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ISSN 2238-3077
Sistema de Avaliação Baiano da Educação - SABE
REvIStA PEdAgógIcAMatemática e suas tecnologias
2ª série do Ensino Médio e3ª série da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio
ENSINO MÉDIO
SEÇÃO 1
Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio
SEÇÃO 2
Interpretação de resultados e análises pedagógicas
SEÇÃO 3
Os resultados desta escola
SEÇÃO 4
desenvolvimento de habilidades
EXPERIÊNcIA EM FOcO
AvALIE ENSINO MÉdIO2012
Avalie Ensino Médio
ISSN 2238-3077
Sistema de Avaliação Baiano da Educação - SABE
Revista PedagógicaMatemática e suas tecnologias
2ª série do Ensino Médio e 3ª série da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio
Avalie Ensino Médio
govERnAdoR
JAQUES WAGNER
viCE-govERnAdoR
OTTO ALENCAR
SECRETáRio dA EdUCAção
OSVALDO BARRETO FILHO
SUBSECRETáRio
ADERBAL CASTRO MEIRA FILHO
CHEfE dE gABinETE
PAULO PONTES DA SILVA
SUPERinTEndÊnCiA dE AComPAnHAmEnTo E AvAliAção do SiSTEmA EdUCACionAl
ENI SANTANA BARRETTO BASTOS
CooRdEnAção dE AComPAnHAmEnTo, AvAliAção E infoRmAçÕES EdUCACionAiS
MARCOS ANTÔNIO SANTOS DE PINHO
CooRdEnAção dE AComPAnHAmEnTo E AvAliAção
FÁTIMA CRISTINA DANTAS MEDEIROS
EQUiPE TÉCniCA dA AvAliAção
ADINELSON FARIAS DE SOUZA FILHO
EDILEUZA NUNES SIMÕES NERIS
GUIOMAR FLORENCE DECOLO CARVALHO
ÍNDIA CLARA SANTANA NASCIMENTO
LINDINALVA GONÇALVES DE ALMEIDA
NEIRE GOES RIBEIRO BRIDE
RITA DE CÁSSIA MOREIRA TRINDADE
ROGÉRIO DA SILVA FONSECA
SANDRA CRISTINA DA MATA NERI
ENSINO MÉDIO
govERnAdoR
JAQUES WAGNER
viCE-govERnAdoR
OTTO ALENCAR
SECRETáRio dA EdUCAção
OSVALDO BARRETO FILHO
SUBSECRETáRio
ADERBAL CASTRO MEIRA FILHO
CHEfE dE gABinETE
PAULO PONTES DA SILVA
SUPERinTEndÊnCiA dE AComPAnHAmEnTo E AvAliAção do SiSTEmA EdUCACionAl
ENI SANTANA BARRETTO BASTOS
CooRdEnAção dE AComPAnHAmEnTo, AvAliAção E infoRmAçÕES EdUCACionAiS
MARCOS ANTÔNIO SANTOS DE PINHO
CooRdEnAção dE AComPAnHAmEnTo E AvAliAção
FÁTIMA CRISTINA DANTAS MEDEIROS
EQUiPE TÉCniCA dA AvAliAção
ADINELSON FARIAS DE SOUZA FILHO
EDILEUZA NUNES SIMÕES NERIS
GUIOMAR FLORENCE DECOLO CARVALHO
ÍNDIA CLARA SANTANA NASCIMENTO
LINDINALVA GONÇALVES DE ALMEIDA
NEIRE GOES RIBEIRO BRIDE
RITA DE CÁSSIA MOREIRA TRINDADE
ROGÉRIO DA SILVA FONSECA
SANDRA CRISTINA DA MATA NERI
ENSINO MÉDIO
PREzAdoS(AS) EdUCAdoRES(AS),
É com muita satisfação que apresentamos à comunidade educacional a segunda edição das publicações
do Avalie Ensino médio, avaliação externa realizada em parceria com o Centro de Políticas Públicas e
Avaliação da Educação da Universidade de Juiz de fora (CAEd). nossa intenção é que estas publicações
sejam um canal de diálogo com as unidades escolares, como uma ferramenta importante à adoção de
medidas pedagógicas e administrativas que assegurem o direito subjetivo de aprender dos estudantes
do Ensino médio. As publicações são compostas de três volumes: Revista Pedagógica, Revista da gestão
Escolar e Revista do Sistema de Avaliação.
A Revista Pedagógica é destinada ao professor e traz informações sobre o resultado da escola e disciplina
avaliada, veiculando também a concepção, os fundamentos, os pressupostos da avaliação e alguns relatos
de experiências bem sucedidas.
na Revista da gestão Escolar são encontradas informações relativas aos resultados da escola nas
disciplinas avaliadas e dados contextuais direcionados aos gestores das instituições de ensino. A revista
traz, ainda, relato de práticas positivas de gestores no desenvolvimento do trabalho escolar.
A Revista do Sistema de Avaliação é destinada às equipes gestoras da Secretaria da Educação. Ela
contextualiza o histórico do programa, com uma linha do tempo, trazendo também resultados gerais e
por diretoria regional, assim como artigos sobre temas educacionais e impressões de dirigentes do órgão
central sobre a avaliação.
As publicações ora apresentadas deixam as marcas do processo vivenciado por diversas pessoas, em
diferentes espaços geográfi cos deste estado e fora dele, no desafi o de fazer da avaliação uma ferramenta
do processo de ensino, de aprendizagem e de gestão, por meio do Sistema de Avaliação Baiano da
Educação (SABE). Elas juntam-se a outras iniciativas do governo do Estado da Bahia na busca por uma
educação em que os estudantes e educadores ressignifi quem as suas aprendizagens, seus processos
formativos e se reafi rmem como sujeitos de direito, numa educação com características emancipatória
e inclusiva.
Osvaldo Barreto Filho, Secretário da Educação do Estado da Bahia
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia tem desenvolvido ações voltadas para o
acompanhamento das unidades escolares e para a formação de professores, considerando os dados
produzidos pelas avaliações externas, para subsidiar o diálogo com os diversos atores envolvidos
com a educação e favorecer o desenvolvimento de propostas interventivas, contextualizadas e
sistemáticas que favoreçam o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes.
dentre as ações voltadas para o acompanhamento das unidades escolares foi criado, em 2011,
o PAiP (Projeto de monitoramento, Acompanhamento, Avaliação e intervenção Pedagógica)
na Rede de Ensino da Bahia com o objetivo de fortalecer o diálogo do órgão Central com
as unidades escolares, subsidiando os momentos de refl exão e planejamento de ações
interventivas, necessárias para a melhoria dos processos de ensino e da aprendizagem.
Para o desenvolvimento das ações do Paip foram constituídos núcleos de Acompanhamento Central
e Regional (nupaip), que são responsáveis pelo trabalho de acompanhamento e formação continuada
nas unidades escolares das 33 diretorias Regionais de Educação. As ações implementadas
possibilitam a construção de Planos de intervenção pelas unidades escolares com objetivos, metas
e atividades voltadas para a melhoria dos indicadores apresentados nos resultados do Avalie Ensino
médio.
os processos formativos realizados pelo nupaip promovem discussões regulares com gestores
e docentes acerca do idEB e sua composição, considerando os resultados das avaliações
externas e internas no Planejamento Pedagógico. implicam também a abordagem de temas para
serem estudados e debatidos nas Atividades Complementares - AC, acerca do idEB, avaliações
externas e avaliações da aprendizagem, currículo, processo de ensino e de aprendizagem e
diversidade, dentre outros, com orientações para a realização da AC no coletivo da unidade
escolar, utilizando as publicações do Avalie Ensino médio e outros documentos da Rede.
Para o fortalecimento da aprendizagem dos estudantes do Ensino médio foi criado também em
2011, o Programa Ensino médio em Ação (Em-Ação) que, por meio de material didático produzido
pela equipe de professores do estado da Bahia, oferece formação aos professores e suporte
pedagógico aos estudantes. As discussões do EM-Ação com os professores do Ensino Médio
utilizam também os resultados do Avalie. o programa, ao observar os resultados obtidos nesta
avaliação, executa algumas de suas ações, no sentido de suprir as lacunas conceituais dos
estudantes, orientando-os a prosseguir nos estudos e a ampliar os seus conhecimentos.
JUnToS vAmoS gARAnTiR AoS ESTUdAnTES o diREiTo dE APREndER
o Ensino médio com intermediação tecnológica - EmiTec é um dos programas estruturantes
da Rede Pública Estadual de Ensino que articula projetos e ações que visam à melhoria da
aprendizagem dos estudantes do Ensino médio, por meio da diversifi cação e inovação das
práticas curriculares.
o EmiTec visa assegurar a jovens e adultos que moram em localidades que não tem unidades
escolares de Ensino médio, o acesso, a permanência e a conclusão da educação básica,
possibilitando-lhes dar continuidade aos estudos em outro nível de ensino. Com essa ação é
possível suprir a carência de professores com qualifi cação em disciplinas específi cas das áreas
do conhecimento que compõem o Ensino médio na Bahia. Assim, o referido programa busca
garantir aos sujeitos o direito à educação, na localidade em que moram, respeitando os saberes
acumulados e a cultura local.
A metodologia básica do programa é a intermediação tecnológica e possibilita: aulas ao vivo
realizadas em uma moderna plataforma de telecomunicações, via satélite; interação em tempo
real; uso da Plataforma moodle (Ambiente virtual de Ensino) para oferecer suporte teórico e
metodológico aos professores especialistas e mediadores do Programa.
os resultados do Avalie têm contribuído para o redimensionamento da prática pedagógica e
favorecido a inclusão ou intensifi cação de pontos que os estudantes têm revelado a necessidade
de mais atenção ou que carecem de maior e melhor abordagem. Assim, esses dados repercutem
na metodologia que o professor escolhe para elaboração do seu material, provocando uma
ação mais refl exiva sobre o processo de ensino e de aprendizagem.
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia também tem oportunizado aos professores
formação on-line sobre avaliação e apropriação dos resultados, bem como ofi cinas de
elaboração de itens e encontros presenciais para discussão dos resultados das avaliações,
com a intenção de aproximar os professores dos dados produzidos pelo Avalie e de revelar os
aspectos que precisam de mais atenção e que ainda não foram alcançados pelos estudantes,
bem como as condições para isso. Com esse objetivo, o Avalie tem desempenhado importante
papel revelador de difi culdades e de habilidades ainda não reveladas pelos estudantes e tem
auxiliado o replanejamento das estratégias a serem adotadas pelos professores para chegar até
os estudantes, considerando as condições apontadas na avaliação.
SuMáRIo
2. INtERPREtação dE RESultadoS E
aNálISES PEdagógIcaS PágINa 18
1. avalIação: o ENSINo-aPRENdIzagEM coMo dESafIo PágINa 12
EXPERIÊNcIa EM foco
PágINa 56
4. dESENvolvIMENto dE habIlIdadES PágINa 47
3. oS RESultadoS dESta EScola PágINa 45
1
um importante movimento em busca da qualidade da educação
vem ganhando sustentação em paralelo às avaliações tradicionais:
as avaliações externas, que são geralmente em larga escala e
possuem objetivos e procedimentos diferenciados daquelas
realizadas pelos professores nas salas de aula. Essas avaliações são,
em geral, organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva
dos estudantes e aplicadas, de forma padronizada, a um grande
número de pessoas. os resultados aferidos pela aplicação de testes
padronizados têm como objetivo subsidiar medidas que visem
ao progresso do sistema de ensino e atendam a dois propósitos
principais: prestar contas à sociedade sobre a eficácia dos serviços
educacionais oferecidos à população e implementar ações que
promovam a equidade e a qualidade da educação.
a avaliação em larga escala deve ser concebida como instrumento
capaz de oferecer condições para o desenvolvimento dos estudantes
e só tem sentido quando é utilizada, na sala de aula, como uma
ferramenta do professor para fazer com que os estudantes avancem.
o uso dessa avaliação, de acordo com esse princípio, demanda o
Caro(a) Educador(a), a Revista Pedagógica apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação,
com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas
no trabalho pedagógico.
