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Plano Nacional de Integração Hidroviária
BACIA DO SUL
RELATÓRIO TÉCNICO
Desenvolvimento de Estudos e Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias com Implantação de Base de Dados Georreferenciada e Sistema de Informações Geográfi cas
Fevereiro 2013
Relatório Técnico Bacia do Sul
ii ANTAQ/UFSC/LabTrans
República Federativa do Brasil
Dilma Roussef
Presidenta da República
Secretaria de Portos (SEP)
José Leônidas Cristino
Ministro Chefe
Ministério dos Transportes
Paulo Sérgio Passos
Ministro dos Transportes
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)
Diretoria Colegiada
Pedro Brito (Diretor-Geral Substituto)
Fernando José de Pádua C. Fonseca (Diretor Interino)
Mário Povia (Diretor Interino)
Superintendência de Navegação Interior (SNI)
Adalberto Tokarski (Superintendente)
Superintendência de Portos (SPO)
Bruno de Oliveira Pinheiro (Superintendente Substituto)
Superintendência de Fiscalização e Coordenação (SFC)
Giovanni Cavalcanti Paiva (Superintendente)
Superintendência de Navegação Marítima e de Apoio (SNM)
André Luís Souto de Arruda Coelho (Superintendente)
Superintendência de Administração e Finanças (SAF)
Albeir Taboada Lima (Superintendente)
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans iii
FICHA TÉCNICA
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS
Gerência de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior (GDI) José Renato Ribas Fialho - Gerente Eduardo Pessoa de Queiroz - Coordenador Isaac Monteiro do Nascimento Gerência de Estudos e Desempenho Portuário (GED) Fernando Antônio Correia Serra - Gerente Herbert Koehne de Castro José Esteves Botelho Rabello Gerência de Portos Públicos (GPP) Samuel Ramos de Carvalho Cavalcanti – Gerente Substituto Paulo Henrique Ribeiro de Perni Camila Romero Monteiro da Silva Superintendência de Fiscalização e Controle (SFC) Frederico Felipe Medeiros Unidade Administrativa Regional do Paraná (UARPR) Fábio Augusto Giannini ENTIDADES COLABORADORAS Ministério dos Transportes (MT) Administrações Hidroviárias Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Unidades Administrativas Regionais da ANTAQ Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Marinha do Brasil/Diretoria de Portos e Costas - Capitania Fluvial de Juazeiro Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Agência Nacional de Águas (ANA) Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (BA) Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Pernambuco - Porto Fluvial de Petrolina (PE) Secretaria de Transportes - RS - SEINFRA Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH) Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH) Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH) Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e suas Federações Confederação Nacional do Transporte (CNT) e suas Federações Petrobras Transporte S/A (TRANSPETRO) Vale S.A.
Relatório Técnico Bacia do Sul
iv ANTAQ/UFSC/LabTrans
Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (APROSOJA) Empresas Brasileiras de Navegação Interior TECON/Rio Grande Porto de Rio Grande (RS) Movimento Pró-Logística Sindicatos das Empresas Brasileiras de Navegação - SINDARMA
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans v
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Roselane Neckel - Reitora Lúcia Helena Martins Pacheco- Vice-Reitora Sebastião Roberto Soares- Diretor do Centro Tecnológico Jucilei Cordini - Chefe do Departamento de Engenharia Civil Laboratório de Transportes e Logística Amir Mattar Valente - Coordenador Geral do Laboratório Equipe Técnica - Transporte e Logística Fabiano Giacobo - Coordenador Estudos André Ricardo Hadlich - Responsável Técnico Daniele Sehn - Economista André Felipe Kretzer Carlo Vaz Sampaio Felipe Souza dos Santos Gabriella Sommer Vaz Guilherme Tomiyoshi Nakao Humberto Assis de Oliveira Sobrinho Jonatas J. de Albuquerque Larissa Steinhorst Berlanda Luiz Gustavo Schmitt Marjorie Panceri Pires Natália Tiemi Gomes Komoto Priscila Lammel Fernando Seabra - Consultor Pedro Alberto Barbetta - Consultor Equipe Técnica - Tecnologia da Informação Antônio Venícius dos Santos - Coordenador Base de dados Georreferenciada Edésio Elias Lopes - Responsável Técnico Caroline Helena Rosa Guilherme Butter Demis Marques Paulo Roberto Vela Junior Sistema Luiz Claudio Duarte Dalmolin - Responsável Técnico Emanuel Espíndola Rodrigo Silva de Melo José Ronaldo Pereira Junior Sérgio Zarth Junior Leonardo Tristão Tiago Lima Trinidad Robson Junqueira da Rosa Design Gráfico Guilherme Fernandes Heloisa Munaretto Revisão de Textos Lívia Carolina das Neves Segadilha Paula Carolina Ribeiro Pedro Gustavo Rieger Renan Abdalla Leimontas
Relatório Técnico Bacia do Sul
vi ANTAQ/UFSC/LabTrans
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AHSUL Administração das Hidrovias do Sul
ALM Agência de Desenvolvimento da Bacia da Lagoa Mirim
ANA Agência Nacional de Águas
ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários
CODESP Companhia Docas do Estado de São Paulo
CPRS Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LabTrans Laboratório de Transportes e Logística
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PIB Produto Interno Bruto
PK Ponto quilométrico medido a partir da foz do rio
PNIH Plano Nacional de Integração Hidroviária
PNLT Plano Nacional de Logística de Transportes
RFFSA Rede Ferroviária Federal S.A.
SPH Superintendência de Portos e Hidrovias
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
VPL Valor Presente Líquido
Bacia do Sul Relatório Técnico
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Hidrovias do Sul ............................................................................................................. 4
Figura 2 - Microrregiões lindeiras ................................................................................................. 5
Figura 3 - Área Inicial de Estudo .................................................................................................... 6
Figura 4 - Mancha de Atratividade ................................................................................................ 7
Figura 5 - Microrregiões com 95% do total de Atratividade ......................................................... 8
Figura 6 - Área de Influência Final ................................................................................................. 9
Figura 7 - Área contígua e área total de influência ..................................................................... 16
Figura 8 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões da área
contígua às Hidrovias do Sul em 2010 e 2030 ............................................................................ 18
Figura 9 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) de Soja, PIB da China e Cotação
internacional Soja ........................................................................................................................ 19
Figura 10 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) Adubos e Fertilizantes ............ 20
Figura 11 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) Carne de Aves ......................... 21
Figura 12 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) Papel e Celulose ..................... 22
Figura 13 - Região que abrange o Rio Jacuí ................................................................................. 27
Figura 14 - Região que abrange o Rio Taquari ............................................................................ 28
Figura 15 - Municípios de São Sebastião do Caí, São Leopoldo e Gravataí, onde iniciam os rios
Caí, Sinos e Gravataí, respectivamente ....................................................................................... 30
Figura 16 - Lagoas da Hidrovia em destaque .............................................................................. 31
Figura 17 - Zonas que dividem o Porto de Rio Grande ............................................................... 33
Figura 18 - Porto de Rio Grande .................................................................................................. 35
Figura 19 - Porto de Porto Alegre................................................................................................ 37
Figura 20 - Porto de Pelotas ........................................................................................................ 37
Figura 21 - Modal rodoviário em 2015, 2020, 2025 e 2030 ........................................................ 39
Figura 22 - Modal ferroviário em 2015 ....................................................................................... 40
Figura 23 - Modal ferroviário em 2020 ....................................................................................... 40
Figura 24 - Modal ferroviário em 2025 ....................................................................................... 41
Figura 25 - Modal ferroviário em 2030 ....................................................................................... 41
Figura 26 - Modal hidroviário em 2015 ....................................................................................... 43
Figura 27 - Modal hidroviário em 2020 ....................................................................................... 43
Figura 28 - Modal hidroviário em 2025 ....................................................................................... 44
Figura 29 - Modal hidroviário em 2030 ....................................................................................... 44
Figura 30 - Terminais já existentes e áreas propícias de novos terminais hidroviários com ano
ótimo de abertura ....................................................................................................................... 52
Figura 31 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2015 (t) ............................................................... 57
Figura 32 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2020 (t) ............................................................... 58
Figura 33 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2025 (t) ............................................................... 59
Figura 34 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2030 (t) ............................................................... 60
Figura 35 - Área propícia de Arambaré ....................................................................................... 66
Figura 36 - Área propícia de Dona Francisca e área propícia de Restinga Seca .......................... 68
Figura 37 - Área propícia de Montenegro e São Sebastião do Caí .............................................. 70
Relatório Técnico Bacia do Sul
viii ANTAQ/UFSC/LabTrans
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Lista das microrregiões lindeiras ................................................................................. 4
Quadro 2 - Origem e destino excluídos das consultas ................................................................ 14
Quadro 3 - Características das câmaras das eclusas das Hidrovias do Sul ................................. 27
Quadro 4 - Instalações Portuárias nas Hidrovias do Sul.............................................................. 32
Quadro 5 - Cenário modal rodoviário ......................................................................................... 38
Quadro 6 - Cenário modal ferroviário ......................................................................................... 39
Quadro 7 - Cenário modal hidroviário ........................................................................................ 42
Quadro 8 - Áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários............................. 45
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de navegação e natureza das cargas nas Hidrovias do Sul ............................... 11
Tabela 2 - Cargas transportadas nas Hidrovias do Sul ................................................................ 11
Tabela 3 - Representatividade de produtos com base no PNLT - 2004 (mil t) ............................ 13
Tabela 4 - Volumes das exportações e importações observadas (2010) e projetadas (2015,
2020, 2025, 2030) ....................................................................................................................... 17
Tabela 5 - Projeção dos principais produtos da região ampla das Hidrovias do Sul entre 2010-
2030 (t) ........................................................................................................................................ 23
Tabela 6 - Projeção quinquenal da carga alocada, por produtos, para as Hidrovias do Sul - 2015-
2030 (t) ........................................................................................................................................ 24
Tabela 7 - Parâmetros rodoviários .............................................................................................. 46
Tabela 8 - Estimativas do valor do frete ferroviário, em R$/(t.km) ............................................ 47
Tabela 9 - Parâmetros dos terminais ferroviários ....................................................................... 47
Tabela 10 - Parâmetros de frete hidroviário, em R$/(t.km), por tipo de carga transportada .... 48
Tabela 11 - Custo de Transbordo (R$/t) ...................................................................................... 48
Tabela 12 - Carregamento nos terminais - Fluxo 2015 (t)........................................................... 49
Tabela 13 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2020 (t) ......................................................... 50
Tabela 14 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2025 (t) ......................................................... 50
Tabela 15 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2030 (t) ......................................................... 51
Tabela 16 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2015 (t) ................................................ 53
Tabela 17 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2020 (t) ................................................ 54
Tabela 18 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2025 (t) ................................................ 55
Tabela 19 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2030 (t) ................................................ 56
Tabela 20 - Custos totais de transporte - 2015 ........................................................................... 61
Tabela 21 - Custos totais de transporte - 2020 ........................................................................... 62
Tabela 22 - Custos totais de transporte - 2025 ........................................................................... 63
Tabela 23 - Custos totais de transporte - 2030 ........................................................................... 64
Tabela 24 - Demanda simulada para a área propícia de Arambaré (t) ....................................... 65
Tabela 25 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de
Arambaré..................................................................................................................................... 65
Tabela 26 - Demanda simulada para a área propícia de Dona Francisca (t) ............................... 66
Tabela 27 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de
Dona Francisca ............................................................................................................................ 67
Tabela 28 - Demanda simulada para a área propícia de Restinga Seca (t) ................................. 67
Tabela 29 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de
Restinga Seca ............................................................................................................................... 67
Tabela 30 - Demanda simulada para a área propícia de Montenegro (t) ................................... 68
Tabela 31 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de
Montenegro ................................................................................................................................ 69
Tabela 32 - Demanda simulada para a área propícia de São Sebastião do Caí (t) ...................... 69
Tabela 33 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de
Sebastião do Caí .......................................................................................................................... 69
Tabela 34 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais. ...................... 70
Relatório Técnico Bacia do Sul
x ANTAQ/UFSC/LabTrans
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. vii
LISTA DE QUADROS .......................................................................................................... viii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... ix
PREFÁCIO .......................................................................................................................... xii
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
2 DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ............................................................................ 3
2.1 Localização ............................................................................................................................. 3
2.2 Cálculo da Área de Influência ................................................................................................ 5
2.2.1 Área Inicial de Estudo ......................................................................................................... 5
2.2.2 Determinação das Manchas de Atratividade ...................................................................... 6
2.2.3 Determinação da Mancha de Atratividade ......................................................................... 6
2.2.4 Área de Influência Final ...................................................................................................... 7
3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE ........................................... 10
3.1 Quantificação dos fluxos atuais de transporte .................................................................... 10
3.2 Definição dos produtos relevantes para a Bacia do Sul ...................................................... 12
4 DEFINIÇÃO DOS FLUXOS RELEVANTES PARA ANÁLISE ......................................................... 14
4.1 Consultas à base de dados do PNLT .................................................................................... 14
5 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE ........................................ 15
5.1 Caracterização socioeconômica .......................................................................................... 15
5.2 Resultados da projeção de demanda da área contígua às Hidrovias do Sul ....................... 15
5.3 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total das Hidrovias do Sul ..... 22
5.4 Resultados da alocação da carga total para as Hidrovias do Sul ......................................... 23
6 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL ................................................................ 26
6.1 Bacia do Sul.......................................................................................................................... 26
6.1.1 Rio Jacuí ............................................................................................................................ 26
6.1.2 Rio Taquari ........................................................................................................................ 28
6.1.3 Rio Caí ............................................................................................................................... 29
6.1.4 Rio dos Sinos ..................................................................................................................... 29
6.1.5 Rio Gravataí ....................................................................................................................... 29
6.1.6 Rio Guaíba ......................................................................................................................... 30
6.1.7 Lagoa dos Patos ................................................................................................................ 30
6.1.8 Portos e intermodalidade ................................................................................................. 32
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans xi
7 DEFINIÇÃO DA REDE FUTURA A SER ANALISADA - NOVAS OUTORGAS E TERMINAIS
HIDROVIÁRIOS ....................................................................................................................... 38
7.1 Montagem dos cenários de infraestrutura ......................................................................... 38
7.1.1 Modal Rodoviário .............................................................................................................. 38
7.1.2 Modal Ferroviário ............................................................................................................. 39
7.1.3 Modal Hidroviário ............................................................................................................. 42
7.1.4 Novas outorgas de terminais hidroviários ........................................................................ 44
8 ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS E CUSTOS OPERACIONAIS DE CADA PROJETO............... 46
8.1 Levantamento de custos operacionais ................................................................................ 46
8.1.1 Frete Rodoviário................................................................................................................ 46
8.1.2 Frete Ferroviário ............................................................................................................... 46
8.1.3 Frete Hidroviário ............................................................................................................... 47
9 SIMULAÇÃO DOS PROJETOS ................................................................................................. 49
9.1 Carregamento nos terminais ............................................................................................... 49
9.2 Carregamento na hidrovia ................................................................................................... 52
9.3 Custos totais de transporte ................................................................................................. 61
10 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS ............................................................................... 65
10.1 Área propícia de Arambaré ................................................................................................. 65
10.2 Área propícia de Dona Francisca ......................................................................................... 66
10.3 Área propícia de Restinga Seca ........................................................................................... 67
10.4 Área propícia de Montenegro ............................................................................................. 68
10.5 Área propícia de São Sebastião do Caí ................................................................................ 69
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 71
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 73
Relatório Técnico Bacia do Sul
xii ANTAQ/UFSC/LabTrans
PREFÁCIO
Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ – tem a honra de apresentar à
sociedade, ao setor produtivo e aos diversos órgãos governamentais o presente relatório
técnico da Bacia do Sul, parte do Plano Nacional de Integração Hidroviária – PNIH.
Conhecer as características físico-geográficas, as demandas e ofertas de cada
segmento representativo de produção de cargas é ação primária para a geração de
alternativas ao mercado sobre onde e como investir. Dessa forma, o trabalho ora apresentado
significa uma maior compreensão dos espaços produtivos brasileiros em relação aos
movimentos de cargas, em especial, ao setor da navegação interior.
O foco foi gerar resultados sustentados em metodologia sólida, utilizando a
experiência acadêmica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a grande vivência
dos técnicos da ANTAQ, bem como com as evidências e expectativas do mercado que hoje lida
com cargas produtivas. Dessa integração surge o PNIH, instrumento abrangente com
fundamentação, base metodológica e coerência com a realidade dos agentes produtores e
transportadores de carga.
O PNIH é, portanto, fruto da integração do conhecimento acadêmico e científico, do
planejamento, representado pela utilização dos dados disponíveis no Plano Nacional de
Logística de Transportes – PNLT, e das bases de dados evidenciadas na realidade do transporte
de cargas na navegação interior. Some-se a isso, sua característica dinâmica, representada pela
ferramenta de informações geográficas denominada SIGTAQ, capaz de atualizar rapidamente
novas projeções, e de responder adequadamente às variações naturais de mercados em
evolução.
Contribuir com a readequação da matriz de transporte de carga e redução da emissão
de poluentes atmosféricos, indicando possíveis áreas para a instalação terminais hidroviários,
são apenas algumas das características que podem ser observadas da leitura do PNIH. Assim, a
ANTAQ disponibiliza uma ferramenta moderna, atualizada e aberta aos desafios a serem
enfrentados por aqueles que trabalham pela redução dos custos logísticos brasileiros de forma
sustentável, objetivo para o qual as hidrovias tem papel importante. Esperamos com isso,
tornar mais fácil a análise de novos investimentos, a seleção de caminhos alternativos para o
transporte de cargas, bem como colaborar com os planejadores de políticas públicas, na
medida em que poderão dispor de instrumento ágil e bem sustentado, na formulação dos
instrumentos legais a eles incumbidos.
