeição na inspeção por medição direta e por ensaioLOTE (NO DE BLOCOS) AMOSTRAGEM UNIDADES DEFEITUOSAS

PRIMEIRA SEGUNDA PRIMEIRA AMOSTRAGEM SEGUNDA AMOSTRAGEM

NÚMERO DE NÚMERO DE

ACEITAÇÃO (AC) REJEIÇÃO (RE) ACEITAÇÃO (AC) REJEIÇÃO (RE)

501 a 3.200 8 8 1 4 4 5

3.201 a 35.000 13 13 2 5 6 7

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DESEMPENHO

Valores de Isolação sonora e Classe de resistência ao fogoREFERÊNCIA LARGURA DO LARGURA DA REVESTIMENTO ISOLAÇÃO SONORA CLASSE DE RESISTÊNCIA

BLOCO (mm) PAREDE (mm) Rw EM dB AO FOGO (mín.)

ISOLAÇÃO TÉRMICA INTEGRIDADE

Hebel (1) 75 75 Sem revestimento - 60 60

Hebel (1) >100 >100 Sem revestimento 38 a 43 240 240

DAU (2) 100 100 Sem revestimento - 180 180

Xella/Ytong 100 100 Sem revestimento 36 - -

Revista 100 >100 Com revestimento 34 - -

Téchne (3)

DAU (2) 150 150 Sem revestimento - 240 240

Xella/Ytong 150 150 Sem revestimento 38 - -

DAU (2) 200 200 Sem revestimento - 360 360

DAU (2) 200 220 Com revestimento 42 (-1,-4) - -

Xella/Ytong 200 200 Sem revestimento 40 - -

Referências:1) Manual Técnico da fabricante australiana Hebel, CSR Hebel Technical Manual, jan/2006. A classe de resistência ao fogo, relativamente àintegridade, foi determinada de acordo com norma australiana AS3700.2) DAU (Documento de Adequação ao Uso) 03/012 de 7 de novembro de 2003, da fabricante francesa Xella Thermopierre SA.3) Revista Téchne, artigo “A qualidade acústica dos edifícios e a contribuição das paredes de gesso acartonado”, Editora PINI, pág. 69.

Segundo a revista Téchne, edição 107, na matéria Painéis Termoisolantes apresentada àpág. 26, a condutividade térmica do concreto celular autoclavado é de 0,1032 kcal/h x m x ºC,sem definição de densidade.Conforme o DAU 03/012, os valores abaixo dizem respeito ao BCCA de 200 mm de largura,sem especificação se é para uso em alvenaria de vedação ou estrutural.

BCCA de 200 mm de larguraDENSIDADE (kg/m³) COEFICIENTE DE CONDUTIVIDADE COEFICIENTE DE DILATAÇÃO MÓDULO DE ELASTICIDADE A

TÉRMICA (W/m x K) TÉRMICA (K-1) COMPRESSÃO (MPa)

400 0,120 8x10-6 1400

550 0,165 8x10-6 2300

Referência: DAU (Documento de Adequação ao Uso) 03/012 de 7 de novembro de 2003, da fabricante francesa Xella Thermopierre S.A.

Ainda de acordo com o DAU 03/012, os BCCA empregados em alvenarias externas terão deser revestidos para proteção em relação à água de chuva.

Conforme o Boletim Técnico BT/PCC/161, Método construtivo de alvenaria de vedação deblocos de concreto celular autoclavado, da Escola Politécnica da USP, 1996, de Mariennedo Rocio de Mello Maron da Costa e Luiz Sérgio Franco, “a fixação de cargas suspensasnas paredes de alvenaria de BCCA deve ser executada com o auxílio de buchas especiais.A colocação direta de pregos ou de parafusos com buchas comuns não permite aestabilidade das cargas suspensas, devido às características de porosidade (quedetermina baixa aderência com o metal) e baixa resistência às cargas concentradas doconcreto celular autoclavado”.