AvAliAção: o EnSino-APREndizAgEm Como dESAfio
12 Avalie Ensino médio 2012
seguinte raciocínio: por meio dos dados levantados, é possível
que o professor obtenha uma medida da aprendizagem de seus
estudantes, contrapondo tais resultados àqueles alcançados no
estado e até mesmo à sua própria avaliação em sala de aula. verificar
essas informações e compará-las amplia a visão do professor quanto
ao seu estudante, identificando aspectos que, no dia a dia, possam
ter passado despercebidos. desta forma, os resultados da avaliação
devem ser interpretados em um contexto específico, servindo para a
reorientação do processo de ensino, confirmando quais as práticas
bem-sucedidas em sala de aula e fazendo com que os docentes
repensem suas ações e estratégias para enfrentar as dificuldades
de aprendizagem detectadas.
a articulação dessas informações possibilita consolidar a
ideia de que os resultados de desempenho dos estudantes,
mesmo quando abaixo do esperado, sempre constituem uma
oportunidade para o aprimoramento do trabalho docente,
representando um desafio a ser superado em prol da qualidade
e da equidade na educação.
Revista Pedagógica 13
o SABEo Sistema de avaliação baiano da Educação foi criado em 2007 e tem seguido o propósito de
fomentar mudanças em busca de uma educação de qualidade. Em 2012, o avalie Ensino Médio
avaliou os estudantes da 2ª série do Ensino Médio e da 3ª série da Educação Profi ssional Integrada
ao Ensino Médio (EPI) das escolas estaduais da bahia nas áreas de conhecimento de linguagem,
códigos e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias
e ciências da Natureza e suas tecnologias. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car a trajetória
do avalie Ensino Médio e, ainda, perceber como se tem consolidado as informações sobre o
desempenho dos estudantes.
2008 2009 2010
ABrAnGÊnciA: 233 unidades escolares exclusivas de Ensino Médio e seus anexos.
SÉrie AVALiAdA: 1ª série do Ensino Médio
DisciPLinAs enVoLVidAs: interdisciplinar, com base na Matriz do Enem – 2008.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
ProdUtos: boletins individuais para os estudantes, relatórios pedagógicos por escolas, por diretoria regional e relatório geral e técnico para a SEc.
ABrAnGÊnciA: 233 unidades escolares exclusivas de Ensino Médio e seus anexos.
SÉrie AVALiAdA: 2ª série do Ensino Médio
ÁreAs enVoLVidAs: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias, com base na Matriz do Enem – 2009.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
ProdUtos: boletins individuais para os estudantes, relatórios pedagógicos por escolas, por diretoria regional, relatório geral e técnico para a SEc e revista pedagógica do professor.
ABrAnGÊnciA: 233 unidades escolares exclusivas de Ensino Médio.
SÉrie AVALiAdA: 3ª série do Ensino Médio
ÁreAs enVoLVidAs: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
foi utilizada a avaliação do Enem 2010.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
233
unidades escolares
233
unidades escolares
233
unidades escolares
AvAliE EnSino mÉdio TRAJETóRiA
2012
ABrAnGÊnciA: 1.006 unidades escolares.
SÉries AVALiAdAs: 1ª série do Ensino Médio e 2ª série da Educação Profi ssional Integrada ao Ensino Médio
ÁreAs enVoLVidAs: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
ABrAnGÊnciA: 1.011 unidades escolares.
SÉries AVALiAdAs: 2ª série do Ensino Médio e 3ª série da Educação Profi ssional Integrada ao Ensino Médio
ÁreAs enVoLVidAs: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
2011
(*) O
nú
me
ro d
e e
stu
da
nte
s a
valia
do
s é
re
fere
nte
à d
isci
plin
a d
e L
íng
ua
Po
rtu
gu
esa
.
1.006
unidades escolares
1.011
unidades escolares
14 Avalie Ensino médio 2012
AvAliE EnSino mÉdio TRAJETóRiA
2012
ABrAnGÊnciA: 1.006 unidades escolares.
SÉries AVALiAdAs: 1ª série do Ensino Médio e 2ª série da Educação Profi ssional Integrada ao Ensino Médio
ÁreAs enVoLVidAs: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
ABrAnGÊnciA: 1.011 unidades escolares.
SÉries AVALiAdAs: 2ª série do Ensino Médio e 3ª série da Educação Profi ssional Integrada ao Ensino Médio
ÁreAs enVoLVidAs: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias.
PArticiPAntes: estudantes, professores e gestores.
2011
(*) O
nú
me
ro d
e e
stu
da
nte
s a
valia
do
s é
re
fere
nte
à d
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plin
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ua
Po
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gu
esa
.
1.006
unidades escolares
1.011
unidades escolares
Revista Pedagógica 15
o diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética,
indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre alguns conceitos apresentados.
Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site www.avalieba.caedufjf.net.
(Matriz de Referência) Página 20
Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação.
Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais.
A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino.
A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade.
A AvAliAção EdUCACionAl Em lARgA ESCAlA
(Composição dos cadernos) Página 24
16 Avalie Ensino médio 2012
Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação.
As informações disponíveis nesta Revista devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico.
A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos estudantes que estão em determinado Padrão de Desempenho.
Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho.
As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala, através da qual é possível verificar o desenvolvimento dos estudantes.
(Intervalos da Escala de Proficiência)Página 25
(Composição dos cadernos) Página 24
Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os estudantes realizem testes extensos.
(Os Resultados desta Escola) Página 45
(Itens) Página 37
(Padrões de Desempenho) Página 34
(Experiência em foco) Página 56
Revista Pedagógica 17
2
mATRiz dE REfERÊnCiA
Para realizar uma avaliação, é necessário definir o
conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação
em larga escala, essa definição é dada pela
construção de uma MatRIz dE REfERÊNcIa,
que é um recorte do currículo e apresenta as
habilidades definidas para serem avaliadas. No
brasil, os Parâmetros curriculares Nacionais
(PcN) para o Ensino fundamental e para o Ensino
Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e
em 2000, visam à garantia de que todos tenham,
mesmo em lugares e condições diferentes, acesso
a conhecimentos considerados essenciais para o
exercício da cidadania. cada estado, município e
escola tem autonomia para elaborar seu próprio
currículo, desde que atenda a essa premissa.
diante da autonomia garantida legalmente em
nosso país, as orientações curriculares da bahia
apresentam conteúdos com características
próprias, como concepções e objetivos
educacionais compartilhados. desta forma, o
estado visa a desenvolver o processo de ensino-
aprendizagem em seu sistema educacional com
qualidade, atendendo às particularidades de seus
estudantes. Pensando nisso, foi criada uma Matriz
de Referência específica para a realização da
avaliação em larga escala do avalie Ensino Médio.
a Matriz de Referência tem, entre seus fundamentos,
os conceitos de competência e habilidade. a
coMPEtÊNcIa corresponde a um grupo de
Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do Avalie Ensino médio 2012, a matriz de Referência,
a Teoria de Resposta ao item (TRi), os intervalos da Escala de Proficiência e os Padrões de desempenho.
inTERPRETAção dE RESUlTAdoS E AnáliSES PEdAgógiCAS
18 Avalie Ensino médio 2012
AUTO ESCOLA
CARTEIRA DE HABILITAÇÃO
habilidades que operam em conjunto para a obtenção
de um resultado, sendo cada habIlIdadE entendida
como um “saber fazer”.
Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista
para dirigir automóveis é preciso demonstrar
competência na prova escrita e competência na
prova prática específica, sendo que cada uma
delas requer uma série de habilidades.
a competência na prova escrita demanda
algumas habilidades, como: interpretação de
texto, reconhecimento de sinais de trânsito,
memorização, raciocínio lógico para perceber
quais regras de trânsito se aplicam a uma
determinada situação etc.
a competência na prova prática específica, por
sua vez, requer outras habilidades: visão espacial,
leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão
do funcionamento de comandos de interação
com o veículo, tais como os pedais de freio e de
acelerador etc.
É importante ressaltar que a Matriz de Referência
não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser
confundida com ele nem utilizada como ferramenta
para a definição do conteúdo a ser ensinado em sala de
aula. as habilidades selecionadas para a composição
dos testes são escolhidas por serem consideradas
essenciais para o período de escolaridade avaliado e
por serem passíveis de medição por meio de testes
padronizados de desempenho, compostos, na maioria
das vezes, apenas por itens de múltipla escolha. há,
também, outras habilidades necessárias ao pleno
desenvolvimento do estudante que não se encontram
na Matriz de Referência por não serem compatíveis
com o modelo de teste adotado. No exemplo anterior,
pode-se perceber que a competência na prova escrita
para habilitação de motorista inclui mais habilidades
que podem ser medidas em testes padronizados do
que aquelas da prova prática.
a avaliação em larga escala pretende obter
informações gerais, importantes para se pensar a
qualidade da educação, porém, ela só será uma
ferramenta para esse fim se utilizada de maneira
coerente, agregando novas informações às já
obtidas por professores e gestores nas devidas
instâncias educacionais, em consonância com a
realidade local.
Revista Pedagógica 19
(M08369SI) Uma impressora funcionando em modo normal imprime 1 000 folhas durante 40 minutos. Nessas condições, quantas folhas essa impressora imprime em 2 horas?A) 50B) 333C) 3 000D) 4 000
mATRiz dE REfERÊnCiA dE mATEmáTiCA E SUAS TECnologiAS AvAliE BA 2012 EnSino mÉdio
domínio dESCRiToR 1Em
2Em
3Em
i. ESPAço E foRmA
d1 - Resolver problemas que envolvam a localização de pontos no plano cartesiano. X X X
d2 - Reconhecer triângulos semelhantes usando os critérios de semelhança. X X X
d3 - Reconhecer o seno, o cosseno e a tangente como razões entre os lados de um triângulo retângulo. X X X
d4 - identificar a relação entre o número de vértices, faces e/ou arestas de poliedros expressa em um problema. X X
d5 - Reconhecer figuras tridimensionais por meio de suas características (prismas, pirâmides, cones ou esferas). X
d6 - Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas. X X X
d7 - Resolver problemas que envolvam razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente). X X X
d8 - Resolver problemas utilizando as propriedades dos polígonos (soma dos ângulos internos, números de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos regulares).
X X
d9 - Resolver problemas que envolvam a distância entre dois pontos no plano cartesiano. X
d10 - identificar a equação da reta apresentada a partir de dois pontos dados ou de um ponto e sua inclinação. X
ii. gRAndEzAS E mEdidAS
d11 - Resolver problemas utilizando relações entre diferentes unidades de medida. X X X
d12 - Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. X X X
d13 - Resolver problemas envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas. X X X
d14 - Resolver problemas envolvendo medida da área total e/ou lateral de um sólido (prisma, pirâmide, cone, cilindro e esfera). X X
d15 - Resolver problemas envolvendo noção de volume. X X
iii. nÚmERoS E oPERAçÕES / álgEBRA E fUnçÕES
d16 - Reconhecer números reais representados em diferentes contextos. X X X
d17 - Reconhecer intervalos de crescimento/decrescimento, ponto(s) de máximo/mínimo, e/ou zeros de funções reais representadas em um gráfico.