No presente volume são apresentados os resultados específicos da Bacia do Sul, no
qual há um conjunto de rios e lagoas, como a Lagoa dos Patos ou “Mar de Dentro”, que
formam um complexo hidroviário ímpar no país, comparável às hidrovias europeias.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 1
1 INTRODUÇÃO
Devido à dificuldade dos acessos terrestres, as hidrovias exerceram importante papel
na colonização do estado do Rio Grande do Sul. Os primeiros colonizadores chegaram pela
Barra do Rio Grande e adentraram a região pela Lagoa dos Patos, fundando os primeiros
povoamentos. A navegação através dessas vias se intensificou com a elevação de Porto Alegre
a capital do estado em 1773 e com a abertura dos portos brasileiros às nações amigas em 1808
(MULLER, 2003).
No século XIX, os imigrantes europeus também utilizaram a hidrovia na expansão da
ocupação em direção ao norte, estabelecendo-se ao longo dos rios Taquari, Caí e dos Sinos. O
charque, principal produto comercial do estado nessa época, era transportado em barcos
através desses rios até Porto Alegre e então para o Porto de Rio Grande (MULLER, 2003).
Em 1906 foi construída a primeira eclusa do país, no Rio Caí. Essa obra, junto a outras
melhorias em diversos pontos do rio, possibilitou a navegação constante, durante todo o ano,
de São Sebastião do Caí (RS) até Porto Alegre, marcando o apogeu da navegação na região
desse rio (KLEIN, 2010).
No restante do estado, o transporte hidroviário manteve sua importância e
crescimento até a década de 1940, quando a melhoria de infraestrutura e o aumento da
capacidade do transporte terrestre começaram a tornar este mais competitivo. Mas em 1961
foi aprovado o “Plano Hidroviário do Estado do Rio Grande do Sul”, com o objetivo de reativar
a navegação interior no estado e executar diversas obras para favorecer a navegabilidade,
modernizando e tornando mais competitivo o transporte hidroviário (SUPERINTENDÊNCIA DE
PORTOS E HIDROVIAS - SPH, 2005).
O atual sistema hidroviário liga a região industrial e de produção agrícola do Rio
Grande do Sul a um grande porto marítimo - o Porto de Rio Grande, tendo as hidrovias um
papel econômico importante no desenvolvimento do estado (AGÊNCIA NACIONAL DE
TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS - ANTAQ, 2011a). O Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) registra obras e estudos de melhorias de infraestrutura hidroviária somando cerca de 64
milhões de reais na região, os quais contemplam dragagens, sinalizações e estudos de projetos
de terminais de carga (BRASIL, 2012a).
Como parte do incentivo ao transporte hidroviário no país, foi concebido o projeto
“Desenvolvimento de Estudos e Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias
com Implantação de Base de Dados Georreferenciada e Sistema de Informações Geográficas”,
parte integrante do Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH). O projeto visou o estudo
das seis bacias hidrográficas com maior potencial para aproveitamento do transporte
hidroviário, a saber: Bacia do Tocantins-Araguaia, Amazônica, do São Francisco, do Paraguai,
Paraná-Tietê e do Sul.
Este relatório diz respeito ao estudo da Bacia do Sul, realizado de acordo com os
procedimentos descritos no Relatório de Metodologia. Segue a mesma estrutura de capítulos
Relatório Técnico Bacia do Sul
2 ANTAQ/UFSC/LabTrans
utilizada neste, mas direciona o foco aos resultados obtidos. Ao todo, o presente relatório
constitui-se de onze capítulos, sendo o primeiro referente a esta introdução. Os demais são:
Capítulo 2: Determinação da Área de Influência;
Capítulo 3: Identificação dos Produtos Relevantes para Análise;
Capítulo 4: Definição dos Fluxos Relevantes para Análise;
Capítulo 5: Projeção dos Fluxos de Transporte;
Capítulo 6: Diagnóstico da Rede de Transporte Atual;
Capítulo 7: Definição da Rede Futura a Ser Analisada - Novas Outorgas de Terminais
Hidroviários;
Capítulo 8: Estimativa de Investimentos e Custos Operacionais de Cada Projeto;
Capítulo 9: Simulação dos Projetos;
Capítulo 10: Avaliação Econômica de Projetos; e
Capítulo 11: Considerações Finais.
Além do conteúdo dos capítulos elencados, outras informações (como tabelas
detalhadas) poderão ser obtidas no endereço eletrônico da ANTAQ (www.antaq.gov.br).
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 3
2 DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
Este capítulo traz, inicialmente, a caracterização da Bacia do Sul no que diz respeito a
suas principais informações geográficas, como localização, principais rios e afluentes. Em
seguida, apresentam-se os resultados da determinação da Área de Influência da bacia,
conforme os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia.
2.1 Localização
A Bacia Hidrográfica do Atlântico Sul tem início na divisa entre os estados de São Paulo
e do Paraná e estende-se até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Tem área total de 185.856
quilômetros quadrados e apresenta como principal bioma a Mata Atlântica, muito desmatada
em virtude da ocupação humana (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA, 2012).
O tipo climático predominante na Bacia Hidrográfica é tropical chuvoso, sem estação
seca e sem geada. Seu índice pluviométrico anual apresenta uma média de 1.573 milímetros e
diminui de norte para sul, passando de 1.749 milímetros (unidade hidrográfica Litoral de Santa
Catarina) a 1.381 milímetros (unidade hidrográfica Litoral do Rio Grande do Sul). Já o regime
hidrológico apresenta período de águas baixas entre dezembro e abril e período de águas altas
entre julho e setembro (BRASIL DAS ÁGUAS, 2012).
Conforme mencionado na introdução deste relatório, este estudo tem como foco as
hidrovias localizadas no estado do Rio Grande do Sul. As Hidrovias do Sul analisadas são
constituídas pelos rios Jacuí e Taquari, os quais se unem e chegam à Lagoa dos Patos pelo Lago
Guaíba, seguindo pelo Canal de São Gonçalo e finalmente chegando à Lagoa Mirim. Fazem
parte das hidrovias, ainda, os rios Caí, Sinos e Gravataí, que se encontram no delta do Jacuí,
formando o Lago Guaíba.
O Rio Taquari, a Lagoa Mirim e as eclusas ao longo do Rio Jacuí (Amarópolis, Anel de
Dom Marco e Fandango), além da eclusa de Bom Retino, no rio Taquari, estão sob a
responsabilidade da Administração das Hidrovias do Sul (AHSUL). Por sua vez, a Lagoa dos
Patos, o Canal de São Gonçalo, o Lago do Guaíba, o Rio Jacuí, o Rio Gravataí, o Rio dos Sinos e
o Rio Caí são administrados pela SPH, autarquia vinculada à Secretaria de Infraestrutura e
Logística do Rio Grande do Sul (ANTAQ, 2011a). A Figura 1 apresenta as Hidrovias do Sul
analisadas neste estudo.
Relatório Técnico Bacia do Sul
4 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 1 - Hidrovias do Sul
Fonte: LabTrans/UFSC
Os rios que compõem as hidrovias percorrem 12 microrregiões no estado do Rio
Grande do Sul, as quais abrangem um total de 163 municípios. As microrregiões lindeiras às
hidrovias estão listadas no Quadro 1 e ilustradas na Figura 2.
Quadro 1 - Lista das microrregiões lindeiras
Fonte: LabTrans/UFSC
1. Porto Alegre 7. Cachoeira do Sul
8. São Jerônimo
3. Montenegro 9. Camaqua
4. Lajeado-Estrela 10. Pelotas
5. Santa Cruz do Sul 11. Jaguarão
6. Restinga Seca 12. Litoral Lagunar
2. Osório
RIO GRANDE DO SUL
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 5
Figura 2 - Microrregiões lindeiras
Fonte: LabTrans/UFSC
2.2 Cálculo da Área de Influência
Após a localização e identificação dos principais rios que compõem a Bacia do Sul,
pôde-se determinar a sua Área de Influência. Neste item descrevem-se os passos específicos
para determinação dessa área, quais sejam: mapeamento da Área Inicial de Estudo, Escolha
dos Polos de Atração e determinação das Manchas de Atratividade, através dos quais foi
possível determinar a Área de Influência resultante da bacia em questão. O Relatório de
Metodologia descreve em mais detalhes os procedimentos aqui aplicados.
2.2.1 Área Inicial de Estudo
Devido à pequena extensão das Hidrovias do Sul, a Área Inicial de Estudo incluía
apenas os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Figura 3 estão em destaque os
estados que correspondem a essa Área Inicial de Estudo, suas microrregiões constituintes e a
Lagoa Mirim, o Canal de São Gonçalo, a Lagoa dos Patos, a Lagoa Guaíba, os rios Gravataí, dos
Sinos, Caí, Jacuí e Taquari.
Relatório Técnico Bacia do Sul
6 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 3 - Área Inicial de Estudo
Fonte: LabTrans/UFSC
2.2.2 Determinação das Manchas de Atratividade
Para determinação das Atratividades das microrregiões relacionadas às Hidrovias do
Sul, dois Polos foram escolhidos:
Porto Alegre (RS), capital do estado, que também abriga um porto;
Rio Grande (RS), que abriga o importante Porto do Rio Grande, sendo também a
saída da Lagoa dos Patos para o Oceano Atlântico. Faz parte da microrregião Litoral
Lagunar.
2.2.3 Determinação da Mancha de Atratividade
A Figura 4 mostra a concentração das microrregiões mais atrativas nas proximidades
das hidrovias e de seus Polos (Porto Alegre e Rio Grande).
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 7
Figura 4 - Mancha de Atratividade
Fonte: LabTrans/UFSC
A Mancha de Atratividade apresenta valores mais altos nas microrregiões vizinhas aos
Polos, principalmente ao leste e ao sul do Rio Grande do Sul, diminuindo à medida que se
distancia das hidrovias, como no oeste desse estado e em Santa Catarina.
2.2.4 Área de Influência Final
Através do procedimento descrito no Relatório de Metodologia, obtiveram-se as
microrregiões que integram os 95% da Atratividade Total. A área resultante ocupa a metade
leste do Rio Grande do Sul e as microrregiões mais ao sul do estado de Santa Catarina,
podendo ser observada na Figura 5.
Relatório Técnico Bacia do Sul
8 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 5 - Microrregiões com 95% do total de Atratividade
Fonte: LabTrans/UFSC
A Área de Influência Final relativa à região das Hidrovias do Sul é igual à Área das
microrregiões com 95% da Atratividade Total encontrada na etapa anterior, visto que todas as
microrregiões envolvidas pelo Cordão de Área de Influência já se encontravam entre aquelas
delimitadas anteriormente. A Figura 6 ilustra a Área de Influência Final das Hidrovias do Sul.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 9
,
Figura 6 - Área de Influência Final
Fonte: LabTrans/UFSC
Considerando que todas as hidrovias do estudo encontram-se no Rio Grande do Sul, já
era esperado que sua Área de Influência Final se encontrasse, em sua maioria, nesse estado. A
área estende-se para o norte, incluindo as microrregiões catarinenses localizadas mais ao sul,
como pôde ser observado na Figura 6.
Relatório Técnico Bacia do Sul
10 ANTAQ/UFSC/LabTrans
3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE
Neste capítulo identificam-se quais produtos serão selecionados para a análise de
fluxos das hidrovias. Inicialmente realizou-se uma quantificação dos fluxos atuais e potenciais
de transporte que teve como base reuniões com importantes setores da hidrovia. Em seguida,
a partir da análise da matriz de dados do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) e
considerando a Área de Influência encontrada na etapa anterior, foram selecionados os
produtos com movimentação mais significativa, ou seja, considerados relevantes para este
estudo.
3.1 Quantificação dos fluxos atuais de transporte
Com o objetivo de discutir questões referentes às Hidrovias do Sul, tais como cargas
movimentadas, gargalos de infraestrutura e a possibilidade de atração de novas cargas para as
hidrovias, realizou-se, em 16 de novembro de 2011, na cidade de Porto Alegre (RS), uma
reunião com representantes da ANTAQ, empresários da região, operadores e representantes
da SPH. As informações repassadas foram relevantes para o estudo em curso porque
possibilitaram visualizar fatores que podem impedir ou impulsionar o desenvolvimento das
hidrovias como alternativa viável de transporte.
Existe a possibilidade de queda na movimentação de cargas nas hidrovias em razão de
os modais ferroviário e rodoviário serem alternativas mais viáveis, uma vez que as fiscalizações
são menos recorrentes nesses modais do que no modal hidroviário, de acordo com os
participantes da reunião. Dessa forma, novos operadores são desestimulados, e as hidrovias,
que já tiveram doze empresas utilizando-as, hoje se encontram com apenas três. Além disso,
empresas que estavam instaladas nas proximidades das hidrovias já se transferiram para a
cidade de Rio Grande para ficarem próximo ao porto a fim de realizar transporte por
caminhão. A burocracia ambiental também faz com que as empresas se instalem longe dos
rios.
As cargas com perspectiva de serem movimentadas, de acordo com as conclusões
obtidas na reunião, são farelo de soja e biodiesel. Já a perspectiva para movimentação de
contêiner é pequena, pois a logística e as taxas pagas (intermodais) tornam o transporte pelas
hidrovias menos viável em comparação com o transporte rodoviário. Produtos de maior valor
agregado também não apresentam perspectiva de movimentação, pois cargas como as com
origem no complexo metalúrgico de Bento Gonçalves são transportadas por caminhão e não
por contêiner em virtude dos custos de seguro e de taxas intermodais. Os presentes na ocasião
também sugeriram que houvesse uma modernização no Porto de Rio Grande, pois quando o
terminal está lotado, as barcaças são negligenciadas, já que possuem baixa prioridade em
relação aos navios que navegam em longo curso.
A Tabela 1, retirada do relatório “Estatísticas da Navegação Interior 2010”, de autoria
da ANTAQ (2011b), mostra os tipos de navegação e a natureza da carga nas Hidrovias do Sul.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 11
Tabela 1 - Tipos de navegação e natureza das cargas nas Hidrovias do Sul
Fonte: ANTAQ (2011a)
Grande parte da carga é movimentada pelas hidrovias por navegação de longo curso.
Em 2010, cerca de 21,7 milhões de toneladas foram transportadas, em sua maior parte através
do Porto de Rio Grande. Em seguida, de modo menos expressivo, vêm as cargas de navegação
interior e de cabotagem1.
O mesmo relatório da ANTAQ registra a movimentação ocorrida nos terminais
autorizados pela Agência. A Tabela 2 demonstra o percentual de cada carga sobre a
movimentação total nas hidrovias.
Tabela 2 - Cargas transportadas nas Hidrovias do Sul
Fonte: ANTAQ (2011b)
Os principais produtos transportados nas Hidrovias do Sul são: grãos, derivados da
soja, celulose, carvão mineral, derivados do petróleo, produtos siderúrgicos e fertilizantes. São
utilizadas embarcações do tipo autopropulsadas ou conjunto empurrador-barcaça.
1 Navegação de cabotagem “é a navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro,
utilizando a via marítima ou esta e as vias navegáveis interiores”, de acordo com a Lei 9.432/97. Fonte: CANELLAS, A.M.P. Superintendência de Navegação - SNA. Navegação de Cabotagem. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/palestras/12-ApresentacaoAnaMaria0.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2012.
Carga Geral Granel Líquido Granel Sólido
Navegação interior 339.821 427.669 1.704.731 2.472.221
Navegação interior Estadual 339.821 427.669 1.704.731 2.472.221
Navegação interior Interestadual - - - -
Navegação interior Internacional ... ... ... ...
