Barroso - aoutravoz.info · A primeira dama de Angola Maria Eugénia Neto Maria Eugénia Neto,...

16
Director: Nuno Moura Ano XXXIV, Nº 534 Montalegre, 02.04.2018 Quinzenário E-mail: [email protected] 1,00 € (IVA incluído) Barroso Noticias de i A Feira de Nanterre em rescaldo O uso e o abuso das reuniões de Câmara Barroso da Fonte fala do que sabe. Expõe com toda a clareza os termos da lei que regem as reuniões do executivo por cuja experiência passou durante um mandato em Guimarães como vereador da cultura. E de que a Câmara de Montalegre faz táboa rasa como se tal lei não existisse. Como decano dos jornalistas do norte, nesta área ninguém como ele. P3 A primeira dama de Angola Maria Eugénia Neto Maria Eugénia Neto, mulher de Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, é natural de Montalegre que tem ideias de visitar. É Barroso da Fonte que nos diz: "Dia de Páscoa teve a gentileza de me telefonar de Lisboa e também ao António Chaves, a anunciar que ainda não foi desta vez que trouxe tempo para revisitar Montalegre. Mas que tudo fará para, quando voltar a Portugal, corresponder ao apelo que lhe temos feito nestes três anos, após o nosso conhecimento pessoal". Pois que seja Bem vinda! P4 Montalegre no seu melhor Bento Monteiro volta a ser demolidor. Denuncia três situações que são objecto de conversa: a Ecoholding Florestal, o Planalto Barrosão e Guerra Fria. Assombradamente... P7 Respeitar e Promover a mulher "Que mal terão feito as mulheres ao mundo e aos homens para serem, de longe, o género humano mais enxovalhado, explorado, violentado, discriminado e desvalorizado na história da humanidade!", clama o Pe Vitor Pereira, acerca de tema, hoje, tão badalado. P11 O Florescimento Monástico IV «"Eis que deixamos tudo e seguimos-te”…Estas são as palavras persuasivas da pobreza voluntária, que criaram os mosteiros, que encheram de monges os claustros e que povoaram as florestas de anacoretas» Assim começa um trabalho de José Fernando Moura que se tem dedicado à pesquisa da vida monástica que, em certo sentido, deu forma à nossa civilização ocidental. P12 E ainda...: Parágrafo, de João Nuno Gusmão, Cai a neve, de Custódio Montes, Barrosã, de José Rodrigues, Desporto, de Nuno Carvalho e muito mais O QUE É DE D. AFONSO III João Soares Tavares volta a um tema que lhe é muito caro. Como resultado de muitas horas de pesquisa alertou a Câmara de Montalegre sobre o erro das armas colocadas no escudo cimeiro do pelourinho. A Câmara aceitou as justificações e colocou na pedra as armas de D. Afonso III. Mas, a saga continua... Há detalhes no Pelourinho que ele considera (e bem) que deviam ser retirados. P9 Morreu o Prof. Dr. João Calvão da Silva Um barrosão ilustre de Solveira faleceu em Coimbra, onde se formou e lecionou Direito. Granjeou na cidade estatuto de notável entre os notáveis doutores do direito. Com 66 anos, Calvão da Silva conta com um currículo rico de valores e de valências em todos os sectores da vida social, económica e política. Lourenço Afonso que foi seu aluno de direito fala-nos dos seu mestre e amigo. (P6) Assiste-se a uma autêntica farsa na Feira de Nanterre protagonizada por Orlando Alves. Sobre o que se passa ninguém pode ficar indiferente e Manuel Ramos, pela sua abalizada pena, pegou no tema e sem toda a informação que desejaria, traça o retrato de como se brinca com os dinheiros públicos (de todos nós) para propaganda exclusiva do presidente da Câmara de Montalegre. Nada nos move contra as pessoas convidadas que aproveitam a seu bel prazer a oportunidade para passar uns momentos de diversão, o que nos revolta é o esquema montado pela Câmara do qual não resulta qualquer proveito para o concelho. E é isto que está em causa e que o povo tem de conhecer e sobre ele fazer o seu juizo. (Ver Pág. 5)

Transcript of Barroso - aoutravoz.info · A primeira dama de Angola Maria Eugénia Neto Maria Eugénia Neto,...

Director: Nuno Moura

Ano XXXIV, Nº 534Montalegre, 02.04.2018

Quinzenário

E-mail: [email protected]

1,00 € (IVA incluído) BarrosoNoticias dei

A Feira de Nanterre em rescaldoO uso e o abuso das reuniões de Câmara

Barroso da Fonte fala do que sabe. Expõe com toda a clareza os termos da lei que regem as reuniões do executivo por cuja experiência passou durante um mandato em Guimarães como vereador da cultura. E de que a Câmara de Montalegre faz táboa rasa como se tal lei não existisse. Como decano dos jornalistas do norte, nesta área ninguém como ele.

P3

A primeira dama de Angola Maria Eugénia Neto

Maria Eugénia Neto, mulher de Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, é natural de Montalegre que tem ideias de visitar. É Barroso da Fonte que nos diz: "Dia de Páscoa teve a gentileza de me telefonar de Lisboa e também ao António Chaves, a anunciar que ainda não foi desta vez que trouxe tempo para revisitar Montalegre. Mas que tudo fará para, quando voltar a Portugal, corresponder ao apelo que lhe temos feito nestes três anos, após o nosso conhecimento pessoal". Pois que seja Bem vinda!

P4

Montalegre no seu melhor

Bento Monteiro volta a ser demolidor. Denuncia três situações que são objecto de conversa: a Ecoholding Florestal, o Planalto Barrosão e Guerra Fria. Assombradamente...

P7

Respeitar e Promover a mulher

"Que mal terão feito as mulheres ao mundo e aos homens para serem, de longe, o género humano mais enxovalhado, explorado, violentado, discriminado e desvalorizado na história da humanidade!", clama o Pe Vitor Pereira, acerca de tema, hoje, tão badalado.

P11

O Florescimento Monástico IV

«"Eis que deixamos tudo e seguimos-te”…Estas são as palavras persuasivas da pobreza voluntária, que criaram os mosteiros, que encheram de monges os claustros e que povoaram as florestas de anacoretas»

Assim começa um trabalho de José Fernando Moura que se tem dedicado à pesquisa da vida monástica que, em certo sentido, deu forma à nossa civilização ocidental.

P12

E ainda...: Parágrafo, de João Nuno Gusmão, Cai a neve, de Custódio Montes, Barrosã, de José Rodrigues, Desporto, de Nuno Carvalho e muito mais

O QUE É DE D. AFONSO IIIJoão Soares Tavares volta a um tema que lhe é muito caro. Como resultado de muitas horas de

pesquisa alertou a Câmara de Montalegre sobre o erro das armas colocadas no escudo cimeiro do pelourinho. A Câmara aceitou as justificações e colocou na pedra as armas de D. Afonso III. Mas, a saga continua... Há detalhes no Pelourinho que ele considera (e bem) que deviam ser retirados.

P9

Morreu o Prof. Dr. João Calvão da SilvaUm barrosão ilustre de Solveira faleceu em

Coimbra, onde se formou e lecionou Direito. Granjeou na cidade estatuto de notável entre os notáveis doutores do direito. Com 66 anos, Calvão da Silva conta com um currículo rico de valores e de valências em todos os sectores da vida social, económica e política.

Lourenço Afonso que foi seu aluno de direito fala-nos dos seu mestre e amigo.

(P6)

Assiste-se a uma autêntica farsa na Feira de Nanterre protagonizada por Orlando Alves. Sobre o que se passa ninguém pode ficar indiferente e Manuel Ramos, pela sua abalizada pena, pegou no tema e sem toda a informação que desejaria, traça o retrato de como se brinca com os dinheiros públicos (de todos nós) para propaganda exclusiva do presidente da Câmara de Montalegre.

Nada nos move contra as pessoas convidadas que aproveitam a seu bel prazer a oportunidade para passar uns momentos de diversão, o que nos revolta é o esquema montado pela Câmara do qual não resulta qualquer proveito para o concelho. E é isto que está em causa e que o povo tem de conhecer e sobre ele fazer o seu juizo.

(Ver Pág. 5)

02 de Abril de 20182 BarrosoNoticias de

MONTALEGREActuação das forças da ordem

O Comando Territorial de Vila Real levou a efeito um conjunto de operações, na quinzena de 19 de Março a 1 de Abril, que visaram a prevenção e o combate à criminalidade violenta, fiscalização rodoviária, entre outras, registando-se os seguintes dados operacionais:

- Detenções:10 detidos em flagrante delito por condução sob efeito de álcool, por condução sem habilitação legal.

-Trânsito: Fiscalização: 481 infrações detetadas, destacando-se:

79 por excesso de velocidade, 30 por falta ou incorreta utilização do cinto de segurança e/ ou sistema de retenção para crianças, 23 por falta de inspeção periódica obrigatória.

Sinistralidade: 88 acidentes registados, destacando-se 2 feridos graves e 19 feridos leves.

Fiscalização Geral: Três autos de contraordenação no âmbito da legislação da proteção da natureza e do ambiente e oito autos de contraordenação no âmbito da legislação de policia geral..

VIII Exposição - "Crucifixos Sinais de Fé"

Até dia 6 de abril, decorre a oitava edição da exposição "Crucifixos Sinais de Fé". Patente ao público, em horário normal de funcionamento, nos serviços da Biblioteca Municipal e nas instalações do Ecomuseu de Barroso - Casa do Capitão (Salto). Trata-se duma exposição que nasceu do trabalho em rede com os parceiros do projeto "Itinerâncias Sociais e Culturais com os Séniores Barrosões" (Associações, IPSS, Juntas de Freguesia) e, também, com a gentil colaboração de muitos particulares.

Festival Gastronómico das Carnes de Barroso

Decorreu, de 24 a 25 de Março, o Festival Gastronómico das Carnes de Barroso, onde, segundo a divulgação do site da Câmara Municipal, quem nos visitou pôde provar a vitela, o cabrito e o leitão bísaro, produtos de excelência do nosso território.

Pena que a adesão dos restaurantes tivesse sido diminuta, não se percebendo as razões de tal procedimento, pois que seria uma boa oportunidade de se mostrar o que temos de bom.

No fim-de-semana dedicado ao Festival Gastronómico das Carnes de Barroso, cerca de 30 jornalistas e bloggers, portugueses e espanhóis, estiveram de visita ao território do concelho de Montalegre. Uma "Press Trip" organizada pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal em parceria

com o município. Oportunidade de projeção da cultura e tradições locais, expressas no bom sabor da gastronomia típica, na qualidade dos produtos e na beleza das paisagens. Uma ação para potenciar dinâmicas de complementaridade que permitam a consolidação da imagem de Montalegre como destino turístico privilegiado.

Neve no Larouco

Caiu bastante neve nos últimos dias de Março, mas nada que desse para atrapalhar e muito menos perturbar a vida normal. O Larouco teve algumas visitas, e ali houve oportunidade para se contactar com a neve. Mas só isso porque dum dia para o outro a neve desaparecia.

De todo o modo, no topo da serra do Larouco, ainda se viram por lá alguns aventureiros a tentar brincar com a neve. A Camara cuidou do acesso e transitável, foram muitos aqueles que não perderam a oportunidade para ver neve, o que não é comparável com o que acontece com serranias mais altas onde toda a prática de diversão é possível.

FAFIÃO"Plante uma árvore"

A Associação “Vezeira” de Fafião repetiu mais uma jornada ,desta feita com o objectivo de plantar árvores no Gerês. O tempo não ajudou mas os fafienses continuam a ganhar gente para as suas actividades.

PADROSOApresentação do livro de Jerónimo Pamplona

“Andanças & Contradanças” (A Aventura da Emigração Portuguesa) é o novo livro de Jerónimo Pamplona que será apresentado no Ecomuseu de Montalegre, no próximo dia 30 de abril pelas 18:00.

A apresentação da obra está encomendada a Liliana Seara, licenciada em Engenharia Zootécnica pela UTAD, que é natural de Padroso, da família dos Searas, ainda que tenha nascido na Alemanha.

Uma jornada a não perder e que o Notícias de Barroso irá acompanhar de perto por se tratar dum dos nossos ilustre colaboradores.

CODEÇOSOIncêndio devora o 1.º andar de casa de habitação

No passado dia de Quinta Feira Santa, deflagrou um incêndio na casa de António Rosa, mais conhecido por António Trigueira. Alertados os Bombeiros Voluntários de Montalegre, ali acorreram com quatro viaturas de socorro mas os soldados da paz não conseguiram mais que evitar o alastramento das chamas ao rés-do-chão da referida casa e evntualemnte a outras circundantes.

Segundo relatos de vizinhos, o dono da casa, António, encontrava-se em casa e só deu conta do incidente quando o alastramento das chamas invadia grande parte da casa. No momento, ainda deu tempo, para retirar alguns móveis do rés-do-chão.

Os prejuizos, em avaliação, são avultados. A origem do incêndio ninguém soube esclarecer, admitindo-se um curto circuito ou outras.

António Trigueira é dali natural, descendente de família conhecida de Codeçoso, esteve emigrado nos Estados Unidos da América, agora já na reforma, e também tem filhos em França.

BRAGAAssociação Portuguesa de Veteranos da Guerra

A Associação Portuguesa dos Veteranos da Guerra, com sede em Braga, festejou, no dia 19 de Março, o 19.º aniversário da sua existência. Do programa constaram, além de missa na Sé Catedral, várias manifestações culturais.

A Associação desenvolve acitividades diversas tais como sessões e jornadas sobre a guerra colonial e o 25 de Abril, stress Pós-traumático e outras, participa no Dia do Combatente em Lisboa, no dia 20 de Outubro.

Tem serviços médicos, sociais e jurídicos e apoios aos vetranos e suas famílias carenciadas.

Nas cerimónias, o delegado de Montalegre,

António Tecelão de Sousa, como grande entudiasta dos Veteranos, esteve presente em todas as manifestações. (Ver imagens)

77 - MARIA DE JESUS PEREIRA DA SILVA,

de 87 anos, viúva de João Miranda de Carvalho,

natural da freguesia de Salamonde e residente

em Ferral, faleceu no Hospital de Chaves no dia

17 de março.

78 – HELENA AFONSO DOS SANTOS, de 68

anos, viúva de João Pires, natural da freguesia

da Chã e residente em Coignières, Ivelines,

França, onde faleceu no dia 13 de Março.