X X X
d18 - identificar a representação algébrica ou gráfica que modela uma situação descrita em um texto. X X X
d19 - identificar a representação algébrica de uma função do 1º grau a partir dos dados de uma tabela. X
d20 - Resolver problemas com números reais, envolvendo os diferentes significados das operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
X X X
d21 - identificar a representação algébrica ou gráfica de uma função do 1º grau, conhecendo alguns de seus elementos. X
d22 - identificar a representação algébrica ou gráfica de uma função do 2º grau, conhecendo alguns de seus elementos. X
d23 - Associar o gráfico de uma função exponencial à sua representação algébrica ou vice-versa. X X
d24 - Resolver problemas que envolvam porcentagem. X X X
d25 - Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. X X X
d26 - determinar a solução de um sistema de equações do 1º grau. X
d27 - Resolver problemas que envolvam função do 1º grau. X X X
d28 - Resolver problemas reconhecendo a progressão aritmética como uma função do 1º grau definida no conjunto dos números inteiros positivos.
X X X
d29 - Resolver problemas que envolvam função do 2º grau. X X X
d30 - Resolver problemas envolvendo função exponencial. X X X
domínio
o domínio agrupa por afinidade um conjunto de
habilidades indicadas pelos descritores.
item
o item é uma questão utilizada nos testes de uma
avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar uma
única habilidade indicada por um descritor da matriz
de Referência.
Elementos que compõem a matriz
Descritores
os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas,
indicando as habilidades que serão avaliadas por
meio de um item.
mATRiz dE REfERÊnCiA dE mATEmáTiCA E SUAS TECnologiAS2ª série do Ensino médio e 3ª série da Educação Profissional integrada ao Ensino médio
20 Avalie Ensino médio 2012
mATRiz dE REfERÊnCiA dE mATEmáTiCA E SUAS TECnologiAS - AvAliE BA 2012 - EnSino mÉdio
domínio dESCRiToR 1Em
2Em
3Em
i. ESPAço E foRmA
d1 - Resolver problemas que envolvam a localização de pontos no plano cartesiano. X X X
d2 - Reconhecer triângulos semelhantes usando os critérios de semelhança. X X X
d3 - Reconhecer o seno, o cosseno e a tangente como razões entre os lados de um triângulo retângulo. X X X
d4 - identificar a relação entre o número de vértices, faces e/ou arestas de poliedros expressa em um problema. X X
d5 - Reconhecer figuras tridimensionais por meio de suas características (prismas, pirâmides, cones ou esferas). X
d6 - Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas. X X X
d7 - Resolver problemas que envolvam razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente). X X X
d8 - Resolver problemas utilizando as propriedades dos polígonos (soma dos ângulos internos, números de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos regulares).
X X
d9 - Resolver problemas que envolvam a distância entre dois pontos no plano cartesiano. X
d10 - identificar a equação da reta apresentada a partir de dois pontos dados ou de um ponto e sua inclinação. X
ii. gRAndEzAS E mEdidAS
d11 - Resolver problemas utilizando relações entre diferentes unidades de medida. X X X
d12 - Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas. X X X
d13 - Resolver problemas envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas. X X X
d14 - Resolver problemas envolvendo medida da área total e/ou lateral de um sólido (prisma, pirâmide, cone, cilindro e esfera). X X
d15 - Resolver problemas envolvendo noção de volume. X X
iii. nÚmERoS E oPERAçÕES / álgEBRA E fUnçÕES
d16 - Reconhecer números reais representados em diferentes contextos. X X X
d17 - Reconhecer intervalos de crescimento/decrescimento, ponto(s) de máximo/mínimo, e/ou zeros de funções reais representadas em um gráfico.
X X X
d18 - identificar a representação algébrica ou gráfica que modela uma situação descrita em um texto. X X X
d19 - identificar a representação algébrica de uma função do 1º grau a partir dos dados de uma tabela. X
d20 - Resolver problemas com números reais, envolvendo os diferentes significados das operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
X X X
d21 - identificar a representação algébrica ou gráfica de uma função do 1º grau, conhecendo alguns de seus elementos. X
d22 - identificar a representação algébrica ou gráfica de uma função do 2º grau, conhecendo alguns de seus elementos. X
d23 - Associar o gráfico de uma função exponencial à sua representação algébrica ou vice-versa. X X
d24 - Resolver problemas que envolvam porcentagem. X X X
d25 - Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas. X X X
d26 - determinar a solução de um sistema de equações do 1º grau. X
d27 - Resolver problemas que envolvam função do 1º grau. X X X
d28 - Resolver problemas reconhecendo a progressão aritmética como uma função do 1º grau definida no conjunto dos números inteiros positivos.
X X X
d29 - Resolver problemas que envolvam função do 2º grau. X X X
d30 - Resolver problemas envolvendo função exponencial. X X X
d31 - Associar o gráfico de uma função logaritmica à sua representação algébrica ou vice-versa. X X X
d32 - Associar o gráfico de uma função modular à sua representação algébrica ou vice-versa. X X
d33 - Resolver problemas que envolvam progressões aritméticas ou geométricas. X X
d34 - Resolver problemas de contagem envolvendo o princípio multiplicativo ou noções de permutação simples, arranjo simples ou combinação simples.
X X
d35 - determinar a solução de um sistema linear associando-o à uma matriz. X X
d36 - Resolver problemas envolvendo juros compostos. X
d37 - determinar, no ciclo trigonométrico, os valores de seno, cosseno e tangente de um arco no intervalo (0, 2π). X X
d38 - Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º grau. X
iv. TRATAmEnTo dA infoRmAção
d39 - identificar informações apresentadas em tabelas ou diferentes tipos de gráficos. X
d40 - Resolver problemas envolvendo interpretação de informações apresentadas em tabelas ou diferentes tipos de gráficos. X X X
d41 - Resolver problemas que envolvam as medidas de tendência central. X X X
d42 - Resolver problemas que envolvam noções de probabilidade. X
Revista Pedagógica 21
TEoRiA dE RESPoSTA Ao iTEm (TRi)
Existem duas possibilidades de análise dos desempenhos dos estudantes em um teste.
uma primeira possibilidade, muito comum e mais empregada nas atividades docentes,
por ser uma ferramenta de fácil manuseio, consiste no cálculo do percentual de acerto
do estudante no teste, gerando a nota ou escore. Esse procedimento caracteriza a teoria
clássica dos testes – tct.
a maioria das análises realizadas a partir da tct é focada no escore obtido no teste.
assim, um estudante que responde a uma série de itens e recebe um ponto por cada item
corretamente respondido, obtém, ao final, um escore total (que é a soma destes pontos).
contudo, sob essa perspectiva, é possível ou até mesmo esperado que estudantes
obtenham notas mais altas em testes fáceis e notas mais baixas em testes difíceis. ou
seja, escores dos examinados dependem do teste utilizado (são "testes-dependentes").
Entretanto, nas avaliações educacionais em larga escala, cujo objetivo é fazer chegar
aos professores, aos elaboradores de políticas educacionais e ao público em geral
informações relativas à situação efetiva e às mudanças ocorridas, ou passíveis de
ocorrerem, no desempenho dos estudantes, o procedimento de análise da avaliação é
obtido através da teoria da Resposta ao Item – tRI. Nesta metodologia, o desempenho do
estudante, denominado proficiência, não é apenas uma nota, pois está relacionado ao seu
conhecimento em função de uma matriz de habilidades construída para o teste e alinhada
com ele. trata-se de um conjunto de modelos matemáticos em que a probabilidade de
acerto a um item é calculada em função da proficiência do estudante.
Para auxiliar na tarefa de acompanhar o desempenho dos estudantes, após os resultados da escola, há uma análise
representativa das habilidades relacionadas ao processamento do texto, abordando a perspectiva do seu ensino para
esta etapa e sugestões de atividades e recursos pedagógicos que podem ser utilizados pelo professor. A escolha desse
exemplo foi baseada em um diagnóstico que identificou algumas habilidades desta competência que apresentaram
baixo índice de acerto no Ensino médio nas avaliações educacionais realizadas em anos anteriores.
22 Avalie Ensino médio 2012
a teoria de Resposta ao Item (tRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e
avaliar os resultados obtidos pelos estudantes nos testes, levando em consideração
as habilidades demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a
comparação entre testes realizados em diferentes anos.
ao realizarem os testes, os estudantes obtêm um determinado nível de desempenho
nas habilidades testadas. Esse nível de desempenho denomina-se PRofIcIÊNcIa.
a tRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo
estatístico capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o estudante
respondeu em um teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta
três parâmetros:
• Parâmetro "A"
a capacidade de um item de discriminar, entre os estudantes avaliados, aqueles que
desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.
• Parâmetro "B"
o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. os itens estão distribuídos
de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de
diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade.
• Parâmetro "C"
a análise das respostas do estudante para verificar aleatoriedade nas respostas: se for
constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros
de grau elevado – o que é estatisticamente improvável, o modelo deduz que ele
respondeu aleatoriamente às questões.
o avalie Ensino Médio utiliza a tRI para o cálculo de acerto do estudante. No final, a
proficiência não depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da
dificuldade e da capacidade de discriminação das questões que o estudante acertou e/ou
errou. o valor absoluto de acertos permitiria, em tese, que um estudante que respondeu
aleatoriamente tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base
em suas habilidades. o modelo da tRI evita essa situação e gera um balanceamento
de graus de dificuldade entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as
habilidades avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a
comparação dos resultados dos estudantes ao longo do tempo e entre diferentes escolas.
Revista Pedagógica 23
CADERNO
iiii
iii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiii
iiiiiii
iiiiiii
iiiiiii
iiiiiii
iiiiiiiiii
iiiiiiiiii
iiiiiiiiii
i i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i ii i i i i i i i i
= 1 item
ao todo, são 12 modelos diferentes de cadernos.
3 blocos formam um caderno, totalizando 30 itens.
Na 2ª série do Ensino Médio e 3ª série da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, em Matemática e suas tecnologias, são 90 itens,divididos em 9 blocos, com 10 itens cada.
ComPoSição doS CAdERnoS PARA A AvAliAção
24 Avalie Ensino médio 2012
inTERvAloS dA ESCAlA dE PRofiCiÊnCiA
detalhamento das habilidades presentes nos níveis de proficiência
uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar resultados
com base em uma espécie de “régua” construída com critérios próprios.
Em uma Escala de Proficiência, os resultados da avaliação são apresentados em níveis, de modo
a conter, em uma mesma “régua”, a distribuição dos resultados do desempenho dos estudantes
no período de escolaridade avaliado, revelando, assim, o desempenho na avaliação. a média
de proficiência obtida deve ser alocada na descrição dos intervalos da Escala de Proficiência
no ponto correspondente, permitindo a realização de um diagnóstico pedagógico bastante útil.