Em consonância com informações de fabricante nacional, são normalmente utilizadasbuchas tipo S8 e parafusos de rosca soberba parcial com dimensões de 6 x 60 mm, em furode 8 mm. Tais fixações, entretanto, variam em função do tipo de carga a ser aplicada nasparedes de BCCA sem função estrutural, sendo necessário, portanto, consultar umfabricante para que ele verifique a necessidade de cada projeto.

Vida útil de projetoAs alvenarias externas einternas, bem como seuscomponentes constituintes,devem manter suafuncionabilidade durantetoda a vida útil de projeto,desde que sejam respeitadasas condições de usoconforme previsto emprojeto e submetidas amanutenções periódicas econservação especificadapelos respectivosfornecedores.No caso de paredesexpostas às intempéries,devem ser limitados osdeslocamentos, fissuraçõese falhas, inclusive nos seusrevestimentos, comoconseqüência da exposiçãoao calor e resfriamentosperiódicos.As manutenções preventivase as de caráter corretivo,que visam não permitir oprogresso de pequenasfalhas, que poderiamresultar em extensaspatologias, devem serrealizadas de acordo com o“Manual de Operação, Uso eManutenção” fornecido peloincorporador e/ouconstrutora.O Projeto de Norma 02:136.01-001/1 de 15 de maio de 2006,Edifícios habitacionais deaté cinco pavimentos –Desempenho, Parte 1:Requisitos gerais, Anexo E,indica o valor mínimo de 15anos para a vida útil deprojeto de paredes devedação.Ainda conforme apublicação acimamencionada, as alvenariasde vedação têm prazo degarantia mínimo de cincoanos no que diz respeito àsegurança e integridade.Os BCCA para vedação,conforme o DAU 03/012,deterioram-se na presençade ácidos ou soluçõesácidas de sais, comocloretos ou sulfatos, e asconcentrações máximasadmitidas são de 600 mg/l nocaso de águas e 3.000 mg/kgno caso de solos.Entretanto, os BCCA paravedação são resistentes asoluções alcalinas.

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DEFINIÇÃOExecução de alvenaria sem função estrutural com blocos de concreto celular autoclavados.

ESPECIFICAÇÃO DOS PRODUTOSBlocos, argamassa de assentamento e telas metálicas de ligação ou ferros cabelo.

DIRETRIZES PARA EXECUÇÃO DO SERVIÇO> A elevação da alvenaria pode ocorrer após a execução da estrutura de pelo menosquatro pavimentos (livres de escoramentos).

> O início da alvenaria pode se dar do 4o pavimento para o 1o pavimento, sem que se façaa fixação da alvenaria à viga.

> Os procedimentos se repetem até que se tenha 50% de toda a alvenaria executada e aincorporação de toda a carga permanente possível, como contrapisos. Nesse momento, pode-se iniciar a fixação desta à estrutura. A alvenaria só será fixada após 14 dias de sua execução.

> No último pavimento, a fixação da alvenaria à estrutura poderá ocorrer após 30 dias daelevação da parede, desde que o telhado e o isolamento térmico já tenham sido executados.

> Em paredes com mais de 10,00 m, dividir o vão com inclusão de pilarete.

> No caso de paredes com alturas superiores a 4,50 m, dividir o vão com a utilização decinta de concreto armado.

> Quando do encontro de paredes com BCCA e paredes de tijolos de barro, deve-seutilizar vergalhões de aço engastados à alvenaria de tijolos de barro a cada duas fiadas deblocos de concreto celular autoclavado.

> Caso as paredes com BCCA sejam amarradas às paredes com blocos de concreto,deve-se recorrer ao uso de vergalhões de aço engastados na alvenaria de blocos deconcreto a cada duas fiadas.> Quando do encontro de paredes com BCCA e elementos de concreto, sugere-se queseja aplicado chapisco com antecedência mínima de 8 horas para posterior assentamentocom argamassa.Referências:1) “Diretrizes para o projeto de alvenarias de vedação”, dissertação de mestrado deMargarete Maria de Araújo Silva, Epusp, São Paulo, 2003.2) NBR 14956-1 de maio de 2003.3) NBR 14956-2 de maio de 2003.