Cabotagem 73.497 78.572 309.497 461.566
Longo Curso 6.249.742 2.204.397 13.305.476 21.759.615
Sinais convencionais utilizados: ... Dado numérico não disponível
Tipo de NavegaçãoNatureza da Carga (t)
Total
- Dado não existente ou não se aplica
Grupo de Mercadoria Navegação Interior (t) %
Soja 372.353 15,1%
Celulose 335.198 13,6%
Farelo de Soja 309.095 12,5%
Carvão Mineral 295.937 12,0%
Combustíveis e Óleos Minerais e Produtos 281.576 11,4%
Madeira 264.860 10,7%
Fertilizantes e Adubos 169.181 6,8%
Produtos da Indústria de Moagem 147.930 6,0%
Gordura, Óleos Animais/Vegetais 95.836 3,9%
Enxofre, Terras e Pedras, Gesso e Cal 85.572 3,5%
Malte e Cevada 24.793 1,0%
Outros Grupos de Mercadoria 89.889 3,6%
Total 2.472.221 100,00%
Relatório Técnico Bacia do Sul
12 ANTAQ/UFSC/LabTrans
3.2 Definição dos produtos relevantes para a Bacia do Sul
Seguindo os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia, foram obtidos da
matriz do PNLT os totais por produto e a representatividade destes para a Bacia do Sul. Na
Tabela 3 estão destacados os produtos considerados relevantes, que somam 90% do total da
movimentação. Os produtos diferem dos obtidos junto à ANTAQ devido às diferenças
metodológicas na obtenção dos dados e aos diferentes anos consultados.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 13
Tabela 3 - Representatividade de produtos com base no PNLT - 2004 (mil t)
Fonte: Dados do PNLT (documento reservado)
Produto Fluxo 2004 % % acumulada
Carga geral 20.536,94 19,236% 19,236%
Outros produtos e serviços da lavoura 10.890,00 10,200% 29,436%
Produtos da exploração florestal e da silvicultura 7.266,88 6,807% 36,243%
Petróleo e gás natural 7.234,51 6,776% 43,019%
Carvão mineral 5.282,29 4,948% 47,967%
Arroz em casca 5.129,75 4,805% 52,772%
Produtos químicos inorgânicos 4.962,22 4,648% 57,420%
Minerais não metálicos 4.068,24 3,811% 61,230%
Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 3.641,41 3,411% 64,641%
Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 3.369,67 3,156% 67,797%
Arroz beneficiado e produtos derivados 3.166,83 2,966% 70,764%
Milho em grão 3.146,57 2,947% 73,711%
Óleo diesel 2.683,60 2,514% 76,224%
Soja em grão 2.582,57 2,419% 78,643%
Carne de aves fresca, refrigerada ou congelada 2.322,21 2,175% 80,819%
Produtos químicos orgânicos 2.045,56 1,916% 82,735%
Leite de vaca e de outros animais 1.840,94 1,724% 84,459%
Fabricação de resina e elastômeros 1.723,16 1,614% 86,073%
Gasoálcool 1.585,68 1,485% 87,558%
Cimento 1.580,03 1,480% 89,038%
Gasolina automotiva 1.235,52 1,157% 90,195%
Farinha de trigo e derivados 1.152,71 1,080% 91,275%
Outros produtos do refino de petróleo e coque 1.037,71 0,972% 92,247%
Bovinos e outros animais vivos 851,69 0,798% 93,045%
Trigo em grão e outros cereais 793,83 0,744% 93,788%
Semiacabacados, laminados planos, longos e tubos de aço 768,98 0,720% 94,509%
Cana-de-açúcar 696,98 0,653% 95,162%
Óleo combustível 637,97 0,598% 95,759%
Fumo em folha 589,99 0,553% 96,312%
Carne de suíno fresca, refrigerada ou congelada 517,00 0,484% 96,796%
Celulose e outras pastas para fabricação de papel 512,77 0,480% 97,276%
Suínos vivos 484,68 0,454% 97,730%
Frutas cítricas 438,31 0,411% 98,141%
Aves vivas 399,41 0,374% 98,515%
Abate e preparação de produtos de carne 387,68 0,363% 98,878%
Farinha de mandioca e outros 271,88 0,255% 99,133%
Óleo de soja refinado 245,56 0,230% 99,363%
Gás liquefeito de petróleo 216,56 0,203% 99,566%
Mandioca 131,15 0,123% 99,688%
Automóveis, camionetas e utilitários 117,63 0,110% 99,799%
Pesca e aquicultura 98,95 0,093% 99,891%
Produtos do fumo 60,39 0,057% 99,948%
Ovos de galinha e de outras aves 39,61 0,037% 99,985%
Café torrado e moído 15,78 0,015% 100,000%
Café solúvel 0,28 0,000% 100,000%
Caminhões e ônibus 0,07 0,000% 100,000%
TOTAL 106.762,15 100,000% 100,000%
Relatório Técnico Bacia do Sul
14 ANTAQ/UFSC/LabTrans
4 DEFINIÇÃO DOS FLUXOS RELEVANTES PARA ANÁLISE
Depois de identificar os produtos mais relevantes para análise de acordo com as
etapas descritas no capítulo 3, o próximo passo foi determinar quais fluxos dessas mercadorias
seriam considerados no estudo. A etapa aqui descrita visou identificar as zonas de origem e
destino de cada fluxo e selecionar as viagens de maior importância para as Hidrovias do Sul.
4.1 Consultas à base de dados do PNLT
Seguindo os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia, a base de dados
do PNLT foi analisada para que se determinassem os fluxos de interesse para análise, com base
nos produtos relevantes definidos no capítulo anterior.
Conforme apontado no item 2.2.4, fazem parte da Área de Influência das Hidrovias do
Sul apenas os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Assim, dos fluxos inicialmente
selecionados foi excluído apenas aquele com origem e destino em Santa Catarina pelo motivo
de o estado não ser banhado pelas hidrovias. Logo, foram considerados os fluxos com origem
em RS e destino em RS; com origem em SC e destino em RS; e com origem em RS e destino em
SC.
Quadro 2 - Origem e destino excluídos das consultas
Fonte: LabTrans/UFSC
O próximo capítulo descreve como foram aplicados os fluxos definidos nesta etapa, os
quais serviram como base para realizar a projeção da movimentação nas hidrovias, a qual
considerou as demandas referentes à área contígua e à Área de Influência destas.
SC SC
Estado Origem Estado Destino
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 15
5 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE
Este capítulo trata da caracterização socioeconômica da Área de Influência, dos
resultados das projeções de demanda da Área de Influência e da alocação da carga total das
Hidrovias do Sul. As projeções de demanda - cujos resultados estão descritos nos itens 5.2 e
5.3 - referem-se a todas as cargas movimentadas, em qualquer modal de transporte, na Área
de Influência das hidrovias. O item 5.4, por sua vez, traz os resultados da alocação da carga
total para as Hidrovias do Sul.
5.1 Caracterização socioeconômica
Dos principais produtos movimentados nas Hidrovias do Sul, destacam-se a soja,
produtos em contêineres, fertilizantes e adubos. A soja e os contêineres são quase que
exclusivamente itens de exportação, ao contrário dos fertilizantes, cujo maior montante
encontra-se na importação. A soja tem como destino primeiro a Ásia; já as cargas
movimentadas em contêineres vão especialmente para países da Europa e da América do Sul
(ANTAQ, 2011a). Entre os mais importantes produtos de comércio exterior movimentados nas
hidrovias, destacam-se os produtos relacionados ao complexo de soja, com quase 50% do
total.
Em relação à economia gaúcha, como principal fonte de fornecimento de cargas para
as hidrovias, pode-se destacar que - como em outros estados de renda per capita mais elevada
- ocorre um predomínio acentuado do setor de serviços na composição do Produto Interno
Bruto (PIB), que foi de 56% em 2009. O segundo setor com maior importância é a indústria de
transformação, com uma participação de 19% (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE, 2012). Os principais gêneros são a indústria mecânica, de material de
transporte, química, mobiliário, vestuário e calçados, todos com vínculos com o mercado
exportador. A produção industrial é geograficamente mais concentrada (região metropolitana
de Porto Alegre e região Serrana), enquanto a produção primária encontra-se mais dispersa
(especialmente regiões Oeste e Centro-Norte) (RIO GRANDE DO SUL, 2007).
5.2 Resultados da projeção de demanda da área contígua às Hidrovias do Sul
Esta seção descreve os resultados obtidos a partir do modelo de expansão de
demanda para a área contígua. Os resultados referem-se às movimentações de carga nas
microrregiões da bacia, as quais podem ser identificadas por uma região contígua aos rios e
lagoas das Hidrovias do Sul. A Figura 7 ilustra as regiões da chamada área contígua às
hidrovias, bem como a Área de Influência total das Hidrovias do Sul.
Relatório Técnico Bacia do Sul
16 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 7 - Área contígua e área total de influência
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 4 sintetiza os fluxos dos principais produtos, de importação e exportação,
movimentados na área contígua das hidrovias no ano de 2010 e suas respectivas projeções
para o período 2015 - 2030.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 17
Tabela 4 - Volumes das exportações e importações observadas (2010) e projetadas (2015, 2020, 2025 e 2030)
Fonte: BRASIL (2012b)
Após análise da Tabela 4, pode-se afirmar que para a maioria dos produtos com maior
importância na pauta de exportação e importação, registra-se uma taxa de crescimento
positiva para o período de projeção, com destaque para a soja, que se mantém como o
produto de maior movimentação nas hidrovias e apresenta um crescimento de 55% entre
2010 e 2030. Outro destaque de movimentação é a queda de derivados de petróleo, tanto em
importação quanto em exportação, o que pode ser consequência de maior autossuficiência da
região em relação a esse produto.
Nas exportações, percebe-se um grande crescimento, em termos percentuais, do
milho, que cresce 10,5 vezes de 2010 para 2030 - ainda que, em termos de volume absoluto,
esse número não seja tão significativo. As movimentações de arroz e de carne de aves também
apresentam crescimento considerável, sendo carne de aves, em termos absolutos, o principal
destaque das exportações ao longo do período projetado.
Nas importações, o grupo de maior importância é o de adubos e fertilizantes. Além de
sua relevância absoluta, esse produto tem um crescimento considerável ao longo do período
de projeção. O grande destaque no tocante ao crescimento de quantidade movimentada é o
grupo de papel e celulose, que cresce quase 5,5 vezes no período 2010 - 2030. Vale ressaltar
Produtos 2010 2015 2020 2025 2030
Adubos e Fertilizantes (t) 3.235.077 2.996.601 3.338.578 3.655.334 3.924.603
Produtos Alimentícios (t) 144.283 134.295 141.923 147.312 151.748
Derivados de Petróleo (t) 3.220.393 2.054.132 2.032.333 2.032.138 2.032.146
Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas (t) 995.962 695.710 701.184 702.327 702.450
Produto das Indústrias Químicas (t) 1.107.523 870.130 1.437.894 2.271.555 3.031.190
Trigo (t) 413.545 513.603 514.940 514.944 514.944
Arroz (t) 90.833 148.416 157.014 157.323 157.332
Milho(t) 43.443 168.000 187.732 181.405 197.908
Cereais (t) 152.325 306.989 414.567 485.394 510.626
Papel e Celulose (t) 120.171 121.844 204.885 327.728 493.976
Petróleo (t) 4.760.712 5.028.199 5.030.981 5.031.645 5.031.597
Produtos 2010 2015 2020 2025 2030
Adubos e Fertilizantes (t) 315.166 200.133 210.085 226.607 232.408
Produtos Alimentícios (t) 381.227 489.931 495.375 487.030 484.067
Papel e Celulose (t) 577.070 632.461 693.168 759.703 832.624
Derivados de Petróleo (t) 590.983 328.682 318.454 317.881 317.847
Arroz (t) 142.641 733.317 928.890 933.984 935.433
Óleo de Soja (t) 406.443 522.636 546.615 555.243 572.084
Carne de Aves (t) 737.208 1.117.023 1.671.342 2.370.427 3.267.387
Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas (t) 129.208 184.020 202.462 203.105 205.863
Produto das Indústrias Químicas (t) 1.367.908 1.559.349 1.571.905 1.572.527 1.572.557
Soja (t) 5.943.576 5.095.077 7.037.898 7.833.297 9.250.028
Trigo (t) 425.045 364.051 373.574 373.600 373.600
Carne Suína (t) 122.435 142.076 159.224 163.018 163.524
Cerâmicos (t) 285.323 459.174 577.371 744.456 821.356
Fumo (t) 341.338 677.749 893.029 1.115.051 1.325.380
Madeira (t) 1.061.175 1.354.123 1.409.725 1.435.717 1.471.965
Milho (t) 21.835 232.672 284.518 281.010 290.947
Têxteis e Calçados (t) 119.199 171.419 175.456 175.692 175.705
Importação
Exportação
Relatório Técnico Bacia do Sul
18 ANTAQ/UFSC/LabTrans
que em 2010 a importação de papel foi de aproximadamente 86%, e de celulose em torno de
14% (BRASIL, 2012c), confirmando a dependência de papel importado.
1 - A legenda “Minérios” refere-se ao grupo de produtos Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas, em toneladas.
Figura 8 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões da área contígua às Hidrovias do Sul em 2010 e 2030
Fonte: BRASIL (2012b)
Após análise da Figura 8, podem ser notadas variações significativas na movimentação
total, como queda na participação dos derivados de petróleo, de 14% em 2010 para 6% em
2030; e aumento significativo do fluxo de carnes de aves, que caem de 3% em 2010 para 8%
em 2030. Soja, o produto com a maior representatividade da movimentação total, tem sua
participação acrescida de 2 pontos percentuais no período em análise, alcançando 24% em
2030. Adubos e fertilizantes, produtos de grande importância na pauta de importação,
apresentam também um crescimento considerável na movimentação total, crescendo quatro
pontos percentuais.
Soja
A soja é o produto com maior participação na pauta de exportação das Hidrovias do
Sul, representando 22% do total em 2010. Vale ressaltar que o grupo soja inclui soja em grãos
e farelo de soja. O estado do Rio Grande do Sul tem se destacado na produção dessa cultura,
sendo o terceiro com maior área plantada (RIO GRANDE DO SUL, 2009). A Figura 9 mostra a
movimentação projetada de carga para as regiões contíguas às hidrovias no período de 2010 a
2030.
O principal país de destino da soja é a China. A demanda desse país pelo produto tem
crescido rapidamente como consequência não apenas do aumento da renda per capita, mas
também como efeito do processo de urbanização. Assim, pode-se projetar uma rápida
22%
17%
14%
13%
9%
4%
4%
3%
3%
3% 2%
1%
1%
1% 1%
2%2010
Soja (t) Petróleo (t) Derivados de Petróleo (t)Adubos e Fertilizantes (t) Produto das Indústrias Químicas (t) Minérios¹ (t)Madeira (t) Trigo (t) Carne de Aves (t)Papel e Celulose (t) Produtos Alimentícios (t) Óleo de Soja (t)Fumo (t) Cerâmicos (t) Arroz (t)
24%
13%
6%
11%
12%
2%
4%
2%
8%
3%
2%
1%3%
2%
3% 3%2030
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 19
expansão da exportação desse produto, a qual responde a essa forte pressão de demanda no
mercado internacional.
Figura 9 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) de Soja, PIB da China e cotação
internacional de Soja Fonte: BRASIL (2012c, 2012d); The Economist Intelligence Unit (2011)
É importante ressaltar que grupos chineses estão elaborando propostas para
investimento na produção de soja do Rio Grande do Sul. Essa parceria conta com
investimentos na área de logística, custeio ao produtor e irrigação (CHINA...,01/09/2010).
Além disso, estudos da empresa Granol avaliam o transporte de farelo de soja pelas hidrovias.
Esse produto é usado para a produção de biodiesel, que ocorre em unidades distribuídas perto
das hidrovias (ESTADO..., 2010).
A maior parte da produção de soja vem do norte do estado e a principal linha que
movimenta esse produto dentro das hidrovias é Canoas (RS) - Rio Grande (RS). O produto é
exportado pelo Porto de Rio Grande (ANTAQ, 2011a) ou abastece a demanda local por farelo -
visto que existe um forte crescimento na demanda por rações para produção de carne de aves.
Adubos e Fertilizantes
Adubos e fertilizantes são os produtos de maior importância na pauta de importação
da Área de Influência das hidrovias (ANTAQ, 2011a). A projeção de adubos e fertilizantes
(Figura 10) segue uma tendência compatível com as previsões de aumento da produção de
grãos da região, como soja, milho e arroz. Além disso, fertilizantes são uma importante carga
de retorno para barcaças e também para caminhões que abastecem os terminais das
hidrovias.
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1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023 2025 2027 2029
PIB China Observado Projetado
Milh
õe
s d
e to
nel
adas
Trilh
ões
de
US$
223189
217
385
Cotação Internaciona Soja (FMI) US$
Relatório Técnico Bacia do Sul
20 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 10 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) Adubos e Fertilizantes
Fonte: BRASIL (2012c)
Dentre as empresas que estão atualmente investindo nessa área, há a empresa Ouro
Fértil, que é especializada na importação, industrialização e comercialização de fertilizantes. A
fábrica está localizada em Pelotas (RS) e atende a todo o estado do Rio Grande do Sul e de
Santa Catarina. A instalação de empresas, embora reduza as importações de fertilizantes
acabados, não deve diminuir a importância de compras externas desse insumo, o que mantém
a significância dessas cargas no futuro (BOAS..., 23/08/2010).
Carne de Aves
A carne de aves apresenta um crescimento considerável na pauta de exportação das
regiões da Área de Influência das hidrovias. O volume exportado desse produto cresce
aproximadamente 3,5 vezes e a participação aumenta 5 pontos percentuais no período 2010-
2030. A principal microrregião de origem desse grupo de produto foi a de Montenegro
(BRASIL, 2012c). A Figura 11 mostra a movimentação observada e projetada do grupo de carne
de aves no período 2010-2030.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 21
Figura 11 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) Carne de Aves
Fonte: BRASIL (2012c)
O rápido crescimento da demanda de carne de aves nas regiões contíguas às Hidrovias
do Sul está relacionado à rápida expansão da renda do principal país de destino dessa
commodity (China) e à capacidade da produção de responder a pressões de demanda (devido
à estrutura produtiva e empresarial das regiões produtoras). A movimentação projetada
cresce 343% entre 2010 e 2030, expressando o aumento da especialização da região nesse
produto e impactando de modo significativo o transporte dessa carga conteinerizada.
Papel e Celulose
Papel e celulose formam um dos grupos de grande destaque na movimentação das
Hidrovias do Sul. Essa carga, que já é movimentada pelas hidrovias, tem origem na empresa
Celulose Riograndense, que possui uma unidade em Guaíba e faz o transporte de seu produto
por hidrovia até o Porto de Rio Grande. A empresa, que pertence ao grupo chileno CMPC
(antiga Aracruz), tem uma capacidade produtiva atual de 450.000 toneladas por ano. O
principal destino da celulose produzida na fábrica de Guaíba é a Índia (CELULOSE
RIOGRANDENSE, 2011). A Figura 12 mostra os dados observados e projetados da
movimentação de celulose na Área de Influência das hidrovias no período 2010-2030.
Relatório Técnico Bacia do Sul
22 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 12 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) Papel e Celulose
Fonte: BRASIL (2012c)
Os resultados ilustrados na Figura 12 incluem importação e exportação do produto.
