HANSEN, João Adolfo - Barroco, Neo-Barroco e outras ruínas
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01 André Luiz Mesquita de Lima - Universidade Federal do Acre - UFAC
Barroco - Literatura
INTRODUÇÃO
O barroco foi um movimento literário que se desenvolveu primeiramente na
Europa, mas especificamente em Portugal nos anos de 1580 (Séc. XVII). O estilo
barroco nasceu da crise de valores renascentistas ocasionada pelas lutas religiosas e pela
crise econômica vivida em consequência da falência do comércio com o Oriente. O
homem do Seiscentismo vivia um estado de tensão e desequilíbrio, do qual tentou
evadir-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras como a
metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria. O tempo barroco denomina genericamente
todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da
literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.
É importante ressalta ainda, que o estilo barroco foi desenvolvido em meio a um
período em que o homem alternava-se em momento de depressão e pessimismo com
instantes de euforia e nacionalismo. É a arte do conflito, do contraste, do dilema, da
contradição e da dúvida. Reflete o conflito entre a herança humanista, renascentista,
racionalista e clássica do homem quinhentista (século XVI) e o espírito medieval,
místico e religioso exacerbado pela Contra-Reforma Católica. Desse espírito dualista
decorrem: na Literatura: a sobrecarga de antíteses, paradoxos e oxímoros; na Pintura: o
jogo de luz e sombra, de claros e escuros; na Escultura e na Arquitetura: a exacerbação
dos contrastes alto-relevo e baixo-relevo, formas côncavas e convexas; na Música: os
esquemas polifônicos geradores do contraponto e da fuga.
No Brasil iniciou-se nos séculos XVII e XVIII, a partir do ciclo do ouro.
Envolveu todas as atividades culturais e foi a primeira escola artística que conseguiu
formular expressões tipicamente brasileiras símbolos do nascente sentimento
nacionalista. O barroco brasileiro caracteriza-se pelo movimento sinuoso das formas,
pelo jogo dos opostos, pela luz tangente e pela exuberância dos detalhes e de
ornamentos.
O Barroco, apesar de ter sido iniciado na Bahia, com o chamado Barroco
Açucareiro, teve em Minas o seu ponto alto como arte, quer seja na escultura,
arquitetura, pintura ou música. Com o Barroco Açucareiro, fica o mérito da literatura
com nomes como Gregório de Matos Guerra (1633-1696), também conhecido por Boca
do Inferno, por sua poesia satírica, que condenava os alicerces sociais da Bahia na
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segunda metade do século XVII, e Pe. Antônio Vieira, maior representante da oratória
sacra em língua portuguesa.
O barroco brasileiro apresenta peculiaridades que o diferenciam do barroco
europeu. A arte barroca de Minas Gerais revela grande proximidade com a arte das
cidades portuguesas de Braga e do Porto. O barroco mineiro acabou por sobrepujar ao
da metrópole, especialmente nas obras de Aleijadinho, em Congonhas do Campo e
Ouro Preto. O Barroco tornou-se a verdadeira expressão de liberdade, em uma fase de
dominação e opressão. A sociedade tornou-se mais flexível, menos rígida e menos
preconceituosa com os artistas mulatos e caboclos.
BARROCO
O Barroco foi um período estilístico e filosófico da História da sociedade
ocidental, ocorrido desde meados do século XVI até ao século XVIII. Foi inspirado no
fervor religioso e na passionalidade da Contrarreforma. Didaticamente falando, o
Período barroco, vai de 1580 a 1756. O Barroco desenvolveu-se dentro de um período
que alternava momentos de depressão e pessimismo com instantes de euforia e
nacionalismo. É uma época de crise, turbulência e incertezas que serviu de inspiração
para uma arte dinâmica, violenta, perturbada, diferente da clareza, do racionalismo e da
serenidade desejados pelos clássicos.
O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homónima que significa "pérola
imperfeita", ou por extensão jóia falsa. A palavra foi rapidamente introduzida nas
línguas francesa e italiana.