79 – JOSÉ PEREIRA GONÇALVES, de 82

anos, casado com Aldina Gonçalvesa Martins,

natural da freguesia de Viade de Baixo e

residente no Telhado, desta mesma freguesia,

faleceu na freguesia de Paranhos, Porto, no dia

21 de março, sendo enterrada no cemitério de

Telhado.

80 – OTÍLIA GONÇALVES DE BARROS, de

91 anos, viúva de Germano Martins, natural

e residente na freguesia de Vilar de Perdizes

(Santo André), onde faleceu no dia 25 de

Março.

81 – MÁRIO JOSÉ GONÇALVES, de 88

anos, solteiro, natural da freguesia dos Anjos e

residente em S. Lourenço, de Cabril, faleceu no

Hospital de Chaves, no dia 24 de Março.

83 – JÚLIA GONÇALVES FONTES, de 91

anos, viúva de Manuel Afonso, natural e

residenete em Parafita, freguesia de Viade

Baixo, faleceu no dia 31 de Março.

PAZ ÀS SUAS ALMAS!

Nota – A numeração corresponde ao total de falecidos no presente ano

de 2018 até à presente data.

CORTEJO CELESTIAL

02 de Abril de 2018 3BarrosoNoticias de

Barroso da Fonte

O uso e o abuso das reuniões de Câmara

As reuniões de câmaras são públicas, quinzenais ou mensais, acertadas na primeira do mandato, em relação à hora, local, metodologia sobre agendamento temático, para que qualquer cidadão possa assistir, embora sem direito a intervenções e, muito menos, a interpelações do público. O executivo que gere a Câmara deve divulgar essas reuniões obrigatórias e, se houver alterações ao calendário da primeira reunião do mandato, deve tornar público, com dois dias de antecedência, por edital ou por carta com aviso de receção. Apenas podem ser objecto de deliberação assuntos incluídos na ordem de trabalhos para esse dia. Começam sempre essas reuniões com o máximo de 60 minutos para o período de antes da ordem do dia. A oposição tem o direito a receber a pasta com os assuntos agendados para discussão e votação, com, pelo menos, dois dias antes. Nos termos do artigo 55º «não podem estar presentes no momento da discussão, nem da votação, os membros do órgão que se encontrem ou se considerem impedidos». O artigo 56 determina que «as deliberações dos órgãos das autarquias locais, bem como as decisões dos respetivos titulares destinadas a ter eficácia externa, devem ser publicadas em edital afixado nos lugares de estilo, durante cinco dos 10 dias subsequentes à tomada da deliberação ou decisão». Estes atos, «são ainda publicados no sítio da Internet, no boletim da autarquia local e nos jornais regionais editados ou distribuídos na área da respetiva autarquia, nos 30 dias subsequentes à sua prática». Muito importante: «esses jornais devem reunir cumulativamente as seguintes condições: a)sejam portugueses; b) sejam de informação geral; c) tenham periodicidade não superior à quinzenal; d) contem com uma tiragem média mínima, por

edição de 1.500 exemplares nos últimos seis meses; e) não sejam distribuídas a título gratuito». Não menos importante: «as tabelas de custo relativas à publicidade das decisões e deliberações referidas no nº 1 deste artigo, ou seja, no Diário da República, são estabelecidas, anualmente, por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da comunicação social e da administração local, ouvidas as associações representativas da imprensa regional e a Associação Nacional dos Municípios Portugueses». Esta matéria nunca foi clarificada, nem cumprida, nem fiscalizada. E já lá vão muitos anos desde que está em vigor. Tal imbróglio presta-se a abusos, a excentricidades e, até, a monstruosidades partidárias. Arrasto comigo, como jornalista, como diretor, como proprietário de jornais, como autarca e como dirigente público deste sector, esta maldita saga de não ver cumprida, esta lei da Republica Portuguesa. À sua sombra, há políticos sem escrúpulos que ignoram o espírito da lei e a contornam, descaradamente, fugindo dela como o diabo da cruz. E acuso cegamente, tanto a direita como a esquerda, tanto os políticos nacionais, como os regionais e os locais. Raramente se encontra uma autarquia, seja freguesia, seja câmara, que destine a publicidade institucional a que se reporta a lei acima citada, aos jornais ou revistas com maior tiragem, com maior número de páginas e mais plural na área de influência, do executivo que gere essa autarquia. Cada executivo que chega ao poder, está-se marimbando para a lei. Muita informação, não obrigatória, vai para esse alvo escolhido, como publicidade real. E, daquela que é obrigatória, vai, inteirinha, para o (s) órgão (s) dessa área política, mesmo que não leve o sinal exigido pela lei da imprensa que obriga a colocar o vocábulo «publicidade». Há muita fraude que passa incólume.

As leis que regem os abusos

O D.L. 231/2004 estabeleceu o regime aplicável à distribuição das ações informativas e de publicidade do Estado e das autarquias. A Resolução do

Conselho de Ministros 47/2010 veio fixar as diretrizes e os eixos fundamentais para a realização de ações de publicidade institucional. Nessa proposta «se reconhece que a distribuição dessa publicidade pela imprensa local e regional, é parcial e ineficaz, sendo necessária uma reforma do regime arbitrário a que se chegou, simplificando o seu procedimento e a sua transparência da afetação da despesa com a publicidade institucional do Estado e das autarquias, com o objetivo de garantir um melhor resultado e uma maior eficácia das campanhas publicitárias promovidas pelo poder político, local, regional e nacional. Esta lógica encontra-se refletida no D.L. 137/2014 que criou o modelo da distribuição dos fundos estruturais e do investimento para o período de 2014-2020 que está em vigor e a que se refere o artigo 80º que «veio estabelecer que todas as operações aprovadas são objecto de publicitação não apenas num jornal de âmbito nacional mas também e alternadamente num dos dois jornais locais ou regionais de maior circulação do concelho ou dos concelhos, onde a operação será executada». Nessa mesma fonte se determina que é necessário implementar um processo de fiscalização mais transparente, que se adeque à evolução dos meios de comunicação social, relevantes para a divulgação da publicidade paga pelo Estado». É nesta mesma lei que se escreve: « tendo em conta o princípio da transparência na fiscalização dos procedimentos que aqui se invocam, reafirmam-se os poderes da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) no que se refere à fiscalização do documento dos deveres da aplicação da percentagem a afetar a órgãos de comunicação local e regional, em cada campanha. A presente lei estabelece as regras e os deveres de transparência a que fica sujeita a distribuição da publicidade institucional. E também as regras aplicáveis à distribuição da publicidade em território nacional através dos órgãos locais e regionais». Os dois primeiros artigos deste Decreto-Lei, completam-se com o artigo 80º que tem três alíneas, as quais remetem para as «autoridades de

gestão» toda a responsabilidade de garantirem o cumprimento das regras da atribuição aos jornais locais ou regionais, onde as obras são executadas, a publicidade institucional, quer dos fundos comunitários quer de outras origens que têm a ver com notários, escrituras, avisos de interesse publico, etc. Estas leis específicas, mais vocacionadas para as exigências da publicidade relacionada com obras apoiadas pelos fundos estruturais provindos da União Europeia, estão, como não podia deixar de ser, em consonância com a Lei 75/2013, de 12 de Setembro que rege o regime jurídico das autarquias locais. Tem 139 artigos, 37 dos quais, têm a ver com os executivos da Assembleia, da Câmara e das cooperativas. Do 44º ao 63º, impõe o método básico para as disposições comuns aos órgãos das autarquias locais.

Tenho a dupla obrigação de abordar estas arbitrariedades

que os serviços competentes não inspecionam, ou por falta de inspetores ou por carência de meios, gerada pela bancarrota a que este ciclo vicioso conduziu a sociedade portuguesa. Todos enchem os pulmões e arrotam indícios de democracia, que é desmascarada em cada esquina ou beco dessa vaidade indecorosa. Mas, como as redes sociais informam, todos os dias, surgem escândalos, por parte daqueles que foram eleitos em nome desse tipo de democracia que não os honra nem os encobre, antes os desmascara. A lei que aqui cito e que a ERC tem toda a legitimidade para fazer cumprir encontra-se no DR, 1ª série- nº176, de 12 de Setembro de 2013. Os artigos acima citados têm vindo a ser, diariamente espezinhados, usados ao contrário do que recomendam e transformados em armas de arremesso contra minorias, contra oposições e contra quem não sabe ou não pode, ou não lê. Não me valho apenas do direito à indignação para me lamentar como exigia Mário Soares. Uso apenas a força da Lei. E não é de hoje, nem é por raiva, por perseguição ou por falta de matéria para encher este espaço público.

Insisto porque o jornalismo não deve encobrir os crimes públicos, não deve fazer fretes aos ditadores, nem deve ter medo de quem usa as vitórias demagógicas para enrolar terceiros. Tenho, a meu favor, a experiência de quatro anos de autarca, num executivo de onze membros, num concelho, então, de 73 freguesias, com 170 mil habitantes, cerca de 300 associações culturais, desportivas e recreativas e com um orçamento anual da ordem dos nove milhões de contos, hoje com 110 milhões de euros. Tinha, nessa altura, sete jornais locais, três delegações de diários, duas rádios locais, três corporações de Bombeiros, um hospital regional e três Centros de Saúde. Uma população escolar da ordem dos 40 mil, docentes e discentes, um Pólo da Universidade do Minho e três clubes de futebol nos dois principais escalões. Todas as competências relacionadas com a cultura, turismo, desporto, saúde, educação, imprensa, e serviços administrativos da autarquia e cerca de 900 funcionários, preenchiam as competências que me foram delegadas. Perfaziam, seguramente mais responsabilidade do que qualquer câmara rural ou urbana de 2ª classe das 308 do País. Isto nos anos oitenta. O drama da distribuição da publicidade institucional à imprensa, já nessa altura, era um pesadelo para qualquer executivo como esse de que fiz parte e do qual me afastei, por motu próprio, ao fim de quatro anos. Honro-me muito de ter sido eleito, na lista vencedora desse executivo, quiçá, o mais conturbado da democracia, por ter a oposição sete vereadores, contra quatro da lista vencedora. Nos doze anos que se seguiram, como deputado municipal pude reforçar a ideia que sempre tive, de que a transparência na distribuição da publicidade à imprensa teria que ser levada a sério. Logo elaborei e distribuí o Despacho 16, de 21/4/1986 que foi rigorosamente cumprido no concelho de Guimarães, sem qualquer romoque. As regras foram claras, a justiça cumpriu-se e, ainda hoje, me valho desta experiência pessoal para acusar os transgressores da lei.

02 de Abril de 20184 BarrosoNoticias de

A primeira dama de Angola é Barrosã e passou a Páscoa em Portugal

Nasceu em Montalegre em 8 de Março de 1934. Completou, agora, 84 anos de vida. Mas cedo se fez africana, por ter casado com o Médico Angolano Dr. António Agostinho Neto que conheceu em 1948 e que foi o grande líder da guerrilha Angolana. Liderou o processo de auto determinação que foi oficializado pelo Acordo do Alvor. A. Neto nasceu em 1922 e faleceu em 1979, quando era presidente do MPLA. Foi o 1.° Presidente da República Popular de Angola.

Licenciou -se em Medicina, em Portugal, mas foi sempre um inconformado com o regime que o educou e preparou para a vida. Do único casamento que tiveram, nasceram três filhos. Após a formatura do marido regressaram a Angola. E aí foi, diversas vezes, preso pela polícia política. Com os filhos ao colo, sempre ela fez questão de acompanhar o inconformado líder que morreu em Moscovo, durante uma operação que nunca foi muito bem explicada. Ficou para a História como

o seu fundador e primeiro Presidente da República Popular de Angola. Maria Eugénia foi a primeira Presidente do Conselho de Administração da Fundação António Agostinho Neto (FAAN), que é o motor angolano de todas as atividades económicas, culturais, sociais e políticas. Como Escritora tem uma obra diversificada, vasta e significativa. Dia de Páscoa teve a gentileza de me telefonar de Lisboa e também ao António Chaves, a anunciar que ainda não foi

desta vez que trouxe tempo para revisitar Montalegre. Mas que tudo fará para, quando voltar a Portugal, corresponder ao apelo que lhe temos feito nestes três anos, após o nosso conhecimento pessoal. Esperamos que este seu último desejo se cumpra porque, para os Barrosões, em geral, não pode ser uma visita de rotina, nem de mera observação das belezas naturais. Sabemos todos que o atual executivo da Câmara, desde há uns anos iniciou um processo de intercâmbio com

Angola. Não conhecemos os seus objetivos, nem as áreas de ação desse protocolo. Seja como for, deverá tratar-se esse protocolo de relacionamentos bilaterais, pelo menos ao nível daquele que existe, há largos anos, com Nanterre. Nunca mais haverá, como hoje acontece, mediadores tão representativos para abrir as portas deste grande País irmão que é 14 vezes maior do que Portugal Continental.

BF

MAPC

A SAUDADE DAS SAUDADESComo não vou ter saudades

Das saudades que sentiSe és a própria saudadeDe ter saudaddes de ti.

E a saudade tão saudosaDa tua imagem serena

Que lembra, qual brisa amenaA minha ideia teimosa

Dum suave entardecer.Vem, saudosa, te aninharNo meu peito e descansarE das saudades esquecer.

Sou peregrino na terraE longe estou do meu lar

Minha alma, anelante, esperaQue Deus a venha buscar.

É que tenho permanenteO bom do Consolador

Que me guia brandamenteÀ fonte viva do amor.

José Rodrigues, Bridgeport, CT USA

CAI NEVEA minha terra é céu de branca alvura

Mil anjos voam, andam pelo ar Galopam os ribeiros para o mar

Cai neve nos outeiros, na planura

Nos corgos, carvalhais, a toda a altura. Um manto branco veste o meu lugar Que ao vê-lo dá um halo de encantar

E olhando à volta o branco é formosura

É raro haver na Páscoa um tempo assim Mas esta chuva e neve sem ter fim Recorda outros tempos que lá vão

Um tempo mais agreste, mas melhor:

Toda a gente à lareira e ao calor Havendo mais amor com o nevão

Custódio Montes (Dia 30.3.2018)(Feliz Páscoa).

BARROSÃManhazinha fui-te verMas era cedo ainda

À hora do entardecerÉ quando ficas mais linda

Quantos caminhos trilheiPelo menos, por um beijoContado os passos que dei

A ver fugir o desejo.

És a luz doirada e puraÉs Sol de raro esplendorEstrela na noite escuraÉs o perfume da flor.

Porque foges tu de mimSe eu nunca te fiz malE porque te ris assim

Desta afeição tão leal?

Tu foste aquela que eu viE sem saber quem tu erasMe perdi de amor por ti

Como o Sol por Primaveras.

