Balanço do CONUNE/PUCR$

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Como membros do movimento estudantil combativo da universidade, estivemos presentes em todo processo de luta que levou a derrubada da máfia do DCE desde os anos 2000, através de companheiros agora já formados. Estivemos no acampamento de 8 e 9 de junho de 2011 e em todo processo de mobilização envolvido. Desde o final do ano passado, fazemos parte da executiva do DCE e nos sentimos na responsabilidade de nos posicionarmos frente a UNE e as práticas que temos visto no nosso Diretório Central que não tem somado para a democracia. Nas últimas semanas vivemos na universidade o primeiro processo eleitoral conduzido pelos estudantes, cuja comissão organizadora surgiu de um DCE eleito democraticamente. Tratava-se das eleições para a tiragem de delegados da nossa universidade para o 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes – CONUNE. A UNE é um instrumento que já foi muito importante à organização dos estudantes e relacionada com a classe trabalhadora. Atualmente, não passa de um braço do governo e assim como muitas entidades e organizações (CUT, MST, PT), se transformou no seu oposto. Deixou as lutas em troca de acordos de gabinetes e disputa eleitorais, ignorando as contradições da educação e propagando as estatísticas do governo. Pelos motivos elencados, somos oposição à entidade e participamos do processo com a Chapa 4: O Movimento é com a Base! na perspectiva de pautar o debate e a organização dos estudantes em torno de suas demanda aqui na PUCRS, através do 1º Congresso de Estudantes da PUCRS. A tiragem de delegados na nossa universidade, revelou não apenas o esgotamento da UNE como também as práticas dos grupos políticos que veem na disputada de cargos da entidade o caminho para pautar a política de suas organizações políticas sem deixar isso explícito na campanha e colocando tais interesses na frente dos interesses do DCE e estudantes. No segundo dia de eleição, a máfia representada pela chapa 1 - composta pelo PDT, PCdoB e PPL, mostrou que continua presente na universidade e agrediu violentamente um estudante que participava do processo. Tal situação se manifestou diante de um processo eleitoral extremamente problemático. Diante do ocorrido, as chapas 1 (PDT, PC do B e PPL), 2 (PSOL) e 5 (PT) solicitaram por escrito a comissão eleitoral* para que as eleições fossem encerradas um dia antes e para que a chapa 1 não fosse impugnada . Em contrapartida, as chapas 3 (AE) e 4 (a qual fizemos parte) solicitaram a continuidade do pleito e a impugnação da chapa 1, também por escrito. A comissão eleitoral deu as eleições por encerradas sob a justificativa de garantir a segurança dos estudantes, mesmo argumento das chapas 1 e 2 que nesse caso se aliaram embora, contraditoriamente, a chapa 2 se diga oposição a chapa 1 nos espaços da UNE. Balanço ao processo de tiragem de delegados ao 53º Conune na PUCRS A PUCR$ elegeu seus delegados. O que você tem a ver com isso? TUDO!

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Carta de balanço da chapa 4 "O Movimento é com a base" para as eleições dos delegados ao 53º Conune na PUCRS.

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Page 1: Balanço do CONUNE/PUCR$

Como membros do movimento estudantil combativo da universidade, estivemos presentes em todo processo de luta que levou a derrubada da máfia do DCE desde os anos 2000, através de companheiros agora já formados. Estivemos no acampamento de 8 e 9 de junho de 2011 e em todo processo de mobilização envolvido. Desde o final do ano passado, fazemos parte da executiva do DCE e nos sentimos na responsabilidade de nos posicionarmos frente a UNE e as práticas que temos visto no nosso Diretório Central que não tem somado para a democracia.

Nas últimas semanas vivemos na universidade o primeiro processo eleitoral conduzido pelos estudantes, cuja comissão organizadora surgiu de um DCE eleito democraticamente. Tratava-se das eleições para a tiragem de delegados da nossa universidade para o 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes – CONUNE. A UNE é um instrumento que já foi muito importante à organização dos estudantes e relacionada com a classe trabalhadora. Atualmente, não passa de um braço do governo e assim como muitas entidades e organizações (CUT, MST, PT), se transformou no seu oposto. Deixou as lutas em troca de acordos de gabinetes e disputa eleitorais, ignorando as contradições da educação e propagando as estatísticas do governo. Pelos motivos elencados, somos oposição à entidade e participamos do processo com a Chapa 4: O Movimento é com a Base! na perspectiva de pautar o debate e a organização dos estudantes em torno de suas demanda aqui na PUCRS, através do 1º Congresso de Estudantes da PUCRS. A tiragem de delegados na nossa universidade, revelou não apenas o esgotamento da UNE como também as práticas dos grupos políticos que veem na disputada de cargos da entidade o caminho para pautar a política de suas organizações políticas sem deixar isso explícito na campanha e colocando tais interesses na frente dos interesses do DCE e estudantes.

