AW portuguese 2012-1005

32
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Maio 2012 O bediência 101 12 para o O riente M édio 8 N ovos R umos Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia 26 O L ugar M ulher da E sperança C ura Quando Não Há E sperança C ura Quando Não Há E sperança C ura Quando Não Há

description

AW protuguese official

Transcript of AW portuguese 2012-1005

Page 1: AW portuguese 2012-1005

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Maio 2012

Obediência10112para oOriente Médio

8 Novos Rumos

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

26O

LugarMulherda

EsperançaCuraQuando Não Há

EsperançaCuraQuando Não Há

EEEsperançasperançasperançaCCC

sperançaC

sperançasperançasperançaC

sperançaC

sperançaC

sperançasperançasperançaC

sperançauraurauraCuraCCCuraCuraCuraCCCuraCQuando Não HáQuando Não HáQuando Não Há

EsperançaCuraQuando Não Há

Page 2: AW portuguese 2012-1005

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias & Fotos 5 Notícia Especial 10 Igreja de Um Dia

A R T I G O D E C A P A

16Esperança Quando Não

Há CuraPor Olen NetteburgComo entender a dor quando a história não tem um final feliz?

8 V I S Ã O M U N D I A L

Novos Rumos para o Oriente Médio

Por Ted N. C. Wilson A estrutura administrativa da Igreja aprova

mudanças para se adaptar às realidades sociopolíticas.

12 D E V O C I O N A L

Obediência 101 Por Lyndelle Brower Chiomenti Vem, senta, fica – isso funciona com cachorros!

Por que não com os cristãos?

14 V I D A A D V E N T I S T A

A Casa na Árvore Por Márcia Azevedo Trabalhar em grupo é um ótimo método para

criar os filhos.

20 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Esvaziando ou Enchendo? Por Marcos Paseggi O discipulado é tanto uma questão de desenvolver

bons hábitos quanto de eliminar os maus.

22 D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Estabelecendo a Igreja em Terreno Sólido

Por Frank M. Hasel Os sábios constroem sobre a rocha.

24 H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

Cantores e Pioneiros Por Lael Caesar A história que você provavelmente nunca ouviu.

11 S A Ú D E N O M U N D O

Baforadas de Cigarro

26 R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

O Lugar da Mulher

27 E S T U D O B Í B L I C O

Lidando com a Preocupação

28 T R O C A D E I D E I A S

S E Ç Õ E S

www.adventistworld.orgOnline: disponível em 13 idiomas

Maio 2012

Capa: MINISTÉRIO DA CURA: Dr. Olen Netteburg oferece ajuda médica e esperança a seus pacientes a despeito das condições inadequadas do Hospital Béré, no Chade, África. F O T O : A D A M H E R N A N D E Z

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 8, nº 5, Maio de 2012.

2 Adventist World | Maio 2012

Page 3: AW portuguese 2012-1005

Durante todos os dias letivos, aproxima-damente 220 crianças cruzam a fronteira de Mexicali, México, e entram nos Estados Unidos, em Calexico, Califórnia, cerca de 190 quilô-metros ao leste de São Diego. As duas cidades gêmeas compartilham algo mais: educação para as crianças oferecida pela escola da Missão Adventista do Sétimo dia que recentemente comemorou seu 75º aniversário.

O evento foi comemorado com um culto, onde a mensagem foi proferida pelo ex-profes-sor Bernardo Sámano. À tarde, houve um con-certo reunindo os cantores do grupo musical da escola da Missão e, à noite, feira beneficente para levantar fundos para as necessidades da escola. Embora os mais de cem ex-alunos pre-sentes para comemorar a ocasião tenham vindo de lugares distantes como Lincoln, Nebraska e Washington, D.C., a maioria veio de regiões próximas, no México. Localizada a seis metros da cerca internacional e a dois quarteirões da fronteira entre México e EUA, a Escola da Missão Calexico (EMC) tem cumprido o seu papel de compartilhar o evangelho desde 1937.

“A escola está situada bem na barreira entre os Estados Unidos e o México. Muitos alunos da escola se tornaram líderes em suas igrejas”, disse Alan Bohman, ex-diretor da EMC.

O que começou com uma sala de 30 alunos e um professor se transformou em uma instituição adventista de ensino fundamental e médio, que já atendeu mais de 400 alunos e, atualmente, está com 275 matriculados. A maioria dos pais enviam os filhos para a EMC para que recebam o programa escolar americano e aprendam inglês, porém os professores e funcionários da escola transmitem muito mais do que o básico. Aproximadamente noventa por cento do corpo de alunos não é adventista, mas vêm à escola por sua excelência. Enquanto estão ali, vários desses alunos aceitam a mensagem adventista. – com informação de Nic Lindquist, Escola da Missão Calexico

Wilson Visita Ruanda e Anuncia Expansão da Igreja

Os Adventistas do Sétimo Dia de Ruanda estão comprometidos em dar suporte à sociedade trazendo unidade e reconciliação para essa nação do leste africano, disse o presidente da Associação Geral, pastor Ted N. C. Wilson, no dia 3 de março de 2012 durante o culto de sábado no

N O T Í C I A S D O M U N D OPresença Restauradora

CM

S

ANIVERSÁRIO DA ESCOLA: Alan Bohman, esquerda, ex-diretor da Escola da Missão Calexico adjacente a fronteira entre México e EUA, entrevista Alfredo Loreto, aluno do EMC de 1965 a 1966, durante a reunião de comemoração do 75º aniversário.

Escola da Missão Adventista75Completa Anos

Uma centena de discussões acaloradas nas unidades de Escola Sabatina que

tentam responder à pergunta: “Por que Deus permite o sofrimento?”, dissolvem-se no silêncio da meia-noite na sala de espera de outro hospital. Falamos baixinho; seguramos as mãos uns dos outros e oramos repetidamente.

Se há uma resposta útil, que ajude a amenizar o gemido de tantos corações, está no abraço de um irmão que nos envolve, ouve e espera ao nosso lado quando tudo está escuro. O que mais desejamos quando estamos com medo ou sentindo dor é a presença de alguém que conhece o Salvador.

Ao redor do mundo Adventista, há mi-lhares – talvez milhões – de tais homens e mulheres, ministrando a graça e o conforto do Restaurador nas salas de espera, nos hospitais e nas classes da Escola Sabatina. Nada do que é teológico ou filosófico, que se possa dizer nesses momentos difíceis, tem metade do significado do gesto quando eles compartilham a compaixão de Jesus com um braço ao redor do ombro ou uma oração sussurrada ao ouvido. O amor sabe como ficar em silêncio, sabe esperar, sabe mostrar ao ferido as promessas dAquele que não falha.

Ao ler o artigo de capa deste mês, “Esperança Quando Não Há Cura”, apro-veite a oportunidade para fazer uma pausa e orar por aqueles que estão na linha de frente, oferecendo cuidado aos feridos do mundo – milhares de médicos, enfer-meiros, conselheiros, capelães, assistentes humanitários e pastores adventistas em mais de duzentos países. Ore não tanto pelas palavras que dirão ao testemunhar o sofrimento ou quando eles mesmos o experimentarem, mas para que sejam sustentados ao socorrer tantos outros.

Aquele em quem “todas as coisas subsistem” (Cl 1:17, NIV) logo voltará. E no Seu abraço eterno encontraremos a resposta mais satisfatória a uma das perguntas mais antigas que começa com

“Por quê?”

Maio 2012 | Adventist World 3

Page 4: AW portuguese 2012-1005

Estádio Nacional Amahoro, em Kigali. Wilson elogiou o espírito de cama-

radagem observado por ele. A nação continua a se recuperar após o genocí-dio que tirou a vida de 800 mil pessoas, em 1994. Há décadas essa região vem passando por guerras intermitentes entre os grupos étnicos: Tutsi e Hutu.

Vários líderes do governo, como o primeiro-ministro Pierre Habumurenyi e o prefeito de Kigali, Fidele Ndayisaba, estavam presentes à cerimônia religiosa, que reuniu mais de trinta mil pessoas.

Wilson lembrou aos representantes do governo que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem o compromisso de apoiar a sociedade de Ruanda por meio da edu-cação, saúde e programas religiosos. Ele também aproveitou a oportunidade para agradecer às autoridades governamentais por proteger a liberdade religiosa no país.

“Que sempre seja dito que o país de Ruanda oferece liberdade religiosa para todo o seu povo”, mencionou Wilson, citando a política do governo, que permite aos adventistas do sétimo dia completar o serviço nacional comuni-tário no domingo em lugar do sábado.

No princípio daquela semana, Habumuremyi participou com Ted Wilson do lançamento da pedra funda-mental para a expansão da Universidade Adventista da África Central. A nova Escola de Ciências e Tecnologia em Kigali “ajudará no avanço da obra de Deus”, informou Wilson, acrescentando que a ampliação do campus beneficiará não apenas os adventistas, mas, também, a muitos ruandeses da comunidade.– com informação da Rede Adventista de Notícias

Quenianos Surdos Alegram-se com Visita de Líderes e Batismos

Dezenas de surdos foram batizados em fevereiro, no Quênia, durante visita de líderes denominacionais especializa-dos em alcançar esse grupo de pessoas. A visita e os batismos foram o sinal de boas-vindas para essa comunidade que vem sentindo o apoio da Igreja (veja “Podemos Ouví-los?” fevereiro de 2012).

Larry Evans, responsável na Associa-ção Geral pelo Ministério Internacional para Surdos, organizou a visita com os seguintes líderes: John Blake, do Gospel Outreach Deaf Ministry do Canadá; David Trexler, do Three Angels’ Deaf

Ministries; e Thompson Kay, diretor do Team Education Centre. Com Paul Muasya, presidente da União Este Africana, o grupo visitou durante onze dias os ministérios para surdos do Quênia. A primeira parada foi na sede internacional regional da DOOR (Porta, em inglês, sigla que significa Oportunidade de Evangelizar os Surdos), em Ongata Rongai, próximo a Nairobi. O ministério que é associado aos Tradutores da Bíblia Wycliffe, traduz partes da Bíblia para a linguagem de sinais para a África e Ásia.

A seguir, o grupo viajou para Mam-basa para o casamento de adventistas do sétimo dia surdos. Estiveram presentes várias pessoas surdas de Mombasa, Nairobi, Kisumu e Nakuru. Alguns deles eram muçulmanos e outros de igrejas que guardam o domingo. Blake fez uma apre-sentação sobre o trabalho desse ministério de evangelismo em todo o mundo.

Na mensagem do sábado pela manhã, Evans desafiou a congregação a apoiar o trabalho para evangelizar os surdos, como também aos membros surdos. No sábado à tarde, os adventistas surdos fizeram uma série de apresentações com canções e testemunhos na linguagem de sinais. Os membros surdos da igreja participaram durante o culto divino – a história infantil foi contada por uma senhora surda – e os membros surdos conduziram o estudo da lição durante a Escola Sabatina.

Durante os dois próximos dias, o grupo visitou várias escolas para surdos e esteve presente a duas cerimônias batis-mais realizadas por pastores locais.– com informação de Catherine Nyameino-Ontita, União Este Africana

N O T Í C I A S D O M U N D O

BATISMO DE SURDOS: Cena batismal de surdos convertidos no Quênia, que são bem-vindos à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Durante a visita dos lideres 38 pessoas foram batizadas.

PEDRA FUNDAMENTAL: O primeiro- ministro de Ruanda, Pierre Habumuremyi (segundo à esquerda), o presidente da Associação Geral, Ted N. C. Wilson e o presidente da Divisão Centro-Leste Africana, Blasious Ruguri participam do lançamento da pedra fundamental da nova escola no campus da Universidade Adventista da África Central. Wilson visitou Ruanda em março de 2012 como parte do seu itinerário regional.

FO

TO

C

OR

TE

SI

A

DA

E

CD

LA

RR

Y

EV

AN

S

4 Adventist World | Maio 2012

Page 5: AW portuguese 2012-1005

N O T Í C I A S D O M U N D O

Jerusalém. O grupo celebrará o sábado 16 de junho, próximo de onde Jesus e Seus discípulos adoraram em Jerusalém.

Segundo informações dos organiza-dores, o BRI emitiu uma solicitação de trabalhos (pesquisas e palestras) sobre antropologia bíblica a ser apresentados na conferência. Está planejado um total de doze sessões plenárias, algumas explorando o tema de antropologia bí-blica ligado ao antigo Oriente Próximo, Antigo e Novo Testamentos, filosofias gregas, judaísmo, história do cristianis-mo, cultura e teologia contemporânea. Outra sessão plenária abordará o mi-nistério numa época de espiritualismo,

à Bíblia. E por uma boa razão, diz Wah-len: “Os adventistas são o povo da Bíblia e é importante que estejamos mais familiarizados com as terras bíblicas.” Observando que “nos últimos quinze anos foram feitas várias descobertas arqueológicas e epigráficas (relaciona-das com a escrita) muito importantes”, Wahlen acredita que a oportunidade de ver a história em primeira mão ajudará aos participantes a compreender e apre-sentar melhor as verdades bíblicas.

A conferência terá seu início no dia 11 de junho no Kibutz Ginosar, que é uma das praias do Mar da Galileia, e se encerrará dez dias mais tarde, em

Mais de 300 adventistas estu-diosos da Bíblia, tais como, professores de seminários

e universidades e líderes da Igreja em todo o mundo estarão participando da Conferência Internacional da Bíblia, no mês de junho, em Israel. Essas reuniões periódicas já foram também realizadas anteriormente em 1998 e 2006 e têm como objetivo promover a coesão teológica dentro do movimento adventista mundial, atualmente ativo em mais de 203 países.

Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral da IASD, os presidentes das treze Divisões mundiais e outros líderes são esperados para a conferência e roteiro de visitação.

“Essa será a maior conferência bíblica já realizada, contando com 330 teólogos e importantes administradores procedentes de mais de 60 países”, disse Clinton Wahlen, diretor associado do Biblical Research Institute – BRI (Insti-tuto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral) e organizador do evento. “Haverá 70 palestras sobre a natureza humana, a morte e a crescente influência do es-piritualismo que serão posteriormente publicadas, em sua maioria, em impor-tante livro acadêmico sobre o assunto. Essa conferência representa outro passo significativo na construção da unidade teológica mundial.”

Os delegados também visitarão locais históricos em Israel, relacionados

Mark A. Kellner, editor de notícias Reunirão em Israel

Conferência teológica discutirá antropologia bíblica e fará visitas a lugares históricos

MAR DA GALILEIA: O Mar da Galileia visto do Kibutz Ginosar

seM

AR

K

A.

K

EL

LN

ER

Alta Liderança da IgrejaEruditos Adventistas e

Maio 2012 | Adventist World 5

Page 6: AW portuguese 2012-1005

Há, ainda, muitos outros locais a serem visitados na região norte de Israel, onde Ginosar está localizada. Em Nazaré, local onde Jesus passou a infância, há a recriação de uma “vila do primeiro século”.

O grupo do BRI provavelmente visitará Cafarnaum, nome romano (do latim) para K’far Nahum, ou a Vila de Naum. Cafarnaum foi o lar de Simão Pedro e sua família e o local onde Jesus realizou vários milagres, e de onde Ele e Seus discípulos saíram para a região da Galileia. “Naum” era um nome comum em Israel, por isso não há nenhuma relação conhecida entre K’far Nahum e o profeta Naum cujo livro se encontra no Antigo Testamento. Entretanto, é bom que o nome hebreu dessa vila seja lembrado, assim como o fato de que até o quinto século ela era uma cidade judia a despeito do nome romano pelo qual é conhecida.

N O T Í C I A S D O M U N D O

criacionismo, evolucionismo, natureza humana, morte e inferno, em relação às Escrituras. Haverá também 54 apre-sentações adicionais, divididas em seis sessões paralelas.

Paralelo às conferências, como mencionado, os participantes terão a oportunidade de visitar vários lugares bíblicos. Como repórter, tive o privilégio de passar por esses lugares em setembro de 2011, numa turnê da imprensa organizada pelo Ministério de Turismo Israelita. A localização do Kibutz Ginosar, no Galil – como os isra-elitas se referem ao Mar da Galileia –, em 1986, foi fundamental na descoberta dos restos de um barco de pesca do primeiro século, hoje chamado de “Barco de Jesus” em exibição no kibutz. Os visitantes de Ginosar descobrem que por trás dessa exposição há uma história surpreendente.

A história do Barco de Jesus come-çou com um prego velho e enferrujado cuja ponta apareceu numa área seca na praia da Galileia. Normalmente, os níveis de água encobrem essa porção de terra, mas em 1986 ela estava mais seca. O prego chamou a atenção dos irmãos Moshe e Yuval Lufan, pescadores que moravam no kibutz e que continuaram observando a terra úmida. Um passo levou a outro e, finalmente, descobri-ram os restos de um barco de pesca aparentemente do primeiro século d.C. Foi realizada uma escavação cuidadosa (à mão) e, posteriormente o barco foi selado com poliuretano e transportado para o museu Yigal Allon, no kibutz. Hoje, ele está exposto e cuidadosamente preservado em cera.

A datação por carbono autenticou a história do barco: é realmente do primeiro século. Ninguém conseguiu provar quem era o seu proprietário, ou quem navegava nele. Porém, tem um fato interessante: há doze tipos diferentes de madeira usadas nesse barco, número que corresponde às doze tribos de Israel.

SINAGOGA DE CAFARNAUM: Ruínas de uma sinagoga que acredita-se ter sido construída no local da sinagoga do primeiro século onde Jesus e Seus discípulos oraram.

“BARCO DE JESUS”: Fragmentos preservados de um barco do primeiro século, expostos no Kibutz Ginosar, onde será realizada a primeira parte da Conferência Internacional da Bíblia de 2012.

MÃOS DE UM CARPINTEIRO: Encenação na cidade de Nazaré histórica, cenário do primeiro século em Israel.

MA

RK

A

.

KE

LL

NE

R

MA

RK

A

.

KE

LL

NE

R

6 Adventist World | Maio 2012

Page 7: AW portuguese 2012-1005

N O T Í C I A S D O M U N D O

Por que isso é importante? Porque nos ajuda a compreender a razão pela qual a sinagoga do quinto século, em Cafarnaum, tinha uma estrutura tão grande. Ali, ainda permanecem poucas colunas, paredes e fileiras de assentos (arrumados ao longo das paredes, diferente da disposição moderna dos bancos). O local atrai milhares de visitan-tes todos os anos. A estrutura do quinto século está sobre ruínas antigas e prédios similares, que leva muitos a crer que esse também era o local da “casa de reunião”, ou beit knesset do primeiro século, onde Jesus adorava. Antes de sua destruição em 70 d.C., havia apenas um local de adoração para os judeus – o Templo de Jerusalém. As assembleias locais eram casas de reuniões (beit knesset) ou casas de estudo, conhecidas como beit midrash.

Jerusálem, onde será realizada a metade dos eventos das conferências, é, sem dúvida, o ponto central para os cristãos de todo o mundo. Durante a visita jornalística de 2011, nosso grupo visitou primeiro o Monte das Oliveiras, com vista para o lado oriental da “Cidade Velha” e para o Monte do Templo. A paisagem é dominada pela vista dos cemitérios, tanto judeu quanto muçul-mano, alinhados em direção oposta, no Vale de Kidron, de quem olha de cima do monte, e o Domo da Rocha, parte de um complexo islâmico de séculos sobre

o ainda mais antigo Monte do Templo.Foi dalí que Jesus olhou para

Jerusalém e chorou, sabendo do seu destino, conforme lemos em Lucas 19: 41 a 44: “Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: Se você compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos” (NVI).

Foi nessa grande colina que Jesus orou antes de ser traído, preso, julgado e crucificado como relatado em Mateus 26: “Indo um pouco mais adiante, pros-trou-se com o rosto em terra e orou: ‘Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres’ ” (verso 39, NVI).

No local da igreja denominada “Jardim do Getsêmani” há muito para ser visto, inclusive uma região cercada do jardim onde se encontram algumas oliveiras muito antigas. Os troncos das oliveiras, à medida que envelhecem, ficam mais grossos e não mais altos. Qual é, então, a idade dessas oliveiras? Ninguém sabe com certeza. No entanto, é emocionante imaginar que talvez uma das árvores dessa montanha tenha testemunhado a agonia de Jesus.

O nosso grupo também visitou o complexo do Museu de Israel, onde há uma maquete de como seria Jerusalém no ano 66 d.C.; cerca de 33 anos após a

morte e ressurreição de Jesus, e quatro anos antes da destruição do Templo pelos romanos. A maquete exposta ao ar livre dá uma tremenda perspectiva da visão histórica da Cidade Antiga, pois é possível visualizar toda a área ao seu redor de uma maneira que não vemos enquanto caminhamos pelas ruas.

Dentro do Santuário do Livro estão expostos fragmentos de vários pergaminhos do Mar Morto encon-trados em Qumran, Israel, e um rolo de pergaminho do livro completo de Isaías. Os rolos foram copiados pelos essênios, uma seita judaica, e são extraordinariamente consistentes com os manuscritos mais recentes dos livros do Antigo Testamento. O fato dá ao crente ainda mais confiança na autoridade da Palavra de Deus.

Há muitos outros lugares para serem visitados, desde o “Kotel” ou “Muro Ocidental”, ruínas do Templo de Salomão, até os lugares históricos relacionados aos eventos da vida de Jesus. A própria atmosfera da Cidade Antiga evoca um tempo e um ritmo drasticamente diferente dos pesados encargos da vida de grande parte do mundo moderno. Espero que os delega-dos da conferência se encantem com o que verão!

Muitos cristãos descrevem sua visita a Israel como uma experiência “trans-formadora”. Cada participante terá sua própria reação ao que verá em Israel, e o fato da Conferência Internacional da Bíblia ser realizada na terra onde Jesus caminhou e ensinou será, sem dúvida, uma experiência educacional que transcenderá, em muito, os dez dias do evento. ■– porções deste artigo aparecem no blog do autor “Israel Sojourn”, em http://bit.ly/wVIJni

SINAGOGA DE CAFARNAUM: Ruínas de uma sinagoga que acredita-se ter sido construída no local da sinagoga do primeiro século onde Jesus e Seus discípulos oraram.

http://bit.ly/GBotif

Para a Revista Adventista: Relatório da Conferência da Bíblia de 2006, visite

MA

RK

A

.

KE

LL

NE

R

Maio 2012 | Adventist World 7

Page 8: AW portuguese 2012-1005

AGrande Comissão dada por Jesus: “Portanto vão, e façam discí- pulos de todas as nações,

batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:19), é uma ordem permanente que devemos seguir em todas as partes do mundo até o tempo do fim.

Esta tem sido a missão da Igreja desde seu início. Embora o chamado em si seja permanente, o método de realizá-lo tem sido adaptado a várias épocas e lugares.

Um desses locais é a região do Oriente Médio. No passado, por vários motivos, a Igreja era mais vibrante, com maior crescimento no número de membros. Entretanto, sempre há dinâmicas que parecem afetar seu crescimento e oportunidades. Em tempos recentes, por algumas razões, alguns cristãos no Oriente Médio incluindo os Adventistas do Sétimo Dia trocaram a região por lugares que oferecem melhores oportunidades para viver sem obstáculos a sua fé. Como resultado, os membros da Igreja Adventista no Oriente Médio diminuíram consideravelmente. Isso causou uma situação difícil para a

Igreja, pois o seu testemunho é forta-lecido pelo crescimento do grupo de testemunhas.

Plano EstratégicoProcurando maneiras de enfrentar

esse desafio, foi estabelecida em 2010 uma Comissão de Avaliação do Grande Oriente Médio e Mediterrâneo, para estudar o trabalho da Igreja naquela região. Após analisar os dados his-tóricos, demográficos e estatísticos a comissão apresentou seu relatório aos delegados do Concílio Anual da AG, no dia 9 de outubro de 2011, recomen-dando que os países do Oriente Médio fossem vinculados diretamente à sede mundial da Igreja formando assim a União do Grande Oriente Médio (GMEU). Antes dessa ação administra-tiva, esses países estavam separados em duas Divisões do mundo: a Tran-seuropeia e a Euro-Africana. Embora a Igreja esteja agradecida pelo modo positivo pelo qual essas Divisões ajudaram a promover e a estimular as atividades no Oriente Médio, a Comis-são de Avaliação concluiu que ter essa região ligada diretamente à sede mun-dial contribuirá com o crescimento na

Por Ted N. C. Wilson

A Terra da Bíblia ainda

necessita da sua mensagem

NOVOS RUMOSV I S Ã O M U N D I A L

para o Oriente Médio

8 Adventist World | Maio 2012

Page 9: AW portuguese 2012-1005

região, acrescentando certas vantagens de logística, além de agrupar países com culturas semelhantes (veja mapa).

Alvo da Igreja MundialCom essas mudanças administra-

tivas, o Oriente Médio passa agora a ser nosso alvo mundial de atenção. Desafio todos os membros a se interes-sar profundamente em compartilhar a maravilhosa esperança adventista com mais de 500 milhões de pessoas, que vivem no território da União do Grande Oriente Médio. Essas preciosas pessoas são filhos de Deus que têm desejos e necessidades como todos nós. É nosso privilégio assumir essa grande responsabilidade e dedicar maior inte-resse pelo bem do povo das civilizações mais antigas do planeta.

O grande desafio atualmente é tentar reconstruir uma base para testemunharmos nessa região, e partilhar nossa importante mensagem de esperança de todas as maneiras possíveis. Queremos dar assistência às comunidades locais, incentivar pessoas a encontrar significado e propósito e ajudá-los a viver a vida em sua plenitu-de física, mental, social e espiritual.

Criado no EgitoPara mim, essa não é apenas uma

questão administrativa. Identifico-me muito com essa região, pois fui criado no Cairo, Egito. Minhas primeiras memórias são dessa área que, às vezes, é chamada de “berço da civilização”. Lugares como a Líbia, Líbano, Itália e Egito eram o meu mundo. Até a idade de oito anos, nunca havia saído dessa região.

Quando você é criado em meio à determinada cultura, é influenciado por muitas coisas que irão permanecer para sempre em sua vida. A comida do Oriente Médio ainda é a minha pre-ferida. Lembro-me de comer ta’miyya (falafel egípcio) e de ir com minha mãe, na esquina de nossa rua, comprar milho assado. Era uma delícia! E a lem-brança de beber suco puro de manga, feito na hora, no Cairo, permaneceu comigo como um destaque do que Deus produziu no fértil delta do Nilo.

A cultura do Oriente Médio é muito antiga e intrincada. O árabe é um dos idiomas mais bonitos e expressivos do mundo. O maravilhoso benefício de aprender a cultura de outra parte do mundo vai além de

qualquer experiência educacional. Aprendi que o grande patrimônio do Oriente Médio é o seu povo. É verdade que o Oriente Médio tem reservas de petróleo e antiguidades, mas seu verda-deiro recurso natural é a população – é o seu povo.