Deve-se notar, conforme destacado na Tabela 4, que as importações (preponderantemente de
papel) crescem mais rapidamente do que as exportações (predominantemente de celulose),
contudo as vendas ao exterior de papel e celulose ainda superam as compras do mercado
externo em 2030. A expansão das exportações pode ser justificada pelos projetos de
ampliação da fábrica Celulose Rio grandense em Guaíba, que prevê um aumento de sua
capacidade de produção de 450.000 toneladas por ano para 1,8 milhões de toneladas por ano
(CELULOSE RIOGRANDENSE, 2011).
5.3 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total das
Hidrovias do Sul
Após detalhar os resultados da projeção da área contígua às Hidrovias do Sul, pode-se
agregá-los à projeção inicial do PNLT, ou seja, as projeções para as microrregiões da região
contígua são substituídas pela projeção calculada pela metodologia alternativa. A projeção do
restante das microrregiões da Área de Influência continua inalterada. Conforme descrito no
Relatório de Metodologia, a mescla dessas duas projeções resulta na projeção modificada da
demanda total das microrregiões consideradas como potencial de carga.
Os resultados dessa projeção total estão apresentados na Tabela 5. Por razões de
processamento (diferentes classificações de produtos entre ANTAQ e PNLT), essa tabela não
apresenta grupos de produtos iguais aos da área contígua, dispostos na Tabela 4.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 23
Tabela 5 - Projeção dos principais produtos da região ampla das Hidrovias do Sul entre 2010-2030 (t)
Fonte: BRASIL (2012b); ANTAQ (2011a); dados do PNLT (documento reservado)
Analisando os resultados obtidos, pode-se observar que os minerais não metálicos
destacam-se em volume de movimentação. Dentre os produtos com maior crescimento de
demanda na área total de influência das Hidrovias do Sul, estão: óleo de soja, carne de aves,
leite, milho, silvicultura, carvão mineral, fumo e arroz. Alguns destes com baixo potencial de
movimentação nas hidrovias (como leite), outros com potencial que depende de ajustes de
capacidade e de operação na direção de movimentação de contêineres (como fumo e minerais
não metálicos) e outros que já são transportados pelas hidrovias (arroz). Embora alguns
produtos tenham demanda projetada em queda - o que ocorre principalmente com produtos
da pauta de importações, como adubos, derivados de petróleo e trigo - a maior parte das
mercadorias apresenta uma expansão rápida da demanda, o que representa um potencial
significativo para a consolidação das hidrovias.
5.4 Resultados da alocação da carga total para as Hidrovias do Sul
Os itens anteriores apresentaram a estimativa da projeção de demanda de carga para
a Área de Influência das Hidrovias do Sul- a qual é resultado da projeção do PNLT (interpolada
e ajustada para os novos horizontes de planejamento) e de uma nova estimativa para a
movimentação de cargas na denominada área contígua às hidrovias (obtida a partir de fluxos
de comércio exterior).
Produtos 2010 2015 2020 2025 2030
Minerais não metálicos 17.269.935 17.485.681 20.745.294 29.866.251 48.264.143
Carga Geral 16.329.717 17.366.935 20.774.262 28.908.714 43.695.503
Derivados do Petróleo 8.572.089 7.411.014 7.381.768 7.381.664 7.381.585
Soja 7.488.061 7.576.217 10.425.725 9.926.377 12.321.487
Adubos e fertilizantes 6.455.469 5.050.729 5.370.910 5.687.473 5.956.747
Produtos químicos inorgânicos 6.247.862 6.919.961 7.823.054 10.402.615 15.001.595
Outros produtos e serviços da lavoura 5.311.952 6.275.682 8.107.384 12.074.723 19.037.368
Silvicultura 4.885.568 5.861.290 7.959.605 12.430.776 20.270.587
Trigo 3.645.439 2.418.183 2.405.906 2.405.738 2.405.745
Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 3.150.793 4.125.140 5.001.432 6.223.646 9.364.357
Óleo de soja 2.082.218 2.099.056 2.496.344 5.442.230 12.221.479
Milho 1.766.885 1.775.723 1.863.959 3.204.484 7.355.311
Leite 1.426.591 1.422.163 2.043.484 3.340.020 5.800.164
Arroz 1.364.180 1.912.623 2.463.791 3.249.816 4.888.324
Minério de ferro 1.125.170 879.730 903.647 905.433 908.313
Madeira 1.061.175 1.354.123 1.409.725 1.435.717 1.471.965
Arroz beneficiado e produtos derivados 867.110 1.050.914 1.281.982 1.784.493 2.666.254
Cimento 806.317 123.260 854.650 1.416.560 1.950.081
Carne de Aves 737.208 1.117.023 1.671.342 2.370.427 3.267.387
Papel e Celulose 697.239 754.305 898.053 1.087.431 1.326.599
Carvão mineral 639.788 828.533 1.002.393 1.532.257 2.497.764
Produtos alimentícios 525.513 624.226 637.297 634.342 635.809
Fumo 341.338 677.749 893.029 1.115.051 1.325.380
Cerâmicos 285.324 459.174 577.371 744.456 821.357
Cereais 152.325 306.989 414.567 485.394 510.626
Carne Suína 122.435 142.076 159.224 163.018 163.524
Têxtil 119.199 171.419 175.465 175.692 175.705
Total 93.476.900 96.189.918 115.741.663 154.394.798 231.685.159
Relatório Técnico Bacia do Sul
24 ANTAQ/UFSC/LabTrans
A partir dessa movimentação total de carga na área de influência, o passo seguinte é
proceder à alocação da carga no modal mais eficiente, considerando a origem e o destino da
carga. O capítulo 9 (Simulação dos Projetos) do Relatório de Metodologia relata o
procedimento de carregamento da malha de transporte, o qual segue o princípio de
minimização do custo logístico. De acordo com esse princípio, todas as cargas projetadas na
área total de influência das Hidrovias do Sul são alocadas ao modal mais eficiente do ponto de
vista do custo logístico.
A Tabela 6 apresenta a carga alocada nas hidrovias durante a etapa de simulação. Tais
resultados referem-se à movimentação total das Hidrovias do Sul considerando os diferentes
horizontes de planejamento. É importante notar que esta é a carga total transportada pelas
hidrovias em cada ano, independente da distância percorrida. Isto é, a carga alocada refere-se
ao volume total transportado em toneladas indistintamente da origem e destino2. No capítulo
9 deste relatório serão apresentados os resultados de carregamento organizados por
terminais, por grupo de produto e por trecho de hidrovia.
Tabela 6 - Projeção quinquenal da carga alocada, por produtos, para as Hidrovias do Sul - 2015-2030 (t)
Fonte: BRASIL (2012b); dados do PNLT (documento reservado)
2Uma alternativa é ponderar o volume transportado pela distância percorrida e referir o resultado em tku
(tonelada-quilômetro útil). Esse procedimento está além do escopo deste estudo e dificultaria a comparação da carga alocada com a demanda projetada.
Produtos 2015 2020 2025 2030
Carga geral 9.729.115 11.775.929 17.110.436 26.171.680
Minerais não metálicos 5.006.518 7.418.530 12.257.408 20.473.019
Produtos da exploração florestal e da silvicultura 2.308.385 3.957.000 7.088.141 12.197.180
Soja em grão 5.332.127 7.215.310 7.511.390 8.499.790
Petróleo e gás natural 6.377.008 6.323.920 6.322.623 6.320.279
Produtos químicos inorgânicos 2.821.907 3.276.338 4.231.184 5.470.365
Adubos 3.786.161 4.056.447 4.349.274 4.599.688
Carne de Aves 824.396 1.225.230 1.737.531 2.395.002
Arroz em casca 1.073.397 1.365.831 1.691.061 2.175.627
Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 1.250.962 1.476.572 1.736.574 2.044.031
Outros produtos e serviços da lavoura 604.081 790.517 1.270.219 1.952.303
Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 875.381 1.008.405 1.250.042 1.587.373
Fumo 617.090 810.071 1.008.441 1.195.640
Trigo 1.214.678 1.175.416 1.172.350 1.172.051
Madeiras 1.064.260 1.107.725 1.128.048 1.156.520
Arroz beneficiado e produtos derivados 368.672 458.061 745.123 1.062.188
Milho em grão 280.761 318.384 507.593 1.011.829
Papel e Celulose 417.761 482.682 588.092 720.731
Minério de ferro 686.906 702.939 704.599 705.702
Alimentícios 359.700 370.045 367.976 367.955
Cereais 196.933 232.232 266.894 280.176
Têxtil 136.080 139.464 139.661 139.673
Cerâmicos 62.290 77.888 100.415 110.789
Carne Suína 84.842 90.820 91.601 91.697
Cimento - 17.283 35.560 53.340
Carvão mineral 78 93 137 159
TOTAL 45.479.490 55.873.133 73.412.374 101.954.785
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 25
De acordo com o carregamento da projeção de demanda de carga, o crescimento da
movimentação nas Hidrovias do Sul será de cerca de 8% ao ano entre o período de 2020 -
2030. Entre os principais produtos com potencial de movimentação podem-se destacar a
classificação de carga geral (que, pela definição da ANTAQ, se refere a cargas gerais
conteinerizadas), os minerais não metálicos, produtos da exploração florestal e silvicultura
(madeira) e soja em grão. Alguns desses produtos já são movimentados pelas hidrovias como
soja em grãos, adubos e papel e celulose, sendo soja em grãos a carga que possui maior
participação na movimentação das hidrovias (ANTAQ, 2011a).
Devido a sua localização e ligação com os Portos de Rio Grande e Porto Alegre, as
hidrovias possuem alta viabilidade para o comércio exterior. Dos produtos da pauta de
exportação, sendo soja em grão um produto com grande participação, 100% são transportados
pelo Porto de Rio Grande. Em relação às importações, estas ocorrem por Porto Alegre, mas
com uma participação baixa, representando apenas 5% da movimentação nesse sentido. Como
principais produtos da pauta de importação destacam-se os adubos e fertilizantes (ANTAQ,
2011a).
Muitas das cargas estimadas para a Área de Influência dessas hidrovias podem ser
alocadas por outros modais de transporte, como o rodoviário ou o ferroviário, sejam tais
cargas destinadas ao mercado interno ou internacional. Há também movimentação por
navegação de cabotagem, com grande destaque para adubos, fertilizantes e trigo. Nesse tipo
de navegação, adubos e fertilizantes saem do Rio de Janeiro (RJ) e desembarcam em Canoas
(RS). O trigo, por sua vez, sai de Rio Grande (RS) para diversos destinos, como Belém (PA).
Posteriormente, a carga oriunda desse tipo de navegação é distribuída nos estados (RS e RJ,
respectivamente nesse caso) por navegação interior. Dentre as cargas que utilizam esse tipo
de navegação, destacam-se a soja em grãos e o papel e celulose, saindo, em boa parte, de
Guaíba (RS) - cidade que conta com uma fábrica da Celulose Riograndense - com destino ao
Porto de Rio Grande (RS), através do qual são exportadas (ANTAQ, 2011a).
Além disso, as Hidrovias do Sul possuem ligação com as principais regiões industriais
do Rio Grande Sul, como a região metropolitana de Porto Alegre e a região da serra (como
Caxias do Sul, por exemplo), com a qual faz interconexão terrestre de cerca de 100
quilômetros. Essas regiões possuem diversas indústrias, principalmente dos setores têxtil,
moveleiro, alimentício, químico, de metalurgia, mecânica e materiais elétricos. Todos esses
setores industriais produzem bens e necessitam de insumos que, comumente, são
transportados em contêineres.
Assim, pode-se dizer que as regiões industriais próximas às Hidrovias do Sul
representam um potencial para movimentação de diversas mercadorias em contêineres (de
exportação, importação e mesmo cabotagem) nas hidrovias, o que pode ser constatado pelo
resultado obtido nas projeções e alocação, que apresentaram significativo montante e rápido
crescimento das cargas gerais.
Cabe ressaltar que as cargas gerais se referem a cargas gerais conteinerizadas.
Possuem uma característica, porém, que é o fato de diversos tipos de mercadorias serem
transportados em um mesmo contêiner, o que é justificável pela existência de um grande
número de pequenas indústrias nessas regiões industriais.
Relatório Técnico Bacia do Sul
26 ANTAQ/UFSC/LabTrans
6 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL
Este capítulo traz a análise da rede de transporte existente na Bacia do Sul. O conteúdo
desta etapa subsidiou a definição da rede que seria posteriormente utilizada nas simulações.
6.1 Bacia do Sul
Segundo a ANTAQ (2011a), as Hidrovias do Sul possuem uma extensão navegável
potencial de mais de 1.100 quilômetros, dos quais 500 km são economicamente navegados na
atualidade. O sistema de sinalização das hidrovias conta atualmente com boias cegas com
película refletiva, balizas em terra e placas indicativas em seu decorrer para a demarcação
quilométrica (BRASIL, 2012e). Há restrições à navegabilidade por conta das águas altas, em
virtude da velocidade de escoamento do curso d’água. Seus regimes hidrológicos apresentam
como período de águas baixas os meses compreendidos entre dezembro e abril, e como
período de águas altas, de julho a setembro.
Os rios Jacuí e Taquari possuem quatro eclusas operando em barramentos de
regularização, com objetivo de controle de inundação. O canal de São Gonçalo possui ainda
uma barragem eclusa da para impedir a salinização das águas do canal e da Lagoa Mirim e
permitir a navegação para a Lagoa dos Patos (ANTAQ, 2011a). A seguir, apresenta-se cada via
navegável que compõe as hidrovias, descritas de acordo com Costa (1998).
6.1.1 Rio Jacuí
Tem suas principais nascentes localizadas no Planalto, a cerca de 10 quilômetros a
leste da cidade de Passo Fundo (RS), a uma altitude de aproximadamente 730 metros. Toda
sua área de drenagem é caracterizada pelo uso intensivo do solo para agricultura e pecuária. É
navegável da cidade de Dona Francisca (RS) até Porto Alegre (RS) e seu comprimento total é de
aproximadamente 750 quilômetros, dos quais 370 são navegáveis por embarcações de até 2,5
metros de calado. Recebe a contribuição do Rio Taquari na margem esquerda. Juntamente
com os rios Gravataí, Sinos e Caí, forma o Delta do Jacuí, um conjunto de canais que segue
para a Lagoa dos Patos. A Figura 13 destaca o trecho navegável do Rio Jacuí.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 27
Figura 13 - Região que abrange o Rio Jacuí
Fonte: LabTrans/UFSC
O Rio Jacuí divide-se em três trechos:
Jacuí superior: das nascentes até a jusante da barragem José Maia Filho. Tem uma
extensão de 271 quilômetros, com um desnível de cerca de 510 metros e declividade
média de 1,88 metros por quilômetro.
Jacuí médio: das proximidades da barragem José Maia Filho às imediações da
cidade de Dona Francisca. Tem uma extensão de 117 quilômetros, desnível de 185
metros e declividade média de 1,58 metros por quilômetros.
Jacuí inferior: da cidade de Dona Francisca até o estuário do Lago Guaíba. Tem uma
extensão de 361 quilômetros, desnível de 35 metros e declividade média de 0,097
metros por quilômetro.
O Rio Jacuí possui três barragens, todas com eclusas, quais sejam: Amarópolis, Anel de
Dom Marco e Fandango. O Quadro 3 apresenta dados das eclusas citadas.
Quadro 3 - Características das câmaras das eclusas das Hidrovias do Sul
Fonte: DNIT; ALM (apud ANTAQ, 2011a)
Relatório Técnico Bacia do Sul
28 ANTAQ/UFSC/LabTrans
6.1.2 Rio Taquari
Situa-se na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul. Tem extensão aproximada
de 140 quilômetros e é o principal afluente do Rio Jacuí. Nasce com a denominação de Rio das
Antas, e assim é denominado até a confluência com o Rio Guaporé, nas imediações da cidade
de Muçum (RS), onde passa a ser denominado Taquari. A navegação é possível desde a sua foz,
no Rio Jacuí, junto à cidade de São Jerônimo (RS), até o Porto de Estrela, distante 86
quilômetros. Divide-se nos seguintes trechos:
Da foz a Taquari: trecho de excelentes condições para navegação, com extensão de
31 quilômetros, permitindo o tráfego de embarcações com até 2,5 metros de calado.
De Taquari à barragem de Bom Retiro do Sul: trecho com algumas restrições à
navegação. Permite embarcações de até 2 metros de calado e possui 34 quilômetros
de extensão.
De Bom Retiro do Sul ao Porto de Estrela: trecho com 22 quilômetros de extensão
com ótimas condições de navegação e calado de 3,2 metros.
Em Bom Retiro do Sul há uma barragem com eclusa de 11,8 metros de desnível, 17
metros de largura e 120 metros de comprimento. A Figura 14 ilustra a região onde o rio está
inserido e os municípios citados.
Figura 14 - Região que abrange o Rio Taquari
Fonte: LabTrans/UFSC
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 29
6.1.3 Rio Caí
Tem seus formadores na Serra Geral, entre 900 e 1.000 metros de altitude,
desembocando no delta do Jacuí. Contribui para a formação do estuário do Rio Guaíba após
um percurso de 195 quilômetros. É um dos mais importantes afluentes do Rio Jacuí, sendo
navegável durante todo o ano entre Porto Alegre (RS) e São Sebastião do Caí (RS), numa
extensão de 93 quilômetros, com profundidades que variam de 0,5 a 4 metros. Tem uma
ponte ferroviária na localidade de Passo do Caí (RS), com limitador de 9 metros em águas
mínimas.