No segundo dia de eleição, a máfia representada pela chapa 1 - composta pelo PDT, PCdoB e PPL, mostrou que continua presente na universidade e agrediu violentamente um estudante que participava do processo. Tal situação se manifestou diante de um processo eleitoral extremamente problemático. Diante do ocorrido, as chapas 1 (PDT, PC do B e PPL), 2 (PSOL) e 5 (PT) solicitaram por escrito a comissão eleitoral* para que as eleições fossem encerradas um dia antes e para que a chapa 1 não fosse impugnada . Em contrapartida, as chapas 3 (AE) e 4 (a qual fizemos parte) solicitaram a continuidade do pleito e a impugnação da chapa 1, também por escrito. A comissão eleitoral deu as eleições por encerradas sob a justificativa de garantir a segurança dos estudantes, mesmo argumento das chapas 1 e 2 que nesse caso se aliaram embora, contraditoriamente, a chapa 2 se diga oposição a chapa 1 nos espaços da UNE.

AOS QUE HESITAM

Você diz: Nossa causa vai mal.A escuridão aumenta. As forças diminuem.

Agora, depois que trabalhamos por tanto tempoEstamos em situação pior que no início.

Mas o inimigo está aí, mais forte do que nunca.Sua força parece ter crescido. Ficou com aparência de invencível.

Mas nós cometemos erros, não há como negar.Nosso número se reduz. Nossas palavras de ordem

Estão em desordem. O inimigoDistorceu muitas de nossas palavras

Até ficarem irreconhecíveis.

Daquilo que dissemos, o que é agora falso:Tudo ou alguma coisa?

Com quem contamos ainda? Somos o que restou, lançados fora

Da corrente viva? Ficaremos para trásPor ninguém compreendidos e a ninguém com-

preendendo?

Precisamos ter sorte?Isto você pergunta. Não espere

Balanço ao processo de tiragem de delegados ao 53º Conune na PUCRS

A PUCR$ elegeu seus delegados. O que você tem a ver com isso? TUDO!

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Não aceitamos esse argumento: encerrar as eleições e impedir que muitos estudantes participem não corresponde a democracia pela qual lutamos! Para que o movimento estudantil da PUCRS derrubasse a máfia do DCE, precisamos nos arriscar muito, denunciar as fraudes e agressões, foi preciso lutar! Se na primeira agressão tivéssemos ido para casa, a máfia estaria no DCE até hoje.

A UNE mostra seu esgotamentoNem no processo de tiragem de delegados há debate e discussão. Situação e oposição têm

os mesmos interesses: eleger delegados para garantir cargos. Os estudantes são tratados como ignorantes, votam por amizade, são levados para urna pelo braço ou na promessa de viagens e o pior, os materiais da chapa 2 do CAAP/PSOL dizem “NÓS DERRUBAMOS A MÁFIA DO DCE”, se aproveitam do respeito que os estudantes tem pelo Movimento 89 de Junho para conseguir votos. Nesses dias, a universidade foi invadida por estudantes da UFRGS que faziam campanha. Porém, por que na UFGRS as mesmas pessoas são contra ter estudantes de fora nas campanha e na PUCRS a situação é diferente? Mais uma vez situação e oposição à UNE tem as mesmas práticas.

Ficam as perguntas:

• Será que quem vai para casa diante de uma agressão enfrentou uma máfia de frente?• Sobre a segurança da PUCRS não ter feito nada diante das agressões: será que a chapa

2 sabe que quando a gente lutava contra a máfia a segurança também batia na gente e protegia a máfia?

• Se o argumento era garantir a segurança, por que a chapa 1 (da máfia, que agrediu) também queria terminar o processo eleitoral antes?

• Pautamos que o movimento estudantil tenha autonomia, então será que é mesmo uma responsabilidade da PUCRS garantir a segurança?

• Os membros da chapa 1 sairão da PUCRS? Ou não teremos eleições nem Congresso de Estudantes para DCE “para garantir a segurança”?

• Será que quem trata os estudantes com o mesmo desrespeito que a máfia tratava, encerrando uma eleição antes, quer democratizar o DCE ou tem outros interesses?

Fica explícito que tal medida apenas privilegia as chapas 1 e 2 que haviam garantido que os estudantes votassem nos seus prédios de atuação e que daquele momento em diante só

teriam delegados a perder

Mais do que nunca a realização do 1º Congresso de Estudantes da PUCRS se mostra urgente: precisamos decidir coletivamente os rumos do DCE, a mudança Estatutária, as reuniões abertas, os espaços de discussão! As prioridades do

DCE devem ser aquelas pelas quais todos lutamos e não de uma organização política ou de indivíduos que colocam seus interesses na frente dos da entidade.

*A comissão eleitoral era composta por estudantes independes do DCE e por membros da chapa 2 filiados no PSOL, que também fazem parte do DCE. Embora o regulamento permita que a comissão eleitoral faça parte de chapas, os problemas decorrentes são evidentes e não foi diferente nesse caso. A comissão privilegiou

a abertura da urna no prédio 07, FAMECOS, nos quais membros do PSOL fazem parte do CAAP e os demais prédios como no 15 e no 11 ficaram muito tempo sem

urnas.

Porto Alegre, Maio de 2013.