José Rodrigues, Bridgeport, CT USA

02 de Abril de 2018 5BarrosoNoticias de

É uma grande limitação falar acerca da XV Feira de Nanterre (França) tendo como fonte apenas a página do município. É limitação porque a informação aí reproduzida, além de reduzida, não é isenta. Não é isenta porque é filtrada por quem a escreve e porque está ao serviço dos interesses da Câmara de Montalegre e não ao serviço da verdade ou da comunidade municipal.

Ainda assim é possível provar que Nanterre é uma

festa paga à custa de todos nós e que não há uma razão forte ou motivo relevante para o Município de Montalegre marcar presença contínua, ano após ano, e com numerosa comitiva. Pelo contrário, o que se vê são jantaradas, patuscadas e convívio, que os foliões, sem vergonha, exibem publicamente. Não há trabalho, nem podia haver porque todas as atividades decorrem de sexta a domingo, ou seja, em período de fim-de-semana. Por aqui já se vê que os

principais motivos da deslocação são de gozo de fim-de-semana alargado, pago à custa do “zé pagode”. Basta ler a página do município, concretamente os depoimentos dos foliões, para provar isso mesmo.

Eis os depoimentos:

Orlando Alves (Presidente) disse que “é um ato de justiça proporcionar este vinda ao nossos autarcas para confraternizarem com o seu povo”.

David Teixeira (Vice-Presidente) disse que “é uma obrigação que temos” de estar presente. Só depois é que ficamos a saber porquê: “Para nós é um grande momento de encontro”.

António Morais (Montalegre) disse: “Encontramos sempre muita gente. Estive com dois amigos e irmãos que já não via há mais de 30 anos. É espetacular”. Neste caso é pior e não fica nada

bem referir que já não vê irmãos há 30 anos. Eu teria vergonha.

Alberto Fernandes (Salto) disse que “é, também, um momento de satisfação e convívio”; “muita gente e muita animação”.

Alceu Afonso (Gralhas) disse que era “uma boa forma de matar saudades”.

Daniel Reis (Viade) disse que “é sempre bom reencontrarmos amigos e família”.

Paulo Pinto (Vila da Ponte) disse: “visitarmos as nossas comunidades e ouvirmos as suas ideias”. Aqui melhorou um pouco e não se descaiu como nos depoimentos anteriores e seguintes.

Ricardo Moura (Padornelos) disse que “é uma confraternização muito bonita com todos os amigos. Matamos muitas saudades”.

Victor Carreira (Negrões) disse que “é uma boa iniciativa porque vemos gente que não víamos há muito tempo. São pessoas que nos ajudam quando é preciso por isso é nossa obrigação fazer-lhes esta visita”.

José Luís Nogueira (Morgade) disse: “rever as nossas gentes que em tempos emigraram e refizeram as suas vidas neste país. Foi mais um convívio salutar com muita amizade”.

Rui Costa (Chã) disse que “foi muito bom. Convivi com pessoas que só vejo no Verão, em época de férias”.

Portanto, a partir dos

depoimentos fica-se a saber que o Município, por mais que se esforce, não consegue justificar a sua presença necessária em Nanterre e que o grande objetivo é “confraternizar”, “matar saudades”, “minorar a saudade”, “ver amigos e irmãos que já não se viam há 30 anos”, “dar um abraço de amizade”, “conviver” e não trabalhar, como as muitas imagens comprovam. Ninguém disse que ia para trabalhar. Se fosse para trabalhar nem as atividades decorreriam em período de fim-de-semana, nem provavelmente alguns dos convidados teriam aceitado o convite.

Mas há mais, mas isso nem se diz publicamente, nem pode vir transcrito nos depoimentos dos foliões: Nanterre é lugar de recrutamento de

votantes socialistas para as eleições autárquicas e, depois das eleições, é lugar de agradecimento. As últimas eleições autárquicas provam-no. Presumo que esta deslocação, pelo período em que ocorreu, é mais para agradecer do que para recrutar. No entanto, não é preciso dizer que se vem agradecer, basta aparecer, sorrir, cumprimentar, ofertar umas jantaradas… e toda a gente compreendeu a mensagem.

Nos depoimentos de alguns foliões foi dito que uma das razões da deslocação é a venda

de produtos. Não é, respondo, não é porque para isso não é preciso ir a comitiva da câmara e das juntas de freguesias; basta irem os comerciantes, quem quiser.

Quanto ao dizer-se que é uma “Presidência aberta”, são palavras bonitas para justificar o investimento de 15 mil euros. Simulando fazer uma presidência aberta, todos passam umas boas férias da Páscoa à custa do erário público.

Nos depoimentos de alguns foliões (entre os quais o Presidente) foi dito que “a Feira de Nanterre é formada maioritariamente por barrosões”. É verdade, mas isso não se diz porque dá a ideia de que os montalegrenses são os maiores pobretanas e desgraçados; e

transparece a ideia verdadeira de que Montalegre é o concelho que mais emigrantes produziu e que continua a produzir porque as pessoas, por falta de oportunidades, não conseguem ter uma vida digna na sua terra. Fernando Rodrigues e Orlando Alves, honras lhes sejam feitas, deram um valioso contributo para que a comunidade montalegrense em França crescesse… e os emigrantes de vez em quando sabem agradecer-lhes.

MANUEL RAMOS

POLÍTICA MUNICIPAL VISTA DE FORA

Nanterre é uma festa paga à custa do município

“Por mais que o Presidente se justifique, não se vê, para o interesse do município, a utilidade da participação numerosa da Câmara e convidados, sempre os mesmos, na Feira de Nanterre. Pelo facto de a deslocação ocorrer

de sexta a domingo significa que os objetivos não são de trabalho mas de passeio e divertimento… pago à custa do

orçamento municipal.”

Na última reunião da Câmara de Montalegre, realizada na Venda Nova, no periodo de Antes da Ordem do Dia, foi apresentada a questão de a Câmara reclamar junto do Governo a rectificação da EN 103.

Carvalho de Moura apresentou mesmo a seguinte justificação: “Venda Nova é a porta de entrada no concelho de Montalegre e na região de Barroso. Banhada pela albufeira do mesmo nome, Venda Nova tem uma situação marcada pela Estrada Nacional que lhe dá vida e que, em tempos idos, era entreposto para aqueles que se dirigiam tanto para o planalto barrosão e Chaves como para a Borralha e as terras de Salto.

A EN 103 é e será sempre o corredor que levará Montalegre e os barrosões, na sua grande

maioria, até ao litoral e aos grandes centros da urbanidade e da indústria.

Seria desejável que a Câmara de Montalegre, por ser a que mais beneficios retira desta artéria vital, liderasse uma campanha de pressão sobre o governo da nação para se conseguir a sua rectificação ou mesmo a sua reclassificação.

R e f i r a - s e que as Câmaras socialistas, no poder em Montalegre, há quase três décadas, não têm mostrado interesse nesta obra,

repito, de primordial importância para Montalegre. E é sabido que sem boas acessibilidades não há progresso nem desenvolvimento.

Não se venha com as desculpas de que não há dinheiros para este tipo de obras. Há dinheiros dos fundos europeus canalizados para infraestruturas rodoviárias, tal como se vê nos Orçamentos do Estado donde uma elevada percentagem é atribuida a infaestruturas rodoviárias.

Se a Câmara ou as Câmaras não reclamarem esta beneficiação, é claro que ela nunca se fará”.

De resto, é obrigação das Infraestruturas de Portugal (IP), com verbas dos fundos europeus ou de verbas próprias, melhorar as acessibilidades em todo o país

por forma a que se consiga as condições dignas de circulação nos traçados principais da sua área de responsabilidade.

Orlando Alves repetiu aquilo que já referiu noutras ocasiões: “que não há dinheiros para estradas”.

Como prova do que ali se defendeu e que prova que Orlando Alves não está na Câmara para defender os interesses dos barrosões, junta-se notícia da grande imprensa a dar conta de que os autarcas do distrito de Viseu pensam de maneira bem diferente de Orlando Alves. E a verdade é que há por todo o pais outras grandes obras (estradas) em curso, senão com dinheiros dos fundos europeus com verbas próprias da entidade que gere o sector rodoviário em Portugal, a IP.

EN 103, de Braga a Chaves

A Câmara de Montalegre e as obras (Estradas) que a IP faz por pressão dos autarcas

“Nanterre é uma festa para o Presidente e os seus amigos paga à custa de todos nós; é uma festa com convívio e copos

que se exibem sem pudor.”

02 de Abril de 20186 BarrosoNoticias de

UM PARÁGRAFOUm Parágrafo # 114 – Nada

Esvaziemos a mente e observemos a imensidão de nadas que gravitam

à nossa volta. Olhemos um mundo de nadas que compõem o tudo que é o

nosso todo e preenche a parca existência que usufruímos. Uma mão cheia

de coisas que se assumem como sendo o tudo que nos preenche mas que,

no fundo, só esvaziam ainda mais a alma, enchendo-a com os nadas… Uma

alma já de si vazia e plena de ausências que completam o conjunto do nada

e pequenos nadas que são as nossas vidas. Um tudo cheio de nada… vivendo

em paralelo com um grupo de nadas cheios de tudo e que vão sustentando o

vazio de uma existência plena de nadas. Nada mais há a esperar, deste todo

que nos esvazia. Nada mais há a desejar, a não ser o conjunto de nadas nos

reserve alguma coisa à qual nos possamos agarrar e tentar ter algo mais do

que… um pouco de nada.

João Nuno Gusmão

Luisa Esteves da Silva, master em Educação de Adultos pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, é natural de Solveira. Realizou-se profissionalmente com inusitado esforço. Como resultado da sua enorme força de vontade, estudou como trabalhadora estudante e, sempre envolvida na educação de adultos, acabu por subir aos mais altos cargos na cidade dos

doutores. O livro não fala de Montalegre mas é um maná de conhecimentos que merecia mais aceitação e divulgação.

Um Barrosão Brilhante!

Num reconhecimento do percurso de vida terrena; recordo os lugares, associados à personalidade do exemplar e ilustre Barrosão de quem tive o privilégio de ter sido aluno quando, como estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, frequentei entre 1978 – 1983. Assim:

Solveira – Terra de Barroso, na raia da fronteira com Espanha; onde o Professor Calvão da Silva, nasceu em 1952 e creio moldou o seu caracter telúrico, reflexivo e

introspetivo; pleno, de retidão

e coragem!

Coimbra – Terra de Viriato

no coração de Portugal onde

com brilhantismo estudou

e obteve a Licenciatura em

Direito decorria o ano de 1975

e assumiu de imediato como

assistente do Professor Carlos

Mota Pinto as aulas práticas

das disciplinas de Introdução

ao Direito e Teoria Geral do

Direito Civil. Mais tarde em

1999 obteve o grau académico

de Professor Catedrático com a

tese – O Consumo e os Direitos

dos Consumidores -. Foi na

Lusa Atenas um professor e civilista de tomo que deixou na família Barrosã grande orgulho!

Lisboa – Foi deputado na Assembleia da República eleito nas listas do Partido Social Democrata, pelo círculo eleitoral de Coimbra; num curto período temporal, onde desempenhou funções de relevo. Foi Secretário de Estado Adjunto do Vice – Primeiro Ministro Mota Pinto, no governo do Bloco Central entre 1983 – 1985 no governo onde Mário Soares foi Primeiro – Ministro. Foi Ministro da Justiça no 2º Governo de Pedro Passos Coelho que teve curta duração fruto da incidência parlamentar que atualmente governa Portugal.

Durante o consulado político de Passos Coelho como

presidente do partido laranja, foi Presidente do Conselho Jurisdicional.

Era um jurisconsulto de mérito e elevada craveira jurídica que associava a uma inteligência fina e uma acutilante “sagesse” da curiosidade do devir.

Portugal perdeu um grande cidadão!

Barroso, talvez o filho mais prodigioso da sua geração!

E muitos de nós; uma referência, como académico, político e amigo!

Pax ad aeternum! (Paz eterna)

Terras de Barroso e Vila da Ponte, 25 de março de 2018

IN MEMORIAM

Professor, doutor – João Maria Calvão da Silva (1952 -2018)

Lourenço Afonso

02 de Abril de 2018 7BarrosoNoticias de

1. Ecoholding Florestal, LDA. No dia 5 de setembro de

2017 foi constituída a empresa Ecoholding Florestal, Lda, com um capital social de 10 000 euros, definida juridicamente por sociedade por quotas e cuja atividade visa a “prossecução de atividades diretamente relacionadas com a silvicultura, gestão e exploração florestal”, bem como o “desenvolvimento de atividades no âmbito do ordenamento de território, gestão de recursos naturais e conservação da natureza. Gestão de zonas de intervenção florestal. Gestão de participações noutras sociedades como forma indireta do exercício de atividades económicas”.

A dita sociedade tem como

sócios o Eng.º Luís e o Sr. Ricardo (é assim que são identificados), sendo este último o sócio-gerente.

Amplo defensor da iniciativa privada chamou-me, no entanto, a atenção, o facto da Ecoholding Florestal, LDA ter a sua sede na Avenida D. Nuno Álvares Pereira – Edifício Multiusos, 445, 5470-203 Montalegre.

Ora, como todos bem sabemos, este edifício é propriedade da Câmara Municipal de Montalegre.

Mas mais estupefacto fiquei quando tomei conhecimento que, apenas vinte e dois dias depois da constituição desta sociedade, ter sido feito um contrato público para “aquisição de serviços técnicos especializados destinados à elaboração de proposta de plano municipal florestal e de conservação da natureza”, no valor de 50 000 euros.

Procurei, na página eletrónica da Câmara, obter informação sobre a relação entre o município e a Ecoholding Florestal, LDA mas, certamente por falha minha, a iniciativa sai frustrada.

Quem são o Sr. Ricardo e o Eng.º Luís? Quantos postos de trabalho criaram no Concelho e quais as vantagens para o Município ao ceder as suas instalações a esta empresa privada? Quando foi tomada a decisão e em que critérios é que a autarquia se baseou para ceder as instalações municipais a uma entidade privada? Ou será que me escapou alguma coisa e a Ecoholding Florestal, LDA é uma empresa municipal?

Estas são apenas algumas das perguntas a que urge dar resposta.

Estas são questões que têm de ser debatidas em Assembleia Municipal!

No entanto, de uma coisa estou certo: quem não gostaria de constituir uma sociedade por quotas, ter sede num edifício municipal e, “meia-dúzia” de dias depois da constituição da empresa fazer um contrato público milionário?