CONTEXTO HISTÓRICO
O ano de 1580 é significativo, marcado pela morte de Camões, e pelo fim da
autonomia política de Portugal, com o desaparecimento do rei, na África, sendo que o
sucessor foi Filipe II da Espanha, que anexou o reino português aos seus domínios, na
chamada União Ibérica.O capitólio político passou a ser Madrid, tendo Portugal
perdido, além do seu foco político, a importância foco cultural.
No século que se seguiu (século XVII), a influência predominante passou a ser a
espanhola que se tornou marcante na cultura portuguesa e durante este mesmo período,
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brotam aos olhos da Espanha uma riquíssima geração de escritores, como Gôngora,
Quevedo, Miguel de Cervantes, Félix Lope de Vega e Calderón de la Barca além de
muitos outros.
Em 1640, Portugal inicia a empreitada na reconquista da posição no cenário
europeu, libertando-se do domínio espanhol, após D. João IV, da dinastia de Bragança,
subir ao trono. Até 1668, muitas lutas ocorreram, contra a Espanha, na defesa da
independência e contra os holandeses, em busca de recuperar as colônias da África
Ocidental e parte do Brasil. Este foi um período de intensa agitação social, com
esforços permanentes em busca do restabelecimento da vida econômica, política e
culturais. Publicaram-se várias obras panfletárias clandestinas, que denotavam posição
contrária à corrupção do Estado e a exploração do povo. A mais famosa e significativa é
a Arte de Furtar, cuja autoria está atribuída desde 1941 ao Padre Manuel da Costa e é
hoje praticamente incontestada. Marquês de Pombal, ministro do rei Dom José, subiu ao
poder em 1750, com propostas renovadoras, que inauguraram uma nova fase na história
cultural portuguesa. Em 1756, a Arcádia Lusitana demarcou o início de novas
concepções literárias.
Outros fatos que caracterizam o contexto histórico do barroco na Europa foram a
Reforma Protestante e o Concílio de Trento.
A Reforma Protestante foi uma reforma ocorrida após a Idade Média e que
tinham como base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da Igreja
Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.
Durante a Idade Média a Igreja Católica se tornou muito mais poderosa, interferindo nas
decisões políticas e juntando altas somas em dinheiro e terras apoiadas pelo sistema
feudalista. Desta forma, ela se distanciava de seus ensinamentos e caía em contradição,
chegando mesmo a vender indulgências (o que seria o motivo direto da contestação de
Martinho Lutero, que deflagrou a Reforma Protestante propriamente dita), ou seja, a
Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados.
Outros fatores que contribuíram para a ocorrência das Reformas foi o fato de que a
Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o fizesse).
Logo, a burguesia ascendente necessitava de uma religião que a redimisse dos pecados
da acumulação de dinheiro. Junto a isso havia o fato de que o sistema feudalista estava
agora dando lugar às Monarquias nacionais que começam a despertar na população o
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sentimento de pertencimento e colocam a Nação e o rei acima dos poderes da Igreja.
Desta forma, Martinho Lutero, monge agostiniano da região da saxônia, deflagrou a
Reforma Protestante ao discordar publicamente da prática de venda de indulgência pelo
Papa Leão X. Leão X (1513-1521) com o intuito de terminar a construção da Basílica de
São Pedro determinou a venda de indulgências (perdão dos pecados) a todos os
cristãos. Lutero, que foi completamente contra, protestou com 95 proposições que
afixou na porta da igreja onde era mestre e pregador. Em suas proposições condenava a
prática vergonhosa do pagamento de indulgências, o que fez com que Leão X exigisse
dele uma retratação pelo ato. O que nunca foi conseguido. Leão X então, excomungou
Lutero que em mais uma manifestação de protesto, rasgou a Bula Papal (documento da
excomunhão), queimando-a em público.