ATÉ 300 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
Neste nível, os estudantes:
• resolvem problemas de cálculo de área com base na contagem das unidades de
uma malha quadriculada;
• localizam objeto em um referencial de malha quadriculada a partir de
suas coordenadas;
• resolvem problema com números naturais de até dois algarismos, envolvendo
diferentes significados da adição.
dE 300 A 350 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• calculam adição com números naturais de três algarismos, com reserva;
• reconhecem a decomposição de um número considerando o seu valor posicional
na base decimal;
• reconhecem o valor posicional dos algarismos em números naturais;
• localizam números naturais na reta numérica;
• leem informações em tabela de coluna única;
• identificam quadriláteros.
dE 350 A 400 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
Revista Pedagógica 25
• identificam a localização (lateralidade) ou a movimentação de objeto, tomando
como referência a própria posição;
• identificam a localização de um número natural representado por um ponto
especificado da reta numérica graduada em intervalos unitários;
• identificam figuras planas a partir de sua imagem pelos lados e pelo ângulo reto;
• identificam a forma ampliada de uma figura simples em uma malha quadriculada;
• calculam o resultado de uma subtração com números de até quatro algarismos,
com reserva;
• reconhecem a composição e decomposição de números naturais em dezenas e
unidades, considerando o seu valor posicional na base decimal;
• leem informações em tabelas de dupla entrada;
• resolvem problemas: relacionando diferentes unidades de uma mesma medida
para cálculo de intervalos (dias e semanas, horas e minutos) e de comprimento
(m e cm); e envolvendo soma de números naturais ou racionais na forma decimal,
constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos;
• interpretam um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo vertical;
• reconhecem a planificação de um cone e de um cubo a partir de sua imagem.
dE 400 A 450 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• estabelecem relações entre medidas de tempo (horas, dias, semanas) e efetuar
cálculos utilizando as operações a partir delas;
• calculam resultado de subtrações mais complexas com números naturais de quatro
algarismos e com reserva;
• efetuam multiplicações com números de dois algarismos e divisões exatas por
números de um algarismo;
• resolvem problemas simples de subtração de números decimais com mesmo
número de casas decimais;
• diferenciam, entre os diversos sólidos, os que têm superfícies arredondadas;
• reconhecem o princípio do valor posicional do sistema de numeração decimal;
• decompõem um número natural em suas ordens e vice-versa;
• localizam pontos usando coordenadas em um referencial quadriculado;
• identificam dados em uma lista de alternativas, utilizando-os na resolução de
problemas, relacionando informações apresentadas em gráfico e tabela;
• resolvem problemas simples envolvendo as operações, usando dados apresentados
em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas;
• resolvem problema de subtração de números racionais escritos na forma decimal
com o mesmo número de casas decimais;
26 Avalie Ensino médio 2012
• identificam gráfico (barra/coluna) correspondente a uma tabela e vice-versa;
• localizam um ponto no plano cartesiano a partir de suas coordenadas apresentadas
através de um par ordenado;
• identificam o gráfico de setor correspondente a uma tabela e vice-versa.
dE 450 A 500 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• identificam os lados e, conhecendo suas medidas, calcular a extensão do contorno
de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada;
• identificam propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos (número
de faces);
• comparam e calcular áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas;
• resolvem uma divisão exata por número de até dois algarismos e uma multiplicação
cujos fatores são números de até dois algarismos;
• localizam informações em gráficos de colunas duplas;
• resolvem problemas que envolvem a interpretação de dados apresentados em
gráficos de barras ou em tabelas;
• leem gráficos de setores;
• identificam a localização ou movimentação de objeto em representações gráficas,
situadas em referencial diferente ao do estudante;
• identificam o número natural que é representado por um ponto especificado da
reta numérica graduada em intervalos;
• identificam figuras planas, dentre um conjunto de polígonos, pelo número de lados;
• resolvem problemas envolvendo conversão de kg para g ou relacionando diferentes
unidades de medida de tempo (mês/trimestre/ano);
• resolvem problemas envolvendo o cálculo de intervalo de tempo transcorrido
entre dois instantes, dados horas inteiras, sem a necessidade de transformação
de unidades;
• resolvem problemas que envolvem subtração de números decimais com o mesmo
número de casas;
• identificam quadriláteros pelas características de seus lados e ângulos;
• calculam a medida do perímetro de figuras sem o apoio de malhas quadriculadas;
• identificam o gráfico de colunas que corresponde a uma tabela com números
positivos e negativos.
dE 500 A 550 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
Revista Pedagógica 27
• calculam expressão numérica (soma e subtração), envolvendo o uso de parênteses
e colchetes;
• calculam o resultado de uma divisão por um número de dois algarismos, inclusive
com o resto;
• identificam algumas características de quadriláteros relativas aos lados e ângulos;
• identificam planificações de um cubo e de um cilindro dada em situação
contextualizada (lata de óleo, por exemplo);
• reconhecem alguns polígonos (triângulos, quadriláteros, pentágonos e hexágonos)
e círculos;
• resolvem problemas de composição ou decomposição mais complexos do que nos
níveis anteriores;
• reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada,
dobra ou se reduz à metade, quando os lados dobram ou são reduzidos à metade;
• calculam porcentagens simples;
• reconhecem o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de
forma textual;
• identificam o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores.
• resolvem problemas de intervalo de tempo que envolve horas e minutos, operando
com essas grandezas, inclusive com reserva;
• resolvem problemas realizando cálculo de conversão de medidas: de tempo (dias/
anos), de temperatura (identificando sua representação numérica na forma decimal),
comprimento (m/km) e de capacidade (ml/l);
• resolvem problemas de soma, envolvendo combinações, e de multiplicação,
envolvendo configuração retangular em situações contextualizadas;
• resolvem problemas envolvendo as operações de adição e subtração entre
números racionais na forma decimal, representando grandezas monetárias;
• associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual;
• localizam números inteiros e números racionais, positivos e negativos, na forma
decimal, na reta numérica;
• resolvem problemas de contagem em uma disposição retangular envolvendo mais
de uma operação;
• reconhecem e efetuar cálculos com ângulos retos e não retos;
• leem tabelas de dupla entrada e reconhecer o gráfico de colunas correspondente,
mesmo quando há variáveis representadas.
dE 550 A 600 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• identificam as posições dos lados de quadriláteros (paralelismo);
28 Avalie Ensino médio 2012
• identificam poliedros e corpos redondos, relacionando-os às suas planificações;
• resolvem problemas que envolvem proporcionalidade requerendo mais de
uma operação;
• reconhecem diferentes planificações de um cubo;
• calculam a medida do contorno (ou perímetro) de uma figura geométrica irregular
formada por quadrados justapostos desenhada em uma malha quadriculada;
• efetuam cálculos de números inteiros positivos que requerem o reconhecimento do
algoritmo da divisão inexata;
• localizam pontos no plano cartesiano e calcular volumes por meio de contagem
de blocos;
• identificam as coordenadas de pontos plotados no plano cartesiano;
• identificam equações e sistemas de equações de primeiro grau que permitem
resolver problemas;
• reconhecem o gráfico de linhas correspondente a uma sequência de valores ao
longo do tempo (com valores positivos e negativos);
• calculam o valor numérico de uma expressão algébrica, incluindo potenciação;
• identificam a localização aproximada de números inteiros não ordenados em uma
reta cuja escala não é unitária;
• solucionam problemas de cálculo de área com base em informações sobre os
ângulos de uma figura;
• resolvem problemas envolvendo o cálculo de uma porcentagem de uma
quantidade inteira;
• identificam as raízes de uma função real, dado o gráfico dessa função;
• determinam a moda de uma distribuição amostral simples.
• resolvem problemas utilizando multiplicação e divisão, em situação combinatória;
• resolvem problemas estimando medidas de grandezas, utilizando unidades
convencionais (l);
• resolvem problemas envolvendo as operações de adição e subtração com
reagrupamento de números racionais dado em sua forma decimal.
dE 600 A 650 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• identificam a localização (requerendo o uso das definições relacionadas ao conceito
de lateralidade) de um objeto, tendo por referência pontos com posição oposta à
sua e envolvendo combinações;
• realizam conversão e soma de medidas de comprimento e massa (m/km e g/kg);
• identificam mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração
e reconhecer frações equivalentes;
Revista Pedagógica 29
• identificam um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação
na reta numérica;
• identificam elementos de figuras tridimensionais;
• identificam fração irredutível como parte de um todo sem apoio de figura;
• avaliam distâncias horizontais e verticais em um croqui usando uma escala gráfica
dada por uma malha quadriculada, reconhecendo o paralelismo entre retas;
• sabem que, em figuras obtidas por ampliação ou redução, os ângulos não se alteram;
• calculam o volume de sólidos a partir da medida de suas arestas;
• ordenam e comparar números inteiros negativos e localizar números decimais
negativos com o apoio da reta numérica;
• transformam fração em porcentagem e vice-versa;
• identificam a equação do primeiro grau adequada para a solução de um problema;
• identificam crescimento e decrescimento em um gráfico de função;
• identificam figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus
vértices, apoiadas em representações gráficas;
• solucionam problemas envolvendo propriedades dos polígonos regulares inscritos
(hexágono), para calcular o seu perímetro;
• solucionam problemas envolvendo porcentagens diversas e suas representações
na forma decimal;
• solucionam problemas envolvendo o cálculo de grandezas diretamente
proporcionais e a soma de números inteiros.
• solucionam problemas envolvendo o cálculo de volume de um sólido geométrico.
• solucionam problemas envolvendo o cálculo de um valor assumido por uma
função afim.
dE 650 A 700 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• resolvem problemas calculando ampliação, redução ou conservação da medida
(informada inicialmente) de ângulos, lados e área de figuras planas;
• resolvem problemas localizando pontos em um referencial cartesiano;
• resolvem problemas envolvendo o teorema sobre a soma dos ângulos internos de
um triângulo;
• resolvem problemas envolvendo cálculo numérico de uma expressão algébrica em
sua forma fracionária;
• resolvem problemas envolvendo variação proporcional entre mais de
duas grandezas;
• resolvem problemas envolvendo porcentagens diversas (incluindo noção de juros
simples e lucro);
30 Avalie Ensino médio 2012
• resolvem problemas de adição e multiplicação, envolvendo a identificação de um
sistema de equações do primeiro grau com duas variáveis;
• classificam ângulos em agudos, retos ou obtusos de acordo com suas medidas
em graus;
• realizam operações e estabelecer relações utilizando os elementos de um círculo
ou circunferência (raio, diâmetro, corda);
• identificam a inequação do primeiro grau adequada para a solução de um problema;
• calculam expressões numéricas com números inteiros e decimais positivos
e negativos;
• solucionam problemas em que a razão de semelhança entre polígonos é dada, por
exemplo, em representações gráficas envolvendo o uso de escalas;
• efetuam cálculos de raízes quadradas e identificar o intervalo numérico em que se
encontra uma raiz quadrada não exata;
• leem informações fornecidas em gráficos envolvendo regiões do plano cartesiano;
• analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando
seu crescimento;
• resolvem problema contextualizado cuja modelagem recai em uma equação do
primeiro grau;
• calculam a medida do perímetro de um polígono formado pela justaposição de
figuras geométricas;
• identificam as coordenadas de três pontos plotados no plano cartesiano, sendo
dois deles pertencentes a eixos coordenados;
• calculam o valor numérico de uma função e conseguem identificar uma função do
1° grau apresentada em uma situação-problema; identificar o gráfico de uma reta,
dada sua equação;
• identificam o gráfico de uma função do 2º grau, dada a forma algébrica dessa
função em uma situação-problema.
dE 700 A 750 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• resolvem problemas envolvendo ângulos, inclusive utilizando a lei angular de tales
e aplicando o teorema de Pitágoras;
• identificam propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e
tridimensionais, relacionando as últimas às suas planificações;
• reconhecem a proporcionalidade entre comprimentos em figuras relacionadas por
ampliação ou redução;
• calculam volume de paralelepípedo;
• calculam o perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas;
Revista Pedagógica 31
• calculam expressões com numerais na forma decimal com quantidades de
casas diferentes;
• conseguem obter a média aritmética de um conjunto de valores;
• analisam um gráfico de linhas com sequência de valores;
• resolvem problemas utilizando propriedades dos polígonos (número de diagonais,
soma de ângulos internos, valor de cada ângulo interno ou externo), inclusive por
meio de equação do 1º grau;
• resolvem problemas envolvendo a conversão de metro cúbico em litro;
• resolvem problemas que recaem em equação do 2º grau;
• resolvem problemas de juros simples;
• resolvem problemas usando sistema de equações do primeiro grau;
• determinam a razão de semelhança entre dois triângulos, com apoio das figuras;
• resolvem uma equação exponencial por fatoração de um dos membros;
• identificam os zeros de uma função quadrática, dado o gráfico dessa função;
• identificam o intervalo de decrescimento de uma função afim definida por
várias sentenças;
• identificam figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus
vértices, sem o apoio de representação gráfica.