Será caso para dizer que saiu a sorte grande ao Luís e ao Ricardo?

2. O Planalto Barrosão Já diz o povo, na sua infinita

sabedoria, que “quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. O Jornal Planalto Barrosão, “nascido” em agosto de 2016, insiste em

fazer jus a tal ditado. Primeiro, foi a novela em volta da escolha do Diretor. Escolhido este, depois da recusa de alguns, causou estranheza o facto de, no primeiro número, o jornal ter apenas oito páginas e, pasme-se, ter sido Orlando Alves – Presidente da Câmara Municipal de Montalegre -, a garantir, na primeira página do novo jornal, que, “com o fim emotivo e imprevisto do Correio do Planalto”, o Planalto Barrosão seria a “linha de continuidade” do jornal fundado pelo saudoso Bento da Cruz. Fascinado, acrescentava o autarca “que o Planalto Barrosão (…) radica da carolice e generosidade do grupo fundador a que centenas ou milhares de novos aderentes/assinantes” quererão associar-se. Milhares de novos aderentes/assinantes… (não serão milhões?). Acrescentou ainda que “o respeito pela Lei de Imprensa bem como pelos princípios éticos e deontológicos que são a génese do bom jornalismo são a Bíblia ou o catecismo por onde nos regeremos”. Repito: por onde nos regeremos.

Assim, sem mais nem menos, parece que ficamos a conhecer um dos que manda no jornal.

Mas, se quem manda parece estar identificado, causou muita estranheza o facto de, na mais recente edição do Planalto Barrosão, um tal A Carvanheira, na última página do Jornal – o que, dado o destaque, não parece deixar dúvidas da sua forte ligação “aos donos do jornal -, ter desferido um ataque vil e feroz contra a memória do Dr. Bento da Cruz, fundador do jornal a que o Planalto Barrosão afirma querer dar continuidade.

Ora, diga-se em abono da verdade que, para além do injustificado e inaceitável ataque a Bento da Cruz, fica, quiçá por esquecimento, o ataque feito aos autarcas de Montalegre. Ou será que A Carvalheira, na sua cegueira intelectual de procurar atingir a direção da escola, perdeu o discernimento?

Diz A Carvalheira: “envolver a comunidade educativa na abordagem à obra literária de Bento da Cruz é o que parece ninguém querer ou saber fazer. Não sabe a escola, não sabem os pais, não sabem os políticos cá da terra”. Não sabem os políticos cá da terra…

Ora, como os Montalegrenses bem sabem - afinal de contas, dos poucos que ainda resistem em por aqui ficar, quem é que não tem um familiar que frequente o Agrupamento de Escolas? - a direção da escola, juntamente com as Associações de Pais, em homenagem ao seu Patrono, decidiu, logo após o seu falecimento, que o dia 22 de fevereiro (dia do nascimento de Bento da Cruz), fosse o dia do Agrupamento. De fevereiro de 2016 a fevereiro de 2017, programou um conjunto de atividades destinado à divulgação da obra de Bento da Cruz junto da comunidade educativa, em especial, junto dos seus alunos, que culminou com o lançamento de uma Revista comemorativa. Todos os meses, através das mais variadas formas, a Escola recordou

Bento da Cruz.Para o dia 22 de fevereiro

último, programou um conjunto de atividades, das quais se destacam uma palestra destinada a debater/divulgar uma das obras de Bento da Cruz, bem como uma peça de teatro baseada na sua obra literária.

Aqui chegados, parece-nos que não restam dúvidas a ninguém que a escola, sem recursos financeiros, tudo tem feito para manter viva na memória dos Barrosões, sobretudo junto dos seus alunos, a obra literária Bento da Cruz. Constatamos, no entanto, que o jornal onde A Carvalheira verborreia “as suas angustias” (ou será que são “ódios de estimação”?), não publicou “uma única linha” sobre as atividades de homenagem a Bento da Cruz.

Não sabem os políticos cá da terra… é bem verdade! Os políticos cá da terra, muitos dos quais tanto se aproveitaram de

Bento da Cruz, pouco têm feito para honrar a memória de Bento da Cruz. Agora, quando vêm que outros o fazem, arranjam “guerras” inúteis que só servem para desviar as atenções e denegrir a imagem.

Mas, o que será mais importante, quem é A Carvalheira?

Em primeiro lugar, parece-nos ser alguém da estreita confiança dos “donos” do jornal, pois só assim se justifica o amplo destaque que foi dado ao infeliz, mas que nos parece premeditado, artigo.

Depois, numa pesquisa rápida efetuada através do Google, ficamos a saber – coincidência das coincidências - da existência do Padre António Carvalheira.

Curiosa a reportagem feita pelo jornal Expresso em julho de 2016. Refere o Semanário que,

“para o mal de [uma mulher] não conseguir levar uma gravidez avante, a [Ponte da] Misarela era a solução, acrescentando que, “até alguns padres locais, conhecedores das duras condições de vida daquela gente, e da necessidade de muitos braços para amanhar aquelas terras de montanha, aconselhavam as mulheres grávidas a irem à

Misarela. Senhorinha Moura, batizada na ponte, recorda: “A senhora minha mãe era muito religiosa e o padre Carvalheira, ali de Viade, sabedor da sua aflição por não conseguir vingar os filhos, convenceu-a a ir à Misarela. E olhe que depois até meu padrinho foi, lá na igreja.”

Ora, questionados alguns amigos de Viade, ficamos a saber que o Padre António Carvalheira, com muitos anos passados em Couto Dornelas, era um homem bom, íntegro e honesto que, garantidamente, “não faria isto” a Bento da Cruz.

Estamos certos que o Padre António Carvalheira não tem nada a ver com A Carvalheira. Parecem ser apenas coincidências.

Não sabem os políticos cá da terra… pergunto: porque publicou o Planalto Barrosão o artigo de A Carvalheira? Foi descuido? Será caso para dizer que, “com amigos destes”, a família do Dr. Bento da Cruz não precisa de inimigos?

3. A “guerra fria” Barrosã Não é segredo para ninguém,

o clima de “guerra fria” que, há muitos anos, se vive no seio do poder instalado da capital de Barroso.

Eu próprio, numa das crónicas aqui publicadas, e nunca desmentidas, fiz referência ao “cachimbo” da paz fumado no alto da Serra do Larouco, na sequência de uma reunião da Comissão Política do PS/Montalegre onde, depois de intensa discussão, terão sido ultrapassados “todos” os limites, levando mesmo o seu presidente a demitir-se.

Também já aqui escrevi - e, de igual modo, não foi desmentido -, sobre a personagem que terá feito chegar documentos a

terceiros, documentos esses que, alegadamente, incriminavam um seu correligionário político, a fim de serem remetidos para investigação criminal.

Ora, e salvaguardadas as distâncias, não passou despercebido a ninguém as recentes acusações relativas à alegada falta de palavra para com um alegado compromisso de emprego, no pós eleições autárquicas. Mas, se é feio faltar à palavra, não é menos feio utilizar o bem público para proveito próprio. É triste, mas é a realidade, que as máquinas partidárias se tenham transformado em autênticas agências de emprego, onde todos parecem depender da lealdade cega ao líder, ou ao presidente da concelhia, e onde a competência parece ser cada vez menos importante, sendo totalmente substituída pela realidade da necessidade de sobreviver.

Perante estas circunstâncias são cada vez mais aqueles que vão perdendo a confiança nos partidos políticos, deixando de os ver como um elemento fundamental na democracia, mas antes como entidades que a estão a minar.

Nota final: dois Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República informaram-nos que irão dar seguimento à queixa que apresentamos junto do Presidente da Assembleia da República, relativa ao Conselho Municipal de Educação. Esperamos que, finalmente, alguém ponha ordem na casa.

Bento Monteiro

Montalegre no seu melhor

“diga-se em abono da verdade que, para além do injustificado e inaceitável ataque a Bento da Cruz, fica, quiçá por esquecimento, o ataque feito aos autarcas de Montalegre. Ou será que A Carvalheira, na sua cegueira

intelectual de procurar atingir a direção da escola, perdeu o discernimento?”

“se é feio faltar à palavra, não é menos feio utilizar o bem público para proveito próprio. É triste, mas é a realidade, que as máquinas partidárias se tenham

transformado em autênticas agências de emprego, onde todos parecem depender da lealdade cega ao líder ou ao

presidente da concelhia”

“quem são o Sr. Ricardo e o Eng.º Luís? Quantos postos de trabalho criaram no Concelho e quais as

vantagens para o Município ao ceder as suas instalações a esta empresa privada? Quando foi tomada a decisão e em

que critérios é que a autarquia se baseou para ceder as instalações municipais a uma entidade privada? Ou será que me escapou alguma coisa e a Ecoholding Florestal,

LDA é uma empresa municipal?”

BarrosoNoticias de

8 02 de Abril de 2018

Quality Inn

- Casamentos; Baptizados; Aniversários; Congressos e todos os Eventos

- Quartos com promoções durante todo o ano

- Restaurante: Além dos pratos (nacionais e estrangeiros) constantes

da Carta também serve refeições económicas com tudo incluído por 6

- Piscina; Sauna; Banho turco; Hidromassagens e Massagens

O Hotel ainda tem à disposição do cliente uma variada gama de percursos

pedestres, de bicicleta ou motorizados para dar a conhecer os valores

culturais das terras de Barroso.

Rua do Avelar, 2 5470 Montalegre- Tel: (351) 276 510 220 - Tlm: 91 707 91

Construção Civile Obras PúblicasCarpintariaLavandariaFunerária

Rua Central, 325470-430 SALTO

Tel. 253 659897

Fax: 253 659927 eTelem: 96 657 2973

Paula Cunha, Lda

,

Sede:Lugar do Barreiro rua 14730-450 Vila do PradoPortugal

O Superde Montalegre

com promoçõestodas

Rua da Portela, nº 3 5470-229 Montalegre

Paula Cunha, Lda

A empresa do concelho de Montalegre que procura servir os seusclientes com eficiência e qualidade

as semanas

Projectos, Fiscalização e Direcção Técnica

AGÊNCIA FUNERÁRIA INTERNACIONAL LDa Av. João XXI, n°477, 4715-035 BRAGA

Telefone 253 061 149 - Fax 253 060 916 Telemóvel 927 054 000 [email protected]

POMPES FUNEBRES E.F.G 18 Rue Belgrand 75020 Paris

Tél : 00331 46 36 39 31 – Fax : 00331 46 36 97 46 Portable : 00336 07 78 72 78

[email protected]

AGENCIAS FUNERARIAS Fernando ALVES E.F.G INTERNACIONAL

RECONSTITUIÇÃO CORPORAL EMBALSAMENTO DO CORPO CREMAÇÃO

TRASLADAÇÕES TANATOPRAXIA TANATOESTÉTICA

BarrosoNoticias de

902 de Abril de 2018

EM DEFESA DA HISTÓRIA

A D. AFONSO III O QUE É DE D. AFONSO III

Com cerca de sete séculos e meio a vila de Montalegre possui uma História riquíssima. Os montalegrenses têm motivos para se orgulharem da sua terra. Porém, durante décadas passaram junto do “pelourinho” da vila pensando que seria o símbolo da fundação do concelho, mas não era mais que uma coluna de pedra sem qualquer valor histórico. Por justificada razão o IPPAR não lhe atribuiu classificação. A pedra de armas que ostentava não espelhava a História de Montalegre. Resultou de diferentes equívocos iniciados numa frase ambígua de um ofício camarário de 31 de Dezembro de 1851, que salientava a antiguidade da vila nos seguintes termos: “ … que já o era no tempo e reinado de el-rei D. Sancho I cujos anais tem esculpidos no pelourinho”. (1) Assim pensava erradamente o signatário do ofício. Anos mais tarde – depois de 1890 –, por decisão da Câmara Municipal o pelourinho desapareceu, para, caso insólito, dar lugar à construção de um tanque. Em 1907, a revista A nossa Pátria publicou um desenho

do pelourinho desaparecido referindo ser elaborado “segundo informes colhidos de quem bem se recordava da sua arquitectura”. (2) Posteriormente, em 1968, um historiador reproduziu aquele desenho do pretenso pelourinho num livro sobre História de Montalegre, e escreveu: “… o seu pelourinho (de Montalegre), com as armas de D. Sancho I, é testemunho convincente de que já era vila no tempo do nosso

segundo rei”. (3)A sucessão de equívocos

gerou um mito: o pelourinho de Montalegre (desaparecido) tinha gravado o escudo de D. Sancho I, ligando (erradamente) esse rei à fundação da vila.

Para complementar, no início dos anos setenta do século passado, uma Autarquia ordenou a gravação numa coluna de pedra o escudo expresso no desenho atrás referido do suposto pelourinho. E, assim nasceu uma réplica falsa do pelourinho de Montalegre. Mais: para compor o “ramalhete” inventaram uma cruz pátea inscrita num círculo, que gravaram na face oposta ao escudo. Repito: inventaram, porque não existe qualquer documento, sequer um indício sobre a existência desse elemento no pelourinho original. Nem a testemunha ocular responsável pelo desenho do hipotético pelourinho lembrou-se dessa. A cruz pátea inscrita num círculo tal como esculpiram na coluna de pedra, foi um dos sinais de validação de D. Sancho I. Observa-se em diversos diplomas como é exemplo o foral outorgado pelo monarca a Leiria. (4) O inventor com mais este elemento forçou a ligação do Povoador à fundação da vila falseando a História. E assim, o mito ficou materializado numa coluna de pedra edificada primeiro na Praça do Município e posteriormente transferida para a Praça do Pelourinho.

Depois, autores desconhecendo que estavam a servir gato por lebre divulgaram o

mito em diferentes meios.

X

Para desmistificar o mito e repor a verdade histórica, em 2013 apresentei um trabalho numa revista científica (5) onde alertei a Autarquia montalegrense para retirar as gravações do falso pelourinho. E, justifiquei: o pelourinho original não teria gravado os símbolos de D.

Sancho I (escudo e cruz pátea), porque a vila não existia no tempo do Povoador (1185-1211). Realmente, nem a Chancelaria de D. Sancho I, nem as Chancelarias de D. Afonso II e de D. Afonso III preservadas na Torre do Tombo que reconfirmam grande parte dos documentos originais daquele rei, indiciam uma eventual ligação de D. Sancho I à origem de Montalegre. Aliás, em 1258, as Inquirições afonsinas ainda não fazem referência

a Montalegre. A fundação de Montalegre como vila sede de concelho verificou-se com o foral de 9 de Junho de 1273 outorgado por D. Afonso III (1248-1279): “… dou e concedo a todos vós

povoadores que habitardes a minha povoação da Terra de Barroso, chamada Montalegre, todas as minhas rendas e todos os meus direitos…” (6) Portanto, seria mais racional o pelourinho ostentar o escudo do rei fundador do concelho – D. Afonso III.