Em resposta á Reforma Protestante a igreja Católica para combater a onda de
novas religiões, inclusive do cristianismo idealizado por Martinho Lutero realizou em
1545, o Concílio de Trento, que duraria até 1563 e pelo qual a Igreja conseguiu provar
que ainda era bastante poderosa para deter as reformas que haviam se alastrado pela
Europa. Dentre uma série de medidas tomadas no Concílio podemos destacar o
fortalecimento da autoridade do Papa e o surgimento de novas ordens religiosas (como a
Companhia de Jesus). O Concílio decidiu também, criar regras para o clero, os padres
deveriam estudar em seminários, estudando o catolicismo a fundo, coisa que não
acontecia anteriormente, e estabeleceu-se um limite mínimo de idade para a ordenação:
25 anos para padre e 30 para bispo. Foi estabelecido também, que a Bíblia só poderia
ser interpretada pela Igreja e foram mantidos os cultos das imagens e da virgem Maria.
Após a Contra-Reforma ou Reforma Católica o papado havia se fortificado e a
Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1543, tornou-se a escola dos
filhos da nobreza o que ajudou a fortalecer ainda mais a Igreja.
No Brasil, o barroco teve início no ano de 1601, tendo como obra significativa,
Prosopopéia, de Bento Teixeira, terminando com as obras de Cláudio Manuel da Costa,
em 1768, uma introdução ao Neoclassicismo. O barroco no Brasil foi marcado por
novas diretrizes na política de colonização, e estabeleceram-se engenhos de cana-de-
açúcar na Bahia e surgiram os primeiros núcleos urbanos. O barroco desenvolveu-se no
Brasil ao lado dos primeiros núcleos urbanos. As principais manifestações dessa arte
foram às construções religiosas levantadas em Salvador e Recife. Salvador, como
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capital do Brasil, transformou-se em um núcleo populacional importante, e
conseqüentemente, num centro cultural que, mesmo timidamente, fez surgir grandes
figuras, como Gregório de Matos. O Barroco Brasileiro prensenciou ainda a decadência
do período açucareiro. Duarte Coelho, que era donatário da capitania de Pernambuco,
tomou posse do território em 1535 e fundou a vila de Olinda. Ele foi responsável pela
instalação dos primeiros engenhos de açúcar. A produção açucareira transformou
Pernambuco em um dos mais importantes centros exportadores do período colonial. A
riqueza gerada atraiu colonos portugueses, que trazem grande número de escravos
africanos para o trabalho nos engenhos. No século XVII, com as invasões holandesas,
os pernambucanos assumiram a luta em defesa de suas terras e de sua autonomia. Entre
1710 e 1712, na Guerra dos Mascates, os senhores de terra e de engenhos de Olinda
enfrentaram os mascates, como eram chamados pelos brasileiros os comerciantes
portugueses do Recife. Durante o século XVIII tornou-se visíveis os sinais de declínio
da economia canavieira, acelerado pelo crescimento da mineração e pelos excessos dos
monopólios portugueses.
CARACTERÍSTICAS
* CULTISMO OU GANGORISMO: – É o jogo de palavras; é o rebuscamento
da forma, é a obsessão pela linguagem culta, erudita, por meio de inversão da frase
(hipérbato), do uso de palavras difíceis. É o abuso no emprego de figuras de linguagem,
especialmente a metáfora, a antítese e o hipérbato. O principal cultista do barroco
mundial foi o espanhol Luiz de Gôngora. No Brasil, Gregório de Matos.
* CONCEPTISMO: É o aspecto construtivo do Barroco, voltado para o jogo
das idéias e dos conceitos. É a preocupação com as associações inesperadas, seguindo
um raciocínio lógico, racionalista. O principal conceptista do barroco mundial foi o
espanhol Francisco de Quevedo. No Brasil, padre Antônio Vieira.
* TEOCENTRISMO X ATROPOCENTRISMO: O rebuscamento da arte
barroca é reflexo do dilema em que vivia o homem do seiscentismo (os anos de 1600).