dE 750 A 800 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• calculam o número de diagonais de um polígono;
• resolvem problemas utilizando propriedades de triângulos e quadriláteros;
• utilizam propriedades de polígonos regulares;
• calculam a área de figuras simples (triângulo, paralelogramo, retângulo, trapézio);
• aplicam as propriedades da semelhança de triângulos na resolução de problemas;
• reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando seus lados dobram;
• resolvem problemas com números inteiros positivos e negativos não explícitos
com sinais;
• efetuam uma adição de frações com denominadores diferentes;
• localizam frações na reta numérica;
• resolvem problemas envolvendo relações métricas no triângulo retângulo;
• usam as razões trigonométricas para resolver problemas simples;
• conhecem e utilizam a nomenclatura do plano cartesiano (abscissa, ordenada,
quadrantes) e conseguem encontrar o ponto de interseção de duas retas;
• identificam a função linear ou afim que traduz a relação entre os dados de uma tabela;
• resolvem problemas envolvendo funções afins e resolvem uma equação do 1° grau
que requer manipulação algébrica;
32 Avalie Ensino médio 2012
• resolvem equações exponenciais simples;
• identificam no gráfico de uma função, intervalos em que os valores são positivos ou
negativos e os pontos de máximo ou mínimo.
ACimA dE 800 PonToS0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
além das habilidades demonstradas nos níveis anteriores, neste nível, os estudantes:
• reconhecem a proporcionalidade dos elementos lineares de figuras semelhantes;
• aplicam o teorema de Pitágoras em figuras espaciais;
• calculam a área total de uma pirâmide regular;
• calculam o volume de um cilindro;
• identificam a expressão algébrica que está associada à regularidade observada em
uma sequência de figuras;
• reconhecem que o produto de dois números entre 0 e 1 é menor que cada um deles
(interpretam o comportamento de operações com números reais na reta numérica);
• aplicam proporcionalidade inversa;
• associam o sinal do coeficiente angular ao crescimento/decrescimento de uma
função afim e interpretam geometricamente o coeficiente linear;
• reconhecem uma função exponencial dado o seu gráfico e vice-versa;
• distinguem funções exponenciais crescentes e decrescentes;
• resolvem problemas simples envolvendo funções exponenciais;
• identificam a representação algébrica de uma função do 1º grau, dado o coeficiente
linear e as coordenadas de um ponto da reta ou o coeficiente linear e a imagem de
um ponto;
• determinam a mediana de uma distribuição amostral simples;
• identificam a expressão algébrica correspondente ao gráfico de uma função do 2º
grau que possui uma única raiz real;
• identificam a razão correspondente ao seno ou a tangente de um ângulo, dados os
lados de um triângulo retângulo.
Revista Pedagógica 33
As competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes desenvolveram
e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada
etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através
de instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras características
apresentadas por seus estudantes que não são contempladas pelos Padrões. isso porque, a despeito dos traços
comuns a estudantes que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que
precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.
*o percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise.
AvançadoBásicoCríticoMuito Crítico
PAdRÕES dE dESEmPEnHo ESTUdAnTil
os Padrões de desempenho são categorias
definidas a partir de cortes numéricos que
agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com
base nas metas educacionais estabelecidas pelo
avalie Ensino Médio. Esses cortes dão origem a
quatro Padrões de desempenho – Muito crítico,
crítico, básico e avançado –, os quais apresentam
o perfil de desempenho dos estudantes.
desta forma, estudantes que se encontram em um
Padrão de desempenho abaixo do esperado para
sua etapa de escolaridade precisam ser foco de
ações pedagógicas mais especializadas, de modo
a garantir o desenvolvimento das habilidades
necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a
repetência e a evasão.
Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o
caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem
dos estudantes. contudo, é preciso salientar que
mesmo os estudantes posicionados no Padrão mais
elevado precisam de atenção, pois é necessário
estimulá-los para que progridam cada vez mais.
São apresentados, a seguir, exemplos de itens*
característicos de cada Padrão.
34 Avalie Ensino médio 2012
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
até 450 pontos
mUiTo CRíTiCo
Neste Padrão de desempenho as habilidades matemáticas que
se evidenciam são as relativas aos significados dos números nos
diversos contextos sociais.
constata-se que, neste Padrão, esses estudantes reconhecem
um número maior de figuras bidimensionais, além de identificar a
localização e movimentação de objetos em representações do
espaço, tomando como referência a própria posição.
No campo grandezas e Medidas, esses estudantes determinam
a medida da área de uma figura poligonal construída sobre uma
malha quadriculada, demonstrando também coordenarem as ações
de contar, bem como estabelecem relações entre as unidades de
medidas de comprimento (metro e centímetro) e entre as unidades
de medida de tempo.
No campo Numérico, eles demonstram compreender os algoritmos
da adição, subtração e multiplicação, além de reconhecer e utilizar
características do Sistema de Numeração decimal, tais como
princípio do valor posicional, escrita por extenso de números e
sua composição ou decomposição em dezenas e unidades. Eles,
também, identificam na reta numérica esses números.
Percebemos ainda neste Padrão que os estudantes já demonstram
conhecimentos básicos relativos à literacia Estatística. Eles
conseguem ler e interpretar informações elementares e explícitas
em um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo
vertical, além de identificar um determinado gráfico de barras (ou
colunas) com a tabela de dados correspondentes e vice-versa.
Revista Pedagógica 35
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
de 450 a 550 pontos
CRíTiCo
Neste Padrão de desempenho, constata-se uma
ampliação das habilidades relativas aos quatro
campos da Matemática (geométrico, Medidas,
Numérico e tratamento da Informação).
No campo geométrico, esses estudantes
identificam propriedades comuns e diferenças
entre sólidos geométricos (número de faces);
identificam a localização ou movimentação de
objetos em representações gráficas, situadas
em referencial diferente da própria posição;
identificam quadriláteros pelas características de
seus lados e ângulos; identificam planificações de
um cubo e de um cilindro dada em uma situação
contextualizada; reconhecem e efetuam cálculos
com ângulos retos e não retos, além de associarem
uma trajetória representada em um mapa à sua
descrição textual e reconhecer alguns polígonos
e o círculo. Esses estudantes também identificam
pontos no plano cartesiano, dado o par ordenado.
No que tange os conhecimentos relativos a
grandezas e Medidas, os estudantes deste
Padrão determinam a medida do perímetro de
figuras em malhas quadriculadas, mas avançam na
direção de calcular essa medida para figuras sem
o apoio da malha. também realizam conversões
entre metros e quilômetros; comparam áreas
de figuras poligonais em malhas quadriculadas,
mas não conseguem determinar a medida da
área de uma figura sem o apoio da malha. No
trabalho com capacidade, estabelecem relações
entre litros e mililitros, mas ainda não conseguem
resolver problemas envolvendo a ideia de volume.
Em relação à grandeza tempo, esses estudantes
realizam transformações entre as unidades de
medida de tempo (dias, meses, anos); determinam
intervalos de tempo e realizam cálculos simples
com essas medidas.
Neste Padrão os estudantes demonstram atribuir
significado ao conjunto dos números racionais.
Eles compreendem o significado de fração;
localizam números racionais na forma decimal na
reta numérica; resolvem problemas envolvendo
porcentagem e subtração de decimais em diversos
contextos sociais, além de demonstrarem uma maior
compreensão das ações operatórias envolvendo o
algoritmo da divisão e da multiplicação de números
naturais de até dois algarismos.
ainda neste Padrão, os estudantes localizam
dados em tabelas de múltiplas entradas e leem
dados em gráficos de setores, demonstrando
um ganho neste Padrão em relação ao Padrão
anterior. além disso, com a compreensão da
relação existente entre dados e informações, são
capazes de resolver problemas que envolvem a
interpretação de dados apresentados em gráficos
de barra ou em tabelas.
36 Avalie Ensino médio 2012
(M08369SI) Uma impressora funcionando em modo normal imprime 1 000 folhas durante 40 minutos. Nessas condições, quantas folhas essa impressora imprime em 2 horas?A) 50B) 333C) 3 000D) 4 000
Este item avalia a habilidade de resolver um problema envolvendo
proporcionalidade simples e direta. o contexto é de uma impressora
que imprime determinado número de páginas em certo tempo,
demandando uma transformação de unidade de medida de tempo.
o item está situado no nível crítico da Escala de Proficiência e foi
considerado de dificuldade média pelos estudantes.
os estudantes que acertaram o item (51,7%) assinalaram a alternativa
c. Para acertá-lo, seria preciso, em primeiro lugar, transformar 2
horas em 120 minutos. após isso, o coeficiente de proporcionalidade
seria facilmente obtido pela divisão de 120 por 40 minutos, devendo
ser multiplicado pelo número de páginas (1 000).
os estudantes que escolheram a alternativa a como resposta (8,9%)
não conseguiram dar sentido à situação de proporcionalidade,
realizando operações aritméticas com os dados do problema: (1 000
: 40) x 2.
Já aqueles que marcaram a alternativa b (8%) reconheceram
uma situação de proporcionalidade, mas consideraram como
proporcionalidade inversa.
os estudantes que assinalaram a alternativa d (28,7%) também
não conseguiram atribuir sentido para a situação, buscando uma
operação aritmética a ser feita com dados do problema. aqui eles
provavelmente buscaram multiplicar o número de páginas (1 000)
pelo tempo de impressão (40), associando ao resultado 4 000.
52+48percentual de acerto
51,7%
A B C D
8,9% 8% 51,7% 28,7%
Revista Pedagógica 37
(M100020C2) Observe os triângulos que Tatiane desenhou.
Quais desses triângulos são semelhantes?A) I e II.B) I e IV.C) II e III.D) II e IV.E) III e IV.
Este item avalia a habilidade de reconhecer, em
um conjunto de quatro triângulos, um par de
triângulos semelhantes. apresentado em contexto
matemático, este item apresenta os triângulos com
indicação de ângulos e em diferentes disposições.
Ele está situado no nível crítico da Escala de
Proficiência e foi considerado de dificuldade
média pelos estudantes.
o item foi corretamente respondido por metade dos
estudantes (54,3%), que assinalaram a alternativa
b. Para isso, os estudantes poderiam reconhecer,
pelas medidas dos ângulos apresentados, que
a comparação seria feita apenas por pares de
triângulos, observando que apenas dois triângulos
(I e Iv) apresentavam lados homólogos de medidas
proporcionais (6 para 4 e 9 para 6).
os estudantes que escolheram a alternativa a
(10,3%) não conseguem reconhecer os elementos
associados à semelhança, sendo atraídos, talvez,
por triângulos de mesma posição no plano.
os estudantes que assinalaram a alternativa
c (11,2%) podem ter associado a semelhança à
presença de ângulos retos, sem considerar as
condições necessárias entre as medidas dos lados.
os estudantes que indicaram a alternativa d como
resposta (16,2%) não conseguiram dar sentido à
situação de semelhança, apontando dois triângulos
que apresentam medida 4 em um dos lados.
o mesmo pode ter ocorrido com os estudantes
que marcaram a alternativa E (7,4%), mas, neste
caso, a falta de sentido para o problema levou
esses estudantes a uma resposta aleatória.