A Autarquia não procedeu à substituição sugerida.

X

O falso pelourinho era uma vergonha para Montalegre e, porque não pretendia deixar cair o assunto na memória do esquecimento, a 30 de Junho de 2014 voltei a expor o caso desta feita no Notícias de Barroso em artigo intitulado: “O falso Pelourinho desonra Montalegre”.

O NB atento ao evoluir da situação noticiou: a substituição que eu preconizava chegou à Assembleia Municipal onde foi analisada nomeadamente pelo

deputado municipal Sr. Acácio Gonçalves que defendeu igual mudança.

Em 9 de Junho de 2015, dia do Município, segundo relataram os jornais regionais, a Autarquia cedeu à razão: “substituiu a gravação do pelourinho pelo escudo de D. Afonso III.”

Obviamente, ao ler essas notícias satisfez-me saber que o meu trabalho não foi inútil, os montalegrenses voltariam a orgulhar-se do seu pelourinho – pensei eu.

A minha crónica terminaria aqui se não tivesse regressado a Montalegre.

X

Quando muitos meses depois retornei a Montalegre e passei junto do pelourinho fiquei surpreendido pelo que vi: o escudo gravado numa das faces da pedra que encima o fuste (Fig. 1) tem superiormente uma coroa. Esta é um adorno supérfluo, porque as armas reais autênticas de D. Afonso III não apresentam qualquer coroa. A explicação é simples: a coroa a encimar o brasão real aparece apenas no século XV, com D. Duarte (1433-1438). Quem tiver dúvidas consulte um tratado sobre Heráldica, ou observe a fig. 3 que reproduz as armas reais de D. Afonso III e a fig. 4 com selo real do monarca conservado na Torre do Tombo. A coroa não existe.

O esqueleto de D. Afonso lll em repouso no silêncio

monacal de Alcobaça não protesta, nem o peso da coroa excedente no escudo observável na figura 1 fará ruir o pelourinho, mas, é uma coroa redundante facilmente suprimida por um canteiro habilidoso. A cruz pátea inscrita num círculo (Fig. 2) que conservaram erradamente do falso pelourinho é descabida. Deverá ser eliminada, pois conforme esclareci atrás foi um sinal de validação utilizado por D. Sancho I, nunca por D. Afonso

III. Nem o foral de Montalegre de 09/06/1273 nem outro diploma outorgado por D. Afonso III exibe a cruz pátea semelhante sequer à que se observa na fig. 2.

A vila completa no próximo 9 de Junho a bonita idade de 745 anos. Provavelmente, a Autarquia irá celebrar o dia com dignidade. Seria uma decisão sensata se propiciasse nesse dia ao pelourinho e, consequentemente a Montalegre, a gravação historicamente correcta: A D. Afonso III o que é de D. Afonso III.

(João Soares Tavares escreve segundo o anterior acordo ortográfico)

NOTAS:

(1) O ofício original desapareceu do arquivo municipal, mas é citado no Jornal Crente de Barroso de 10 de Novembro de 1912

(2) Revista “A Nossa Pátria” de 15 de Abril de 1907

(3) Costa, João Gonçalves da – Montalegre e Terras de Barroso, 1968

(4) Tavares, João Soares – “O enigmático pelourinho de Montalegre…”, in Revista Aquae Flaviae nº 47, 2013

(5) Tavares, João Soares, idem

(6) Chancelaria de D. Afonso III, Livro I, f.110, I.A.N./T.T.

João Soares Tavares

Escudo com coroa redundante.

Armas reais de D. Afonso III (notar: sem coroa)

Cruz pátea historicamente incorrecta

Selo real de D. Afonso III (notar: sem coroa)

02 de Abril de 201810 BarrosoNoticias de

SEDE DO JORNAL

O jornal Notícias de Barroso tem, a partir deste mês de junho, a sua sede definitiva na Praça de França, Edifício Cabrilho, n.º 396,

Loja 4-A, situada portanto nas torres da Condalton e com entrada pela Porta 1, a seguir ao Oculista e à loja das flores.

A sede estará aberta desde as 10,00 horas às 12,00 horas (meio dia) para pagamento das assinaturas, publicidade e outros serviços.

Fora desse horário, em casos de urgência, poderão os srs. Assinantes servir-se dos contactos indicados no Jornal.

PAGAMENTOS

Atenção, srs. Assinantes: lembramos que devem liquidar as suas assinaturas para o corrente ano.

Para facilitar o pagamento das assinaturas, indicamos, de seguida, o IBAN do Notícias de Barroso

IBAN: PT50 0045 2200 4028 7516 9551 5

BIC/SWIFT: CCCMPTPL

A todos os assinantes que pretendam aderir a esta forma de pagamento solicitamos que nos informem do valor da transferência e do

nome da pessoa que recebe o jornal, logo após o depósito bancário, seja por e-mail, telefone ou carta. Isto porque o talão emitido pelo

Banco não traz a indicação do nome do assinante.

PUBLICIDADE

Para aqueles que têm necessidades de prestação de serviços, para alguma orientação, juntamos uma resenha da N/tabela de preços:

EXTRATOS de 1 só prédio …................................... 35,00 euros

“ por cada prédio + …............................. 2,50 “

AGRADECIMENTOS por óbito c/foto....................... 30,00 “

“ “ s/foto....................... 25,00 “

PUB (em função do espaço ocupado)

1 página inteira a cores................ 200,00 “

“ “ a p/b ….............. 160,00 “

BarrosoNoticias de

CERTIFICADO

Certifico que no dia doze de março de dois mil e dezoito, perante mim, Notária,

Leonor da Conceição Moura, com cartório sito na rua 25 de abril, 12-A, Refojos,

Cabeceiras de Basto, foi outorgada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO notarial,

iniciada a folhas 33 do Livro 107- A, intervindo como justificantes:

José Pires Pereira NIF 175.851.271 e cônjuge, Maria Arlete Pereira NIF

175.851.280, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais ambos

da freguesia de Salto, concelho de Montalegre, onde residem na rua Lomba do

Moinho, nº3.

Mais certifico que declararam o seguinte:

- Que são donos e legítimos possuidores, e com exclusão de outrem, do

seguinte prédio, sito no lugar de Lomba do Moinho, freguesia de Salto, concelho

de Montalegre:

- Urbano – edifício de rés do chão e andar destinado a habitação, com a

superfície coberta de cento e oitenta e um virgula cinquenta metros quadrados e

quintal anexo com a área de duzentos e noventa e cinco virgula cinquenta metros

quadrados, a confrontar de norte, sul e nascente com Manuel Pereira e de poente

com caminho público e Manuel Pereira, OMISSO na conservatória, e inscrito na

matriz em nome do justificante sob o artigo 1070, desconhecendo-se o rústico onde

foi edificado por estar omisso na matriz, e com o valor patrimonial tributável e

atribuído de € 25.400,00.

Que os primeiros outorgantes, no ano de mil novecentos e oitenta e quatro, já

no estado de casados, adquiriram por compra verbal a António Pereira e cônjuge,

Teresa Pires da Silva, residentes que foram em Salto referido, e já falecidos, o

referido prédio, tendo entrado nessa data na posse do mesmo, mas não dispondo de

qualquer título formal para o registar na conservatória, em seu nome.

No entanto, e desde essa data, os justificantes passaram a usufrui-la, utilizando-a

e habitando-a, realizando pequenas benfeitorias, e gozando todas utilidades por ela

proporcionadas, pagando os impostos, com ânimo de quem exercita de direito

próprio, de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem

violência, continua e publicamente, com conhecimento de toda a gente e sem

oposição de ninguém – e isto por lapso de tempo superior a vinte anos.

Que dadas as enunciadas características de tal posse, os justificantes adquiriram

aquele prédio, por usucapião - título esse que, por natureza, não é suscetível de ser

comprovado pelos meios normais.

Cabeceiras de Basto, doze de março de dois mil e dezoito.

A NOTÁRIA,

(Leonor da Conceição Moura)

Emitido recibo

Notíocias de Barroso, n.º 534, de 02 de Abril de 3018

EXTRACTO PARA PUBLICAÇÃO

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada em dezanove de Março de dois mil e dezoito, no Cartório Notarial sito na Praça do Brasil, Edifício Praça do Brasil, Loja 17, cidade de Chaves, a cargo da Notária Maria Cristina dos Reis Santos, exarada a folhas 53, do respectivo Livro 301-A, Victor Manuel Sousa Pereira, N.I.F 219 584 486, solteiro, maior, natural da freguesia de Beça, concelho de Boticas, onde reside no lugar de Carreira da Lebre, na Rua da Veiga, nº5, o qual outorga na qualidade de Pároco e Presidente nato, em representação e com poderes para o acto da “FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA FREGUESIA DE CERVOS” com sede no lugar e freguesia de Cervos, concelho de Montalegre, N.I.P.C. 503 550 647, DECLAROU: Que a “Fábrica Da Igreja Paroquial Da Freguesia De Cervos” sua representada, é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrém, do prédio urbano, situado em Senhora de Galegos, lugar do Cortiço, freguesia de Cervos, concelho de Montalegre, composto de Capela, de um piso, com a superfície coberta de noventa e seis vírgula vinte metros quadrados e superfície descoberta com trezentos e cinquenta e cinco vírgula sessenta metros quadrados, a confrontar do norte com Joaquim Lopes Mora, do sul, nascente e do poente com o Baldio, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre, inscrito na respectiva matriz predial em nome da justificante, sob o artigo 669.

Que a sua representada não tem qualquer título formal de onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade do identificado prédio, mas iniciou a sua posse, no século dezanove, em que o adquiriu por ter sido construída em terreno, cuja identificação matricial desconhece, e que lhe foi adjudicado e entregue pela Direcção Geral do Património (Estado Português).

Que, desde aquela data, sempre a sua representada, por intermédio dos seus representantes, tem usado e fruído o identificado prédio, efectuando a sua limpeza, nele realizando vários cultos religiosos, fazendo obras de conservação, restauros e melhoramentos diversos, ocupando-o com pertences seus, pagando todas as taxas por ele devidas, fazendo essa exploração com a consciência de ser a sua única dona, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriu o direito de propriedade sobre o identificado prédio por USUCAPIÃO, que, para a sua representada, expressamente invoca, para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.

Está conforme certidão do respectivo original.

Chaves, 19 de Março de 2018.A Colaboradora (reg. nº 06/95 de 23/05/2017), Jessica Adelaide Pires

Notícias de Barroso, 02 de Abril de 2018

EXTRATO

Certifico para efeitos de publicação que, por escritura lavrada no dia 26 de março de 2018, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, perante mim, Carlos Alberto Diogo Martins, Primeiro Ajudante, em substituição legal, exarada a folhas 12 e seguintes, do livro 987-A, António Manuel de Fraga Alves, casado, natural da freguesia de Sarraquinhos, deste con- celho, onde reside na Rua da Estrada Principal, nº 9, na qualidade de procurador de JÚLIA CRISTINA FRAGA DIAS, solteira, maior, natural da dita freguesia de Sarraquinhos, onde reside na Rua da Estrada Principal, n.º 7, declarou:

Que a sua representada é dona, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel situado na freguesia de Sarraquinhos, concelho de Montalegre:

- Prédio urbano situado na RUA DE BAIXO, lugar de Sarraquinhos, composto de casa de habitação de rès-do-chão e primeiro andar, com a superfície coberta de quarenta e dois metros quadrados, a confrontar do norte com Joaquim Rua da Cruz, sul e nascente com rua pública e do poente com António Torrão, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 257.

Que desconhece se o prédio alguma vez esteve inscrito na matriz rústica, encontra-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre e está inscrito na respetiva matriz em nome de quem a justificante o adquiriu.

Que não tem qualquer título de onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade do prédio, mas iniciou a sua posse em mil novecentos e noventa, ano em que o adquiriu por compra meramente verbal a António Moutinho Dias, divordiado, residente que foi na mencionada fregesia de Sarraquinhos, já falecido.

Que desde essa data, por si ou por intermédio de alguém, sempre a sua representada tem usado e fruído o indicado prédio, procedendo a todas as obras de conservação e restauração, habitando-o e nele guardando os seus haveres, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de ser a sua única dona, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriu o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invoca para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.

Cartório Notarial de Montalegre, 26-03-2018.O 1 º Ajudante, (Carlos Alberto Diogo Martins)

Conta:Emol: Artº. 20.4.5)_______23,00 €São: vinte e três euros. Registado sob o nº. 137

Notícias de Barroso, n.º 534, de 02 de Abril de 2018

02 de Abril de 2018 11BarrosoNoticias de

Respeitar e Promover a mulher

Pe Vítor Pereira

BOTICASObras de beneficiação da rede de percursos pedonais da vila de boticas e do espaço intergerações e casa das associações

O Presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, apresentou esta quarta-feira à população da Granja, no edifício da antiga escola primária, duas obras de grande relevância que irão realizar-se a curto prazo na área da freguesia de Boticas e Granja, estando as mesmas já adjudicadas. Trata-se da “Beneficiação da Rede de Percursos Pedonais da Vila de Boticas”, que se estande entre a entrada da Vila de Boticas e a Granja, e o “Espaço Intergerações e Casa das Associações”, que resultará da recuperação do antigo “Grémio da Batata”.

Com uma assistência numerosa e muito interessada, o Presidente da Câmara explicou que a obra de beneficiação dos percursos pedonais irá dotar as vias de melhores condições de conforto e segurança para os utentes, contribuído para uma mobilidade urbana mais sustentável. A intervenção proposta contempla o alargamento e pavimentação de passeios (que ficarão sempre com um mínimo de 1,5 metros de largura), substituição do sistema de iluminação por luminárias com tecnologia LED, incluindo ainda melhorias no ordenamento do estacionamento. As obras de beneficiação destes percursos pedonais permitirão criar condições mais propícias para a circulação dos peões, criando uma rede homogénea e contínua, com uma melhor separação entre o sistema rodoviário e o pedonal, aumentando desta forma as condições de segurança e circulação dos utilizadores e

tornando a circulação pedonal mais atrativa.