6.1.4 Rio dos Sinos
Também tem seus formadores na Serra Geral, mas entre 500 e 600 metros de altitude,
desembocando no delta do Jacuí e contribuindo com a formação do Rio Guaíba, num percurso
de cerca de 120 quilômetros. Destes, 44 são navegáveis, com profundidades entre 1 e 2
metros, ligando Porto Alegre (RS) a São Leopoldo (RS). Tem uma ponte ferroviária no ponto
quilométrico (PK) 14,47, cujo limitador é de 8,16 metros em águas mínimas (CAPITANIA DOS
PORTOS DO RIO GRANDE DO SUL - CPRS, 2008).
6.1.5 Rio Gravataí
Nasce na região dos banhados ao norte da Lagoa dos Patos e desemboca no delta do
Jacuí, contribuindo com a formação do Rio Guaíba. É um rio de planície, de baixa velocidade,
sinuoso e com muitos meandros. Permite navegação durante todo o ano, até Gravataí, a 66
quilômetros da foz, de barcos com até 1,5 metros de calado. Já para barcos maiores, com até
quatro metros e meio de calado, a navegação é possível somente até Vila Niterói, a 8
quilômetros da foz. A Figura 15 destaca os três afluentes do Jacuí.
Relatório Técnico Bacia do Sul
30 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 15 - Municípios de São Sebastião do Caí, São Leopoldo e Gravataí, onde iniciam os rios Caí,
Sinos e Gravataí, respectivamente Fonte: LabTrans/UFSC
O Rio Gravataí possui um ponto de restrição à navegação no PK 9,5, com pontes
ferroviárias e rodoviárias que apresentam alturas livres de 4,69 metros (ferroviárias), 6,64
metros e 7,04 metros (rodoviárias) (CPRS, 2008).
6.1.6 Rio Guaíba
Desenvolve-se entre o delta do Jacuí, junto à cidade de Porto Alegre (RS), e a ponta de
Itapuã, onde tem início a Lagoa dos Patos. Como hidrovia, é usado em toda a sua extensão de
cerca de 50 quilômetros, seja para acesso ao Porto de Porto Alegre ou para a ligação ao
sistema hidroviário interior. Tem calado de 5,1 metros e largura útil de 80 metros. É
alimentado pelo delta do Jacuí que recebe águas dos rios Jacuí, Sinos, Caí e Gravataí. A partir
do Guaíba, as águas vão para a Lagoa dos Patos e, consequentemente, para o Oceano
Atlântico.
6.1.7 Lagoa dos Patos
É a maior lagoa do Brasil, com 265 quilômetros de comprimento estendidos
paralelamente ao Oceano Atlântico. Ao nordeste encontra a Lagoa do Casamento, e a
noroeste o Rio Guaíba, que faz a transição entre a Lagoa dos Patos e o delta do Jacuí. Ao sul, a
lagoa comunica-se com o mar no município de Rio Grande (RS), através do Canal do Norte, e
com a Lagoa Mirim, através do Canal de São Gonçalo. É navegável por embarcações
fluviomarítimas de até 5,1 metros de calado, em praticamente toda a sua extensão. A fim de
garantir o acesso de embarcações de maior porte, a profundidade é mantida através de
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 31
dragagem sistemática e constante em alguns pontos. Possui uma área de 9.800 quilômetros
quadrados e largura média de 33 quilômetros. O Canal de São Gonçalo é o trecho hidroviário
que liga os sistemas lacustres do Rio Grande do Sul, as lagoas dos Patos e Mirim.
Canal de São Gonçalo: tem início no município de Pelotas (RS), constituindo o elo
entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. Possui 12 quilômetros de comprimento com
5,2 metros de calado da Lagoa dos Patos até o Porto de Pelotas, e 58 quilômetros do
Porto de Pelotas até a Lagoa Mirim, com 2,5 metros de calado. Possui uma barragem-
eclusa chamada Barragem do Centurião, construída com o intuito de evitar a entrada
de água salgada na Lagoa Mirim nos períodos de estiagem. A eclusa, por sua vez,
possui 120 metros de comprimento, 17 metros de largura e 5 metros de profundidade,
segundo a ALM (2012).
Lagoa Mirim: está localizada no extremo sul do Brasil, na divisa do Rio Grande do
Sul com o Uruguai. Possui 76% de sua superfície em território brasileiro, com
aproximadamente 180 quilômetros de extensão navegável para calado de 2,2 metros.
É o trecho final das Hidrovias do Sul.
A Figura 16 identifica a Lagoa dos Patos, o Canal de São Gonçalo e a Lagoa Mirim.
Figura 16 - Lagoas da Hidrovia em destaque
Fonte: LabTrans/UFSC
Relatório Técnico Bacia do Sul
32 ANTAQ/UFSC/LabTrans
6.1.8 Portos e intermodalidade
Ao longo da hidrovia existem quatro portos organizados e quinze terminais de uso
privativo. O Quadro 4 relaciona esses terminais de acordo com a via a qual pertencem,
segundo dados da ANTAQ (2011a).
Quadro 4 - Instalações Portuárias nas Hidrovias do Sul
Fonte: ANTAQ (2011a)
Os subtópicos a seguir trazem um maior detalhamento dos quatro portos
pertencentes às Hidrovias do Sul. As informações referentes aos portos foram obtidas de
apresentações realizadas pela ANTAQ sobre eles, enquanto que as condições de rodovias e
ferrovias foram obtidas do DNIT.
6.1.8.1 Porto de Estrela
Sua construção foi iniciada em 1975, a partir de um projeto destinado a atender à
demanda do transporte de trigo e soja no corredor de exportação do Porto de Rio Grande. Seu
acesso foi viabilizado após a construção da barragem eclusa de Bom Retiro do Sul. Segundo a
ANTAQ (2007), o porto é administrado pela Administração do Porto Fluvial de Estrela,
vinculada à Companhia Docas do Maranhão (CODOMAR). Dispõe de seis berços, dos quais três
são para operações de embarque e três para desembarque, distribuídos no cais de 585 metros.
O acesso ao porto pode ser feito pelos seguintes modais:
Rodoviário: RS-453/BR-453 - com aproximadamente 270 quilômetros de extensão e
boas condições de tráfego.
Via Navegável Instalação Portuária
Rio Jacuí TUP Copelmi
Porto de Estrela
TUP Mita
TUP Moinho Taquariense
Rio dos Sinos TUP Rio dos Sinos
TUP Niterói
TUP Oleoplan
TUP SHV
TUP Tergasul
Porto de Porto Alegre
TUP CMPC Guaíba
Porto de Rio Grande
TUP Bianchini
TUP Ceval
TUP Terminal Marítimo Luiz Fogliatto
TUP Yara Brasil Fertilizantes
Porto de Pelotas
TUP Cimbagé
Canal de Acesso ao Terminal Santa Clara TUP Santa Clara
Lagoa dos Patos
Canal de São Gonçalo
Rio Taquari
Rio Gravataí
Lago do Guaíba
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 33
o BR-386 - possui 447 quilômetros de extensão e boas condições de
trafegabilidade. Está sob concessão do estado do quilômetro 134 ao 386.
Possui trechos em manutenção.
Ferroviário: pelo ramal de uma das linhas da ALL Malha Sul, da Rede Ferroviária
Federal S.A. (RFFSA), que dista 11 quilômetros da cidade de Estrela.
6.1.8.2 Porto de Rio Grande
Sua construção data de 1869, na área que hoje se chama Porto Velho. É administrado
pela Superintendência do Porto de Rio Grande. O porto apresenta a vantagem de dispor de
malhas modais diversificadas nos seus arredores. Conta com 11 rebocadores para praticagem
e está dividido em quatro zonas, como mostra a Figura 17.
Figura 17 - Zonas que dividem o Porto de Rio Grande
Fonte: site oficial do Porto de Rio Grande
O Porto Velho foi o primeiro a ser construído e atualmente destina-se a atividades
pesqueiras e não mais à movimentação de cargas. A zona de São José do Norte é uma área de
expansão que também não se encontra em atividade de transbordo. Dos que estão em
Relatório Técnico Bacia do Sul
34 ANTAQ/UFSC/LabTrans
operação, há o Porto Novo, público, e o Superporto, arrendado. A seguir, constam algumas
informações técnicas a respeito, obtidas do site oficial do Porto de Rio Grande.
Canal de Acesso
Largura: 200 metros;
Calado: 12,2 metros;
Velocidade máxima permitida: 14,8 quilômetros por hora.
Porto Novo
Largura: 150 metros;
Calado: 9,14 metros;
Velocidade máxima permitida: 9,2 quilômetros por hora.
Possui áreas destinadas especificamente para:
o Turismo, lazer e preservação ambiental;
o Uso do Exército brasileiro;
o Carga geral;
o Roll-On/Roll-Off;
o Contêineres e fertilizantes;
o Construção e reparo naval; e
o Expansão.
Porto Velho
Largura: 100 metros
Calado: 4,57 metros
Velocidade máxima permitida: 9,2 quilômetros por hora
Possui áreas destinadas especificamente para:
o Navegação interior;
o Ensino e pesquisa;
o Turismo e lazer;
o Terminal de passageiros;
o Pesca;
o Uso do Exército brasileiro; e
o Serviços.
Superporto
Possui áreas destinadas especificamente para:
o Serviços;
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 35
o Graneis líquidos e fertilizantes;
o Construção e reparo naval;
o Granel agrícola;
o Contêineres;
o Ligação Rio Grande/São José do Norte;
o Produtos florestais;
o Terminal pesqueiro;
o Base naval;
o Exploração portuária;
o Fins residenciais e industriais;
o Administração e manejo ambiental; e
o Armazenagem e cargas especiais.
São José do Norte
Possui áreas destinadas especificamente para:
o Área de produtos florestais; e
o Área de construção e reparo naval.
O acesso ao porto pode ser feito pelos seguintes modais:
Rodoviário: pela BR-392, que alcança a BR-471 e BR-116, interligando-se à BR-293,
que apresenta boas condições de tráfego;
Ferroviário: pela ALL Malha Sul;
Fluvial e lacustre: pelo Rio Guaíba e pela Lagoa dos Patos; e
Marítimo: a barra é limitada pelos molhes leste e oeste, com largura de 700 metros
e profundidade de 14 metros.
A Figura 18 mostra uma imagem de satélite do Porto de Rio Grande.
Figura 18 - Porto de Rio Grande
Fonte: Google Earth
Relatório Técnico Bacia do Sul
36 ANTAQ/UFSC/LabTrans
6.1.8.3 Porto de Porto Alegre
Foi inaugurado em 1913 por iniciativa do estado do Rio Grande do Sul e está localizado
à esquerda do Rio Guaíba, na parte noroeste de Porto Alegre (RS). É administrado pela SPH,
segundo a qual o cais acostável possui extensão de 8.028 metros subdivididos em três trechos
(SPH, 2006):
Cais do Mauá: tem 3.240 metros de comprimento e 16 berços, com profundidade
variando de 4 a 5,5 metros. Possui 18 armazéns, dos quais 12 são para carga geral,
com 20.178 metros quadrados, e outros seis para diversas funções. Possui também
quatro pátios, totalizando 2.180 metros quadrados.
Cais dos Navegantes: tem 3.268 metros de extensão, com 12 berços de
profundidade de seis metros. Possui 11 armazéns, dos quais seis são para carga geral
(23.880 metros quadrados) e cinco para graneis sólidos (16.320 metros quadrados).
Conta ainda com outros cinco pátios descobertos (um pátio de 36.105 metros
quadrados para carvão e os outros com 22.340 metros quadrados) e três silos para
grãos para comportar até 83.750 toneladas. Para depósito de óleos vegetais são
utilizados quatro tanques, num total de 4.400 toneladas.
Cais Marcílio Dias: tem 1.336 metros de comprimento, com cinco berços de
profundidade de quatro a cinco metros. Atende à movimentação de areias e seixos
rolados.
O acesso ao porto pode ser feito pelos seguintes modais:
Rodoviário: pelas rodovias BR-116 e BR-290. Esta última, no sentido leste se
conecta à BR-101, em Osório, e para oeste se estende até a BR-472, próximo à
Uruguaiana (RS), na fronteira com a Argentina;
Ferroviário: pela ALL Malha Sul, que atinge as fronteiras com a Argentina e o
Uruguai. A malha é interligada pelas linhas-tronco Porto Alegre - Uruguaiana e Tronco-
Sul, na direção dos estados de Santa Catarina e São Paulo;
Fluvial e lacustre: pela Lagoa dos Patos e Rio Guaíba.
A Figura 19 traz uma imagem de satélite do Porto de Porto Alegre.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 37
Figura 19 - Porto de Porto Alegre
Fonte: Google Earth
6.1.8.4 Porto de Pelotas
Administrado pela SPH, o porto está localizado na região meridional do estado, no
município de Pelotas (RS), à margem esquerda do Canal de São Gonçalo. O canal de entrada
possui 80 metros de largura e profundidade de 6,5 metros, ao longo do percurso de nove
quilômetros a partir da Lagoa dos Patos. Possui um cais acostável com três berços, com
extensão de 500 metros e profundidade de seis metros. São utilizados três armazéns para
carga geral e graneis com capacidade total de 27.000 toneladas. O acesso ao porto pode ser
feito pelos seguintes modais:
Rodoviário: pela BR-332/BR-471 que interceptam a BR-116, a qual se conecta à BR-
293 a oito quilômetros da cidade de Pelotas (RS);
Ferroviário: pela ALL Malha Sul; e
Fluvial e lacustre: pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, pelo canal de São Gonçalo e
pelo Rio Jaguarão.
A Figura 20 mostra uma imagem de satélite do Porto de Pelotas.
Figura 20 - Porto de Pelotas
Fonte: Google Earth
Relatório Técnico Bacia do Sul
38 ANTAQ/UFSC/LabTrans
7 DEFINIÇÃO DA REDE FUTURA A SER ANALISADA - NOVAS OUTORGAS
DE TERMINAIS HIDROVIÁRIOS
Neste capítulo apresenta-se a rede de transporte utilizada nas simulações, de acordo
com as premissas estabelecidas no Relatório de Metodologia. São apresentados os cenários de
infraestrutura montados para os diferentes modais em cada horizonte de estudo e que
exercem influência nas Hidrovias do Sul.
7.1 Montagem dos cenários de infraestrutura
Neste item expõem-se os cenários de infraestrutura identificados para cada tipo de
modal e a configuração em mapa das respectivas malhas em cada horizonte de análise.
7.1.1 Modal Rodoviário
O Quadro 5 mostra as obras rodoviárias que podem influenciar a navegação nas
Hidrovias do Sul, tendo como fonte os dados do Banco de Informações e Mapas de Transporte
(BIT). As rodovias levantadas a partir dessas fontes foram incluídas na malha de transporte
utilizada nas simulações. A essas rodovias foi atribuída velocidade padrão de 54 quilômetros
por hora e classificação de pavimentadas.
Quadro 5 - Cenário modal rodoviário
Fonte: BRASIL (2012f)
As obras são localizadas na rede de transporte conforme demonstrado na Figura 21.
2015 2020 2025 2030
BR-116 De Dois Irmãos (RS) a Porto Alegre (RS) X X X X
BR-392 De Pelotas (RS) ao Rio Grande (RS) X X X X
De Sapucaia do Sul (RS) à BR-386, em Canoas (RS) X X X X
De Biachini (RS) a Porto Alegre (RS) X X X X
De Lagoa Vermelha (RS) a Barracão (RS), na Rodovia RS-477 X X X X
De Barracão (RS) à Rodovia RS-477, em Pontão (RS) X X X X
De Pontão (RS) à Rodovia BR-285, em Lagoa Vermelha (RS) X X X X
BR-448
BR-470
HorizonteRodovia Trecho
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 39
Figura 21 - Modal rodoviário em 2015, 2020, 2025 e 2030
Fonte: LabTrans/UFSC
7.1.2 Modal Ferroviário
Considerando a Área de Influência da bacia em estudo, a principal ferrovia de interesse
para as Hidrovias do Sul é a Ferrovia Norte-Sul, em seu trecho que corta a região Sul. No
Quadro 6 apresenta-se o trecho referente à bacia com seu horizonte de conclusão. As
informações desse modal foram obtidas por meio da VALEC, entretanto, como a companhia
não possui informações detalhadas sobre possíveis projetos para esse trecho dentro da área
de influência da hidrovia, os técnicos da ANTAQ optaram por considerá-lo no último horizonte
de simulação.
Quadro 6 - Cenário modal ferroviário
Fonte: VALEC (2012)
As Figuras 22 a 25 apresentam a rede ferroviária e as ferrovias previstas em cada
horizonte, com destaque para o trecho sul da Ferrovia Norte-Sul.
2015 2020 2025 2030
Ferrovia Norte-Sul De Panorama (SP) a Rio Grande (RS) X
HorizonteFerrovia Trecho
Relatório Técnico Bacia do Sul
40 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 22 - Modal ferroviário em 2015
Fonte: LabTrans/UFSC
Figura 23 - Modal ferroviário em 2020
Fonte: LabTrans/UFSC
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 41
Figura 24 - Modal ferroviário em 2025
Fonte: LabTrans/UFSC
Figura 25 - Modal ferroviário em 2030
Fonte: LabTrans/UFSC
Relatório Técnico Bacia do Sul
42 ANTAQ/UFSC/LabTrans
7.1.3 Modal Hidroviário
O modal hidroviário, por ser o foco deste projeto, é o que apresenta mais obras de
infraestrutura dentro dos horizontes de projeto definidos. As informações deste item foram
repassadas pela ANTAQ, as quais foram obtidas a partir de análises feitas junto ao DNIT,
Ministério dos Transportes e de uma análise conjunta dos técnicos da Agência.