Daí as preferências por temas opostos: espírito e matéria, perdão e pecado, bem
e mal, céu e inferno. Tudo isso gerava a preocupação com a brevidade da vida (carpe
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diem). Teocentrismo significa DEUS no centro de tudo; Antropocentrismo é o homem
no centro de todas as coisas.
CONTEXTUALIZAÇÃO DOS AUTORES NO TEMPO E NO ESPAÇO
- Bento Teixeira com a prosapopéia - Dirigido a Jorge d’Albuquerque Coelho,
Capitão e Governador da Capitania de Paranambuco, das partes do Brasil da Nova
Lusitânia.
“Olhai o grande gozo e doce glória.
Que tereis quando, postos em descanso,
Contardes esta larga e triste história,
Junto do pátrio lar, seguro e manso.
Que vai da batalha a ter Victória,
O que do Mar inchado a um remanso,
Isso então haverá de vosso estado
Aos males que tiverdes já passado.''
-Gregório de Mato com as poesias satíricas: Ficou conhecido como “Boca do
Inferno” por escrever poemas criticando a igreja católica e seus costumes, Gregório de
Matos teve a coragem de fazer poemas quase eróticos e de questionar o catolicismo na
época em que a Inquisição mandava homens e mulheres para a fogueira.
Na oração que desaterra........................... aterra,
Quer Deus que a quem está o cuidado....... dado
Pregue que a vida é emprestado............... estado,
Mistérios mil que desenterra.................... enterra.
Quem não cuida de si que é terra.............. erra,
Que o alto Rei por afamado..................... amado
E quem lhe assiste ao desvelado............... lado
Da morte ao ar não desaferra.................. aferra.
Quem do mundo a mortal loucura............ cura,
À vontade de Deus sagrada...................... agrada
Firmar-lhe a vida em atadura................... dura.
Ó voz zelosa que dobrada......................... brada,
Já sei que a flor da formosura................... usura
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Será no fim desta jornada........................ nada.
ÁREAS EM QUE O BARROCO INFLUENCIOU
* RELIGIOSIDADE: Assim como em outras partes do mundo onde existiu, o
barroco foi no Brasil um estilo movido pela inspiração religiosa, mas ao mesmo tempo
de enorme ênfase na sensorialidade e na opulência dos materiais e formas, num acordo
tácito e ambíguo entre glória espiritual e êxtase carnal. Entenda-se isso na perspectiva
geral da época, quando o religioso educava a alma da sua ovelha em direção à
apreciação das virtudes abstratas buscando seduzí-la antes pelos sentidos materiais,
especialmente através da beleza das formas. Além da beleza de formas o catolicismo
durante o barroco se valeu com ênfase do aspecto devocional, e o amor e a compaixão
eram visualmente estimulados pela representação dos momentos mais dramáticos de
cada história sagrada, e assim abundam os Cristos açoitados, as Virgens com o coração
trespassado de facas, os crucifixos sanguinolentos, as patéticas imagens de roca
articuladas e com cabelos e vestes reais que se levavam em procissões solenes e féricas
onde não faltavam às lágrimas e os pecados eram confessados em alta voz. A religião
tinha enorme poder. Na Europa a Igreja Católica foi, ao lado das cortes, a maior
mecenas de arte neste período. No Brasil, então, quase toda arte barroca é arte religiosa.
* ARQUITETURA: Depois da expulsão dos holandeses de Pernambuco a
Igreja e a administração civil se lançaram em uma intensa movimentação construtiva, de
início ainda mostrando elementos maneiristas, com frontões discretos, torres com
coroamento piramidal simples e frontispícios pouco elaborados, mas logo evoluindo
para um barroco pleno, quando a ornamentação é muito mais movimentada, com amplas
volutas, colunas salomônicas e grande profusão de detalhes. A igreja franciscana de
Cairu, de 1654, é tida como o primeiro espécime inteiramente barroco erguido em
território nacional, despido de toda influência maneirista que existia até então. Em
Pernambuco: a Matriz de Santo Antônio, com esplêndida talha nos altares, e o Convento
e Igreja de São Francisco em João Pessoa, na Paraíba, considerado por Germain Bazin a
mais perfeita dentre as construções franciscanas rococó do Nordeste brasileiro, embora
seja uma adaptação quase literal do projeto do templo de Cairu, 50 anos mais antigo.