A “Beneficiação da Rede de Percursos Pedonais da Vila de Boticas” – NORTE-03-1416-FEDER-000071, foi apresentada pelo município de Boticas, ao aviso NORTE-06-2016-15 - Mobilidade Urbana Sustentável, tendo um investimento total elegível de 331.531,76€ e uma comparticipação FEDER de 281.802,00€, correspondente a uma taxa de cofinanciamento de 85% do custo total elegível da operação.

Quanto ao “Espaço Intergerações e Casa das Associações”, que resultará da recuperação e requalificação do antigo edifício do Grémio da Batata, permitirá dinamizar um conjunto de atividades orientadas para diferentes públicos, razão pela qual o espaço será dividido em diversas salas que servirão de sede para as associações que assim o entendam se reunirem, depositarem os seus recursos e materiais e dinamizarem atividades vocacionadas para a comunidade. A promoção dos produtos tradicionais, em particular os da agricultura local, também terá lugar neste local, que prevê ainda um espaço que poderá vir a ser utilizado para uma espécie de incubadora de empresas, reunindo as necessárias condições para impulsionar alguns negócios, sendo geradora de atividade económica para o Concelho.

“Quando as intervenções ficarem concluídas, Boticas passará a contar com um espaço versátil e um equipamento adequado às necessidades do Concelho, dando um forte contributo ao desenvolvimento de atividades económicas, culturais e de cariz social”, disse o presidente da Câmara.

A candidatura “Espaço Intergerações e Casa das

Associações” - NORTE-16-2016-10-Planos de Ação de Reabilitação é financiada pelo NORTE 2020 – EIXO PRIORITÁRIO 4- Qualidade Ambiental, OT6. Preservar e proteger o ambiente e promover a utilização eficiente dos recursos, contando com um investimento total elegível de 1.075.496,20€ e uma comparticipação FEDER de 914.171,77€, correspondente a uma taxa de cofinanciamento de 85% do custo total elegível da operação.

No seu conjunto, garante o Presidente da Câmara, “estas duas obras permitirão modernizar ainda mais a freguesia de Boticas e Granja, dotando estes espaços das melhores condições para a fruição por parte do público”.

Boticas recebeu 1350 árvores do programa “floresta comum”

Na sequência das candidaturas apresentadas pela Câmara Municipal de Boticas, através do Gabinete Técnico Florestal (GTF), ao Programa “Floresta Comum”, iniciativa promovida pela QUERCUS, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o concelho de Boticas recebeu esta quarta-feira (dia 28 de março) 1350 árvores de diferentes espécies, provenientes de viveiros em Amarante e destinadas a reflorestar áreas nas freguesias de Vila e Viveiro, Ardãos e Bobadela, Boticas e Granja, Covas do Barroso, Dornelas e Beça.

Este programa tem como missão promover a produção, angariação e

distribuição de árvores autóctones, a projetos que demonstrem motivação, comprovem competências e possuam os meios necessários para proceder à plantação e cuidado das florestas.

O Município de Boticas apresentou 10 candidaturas a este Programa, uma por cada freguesia do Concelho.

Boticas intensifica acções de limpeza dos terrenos florestais

Cumprindo o estabelecido pelo Regime Excepcional das Redes Secundárias de Faixas de Gestão de Combustível, preconizado no Orçamento do Estado para 2018, que determinou a obrigatoriedade de limpeza dos terrenos florestais pelos particulares mas também pelas autarquias, dentro das suas áreas de intervenção, a Câmara Municipal de Boticas, através da sua equipa de sapadores florestais, está já a

proceder à limpeza de áreas sob sua tutela, tendo iniciado estas nos locais considerados de maior prioridade e risco. No decorrer da semana passada e já durante esta semana, aproveitando a ligeira melhoria das condições climatéricas, foi já limpa uma área considerável junto à Unidade de Cuidados Continuados e nas proximidades do Parque Empresarial (junto à EN 311, na ligação para Pinho).

Os trabalhos de limpeza e remoção dos materiais lenhosos irão intensificar-se nas próximas semanas, procurando a Autarquia cumprir os prazos estipulados para as acções de limpeza, mau grado a falta de recursos e meios, o que obrigará a autarquia a recorrer a serviços externos para poder fazer face à extensa área cuja limpeza dos terrenos florestais é da sua responsabilidade.

Recorde-se que, no âmbito da Lei, deve estar limpa uma faixa de 50 metros relativamente às edificações.

A edição de março da “Wo-men Church World”, a revista men-sal feminina do jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, publicou alguns artigos sobre o tratamento que é dado às mulheres por parte de membros do clero e de mui-tas instituições da Igreja. Uma boa parte delas só importa para as lides domésticas: «Algumas servem nas casas dos bispos e dos cardeais, outras trabalham nas cozinhas das instituições da igreja ou dão aulas. Algumas servem os homens da igre-ja, levantam-se de manhã para fazer o pequeno-almoço, e vão dormir depois de o jantar ser servido, a casa limpa e a roupa lavada e engoma-da».

É de assinalar que estes artigos venham à luz do dia através de um suplemento mensal do jornal oficial da Santa Sé, possivelmente com a fi-nalidade de suscitar o debate quan-

to ao digno papel da mulher dentro da Igreja, no respeito pela sua digni-dade, e para denunciar a inferiorida-de e indignidade como muitas mu-lheres são tratadas no seio da Igreja. A denúncia é clara e inquietante: muitas freiras vivem numa situação de servidão e de exploração. São escravas domésticas para o clero e as instituições da Igreja. Persiste a desvalorização e a subalternização da mulher dentro da Igreja Católi-ca, ainda toldada pela mentalidade machista e manietada pelo sistema patriarcal.

Que mal terão feito as mulhe-res ao mundo e aos homens para serem, de longe, o género humano mais enxovalhado, explorado, vio-lentado, discriminado e desvalori-zado na história da humanidade! É notório o peso dos preconceitos históricos e humanos: é um ser hu-mano, por norma, dotado de menos força do que homem, passando logo a ser considerado inferior, quando deveria ser considerado diferente e não inferior. Daqui e não só, terá nascido o conceito da mulher como auxiliar e serviçal do homem. De-pois, com grande contributo do livro bíblico do Génesis, a mulher ficou conotada com o pecado e a tenta-ção. Deixou-se levar pela serpente e enganou o homem, corrompendo a história da humanidade. Um manto de desconfiança permanece sobre a condição da mulher, que hoje não

tem qualquer sentido. A religião, infelizmente, tem

contribuído para a discriminação

injusta das mulheres. As três prin-cipais religiões monoteístas, neste campo, têm tido pouca originali-dade: apesar de alguns progressos, todas têm colaborado na menoriza-ção e segregação social da mulher. Foi pena que se tenha quebrado a evolução que Jesus introduziu no seu tempo. Ao contrário dos rabis e mestres do seu tempo, Jesus acei-

tou ter discípulas, conversava com mulheres na praça pública, aceita-va a sua hospitalidade e acolhia as

afugentadas e indignas pecadoras que dele se aproximavam, conside-radas escória pela legalista socieda-de de então. Isto não foi pouco no seu tempo, querendo talvez Jesus manifestar-nos que o importante é promover e respeitar a dignidade de todo o ser humano, independente-mente de ser homem ou mulher.

Alguns documentos da Igreja,

a que grupos de reflexão e o Papa Francisco já fizeram referência, exortam à valorização e promoção da mulher na vida eclesial e social. Já se deram alguns bons passos, mas ainda há muito para andar. As mu-lheres estão a ser a força da Igreja: são zeladoras, são catequistas, já participam nas comissões fabriquei-ras e de festas, presidem à oração, são o grupo mais presente nas ativi-dades eclesiais, entre outras coisas. Quando se trata de subir à capela mor, alto lá que aqui é para homens. Sei que não é fácil mexer em dois mil anos de história, mas a história não é sagrada. Quantas injustiças, abusos, violências e incorreções já não se corrigiram, apesar da força da história. É uma pena ver a Igreja a desperdiçar o talento intelectual, o valor humano e afetivo de tantas mulheres, que dariam um contribu-to decisivo para o enriquecimento da vida da Igreja, na liturgia e na obra da evangelização, e contribui-riam para uma melhor e mais equili-brada presença da Igreja no mundo, no cumprimento da sua missão.

Para uma Igreja que se consi-dera conduzida pelo Espírito Santo (em hebraico, Ruah – espírito, so-pro - é uma palavra feminina), es-peremos a coragem de se romper com a história e de se dar à mulher a devida promoção, que nunca lhe deveria ter sido negada.

Que mal terão feito as mulheres ao mundo e aos homens para serem, de longe, o género humano mais enxovalhado, explorado, violentado, discriminado e

desvalorizado na história da humanidade!

02 de Abril de 201812 BarrosoNoticias de

«"Eis que deixamos tudo e seguimos-te”…Estas são as palavras persuasivas da pobreza voluntária, que criaram os mosteiros, que encheram de monges os claustros e que povoaram as florestas de anacoretas»

Nicolau de Claraval.

Depois da morte de Pepino, o Breve, em 768, sucedeu-lhe seu filho, Carlos Magno, obreiro dum vasto império que começou por ser um território soberanamente governado. É este estado formado em 800, que ficou conhecido como o Império Carolíngio. O estado carolíngio vai-se apoiar sobretudo na classe eclesiástica para levar a cabo uma série de reformas. O novo estado franco foi um «Estado—Igreja», em que o profano e o religioso se encontram inextricavelmente misturados. O rei é, ao mesmo tempo o chefe da Igreja e o chefe do Estado e a sua legislação fixa o que devem ser a conduta do clero, a doutrina e o ritual.

O fim supremo de Carlos Magno, de Alcuíno e dos seus colaboradores mais próximos foi chegar à compreensão exacta dos textos sagrados, e de a dar a conhecer ao clero.

Fundamentalmente o imperador dos francos está interessado numa espécie de monaquismo de Estado. Espera mais dos mosteiros que lhe forneçam educadores, administradores, engenheiros, agrónomos, do que de santos. Deste modo, os abades transformam-se em vassalos; de chefes religiosos passam a funcionários. Carlos Magno empenhou-se em deixar aos monges um ideal novo, um império, uma fé, uma regra. O monarca reformou a ordem monástica do ponto de vista legislativo; impôs a observância da regra de São Bento como código oficial da vida monástica nos seus vastos domínios imperiais.

Este período, também conhecida por “Renascimento Carolíngio”, foi a obra levada a cabo pelos carolíngios, define-se pela confluência do purismo anglo-saxónico, de tradição romana e das técnicas bizantinas. A ele, fica-se a dever uma série de reformas e de inovações que prepararam e modelaram o terreno para o futuro desenvolvimento da Idade Média e do Renascimento europeu.

As duas grandes forças de referência da “liberdade monástica” passam a ser o poder régio ou imperial, por um lado (ligando-se, desse modo, à tradição carolíngia), e o poder papal, por outro.

Em todo este labor, destacam-se duas figuras maiores: S. Bento de Aniane e Alcuíno. Aquele (de ascendência visigoda) foi definido como o segundo fundador do monaquismo ocidental (séc. IX). O seu êxito seria impensável sem o apoio político e financeiro que Carlos Magno e Luís, o Piedoso, concederam às fundações monásticas. As suas reformas foram determinantes para a revitalização posterior do movimento monástico. Por sua vez, deve-se a Alcuíno a acção relevante que teve na transmissão das escrituras. Foi este monge inglês que se encarregou de estabelecer o texto único. Carlos Magno nomeou-o seu conselheiro íntimo. Incumbiu-o igualmente da organização da escola palatina; renovou o gosto pelos estudos da antiguidade clássica, muitos dos textos clássicos que chegaram até nós devem-se a Alcuíno; contribuiu também para a introdução da chamada minúscula carolina, caligrafia destinada a tornar-se o padrão caligráfico europeu.

Com o aproximar do Ano Mil, ou do anunciado fim do mundo, uma série de convulsões agitou os espíritos, crenças milenaristas e escatológicas sempre existiram na Igreja primitiva e receberam renovado impulso quando se avizinhava o ano mil. As principais ideias envolvidas estavam relacionadas com a “segunda vinda do Cristo”; a noção de um período apocalíptico de luta entre Cristo e o Anticristo, e o estabelecimento de uma nova Jerusalém na terra. Esta crença estava associada a uma excessiva austeridade, a uma expectativa de um final catastrófico. Tudo isto predispôs muita gente a procurar a proteção e a reclusão divina dos claustros, fomentando-se com isto a fundação de novos cenóbios. Foi uma inquietude e perturbação colectiva, que pressupunha como obrigatoriedade submeter-se à observância da vida religiosa e monástica.

A partir do séc. X, a recuperação monástica vai-se realizando, primeiro lentamente, depois mais aceleradamente. A necessidade de se defender das intromissões e da ambição dos poderes locais

provoca um movimento de concentração e de associação. Gradualmente os mosteiros deixam de ser centros isolados, submetidos à jurisdição do respectivo bispo diocesano e às prepotências senhoriais quer eclesiásticas quer laicas; tendem a congregar-se em torno de um único centro, organizam-se preferencialmente em grandes congregações que ambicionam obter de Roma a isenção da jurisdição do prelado local.

O exemplo mais flagrante do que acabou de ser dito, é a ordem de Cluny. Fundada em 910 pelo abade Bernon, em terra doada pelo duque da Aquitânia, Guilherme, o Piedoso. Esta ordem caracterizava-se por uma independência face ao poder temporal e igualmente das hierarquias eclesiásticas, criando o sistema de agrupamento de mosteiros dentro de uma congregação, sob a sua autoridade máxima, a quem competia vigiar e fiscalizar periodicamente a observância dos mosteiros que lhes estavam submetidos.

As necessidades dos tempos impuseram esta nova modalidade que certamente se ajustava à reforma imposta pela abadia de Cluny. Esta ordem havia implantado uma centralização absoluta, ao colocar toda a autoridade dos mosteiros nas mãos do abade da grande abadia da Borgonha, como medida de fortalecer os mosteiros contra as usurpações e intromissões dos potentados laicos e eclesiásticos. A ordem de Cluny começou por ser nos seus inícios uma contestação ao monaquismo precedente, intentando corrigi-lo pelo retorno aos princípios originais da Regra beneditina. Mas também são exaltados outros valores que acabam por se tornar predominantes sem alterar a importância dos primeiros: o recolhimento interior que se organiza nas cerimónias litúrgicas, longas, solenes e repletas de fausto; a oração, que faz do monge cluniacense um orante e não um penitente; a preocupação caritativa de ajudar a salvação dos outros pela prece (celebrações dos mortos, missas votivas).