Atualmente, o Oriente Médio está passando por instabilidades sociais e mudanças políticas. No entanto, mesmo em meio às mudanças, ainda somos desafiados pelo grande compro-misso de cumprir a missão evangélica. Esse é um alvo permanente com adaptações nos métodos e estratégias.

Como Você Pode ParticiparHá várias maneiras pelas quais

você pode ajudar a cumprir a grande comissão nessa região do mundo. Primeiro e mais importante, mantenha o Grande Oriente Médio no topo da sua lista de oração. Ore pelos membros dedicados das igrejas, pastores e líderes que estão naquela área. Ore para que permaneçam firmes ao lado do Senhor e continuem a ser um testemunho positivo e amorável para os que estão ao redor. Segundo, você pode participar sendo fiel nos seus dízimos e ofertas

NOVOS RUMOSGrande União do Oriente Médio

para o Oriente Médio

Maio 2012 | Adventist World 9

Page 10: AW portuguese 2012-1005

5O

Mazira, Malavi

missionárias – como a oferta da Escola Sabatina e a oferta do Orçamento Mundial, que financiam o trabalho no Oriente Médio e em todo o mundo.

Você também pode apoiar inicia-tivas especiais de assistência a vários projetos singulares, as quais serão anunciadas. Indivíduos ou igrejas locais podem decidir ajudar a financiar um programa específico. A escola sabatina infantil pode enfatizar a missão no Oriente Médio, local onde Jesus cresceu. Há muitas maneiras de ajudar nossos filhos a reconhecer que precisam pensar e orar por essa região especial do mundo.

Você, sua congregação ou Associa-ção podem entrar em contato com a Secretaria da Associação Geral para obter informação sobre como podem ajudar, sendo funcionários ou voluntários em vários projetos no Oriente Médio.

O Oriente Médio é um lugar espe-cial onde as pessoas enfrentam vários desafios. O que está acontecendo atualmente nessa região, pode abrir novas oportunidades de assistência a pessoas que normalmente não esta-riam abertas para ouvir a mensagem de esperança da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ainda precisamos observar que rumo essa situação tomará, mas sabemos que durante os períodos de mudança as pessoas ficam mais receptivas.

Por favor, ore para que a Igreja use essas oportunidades para maximizar a atual receptividade nessa região tão importante. Ore para tenha acesso às preciosas palavras de esperança, salvação e redenção vindas de Deus, enquanto as três mensagens angélicas são proclamadas, indicando o breve retorno de Jesus. ■

Ted N. C. Wilson é presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

Milhares de Igrejas de Um Dia foram construídas em todo o mundo nos últimos dois anos. Cada uma delas patrocinada por doações de cristãos cari-dosos. A carta de James Jones, doador de uma Igreja de Um Dia, descreve a bênção de doar:

“Na primeira vez que pude doar para uma igreja, meu desejo secreto era poder um dia visitá-la. Isso foi algo que o Senhor colocou no meu coração.

“Quando recebi o e-mail des-crevendo onde Deus havia dirigi-do minha oferta para a construção de uma nova igreja; imediatamen-te localizei Mazira, Malavi, em meu mapa da África e comecei a sonhar com o impossível.

“Para minha surpresa, um mês depois, o Senhor providenciou para que me convidassem a par-ticipar de uma viagem missionária para Makawsa, Malavi – com os Ministérios Share Him e Quiet Hour – cerca de 40 quilômetros da minha Igreja de Um Dia, em Mazira! Mal podia acreditar que Deus havia respondido tão claramente à minha oração.

“Em janeiro de 2011, comprei minha passagem e orei todos os dias a fim de que Deus me usasse quando fôssemos, em agosto, para Malavi.

“Nossos esforços missionários para o reino de Deus foram grandemente abençoados. Após três semanas de reuniões, 1.064 pessoas foram batizadas e eu me apaixonei pelo povo do Malavi.

“Domingo passado, com a ajuda de alguns dos maravilhosos amigos que fiz aqui, pude visitar Mazira e ver a Igreja de Um Dia que o Senhor me tocou para destinar a contribuição financeira. Essa foi a resposta de oração mais maravilhosa que já experimentei.

“Pensar que Deus me trouxe a milhares de quilômetros para me encon-trar com aqueles que Ele me usou para abençoar, foi muito inspirador. Para mim, estar junto dos irmãos, membros da igreja que o Senhor me usou para construir foi uma bênção muito mais incrível.

“Muito obrigado Maranatha e ASI, por tudo aquilo que fazem para o reino de Deus. Oro para que Ele continue a usá-los em Seus poderosos caminhos.”

A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI), [Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers

International. Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” da Maranatha.

V I S Ã O M U N D I A L

Igreja de Um Dia

10 Adventist World | Maio 2012

DI

CK

D

UE

RK

SE

N

Page 11: AW portuguese 2012-1005

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Ministério, por definição, tem que atender a uma necessi-dade. Quando Ellen White

escreveu suas inspiradas palavras de que Jesus era “o infatigável servo das necessidades do homem”1, ela definiu o ministério da cura. Hoje, podemos en-contrar ministérios da saúde marchando na melodia e ritmo de muitos maestros.

Vários problemas de saúde exigem nossa atenção. Um deles é a epidemia mundial do tabagismo. Um fumante pode recusar qualquer tentativa de ajuda para deixar de fumar, porém, a sociedade como um todo, pode ser beneficiada pelo nosso envolvimento coletivo nesse problema e necessidade social.

O doutor Gro Harlem Brundtland, ex-diretor geral da Organização Mun-dial da Saúde (OMS), disse: “O tabaco é um dos maiores desastres emergentes na saúde da história humana.” A melhor maneira de atacar esse problema é com estratégias de saúde pública.

É mais fácil obter melhores resulta-dos por meio de leis restritivas à indús-tria do fumo do que uma abordagem individual. Segundo Matthew L. Myers, presidente internacional da Campanha para Libertar as Crianças do Fumo: “É incompreensível como um produto tão destrutivo para a humanidade como o cigarro, permanece quase completa-mente protegido pela lei como se fosse seguro à saúde.”

Como adventistas, precisamos não

apenas discutir o problema, mas nos envolver com campanhas para reduzir o uso do cigarro. Podemos coletiva e colaborativamente apoiar a proibição do fumo em todos os locais de trabalho e ambientes fechados. Todos os prédios e veículos de transporte precisam ficar livres da fumaça venenosa do cigarro.

Podemos nos unir aos nossos repre-sentantes em vários níveis do governo reivindicando tal reforma. O aumento dos impostos incidentes sobre o fumo reduz o seu uso e um aumento de dez por cento no preço do cigarro em todo o mundo, no mínimo, salvaria da morte dez milhões de fumantes.2

Devemos, ainda, continuar oferecen-do ajuda para que indivíduos deixem de fumar, reconhecendo estar provado que medicações apropriadas dobram o número de pessoas que abandonam o vício com sucesso. Precisamos cooperar com os médicos planejando programas de Como Deixar de Fumar. Nossos púlpitos precisam ser usados para alertar os membros, jovens, crianças e o público em geral sobre os perigos do cigarro.

A maioria dos fumantes adquire o vício durante a adolescência, portanto não temamos apoiar a proibição de cartazes e propaganda de cigarro dire-cionada aos jovens. Mahatma Gandhi (1869-1948) disse: “Devemos nos trans-formar na mudança que queremos ver.”

A indústria do tabaco tem sido

incansável na promoção dessa droga, porém, o uso do poder do dinheiro investido em publicidade tem sido ainda mais insidioso, inibindo aos jornais de publicar relatórios sobre os efeitos nocivos do fumo na saúde.

A Ásia e África também têm sido alvo dessa indústria, cuja fervilhante popula-ção representa campos férteis para a es-cravização e lucro. Em termos mundiais, um em cada dez adultos morre como consequência de males relacionados ao cigarro. Homens, mulheres e crianças estão ficando escravos desse hábito maléfico que lhes encurtará a vida.

É vital que paremos de discutir sobre o cigarro, e comecemos a fazer algo prático para reduzir seu uso. Podemos começar, sendo mentores carinhosos e preocupados com alguma criança ou jovem. A amizade é mais importante do que qualquer conselho ou sermão.

Vamos trabalhar como Jesus, abor-dando as necessidades e procurando ajudar uns aos outros. Mais de 50 por cento das nações do mundo não têm o mínimo controle sobre o cigarro. Há uma necessidade e espaço para o envolvimento dos adventistas. Devemos nos aliar a outros na busca do controle desse produto tão pernicioso e viciante.

Assim, talvez, os adventistas venham a ser novamente a cabeça e não a cauda, promovendo um ataque mundial contra o tabaco. ■

1 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 17.2 World Bank, Curbing the Epidemic, p. 39.

CigarrodeBaforadas

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

T I J M E N V A N D O B B E N B U R G H / M O D I F I C A D A D I G I T A L M E N T E

Por favor, vocês poderiam falar sobre o vício do cigarro, um dos principais problemas de saúde no mundo?

S A Ú D E N O M U N D O

Maio 2012 | Adventist World 11

Page 12: AW portuguese 2012-1005

Por Lyndelle Brower Chiomenti

“Timmer! Venha cá!”

“Timmer! Venha cá!”

“Não, Timmer! Volta aqui!”

“Deixa o Barkley pra lá!

TIMMER! VEM!”

Dos seis cachorros que tive, Timmer foi o mais difícil de treinar. Um animalzi-nho feliz, gregário, que gosta da compa-nhia de humanos e de seus companheiros caninos, ele pode ser descrito como tendo o transtorno do défit de atenção. Os locais e os cheiros do treino de obediência, o parque, o carro, a cozinha, o quintal – qualquer lugar – é mais atrativo que obedecer aos três comandos básicos que todo cachorro deveria aprender. Os três comandos são: “vem”, “senta” e “quieto.”

Certa noite, eu estava refletindo em minha frustração com o Timmer enquanto dirigia para casa depois da sessão de treinamento para obedecer. De repente concluí que como o cachor-ro tem que aprender a vir, sentar e ficar para ser um bom cidadão canino, nós precisamos aprender os mesmos co-mandos para sermos bons cidadãos do reino de Cristo. E, de modo geral, não é mais fácil para nós aprendermos do que é para um filhote de wiggly.

Lição 1: Vem para JesusVamos começar com a ordem “vem”.

Em Mateus 11:28 Jesus nos faz um convite.

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (NVI).1

Esse convite é o “apelo do evan-gelho – quem quiser, venha! Todos os que vierem receberão o descanso como presente de Cristo, e terão paz e conforto no coração. Porém para se chegar a Ele, devem tomar o seu fardo e se submeter à Sua autoridade. Para seu conforto e obediência, devem aprender com Ele todas as coisas. Ele aceita o servo voluntário por mais imperfeitas que sejam suas obras [...] Assim é a graça do Redentor; e por que o pecador pesaroso e cansado de suas lutas procuraria por descanso em ou-tro lugar? Vamos a ele diariamente em busca de livramento [...] do pecado e Satanás, de todos os nossos problemas, medos e tristezas. [...] Vem para Jesus e encontrarás descanso para tua alma”.2

Lição 2: Sente-se aos pés de Jesus

Um dia Timmer aprendeu a vir, mas era importante que ele aprendesse a se sentar. É assim também em nosso relacionamento com Cristo. Em

João 6:1 a 3 lemos que devido as curas miraculosas que Jesus estava realizan-do, uma grande multidão O seguia enquanto viajava para o outro lado do Mar da Galileia. Mais uma vez, Ele subiu a montanha e sentou com Seus discípulos. As pessoas não apenas se assentaram com Jesus, mas permanece-ram mentalmente com Ele e ouviram com atenção.

Em Lucas 10:38 a 41, Maria se sentou aos pés de Jesus e ouviu aos Seus ensinamentos enquanto sua irmã Marta, corria de uma lado para outro na cozinha, fazendo tudo o que pensa-va ser necessário fazer. Quando Marta reclamou da falta de interesse de Maria nos preparativos, Jesus disse: “Marta, Marta, você está preocupada e inquieta com muitas coisas, todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (versos 41, 42).

Quando visitamos alguém, na casa ou escritório, sentar implica em vontade de ficar por um tempo. Sinalizamos que queremos ser amigos e que nos importamos com nosso relacionamento com essa pessoa. Assim, quando nos sentamos com Deus, estamos comunicando que queremos gastar tempo de qualidade com Ele. Não estamos apressados e

D E V O C I O N A L

ObediênciaObediênciaObediênciaObediênciaObediênciaTimmer

FO

TO

:

LY

ND

EL

LE

B

RO

WE

R

CH

IO

ME

NT

I

12 Adventist World | Maio 2012

Page 13: AW portuguese 2012-1005

Lyndelle Brower Chiomenti é editora da Lição dos Jovens no Departamento de Escola Sabatina/

Ministério Pessoal da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

Quando nos sentamos com Deus, estamos comunicando que queremos gastar tempo de qualidade com Ele.

queremos deixar de lado algumas

de nossas tarefas diárias para ser alimentados por Ele.

Na verdade, é quase impossível crescer em Cristo, ser alimentado por Ele, se raramente nos assentamos com Ele, ou nos apressamos no momento devocional para começar a nossa rotina diária.