54+46A B C D E
10,3% 54,3% 11,2% 16,2% 7,4%
percentual de acerto
54,3%
38 Avalie Ensino médio 2012
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
de 550 a 650 pontos
BáSiCo
as habilidades pertinentes ao campo geométrico
aparecem neste Padrão, demonstrando que os
estudantes identificam elementos de figuras
tridimensionais, resolvem problemas envolvendo
as propriedades dos polígonos regulares, além
de identificarem figuras geométricas por meio
das coordenadas cartesianas de seus vértices,
apoiadas em representações gráficas.
os estudantes demonstram também neste
Padrão determinar a medida do perímetro de
figuras em malhas quadriculadas com ou sem
esse suporte, inclusive com figuras compostas
por outras figuras. também sabem determinar
a medida do perímetro do hexágono regular,
e estabelecem relações entre metros e
quilômetros. conseguem determinar a medida
da área de quadrados e retângulos, mas não de
outras figuras planas.
Em relação ao conceito de volume, esses estudantes
conseguem determinar a medida do volume do
cubo e do bloco retangular pela contagem de
cubos ou pela multiplicação das medidas de
suas arestas. fazem estimativas utilizando o litro
como unidade e realizam conversões entre litro
e mililitro e também relacionam as unidades de
massa: grama e quilograma.
Evidencia-se também neste Padrão uma maior
expansão do campo Numérico. os estudantes
localizados neste Padrão de desempenho
demonstram compreender o significado de
números racionais em situações mais complexas,
que exigem deles uma maior abstração em relação
a esse conhecimento. Eles resolvem problemas
com números racionais envolvendo as operações
aritméticas fundamentais, estabelecem relações
entre frações próprias e impróprias, além de
resolverem problemas envolvendo porcentagem
ou o conceito de proporcionalidade. No que tange
o conhecimento algébrico, os estudantes neste
Padrão demonstram calcular o valor numérico de
uma expressão algébrica e identificar equações e
sistemas de equações de primeiro grau que permite
resolver um problema, e ainda, identificam as raízes
de uma função real, dado o gráfico dessa função.
o ganho, desse nível, no campo tratamento da
Informação consiste basicamente na familiarização
com outros tipos de gráficos e não somente os
de barras, de colunas ou de setores. o gráfico
de linhas passa a ser reconhecido como a forma
gráfica mais apropriada para apresentar uma
sequência de valores ao longo do tempo. Esses
estudantes também determinam a moda de uma
distribuição amostral simples.
Revista Pedagógica 39
(M090762A9) Para a festa da escola, Rosana levou 4 garrafas de refrigerante, com 1,5 L cada uma.Quantos copos de 300 mL, totalmente cheios, poderão ser servidos com essa quantidade de refrigerante?A) 20B) 12C) 6D) 5
Este item avalia a habilidade de resolver um problema envolvendo
a ideia de capacidade, demandando a conversão de unidades de
medida. o contexto trata da quantidade de copos, com capacidade
expressa em mililitros, que podem ser servidos com quatro garrafas
de refrigerante, com capacidade expressa em litros. o item está
situado no nível básico da Escala de Proficiência e foi considerado
de dificuldade média pelos estudantes.
Menos da metade dos estudantes acertou o item (41,6%), assinalando
a alternativa a. Para isso, os estudantes precisariam primeiramente
colocar as duas medidas de capacidade na mesma unidade, por
exemplo, em mililitros. Em seguida, bastaria dividir a medida de
capacidade de quatro garrafas (6 000 mililitros) pela medida de cada
copo (300 mililitros), obtendo 20 copos como resultado.
os estudantes que indicaram a alternativa b como resposta (25,3%)
não conseguiram dar sentido ao problema, buscando tão somente
realizar uma operação aritmética com dados do problema (4 x 3 = 12).
o mesmo parece ter ocorrido com os estudantes que escolheram a
alternativa c (16,5%). Nesse caso, eles determinaram a quantidade
de refrigerante de quatro garrafas (6 litros), mas não dividiram pela
capacidade de cada copo.
Já aqueles que assinalaram a alternativa d (14,7%) realizaram
corretamente a conversão de medidas e efetuaram a divisão, mas não
consideraram um dos elementos do enunciado, trabalhando com os
valores correspondentes a uma garrafa, ao invés de quatro garrafas.
41+59percentual de acerto
41,6%
A B C D
41,6% 25,3% 16,5% 14,7%
40 Avalie Ensino médio 2012
Este item avalia a habilidade de resolver um problema de
porcentagem, em situação de determinação de uma taxa percentual.
o contexto relaciona as moradias previstas para serem construídas
com o número de moradias efetivamente construídas. Este item está
situado no nível básico da Escala de Proficiência e foi considerado
difícil pelos estudantes.
apenas 19,5% dos estudantes acertaram o item, assinalando a
alternativa c. Para isso, bastaria reconhecer que o número de
moradias construídas (3 000) corresponde a um quarto do número
de moradias previstas (12 000) e associar um quarto a 25%.
os estudantes que escolheram a alternativa a como resposta
(15,4%) não compreenderam o sentido do problema e simplesmente
repetiram um dos dados do enunciado (12 000), colocando-o na
forma percentual.
Já os estudantes que adotaram a alternativa b como resposta
(32,1%) provavelmente compreenderam a situação de porcentagem
envolvida no item, mas associaram a fração a 3/2.
os estudantes que assinalaram as alternativas d e E também não
conseguiram atribuir sentido para o problema. os que marcaram
a alternativa d (10,1%) simplesmente associam a resposta a um dos
dados do problema (3 000), e aqueles que marcaram a alternativa E
(0,7%) associam à soma de valores adaptados (12 + 30).
(M120132A9) Das 12 000 moradias previstas em um programa habitacional, apenas 3 000 foram construídas. Qual é o valor percentual das moradias construídas nesse programa habitacional?A) 12%B) 18%C) 25%D) 30%E) 42%
32+68A B C D E
15,4% 32,1% 19,5% 10,1% 0,7%
percentual de acerto
19,5%
Revista Pedagógica 41
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850
acima de 650 pontos
AvAnçAdo
as habilidades matemáticas características deste
Padrão envolvem a resolução de problemas
envolvendo o campo algébrico e geométrico.
No campo geométrico há um avanço significativo,
os estudantes resolvem problemas envolvendo: as
relações métricas do triângulo retângulo, propriedades
dos polígonos regulares, lei angular de tales, triângulos
semelhantes usando os critérios de semelhança. Eles
também identificam sólidos correspondentes a uma
planificação dada e reconhecem figuras geométricas
por meio das coordenadas cartesianas de seus
vértices, sem o apoio de representação gráfica.
No que tange o campo grandezas e medidas,
eles, também conseguem determinar a medida
da área de quadrados e retângulos e de outras
figuras planas, tais como triângulo, paralelogramo
e trapézio. Em relação ao conceito de volume,
esses estudantes conseguem determinar a
medida do volume do cubo e do paralelepípedo
pela multiplicação das medidas de suas arestas,
e realizam conversões entre metro cúbico e litro.
Neste Padrão os estudantes demonstram resolver
problemas envolvendo equação do 2° grau; identificam
o gráfico de uma função quadrática dada a forma
algébrica dessa função e os zeros de uma função
do 2º grau dado o seu gráfico, além de identificar a
expressão algébrica correspondente ao gráfico de
uma função do 2º grau que possui uma única raiz
real. Resolvem problemas envolvendo o sistema de
equações do 1° grau e modelagem de inequação do 1°
grau e problemas envolvendo juros simples, além de
localizar frações na reta numérica. Esses estudantes
identificam o intervalo de decrescimento de uma
função afim definida por várias sentenças; identificam
a representação algébrica de uma função do 1º grau
dado o coeficiente linear e as coordenadas de um
ponto da reta ou o coeficiente linear e a imagem de
um ponto, bem como a razão correspondente ao
seno ou a tangente de um ângulo, dados os lados de
um triângulo retângulo.
No nível avançado, os estudantes utilizam o
raciocínio matemático de forma mais complexa,
conseguindo identificar e relacionar os dados
apresentados em diferentes gráficos e tabelas para
resolver problemas ou fazer inferências. analisam
gráficos de colunas representando diversas
variáveis e conseguem calcular a média aritmética
de um conjunto de valores e determinar a mediana
de uma distribuição amostral simples. Embora o
cálculo da média aritmética requeira um conjunto de
habilidades já desenvolvidas pelos estudantes em
séries escolares anteriores, que utilizam, na prática,
essa ideia para compor a nota bimestral ou em outros
contextos extra-escolares, esse conceito básico de
estatística, combinado com o raciocínio numérico, só
é desempenhado pelos estudantes neste nível.
42 Avalie Ensino médio 2012
Este item avalia a habilidade de determinar elementos da imagem de
uma função afim, a partir de elementos de seu domínio. apresentado
em contexto matemático, a tarefa traz quatro valores do domínio de
uma função afim e a sua lei de formação.
os estudantes que assinalaram a alternativa d, 18,4%, compreenderam
a ideia de que os elementos do conjunto podem ser obtidos pela
substituição dos elementos do domínio na lei de formação da
função. com isso, obtiveram os valores 4, 8, 12 e 16 para os termos
da sequência apresentada no item.
os estudantes que escolheram a alternativa a, 31,5%, não
conseguiram elaborar sentido para o problema, repetindo tão
simplesmente os valores dos elementos do domínio que constam
no enunciado.
Já aqueles que adotaram a alternativa b, 24,1%, como resposta,
compreenderam a ideia de que os elementos do domínio e sua
relação com elementos da imagem, mas consideraram a sequência
iniciando com o valor zero.
os estudantes que assinalaram as alternativas c, 18,5%, e E, 6,6%,
provavelmente foram atraídos pela expressão algébrica, que se
assemelha à expressão dos números pares. aqueles que marcaram
a alternativa c iniciaram a sequência dos números pares a partir
do valor 4, enquanto os estudantes que marcaram a alternativa E
iniciaram a sequência pelo número 6.
28+72A B C D E
31,5% 24,1% 18,5% 18,4% 6,6%
percentual de acerto
18,4%
(M110146E4) Considere a função afim f(x) = 2x + 2, cujos elementos do domínio correspondem aos termos da sequência (1, 3, 5, 7,...). As imagens da função f formam a sequência (f(1), f(3), f(5), f(7),...). Quais são os quatro primeiros termos da sequência (f(1), f(3), f(5), f(7),...)?A) 1, 3, 5 e 7.B) 2, 6, 10 e 14.C) 4, 6, 8 e 10.D) 4, 8, 12 e 16.E) 6, 8, 10 e 12.
Revista Pedagógica 43
(M090314A9) Para lavar um carro com a mangueira aberta, em 30 minutos, gasta-se 540 litros de água. Quantos litros de água podem ser economizados ao se lavar um carro gastando 10 minutos a menos?A) 500 litros.B) 360 litros.C) 180 litros.D) 80 litros.
Este item avalia a habilidade de resolver um problema de
proporcionalidade simples e direta. o contexto envolve a
quantidade de água utilizada para lavar um carro, e o coeficiente
de proporcionalidade é um número inteiro. Este item está situado
no nível avançado da Escala de Proficiência e foi considerado difícil
pelos estudantes.
o item foi corretamente resolvido por 41,4% dos estudantes,
que assinalaram a alternativa c. Poderia se estabelecer que, se
para uma lavagem de 30 minutos gastam-se 540 litros de água,
para 10 minutos seria gasta a terça parte, o que corresponde a
180 litros (540 : 3 = 180).
os estudantes que escolheram a alternativa a como resposta
(15,5%) não conseguiram dar sentido ao problema e buscaram uma
operação aritmética a ser efetuada com os dados do enunciado:
540 – (30 + 10).