A ordem de Cister surge como uma reacção natural contra a influência e a tendência centralizadora de Cluny, a que os cistercienses opunham um ideal muito diferente e

mais elevado. Na primeira metade do século XII, os cistercienses encontravam-se ainda numa fase contestatária, exaltada contra Cluny e igualmente contra o entorpecimento a que tinha chegado a vida monacal. A sua origem remonta à fundação da abadia de Cister, em 1098, por Robert de Molesme, mas o seu verdadeiro impulsionador foi S. Bernardo de Claraval. O dinamismo cisterciense manifestou-se rapidamente no número de abadias fundadas pela ordem, denotando uma força expansionista e reformadora notável! Reanimaram o fervor religioso com as suas actividades, valorizaram o trabalho manual como método de ascese, exaltaram a evasão do mundo profano e a pobreza. O cluniacense, é acima de tudo um orante, o cisterciense, um penitente. O modelo de espiritualidade que adoptaram transmitiu-se às suas abadias e igrejas, bem como às mais variadas manifestações artísticas, pela sua simplicidade e pelo despojamento de elementos decorativos.

S. Bernardo de Claraval, um homem excepcional, pioneiro da organização monacal, sempre em acção e sempre na dianteira dos combates mais perigosos e mais dolorosos, místico no amor do seu Cristo, sensível e apaixonado em tudo, muitas vezes até ao excesso, lançou verdadeiramente a ordem e proporcionou à congregação cisterciense uma projecção e uma influência que sem ele nunca teria alcançado.

Esta obra civilizadora, não foi mais que uma consequência à qual os monges dão a impressão de não terem prestado grande atenção. Contudo o milagre do monaquismo ocidental consiste em que os homens ao procurarem sobretudo Deus, e sem se aperceberem disso, mudaram a face do mundo transformando-se nos criadores de uma civilização.

(Continua)

José Fernando Dias de Moura

O Florescimento Monástico - IV

CARTÓRIO NOTARIAL DE VIEIRA DO MINHONOTÁRIA SUSANA SOUSA

CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura do dia vinte e nove de março dois mil e dezoito lavrada a folhas sessenta e dois do livro noventa e cinco-A, deste Cartório, que:

PATROCINIA ALVES DE VERAS SOUSA e marido ANGELINO GOMES DE SOUSA, casados sob regime de comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Ferral, concelho de Montalegre e ele da freguesia de Nogueira, concelho de Braga, residentes em Andorra, em Carrer de Sant Roque-casa Nova Miqueló, nº 3, Sornas, AD 300 Ordino, Principado de Andorra, contribuintes 203186281 e 188563377 são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do seguinte imóvel:

- Prédio urbano composto por casa de um piso e logradouro, sito na Rua Central, freguesia de Ferral, concelho de Montalegre, com a área coberta de setenta e seis virgula sessenta metros quadrados e área descoberta de duzentos e três virgula quarenta, a confrontar de norte com caminho público, sul Guilherme Barroso Veras, nascente com Teresa Fonseca Oliveira Pereira e de poente com Rua Central, inscrito na atual matriz sob o artigo 678, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre

Imóvel que veio à posse dos justificantes por volta de meados do ano de mil novecentos e noventa, em consequência de doação meramente verbal de seus pais e sogros Guilherme Barroso de Veras e mulher Cândida Alves, casados no regime da comunhão geral, residentes em Ferral, concelho de Montalegre, não sendo reduzida contudo a escritura pública.

Que, desde essa data têm possuído o dito prédio em nome próprio e sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, à vista e com conhecimento de toda a gente fazendo todas as obras de manutenção, e suportando todos os custos, bem como em todos os demais atos materiais de fruição, pagando os respetivos impostos, sendo, por isso, uma posse pacífica, porque exercida sem violência, contínua e pública. Que esta posse assim exercida o foi sempre de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, acabaram por adquirir o prédio por usucapião, o que invocam para justificar o direito de propriedade para fins de registo predial, dado que este modo de aquisição não pode ser comprovado extrajudicialmente de outra forma.

Declarações estas confirmadas por três testemunhas.ESTÁ CONFORME O ORIGINAL.Vieira do Minho, vinte e nove de março de 2018A Notária, Fatura/registo nº 390/002/2018

Notícias de Barroso, n.º 534, de 2 de Abril de 2018

02 de Abril de 2018 13BarrosoNoticias de

Jota A. Botelho é um ilustre escritor e jornalista brasileiro que nos traz à memória a figura do Tenente António Augusto Seixas, natural de Montalegre.

Já não é a primeira vez que o Notícias de Barroso dá a conhecer os feitos dum homem extraordinário que, valendo-se do seu posto de comandante e contrariando as directrizes salazaristas, conseguiu salvar milhares de espanhóis refugiados da Guerra Civil (1936-1939).

Fernando Guimarães, de Pincães de Cabril, com dois livros publicados e crónicas dispersas por alguns jornais regionais, em 2012, primeiro no Povo de Barroso e depois através do NB trouxe ao nosso conhecimento os relevantes serviços prestados à humanidade pelo Tenente Seixas.

Tanto o Comando Territorial de Beja da GNR como a Câmara Municipal de Barrancos têm protagonizado e participado em

cerimónias diversas ocorridas em Oliva de la Frontera.

Em 24 de Abril de 2010, Oliva de la Frontera, donde eram os refugiados, prestou homenagem ao Tenente António Augusto de Seixas Araújo, ilustre Barrosão com a atribuição, pela 1ª vez a um estrangeiro, da Medalha da Estremadura e erigiram-lhe um monumento, no centro da vila, como reconhecimento da mão amiga que encontraram do outro lado da fronteira e também

para que a memória deste ato de solidariedade se não apague.

Por sua vez, os Correios de Espanha emitiram um selo postal com o Tenente Seixas fardado

de oficial da Guarda Fiscal e com a legenda:- “Teniente Seixas – El Schindler de La Raia”.

Também Sines, local onde faleceu já homenageou o Tenente Seixas.

Na altura em que o NB deu a conhecer este nosso ilustre barrosão, a Câmara de

Montalegre escusou-se a fazer qualquer diligência no sentido de prestar as honras devidas a um dos montalegrenses mais ilustres, esperamos que, desta vez, Jota A. Botelho, de Brasília, consiga demover o departamento da cultura da Câmara Municipal de Montalegre a cumprir com um dos seus deveres mais elementares que é o de honrar os seus heróis.

O Schindler português da Raia

por Jota A. Botelho*

A história do militar português que salvou mais de mil refugiados espanhóis do franquismo. Ficou reconhecido como o 'Schindler de Raia' perante a ferocidade do regime espanhol contra todos os que o confrontassem, muitos (pelo menos oito mil) tentaram a saída pelas fronteiras com Portugal. A maioria fugiu para a morte. Mas alguns se salvaram graças à desobediência do Tenente Antonio Augusto Seixas da Guarda Fiscal portuguesa.

Em 1936, o guarda fiscal, especialista em conflitos aduaneiros, não permitiu que vários grupos de espanhóis, num total de 1020, fossem devolvidos à Espanha, onde seriam fuzilados pelos responsáveis do golpe que viria a instaurar uma ditadura na Espanha. O governo português ordena que não se deixem passar mais refugiados, mas a nove de outubro de 1936, Antonio Augusto Seixas, comandante da Guarda Fiscal de Safara, decide não cumprir as ordens. Com a ajuda da população mais próxima, improvisa campos de refugiados na localidade de Barrancos, sem dar conhecimento às autoridades. O caso, considerado durante alguns anos inédito durante a Guerra Civil Espanhola, foi recordado quando passaram, atualmente, mais de 80 anos sobre o ato heroico do português que permitiu salvar mais de mil pessoas. Antonio Augusto Seixas também ficou conhecido como o “Anjo Português”, construindo assim uma das mais belas páginas da história portuguesa

Antonio Augusto de Seixas Araújo nasceu em Montalegre (1891) e faleceu em Sines (1958). Fez carreira na Guarda Fiscal, em vários locais do País, do Minho

ao Alentejo, com especial destaque para Barrancos onde a sua ação humanista se encontra sobejamente documentada. Em 1936, enquanto oficial da Guarda Fiscal, agindo de acordo com a sua consciência (“eu não sou fascista e nem sou de esquerda, mas vejo o que Franco vem fazendo é uma injustiça” – declarou o Tenente Seixas em sua defesa) contra as instruções das autoridades civis e militares portuguesas, protegeu e salvou da perseguição e do massacre das tropas franquistas, mais de mil cidadãos espanhóis que se refugiaram no território português, mais concretamente nas localidades de Russianas e Coitadinha, hoje conhecidas por "Campos de Refugiados de Barrancos".

Nos anos conturbados de 1936 a 1939 da história de Espanha, quando o regime eleito democraticamente é derrubado por militares golpistas, com apoio dos partidos de direita, durante a sangrenta guerra civil, e à medida que as tropas espanholas revoltosas da chamada Coluna da Morte de Yagüe progrediam do sul para o norte ao longo da fronteira portuguesa, as populações das localidades ocupadas procuravam refúgio em Portugal, pondo-se a salvo de sevícias e execuções.

Os primeiros refugiados que afluíram a Barrancos foram os vizinhos de Encinasola, identificados em número de quatrocentos, sendo a primeira vaga constituída principalmente por mulheres e crianças. Segundo a memória local foram acolhidos por várias famílias barranquenhas, com as quais mantinham relações de amizade e de parentesco. Mas também interveio neste processo de hospitalidade o administrador do conselho de Barrancos, que se

comprometeu junto do Governador Civil de Beja a alojar temporariamente os vizinhos de Encinasola.

A fronteira de Barrancos era vigiada desde agosto de 1936 por militares do Regimento da 17ª Infantaria de Beja, por forças da Guarda Nacional Republicana, por uma Brigada Móvel da (P.V.D.E) e por militares da

Guarda Fiscal. O responsável pelo comando técnico das operações no terreno era o tenente Antonio Augusto de Seixas, comandante do Destacamento Fiscal de Safara. Esta responsabilidade comprova o poder da Guarda Fiscal na fronteira, apesar de contestado por outras organizações militares destacadas para esta "missão".

Perseguições de toda a ordem desenrolavam-se na zona fronteiriça. Muitos eram mortos antes de passar a fronteira, outros eram detidos pelas autoridades portugueses e deportados para os seus adversários, devido à colaboração do governo de Salazar com os insurretos fascistas.

Neste contexto, a ação

do Tenente Seixas evitou, em 1936, o massacre de mais de 1000 refugiados espanhóis pelas mãos dos seus perseguidores, ou destes em conluio com alguns militares portugueses, tendo organizado, mantido e ocultado um campo de refugiados com centenas de pessoas no lugar da Choça do Sardinheiro nas Russianas e mais de 600 pessoas no Resvaloso, na localidade da Coitadinha, ambas no município de Barrancos, evitando também que várias pessoas constantes de "listas negras", políticos e intelectuais republicanos espanhóis, fossem encaminhados para Badajoz, onde seriam fuzilados.

O Tenente Seixas, da Guarda Fiscal, era comandante desta região de fronteira e as suas decisões de tolerância e humanidade para com os refugiados desagradavam aos comandos militares destacados para a zona e à polícia política PVDE/PIDE.

Em Outubro de 1936, depois de negociações com o governo republicano de Madrid, Salazar autorizou o

repatriamento dos refugiados de Barrancos para a zona republicana da Espanha, em Tarragona, Catalunha. Durante o embarque no navio Nyassa, em Lisboa, descobriu-se que o número de refugiados de Barrancos, transportados em caminhões até Moura e dali em comboio até à capital portuguesa, era superior a 1020 pessoas ao inicialmente declarado de 616 refugiados. A atitude de rebeldia do Tenente Seixas, de proteger e acolher mais refugiados em Russianas e Coitadinha levou o governo português a acusá-lo de traição, tendo-o punido com prisão de 60 dias no Forte da Graça, em Elvas, e, à posterior, à suspensão das suas funções, com transferência compulsiva para Sines, onde terminou a sua carreira.

*Jota A. Botelho é um ilustre jornalista e escritor

brasileiro

Os Refugiados de Barrancos (Los Refugiados

de Barrancos, 2009) está disponível no Youtube/

Vimeo e em vários blogs e sites

O Schindler português da Raia

Antonio Augusto Seixas (1891-1958) - Arquivo Nacional em Portugal

BarrosoNoticias de

14 02 de Abril de 2018

SOS – Número nacional 112Protecção à Floresta 117Protecção Civil 118Câmara Municipal de Boticas 276 410 200Câmara Municipal de Montalegre 276 510 200Junta de Freguesia de Boticas 276 410 200Junta de Freguesia de Montalegre 276 512 831Junta de Freguesia de Salto 253 750 082Bombeiros Voluntários de Boticas 276 415 291Bombeiros Voluntários de Montalegre 276 512 301Bombeiros Voluntários de Salto 253 659 444GNR de Boticas 276 510 540 GNR de Montalegre 276 510 300GNR de Venda Nova 253 659 490 Centro de Saúde de Boticas 276 410 140 Centro de Saúde de Montalegre 276 510 160Extensão de Saúde de Cabril 253 652 152Extensão de Saúde de Covelães 276 536 164Extensão de saúde de Ferral 253 659 419Extensão de Saúde de Salto 253 659 283Extensão de Saúde de Solveira 276 536 183Extensão de Saúde de Tourém 276 579 163Extensão de Saúde de Venda Nova 253 659 243Extensão de saúde de Viade de Baixo 276 556 130Extensão de saúde de Vilar de Perdizes 276 536 169Hospital Distrital de Chaves 276 300 900Agrupamento de Escolas G. M. de Boticas 276 415 245

Agrupamento de Escolas de Montalegre 276 510 240Agrupamento de Escolas do Baixo Barroso 253 659 000Escola Profissional de Chaves 276 340 420Centro de Formação Profissional de Chaves 276 340 290Tribunal Judicial de Boticas 276 510 520Tribunal Judicial de Montalegre 276 090 000Instituto de Emprego de Chaves 276 340 330Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso 276 340 660ADRAT (Chaves) 276 340 920ACISAT (Chaves) 276 332 579Direcção Regional de Agricultura (Chaves) 276 334 359EDP – Electricidade de Portugal 276 333 225Cruz Vermelha Portuguesa Boticas 276 410 200Cruz Vermelha Portuguesa Montalegre 276 518 050APAV – Apoio à Vítima 707 200 077SOS – Criança 800 202 651SOS – Grávidas 800 201 139SOS – Deixe de Fumar 808 208 888SOS – Voz Amiga 800 202 669Linha SIDA 800 266 666Intoxicações 808 250 143NOTÍCIAS DE BARROSO 91 4521 740NOTÍCIAS DE BARROSO 276 512 285Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre 276 512 442SEPNA – DGR Chaves 276 340 210

Informações úteis

Isto só cá p'ra nós! Quando um pássaro está vivo,

ele come as formigas, mas quando o pássaro morre, são as formigas que o comem!