Lição 3: Fique por PertoCachorros que aprendem a se

sentar por períodos mais longos têm mais facilidade de aprender o coman-do “quieto”. O resultado de aquietar resulta no crescimento de um relacio-namento saudável entre cão e homem. Da mesma forma, quando aprendemos nos assentar com Jesus, aprendemos a nos aquietar, ou a permanecer com Ele. Quando permanecemos nEle, por meio do Espírito Santo, desenvolvemos o fruto do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade man-sidão e domínio próprio” (Gl 5:22, 23).

Jesus disse aos Seus discípulos: “Estai em Mim, e Eu em vós: como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim” (Jo 15:4). Essa união “não é um

mente, forçar correr para frente é um dos problemas que estou enfrentando com o Timmer. Um dos treinadores do meu cachorro, durante uma sessão particularmente difícil com o comando “junto”, disse-me que “ensinar seu cão a ficar junto de si é ensiná-lo que ao seu lado sempre é o melhor e o mais seguro lugar”.

Hoje compreendo melhor a res-posta de Pedro à pergunta de Jesus aos discípulos: “Será que vocês também querem ir?” E, Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos?” (veja Jo 6:67, 68, NTV).4 Realmente, após aprender a vir, sentar e ficar descobriremos que ao lado de Jesus sempre será o melhor e o mais seguro lugar para estar. ■

1 Nova Versão Internacional, copyright ã 1973, 1978, 1984, 2011 by Biblica, Inc. 2 Matthew Henry, Concise Commentary on the Bible.3 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 676.4 Nova Tradução da Bíblia Viva, copyright ã 1996, 2004, 2007 by Tyndale House Foundation.

contato casual, uma conexão ‘on – off ’. O ramo se torna uma parte da videira viva. A comunicação de vida, força e fertilidade da raiz aos ramos é livre e constante.

“Separado da videira o ramo não pode viver. Tampouco, disse Jesus, podeis vós viver separados de Mim. A vida que de Mim recebestes só pode ser conservada por meio de contínua co-munhão. Sem Mim não podeis vencer um só pecado, ou resistir a uma única tentação. [...]

“Permanecer em Cristo significa receber constantemente de Seu Espí-rito, uma vida de inteira entrega a Seu serviço. As vias de comunicação entre o homem e seu Deus devem se achar continuamente desimpedidas. Como o ramo tira sem cessar a seiva da videira viva, assim nos devemos apegar a Cristo, e dEle receber, pela fé, a força e perfeição de Seu próprio caráter”.3

Lição 4: Fique Onde é SeguroNo princípio deste artigo mencio-

nei que há três comandos que um cachorro tem que aprender. Há, entre-tanto, um quarto comando que torna a vida muito mais agradável; é o “junto”. Esse comando é para o cão aprender a andar ao lado do seu dono, em vez de puxá-lo forçando para frente. Infeliz-

FO

TO

:

LY

ND

EL

LE

B

RO

WE

R

CH

IO

ME

NT

I

Maio 2012 | Adventist World 13

Page 14: AW portuguese 2012-1005

As bênçãos indiretas de um projeto em família

tive a ideia de construir uma casinha em uma das árvores do jardim em frente da casa. As crianças pularam de alegria com a ideia. Discutimos nosso novo projeto e seguimos com os planos. Fizemos desenhos de como seria sua aparência usan-do imagens de casas de árvores que encontramos na Internet. Até consideramos construir uma ponte suspensa que ligaria nossa casinha à árvore de pecã, no meio do jardim.

Passamos dois meses coletando pedaços de madeira recicláveis da carpintaria da universidade. A caixa de madeira da recém adquirida máquina de lavar industrial para a la-vanderia do campus, nos deu madeira suficiente para o piso e parte das paredes. A única coisa que compramos foram as quatro vigas de madeira dos cantos, com mais de três metros cada. Tudo o mais era reciclado. Coletar esse material já era uma aventura em si, e as crianças aguardavam ansiosamente o momento de ir aos fundos da carpintaria procurar madeira, como se estivessem à caça de um tesouro. Na loja de ferragem local compramos uma furadeira, brocas, parafusos, pregos, trena, prumo, martelo e uma caixa de ferramentas especifica-mente para esse projeto.

As lições aprendidas, os hábitos formados durante os anos da infância, têm mais que ver com a formação do caráter e a direção da vida do que todas as instruções

e educação dos anos posteriores” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 184).

Criar os filhos enquanto trabalhamos para a Igreja, pro-porciona à minha família várias oportunidades e experiências inesquecíveis. Fomos abençoados com a oportunidade de morar em diferentes países, sendo expostos a novas aventuras e desafios. Em meio a tudo isso, desfrutamos dos doces momentos de um lar movimentado, refeições animadas e das oportunidades de aprendermos juntos.

As vívidas memórias de quando morávamos numa fazenda, com nossos dois primeiros filhos – montando cavalos, o

Por Marcia Azevedo

F O T O S C O R T E S I A D A F A M Í L I A A Z E V E D O

V I D A A D V E N T I S T A

Casana

A

14 Adventist World | Maio 2012

tempo livre com os bezerros, orde-nhando as cabras, perseguindo galinhas, brincando com o cachorro e das botas de borracha gastas – sempre nos fizeram rir em nossas conversas à mesa. Cremos no estilo de vida simples e natural. Por isso, decidimos criar nossos filhos num ambiente tranquilo, sem TV, videogame e outras distrações. Isso nos deu tempo e oportunidades de construir memórias duradouras de família.

Quando nos mudamos para esse novo lar, em outro país, fomos surpreendidos ao encontrar uma casa confortável com lindo jardim na frente e circundada por majestosas montanhas rochosas. Nossos três filhos mais novos – Racquel, 5; David, 7 e Rebekah, 9 – imediata e avidamente exploraram a nova vizinhança e encontraram lugares interessantes para brincar. Com a limitação do quintal, logo descobrimos que os três pequenos preferiam a área de sombra no jardim, sob uma imponente árvore de pecã, com pequenas árvores que podiam escalar com facilidade. Enquanto os observava diver-tindo-se entre os galhos, procurando ninhos de passarinhos e orgulhosamente anunciando quão alto conseguiam chegar,

Page 15: AW portuguese 2012-1005

Começamos limpando a área onde iríamos construir. Medimos um quadrado e cavamos quatro buracos para as vigas principais. O terreno estava muito duro e rochoso, pois raramente chove onde moramos. Cavamos com uma estaca de ferro para remover as pedras e retiramos a terra com copos de plástico ou com vasilhas da cozinha. As crianças se revezavam durante a tarefa. Para evitar que qualquer galho da árvore fosse cortado no processo, tivemos que começar a escavação mais de duas vezes.

Também tivemos que expandir o tamanho de nossa casa na árvore, quando descobrimos que seria muito pequena para abrigar nossas três crianças e amigos visitantes.

Após o processo de cavar e preparar o alicerce, furamos as estacas principais e as unimos com parafusos, colocando-as

como de costume, uma vez que a construção nos tomava muito tempo. Mas seu entusiasmo era palpável. As crianças orgulhosamente anunciavam para os amigos da escola saba-tina e do clube de aventureiros que estavam construindo uma casa na árvore e convidavam a todos para visitar a obra.

Para mim, a construção da casa na árvore para meus filhos trouxe uma sensação única de realização e de um tempo bem gasto na formação do caráter (deles e meu). Cada prego pregado, cada parafuso apertado e cada madeira colocada no lugar, fazia com que as crianças ficassem impressionadas com nosso progresso. Eles realmente aprenderam o que é possível realizar com ‘trabalho em grupo’, e perceberam como podemos sentir a providência de Deus nas pequenas coisas da vida. Todas as vezes que encontrávamos um pedaço de ma-deira que poderia ser usado na construção, eu dizia: “Obri-gada, Jesus,” pela providência. Eu queria ajudar meus filhos a ver que Deus provê – mesmo as pequenas coisas. E, durante o culto familiar, os pequenos sempre expressavam sua gratidão pelo progresso do nosso projeto quando lhes pedíamos que falassem algo pelo que eram gratos. Percebi, também, que todos os meus filhos desenvolveram uma atitude especial de “podemos realizar qualquer coisas juntos”. Até meu esposo descobriu um lado em mim que, em 23 anos juntos, não sabia que existia. E eu me alegrei muito com a felicidade deles.

Após dois meses, o trabalho divertido da casa da árvore finalmente foi concluído. Agora, as crianças brincam nela todos os dias e muitos amigos vêm brincar com eles. Temos muitas foto-grafias da pequena casa de madeira… porque, um dia, as crian-ças também desejarão mostrar aos seus filhos o que fizemos!

Ao construir uma casa na árvore com as minhas crianças, também coloquei outro tijolo no alicerce do seu caráter. Ellen White compara a formação do caráter com a construção de um prédio, começando pelo alicerce e seguindo uma sequência de etapas necessárias para chegar ao objetivo final. “Deve-se pôr um fundamento correto, construir uma armação forte e firme, prosseguindo então, dia após dia, na obra de edificar, aprimorar, aperfeiçoar.”*

Como mãe, como poderia construir melhor alicerce do que passar tempo com meus filhos, incentivando-os a valorizar as pequenas coisas da vida, aprendendo que nosso amorável Deus provê e recompensa nossos esforços quando vivemos com altruísmo para Ele?

Oro para que, à medida que os ventos da vida soprarem em sua porta, eles permaneçam firmes, fortalecidos pelos princípios que aprenderam.

O tempo gasto com nossos filhos é tempo investido para a eternidade. ■

* Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 17.

Márcia Azevedo, formada em enfermagem, é esposa de pastor e dona de casa, onde cuida de seus cinco filhos. Ela mora no campus da Universidad Peruana Unión, perto de Lima, Peru.

nos buracos. Preparamos, então, o concreto, carregando areia e brita para misturar com o cimento e preenchemos os bura-cos e o piso com a mistura sólida. Para deixar espaço suficien-te para nossa área de construção, tivemos que cortar pequena parte da montanha onde vivemos e construímos. Essa tarefa exigiu escavação extenuante, remoção da terra e nivelamento do terreno. Durante todo o processo, porém, meus três “pin-tinhos” – como os chamamos – estiveram ao meu lado e a expressão do seu rosto era minha constante motivação.

Nossos filhos mais velhos – André, 17 e Daniel, 15 – ajuda-ram nos momentos em que eu necessitava de “músculos”. Eram ótimos para segurar as vigas de madeira, apertar os parafusos longos e martelar os pregos compridos. Meu esposo sempre que possível se unia a nós – às vezes ainda vestindo terno e gra-vata – ajudando no que fosse necessário no momento, sempre dando uma palavra de elogio, incentivo e reconhecimento.

Um projeto como esse resultou em muitas bênçãos. Deu aos nossos pequenos um senso de propósito e distinção, um orgulho positivo pela realização. A família também fez sacri-fícios, como conviver numa casa não tão limpa e arrumada

Maio 2012 | Adventist World 15

Page 16: AW portuguese 2012-1005

Desde o momento que o vi, sabia que ele iria morrer. Decidi que não iria me apegar. Emanuel tem 8 anos de idade. Seu irmão derrubou acidentalmente mingau fervente sobre ele, numa quantidade suficiente para alimentar toda a família. Ele havia fica-do órfão há alguns anos e foi acolhido por uma família de pais sociais. As crianças os chamavam de tio e tia, mas na verdade não eram. Agora Emanuel era um órfão queimado. Não vou me apegar a ele.

Sou médico especialista em pronto-socorro. Uma criança atingida com queimaduras de segundo e terceiro graus em mais de dez por cento do corpo, tem poucas chances até nos melhores hospi-tais de queimados do mundo. O Hospital Adventista Béré não é o melhor para casos assim. Emanuel tem 40 por cento do corpo com queimaduras de terceiro grau. Não vou me apegar a ele.

Olhei para ele. Toquei nele. Falei com ele. Ele está vivo. Está respirando. Ele está raciocinando. Está se mexendo. Está falando. O que se espera que eu

Quando Não HáEsperança

AD

AM

H

ER

NA

ND

EZ

SERVIÇO ABNEGADO: Janna Wagner e Dr. Netteburg examinam um paciente pediátrico. Janna faz parte da equipe de dez voluntários no Hospital Béré.

AD

AM

H

ER

NA

ND

EZ

EQUIPE DO HOSPITAL: Equipe completa do Hospital Béré, onde a capacidade é de 70 leitos.

1º DIA.

A R T I G O D E C A PA

16 Adventist World | Maio 2012

Page 17: AW portuguese 2012-1005

CuraÉ possível crer quando nossas dúvidas não têm respostas?

Quando Não Há Por Olen Netteburg

faça? A única coisa que posso fazer é tratá-lo. Foi para isso que estudei. É por isso que sou médico. Um paciente chega. Eu o trato. O paciente melhora. Fico feliz comigo mesmo. Em meio à urgência dos atendimentos, às vezes, lembro-me de dar o crédito a Deus.

Não posso tratá-lo parcialmente. Preciso tratá-lo completamente. É caro. Sua ‘família social adotiva’ não pode pagar pelo tratamento. Felizmente, o governo daqui exige que tratemos gratuitamente dos pobres. Eles nos suprem com os medicamentos e outros materiais para ser usados; nós damos o tratamento. Pedi os soros, antibióticos, cimetidina, um lençol e ataduras lim-pos. E, claro, remédio para dor: Tylenol e Motrin. É o que dispomos no melhor centro de tratamento de queimados, aqui no “Fim-do-mundo”, em Chade.