INTERFACE ALVENARIA X PILAREm geral são empregados ferros cabelo, constituídos de barras de aço ou telas metálicasfixadas com pinos ou parafusos.No caso de panos de alvenaria relativamente grandes ou consideravelmente deformáveis,a colocação de ferros cabelo não conseguirá impedir o destacamento das paredes juntoaos pilares. Nesses casos, recomenda-se o uso de tela metálica na argamassa derevestimento ou o uso de selantes elastoméricos nas juntas.Para mais detalhes, consulte as NBR 14956-1 e NBR 14956-2.

> Locação da alvenaria> Locação e execução da1a e 2a fiadas> Elevação das paredes> Juntas de controle> Vergas e contravergas> Cintas de amarração(eventualmente)

ETAPASDO SERVIÇOA execução divide-senas seguintes fases

SERVIÇO

Alvenaria sem funçãoestrutural com blocos deconcreto celularautoclavados

DADOS DE PROJETOPara atender àsnecessidades daprodução, o projeto dealvenaria devecontemplar:> Plantas de locação daprimeira e segunda fiada.> Elevação (paginação)das paredes, contendoblocos inteiros ecortados, singularidades,embutimento deinstalações e vãos ouaberturas.> Características dasjuntas entre blocos.> Detalhes típicos decintas, vergas econtravergas comrespectivas armaduras.> Detalhes típicos dasinterfaces entrealvenaria e estrutura.> Juntas de controle oude movimentação(importantes no caso deBCCA estruturais, emrazão de movimentaçãohigroscópica).> Especificação do bloco,da argamassa deassentamento e dosprodutos responsáveispela interface alvenaria xestrutura.

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JUNTAS DE CONTROLE OU MOVIMENTAÇÃOConforme a NBR 14956-2, as juntas de movimentação devem ser previstas sempre que ocomprimento da parede de BCCA exceder 6 m, e a espessura dessas juntas pode variar de10 a 12 mm.Para tanto, pode-se utilizar um conector (vergalhão de aço) reto, liso e com diâmetro de 4mm a 5 mm, posicionado paralelamente ao eixo da alvenaria, nas juntas horizontaisímpares, a partir da terceira, sendo a primeira a de marcação.O conector deve transpassar 30 cm para cada lado da junta e ser envolvido com materialque evite o atrito com a argamassa de assentamento.

FORMA DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO (GARANTIAS)Quando a execução é conduzida diretamente pela empresa construtora, com mão-de-obraprópria ou terceirizada, contratando-se também o projeto de produção e especificando-seos materiais, normalmente a responsabilidade técnica é compartilhada com a empresaprojetista. Nessa situação, a empresa construtora define e gerencia os fornecedores demão-de-obra, o processo de produção, o controle da qualidade dos serviços e aadministração dos materiais (especificação, negociação, compra e perdas).Por outro lado, quando a empresa construtora contrata outra empresa especializada, quecomercializa o pacote de serviço, pode incluir no contrato o fornecimento de materiais(blocos, argamassa, acessórios) e mão-de-obra para o serviço de alvenaria, além da:

> Definição do sistema a ser adotado, incluindo especificação de materiais,equipamentos e métodos construtivos para a execução dos serviços;

> Administração dos materiais fornecidos, com levantamentos quantitativos, elaboraçãode pedidos, recebimento e controle das perdas;

> Projeto de produção com planta de 1a fiada e elevações das paredes;

> Equipamentos de execução, carrinhos de transporte e EPIs;