Tempo e circunstâncias podem mudar a qualquer momento. Por isso, não desvalorizes nada à tua volta!

Podes ter poder hoje, mas, lembra-te: O tempo é muito mais poderoso que qualquer um de nós!

Sabes que uma árvore faz um milhão de fósforos, mas basta um fósforo para queimar milhões de árvores! Portanto, sê bom! Faz o bem!

O tempo é como um rio.

Nunca poderás tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou, nunca passará novamente.

Aproveita cada minuto da tua vida, e lembra-te: Nunca busques boas aparências, porque elas mudam com o tempo!

Não procures pessoas perfeitas, porque elas não existem! Mas busca acima de tudo, alguém que saiba o teu verdadeiro valor!

Tende na vida 3 amores: A vida, a família e os amigos!

A vida porque é curta;

A família porque é única;E os amigos porque são raros!

Curiosidades

Por que é que os israelitas também são chamados de judeus e hebreus?

Entre os três termos, o primeiro a ser utilizado foi hebreu. "Era este o nome dado aos membros da família de Abrão, um patriarca que se estabeleceu em Canaã, na época em que ainda não existiam judeus", conforme a Bíbia. Um dos netos deste patriarca chamava-se Israel e, por conseguinte, seus descendentes foram chamados de israelitas.

Um dia, estes homens instalaram-se em Canaã e criaram uma monarquia. Nascia então o Reino da Judéia, e o povo local foi denominado judeu. Hoje, israelita e hebreu são considerados sinónimos. Já o termo judeu é utilizado para designar somente aqueles que seguem a religião judaica.

Por que é que os pilotos camicazes usavam capacete?

Em aviões, os capacetes nunca foram utilizados para proteger os pilotos em casos de acidentes. No início da história da aviação, eles serviam para manter aquecida a cabeça dos pilotos, que voavam

em cabines abertas. Mais tarde, já em cabines fechadas, eles tinham a finalidade de acomodar fones aoe ouvido e microfones, permitindo a comunicação dos pilotos com a base por meio de rádio.

Para os camicazes, os capacetes funcionavam como o canal que os dirigia até seus alvos.

Por que é que quando estamos em pé, mas com o tronco do corpo tombado, as pessoas dizem "foi assim que Napoleão perdeu a guerra"?

Porque quando o exército de Napoleão estava voltando da Rússia, os soldados estavam tão exaustos e havia tanto gelo que eles mal conseguiam andar. Fatigados, eles acabavam tombando na neve, com as pernas e o tronco formando um ângulo de 90 graus.

O estudante que teve 0% num exame...

Nao sei que tipo de exame possa ser, com este tipo de perguntas, mas... (mas que não respondeu errado a nenhuma pergunta é verdade.)

1) Em que batalha morreu o Almirante Nelson?

- Na sua última.

2) Onde foi assinada a Declaração de Independência?

- No fim da folha.

3) O Rio Rave corre em que Estado?

- No estado líquido.

4) Qual é a principal causa do divórcio?

- O casamento.

5) Qual é a razão principal para falhar?

- Os exames.

6) O que é que não se pode comer ao pequeno-almoço?

- O almoço e o jantar.

7) O que se parece com a metade de uma maçã?

- A outra metade.

8) Se lançarmos uma pedra pintada de vermelho ao mar azul, no que é que se transforma?

- Numa pedra molhada.

9) Como é que um homem consegue estar oito dias sem dormir?

- Facilmente. Dorme de noite

10) Como é que se pode levantar um elefante com uma mão?

- Não é possível encontrar um elefante só com uma mão.

11) Se tiver 3 maçãs e 4 laranjas numa mão e 4 maçãs e 3 laranjas na outra, o que é que tem?

- Mãos muito grandes.

12)Se foi preciso a 8 homens, 10 horas para construir um muro, quanto tempo demorarão 4 homens a fazê-lo?

- Nenhum. O muro já tinha sido construído pelos outros.

13) Como é que se consegue deixar cair um ovo em cima de um chão de cimento sem o partir?

- De qualquer maneira. O chão de cimento dificilmente se parte.

ATÃO BÁ

BarrosoNoticias de

1502 de Abril de 2018

BarrosoNoticias de

Sede: Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tel: +351 276 512 285 e 91 452 1740 email: [email protected]: José António Carvalho de Moura, Contribuinte nº 131 503 324, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tels: +351 276 512 285 e 91 452 1740 FAX: +351 276 512 281 Email: [email protected]

Editor: Nuno Moura, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre, email: [email protected]: Maria de Lourdes Afonso Fernandes Moura

Paginação e composição: [email protected], Rua Miguel Torga, 492 5470-211 MontalegreRegisto no ICS: 108495

Impressão: Empresa Diário do Minho, Lda Rua de Santa Margarida, 4 A, 4710-306 Braga email: [email protected] http://www.diariodominho.pt

Colaboradores: António Chaves, António Pereira Alves, Barroso da Fonte, Carlos Branco, Custódio Montes, Dias Vieira, Domingos Cabeças (Inglaterra), Domingos Dias (USA), Duarte Gonçalves, Fernando Moura, Fernando Rosa (USA), João Soares Tavares, José dos Reis Moura, José Manuel Vaz, José João Moura, Lita Moniz (Brasil), João Adegas, José Duarte (França), José Rodrigues (USA), Lobo Sentado, Domingos Chaves, José Fernando Moura, José Manuel Rodriguez,

Manuel Machado, Maria José Afonso, Norberto Moura, Nuno Carvalho e Victor Pereira

Assinaturas: Nacionais: 20,00 € Estrangeiros: 35,00 €

Tiragem: 1.500 exemplares por edição

(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores não vinculando necessariamente a orientação do jornal ou da sua direcção)

FUTEBOLDepois de oito jogos sem perder, a equipa transmontana regressa aos desaires.

E o único golo do jogo foi apontado logo aos seis minutos, depois de um canto batido, alguma indecisão da defensiva barrosã e o central Vini, mais lesto, a inaugurar o marcador. A partir daqui o Montalegre pressionou muito o adversário, que recuou as suas linhas e partia rápido em contra-ataque.. Foi num desses lances que a equipa minhota pôde aumentar a vantagem, grande passe de André Soares para Rafa Miranda que atira ao lado. Os transmontanos aproximam-se da baliza minhota e criam muito perigo aos dezanove minutos. Depois Price, isolado, não consegue desfeitear o guarda-redes, Pedro Freitas, que faz bem a mancha.

No início da segunda parte, Fausto, isolado, não consegue o chapéu a Guedes. O Montalegre tem também uma grande oportunidade, Price, em boa posição, atira à baliza, com o guarda-redes batido, é Henrique Gomes que salva em cima da linha de golo. Rafa Miranda sai lesionado e entra Ahmed Isaiah, que tem duas boas situações para marcar, primeiro num remate ao lado e depois na barra. O Montalegre pressionava muito mas não conseguia chegar com perigo à baliza contrária. A fechar e de livre, Gabi, obriga Pedro Freitas a defesa atenta.

O técnico do Vilaverdense, António Barbosa, diz que a sua equipa “organizou-se e conseguiu vencer um adversário que criou muitas dificuldades, com mérito e

empenho”. Já o treinador do Montalegre,

José Viage, deu os parabéns aos seus jogadores e acrescentou que a sua equipa merecia mais: “O Montalegre fez um grande jogo, parece-me que o resultado justo seria o empate, o Montalegre na segunda parte foi muito superior, criámos situações de golo, a nível de posse de bola fomos muito superiores. Ganha quem marca!”, concluiu.

Líder vence Montalegre

Num jogo com muitas interrupções, não se assistiu a um grande espetáculo de futebol

Apesar de ter perdido, o conjunto transmontano deu boa réplica à melhor equipa da série A. Aos 81 minutos, um grupo de adeptos do Vizela, insatisfeito, assobiou inclusivamente a equipa… Entrou melhor na contenda o Vizela. Aos cinco minutos excelente cruzamento para a área barrosã e o central Weliton atira perto do alvo. O Vizela dominou o primeiro quarto de hora, a partir daqui a equipa transmontana equilibrou e Baba está perto de abrir o marcador. Aos 32 minutos choque brutal, entre o avançado do Vizela, Correia, e o guarda – redes Márcio da Rosa, que fazia a estreia, nesta temporada, com a camisola do Montalegre. O guardião cabo-verdiano saiu mais mal tratado e teve de sair para o hospital de Guimarães, com prognóstico de traumatismo craniano, com perda de consciência, todavia o atleta já está em casa depois de passar uma noite em observações, no hospital

de Vila Real. Ainda com Márcio em campo, o Montalegre sofre golo – o brasileiro Felipe conclui um grande cruzamento na direita. Ao intervalo 1-0. O Montalegre entra melhor na etapa complementar e obriga o Vizela a aplicar-se. Panin, que tinha entrado, atira ao lado da baliza barrosã. Porém o Montalegre podia ter empatado – aos 80 minutos, Iuri Gomes, em boa posição, não consegue bater Pedro Albergaria. “Quem não marca sofre”, a velha máxima no futebol aconteceu. Aos 82 minutos, grande iniciativa de João Oliveira pelo corredor esquerdo, cruzamento perfeito para Paredes que, de cabeça, faz o 2-0 e acaba com o jogo. O camisola “nove” do Vizela já tinha marcado em Montalegre…! Resultado exagerado face ao que aconteceu. Boa arbitragem de André Castro e dos seus pares. O Vizela já conseguiu o passaporte para o play - off de subida à 2ª liga… O treinador do Vizela, Carlos Cunha, considerou que a sua equipa não fez uma grande exibição:” Como era expectável tivemos um jogo difícil, o Montalegre é uma excelente equipa, aliás tem o demonstrado na 2ª volta – da nossa parte não fizemos um jogo muito conseguido, temos a noção disso, acho que até por culpa própria, em alguns momentos, demonstrámos ansiedade que não nos ajudou nada. Fizemos um jogo muito pastoso, de certa forma, muito lento, pouca agressividade ofensiva, acho que defensivamente estivemos seguros mas fomos pouco acutilantes no ataque! O Montalegre esteve sempre no jogo e isso causou-nos muitas dificuldades…” Já o treinador do Montalegre, Viage, diz que o “ Montalegre teve chances para fazer

o golo, a seguir ao 1-0, não fizemos, na 2ª parte fomos muito mais equipa, tivemos mais posse de bola, o Vizela recuou um pouco as linhas, nós criamos as nossas oportunidades de golo, quando jogas com uma equipa com esta qualidade, arriscas-te a levar o segundo golo. Mérito do Vizela e demérito nosso”,concluiu. O melhor em campo foi o brasileiro Felipe.

O Montalegre atravessa um bom momento de forma e consegue somar mais um triunfo, que coloca a equipa barrosã à beira da manutenção.

A equipa do São Martinho saíu bastante determinada para este jogo e com o intuito de vencer. Logo aos quatro minutos, Ba atira com perigo à baliza barrosã. Responde o Montalegre, por Tiago Oliveira, mas o remate sai à malha lateral. O conjunto forasteiro mostra-se um pouco melhor e volta a criar perigo aos dezoito minutos. O brasileiro Ba esteve em destaque na equipa de Santo Tirso e, aos 29 minutos, obriga Tiago Guedes a defesa apertada, com as pernas e para canto. O mesmo Ba volta a criar muito perigo, aos 36 minutos, todavia Tiago Guedes volta a defender bem. No minuto seguinte, reação da equipa da casa, Tiago Oliveira cruza bem e Prince marca, no entanto o golo seria invalidado por fora de jogo do atleta nigeriano. Mas o Montalegre marca mesmo, aos 41 minutos, de bola parada, livre bem apontado por Tiago Oliveira, cabeceamento ao poste de Bruno Lourenço e recarga vitoriosa de

Zack. Ao intervalo 1-0. A etapa complementar começa,

praticamente, com o golo de Baba depois de lance de insistência. O técnico do São Martinho, Agostinho Bento, arrisca com as entradas de Bobô, Jorge e Sam, a verdade é que a formação do São Martinho passa a ter maior profundidade no ataque. Aos 73 minutos Chiquinho remata forte para boa defesa de Tiago Guedes, que atravessa um excelente momento de forma. Seis minutos depois, o mesmo Chiquinho, atira por cima, de livre direto. O Montalegre dava o domínio do jogo ao adversário e Tiago Guedes volta a fazer boa defesa. O merecido golo do São Martinho chega tarde, aos 90+3 , golpe de cabeça de Bobô e um tento de belo efeito.

O Montalegre foi mais eficaz neste jogo, numa partida em que o São Martinho não teve a chamada “estrelinha da sorte”.O técnico do Montalegre, Viage, considera que foi uma vitória difícil: “Era essencial vencer, temos de jogar para os pontos, não fizemos uma partida de definição perfeita mas fizemos um jogo de entrega! Demos um passo de gigante rumo à manutenção – que é o objectivo!”.

Já o treinador do São Martinho, Agostinho Bento, considera que o empate seria o resultado mais justo: “Estou satisfeito com o rendimento dos meus atletas e desiludido e triste com o resultado, o nosso objetivo era ganhar os três pontos.

Arbitragem tranquila, sem grandes casos.

Nuno Carvalho

DESPORTO

A Visita Pascal ainda é uma Festa entre nós

No auditório da Biblioteca Municipal de Montalegre, durante a semana santa, no dia 27, reuniu-se algum povo para ouvir o Pe Vitor Pereira dissertar sobre as tradiões, usos e costumes da época pascal. Foi designada como Tertúlia "Semana Santa", ideia feliz mas teve pouca gente devido à falta de divulgação. Tema aliciante que radica na nossa cultura merecia uma audiência mais alargada porque a Páscoa, a festa maior da cristandade, ainda é uma festa entre nós.Este ano, por Montalegre andou o Pe António Fontes que deu nova vida à visita pascal nalguns bairros da vila. Para tanto transportava um realejo que, depois da benção da casa, tocava para gáudio dos presentes.É isto mesmo. O Dia de Páscoa foi sempre um Dia Grande nas nossas aldeias. A falta de gente faz desaparecer as tradições mas na Reboreda, de Salto, as pessoas do lugar acompanham a Cruz até à última casa de habitação.A Tertúlia da Semana Santa, ao recordar as tradições antigas, poderia contribuir para algum renascimento desses usos e costumes.