Quadro 7 - Cenário modal hidroviário
Fonte: ANTAQ (2012)
As Figuras 26 a 29 apresentam em destaque os trechos navegáveis da Bacia do Sul
considerando cada um dos horizontes de estudo.
Rio Trecho 2015 2020 2025 2030
Da foz no Lago do Guaíba até Cachoeira do Sul X X X X
De Cachoeira do Sul até o município de Dona
Francisca (RS)X X
Da foz, no Rio Jacuí, até o Porto de Estrela X X X X
Do Porto de Estrela até a cidade de Muçum (RS) X X
Rio CaíDe São Sebastião do Caí até a foz no Delta do
JacuíX X X X
Rio dos SinosDa confluência entre a cidade de São Leopoldo
e a BR-116 até a foz no Delta do JacuíX X X X
Da foz do Rio Jacuí até o TUP Niteroi X X X X
Do TUP Niteroi até o PK 21 X X
Lago GuaíbaDo Delta do Rio Jacuí para a jusante até a
confluência com a Lagoa dos PatosX X X X
Lagoa Mirim
Da foz do Arroio de São Miguel até a
embocadura de montante do Canal de São
Gonçalo
X X X X
Lagoa dos Patos
Da sua confluência com o Lago Gauíba para a
jusante até sua confluência com o Oceano
Atlântico
X X X X
Canal de São Gonçalo
Do seu emboque de montante na Lagora Mirim
até sua foz (ou emboque de jusante) na Lagoa
dos Patos
X X X X
Canal de acesso ao
Terminal Santa ClaraX X X X
Rio Jaguarão X X X
Rio Gravataí
Rio Jacuí
Rio Taquari
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 43
Figura 26 - Modal hidroviário em 2015
Fonte: LabTrans/UFSC
Figura 27 - Modal hidroviário em 2020
Fonte: LabTrans/UFSC
Relatório Técnico Bacia do Sul
44 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 28 - Modal hidroviário em 2025
Fonte: LabTrans/UFSC
Figura 29 - Modal hidroviário em 2030
Fonte: LabTrans/UFSC
7.1.4 Novas outorgas de terminais hidroviários
Os trechos da Bacia do Sul aptos a receberem novos terminais hidroviários são:
Rio Jacuí: da cidade de Dona Francisca (RS) para a jusante e até a sua foz no Lago
Guaíba;
Rio Taquari: da cidade de Muçum (RS) até a sua foz no Rio Jacuí;
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 45
Rio Caí: da cidade de São Sebastião do Caí (RS) até a sua foz no Delta do Rio Jacuí;
Rio Sinos: da cidade de São Leopoldo (RS) até a sua foz no delta do Rio Jacuí;
Rio Gravataí: da cidade de Gravataí (RS) até a sua foz no delta do Rio Jacuí;
Lago do Guaíba: do Delta do Rio Jacuí para jusante até a sua confluência com a
Lagoa dos Patos;
Lagoa dos Patos: da sua confluência com o Lago Guaíba para jusante e até a sua
confluência com o Oceano Atlântico;
Lagoa Mirim: da foz do arroio São Miguel até a embocadura de montante do canal
de São Gonçalo;
Canal de São Gonçalo: do seu emboque de montante na Lagoa Mirim até a sua foz
(ou emboque de jusante) na Lagoa dos Patos; e
Canal de Acesso ao Terminal Santa Clara.
De acordo com os procedimentos descritos no Relatório de Metodologia, foram
determinadas as áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários, as quais se
encontram no Quadro 8.
Quadro 8 - Áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários
Fonte: LabTrans/UFSC
Essas áreas propícias para a instalação de novos terminais foram adicionadas à malha
de transporte nos horizontes apropriados e fizeram parte da simulação descrita no capítulo 9.
Relatório Técnico Bacia do Sul
46 ANTAQ/UFSC/LabTrans
8 ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS E CUSTOS OPERACIONAIS DE CADA
PROJETO
No Relatório de Metodologia foi descrito o procedimento para a estimativa dos
parâmetros utilizados na simulação. Neste capítulo apresentam-se os principais resultados
utilizados no estudo da Bacia do Sul, como as estimativas de frete e transbordo para os
diferentes modais. Os produtos estão organizados de acordo com os grupos definidos no
Relatório de Metodologia, os quais são: carga geral (Grupo 1), granel líquido (Grupo 2), granel
líquido agrícola (Grupo 3), granel sólido (Grupo 4) e granel sólido agrícola (Grupo 5).
8.1 Levantamento de custos operacionais
Este item apresenta os valores de frete referentes a cada tipo de modal, considerando
os grupos de produtos mencionados anteriormente.
8.1.1 Frete Rodoviário
Na Tabela 7 estão expostos os resultados das estimativas do valor do frete para o
modal rodoviário, por faixas de distância e grupos de produto.
Tabela 7 - Parâmetros rodoviários
Fonte: LabTrans/UFSC
8.1.2 Frete Ferroviário
Na Tabela 8 apresentam-se os resultados das estimativas do valor do frete para o
modal ferroviário, por concessionária e grupo de produto, separados em distância menor e
maior de 500 quilômetros. Em seguida, na Tabela 9, constam os parâmetros referentes aos
terminais ferroviários.
ParâmetroCarga
Geral
Granel Líquido
Agrícola
Granel Líquido
Combustível
Granel
Sólido
Granel Sólido
Agrícola
Frete até 200 km (R$/t.km) 0,273 0,230 0,230 0,217 0,174
Frete de 200 até 500 km (R$/t.km) 0,212 0,151 0,151 0,126 0,131
Frete de 500 até 800 km (R$/t.km) 0,188 0,123 0,123 0,097 0,114
Frete de 800 até 1.100 km (R$/t.km) 0,171 0,105 0,105 0,079 0,102
Frete acima de 1.100 km (R$/t.km) 0,149 0,083 0,083 0,059 0,088
Alíquota de Seguro (%) 0,133 0,133 0,050 0,100 0,133
Tempo de Operação (h/dia) 24 24 24 24 24
Perda de Carga (%) 0,29 0,29 0,03 0,25 0,29
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 47
Tabela 8 - Estimativas do valor do frete ferroviário, em R$/(t.km)
Fonte: LabTrans/UFSC
Tabela 9 - Parâmetros dos terminais ferroviários
Fonte: LabTrans/UFSC
8.1.3 Frete Hidroviário
Na Tabela 10 apresentam-se os resultados das estimativas do valor do frete para o
modal hidroviário, por grupo de produto.
Parâmetro Carga GeralGranel Líquido
Agrícola
Granel Líquido
CombustívelGranel Sólido
Granel Sólido
Agrícola
Frete ALLMN até 500 km (R$/t.km) 0,084 0,093 0,096 0,036 0,098
Frete ALLMN superior a 500 km (R$/t.km) 0,044 0,053 0,039 0,032 0,067
Frete ALLMO até 500 km (R$/t.km) 0,062 0,063 0,066 0,036 0,073
Frete ALLMO superior a 500 km (R$/t.km) 0,046 0,052 0,041 0,036 0,068
Frete ALLMP até 500 km (R$/t.km) 0,062 0,063 0,066 0,036 0,073
Frete ALLMP superior a 500 km (R$/t.km) 0,045 0,051 0,046 0,032 0,066
Frete ALLMS até 500 km (R$/t.km) 0,084 0,093 0,096 0,036 0,098
Frete ALLMS superior a 500 km (R$/t.km) 0,038 0,048 0,042 0,032 0,053
Frete EFC até 500 km (R$/t.km) 0,079 0,062 0,071 0,024 0,098
Frete EFC superior a 500 km (R$/t.km) 0,056 0,050 0,050 0,015 0,074
Frete EFVM até 500 km (R$/t.km) 0,044 0,044 0,041 0,045 0,050
Frete EFVM superior a 500 km (R$/t.km) 0,029 0,029 0,029 0,029 0,035
Frete EFPO até 500 km (R$/t.km) 0,065 0,041 0,059 0,036 0,073
Frete EFPO superior a 500 km (R$/t.km) 0,038 0,048 0,042 0,032 0,053
Frete FCA até 500 km (R$/t.km) 0,059 0,041 0,034 0,057 0,046
Frete FCA superior a 500 km (R$/t.km) 0,044 0,049 0,030 0,032 0,030
Frete FNSTN até 500 km (R$/t.km) 0,079 0,062 0,071 0,024 0,098
Frete FNSTN superior a 500 km (R$/t.km) 0,056 0,050 0,050 0,032 0,074
Frete FTC até 500 km (R$/t.km) 0,084 0,093 0,096 0,036 0,098
Frete FTC superior a 500 km (R$/t.km) 0,038 0,048 0,042 0,032 0,053
Frete MRS até 500 km (R$/t.km) 0,091 0,068 0,098 0,036 0,091
Frete MRS superior a 500 km (R$/t.km) 0,062 0,055 0,055 0,032 0,050
Frete TNL até 500 km (R$/t.km) 0,085 0,062 0,077 0,036 0,079
Frete TNL superior a 500 km (R$/t.km) 0,053 0,050 0,048 0,032 0,073
Aliquota de Seguro (%) 0,036 0,036 0,036 0,036 0,036
Tempo de peração (h/dia) 24 24 24 24 24
Perda de Carga (%) 0,10 0,10 0,03 0,10 0,10
Relatório Técnico Bacia do Sul
48 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Tabela 10 - Parâmetros de frete hidroviário, em R$/(t.km), por tipo de carga transportada
Fonte: LabTrans/UFSC
Todos os custos inerentes à transferência de carga de um modal terrestre para um
aquaviário, que ocorrem em um porto ou terminal hidroviário, foram considerados dentro do
valor do transbordo apresentado na Tabela 11.
Tabela 11 - Custo de Transbordo (R$/t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Parâmetro Carga GeralGranel Líquido
Agrícola
Granel Líquido
CombustívelGranel Sólido
Granel Sólido
Agrícola
Alíquota de Seguro (%) 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025
Tempo de Operação (h/dia) 12 12 12 12 12
Perda de Carga (%) 0,198 0,198 0,030 0,400 0,198
Frete - Navegação Interior (R$/t.km) 0,069 0,068 0,116 0,036 0,042
Parâmetro Carga GeralGranel Líquido
Agrícola
Granel Líquido
CombustívelGranel Sólido
Granel Sólido
Agrícola
Transbordo (R$/t) 3,00 3,00 2,00 3,00 2,80
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 49
9 SIMULAÇÃO DOS PROJETOS
Neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos na etapa de simulação.
Conforme detalhado no Relatório de Metodologia, com o objetivo de selecionar as áreas mais
propícias para instalação de terminais utilizou-se um processo iterativo, o qual compreendeu
sucessivas etapas de simulação e exclusões de terminais da rede de transporte.
Separados em diferentes horizontes (2015, 2020, 2025 e 2030), os resultados são
apresentados de três formas distintas: carregamento nos terminais, carregamento nas
hidrovias e custos totais de transportes.
Os resultados obtidos com os carregamentos são analisados no final de cada subitem.
O CD anexo a este relatório apresenta tabelas com outros resultados detalhados, como os
fluxos de movimentação por produto.
9.1 Carregamento nos terminais
As Tabelas 12 a 15 mostram os carregamentos totais, por terminal e por grupo de
produto, para cada um dos horizontes.
Tabela 12 - Carregamento nos terminais - Fluxo 2015 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Total
Rio Grande 7.412.143,11 4.518.359,44 1.350.433,00 10.769.016,27 7.946.544,19 31.996.496,01
Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 10.613.368,99 3.979.291,12 579.100,52 6.395.230,80 2.169.556,36 23.736.547,79
TUP Copelmi 654.044,11 1.873.071,92 180.725,68 2.597.982,62 1.303.202,22 6.609.026,55
Pelotas 1.086.671,37 443,99 264.766,62 649.645,88 891.634,29 2.893.162,15
Estrela 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20
Cachoeira do Sul 381.548,50 - 864.814,80 565.920,99 289.973,95 2.102.258,24
Área propícia de São Sebastião do Caí 5.077.670,49 - 52.599,14 16.162,00 150.452,57 5.296.884,20
Área propícia de Montenegro 1.161.322,45 8,44 43.869,32 161.002,29 121.822,97 1.488.025,47
Rio Pardo 1.133.581,33 - 128.165,05 280.774,95 121.569,70 1.664.091,03
TUP Oleoplan 115.196,91 - - - 92.388,01 207.584,92
TUP Santa Clara 414.823,83 - 48.946,00 - - 463.769,83
Total 29.733.621,51 12.229.789,71 3.812.301,09 21.846.518,17 13.912.339,91 81.534.570,39
PortosFluxo total por Grupo 2015
Relatório Técnico Bacia do Sul
50 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Tabela 13 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2020 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Tabela 14 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2025 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Total
Rio Grande 9.135.318,37 4.546.729,10 1.543.932,18 13.818.979,05 10.104.442,65 39.149.401,35
Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 14.180.178,00 4.008.063,12 689.846,43 9.024.689,61 2.840.170,77 30.742.947,93
Área propícia de São Sebastião do Caí 6.827.081,87 - 53.129,18 13.748,05 167.629,56 7.061.588,66
TUP Copelmi 765.497,47 1.790.679,22 159.083,98 2.835.787,17 1.386.287,46 6.937.335,30
Estrela 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90
Pelotas 1.214.673,52 1.617,81 231.522,57 610.489,53 1.195.643,72 3.253.947,15
Cachoeira do Sul 508.623,17 - 1.037.495,41 681.824,02 366.275,71 2.594.218,31
Rio Pardo 1.439.899,37 - 90.205,07 287.263,24 177.059,46 1.994.427,14
Área propícia de Montenegro 1.540.736,82 8,96 39.082,63 152.226,85 166.905,06 1.898.960,32
TUP Santa Clara 589.163,47 - 63.072,14 - - 652.235,61
Jaguarão 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82
TUP Oleoplan 123.756,84 - - - 87.004,93 210.761,77
Total 38.406.653,88 12.124.289,97 4.493.359,90 27.931.000,86 17.754.690,65 100.709.995,26
PortosFluxo total por Grupo 2020
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Total
Rio Grande 12.206.845,93 4.551.392,46 1.891.239,26 19.264.390,38 10.670.371,94 48.584.239,97
Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 22.101.951,48 4.012.584,83 963.569,57 14.133.180,62 3.936.515,37 45.147.801,87
Área propícia de São Sebastião do Caí 10.815.344,28 - 45.984,72 18.301,70 221.141,35 11.100.772,05
TUP Copelmi 999.532,59 1.782.729,87 124.673,19 3.397.154,42 1.472.676,86 7.776.766,93
Estrela 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96
Pelotas 1.598.278,73 65,04 153.396,87 607.128,07 1.330.672,12 3.689.540,83
Cachoeira do Sul 616.701,76 - 1.210.879,06 998.087,63 431.753,77 3.257.422,22
Rio Pardo 1.891.288,10 - 60.219,72 387.645,66 239.902,64 2.579.056,12
Área propícia de Montenegro 2.131.709,13 8,98 30.195,21 172.784,20 199.175,89 2.533.873,41
TUP Santa Clara 921.604,89 - 43.377,14 - - 964.982,03
Área propícia de Dona Francisca 485.113,08 - 12.524,85 46.958,38 289.887,99 834.484,30
Área propícia de Arambaré 232.863,25 1.784,00 67.742,67 82.466,89 243.259,84 628.116,65
Área propícia de Restinga Seca 176.716,46 - 23.660,00 30.369,06 323.202,54 553.948,06
Jaguarão 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69
TUP Oleoplan 175.023,85 - 3.281,76 - 102.083,19 280.388,80
Total 57.015.556,85 12.117.861,68 5.564.555,86 39.818.170,05 20.585.470,45 135.101.614,89
PortosFluxo total por Grupo 2025
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 51
Tabela 15 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2030 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Rio Grande e Porto Alegre, portos de importância já estabelecidos, apresentam as
maiores movimentações, somando mais da metade dos fluxos totais na hidrovia, com o
primeiro sendo a saída da hidrovia para o Atlântico e o segundo, localizado na capital do
estado. O TUP Copelmi (no município de Charqueadas - RS), Estrela e a área propícia de São
Sebastião do Caí aparecem em seguida com as maiores movimentação na hidrovia.
Todos os grupos de produtos possuem movimentação significativa, com destaque para
carga geral e granel sólido. Carga geral é o grupo de maior fluxo na hidrovia, principalmente
pelos produtos de exploração florestal e silvicultura (madeiras) e a própria carga geral. Granel
líquido tem como produtos apenas petróleo e gás natural, ambos com uma movimentação que
se mantém estável durante os horizontes. Do grupo de granel sólido, os principais produtos
são minerais não metálicos e produtos químicos inorgânicos, enquanto granel sólido agrícola
possui uma variedade de produtos com movimentação significativa, entre eles: soja, arroz e
trigo.
Apesar de já apresentar diversos terminais existentes, a alocação indica que ainda há
demanda suficiente para a instalação de alguns terminais novos. Há cinco áreas propícias de
terminais que apresentaram fluxo significativo, elencados a seguir com seus horizontes ótimos
de abertura e representados na Figura 30:
Área Propícia de Montenegro (2015);
Área Propícia de São Sebastião do Caí (2015);
Área Propícia de Arambaré (2025);
Área Propícia de Dona Francisca (2025);
Área Propícia de Restinga Seca (2025).