> Gestão dos serviços, com elaboração de cronogramas detalhados, planejamento docanteiro e proposição de soluções logísticas para o serviço.A mão-de-obra para execução da alvenaria deve contemplar também transporte horizontale vertical dos materiais, dosagem dos materiais para argamassa e confecção das vergas econtravergas, além da própria alvenaria.Na contratação de empresas especializadas pode ser exigida a ART (Anotação deResponsabilidade Técnica) para os serviços executados, incluindo o fornecimento de materiais.Pode ser feita retenção, em geral de 5%, de cada medição, a ser paga posteriormente,normalmente 90 dias após a conclusão de todos os serviços contratados. O valor poderáser usado para eventuais correções de falhas verificadas ou até mesmo para algumadespesa administrativa não paga e de responsabilidade do empreiteiro como impostos,encargos sociais e possíveis causas trabalhistas.Em qualquer dos casos é importante que a construtora aplique a sua metodologia decontrole na aceitação dos serviços, antes de efetuar a liberação do pagamento, pois quemuitas construtoras já dispõem de fichas de verificação de serviços incluindo os itens aserem conferidos, ferramentas de verificação e tolerâncias, como:

> Desvios ou tolerâncias para marcação, prumo, nível e alinhamento;

> Desvios de espessura incluindo revestimento;

> Acabamento de juntas no caso de alvenaria aparente;

> Verificação do preenchimento das juntas entre blocos;

> Verificação de vergas e contravergas;

> Verificação dimensional do posicionamento de singularidades como tomadas,interruptores, papeleiras etc.

Normas técnicas diretamente relacionadasNÚMERO DATA DA ÚLTIMA DESCRIÇÃO DA NORMA TIPO DE NORMA

DA NORMA ATUALIZAÇÃO

NBR 14956-1 mai/03 Blocos de concreto celular autoclavado – Execução de alvenaria sem função estrutural -

Parte 1: Procedimento com argamassa colante industrializada Procedimento

NBR14956-2 mai/03 Bloco de concreto celular autoclavado - Execução de alvenaria sem função estrutural -

Parte 2: Procedimento com argamassa convencional Procedimento

FERRAMENTAS EEQUIPAMENTOSNECESSÁRIOSPARA A EXECUÇÃODO SERVIÇO> “Gambiarra” parailuminação

> Andaime metálico oude madeira

> Betoneira ouargamassadeira

> Bisnaga aplicadoraou colher especial(concha dentada)aplicadora deargamassa deassentamento

> Brocha ou trincha

> Caixa ou caixote paraargamassa(argamassadeiramanual)

> Carrinho de mão oujerica

> Colher de pedreiro

> Desempenadeira deaço dentada

> Escada de setedegraus

> Escantilhão

> Esquadros de 45º e 90º

> Fio de prumo

> Gabarito para vão deporta (opcional)

> Lápis de carpinteiro egiz de cera

> Linha de náilon

> Martelo de borracha

> Nível de bolha

> Nível de mangueira

> Nível laser (opcional)> Rasgador> Régua de alumínio de2 m

> Rolo de espuma

> Serrote

> Trena metálica de 3, 5e 20 m

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FORMA DE PAGAMENTOEm geral, os pagamentos ou medições são feitos considerando-se a quantidade de serviço concluídopor área de alvenaria. Dependendo do caso, a medição pode ser feita considerando a área de alvenariaexecutada no andar ou no meio-andar, em função das dimensões da obra e quantidades de serviço.As medições normalmente são feitas quinzenalmente, uma no início do mês (em torno do dia 5) eoutra no final do mês (em torno do dia 20).No caso de empresa que comercializa o pacote de serviço, incluindo fornecimento de materiais emão-de-obra, a contratação é feita normalmente em regime de preços unitários. As medições sãorealizadas quinzenalmente e o pagamento é feito segundo a quantidade de serviço executado noperíodo, conforme os critérios de medição definidos na contratação.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇAO livro NR-18 Manual de Aplicação, de abril de 1999, escrito por José Carlos de ArrudaSampaio e publicado pela Editora PINI, caracteriza o trabalho de alvenaria como umserviço de cuidados simples no que diz respeito ao uso de ferramentas.O início dos serviços de assentamento dos blocos deve ocorrer após a instalação deproteções em todas as aberturas de pisos, paredes e fachadas, evitando, dessa forma, aqueda de pessoas ou materiais.Nas bordas das lajes ou nas aberturas de piso faz-se necessária a instalação deproteções coletivas, como guarda-corpos, plataformas etc. e os operários devem utilizarsempre cintos de segurança.