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Em Minas Gerais: a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a originalíssima Igreja de São
Francisco, talvez a obra máxima de Aleijadinho, com torres circulares de coruchéu em
forma de capacete, óculo obturado por relevo, e frontispício imponente; todas estas em
Ouro Preto.
* PINTURA E ESCULTURA: A pintura e a escultura barrocas se
desenvolveram como elementos auxiliares, embora fundamentais, para obtenção do
efeito cenográfico total da arquitetura sagrada que era erguida, todas as especialidades
conjugando esforços em busca de um resultado sinestésico arrebatador, concorde com a
tendência dramática e emocional do período, onde a religião era um aspecto dominante
e a catequese empregava também recursos sensoriais para a evangelização.
- PINTURA: As primeiras pinturas criadas do Brasil foram realizadas sobre
pranchas de madeira, em um estilo protobarroco e subsidiárias à decoração em talha.
Quase ao mesmo tempo artistas holandeses da corte de Maurício de Nassau realizaram
em tela, em Pernambuco, notáveis documentos da terra e da gente local através da
técnica requintada e minuciosa de Frans Post e Albert Eckhout Também neste período
inicial surgem Baltazar de Campos, que chegou ao Maranhão em 1661 e produziu telas
sobre a Vida de Cristo para a sacristia da Igreja de São Francisco Xavier, e João Felipe
Bettendorff, também no Maranhão, decorando as igrejas de Gurupatuba e Inhaúba.
- ESCULTURA: O barroco originou uma vasta produção de estatuária sacra,
disseminada por todo o Brasil. A maioria das obras que nos chegaram deste período
permanece anônima e são de nítida fatura popular. Entre os primeiros autores
conhecidos estão José Eduardo Garcia, português, e Francisco das Chagas, o Cabra,
ambos ativos em Salvador. Com a sedimentação da cultura nacional por volta da metade
do século XVIII e com a multiplicação de artífices cada vez mais capazes, nota-se um
crescente refinamento nas formas e no acabamento das peças, e aparecem imagens de
grande expressividade. Talhados aqui ou não, dificilmente haveria uma casa que não
possuísse ao menos algum santo de devoção esculpido, e a estatuária se tornou um bem
de largo consumo, quase onipresente. Salvador em especial tornou-se um centro
exportador de estatuária para os mais distantes pontos do país, criando uma escola
regional de tanta força que não conheceu solução continuidade senão no século XX. O
genial Aleijadinho representa o coroamento e a derradeira grande manifestação de
escultura barroca brasileira, com obra magistral espalhada na região de Ouro Preto, com
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destaque para as obras no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, uma
série de grandes grupos escultóricos nas capelas das estações da Via Crucis e os
célebres Doze Profetas, no adro daquela igreja.
* LITERATURA
- POESIA: No campo da poesia destacam-se os já citados precursores Bento
Teixeira, seguido de Manuel Botelho de Oliveira, autor de Música do Parnaso, o
primeiro livro impresso de autor nascido no Brasil, uma coletânea de poemas em
português e espanhol em rigorosa orientação cultista e conceptista, e mais tarde o frei
Manuel de Santa Maria, da escola camoniana. Mas o maior poeta do barroco brasileiro é
Gregório de Matos, Foi apelidado de O Boca do Inferno por suas críticas mordazes aos
costumes da época. Na sua lírica religiosa os problemas do pecado e da culpa são
importantes, como é o conflito da paixão com a dimensão espiritual do amor.