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Total
Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 35.318.180,97 4.013.003,76 1.505.736,04 22.574.501,82 5.303.678,51 68.715.101,10
Rio Grande 16.877.017,16 4.551.814,34 2.250.593,25 27.600.465,43 12.238.768,12 63.518.658,30
Área propícia de São Sebastião do Caí 17.921.952,74 - 59.231,37 33.564,46 364.807,36 18.379.555,93
TUP Copelmi 1.407.297,06 1.781.894,63 84.895,72 3.913.268,20 1.707.498,98 8.894.854,59
Estrela 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21
Pelotas 2.332.028,70 65,00 103.019,17 802.275,21 1.781.971,48 5.019.359,56
Cachoeira do Sul 938.591,16 - 1.414.108,28 1.735.543,68 725.250,99 4.813.494,11
Área propícia de Montenegro 2.986.654,98 9,00 40.579,12 238.652,03 248.824,64 3.514.719,77
Rio Pardo 2.498.669,15 - 52.161,10 628.331,06 334.621,45 3.513.782,76
TUP Santa Clara 1.430.453,07 - - - - 1.430.453,07
Área propícia de Dona Francisca 792.011,93 - 12.240,05 42.408,06 479.204,88 1.325.864,92
Área propícia de Restinga Seca 274.291,88 - 63.914,17 31.038,63 595.575,43 964.820,11
Área propícia de Arambaré 359.472,67 1.809,00 5.666,78 82.790,39 323.203,64 772.942,48
Jaguarão 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73
TUP Oleoplan 276.810,21 - - - 117.961,13 394.771,34
Total 86.948.352,95 12.117.060,36 6.869.137,60 58.841.478,50 25.607.437,57 190.383.466,98
PortosFluxo total por Grupo 2030
Relatório Técnico Bacia do Sul
52 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 30 - Terminais já existentes e áreas propícias de novos terminais hidroviários com ano
ótimo de abertura Fonte: LabTrans/UFSC
A partir da movimentação nesses terminais são estimados os investimentos, custos e
outros parâmetros necessários para realizar a avaliação econômica destes, que consta no
capítulo 10.
9.2 Carregamento na hidrovia
As Tabelas 16 a 19 apresentam os resultados de movimentação total em cada um dos
trechos das Hidrovias do Sul, em cada horizonte de estudo.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 53
Tabela 16 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2015 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total
Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca - - - - - -
Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul - - - - - -
Cachoeira do Sul Rio Pardo 381.548,50 - 864.814,80 565.920,99 289.973,95 2.102.258,24
Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 1.515.129,83 - 992.979,85 846.695,94 411.543,65 3.766.349,27
Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 3.164.497,87 1.858.614,80 1.239.221,65 1.257.478,31 1.186.914,24 8.706.726,87
TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 3.726.237,60 14.457,12 1.327.682,19 3.848.524,23 2.391.310,58 11.308.211,72
Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 414.823,83 - 48.946,00 - - 463.769,83
Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 4.141.061,43 14.457,12 1.376.628,19 3.848.524,23 2.391.310,58 11.771.981,55
Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 9.942.135,29 14.465,56 1.403.164,61 3.993.364,52 2.550.636,24 17.903.766,22
Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 9.942.135,29 14.465,56 1.403.164,61 3.993.364,52 2.550.636,24 17.903.766,22
Muçum Estrela - - - - - -
Estrela Mariante 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20
Mariante TUP Moinho Taquariense 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20
TUP Moinho Taquariense TUP Mita 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20
TUP Mita Confluência Rio Jacuí 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20
Confluência Lagoa Mirim Pelotas - - - - - -
Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 841.327,12 410,48 249.557,38 124.279,23 680.207,83 1.895.782,04
Jaguarão Rio Jaguarão - - - - - -
Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim - - - - - -
Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 5.077.670,49 - 52.599,14 16.162,00 150.452,57 5.296.884,20
Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 6.238.992,94 8,44 96.468,46 177.164,29 272.275,54 6.784.909,67
Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - -
TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 115.196,91 - - - 92.388,01 207.584,92
Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - -
TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -
Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 9.878.822,66 14.465,56 1.403.164,61 3.993.364,52 2.531.316,25 17.821.133,60
Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 6.760.160,43 3.993.756,68 1.239.239,71 8.444.342,52 4.225.759,93 24.663.259,27
Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 6.754.459,55 3.993.756,68 1.235.877,21 8.444.342,52 4.225.759,93 24.654.195,89
Confluência Lagoa dos Patos Pelotas - - - - - -
Confluência Lago Guaíba Rio Grande 6.436.415,01 3.994.167,16 1.032.176,85 8.555.895,35 4.130.863,24 24.149.517,61
Rio Grande Confluência Longo Curso 6.883.015,79 4.518.359,44 1.225.660,15 10.636.572,68 7.275.174,79 30.538.782,85
Rio Caí
Rio Gravataí
Rio dos Sinos
Lago Guaíba
Lagoa dos Patos
Rio Jaguarão
TRECHO
Rio Jacuí
Rio Taquarí
Canal de São Gonçalo
Fluxo Total por Grupo - 2015
Relatório Técnico Bacia do Sul
54 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Tabela 17 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2020 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total
Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca - - - - - -
Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul - - - - - -
Cachoeira do Sul Rio Pardo 508.623,17 - 1.037.495,41 681.824,02 366.275,71 2.594.218,31
Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 1.948.522,54 - 1.127.700,48 969.087,26 543.335,17 4.588.645,45
Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 3.901.650,08 1.777.128,19 1.654.387,51 1.398.323,98 1.581.013,75 10.312.503,51
TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 4.573.930,61 13.551,03 1.696.382,11 4.231.389,81 2.852.925,15 13.368.178,71
Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 589.163,47 - 63.072,14 - - 652.235,61
Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 5.163.094,08 13.551,03 1.759.454,25 4.231.389,81 2.852.925,15 14.020.414,32
Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 13.075.238,25 13.559,99 1.783.490,32 4.372.565,87 3.080.277,01 22.325.131,44
Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 13.075.238,25 13.559,99 1.783.490,32 4.372.565,87 3.080.277,01 22.325.131,44
Muçum Estrela - - - - - -
Estrela Mariante 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90
Mariante TUP Moinho Taquariense 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90
TUP Moinho Taquariense TUP Mita 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90
TUP Mita Confluência Rio Jacuí 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90
Confluência Lagoa Mirim Pelotas 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82
Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 1.011.586,48 1.618,74 224.047,77 161.407,17 1.064.880,30 2.463.540,46
Jaguarão Rio Jaguarão 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82
Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82
Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 6.827.081,87 - 53.129,18 13.748,05 167.629,56 7.061.588,66
Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 8.367.818,69 8,96 92.211,81 165.974,90 334.534,62 8.960.548,98
Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - -
TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 123.756,84 - - - 87.004,93 210.761,77
Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - -
TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -
Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 13.016.416,63 13.559,99 1.783.490,32 4.372.565,87 3.072.047,38 22.258.080,19
Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 8.487.541,50 4.021.623,11 1.388.740,70 11.229.880,34 5.190.821,27 30.318.606,92
Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 8.483.165,91 4.021.623,11 1.384.563,63 11.229.880,34 5.190.821,27 30.310.054,26
Confluência Lagoa dos Patos Pelotas - - - - - -
Confluência Lago Guaíba Rio Grande 8.049.971,89 4.023.241,85 1.213.345,56 11.345.116,59 5.197.637,37 29.829.313,26
Rio Grande Confluência Longo Curso 8.526.041,93 4.546.729,10 1.449.280,75 13.687.268,19 9.202.303,31 37.411.623,28
Rio Jacuí
Rio Taquarí
Canal de São Gonçalo
Rio Jaguarão
Rio Caí
TRECHO
Rio Gravataí
Rio dos Sinos
Lago Guaíba
Lagoa dos Patos
Fluxo Total por Grupo - 2020
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 55
Tabela 18 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2025 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total
Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca 485.113,08 - 12.524,85 46.958,38 289.887,99 834.484,30
Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul 661.829,54 - 36.184,85 77.327,44 613.090,53 1.388.432,36
Cachoeira do Sul Rio Pardo 1.258.290,74 - 1.247.063,91 1.075.415,07 1.044.844,30 4.625.614,02
Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 3.149.578,84 - 1.307.283,63 1.463.060,73 1.284.746,94 7.204.670,14
Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 5.574.997,22 1.769.231,40 2.148.116,35 2.108.436,57 1.846.684,02 13.447.465,56
TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 6.475.967,01 13.498,47 2.178.983,96 5.505.590,99 3.131.203,92 17.305.244,35
Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 921.604,89 - 43.377,14 - - 964.982,03
Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 7.397.571,90 13.498,47 2.222.361,10 5.505.590,99 3.131.203,92 18.270.226,38
Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 19.755.811,69 13.507,45 2.263.402,15 5.666.950,79 3.402.613,74 31.102.285,82
Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 19.755.811,69 13.507,45 2.263.402,15 5.666.950,79 3.402.613,74 31.102.285,82
Muçum Estrela - - - - - -
Estrela Mariante 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96
Mariante TUP Moinho Taquariense 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96
TUP Moinho Taquariense TUP Mita 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96
TUP Mita Confluência Rio Jacuí 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96
Confluência Lagoa Mirim Pelotas 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69
Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 1.360.870,98 65,10 141.194,10 38.232,43 1.198.910,58 2.739.273,19
Jaguarão Rio Jaguarão 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69
Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69
Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 10.815.344,28 - 45.984,72 18.301,70 221.141,35 11.100.772,05
Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 12.947.053,41 8,98 76.179,93 191.085,90 420.317,24 13.634.645,46
Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - -
TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 175.023,85 - 3.281,76 - 102.083,19 280.388,80
Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - -
TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -
Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 19.701.510,38 13.507,45 2.266.683,91 5.666.950,79 3.426.635,31 31.075.287,84
Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 11.891.331,62 4.026.092,28 1.608.719,58 16.453.977,49 5.546.800,02 39.526.920,99
Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 11.767.987,07 4.027.876,28 1.661.134,01 16.536.444,38 5.628.226,98 39.621.668,72
Confluência Lagoa dos Patos Pelotas 232.863,25 1.784,00 67.742,67 82.466,89 243.259,84 628.116,65
Confluência Lago Guaíba Rio Grande 10.964.090,27 4.027.941,38 1.553.713,79 16.533.491,15 5.311.526,44 38.390.763,03
Rio Grande Confluência Longo Curso 11.440.728,82 4.551.392,46 1.678.767,19 19.080.855,22 10.109.074,59 46.860.818,28
Rio Jacuí
Rio Taquarí
Canal de São Gonçalo
Rio Jaguarão
Rio Caí
Rio Gravataí
Rio dos Sinos
Lago Guaíba
Lagoa dos Patos
TRECHO Fluxo Total por Grupo - 2025
Relatório Técnico Bacia do Sul
56 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Tabela 19 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2030 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
As Figuras 31 a 34 ilustram o fluxo em cada trecho da hidrovia, considerando seus
portos e terminais portuários.
INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total
Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca 792.011,93 - 12.240,05 42.408,06 479.204,88 1.325.864,92
Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul 1.066.303,81 - 76.154,22 73.446,69 1.074.780,31 2.290.685,03
Cachoeira do Sul Rio Pardo 1.981.259,65 - 1.490.262,50 1.808.990,37 1.800.031,30 7.080.543,82
Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 4.479.928,80 - 1.542.423,60 2.437.321,43 2.134.652,75 10.594.326,58
Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 7.688.656,31 1.768.399,63 2.656.336,47 3.569.092,67 2.303.569,19 17.986.054,27
TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 8.985.512,19 13.495,00 2.726.106,35 7.482.360,87 3.604.665,23 22.812.139,64
Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 1.430.453,07 - - - - 1.430.453,07
Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 10.415.965,26 13.495,00 2.726.106,35 7.482.360,87 3.604.665,23 24.242.592,71
Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 30.519.014,72 13.504,00 2.825.916,84 7.700.415,72 3.969.600,33 45.028.451,61
Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 30.519.014,72 13.504,00 2.825.916,84 7.700.415,72 3.969.600,33 45.028.451,61
Muçum Estrela - - - - - -
Estrela Mariante 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21
Mariante TUP Moinho Taquariense 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21
TUP Moinho Taquariense TUP Mita 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21
TUP Mita Confluência Rio Jacuí 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21
Confluência Lagoa Mirim Pelotas 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73
Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 2.095.389,62 65,00 113.164,94 73.034,06 1.749.342,69 4.030.996,31
Jaguarão Rio Jaguarão 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73
Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73
Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 17.921.952,74 - 59.231,37 33.564,46 364.807,36 18.379.555,93
Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 20.908.607,72 9,00 99.810,49 272.216,49 613.632,00 21.894.275,70
Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - -
TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 276.810,21 - - - 117.961,13 394.771,34
Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - -
TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -
Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 30.456.325,39 13.504,00 2.825.916,84 7.700.415,72 4.016.969,26 45.013.131,21
Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 16.842.587,86 4.026.507,76 1.890.844,44 24.484.152,42 6.534.782,83 53.778.875,31
Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 16.636.986,81 4.028.316,76 1.891.846,34 24.566.942,81 6.599.867,77 53.723.960,49
Confluência Lagoa dos Patos Pelotas 359.472,67 1.809,00 5.666,78 82.790,39 323.203,64 772.942,48
Confluência Lago Guaíba Rio Grande 15.354.036,81 4.028.381,76 1.883.621,60 24.607.601,69 6.015.839,38 51.889.481,24
Rio Grande Confluência Longo Curso 15.838.909,33 4.551.814,34 1.932.567,74 27.286.335,57 11.797.219,24 61.406.846,22
Lago Guaíba
Lagoa dos Patos
Rio Taquarí
Canal de São Gonçalo
Rio Jaguarão
Rio Caí
Rio Gravataí
Rio dos Sinos
Rio Jacuí
Fluxo Total por Grupo - 2030TRECHO
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 57
Figura 31 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2015 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Relatório Técnico Bacia do Sul
58 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 32 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2020 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 59
Figura 33 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2025 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Relatório Técnico Bacia do Sul
60 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 34 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2030 (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
Em geral, o carregamento na hidrovia segue a variação da projeção de demanda em
sua Área de Influência. A movimentação apresenta tendências bem definidas e sem grandes
oscilações entre os horizontes. Não há obras de infraestrutura tão impactantes na região,
exceto pela conexão da Ferrovia Norte-Sul a Rio Grande (RS) no horizonte de 2030 e pelos
novos terminais hidroviários. Devido à distância, também não há grande concorrência com
outras hidrovias do país.
A maior movimentação em todos os horizontes ocorre na Lagoa dos Patos e no Lago
Guaíba, trechos finais entre os rios da hidrovia e a saída de longo curso no Rio Grande. Em
seguida, aparece o Rio Jacuí com os trechos com maior carregamento, especialmente após as
confluências com os rios Taquari e Caí, também com fluxos significativos. O Rio Jaguarão, no
entanto, apresenta baixa movimentação, e o Rio dos Sinos não apresenta nenhuma
movimentação nos horizontes simulados, provavelmente devido ao grande número de
terminais existentes nas proximidades.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 61
A partir do horizonte de 2025, um novo trecho do Rio Jacuí entra na malha hidroviária,
possibilitando a navegação até o município de Dona Francisca (RS) e adicionando à rede as
novas áreas propícias de Restinga Seca e Dona Francisca. No Rio Taquari, o trecho entre Estrela
(RS) e Muçum (RS) se torna apto à navegação, no entanto, a área propícia desse município não
apresenta movimentação significativa.
O Rio dos Sinos, apesar de comportar uma área propícia em São Leopoldo (RS) e o TUP
Rio dos Sinos, não apresentou carregamento na simulação, com o fluxo sendo desviado para
outros terminais próximos, como por exemplo, os futuros terminais nas áreas propícias de São
Sebastião do Caí e Montenegro. O Rio Jaguarão já possui um terminal hidroviário, mas a carga
transportada é pouco significativa.
9.3 Custos totais de transporte
De acordo com as premissas estabelecidas no Relatório de Metodologia, são
apresentados, a seguir, os custos totais de transporte separados em grupos e produtos, para
cada um dos horizontes de estudo.