O uso de EPIs se faz necessário quando forem executados os seguintes serviços:

> Aplicação de chapisco: utilização de óculos de segurança;

> Preparo da argamassa e assentamento dos blocos: uso de luvas impermeáveis;

> Trabalhos em alturas superiores a 2,00 m: é necessário o uso do cinturão de segurançatipo pára-quedista.

No que diz respeito ao armazenamento de materiais, esse deverá ser feito de forma a nãoobstruir as passagens e acessos.Quando do içamento dos blocos, esse poderá ser feito por meio de gruas ou guinchos,no caso de materiais paletizados, ou por meio de elevadores de materiais. Em qualquersituação, a carga máxima suportada pelo equipamento tem de ser respeitada, além deserem tomadas todas as cautelas necessárias para que não haja queda de materiais.Além dos já citados, veja uma relação dos equipamentos de proteção coletiva necessáriosà execução do serviço:

> Bandejas primárias e secundárias

> Cancelas para bloqueio de circulação

> Tela de proteção para fachadas

> Telas de proteção do andar

MANUTENÇÃOConforme DAU 03/012, a manutenção do sistema concentra-se fundamentalmente nagarantia de estanqueidade à água das paredes e nos elementos de proteção contra águade chuva. Fissuras em revestimentos externos ou paredes externas devem ser reparadas,de modo a evitar a penetração de água de chuva.

RELAÇÃO DE EPIsUTILIZADOS> Bota de segurançacom bico de aço

> Capacete desegurança

> Cinto de segurançacom trava-quedas(preso em cabo de açoou corda de segurançaauxiliar)

> Luva de proteção(vinílica, de raspa)

> Óculos de segurança

> Protetor auricular

PREÇOS MÉDIOS DO SERVIÇO

Preços de mão-de-obra (R$)DESCRIÇÃO DO SERVIÇO DESCRIÇÃO DO SERVIÇO DESCRIÇÃO DO SERVIÇO DESCRIÇÃO DO SERVIÇO DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNUNUNUNUN EQUIPE TERCEIRIZADA (R$)EQUIPE TERCEIRIZADA (R$)EQUIPE TERCEIRIZADA (R$)EQUIPE TERCEIRIZADA (R$)EQUIPE TERCEIRIZADA (R$) EQUIPE PRÓPRIA (R$)EQUIPE PRÓPRIA (R$)EQUIPE PRÓPRIA (R$)EQUIPE PRÓPRIA (R$)EQUIPE PRÓPRIA (R$)

Alvenaria sem função estrutural com blocos de concreto celular

autoclavados, 12,5 x 30 x 60 cm m2 9,00 4,99

Alvenaria sem função estrutural com blocos de concreto celular

autoclavados, 15 x 30 x 60 cm m2 9,00 5,08

Alvenaria sem função estrutural com blocos de concreto celular

autoclavados, 20 x 30 x 60 cm m2 9,50 5,27

Dados referenciais para São Paulo, data-base dezembro/2006. Taxa de leis sociais para equipe própria é de 126,68%.

ÁGUA E ENERGIANão é comum aapropriação doconsumo de água eenergia elétrica.Entretanto, éimportante a verificaçãodo perfil de consumopara cada obra ouserviço, do ponto devista dasustentabilidade daconstrução.

alternativas tecnologicas 67.p65 17/1/2007, 15:5876