Já aqueles que adotaram a alternativa b como resposta (29%)
calcularam o gasto de água em 20 minutos e não a economia de
água feita com a redução de tempo.
os estudantes que assinalaram a alternativa d (12,1%) não conseguiram
compreender a situação, atribuindo uma resposta aleatória.
41+59percentual de acerto
41,4%
A B C D
15,5% 29,0% 41,4% 12,1%
44 Avalie Ensino médio 2012
3
os resultados desta escola no Avalie Ensino médio 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles
estão impressos nesta revista. os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão
disponíveis no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico www.avalieba.caedufjf.net. o acesso aos resultados no
Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola.
oS RESUlTAdoS dESTA ESColA
Revista Pedagógica 45
RESUlTAdoS diSPonívEiS no PoRTAl dA AvAliAção
• Percentual de acerto por descritor
apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas.
Esses resultados são apresentados por dIREc, município, escola, turma e estudante.
• Resultados por estudante
É possível ter acesso ao resultado de cada estudante na avaliação, sendo informado
o Padrão de desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas
em Matemática e suas tecnologias para a série avaliada. Essas são informações
importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar.
RESUlTAdoS imPRESSoS nESTA REviSTA
• Proficiência média
apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com as
médias do estado, da sua diretoria Regional de Educação (dIREc), e do seu município.
o objetivo é proporcionar uma visão das proficiências médias e posicionar sua escola
em relação a essas médias.
• Participação
Informa o número estimado de estudantes para a realização do teste e quantos,
efetivamente, participaram da avaliação no seu estado na sua dIREc, no seu município
e na sua escola.
• Percentual de estudantes por Padrão de desempenho
Permite acompanhar o percentual de estudantes distribuídos por Padrões de
desempenho na avaliação realizada pelo estado.
• Percentual de estudantes por nível de proficiência e Padrão de desempenho
apresenta a distribuição dos estudantes ao longo dos intervalos de proficiência no
estado, na dIREc e na sua escola. os gráficos permitem identificar o percentual de
estudantes para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de desempenho.
Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do
processo de ensino e à promoção da equidade escolar.
46 Avalie Ensino médio 2012
o artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho de uma competência em sala de aula. A proposta é que
o caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras competências e habilidades. Com isso, é possível
adaptar as estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação
focada nas necessidades dos estudantes.
4
dESEnvolvimEnTo dE HABilidAdES
Revista Pedagógica 47
A APliCAção dE RElAçÕES E PRoPRiEdAdES dAS figURAS gEomÉTRiCAS no EnSino mÉdio
conhecimentos sobre “Espaço e forma”, um dos temas
desenvolvidos no ensino da Matemática, são fundamentais para o
desenvolvimento intelectual do estudante. o ensino dos conteúdos
geométricos corresponde a uma relação entre as situações práticas
e o conhecimento de definições e teoremas, que possibilita, ao
estudante, interpretar e aplicar seu raciocínio teórico e prático nas
situações em que se encontre. dentro desse tema, as habilidades
relacionadas à competência “aplicar Relações e Propriedades”,
ao serem apresentadas aos estudantes, muitas vezes mostram-se
desprendidas da realidade, sem uma integração significante com
outras disciplinas do currículo ou até mesmo com outros conteúdos
da disciplina Matemática.
Em estudos da área de Educação, vemos que uma parcela
considerável dos estudantes que ingressam em um curso superior
tem uma base insuficiente sobre o tema. os resultados das avaliações
em larga escala realizados pelo caEd também têm mostrado que,
de modo geral, o estudante não consegue desenvolver de forma
satisfatória as habilidades relativas a essa competência, pois os
itens de teste referentes a ela são pouco acertados. deste modo,
consideramos apropriado abordar alguns aspectos referentes ao
desenvolvimento desta competência, a qual representa uma lacuna
a ser preenchida na prática pedagógica dos professores.
apesar de o foco ser dado para a aplicação de relações e
de propriedades em Matemática, o desenvolvimento desta
competência inicia-se com o conhecimento dos entes geométricos
− ponto, reta e plano − e seus conceitos, formas e aplicações.
a aprendizagem de conceitos associados a medidas de ângulos
48 Avalie Ensino médio 2012
se faz igualmente essencial nesse trabalho, onde o estudante
deve, no decorrer do processo educacional, saber diferenciar
medidas de ângulos, calcular suas medidas e conhecer suas
respectivas nomenclaturas (agudo, reto, obtuso e raso). o estudo
de figuras planas poligonais e do círculo também se refere a esta
competência, no que diz respeito ao estabelecimento de relações
entre medidas de lados, ângulos, raio, diâmetro e corda, como
ainda os conceitos de semelhança. Para isso, o estudante deve
conhecer as figuras geométricas poligonais e o círculo, suas
propriedades e suas partes.
com conhecimentos sólidos dessas habilidades de menor
complexidade considera-se a possibilidade de trabalhar soma dos
ângulos internos de um triângulo, a abordagem da lei angular de
tales e, em seguida, a aplicação do teorema de Pitágoras. Esses
conteúdos matemáticos representam conceitos fundamentais para
o estudante no Ensino Médio que, em um grau de dificuldade mais
avançado, ainda desenvolverá conhecimentos acerca das relações
métricas no triângulo retângulo.
o aprendizado da geometria Espacial também representa certa
progressão no desenvolvimento cognitivo para esta competência.
Ela é trabalhada a partir de objetos manipulativos, planificações
e cálculo de volumes até a formalização de algumas relações e
propriedades, principalmente por meio da utilização da relação
de Euler (relacionado ao número de faces, vértices e arestas dos
polígonos). Na geometria analítica, o desenvolvimento refere-se à
identificação, por exemplo, da equação de uma reta e a sua equação
reduzida a partir de dois pontos dados, e reconhecer os coeficientes
linear e angular de uma reta dado o seu gráfico.
Em referência à trigonometria, são apresentados seus conceitos
e são feitas relações entre seus elementos e as razões
trigonométricas no triângulo retângulo, sempre tomando o
cuidado de abordar este procedimento em diversos contextos,
formalizando seus conceitos.
Revista Pedagógica 49
A aprendizagem em sala de aula: desenvolvimento de habilidades por meio de estratégias, hipóteses e resultados
de acordo com os Parâmetros curriculares estipulados para a
educação, o estudante do Ensino fundamental deve ter uma visão dos
diversos campos do conhecimento matemático, sendo que, no Ensino
Médio, ele utilizará esses conhecimentos e poderá desenvolvê-los
de modo mais amplo. Isso significa o desenvolvimento em um grau
de complexidade maior das capacidades de abstração, raciocínio,
resolução de situações -problema, bem como a compreensão e a
interpretação do contexto em que o estudante está inserido.
Sendo assim, buscamos repensar o desenvolvimento cognitivo
da habilidade Reconhecer aplicações das relações métricas do
triângulo retângulo em um problema que envolva figuras planas ou
espaciais1 relativa à competência “aplicar Relações e Propriedades”,
explicitando a progressão cognitiva e as atividades didáticas que
poderiam ser aplicadas neste contexto.
Nos estudos em Educação Matemática, percebemos a preocupação
com o aspecto sociocultural dos conteúdos, referente à necessidade
de contextualizar o conhecimento, buscando aspectos históricos e
sociais, e a relação de seus objetivos de ensino. Neste caso, cabe
ressaltar que não há uma proposta de abandono da compreensão
teórica ou da aquisição de técnicas, mas de buscar expandir o
conhecimento do estudante, com uma visão completa sobre o
conteúdo abordado.
o teorema de Pitágoras requer habilidades desenvolvidas desde
as séries iniciais do Ensino fundamental até o Ensino Médio,
onde inicialmente é dado um enfoque para a utilização de objetos
manipulativos e, após, são abordadas a formalização da fórmula
utilizada para resolução dos problemas.
a ordem de apresentação de tópicos de Matemática pode ser
diversificada, tanto pelos livros didáticos quanto pela estratégia
1 Em outras palavras, esta habilidade refere-se à capacidade que um estudante tem para reconhecer, em um dado problema com figuras geométricas planas ou espaciais, ocasiões nas quais serão usadas as relações métricas de um triângulo retângulo. Neste caso, com foco em problemas que requerem o uso do Teorema de Pitágoras.
50 Avalie Ensino médio 2012
didática do professor e, deste modo, procuramos apontar algumas
propostas de ensino que o educador poderá utilizar em sala de aula.
Em um dos primeiros momentos de desenvolvimento dessa
competência na escola, consideramos a importância em trabalhar
a condição de existência dos triângulos. assim, desde o 5º ano do
Ensino fundamental (Ef), por exemplo, pode-se disponibilizar diversos
materiais manipulativos – como no caso de “varetas” (figura 1) − com
medidas diferenciadas, para que os estudantes façam combinações
com três delas, percebendo, por meio da experimentação, que nem
sempre é possível formar uma figura triangular e que há elementos
que têm relação com a existência ou não de triângulos.
Figura 1
cabe notar, assim, que com as três varetas apresentadas no alto da
figura (figura 1) pode-se formar um triângulo, mas com as outras três
varetas, apresentadas na parte inferior desta mesma figura, não há a
possibilidade de combinação para a formação de um triângulo.
após a percepção de existência dos triângulos, podem ser
trabalhados os seus tipos (acutângulo, retângulo, obtusângulo),
utilizando, ainda, objetos manipulativos. Isso permite, ao estudante,
perceber que a condição de existência, abordada anteriormente,
não garante a construção do triângulo retângulo.
o “esquadro de cordas egípcio” (figura 2), recurso utilizado pelos
antigos egípcios e que pode ser apresentado na sala de aula, é um
rico material a ser utilizado na construção do triângulo retângulo,
possibilitando, ao estudante, verificar a relação de existência dessa
Revista Pedagógica 51
figura. os egípcios tinham o conhecimento do triângulo retângulo
com medidas de 3, 4 e 5 unidades de comprimento para cada lado.
com base nessa informação, eles usavam um pedaço de corda, na
qual davam nós com intervalos de mesmo distância. deste modo,
construíam um esquadro na forma do triângulo retângulo reservando
três, quatro e cinco espaços entre os nós para representar,
respectivamente, os três lados do triângulo. com este instrumento,
era possível verificar em diversas situações, se os elementos
medidos estavam “no esquadro” ou se possuíam ângulos maiores
ou menores que 90º (por exemplo: medidas de cantos de paredes
e mesas, medidas angulares de quadrados e outras figuras, entre
outros).
Figura 2
como apontado nos Parâmetros curriculares, o material concreto
deve ser desencadeador de conjecturas e processos que levem às
justificativas formais, e neste caso, mostramos que podemos pensar
nessa abordagem também para o teorema de Pitágoras.
após esse trabalho de reconhecimento do triângulo retângulo, o
estudante já apresenta condições para chegar à forma do teorema
(anos finais do Ef). vamos pensar em uma atividade!