Tabela 20 - Custos totais de transporte - 2015
Fonte: LabTrans/UFSC
Custo Logístico (R$) Total
01 Alimentícios 13.994.870,50
01 Carne de Aves 29.991.250,53
01 Carne Suína 2.290.766,30
01 Cerâmicos 1.784.625,87
01 Fumo 32.047.174,76
01 Madeiras 30.484.128,61
01 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 86.572.763,54
01 Carga geral 351.082.738,18
01 Papel e Celulose 14.491.942,82
01 Têxtil 4.872.877,79
02 Petróleo e gás natural 335.076.101,35 335.076.101,35
03 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 50.459.431,92
03 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 28.366.105,75
04 Adubos 128.335.021,86
04 Minério de ferro 24.598.087,66
04 Carvão mineral 3.050,58
04 Minerais não-metálicos 191.929.458,80
04 Produtos químicos inorgânicos 105.173.425,03
04 Cimento -
05 Cereais 5.606.688,38
05 Arroz em casca 22.543.010,59
05 Milho em grão 7.728.590,41
05 Soja em grão 118.103.705,11
05 Outros produtos e serviços da lavoura 18.114.086,84
05 Arroz beneficiado e produtos derivados 11.539.498,72
05 Trigo 38.437.125,90
1.653.626.527,79 1.653.626.527,79
DescriçãoGrupo
Total
450.039.043,94
567.613.138,89
78.825.537,67
222.072.705,94
2015
Relatório Técnico Bacia do Sul
62 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Tabela 21 - Custos totais de transporte - 2020
Fonte: LabTrans/UFSC
Custo Logístico (R$) Total
01 Alimentícios 14.128.511,33
01 Carne de Aves 44.873.615,85
01 Carne Suína 2.408.703,35
01 Cerâmicos 2.164.086,81
01 Fumo 41.938.562,41
01 Madeiras 32.280.195,26
01 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 147.643.764,86
01 Carga geral 423.150.572,30
01 Papel e Celulose 17.083.414,30
01 Têxtil 4.987.834,71
02 Petróleo e gás natural 331.248.808,54 331.248.808,54
03 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 61.062.914,74
03 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 31.079.910,79
04 Adubos 135.888.464,60
04 Minério de ferro 25.670.473,53
04 Carvão mineral 3.637,23
04 Minerais não-metálicos 284.256.454,83
04 Produtos químicos inorgânicos 127.122.269,32
04 Cimento 511.912,69
05 Cereais 6.653.554,23
05 Arroz em casca 27.172.354,25
05 Milho em grão 8.397.120,57
05 Soja em grão 164.620.538,60
05 Outros produtos e serviços da lavoura 22.707.983,52
05 Arroz beneficiado e produtos derivados 14.219.999,03
05 Trigo 37.064.523,53
2.008.340.181,17 2.008.340.181,17
Grupo Descrição
573.453.212,19
730.659.261,17
92.142.825,53
280.836.073,74
Total
2020
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 63
Tabela 22 - Custos totais de transporte - 2025
Fonte: LabTrans/UFSC
Custo Logístico (R$) Total
01 Alimentícios 13.953.775,86
01 Carne de Aves 63.643.063,37
01 Carne Suína 2.424.174,02
01 Cerâmicos 2.790.791,87
01 Fumo 52.048.939,74
01 Madeiras 32.805.806,44
01 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 265.318.758,96
01 Carga geral 621.745.076,86
01 Papel e Celulose 21.239.867,07
01 Têxtil 4.994.565,27
02 Petróleo e gás natural 331.097.835,51 331.097.835,51
03 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 72.685.694,91
03 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 35.417.760,31
04 Adubos 144.090.676,95
04 Minério de ferro 24.439.991,58
04 Carvão mineral 5.358,07
04 Minerais não-metálicos 469.740.267,95
04 Produtos químicos inorgânicos 168.604.651,20
04 Cimento 1.053.287,20
05 Cereais 7.602.379,48
05 Arroz em casca 34.041.281,35
05 Milho em grão 13.899.724,67
05 Soja em grão 150.242.614,04
05 Outros produtos e serviços da lavoura 36.070.172,55
05 Arroz beneficiado e produtos derivados 23.142.536,51
05 Trigo 36.764.334,20
2.629.863.385,93 2.629.863.385,93
Descrição
Total
Grupo
807.934.232,95
1.080.964.819,45
301.763.042,79
108.103.455,23
2025
Relatório Técnico Bacia do Sul
64 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Tabela 23 - Custos totais de transporte - 2030
Fonte: LabTrans/UFSC
Custo Logístico (R$) Total
01 Alimentícios 13.856.444,39
01 Carne de Aves 87.725.334,18
01 Carne Suína 2.426.078,66
01 Cerâmicos 3.082.299,11
01 Fumo 61.563.706,03
01 Madeiras 33.650.634,84
01 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 457.980.341,70
01 Carga geral 948.820.910,19
01 Papel e Celulose 26.497.857,44
01 Têxtil 4.995.323,79
02 Petróleo e gás natural 330.930.188,52 330.930.188,52
03 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 85.259.497,20
03 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 41.543.565,18
04 Adubos 151.235.376,48
04 Minério de ferro 24.234.835,36
04 Carvão mineral 6.218,49
04 Minerais não-metálicos 784.812.978,62
04 Produtos químicos inorgânicos 216.802.514,62
04 Cimento 1.579.923,69
05 Cereais 7.988.221,31
05 Arroz em casca 47.474.198,30
05 Milho em grão 29.116.311,89
05 Soja em grão 154.036.961,63
05 Outros produtos e serviços da lavoura 55.377.423,45
05 Arroz beneficiado e produtos derivados 33.190.161,38
05 Trigo 37.062.873,98
3.641.250.180,41 3.641.250.180,41
Grupo Descrição
Total
1.178.671.847,26
1.640.598.930,32
364.246.151,94
126.803.062,38
2030
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 65
10 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS
Neste capítulo do relatório são apresentados os resultados da análise de viabilidade
econômico-financeira das áreas propícias para instalação de terminais hidroviários que
apresentaram movimentação significativa após as simulações do capítulo 7, considerando
fatores tais como Investimento, Custo Operacional, Movimentação Média, Receita Média
Anual, VPL e TIR. Para as Hidrovias do Sul, cinco terminais hidroviários são analisados nos itens
a seguir. Também são apresentadas figuras ilustrando as áreas propícias e a rede de transporte
existente em suas proximidades.
10.1 Área propícia de Arambaré
A Tabela 24 apresenta a demanda simulada para a área propícia de Arambaré.
Tabela 24 - Demanda simulada para a área propícia de Arambaré (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 25 apresenta os resultados da análise econômica do terminal a ser instalado
na área propícia de Arambaré.
Tabela 25 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de Arambaré
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável nessa área, uma
vez que alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 10,66%, superior à TMA definida para o
estudo. A Figura 35 mostra detalhadamente a área propícia de Arambaré, bem como a rede de
transporte próxima ao terminal.
Grupo Natureza de Carga 2015 2020 2025 2030
1 Carga Geral - - 232.863,25 359.472,67
2 Granel Líquido - - 1.784,00 1.809,00
3 Granel Líquido Agrícola - - 67.742,67 5.666,78
4 Granel Sólido - - 82.466,89 82.790,39
5 Granel Sólido Agrícola - - 243.259,84 323.203,64
- - 628.116,65 772.942,48Total
Investimento (R$) 10.000.000
Custo Operacional Médio (R$/ano) 298.476
Movimentação Média (t/ano) 1.065.751
Receita Média Anual (R$/ano) 3.108.384
VPL 14.662.204
TIR 10,66%
Status Viável
Ano Ótimo de Abertura 2025
Relatório Técnico Bacia do Sul
66 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 35 - Área propícia de Arambaré
Fonte: LabTrans/UFSC
10.2 Área propícia de Dona Francisca
A Tabela 26 apresenta a demanda simulada para a área propícia de Dona Francisca.
Tabela 26 - Demanda simulada para a área propícia de Dona Francisca (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 27 apresenta os resultados da análise econômica do terminal planejado para
a área propícia de Dona Francisca.
Grupo Natureza de Carga 2015 2020 2025 2030
1 Carga Geral - - 485.113,08 792.011,93
2 Granel Líquido - - - -
3 Granel Líquido Agrícola - - 12.524,85 12.240,05
4 Granel Sólido - - 46.958,38 42.408,06
5 Granel Sólido Agrícola - - 289.887,99 479.204,88
- - 834.484,30 1.325.864,92Total
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 67
Tabela 27 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de Dona Francisca
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 8,37%, bastante próximo à TMA especificada para o
estudo.
10.3 Área propícia de Restinga Seca
A Tabela 28 apresenta a demanda simulada para o terminal planejado para a área
propícia de Restinga Seca.
Tabela 28 - Demanda simulada para a área propícia de Restinga Seca (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 29 apresenta os resultados da análise econômica do terminal planejado para
a área propícia de Restinga Seca.
Tabela 29 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de Restinga Seca
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 9,47%, superior à TMA definida para o estudo. A
Investimento (R$) 19.000.000
Custo Operacional Médio (R$/ano) 609.427
Movimentação Média (t/ano) 2.013.796
Receita Média Anual (R$/ano) 5.892.539
VPL 24.356.196
TIR 8,37%
Status Viável
Ano Ótimo de Abertura 2025
Grupo Natureza de Carga 2015 2020 2025 2030
1 Carga Geral - - 176.716,46 274.291,88
2 Granel Líquido - - - -
3 Granel Líquido Agrícola - - 23.660,00 63.914,17
4 Granel Sólido - - 30.369,06 31.038,63
5 Granel Sólido Agrícola - - 323.202,54 595.575,43
- - 553.948,06 964.820,11 Total
Investimento (R$) 13.000.000
Custo Operacional Médio (R$/ano) 330.945
Movimentação Média (t/ano) 1.540.044
Receita Média Anual (R$/ano) 4.424.752
VPL 20.027.253
TIR 9,47%
Status Viável
Ano Ótimo de Abertura 2025
Relatório Técnico Bacia do Sul
68 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Figura 36 mostra detalhadamente as áreas propícias de Dona Francisca e Restinga Seca, bem
como a rede de transporte próxima aos terminais.
Figura 36 - Área propícia de Dona Francisca e área propícia de Restinga Seca
Fonte: LabTrans/UFSC
10.4 Área propícia de Montenegro
A Tabela 30 apresenta a demanda simulada para o terminal planejado para a área
propícia de Montenegro.
Tabela 30 - Demanda simulada para a área propícia de Montenegro (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 31 apresenta os resultados da análise econômica do Terminal Planejado para
a área propícia de Montenegro.
Grupo Natureza de Carga 2015 2020 2025 2030
1 Carga Geral 1.161.322,45 1.540.736,82 2.131.709,13 2.986.654,98
2 Granel Líquido 8,44 8,96 8,98 9,00
3 Granel Líquido Agrícola 43.869,32 39.082,63 30.195,21 40.579,12
4 Granel Sólido 161.002,29 152.226,85 172.784,20 238.652,03
5 Granel Sólido Agrícola 121.822,97 166.905,06 199.175,89 248.824,64
1.488.025,47 1.898.960,32 2.533.873,41 3.514.719,77 Total
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 69
Tabela 31 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de Montenegro
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 8,95%. A área propícia de Montenegro está ilustrada
na Figura 37, no próximo item, juntamente com a área propícia de São Sebastião do Caí.
10.5 Área propícia de São Sebastião do Caí
A Tabela 32 apresenta a demanda simulada para a área propícia de São Sebastião do
Caí.
Tabela 32 - Demanda simulada para a área propícia de São Sebastião do Caí (t)
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 33 apresenta os resultados da análise econômica do terminal planejado para
a área propicia de São Sebastião do Caí.
Tabela 33 - Resultados da análise econômica do terminal planejado para a área propícia de Sebastião do Caí
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 8,37%, bastante próximo à TMA especificada para o
Investimento (R$) 28.000.000
Custo Operacional Médio (R$/ano) 1.027.212
Movimentação Média (t/ano) 3.105.302
Receita Média Anual (R$/ano) 9.270.868
VPL 38.625.404
TIR 8,95%
Status Viável
Ano Ótimo de Abertura 2015
Grupo Natureza de Carga 2015 2020 2025 2030
1 Carga Geral 5.077.670,49 6.827.081,87 10.815.344,28 17.921.952,74
2 Granel Líquido - - - -
3 Granel Líquido Agrícola 52.599,14 53.129,18 45.984,72 59.231,37
4 Granel Sólido 16.162,00 13.748,05 18.301,70 33.564,46
5 Granel Sólido Agrícola 150.452,57 167.629,56 221.141,35 364.807,36
5.296.884,20 7.061.588,66 11.100.772,05 18.379.555,93 Total
Investimento (R$) 120.000.000
Custo Operacional Médio (R$/ano) 4.731.874
Movimentação Média (t/ano) 15.710.646
Receita Média Anual (R$/ano) 47.067.412
VPL 186.993.144
TIR 8,37%
Status Viável
Ano Ótimo de Abertura 2015
Relatório Técnico Bacia do Sul
70 ANTAQ/UFSC/LabTrans
estudo. A Figura 37 mostra as áreas propícias de Montenegro e São Sebastião do Caí, bem
como a rede de transporte próxima ao terminal.
Figura 37 - Área propícia de Montenegro e São Sebastião do Caí
Fonte: LabTrans/UFSC
A Tabela 34, a seguir, apresenta um comparativo entre as áreas propícias para
instalação de terminais nas Hidrovias do Sul avaliadas nesse capítulo.
Tabela 34 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais.
Fonte: LabTrans/UFSC
Todos os terminais analisados nesse capítulo apresentam viabilidade, com VPL positivo
e TIR próxima ou superior à TMA. O terminal que apresenta melhores resultados é o localizado
na área propícia de Arambaré, com TIR de 10,66% e VPL positivo de 14.662.204 milhões de
reais, no entanto só entra em operação no horizonte de 2025. A área propícia do terminal de
Restinga Seca apresenta também bons valores de TIR e custos de investimento relativamente
baixos.
Área Propícia de terminalInvestimento
(R$)
Custo Operacional
Médio (R$/ano)
Movimentação
Média (t/ano)
Receita
Média Anual
(R$/ano)
VPL TIR Status
Ano
Ótimo de
Abertura
São Sebastião do Caí 120.000.000 4.731.874 15.710.646 47.067.412 186.993.144 8,37% Viável 2015
Montenegro 28.000.000 1.027.212 3.105.302 9.270.868 38.625.404 8,95% Viável 2015
Arambaré 10.000.000 298.476 1.065.751 3.108.384 14.662.204 10,66% Viável 2025
Dona Francisca 19.000.000 609.427 2.013.796 5.892.539 24.356.196 8,37% Viável 2025
Restinga Seca 13.000.000 330.945 1.540.044 4.424.752 20.027.253 9,47% Viável 2025
Tabela 34 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais.
Fonte: LabTrans/UFSC
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 71
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível constatar que a Bacia do Sul consiste de um complexo de rios com atual
navegação comercial cortando cidades importantes do Rio Grande do Sul e um sistema de
eclusas e programas de manutenção. Devido a curta extensão das hidrovias do estado, o
modal rodoviário aparece como um forte concorrente. Além disso, algumas empresas já estão
instalando-se mais próximo ao Porto de Rio Grande, visando minimizar custos de transporte na
exportação. Com a retomada de investimentos, é de se esperar que a circulação de cargas nas
hidrovias aumente e permita às indústrias do interior do estado escoar sua produção até o Rio
Grande.
Isso se comprova no carregamento da rede, onde há volume considerável de todos os
grupos, com destaque para carga geral e granel sólido. Entre os principais produtos alocados
nas hidrovias, estão: minerais não metálicos, produtos químicos inorgânicos, petróleo e gás
natural, soja, arroz, trigo e carga geral.
Nos horizontes simulados, o carregamento nas hidrovias seguiu a tendência de
crescimento da projeção de demanda apresentada no capítulo 5. Não há grandes obras de
infraestrutura a serem implantadas em horizontes próximos, exceto pelos novos terminais
hidroviários e pela conexão da Ferrovia Norte-Sul em 2030, mas isso não alterou a
movimentação nas hidrovias de forma significativa. A distância também faz com que as
Hidrovias do Sul tenham uma Área de Influência própria não compartilhada com outras
hidrovias. Desse modo, não há concorrência com as demais bacias pelo transporte de cargas.
A Lagoa dos Patos e o Lago Guaíba apresentam os maiores fluxos em todos os
horizontes, por sua localização entre o Porto de Rio Grande (a saída de longo curso da bacia) e
o restante dos rios do estado. Como rio mais extenso das hidrovias, o Rio Jacuí também
apresenta carregamento considerável, principalmente após as significativas contribuições dos
rios Taquari e Caí.
No Rio Taquari, o trecho entre Estrela (RS) e Muçum (RS) se torna apto à navegação
em 2025, no entanto a área propícia desse município não apresenta movimentação. Desse
modo, só há fluxo no trecho entre Estrela e a confluência com o Rio Jacuí.
O Rio dos Sinos, apesar de apresentar uma área propícia em São Leopoldo (RS) e o TUP
Rio dos Sinos, não apresentou carregamento na simulação, com o fluxo sendo desviado para
outros terminais próximos, como por exemplo, os terminais nas áreas propícias de São
Sebastião do Caí e Montenegro. O Rio Jaguarão já possui um terminal hidroviário, mas a carga
transportada é pouco significativa.
As maiores movimentações ocorrem em portos e terminais já existentes, como Porto
Alegre, Rio Grande, TUP Copelmi e Estrela, justificando investimentos para a expansão da
capacidade desses terminais. Mesmo assim, após o estudo detalhado de macrolocalização no
capítulo 7, novas áreas propícias para a instalação de terminais hidroviários foram
identificadas, sendo adicionadas à rede de transportes nos mesmos horizontes em que os
trechos de hidrovias se tornam navegáveis. Tais áreas foram simuladas no capítulo 9, através
Relatório Técnico Bacia do Sul
72 ANTAQ/UFSC/LabTrans
de um processo iterativo: se uma dessas áreas propícias para terminal apresentasse fluxo
menor que 500.000 toneladas, era excluída da malha e então uma nova simulação era
realizada com os terminais restantes.
Desse total, cinco novas áreas propícias para instalação de terminais obtiveram
carregamento significativo e, de acordo com a análise realizada no capítulo 10, são
economicamente viáveis. As áreas estão listadas a seguir com seus anos ótimos de abertura:
Área Propícia de Montenegro (2015);
Área Propícia de São Sebastião do Caí (2015);
Área Propícia de Arambaré (2025);
Área Propícia de Dona Francisca (2025); e
Área Propícia de Restinga Seca (2025).
O terminal que apresenta melhores resultados é o localizado na área propícia de
Arambaré, seguido de Restinga Seca. Conforme a metodologia utilizada, a movimentação
estimada determina os investimentos, custos e receitas de cada área propícia de terminal.
Consequentemente, os anos de abertura exercem influência significativa na análise de
viabilidade, uma vez que a movimentação pode variar bastante em horizontes posteriores.
Desse modo, mudanças nos anos de abertura podem alterar a viabilidade dos terminais
analisados.
Bacia do Sul Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 73
REFERÊNCIAS
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