Deixo o hospital e ando uns 50 me-tros entre as mangueiras até nossa casa. Não vou me apegar ao Emanuel. (Preciso parar de usar o nome dele!) É só mais um paciente. Apenas outra criança que vai morrer no Chade.

2º DIA. Emanuel me parece muito desconfortável. Acho que posso usar seu nome e não me apegar a ele.4º DIA. Ele ainda está vivo. Prova-velmente não vai morrer de problemas pulmonares e vias respiratórias.7º DIA. Comecei a pensar: Talvez ele resista. Não, eu estou me enganan-do! Quarenta por cento de queimaduras de terceiro grau! Ele vai morrer. Mesmo que viva, vai ficar horrivelmente de-formado. Vai ter contraturas terríveis. Nunca vai poder usar as mãos. Sua pele terá que ser cortada constantemente para que ele possa continuar crescendo. A cicatriz (se uma dia se formar) não deixará a pele se estender e crescer. Ele não viverá. Ele vai morrer, e eu não vou me apegar a ele.12º DIA. Sempre ouço palavras como “milagre”. Eu mesmo já me peguei usando-a uma vez. Mas milagre seria deixar essa criança morrer. Ele está sofrendo terrivelmente, chorando sem parar, quando tem energia.19º DIA. Alguém teve a brilhante ideia de trazer um balde de água para

o lado da sua cama, para banhá-lo. Tentamos dizer à equipe que não é necessário, mas o que sabemos nós? Ele chora todas as vezes que é colocado na água. Nem consigo imaginar sua dor. Ele acha que o banho é bom para ele, assim, bravamente esfrega seu corpo onde não tem pele. Ele choraminga enquanto provoca dor em si mesmo. Ele é tão corajoso. Não, não vou me apegar ao Emanuel. Não posso.25º DIA. Acabaram os materiais fornecidos pelo governo para o Ema-nuel. A família não pode pagar. Benzaki, um administrador do nosso hospital, começa a pagar a conta do seu próprio bolso. O que há de errado com esse homem? Ele não ganha nem 300 dóla-res por mês! Como pode investir tanto dinheiro num caso perdido?34º DIA. Hoje pela manhã, Ben-zaki me arrasta até a cama de Emanuel. Ele bravamente está tomando seu banho. Ainda querem que tudo seja feito. Sento-me na cama em frente à dele e percebo quão pálido ele está. Num pedaço de papel prescrevo dex-trose, transfusão de sangue, quinino, ampicilina, gentamicina, metronidazol e cemetidina, por via endovenosa. As enfermeiras não conseguem achar uma veia. Vou ao meu consultório e volto com uma agulha de infusão intraóssea* e cinco gramas de magnésio. Reconheço o risco de depressão respiratória, mas, mesmo assim apliquei o magnésio em seu músculo. Comecei, então, a intro-duzir manualmente a longa agulha de metal na sua tíbia. Alcanço a medula óssea antes das enfermeiras acessarem uma veia. Começamos a medicação. Preciso sair antes que isso se torne pessoal. Não vou me apegar ao Emanuel. Não a esse caso sem esperança.

Mais tarde, estou no consultório fazendo ultrassonografias. Ouço um grito de dor. Já sei o que aconteceu. Benzaki, o mesmo administrador insen-sato que nunca desistiu, vem subindo. Chegamos juntos ao lado da cama do

Maio 2012 | Adventist World 17

Page 18: AW portuguese 2012-1005

CULTO DA EQUIPE: Sob as mangueiras, a equipe do hospital se reúne para o culto cada manhã. Após isso, o local se transforma em sala de espera do hospital. À noite, ainda é usado como dormitório pelos parentes dos pacientes.

O MAIS VULNERÁVEL: O Dr. Olen Netteburg trata de inúmeros bebês no país que tem uma das mais altas taxas de mortalidade infantil no mundo.

KE

RM

IT

N

ET

TE

BU

RG

KE

RM

IT

N

ET

TE

BU

RG

paciente. Emanuel já está deitado numa maca, coberto por um lençol, pronto para ser levado para a casa da sua famí-lia adotiva.

Peço que parem. Quero vê-lo mais uma vez. Quero levantar o lençol para dizer adeus àquele garoto que não fala-va uma palavra do inglês ou francês que falo. Fiquei apegado. Peço ao enfermeiro que ore no idioma local. Não tenho ideia do que ele disse, mas minha visão está em-baçada quando abro os olhos.

Não consigo dizer a eles que já podem levá-lo. Sei as palavras em francês. Cheguei até a balbuciá-las. Sei que minha voz vai me trair se tentar fazer qualquer som. Mas, eles entendem e o levam embora.

Vou para fora com Benzaki. Sua esposa está sentada na laje, sob as mangueiras, que chamamos de banco de espera. Ela também tinha se afeiço-ado de modo incomum pelo garoto. Ela está chorando. Sento-me ao seu lado, sem saber que ela vai me crivar com perguntas que sou despreparado e incapaz de responder.

“Diga-me, doutor Olen. Diga-me, por que ele tinha que morrer? Qual o propó-sito de todo esse sofrimento? O que Deus está tentando nos dizer? A história real veio à tona. Os Benzakis haviam decidido adotar aquele garoto em dezembro. Eles já estavam pagando seus estudos. Já na casa dos 40 e sem filhos, o que faz de você alguém de valor na sua cultura, ficaram sabendo da história do menino.

Após orar e pensar bastante decidi-ram adotá-lo. Nunca haviam pensado em adoção antes. Assinaram os papeis e estavam prestes a assumir a custódia.

A D A M H E R N A N D E Z

OS BENZAKIS: Sr. e Sra. Benzaki

enlutados pela perda de Emmanuel, a

quem planejavam adotar.

18 Adventist World | Maio 2012

Page 19: AW portuguese 2012-1005

Por Kermit Netteburg

uma parte de Deus observava enquanto a outra parte de Deus sofria. A outra parte de Deus poderia ter intervindo, mas não estava disposto a arriscar toda a humanidade para salvar aquela outra parte, o Deus-homem. Deus nunca desistiu da raça que o resto do universo considerava indigna, sem esperança, feia, deformada.

Assim, não gritei com a Sra. Benzaki. Ao contrário, abracei-a, e juntos choramos debaixo das mangueiras. ■

*A agulha de infusão intraóssea é injetada através do córtex rígido do osso até alcançar a parte macia do interior da medula, que permite imediato acesso ao sistema vascular.

A D A M H E R N A N D E Z

Foi quando Emanuel foi queimado. Eles o visitavam todos os dias. Pagaram suas despesas médicas. Viajavam de mo-tocicleta longas distâncias para encon-trar medicamentos para ele. Mostraram ao Emanuel que o amor paterno era algo que ele nunca conhecera antes.

Naquela manhã, após levantar cedo e terminar de arrumar o quarto para o dia em que ele pudesse ir para casa, a Sra. Benzaki visitou seu futuro filho, segurou sua mão e o ouviu, pela primeira vez, chamá-la de “mamãe”. Em seguida, ele morreu.

“Diga-me, doutor Olen. Diga-me, por quê? Quando concordamos em adotá-lo, ele estava perfeito. E depois, quando ficou totalmente queimado, ainda o queríamos. Não nos importá-vamos quão deformado ou feio pudesse ficar. Ainda queríamos que fosse nosso filho. Por que, doutor Olen? Por favor,

Kermit Netteburg

Olen e Danae Netteburg são médicos missionários no Le Hospital Adventiste de Béré (Hospital Adventista de Béré). Ambos se formaram pela Escola de Medicina da Universidade de Loma Linda, Califórnia, Estados Unidos, e terminaram a residência no Centro Médico Baystate, em Springfield, Massachusetts; ela em ginecologia e obste-trícia e ele em emergência. O período como estudantes missionários na África , ela no Hospital Malamulo, no Malavi e ele no Hospital Heri, na Tanzânia e com a ADRA-Ruanda, os inspirou a ser missionários em tempo integral.

Olen e Danae se encontraram no Student Mission Club (Clube dos Estudantes Mis-sionários) quando ainda estavam na faculdade. Escolheram trabalhar como missionários no Chade porque “as necessidades são maiores ali”, disseram eles. Como os únicos médicos para uma população de 200 mil pessoas no sul do Chade, eles têm que criar tempo para brincar com os dois filhos, Lyol e Zane.

Tanto Olen como Danae tem tradição de missionários. Os avós de Olen serviram como missionários por 17 anos no Líbano e Iraque. O pai de Danae foi médico missionário na Nigéria antes de Danae nascer. Sua esposa, Dolores, recentemente se mudou para Béré, Chade, onde também atuará como médica no hospital.

Olen e Danae mantêm um blog onde escrevem regularmente sobre suas experiências. Você pode ler mais no site missionary doctors.blogspot.com.

Kermit Netteburg, pai de Olen, é o pastor titular da Igreja de Beltsville, em Beltsville, Maryland, Estados Unidos.

BE

KK

I

GA

RD

NE

R

Olen Netteburg e sua esposa são médicos no Hospital Adventista Béré, Chade, África. Este artigo foi adaptado do seu blog. Você pode ler mais sobre suas experiências, visitando a página www.missionarydoctors.blogspot.com.

diga-me por quê?” Eu queria gritar: “Você não percebeu? Não tinha espe-rança pra ele! Ela era um caso perdido! Você não consegue se alegrar por seu sofrimento ter acabado? Você não sabe que vai vê-lo outra vez no céu, com sua pele totalmente nova, perfeita e celestial? Não sei quais são os motivos de Deus. Não compreendo as regras que dirigem a batalha entre o bem e o mal. Talvez Deus, em Sua justiça, deu um pouquinho mais de liberdade ao inimigo do que nós daríamos. E tudo o que conseguimos fazer é dizer a Deus que Ele é injusto.”

Eu queria gritar, não tanto com ela, mas com o mundo inteiro; este mundo ao qual estou apegado, este mundo que parece viciado na dor e no sofri-mento, mas, eu não gritei. Lembrei-me de que Deus veio a este mundo em carne humana. Lembrei-me de que

TradicionalMissão

Maio 2012 | Adventist World 19

Page 20: AW portuguese 2012-1005

Como você reagiria se Jesus viesse visitá-lo e Se hospedas-se em sua casa? Ficaria feliz ou desesperado? Radiante ou oprimido? Por outro lado, você já recebeu hóspedes

indesejados? O que você fez? Ficou impaciente esperando sua partida? Ou se acostumou e acabou fazendo amizade com eles?

Quando Jesus esteve na Terra, contou a história de um visitante especial. Ele se referiu a um “velho” conhecido nosso. Alguém que esperávamos nunca ver de novo.

Sim, Ele disse que esse conhecido está de volta e a proba-bilidade é que nosso “velho” amigo não esteja sozinho.

Jesus disse: “Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos, procurando descanso. Como não o encontra, diz: ‘Voltarei para a casa de onde saí’. Chegando, encontra a casa desocupada, varrida e em ordem. Então vai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim acontecerá a esta geração perversa” (Mt 12:43-45).1

Neste texto, Jesus não está fazendo uma declaração doutrinária, mudando os ensinos bíblicos sobre o estado inconsciente dos mortos. Ele está contando a parábola para ensinar uma lição. O que Ele está tentando nos ensinar?

Como AconteceuOs escribas e fariseus estavam pedindo um sinal a Jesus

(veja Mt 12:38). Em lugar de um sinal, Jesus disse: “Você pre-cisa agir segundo a luz que recebeu” (versos 39-42). Sinais e argumentos por si só não fazem as pessoas crerem ou mudar o comportamento (veja Jo 12:37).

Um pouco mais tarde, Jesus usa uma metáfora poderosa na parábola. O que significa ter a casa “desocupada, varrida e em ordem” (Mt 12:44)? Em primeiro lugar, o que representa a casa?

Jesus compara a história às pessoas que a estão ouvindo (verso 45); portanto, “casa”, é uma metáfora para nossa vida particular. A casa desocupada, varrida e em ordem, refere-se à vida empenhada em manter as aparências, a mostrar uma imagem externa de pessoa correta a despeito de qualquer outra coisa. Ela representa o cristão que faz todos os esforços pessoais para “ter boa aparência”, para “fazer o que é certo”, mesmo que isso implique em não fazer nada. Jesus se referia às pessoas muito preocupadas com a “justificação pela doutrina”, que provam um ponto mesmo ao custo da rejeitar um pecador. O mais importante para eles era “esvaziar”, e não “encher”.

Estavam interessados em estar certos na forma mesmo acima da norma, “coando uma mosca enquanto engoliam um camelo” (Mt 23:24).

Eram capazes de recitar de memória tudo o que as pessoas tementes a Deus não devem fazer, mesmo sem nunca terem se preocupado em fazer o que deve ser feito.

Eles não eram tão maus por isso. Na verdade, essa é uma coisa bem humana.

Quando Deus não é o Senhor de nossa vida, todos os nossos princípios ficam adulterados. Nesse aspecto, como está nossa caminhada cristã? Também não corremos o perigo de estar preocupados em dizimar “a hortelã, o endro e o comi-nho”, negligenciando “os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade” (Mt 23:23)?

Agora, se o Espírito nos convence que às vezes nos unimos à “geração perversa”, o que podemos fazer? Como podemos evitar cair na armadilha da casa-em-ordem-impecavelmente-limpa-e-vazia?

A Teologia da Ação PositivaQuando permitirmos que o Espírito abra nossos olhos

espirituais, então compreenderemos que a religião vazia e impecavelmente limpa não é a religião da Bíblia.

Jesus veio para nos trazer vida “em abundância” (Jo 10:10). Se a religião de Jesus é mais abundante que qualquer outro tipo de vida, como podemos expressá-la negativamente ou como um vácuo? Se já caímos na armadilha negativa, como podemos alegremente nos libertar para começar a crescer em Cristo?

Podemos começar reconhecendo que a teologia do nega-tivismo e do vazio frequentemente nos mantêm em um ciclo viciado que não nos leva a lugar algum, muito menos para o céu. O Senhor nos convida a comprar dEle “colírio”, para que possamos ver e compreender Sua vontade (Ap 3:18).

Jesus também nos convida a esforçarmos para agir positi-vamente.

Comentando Mateus 12: 43 a 45, Ellen G. White declara: “Não é necessário que escolhamos deliberadamente o serviço do reino das trevas para cair-lhe sob o poder. Basta negligen-ciarmos fazer aliança com o reino da luz.”2

Acima de tudo, o Senhor deseja transformar nossa mente e motivações. Mesmo em nossos esforços missionários, não é importante somente o que fazemos, mas por que fazemos. “Há uma paixão pelas pessoas”, escreveu Oswald Chambers,

EsvaziandoN Ú M E R O 1 1

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

20 Adventist World | Maio 2012

Page 21: AW portuguese 2012-1005

“que não vem de Deus, mas do desejo de fazer conversos ao nosso ponto de vista”.3 Essa não é uma questão pessoal, mas de glorificação do nome do Senhor.

Então, o que é exigido de nós para que nos tornemos se-gundo o coração de Deus? “Aquele que afirma que permanece nEle, deve andar como Ele andou” (1Jo 2:6). E, como Ele andou? Ele “andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo” (At 10:38).

Luzes nas TrevasDeus nos convida a ser luz. Parar de ser conhecido por

coisas que não fazemos e começar a ser reconhecido pelo que fazemos. Ele nos ordena: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5:16).

Que tipos de mudanças deveríamos fazer em nossa vida? No modo como relacionamos com nossos amigos não cristãos, como gastamos nosso tempo de lazer, compartilhando

nossa mensagem de saúde e guardando o sábado?Em termos humanos, nossa “casa” pode ser impecavel-

mente limpa, mas se não estiver cheia do Senhor, de nada nos serve. Isaías profetizou: “A lua ficará humilhada, e o sol, en-vergonhado; pois o Senhor dos Exércitos reinará” (Is 24:23). Ele estava certo: quando o Senhor reina, nenhum espírito

Com Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre as forças do mal. Aquele que durante o Seu ministério terrestre subjugou os espíritos demoníacos, quebrou o poder do

maligno e confirmou as forças do mal que ainda procuram nos controlar ao andarmos com Ele em paz, alegria e com a certeza do Seu amor. Agora, o Espírito Santo habita em nós e reveste-nos de poder. Estando continuamente comprometidos com Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos libertados do fardo dos atos cometidos no passado. Não mais vivemos nas trevas, com medo dos poderes do mal, na ignorância e na vida sem sentido de outrora. Nesta nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança do Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua palavra, meditando nela e na Sua providência, cantando Seus louvores, nos reunindo nos cultos e participando da missão da igreja. Ao entregar-nos para o amoroso serviço em prol dos que estão em torno de nós e ao testemunharmos de Sua salvação, Sua constante presença conosco através do Espírito transfor-ma cada momento e cada tarefa em uma experiência espiritual. (Sl 1:1, 2; 23:4; 77:11, 12; Cl 1:13, 14; 2:6, 14, 15; Lc 10:17-20; Ef 5:19, 20; 6:12-18; 1Ts 5:23; 2Pe 2:9; 3:18; 2Co 3:17, 18; Fl 3:7-14; 1Ts 5:16-18; Mt 20:25-28; Jo 20:21; Gl 5:22-25; Rm 8:38, 39; 1Jo 4:4; Hb 10:25.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 11

Marcos Paseggi é profissional de tradução, escritor e pesquisador bíblico, que mora em Ottawa, Ontário, Canadá. Ele é também o tradutor da edição em espanhol da Adventist World.

Por Marcos PaseggiEsvaziando ouEnchendo?

O C R E S C I M E N T O E MCristo

errante será capaz de voltar para nosso lar. Pois, nossa casa estará cheia com a presença de Jesus para sempre. E quando Ele vive em nós e conosco, não podemos evitar que sejamos uma fonte de “água a jorrar para a vida eterna”(Jo 4:14).

Quem você prefere como hóspede? Um espírito errante do mal e seus malignos companheiros, ou Jesus?

Eu prefiro Jesus. ■

1 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.2 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Casa Publicadora Brasileira), p. 324.3 My Utmost for His Highest (Grand Rapids: Discovery House Publishers, 1995), leiturapara 27 de outubro.

Maio 2012 | Adventist World 21

Page 22: AW portuguese 2012-1005

Os Adventistas do Sétimo Dia estão em débito com El-len G. White (1827-1915) em muitos aspectos. Sem seus conselhos práticos e influência positiva, a Igreja

Adventista do Sétimo Dia seria, sem dúvida, muito diferente do que é hoje. Consideremos algumas dessas contribuições:

1 Aceitar a Bíblia como a autoridade final. Ellen White enaltecia constantemente a Bíblia como autoridade final para toda fé e prática. Ela escreveu: “Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para guiar homens e mulheres à luz maior” (O Colportor Evangelista, p. 125). Sua reverente apreciação pela Santa Escritura e aceitação de tudo o que está escrito nela, tornou-se um modelo para que o povo adventista do sétimo dia se transformasse em o “povo do livro”. Nossas doutrinas não são baseadas nas visões da irmã White, mas no estudo profundo da Palavra de Deus.

2 Confirmar a verdade bíblica e orientar a compreensão da nova luz. Ellen White desempenhou um papel significati-vo ancorando verdades bíblicas importantes na consciência coletiva dos adventistas do sétimo dia. Por meio deles ela ajudou a aprofundar nosso amor por Jesus Cristo e por todo ser humano que se encontra perdido. Sua paixão pelo evange-lismo moldou espiritualmente os adventistas desde seu início até aos dias de hoje.

3 Compreender o grande conflito entre Cristo e Satanás. Suas ideias inspiradas a respeito do plano de salvação e do grande conflito entre Cristo e Satanás deu aos adventistas do sétimo dia uma compreensão teológica singular sobre a sal-vação de Deus e a solução do problema do pecado. A atenção por ela dedicada à mensagem profética, especialmente para os livros de Daniel e Apocalipse, ajudou os adventistas a adquirir uma perspectiva teológica distinta que moldou nossa mensa-gem e identidade.

4 Ancorando a mensagem central da justificação pela fé. Sem Ellen White, a mensagem central da justificação pela fé não teria obtido sucesso e alcançado tal proeminência em

nossa Igreja. Seu reconhecimento e promoção da verdade com ênfase na justificação pela fé de A. T. Jones e E. J. Waggoner, na assembleia da Associação Geral de 1888, deu grande impulso a essa mensagem.

5 Apresentar uma mensagem de saúde plena e promover um estilo de vida saudável. Em uma época quando o con-sumo diário de carne era comum na América do Norte, ela promoveu a dieta vegetariana e inspirou uma revolução de alimentos saudáveis que começou com o Dr. John Harvey Kellogg criando os “corn flakes” (flocos de milho/Sucrilhos). Vários sanatórios inovadores foram estabelecidos para pro-mover a vida saudável.

Os estudos sobre saúde e longevidade em vários países mostram que os adventistas vivem em média, de sete a doze anos a mais do que a população em geral. Nenhuma outra Igreja protestante dirige tantos hospitais, centros médicos, sanatórios e indústrias de alimentos saudáveis como a nossa.

6 Promover a educação cristã. Ellen White tinha grande interesse pela educação. Ela promoveu conceitos abrangentes sobre a educação cristã e o valor do estabelecimento de escolas junto às igrejas. Também enfatizou a importância do lar na educação durante a primeira infância e escreveu conceitos valiosos sobre questões pedagógicas. Hoje, devido à sua influência mantemos o maior sistema educacional protestante do mundo.

7 Construir um ministério de publicação mundial. A extraordinária produtividade literária de Ellen White1 e seus conselhos sobre a importância da palavra impressa, nos ajudou a construir um ministério de publicação mundial que promove e distribui literatura e princípios cristãos, inclusive a Adventist Review (iniciada em 1849) e a Adventist World (em 2005).

8 Estabelecer uma organização e estrutura mundial eficiente. Sua orientação conduziu ao estabelecimento de uma Igreja com estrutura e organização eficientes, e que permite manter a missão mundial em mais de duzentos países.

A influência de um profeta

Por Frank M. Hasel

Terreno SólidoEstabelecendo a Igreja

em

D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

22 Adventist World | Maio 201222 Adventist World | Maio 2012

Page 23: AW portuguese 2012-1005

Frank M. Hasel, Ph.D., é diretor do Seminário Teológico e do Centro de Estudos Ellen G. White no Seminar Schloss Bogenhofen, na Áustria.

Terreno Sólido

% Leitores % Não Leitores

Forte relacionamento com Jesus Cristo 85 59

Certeza de estar bem com Deus 82 59

Estudo bíblico pessoal diário 82 47

Oferece apoio financeiro re-gular ao evangelismo local 76 46

Realiza culto familiar diariamente 70 42

Realizou estudos bíblicos com não adventistas durante o ano passado

45 26

Ganhou alguém para Cristo nos últimos três anos 46 33

Reúne-se regularmente com pequenos grupos de estudo ou de comunhão

40 20

P A T R I M Ô N I O L I T E R Á R I O D E E L L E N G . W H I T E

Formando Discípulos Para Cristo

Igreja Sem ProfetaSe refletirmos sobre como seria a Igreja Adventista do

Sétimo Dia sem a influência positiva de Ellen White, não precisaremos ir muito longe para encontrar uma comparação notável: a Igreja Cristã do Advento. São Adventistas guarda-dores do domingo, também originada do movimento mile-rita. Pouco depois do Grande Desapontamento em 1844, eles tinham cerca de 30 a 50 mil seguidores. Hoje, são cerca de 75 mil membros em 19 países.

Quando nossa igreja foi organizada em 1863, havia cerca de 3.500 adventistas do sétimo dia. Hoje, somos mais de 17 milhões de membros em mais de 200 países. Uma diferen-ça importante entre os dois grupos é essa: os ‘Cristãos do Advento’ rejeitaram o ministério profético de Ellen White. Os resultados são óbvios.2

O Impacto de Ellen White sobre Nossa Vida Espiritual.

Uma das bênçãos mais extraordinárias que a Igreja Adventista do Sétimo Dia já recebeu por intermédio do minis-tério de Ellen White, é o impacto positivo de sua contribuição sobre nossa vida espiritual como pessoa e coletivamente.

Há alguns anos, a Divisão Norte-Americana conduziu um extenso levantamento sobre o crescimento da Igreja. Parte da pesquisa analisou se existe diferença significativa entre os membros que leem regularmente os escritos de Ellen White e os que raramente o fazem. As respostas de mais de 8.200 adventistas do sétimo dia revelaram resultados fascinantes (veja quadro ao lado).

Em todas as categorias, o número dos que leem regu-larmente Ellen White foi significativamente maior do que daqueles que não leem.3 Os escritos da Sra. White estimulam o estudo pessoal da Bíblia, levam a uma experiência espiritual mais rica, aprofundam o relacionamento pessoal com Jesus Cristo e motivam o envolvimento na missão.

Ellen White não é uma substituição à Bíblia. Ao contrário, ela enaltece a Bíblia e nos ajuda a levar a sério a Palavra de Deus. Seu ministério foi um dom de Deus para que a igreja remanes-cente do fim dos tempos possa preparar o mundo para a breve volta de Cristo. Por isso, a palavra bíblica de 2 Crônicas 20:20 é relevante ainda hoje: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis” (ARA). ■

1 Ellen G. White escreveu mais de 5.000 artigos e 40 livros. É considerada a autora norte-americana mais traduzida. 2 James R. Nix, “The Light Still Shines”, devotional apresentado durante as reuniões administrativas da Comissão Diretiva da Associação Geral, 15 abril 2004.3 Cf. Roger L. Dudley and Des Cummings, Jr., “Who Reads Ellen White?” Ministry, October 1982,p. 10-12.

Maio 2012 | Adventist World 23

Page 24: AW portuguese 2012-1005

ePioneirosOs Ottleys de Trinidade

Neville Ethelbert Ottley encontrou o amor da sua vida no concerto do coral infantil em Porto Espanha, na ilha caribenha de Trinidade. Ele tinha onze anos.

Ela também, e era solista. Ela era adventista do sétimo dia, e ele anglicano. Ela estava perto de Belmont, sua cidade natal, enquanto ele estava muito longe da sua - São Francisco, a capital do sul da ilha. Entretanto, Neville estava feliz por estar longe de casa. Não por causa de Myra. Ele nunca havia se encontrado com a cantora de 11 anos de idade. Ao contrário, era porque seu lar era um lugar muito desagradável. Sua mãe havia morrido. Seu pai também. Até seus avós haviam mor-rido. A Sra. Smith, que todos chamavam de “Miss Pooney”, cuidou dele. Alguns da sua família, porém, não gostavam dele. Eles batiam nele constantemente. Por isso, o pobre órfão Neville estava ansioso por fugir de casa. O Sr. Williams, amigo da Sra. Smith, o ajudou a escapar.

O Sr. Williams era adventista do sétimo dia. Ele levou o menino para a Escola Sabatina. Ele não sabia que estava cuidando de um futuro engenheiro mecânico, líder de desbravadores, diretor de departamento da associação e diretor de colégio. Ele só estava ajudando um garotinho órfão. E foi assim que, na idade de onze anos, Neville ouviu Myra cantar.

Cantando JuntosCerca de duas décadas mais tarde, Neville e Myra forma-

ram um “dueto musical” quando o amor a Deus e à verdade uniu seus corações. Essa união seguiria abençoando durante 66 anos a igreja adventista do sétimo dia em Trinidade e muito além – muita coisa boa dada ao mundo, tanto por sua gentileza distinta como por seu trabalho de equipe. Neville contribuiu como carpinteiro talentoso e pessoa hábil na gestão de negócios. Myra, que ficou conhecida como uma chefe

silenciosa, lecionava para a pré-escola e jardim da infância durante toda a semana e aos sábados também, e dirigia a creche de sua propriedade. Os dois eram conhecidos pelo belo jardim, forte disciplina e doce música – em duetos ou com seus quatro filhos: Nevilla, Geraldine, Myron e Ruby –, realmente divino! No Caribe, muitos lideres adventistas sabem que têm um débito de gratidão para com Neville e Myra pela influência desses dois obreiros de Deus no Caribbean Union College (CUC), hoje Universidade do Sul do Caribe (USC).

As circunstâncias daquela união tornam a narrativa sur-preendente. Neville havia decidido orar sobre o futuro de seu relacionamento com certa moça. Com os olhos fechados, ele abriu a Bíblia e colocou o dedo sobre um texto. Então, abriu os olhos. Como lembra mais tarde, as palavras ali descritas mostravam não ser aquela (jovem) “alguém para edificar a casa” (talvez, 1Cr 17:4?).

Ele entendeu que aquilo significava que não poderia formar uma família, caso se casasse com quem estava namo-rando. Guiado por sua resposta, Neville terminou o namoro. Ele encontrou outra pessoa: Myra. Quando começaram a namorar ambos já tinham quase 30 anos de idade.

Myra sabia que Neville tinha muitos amigos. Ela também tinha. Quando ela lhe perguntou por que a escolheu entre as outras, ele estava pronto com sua resposta profundamente espiritual: “A Bíblia me dirigiu.” Eles se casaram em 1943, e criaram quatro filhos lindos que continuaram, e expandiram bastante, seu ministério de testemunho e de música na Igreja Adventista do Sétimo Dia. O mais impressionante para alguns, mas não para o consciencioso Neville – sua namorada anterior se casou, mas nunca teve filhos. Deus dirige as coisas por caminhos misteriosos.

Por Lael Caesar

Cantores

H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

24 Adventist World | Maio 2012

Page 25: AW portuguese 2012-1005

Lael Caesar é editor associado da Adventist World.

Ele se tornou o portador moderno do título de Davi “o doce cantor de Israel”.

Servindo em TrinidadeApós insistentes convites, Neville e Myra concordaram

em deixar seu lar na Califórnia, em dezembro de 1959, para voltar ao lugar onde dariam sua maior contribuição para o desenvolvimento do Adventismo – Trinidade e Tobago, sua terra natal. Haviam se mudado para a Califórnia após estudarem entre 1945 a 1951 no Emmanuel Missionary College (EMC), atual Andrews University. Neville também fez outras contribuições enquanto estudava.

Ele ajudou o “tio Dan” a montar o protótipo do programa infantil de rádio, Your History Hour (Hora da Sua História), hoje famoso em todo o mundo. Sua habilidade com carpinta-ria lhe garantiu um trabalho na marcenaria do colégio. O primeiro emprego quando adolescente em Trinidade foi numa serraria. Apenas um mês de prática o qualificou a construir uma caixa de dinheiro no formato de um livro. Motivado e talentoso, estudou carpintaria no Instituto Royal.

No EMC, logo reconheceram seu talento e o transfor-maram de funcionário-estudante em profissional de tempo integral.

Quando voltou ao CUC, Nevill serviu inicialmente como professor de matemática. Décadas depois, os alunos ainda se lembram como ele dava vida à matemática, de um jeito novo, tornando compreensível o que antes era um mistério. Neville também teve que fazer a matemática compreensível quando mais tarde se tornou o diretor administrativo do colégio. Naquele tempo o CUC tinha apenas dois admi-nistradores: o presidente e o diretor administrativo. Nessa função, Neville era a pessoa que determinava quão satisfa-tórios seriam os planos financeiros dos alunos. Sua voz de tenor lírico soava em forte contraste com a firmeza de sua administração financeira.

Esse homem criativo que construiu todos os móveis de sua casa quando se casou com Myra, desejava não apenas gerenciar a propriedade do colégio, mas ensinar seus alunos a importância da responsabilidade financeira. Embora ele fosse um administrador financeiro, ou, um tipo diferente de geren-te financeiro, nunca compreendeu porque os bancos faziam empréstimos para pessoas com contas pendentes.

Neville, entretanto, não é lembrado por falta de compai-xão. Uma multidão de filhos “adotivos” lembra-se dele como se fossem seus filhos e netos, um pai severo mais amoroso. Ele era o pai, por assim dizer, de dúzias a mais de filhos além dos que nasceram dele e Myra. Por longos anos, todos sabiam que podiam contar com ele para assistência numa grande variedade de assuntos, desde finanças e educação dos filhos a reparos nas suas casas ou para ajudá-los a comprar uma.

Como dizia Myra: “aquilo que Neville nunca obteve no lar da sua infância, ficou feliz em oferecer à próxima geração.”

Os deveres oficiais de lecionar e administrar são apenas parte do grande legado de Ottley para o Adventismo no Caribe e Trinidade. Talvez porque não fosse justo dizer “não” para estudantes pobres, mas cheios de esperança, Neville é carinhosamente lembrado pelos cultos vespertinos que diri-gia no campus, descrito nas páginas do Valley Echoes de 1964, uma publicação anual da universidade. Ele também fez muito para melhorar a parte física. Gerações posteriores ouviram de seu trabalho como segundo administrador da escola. Muitos, porém, na USC ainda se beneficiam de seu gênio altruísta, sem ao menos perceber o quanto devem a ele. Eles não sabem que alguns dos prédios que ocupam ali é resultado da sua obra arquitetônica.

Acima de tudo, porém, foi o seu canto que o tornou que-rido no coração de muitas audiências por toda Trinidade, e todos os outros lugares por onde foi. Ele se tornou o moder-no portador do título do rei Davi, “o doce cantor de Israel”. Ao retornarem para os Estados Unidos, após completarem oito anos de serviço frutífero no Caribe, Neville foi privilegia-do ao se tornar membro do famoso National Choral Society sob a regência de Francisco de Araújo. Ele também fez recitais como solista e encantou muitos casamentos com sua bela interpretação da música “The Wedding Prayer”.

ConclusãoDeus abençoou Neville e Myra com longa vida para que

pudessem fazer o bem em Seu nome para Seu povo e Sua causa. Neville tinha quase 96 anos quando descansou no Senhor. Myra o seguiu quase dois anos mais tarde, com a idade de 97 anos. A doce música de sua vida continua hoje a ser cantada por gerações de Ottleys que são líderes na Igreja, educadores, cantores, instrumentistas, arranjadores e maes-tros. Os dois instrumentos mais visíveis do impacto musical de Ottley são: a escola de música Ottley, dirigida já há três décadas por Nevilla, sua filha mais velha e o Metro Singers, aclamado internacionalmente e dirigido pelo filho Myron. Ambos com sede em Hyattsville, Maryland, EUA. Estes são legados dignos do nome Ottley, tão altamente respeitado e profundamente reverenciado pelos adventistas do Caribe e muitos mais, graças ao trabalho de Neville e Myra Ottley. Em breve, cantaremos com eles na glória! ■

cantor de Israel”.cantor

Maio 2012 | Adventist World 25

Page 26: AW portuguese 2012-1005

R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Não tenho certeza se eu

chamaria de “repreensão”

mas compreendo o que imagino ser

maior preocupação. O desinteresse de Jesus

em permitir que Maria ajudasse Marta a preparar a refeição, dá a impressão de que oferecer alimento para os outros em espírito de

serviço é incompatível com o ato de ouvir Jesus. Parece que Ele está desvalorizando o trabalho da mulher em casa. Porém, antes de concluirmos qualquer coisa, devemos examinar o texto na perspectiva dos ensinamentos de Jesus, levando em consideração algumas práticas culturais daquela época.

1. Marta é a anfitriã: Ao Jesus se aproximar da cidade onde moravam Marta e Maria, é Marta quem vai ao Seu encontro para convidá-Lo a ir à sua casa. Jesus está sempre disposto a aceitar tais atos de genuína hospitalidade. Lucas fala de outras pessoas que também convidaram Jesus. Levi convidou Jesus para um banquete em sua casa (Lc 5:27-29); Ele foi convidado por fariseus (Lc 7:36; 11:37) e até por um fariseu notável (Lc 14:1). No caso de Zaqueu, Jesus convidou a Si mesmo; mas o publicano ficou muito feliz em recebê-Lo (Lc 19:5, 6). O caso de Marta é o único exemplo onde vemos Jesus aceitando o convite para uma refeição, feito por uma mulher. Jesus aceitou tal convite para quebrar barreiras, para demonstrar que Seu ministério era inclusivo (Lc 7:33-35), ensinando e ilustrando por Sua própria conduta como é o reino de Deus. Sentar-Se à mesa não era simplesmente uma questão de comer, mas a única oportunidade de ensinar àqueles que o convidavam. Marta convidou Jesus sabendo que era a responsável pela comida e que o Rabino usaria sua casa como um centro de ensino.

2. Preocupação com a comida: Provavelmente Jesus não estivesse viajando sozinho. Consequentemente, Marta tinha que preparar a refeição para várias pessoas. O texto diz que Marta estava “ocupada (literalmente, ocupada/estressada) com muito serviço” (Lc 10:40, NVI). Ela estava sobrecarrega-da com a quantidade de trabalho que precisava ser feito para o Convidado de honra. Maria, sabendo que durante a refeição o Rabino ensinaria, decidiu sentar-se ao lado dEle, aos Seus

pés; a postura de um discípulo que está ansioso para aprender com seu professor. O principal objetivo de Jesus estava sendo alcançado naquela refeição com amigos.

O pedido que Marta fez a Jesus é compreensível. Ela precisava de ajuda para cumprir adequadamente suas responsabilidades como anfitriã. O contraste é interessante: Maria está em silêncio enquanto recebe instrução; Marta fala fazendo um pedido ao Mestre. A resposta de Jesus é gen-til, porém clara. O vocativo duplo: “Marta, Marta!” expressa simpatia e envolvimento emocional. Ele Se importa com ela e pelo que está fazendo, mas ela tem que compreender que há algo mais importante do que o pão material. O assunto se torna prioridade. Parece que Ele está dizendo a ela que não é necessário oferecer uma refeição extraordinária; ela não precisava esgotar-se. Diz a ela que Seu objetivo princi-pal naquela refeição era compartilhar a mensagem do reino de Deus.

Como o assunto era prioridade, Maria escolheu a melhor porção (refeição).

3. Mulher como estudante: O que Jesus fez na casa de Marta foi extraordinário no contexto dos costumes judaicos da época.

Geralmente, as mulheres não eram expostas à educação formal. Eram instruídas pelas mães, em casa, nas questões re-lacionadas à lei de pureza e impureza e das responsabilidades domésticas. Que um rabino pudesse instruir pessoalmente uma mulher, era impensável no judaísmo do primeiro século. As mulheres podiam aprender na sinagoga, mas sua frequên-cia à sinagoga era esporádica devido ao seu ciclo menstrual e ao fato de que tinham de cuidar dos filhos.

Naquele contexto, o evento na casa de Marta era especial. Jesus está ensinando Maria, e pedindo a Marta para vir e aprender com Ele. Ao mesmo tempo, alivia seu fardo e a liberta a fim de que seja mais eficiente em Seu serviço. Ela também poderia ser discípula. ■

Ángel Manuel Rodríguez é ex-diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.

Por que Jesus repreendeu Marta

por ter pedido que Maria a ajudasse na cozinha?

(Lc 10:38-41).

Mulher LugarO

da

26 Adventist World | Maio 2012

Page 27: AW portuguese 2012-1005

E S T U D O B Í B L I C O

Apreocupação e sua irmã gêmea, a ansiedade, são duas das emoções mais debilitantes quando invadem nossa mente. Elas drenam nossa energia, obliteram nossa alegria e

provocam um impacto negativo na saúde. Deus tem planos muito melhores para nossa vida do que vivermos paralisados pelo medo, pela preocupação e ansiedade. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10:10).

Embora não possamos controlar nossas emoções o tempo todo, podemos aprender a lidar com elas. Nesta lição desco-briremos como lidar com a preocupação e como controlar a ansiedade e o medo.

1 Leia Salmo 37:8. Quando ficamos irritados com o rumo que nossa vida está tomando, ou angustiados quanto ao futuro e nos enchemos de preocupação, qual é o efeito sobre nossa saúde mental e espiritual?O salmista é claro: Quando estamos aflitos, que é o mesmo que preocupados, a única consequência é a destruição de todo o ser.

A preocupação excessiva ou a ansiedade libera uma propriedade química nociva à nossa circulação sanguínea que destrói a saúde.

O medo também anuvia nossa visão para as possibilidades que Deus tem de fazer o impossível e de resolver a situação.

2 Leia Salmo 34:3 a 7. Que solução o salmista oferece como remédio para o medo?Quando glorificamos ao Senhor e louvamos o Seu nome por Sua bondade, Ele nos liberta do medo e da preocupação. Uma das razões pela qual nos preocupamos tanto é porque olhamos para a direção errada.

Alguém disse: “Quando olho para os meus problemas, eles aumentam; mas quando olho para Jesus, meus problemas desaparecem.” É obvio que isso não significa que se estivermos comprometidos com Jesus, não teremos problemas. Significa que com Ele, descobriremos a solução para eles.

3 Leia Filipenses 4:6 e 7. Como o apóstolo Paulo aconselha os crentes de Filipos a lidar com a ansiedade? Qual será o resultado de seguir o conselho de Paulo?

Ao levarmos as preocupações a Jesus e apresentar a Ele nossa ansiedade com gratidão e confiança de que Ele vai nos libertar da angústia, Ele promete encher nosso coração com a paz que excede todo o entendimento humano.

4 Que segurança deu Paulo ao jovem Timóteo em 2 Timóteo 1:7?O amor quebra as correntes do medo e liberta das garras da preocupação. Quando estamos cheios do amor de Deus, temos a mente renovada e saudável. Veja também 1 João 4:18.

5 No Sermão da Montanha, Jesus aconselhou Seus discípulos a não se preocuparem com problemas imediatos e desafios futuros. O Mestre afirmou ser totalmente capaz de suprir suas necessidades. Leia Mateus 6:25 a 34. Faça uma lista de todas as coisas pelas quais Jesus disse para não nos preocuparmos.Depois faça uma lista das razões básicas por que não adianta nos preocuparmos (verso 27).

6 Leia Mateus 11:28 a 30. Que convite bondoso faz o Salvador para aqueles cuja mente está carregada com preocupação?Que Salvador compassivo e amoroso! Ele nos convida a deixar todas as preocupações aos Seus pés. Ele é completamente capaz de lidar com elas. Seus ombros são largos e fortes o suficiente para suportá-las.

Preocupação e ansiedade são emoções. As circunstâncias da vida fazem essas emoções invadirem nossa mente, mas podemos escolher o que fazer com elas. Podemos abrigar pensamentos negativos, projetar o pior resultado possível na tela de nossa mente, ou conscientemente levar cativo todo pensamento à obediência a Cristo” (2Co 10:5) e depositá-los aos Seus pés.

Podemos escolher colocar “sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês” (1Pe 5:7). Ao cultivarmos um espírito confiante quando enfrentamos os desafios da vida, a preocupação não dominará mais nossa mente, nem controlará nossos pensamentos.

Louvado seja o santo nome de Deus! ■

com aLidando

Preocupação

M A R T I N W A L L S

Por Mark A. Finley

Maio 2012 | Adventist World 27

Page 28: AW portuguese 2012-1005

Dentro das CidadesA Juventude Adventista de Negros Oriental e a Missão Siquijor, nas Filipinas organizaram um reavivamento espiritual no período de 9 a 18 de abril de 2012. Um dos desafios era decidir onde o evento deveria acontecer. Então, senti que deveria dar uma olhada em alguns exemplares antigos da revista Adventist World. Deus conduziu minha mão para que eu achasse o exemplar de outubro de 2011, com o seguinte artigo de capa: “Dentro das Cidades.” O artigo: “Com Braços de Amor”, escrito por Gary Krause, foi definitivamente a resposta que eu precisava. Isso me ajudou a sugerir para a nossa equipe a possibilidade de fazer o evento na cidade. Senti a necessidade das pessoas nesse lugar, onde estão muitos dos nossos amigos. Como Ellen White escreveu: “O Senhor tem chamado nossa atenção para as multidões negligenciadas nas grandes cidades; contudo, tem sido dada pouca consideração ao assunto” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 537).

Silverwynn Ada Llena Zamboanguita, Negros Oriental, Filipinas

O Que Faz Um Culto ser Adventista?Devo confessar que não leio todos os artigos da revista Adventist World, mas o exemplar de setem-bro de 2011 foi realmente uma joia rara! Os tópicos examinados são de alta qualidade e profundida-de. Desejo apoiar e in-

Onde Está Deus?Obrigado pelo excelente conteúdo no exemplar de janeiro de 2012. Estou me referindo ao artigo “Por Causa de Suas Palavras” por Bill e Heather Krick, e “Onde Está Deus Quando Você Precisa DEle?” por John Skrzypaszek.

Não tenho resposta para a carta. Porém, Deus está no mesmo lugar em que estava quando Seu amado Filho, Jesus Cristo, morreu na cruz e ressusci-tou no terceiro dia vencendo a morte. A graça de Jesus, o amor de Deus o Pai e a comunhão com o Espírito Santo sempre estarão com todos que os buscarem.

Heitor Aparecido dos Santos Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil

Há EsperançaEstou escrevendo em resposta ao estudo bíblico do Pr. Mark A. Finley, intitulado “Existe Esperança” (janeiro de 2012).

Certo dia, bem cedo de manhã, passei por um momento de grande desânimo ao pensar no que o mundo estava se transformando. Perguntei a mim mesma: “Que tipo de esperança eu tenho? Como poderei sobreviver

aos tempos que estão por vir? Será que estarei pronta?” Chorei amargamente enquanto admitia minha própria condição de pecadora e tudo o que eu conseguia pensar era: “que tipo de espe-rança tenho eu? Naquele mesmo dia eu recebi esta revista e li a seção do estudo bíblico. Meu fardo foi instantaneamente aliviado, porque Deus me reafirmou que Ele é a minha esperança e que Ele é digno de confiança.

Sherrie Monique Bell Coon Rapids, Minnesota, Estados Unidos

Experiências de OraçãoO artigo escrito por Janet Page, “Operação Chuva Global” (novembro de 2011), destacou a iniciativa mundial de oração da Igreja. Não seria inspira-dor ler numa edição futura da revista Adventist World, algumas das experiên-cias vivenciadas pelas igrejas que oram? Acredito que seria bastante encorajador para os leitores.

Helmut MayerAlemanha

Cartas

Eu senti necessidade de pessoas nesse lugar.

A H M E D A L - S H U K A I L I

– Silverwynn Ada Llena, Zamboanguita, Negros Oriental, Filipinas

T R O C A D E I D E I A S

28 Adventist World | Maio 2012

Page 29: AW portuguese 2012-1005

Das pessoas que se exercitam 21 minutos por dia, 65 por cento sentem menos canseira durante o mesmo.

Fonte: Mental Health and Physical Activity

Minutos por Dia21

centivar ao presidente mundial da Igreja, pastor Ted N. C. Wilson na sua visão do que deve constituir o verdadeiro culto de adoração a Deus.

O assunto “O Que Faz um Culto Ser Adventista?” deveria ser usado por todos os pastores para aumentar a cons-ciência de nossos membros acerca desse tema. Eu moro nas Antilhas Francesas e pertenço a uma congregação de aproxi-madamente 1000 membros.

Quando se vive no Caribe, tão cheio de folclore e tradições, muitas vezes não é fácil fazer boas escolhas, especialmen-te quando se trata de escolhas musicais. Quando os diálogos e debates sobre isso são evitados, podemos facilmente perder a visão do que é um culto, e isso pode rapidamente se transformar num show; um show bem feito talvez, mas não para a glória de Deus.

Que Deus permita que nossos líde-res de música e pastores estejam mais alertas para a seriedade de nossos tem-pos, e que nós nos voltemos para o que é reto e santo para a glória do Senhor.

Louise-Marie Fortas LouriMartinique

Novos CorposEstou agradecida a Deus pela revista Adventist World, que tem sido uma grande ajuda no fortalecimento da minha fé. Eu também compartilho seus artigos inspiradores com alguns amigos. O artigo de Edna Olsen, intitulado “Novos Corpos” (setembro de 2011), foi cheio de humor e ao mesmo tempo re-velou como os esforços de pessoas fúteis se projetam na preservação da vida.

Na realidade, nós apenas tentamos administrar os riscos. Nossa vida está nas mãos dEle.

Florence OfovweNigéria

Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@adventistworld. org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua em sua carta o nome do artigo e a data da publicação. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

RESPOSTA: Três membros da Igreja Adventista de Nuevo Laredo-Cavazos correram a Maratona Powerade 2010 em Monterrey, Nuevo León, México. Eles correram para honrar a Jesus e destacar o estilo de vida Adventista.

PelosNúmerosA idade média dos

habitantes do mundo

em 2000 era de 26 anos.

Em 2050, espera-se que

esse número cresça

para 37 anos.

Fonte: Nações Unidas

LugaréEsse?

Que

Maio 2012 | Adventist World 29

Page 30: AW portuguese 2012-1005

Glória a Deus! Peço orações por um trabalho que seja satisfatório e remune-re melhor. Já trabalhei em marketing, contabilidade… e em firmas de advo-cacia. Também estou orando a fim de que Deus me mostre a pessoa ideal para casamento.

Peter, Zimbábue

Por favor, orem pelos nossos gêmeos para que sejam saudáveis. Talvez um deles tenha síndrome de Down.

Monica, Argentina

Tenho vivido de uma maneira não muito cristã ultimamente; por favor, orem para que eu retome aos caminhos do Senhor.

Catherine, Quênia

Por favor, orem por Srikanth, sua família e sua igreja na Índia. Eles estão passando por dificuldades financeiras e problemas de saúde. Orem também pela cura de um dos meus olhos e pela minha mãe.

Carol, Estados Unidos

Uma pesquisa feita no Taiwan indica que aqueles que comem dois kiwis uma hora antes de dormir, todas as noites, durante quatro semanas, pegam no sono 35% mais rápido do que aqueles que não o fazem. Kiwis contém seroto-nina, uma substância química que regula o ciclo do sono.

É comum ver familiares dos pacientes atendidos pelo Hospital Béré, no Chade, trabalhando nos jardins da instituição para ajudar a custear as despesas do tratamento. Para saber mais sobre o Hospital Adventista Béré, veja o artigo de capa deste mês: “Esperança Quando Não Há Cura.”

Todos enfrentamos

diferentes tipos de desafios.

Mas, se nos escondermos

atrás das dificuldades

não perceberemos a medida

da graça de Deus que

pode nos transformar no

que Ele quer que sejamos. – Larry R. Valorozo,

Bologna, Itália

R Á P I D ODurma

C A S O V O C Ê E S T E J A S E P E R G U N T A N D O

Adventist World Instantâneos da

Fonte: Men’s Health

O mundo tem:

Fonte: General Conference Communications/Wikipédia

31.000Lanchonetes McDonald’s

Igrejas Adventistas do Sétimo Dia

71.048

T R O C A D E I D E I A S

GRATIDÃOOração

mais

30 Adventist World | Maio 2012

Page 31: AW portuguese 2012-1005

5OA T É P A L A V R A S

■ Quando era estudante em nossa escola, Paul Weisner, nosso diretor, era um homem muito ungido. Toda vez que ele orava, parecia que Deus estava naquela sala conosco.

– Richard, Toronto, Canadá.

■ Fui um dos muitos estudantes da Universidade de Loma Linda que teve aulas com A. Grahm Maxwell. Sua pergunta “O que esse texto nos fala sobre Deus?” é algo que me pergunto frequente-mente, enquanto estudo a Bíblia, até hoje.

– Katie, Perth, Austrália.

■ Apesar de nunca o ter conhecido, meu pastor/ professor de Bíblia favorito é Morris Venden. Já li todos os seus livros. Quando me sentia tentado a pensar que nunca seria bom o suficiente para ser salvo, era incentivado a ter certeza pela fé por intermédio dos videos e fitas de audio de Venden.

– Phillipe, Cidade do Cabo, África do Sul.

Na próxima edição, conte-nos com até 50 palavras sobre o seu hino favorito. Mande sua resposta para [email protected]. Coloque no título o seguinte assunto: “Meu hino favorito”.

Meu pastor/professor...

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para [email protected]. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600 E.U.A.

Eu peço orações para as muitas e per-plexas situações que têm acontecido em minha família, e para que eu enten-da que mesmo a escuridão parecendo não ter fim, Deus está conosco. Estou preocupada especialmente com minha filha que está na África do Sul.

Keffie, via e-mail

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee

Editores em Silver Spring, Maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

Editores em Seul, Coreia do SulChun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man

Editor On-lineCarlos Medley

Coordenadora Técnica e de RevisãoMerle Poirier

ColaboradorMark A. Finley

ConselheiroE. Edward Zinke

Administrador Financeiro Rachel J. Child

Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste

Assistente do Editor Chefe Gina Wahlen

Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Brett Meliti

ConsultoresTed N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: [email protected]: www.adventistworld.org

Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 8, Nº 5

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

favorito...

GRATIDÃOOração

Somos uma família pobre. Já fui operado, mas ainda sinto dores. Por favor, ore por nós.

Jean Claude, Burundi

Maio 2012 | Adventist World 31

Page 32: AW portuguese 2012-1005

Uma Família. Um Mundo. Adventist World.

*Professor Ongeri é Ministro da Educação no Quênia.

Ele trabalha incansavelmente para melhorar as condições

educacionais em seu país.

Todo mês a Adventist World chega às mãos deste professorO honorável diplomata e professor

Sam K. Ongeri* lê a Adventist World para se

manter em contato com sua família adventista

do sétimo dia de todo o mundo. Você também

pode ficar ligado à sua família da Igreja. Se a

Adventist World não é distribuída gratuita e

regularmente em sua igreja, entre em contato

com o Departamento de Comunicação.