Podemos solicitar, inicialmente, que o estudante construa um triângulo
com um ângulo de 90º. com base nesse triângulo, pede-se que sejam
feitos esboços de quadrados sobre os catetos e a hipotenusa desse
triângulo (figura 3), isto é, cada quadrado é construído sobre cada lado
do triângulo. Em seguida o estudante calcula as medidas dos lados do
triângulo (utilizando a régua ou outro instrumento de medidas) e as
52 Avalie Ensino médio 2012
medidas da área de cada quadrado, buscando relacionar os dados
encontrados. Esse procedimento pode ser repetido para outros
triângulos retângulos e registrados seus resultados (figura 4) até que
se possa apresentar alguma relação entre os dados encontrados
para cada triângulo. a observação das relações e experimentação
dos resultados podem ser aplicadas em outras situações a fim de
testar o modelo matemático encontrado nessa situação. Neste caso,
cabe ressaltar que procedimento aplicado e o modelo matemático
encontrado não se referem a uma prova do teorema de Pitágoras,
mas a uma suposição por meio de tentativa e teste.
Q3
5
4a
b
c
3Q1
Q2 área dos
quadrados
cateto b cateto c hipot. a Q1 Q2 Q3
Figura 3 / Figura 4
Para aplicar este teorema em situações-problema, pode-se iniciar o
estudo com atividades de menor grau de complexidade até alcançar
as mais complexas. Por exemplo, o professor pode solicitar que o
estudante trabalhe situações em um triângulo retângulo que, dado a
medida de dois lados, pede-se para encontrar a medida do terceiro
lado. Isso permite iniciar a utilização do teorema como ferramenta
para resolução de problemas mais básicos, veja (Exemplo 1):
Exemplo 1
de acordo com as medidas indicadas na figura (figura 5), calcule x.
Figura 5
Revista Pedagógica 53
Esse tipo de situação pode ser dificultada de acordo com as variáveis
didáticas envolvidas (letras, rotação do triângulo, dados decimais), pois
o trabalho com o triângulo em uma posição não usual ou com dados não
inteiros interfere diretamente na dificuldade que o estudante encontrará
para resolver um dado problema.
Podemos notar que aplicar o teorema de Pitágoras para resolver
um problema representa uma das fases do desenvolvimento dessa
competência, pois o estudante, ao final do Ensino Médio, deverá
saber aplicar o teorema a qualquer situação semelhante. Ressaltamos,
portanto, que este trabalho pode ser iniciado com grau de complexidade
mais baixa, com a apresentação de problemas para estudantes do 8º
ano do Ef, veja o exemplo abaixo (Exemplo 2):
Exemplo 2
o portão de entrada de uma casa tem o formato retangular (abcd) com
3 metros de comprimento e 2,5 metros de altura. Para que o portão
não perca seu formato original, sugere-se pregar uma trave de madeira
na posição diagonal (ponto b ao d), percorrendo todo o portão, como
temos na figura a seguir:
Qual comprimento essa trave deve ter?
Entretanto, ao abordar este conteúdo com estudantes do 9º ano do
Ef, e todo o Ensino Médio, o grau de complexidade para resolução de
situações- problema − baseada no teorema de Pitágoras − vai crescendo,
culminando em aplicações semelhantes ao exemplo apresentado em
seguida (Exemplo 3).
54 Avalie Ensino médio 2012
Exemplo 3
como podemos perceber, a linguagem e o conjunto de habilidades
requisitadas em cada um desses dois problemas são diferenciados,
sendo mais fácil para o estudante resolver o Exemplo 1 do que o
Exemplo 2, sendo esses dois problemas, mais fáceis que o Exemplo 3.
com essas atividades, ressaltamos de forma implícita, o
desenvolvimento de habilidades importantes, tais como a soma
dos ângulos internos de um triângulo (em um trabalho posterior
a existência de triângulos) e a abordagem da lei angular de tales
(complementando o trabalho com o “esquadro de cordas egípcio”),
o que facilita o conhecimento e aplicação do teorema de Pitágoras.
cabe ressaltar ainda, a aplicação desse teorema com figuras
espaciais e relações métricas no triângulo retângulo, as quais
também utilizarão habilidades sobre semelhanças de triângulos e
teorema de Pitágoras.
o trabalho realizado pelo professor, associado aos aspectos
apontados por nós, seja na utilização de objetos manipulativos ou
utilização de conceitos relacionados à modelagem matemática
e à resolução de problemas, pode contribuir no desenvolvimento
de algumas habilidades relacionadas ao tema “Espaço e forma”.
Permitir a aplicação e uso de diversos recursos e metodologias na
sala de aula, permite, ao estudante, construir conceitos mais densos
e significativos relacionados, por exemplo, à aplicação do teorema
de Pitágoras.
Revista Pedagógica 55
AvAliAção E moniToRAmEnTo
a compreensão sobre a gestão de política pública
fica bem evidenciada pela pedagoga Rita de
cássia bastos de carvalho, atualmente exercendo
a função de coordenadora pedagógica da diretoria
Regional de alagoinhas (dIREc 03), ao afirmar que
“a educação é um campo profícuo de formação
para a cidadania moderna e que se configura
como um viés proficiente para o progresso e o
desenvolvimento socioeconômico do estado”.
desse modo, “a implantação de programas de
avaliação no sistema educacional, enquanto
políticas públicas, é fundamental para elaborar
diretrizes básicas, definir metas e estratégias,
diagnosticar os problemas que configuram a
realidade educacional e acompanhar os resultados
das ações técnicas, pedagógicas e de gestão de
recursos, contribuindo, assim, para potencializar a
qualidade da educação no estado ou município”.
conhecer os problemas do sistema educacional
para orientar com maior precisão as políticas
governamentais é uma proposição apresentada
pela professora Rita para a melhoria da qualidade
do ensino. Nesse sentido, a avaliação em larga
escala tem um papel importante enquanto “sistema
avaliativo padronizado e de amplo alcance, de
caráter diagnóstico e regulador, que orienta a
implementação de políticas educacionais voltadas
à melhoria da qualidade do ensino.”
a professora Rita ressalta a importância do avalie
Ensino Médio para “avaliar o desempenho dos
estudantes em diferentes áreas do conhecimento
e nível de escolaridade, subsidiando a formulação
e a implantação de políticas públicas no setor
educacional dos municípios baianos; bem como
monitorar os seus resultados, visando garantir o
direito do estudante a uma educação de qualidade”.
as políticas de monitoramento podem se tornar
mecanismos para a melhoria do ensino, na medida
em que as intervenções realizadas possibilitam
uma reflexão sobre a prática pedagógica e as
demandas apresentadas pelos estudantes possam
ser mediadas de acordo com a necessidade
de cada um. com relação às políticas de
monitoramento para a melhoria da qualidade da
educação, a professora Rita ilustra: “imagine uma
pessoa que está se sentindo mal e foi a uma clínica
médica saber o que estava se passando. assim
que o médico a consultou, diagnosticou que ela
estava com um problema de saúde e precisava
de tratamento imediato. com certeza, os cuidados
médicos com essa pessoa não se acabaram
a avaliação em larga escala possibilita a toda a comunidade escolar
perceber os resultados das ações desenvolvidas, por todos os atores que
atuam no cenário educacional.
EXPERiÊnCiA Em foCo
56 Avalie Ensino médio 2012
assim que foi diagnosticada a causa do mal-
estar. Pela natureza do ofício do médico e dada
à realidade do estado de saúde daquela pessoa,
há necessidade de todo um monitoramento da
evolução do seu estado clínico: a medicação
prescrita está fazendo efeito? o quadro clínico
evoluiu? há incidência grave de efeitos colaterais?
as causas foram de fato diagnosticadas? de
maneira análoga, ao pensarmos sobre a avaliação,
compreendemos que ações que acompanhem e
monitorem as questões relativas à evolução do
quadro do ensino público, visando superar os
problemas diagnosticados, em muito contribuirão
para melhorar a sua qualidade”.
a analogia apresentada pela professora Rita
demonstra o seu respeito à diversidade humana
e o conhecimento sobre as dificuldades,
as potencialidades e a necessidade de
acompanhamento ao processo de aprendizagem,
condições essenciais para que a mediação ocorra
de forma significativa.
a dIREc de alagoinhas vem implementando
um trabalho significativo com a utilização da
avaliação em larga escala, compreendendo que
“o processo de avaliação está relacionado à
produção de informações sobre determinada
realidade e é algo que está bastante presente no
cotidiano escolar”, conforme ressalta a professora
Rita. assim, continua ela, os resultados do avalie
são divulgados por meio de relatórios técnico-
pedagógicos para cada escola, dIREc e SEc, e
boletins individuais para os estudantes.
com a divulgação desses resultados, a dIREc 03
realiza uma reunião com os técnicos pedagógicos
do Nupaip Regional, os gestores escolares, os
coordenadores pedagógicos e os articuladores
das áreas de conhecimento. também são
realizadas oficinas separando os interessados por
áreas do conhecimento (linguagens, códigos e
suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias;
ciências da Natureza e suas tecnologias e
ciências humanas e suas tecnologias), com o
objetivo de analisar e interpretar os resultados
para o replanejamento das ações pedagógicas
a serem definidas pelas escolas envolvidas no
processo de avaliação.
um exemplo do que vem acontecendo é a ac
colaborativa. conta a professora que “a ac
colaborativa surgiu como uma ação concreta
criada pela coordenação básica (codeb) da
dIREc 03, na direção da professora Rita de cássia
bastos de carvalho, e com apoio pedagógico do
Programa gestar II de alagoinhas – dIREc 03,
pela necessidade de ressignificar as atividades
complementares dos professores; instituir a cultura
de práticas colaborativas nas escolas e acompanhar,
avaliar e intervir no trabalho pedagógico. assim,
a ac colaborativa foi organizada para atender
a necessidade de propiciar diálogos com os
educadores, incentivando-os”. Elas acontecem
em dois turnos (matutino e vespertino), com carga
horária de oito horas e abordam temas sugeridos
pelos participantes, através do preenchimento de
uma ficha de avaliação.
a professora Rita nos lembra que a “avaliação
em larga escala possibilita a toda a comunidade
escolar perceber os resultados das ações
desenvolvidas, por todos os atores que atuam
no cenário educacional. Nesse contexto, a
publicização dos seus resultados se torna um
dos momentos de maior expectativa de gestores,
técnicos pedagógicos do Nupaip Regional,
funcionários, educadores, estudantes e as famílias
são as que revelam as mais sinceras expressões
do seu impacto”.
Revista Pedagógica 57
REiToR dA UnivERSidAdE fEdERAl dE JUiz dE foRAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO
CooRdEnAção gERAl do CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
CooRdEnAção TÉCniCA do PRoJEToMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO
CooRdEnAção dA UnidAdE dE PESQUiSATUFI MACHADO SOARES
CooRdEnAção dE AnáliSES E PUBliCAçÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE
CooRdEnAção dE inSTRUmEnToS dE AvAliAçãoRENATO CARNAÚBA MACEDO
CooRdEnAção dE mEdidAS EdUCACionAiSWELLINGTON SILVA
CooRdEnAção dE oPERAçÕES dE AvAliAçãoRAFAEL DE OLIVEIRA
CooRdEnAção dE PRoCESSAmEnTo dE doCUmEnToSBENITO DELAGE
CooRdEnAção dE dESign dA ComUniCAçãoJULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO
RESPonSávEl PElo PRoJETo gRáfiCoEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
bahIa. Secretaria da Educação
avalie Ensino Médio – 2012/ universidade federal de Juiz de fora, faculdade de Educação, caEd.
v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de fora, 2012 – anual.
aRaÚJo, carolina Pires; MElo, Manuel fernando Palácios da cunha e; olIvEIRa, lina Kátia Mesquita de; REzENdE, Wagner Silveira.
conteúdo: Revista Pedagógica – Matemática e suas tecnologias – 2ª série do Ensino Médio e Educação Profissional integrada ao Ensino Médio.
ISSN 2238-3077
cdu 373.3+373.5:371.26(05)