-PROSA: Na prosa o grande expoente é o Padre António Vieira, com os seus
sermões, dos quais é notável o Sermão da Primeira Dominga da Quaresma, onde
defendia os nativos da escravidão, comparando-os aos hebreus escravizados no Egito.
- MÚSICA: A música é a arte cuja trajetória durante o barroco no Brasil é das
menos conhecidas e das que deixou menos relíquias. Da produção musical nativa só
temos monumentos significativos a partir do final do século XVIII, ou seja, quando o
principal do barroco já havia passado e estávamos já em ambiente rococó. A Escola
Mineira de música, o mais célebre grupo de compositores do Brasil colonial e o que o
grande público conhece mais já não é, como se tem divulgado erroneamente chamando-
a de "música do barroco colonial", uma escola barroca. Porém é inegável uma herança
barroca mais ou menos velada em sua sonoridade e técnicas, ainda empregando o baixo
contínuo, e na sua atmosfera às vezes quase naïf que espelha idêntico caráter da pintura
e escultura sacra do período.
- MÚSICA PROFANA: No campo profano há registros de encenações de
óperas italianas - uma voga no século XVIII - em teatros da Bahia (1729, 1760), Rio
(1767), São Paulo (1770) e se iam organizando algumas irmandades musicais e
orquestras, muitas formadas por mulatos.
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-MÚSICA SACRA: Como grande parte da prática e do ensino era conduzida
pelos religiosos, a música sacra é o que mais foi feito neste período, no terreno da
música erudita, surgindo uma riqueza de missas, motetos, impropérios, antífonas,
ladainhas e salmos, seja a cappella, seja para solistas com coro e orquestra. Em São
Luís, desde 1629 é assinalada a presença de Manuel da Motta Botelho como mestre de
capela. do grande número de músicos atuantes em todo o Nordeste e centro do país
durante o barroco, praticamente tudo de sua produção desapareceu.
* MÍDIA
- TEATRO: As primeiras manifestações teatrais importantes no Brasil ocorrem
na transição do maneirismo para o barroco, e foram realizadas em âmbito religioso,
como parte da obra missionária de catequização do gentio. . Assim são as peças de José
de Anchieta, o maior e praticamente único dramaturgo do século XVI no Brasil, e sua
produção se insere na concepção jesuíta de catequese cênica, sistematizada pelo padre
Franciscus Lang em sua Dissertatio de actione scenica.
CONCLUSÃO
Diante do exposto acima, conclui-se que, o movimento literário barroco, que
teve inicio em Portugal nos anos de 1580 e terminou nos anos de 1756. No Brasil
iniciou-se nos anos 1601 com término nos anos de 1768, trouxe mudanças positivas
tanto para Portugal, quanto para o Brasil, pois concernente a Portugal, podemos destacar
as mudanças ocorrida na religião, por exemplo, a Reforma protestante, onde foram
denunciadas a praticas erradas da igreja e originou-se assim o cristianismo, As
mudanças foram visíveis em toda a sociedade, pois é de nosso conhecimento que a
classe dominante era muito rígida com as classes mais pobres, principalmente com os
negros, e a partir do barroco, a sociedade tornou-se mais flexível. A exemplo de
Portugal, o barroco foi um período muito importante para o Brasil em todas as áreas,
pois foi exatamente durante a existência deste movimento que foram construídas
diversos prédios, como por exemplo, igrejas, cadeias, câmaras e muitos outros. Todos
esses prédios eram inspirados na arte barraca. Portanto não há como negar a importância
deste movimento para Portugal e para o Brasil.
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BIBLIOGRAFIA
TERRA, Ernani e NICOLA, José de. Português Volume Único para o Ensino
Médio – De olho no mundo do Trabalho. 1º Ed. São Paulo, 2007.
EMILIA, Amaral. FERREIRA, Mauro. LEITE, Ricardo. ANTONIO,
Severino. Português Volume Único para o ensino Médio.
SITE: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal