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Avaliação regulatória no desenvolvimento

analítico, validação e qualidade

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Palestrante

Vanessa Cunha Rodrigues

Farmacêutica, Gerente/Consultora na área de Assuntos Regulatórios, graduada pela Faculdade de Ciências

Farmacêuticas da Universidade de São Paulo – USP, com especialização em fármacos e medicamentos.

Experiência de 17 anos na indústria farmacêutica - Bristol-Myers Squibb nas áreas de desenvolvimento, validação

analítica controle e garantia de qualidade, Novartis – Gerente de AR/CMC e Eurofarma – Gerente/Consultora em

Assuntos Regulatórios

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• Validação analítica

– Conceitos importantes

– Tipos e componentes de uma validação

– Parâmetros, exemplos e comparação com o ICHQ2

• Controle de qualidade – ICHQ6A

– Testes para o IFA

– Testes para o produto acabado

4

Agenda – dia 2

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Validação analíticaRDC 166/2017

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Escopo da RDC 166/2017

Art. 2° Esta Resolução é aplicável a métodos analíticos empregados em

insumos farmacêuticos, medicamentos e produtos biológicos em todas as

suas fases de produção.

§ 4º Estão excluídos desta Resolução os métodos microbiológicos, para os

quais deve ser apresentada justificativa técnica para a abordagem escolhida,

baseada na Farmacopeia Brasileira ou em outros compêndios oficiais

reconhecidos pela Anvisa.

Se aplica para teste de solubilidade de

IFA, para métodos de produtos

reconstituídos e diluídos, para métodos

que avaliam a validação de limpeza –

avaliar a aplicabilidade do método no

geral

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O que é validação?

Ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento,

material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos resultados

esperados;

RDC 301/19 – Boas Práticas de Fabricação

Validação analítica: é a avaliação sistemática de um método por meio de ensaios

experimentais de modo a confirmar e fornecer evidências objetivas de que os

requisitos específicos para seu uso pretendido são atendidos;

RDC 166/2017 – Validação analítica

The objective of validation of an analytical procedure is to demonstrate that it is

suitable for its intended purpose.

ICH Q2R1 – Validation of analytical procedures: Text and methodology

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TRADUÇÃO: Quantificação de paracetamol em um comprimido por HPLC

• Nenhum componente do método ou do produto ou configuração do equipamento

interferem na quantificação do componente – ESPECÍFICO;

• Se a quantidade do componente aumenta, o sinal da quantificação aumenta

proporcionalmente – LINEAR – em uma faixa especificada – INTERVALO;

• Qualquer analista que realizar a quantificação terá o mesmo resultado, independente

do tempo (dias diferentes) ou do equipamento usado (HPLC) – PRECISO – ainda que

alguns pequenos parâmetros sejam alterados no equipamento ou no teste –

ROBUSTO;

• O método/equipamento é capaz de quantificar exatamente a quantidade do

componente no comprimido – EXATO – a partir de uma quantidade mínima –

QUANTIFICÁVEL/DETECTÁVEL;

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Desenvolvimento x validação

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Validação analíticaConceitos importantes iniciais

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Art. 5° A utilização de método analítico não descrito em compêndio oficial reconhecido pela

Anvisa requer a realização de uma validação analítica, conforme parâmetros estabelecidos

nesta resolução, levando-se em consideração as condições técnico-operacionais

Farmacopeias admitidas pela ANVISA:

Farmacopeia Alemã, Farmacopeia Americana, Farmacopeia Argentina, Farmacopeia

Britânica, Farmacopeia Europeia, Farmacopeia Francesa, Farmacopeia Internacional

(Organização Mundial da Saúde - OMS), Farmacopeia Japonesa, Farmacopeia Mexicana,

Farmacopeia Portuguesa.

Métodos compendiais e admissibilidade de farmacopeias (RDC 511/21)

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Mesmo sistema de qualidade – P&R 2018

3.2.11 – Elementos básicos do gerenciamento da qualidade:

I – Infraestrutura apropriada ou sistema de qualidade, englobando instalações,

procedimentos, processos e recursos organizacionais e

II – Ações sistemáticas necessárias para assegurar com confiança adequada que

um produto (ou serviço) cumpre seus requisitos de qualidade;

São consideradas empresas com mesmo sistema de gerenciamento da qualidade

aquelas que estão sujeitas à mesma politica de procedimentos, instalações,

treinamento de pessoal e qualificação.

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Padrões para validação

Padrão

(SQR)

Padrão farmacopeico

(SQF)

Adquirido de uma farmacopeia reconhecida

Padrão caracterizado

(SQC)

Caracterização absoluta

Padrão de trabalho

(SQT)

Comparado à SQF ou SQC

EXCEÇÃO: RDC 31/2010

Art. 28 Deve-se utilizar Substância Química de Referência (SQR) oficializada pela Farmacopéia Brasileira,

preferencialmente, ou por outros compêndios oficiais.

Art. 29 No caso da inexistência da SQR, será admitido o uso de Substância Química de Trabalho (SQT), desde que

sejam devidamente determinados: identidade, teor, perfil quantitativo de impurezas e, quando aplicáveis, perfil

qualitativo de impurezas e outros ensaios específicos.

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III.- caracterização de substância química: é o conjunto de ensaios que garante

inequivocamente a autenticidade e qualidade da substância, no que se refere a

sua identidade, pureza, teor e potência, devendo incluir dados obtidos a partir de

técnicas aplicáveis à caracterização de cada substância como, por exemplo,

termogravimetria, ponto de fusão, calorimetria exploratória diferencial,

espectroscopia no infravermelho, espectrometria de massas, ressonância

magnética nuclear, análise elementar (carbono/hidrogênio/nitrogênio), difração de

raio X, rotação óptica, ensaios cromatográficos, entre outras;

Padrões para validação

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http://www.pharmtech.com/pharmtech/Peer-Reviewed+Research/Reference-Standard-Material-Qualification/ArticleStandard/Article/detail/591372

Caracterização de padrões

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I. número e validade do lote da substância utilizado na caracterização;

II. denominação comum brasileira ou denominação comum internacional;

III. n° CAS;

IV. nome químico;

V. sinonímia;

VI. fórmula molecular e estrutural;

VII. peso molecular;

VIII. forma física;

IX. propriedades físico-químicas;

X. perfil de impurezas;

XI. cuidados de manipulação e conservação, e

XII. laudo analítico comprovando a identidade, teor e validade da SQC.

Caracterização de padrões - relatório

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§ 2º. A Anvisa e os integrantes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

poderão requerer amostras da SQC para fins de avaliação do processo de

caracterização nas hipóteses do parágrafo anterior e, quando da necessidade de

realização de análise fiscal, deverá ser fornecida amostra da SQC para fins de

realização dos testes necessários.

Padrões para validação

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XVII.- pureza cromatográfica: ausência de interferência no sinal cromatográfico do

analito;

XVIII.- pureza de pico: homogeneidade espectral de um pico cromatográfico,

indicativa de sua pureza cromatográfica, sendo que os critérios para concluir se

existe homogeneidade espectral e os parâmetros adotados para o cálculo da

pureza são definidos conforme previamente estabelecido para o software utilizado

ou por meio de avaliação técnica cientificamente embasada;

Pureza do pico

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Para um pico puro todo o espectro UV-visivel adquirido durante a eluição e detecção do

pico deve ser identico, exceto por diferenças em amplitude por conta de concentração ou

sinal no determinado comprimento de onda. Os resultados de comparação dos espectros

devem ser muito próximos de uma sobreposição completa:

Purity index e purity plot

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“fatiamento do pico” e curva de similaridade

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O purity plot do pico todo

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Validação não aplicável:

Parágrafo único. O disposto no caput exclui métodos gerais compendiais básicos

como medida de pH, perda por secagem, cinzas sulfatadas, umidade,

desintegração, entre outros, e os métodos analíticos descritos em monografias

individuais compendiais de insumos farmacêuticos não ativos.

Métodos “Capítulo geral” e de excipientes

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§2º Outra abordagem poderá ser aceita, mediante justificativa e apresentação de

protocolo e relatório de transferência, baseada em análise de risco e

considerando a experiência prévia, o conhecimento da unidade receptora, a

complexidade do produto e do método e as especificações, além de outros

aspectos relevantes aplicáveis.

Outras abordagens de validações?

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The conventional TAP may be omitted under certain circumstances. In such instances, the receiving unit

is qualified to use the analytical test procedures without comparison and generation of interlaboratory

comparative data. The following examples give some scenarios that may justify the waiver of TAP:

• The new product’s composition is comparable to that of an existing product and/or the concentration of

active ingredient is like that of an existing product and is analyzed by procedures with which the

receiving unit already has experience.

• The analytical procedure being transferred is described in the USP–NF and is unchanged. Verification

should apply in this case;

• The analytical procedure transferred is the same as or very similar to a procedure already in use.

• The personnel in charge of the development, validation, or routine analysis of the product at

the transferring unit are moved to the receiving unit.

<1224> USP e o transfer waive

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Testes para avaliação da identidade de um analito em uma amostra. Normalmente atingido

pela comparação de uma propriedade da amostra (ex espectro, comportamento

cromatográfico, reatividade quimica) ao mesmo comportamento de um padrão de referência

conhecido;

Tipos de ensaios – Identificação

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Ensaios que permitem verificar se a quantidade do analito está acima ou abaixo

de um nível previamente estabelecido, sem o quantificar com exatidão – exemplo:

Metais pesados, teste para algumas impurezas nas farmacopeias

Métodos para avaliação de validação de limpeza: podem ser ensaios limite para o

teor por exemplo;

Tipos de ensaios – Impurezas ensaio limite Conceito ANVISA

– ligado à tecnica

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Se prestam à medir o analito de interesse presente em uma amostra por meio da

comparação de um sinal à uma quantidade conhecida do mesmo analito (ou de

outro por meio de co-relação) de um padrão de referência conhecido.

Também se aplica para método de dissolução!

Tipos de ensaios – Impurezas e doseamento quantificação

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Validação analíticaTipos e componentes da validação

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XXV.- transferência de método: processo documentado que qualifica um laboratório (unidade receptora) para o

uso de um método analítico proveniente de outro laboratório (unidade de transferência), assegurando que a

unidade receptora possui conhecimento e está apta para executar o método analítico de acordo com a finalidade

pretendida;

XXVI.- validação analítica: é a avaliação sistemática de um método por meio de ensaios experimentais de modo

a confirmar e fornecer evidências objetivas de que os requisitos específicos para seu uso pretendido são

atendidos;

XXVII.- validação parcial: demonstração, por meio de alguns parâmetros de validação, que o método analítico

previamente validado tem as características necessárias para obtenção de resultados com a qualidade exigida,

nas condições em que é praticado;

XX.- revalidação de método analítico: repetição parcial ou total da validação de um método analítico para

assegurar que esse continua cumprindo com os requisitos estabelecidos;

Tipos de validação analítica

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Escolhendo qual validação fazer

Validação

Método próprio

Validação completa

Transferência

Revalidação

Método compendial

Validação parcial

Uma validação parcial pode ser aplicável em casos de pós registro com parâmetros

distintos e justificados

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Quando validar? O que validar?

Tipo/Estágio Validação Completa Revalidação Validação Parcial

Desenvolvimento X

Registro X

Transferência de método X1

Método compendial X2

Alterações pós registro X3

1. Mesmo sistema de qualidade (reprodutibilidade) ou diferente sistema de qualidade (especificidade, exatidão e

precisão) + LQ/LD (impurezas);

2. Especificidade, exatidão e precisão + LQ/LD (impurezas);

3. Os parâmetros de validação a serem avaliados dependem da natureza das alterações realizadas.

4. No caso de validação parcial, cópia do relatório de validação completa deve ser enviada como prova de que o

mesmo método foi completamente validado.

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RDC 166/17 – Validação (quantificação)

Parâmetro RDC 166/2017

Completa Transferência Parcial

Especificidade Sim Sim Sim

Linearidade Sim Não Não

Intervalo Sim Não Não

Precisao repetibilidade Sim Sim Sim

Precisão intermediária Sim Sim Sim

Limite de detecção Sim Depende Depende

Limite de quantificação Sim Depende Depende

Exatidão Sim Sim Sim

Robustez Não * Não Não

Efeito matriz Sim** Não Não

* Parte do desenvolvimento analítico mas deve ser enviado para a ANVISA

** Para matrizes complexas somente

Se mesmo sistema da qualidade: Permitido somente reprodutibilidade

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Art. 10. Uma revalidação de método analítico pode considerar as seguintes circunstâncias:

I.- alterações na síntese ou obtenção do IFA;

II.- alterações na composição do produto;

III.- alterações no método analítico; e

IV.- outras alterações que possam impactar significativamente no método validado.

Parágrafo único. Os parâmetros de validação a serem avaliados dependem da natureza das

alterações realizadas.

Quando revalidar?

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• Protocolo de validação analítica

• Relatório de validação analítica

• Calculos utilizados em cada parâmetro

• Validação analítica completa original (casos de validação parcial)

• Cromatogramas da especificidade com pureza de pico (caso cromatografia DAD usada);

• Certificados dos padrões utilizados (com relatório completo de caracterização em casos de padrões

não compendiais)

Art. 12 Os documentos da validação e da validação parcial apresentados devem descrever os

procedimentos, os parâmetros analíticos, os critérios de aceitação e os resultados, com detalhamento

suficiente para possibilitar sua reprodução e, quando aplicável, sua avaliação estatística.

Componentes documentais de uma validação analítica

Multinacionais que

seguem ICH?

Formato CTD?

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Validação analíticaParâmetros

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RDC 166/17 – Parâmetros por tipo de teste

Parâmetro Identificação

Impurezas Teor

Dissolução

UC

PotênciaQuantitativo Ensaio Limite

Seletividade2 Sim Sim Sim Sim

Linearidade Não Sim Não Sim

Intervalo Não Sim Não Sim

PrecisãoRepe Não Sim Não Sim

Repro Não Sim1 Não Sim1

Limite de detecção Não Não3 Sim Não

Limite de quantificação Não Sim Não Não

Exatidão Sim Sim Não Sim

1. Nos casos em que foi conduzida a reprodutibilidade, não é necessário conduzir a precisão intermediária

2. Nos casos de ensaios de identificação, pode ser necessária a combinação de dois ou mais procedimentos analíticos para atingir o nível necessário de discriminação.

3. Pode ser necessário em alguns casos.

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Validação analítica1. Especificidade/Seletividade

Page 38: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Capacidade de identificar ou quantificar o analito de interesse,

inequivocamente, na presença de componentes que podem estar

presentes na amostra, como impurezas, diluentes e componentes da

matriz.

No caso de métodos cromatográficos, deve ser comprovada a pureza

cromatográfica do sinal do analito, exceto para produtos biológicos.

Conceito

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Testes de identidade:

• Demonstrar a capacidade de resultado

positivo para amostra com o analito e

negativo para outras substâncias

presentes na amostra;

• Aplicar os ensaios à substâncias

estruturalmente semelhantes –

reprovação

• Pode ser necessário dois ou mais

métodos para atingir a seletividade

Especificidade por tipo de ensaio

Etanol ácido

Etanol básico

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Métodos quantitativos e ensaio limite:

• Comprovação de que a resposta analítica se deve exclusivamente ao analito, sem

interferência do diluente, da matriz, de impurezas ou de produtos de degradação.

• Para demonstrar ausência de interferência de produtos de degradação, é necessário

expor a amostra a condições de degradação em ampla faixa de pH, de oxidação, de

calor e de luz.

Especificidade por tipo de ensaio

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Controle com impurezas

Degradação ácida

Se DAD:

pureza do

pico

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Espectro UV em varredura e provável interferência da quantificação do meloxicam em todos os

comprimentos de onda – não cromatográfico – inaceitável seletividade

Page 43: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – Escitalopram tablets - Identidade

Identificação A – junto com doseamento HPLC:

• Comparação com o padrão de oxalato de escitalopram em

mesmo tempo de retenção – identificação positiva

• Comparação com composto similar (impureza C disponível)

em diferente tempo de retenção do padrão de oxalato de

escitalopram – identificação negativa da impureza E

Identificação B – O mesmo mas no espectro DAD total

Impureza C

Oxalato escitalopram

Page 44: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – Escitalopram – Doseamento e impurezas - HPLC

Impurezas descritas na monografia:

• Citalopram composto relacionado A

• Citalopram composto relacionado B

• Citalopram composto relacionado C – padrão disponível

• Citalopram composto relacionado E

Soluções descritas:

• Fase móvel – metanol, acetonitrila e tampão sódio acetato

• Solução de adequabilidade – 6,4 mcg/mL de escitalopram oxalato e 1 mcg/mL de citalopram C em fase móvel

• Amostra – 400 mcg/mL

• Padrão - 510 mcg/mL de escitalopram oxalato – (doseamento, equivalente a 400 mcg)

• Padrão – 1 mcg/mL escitalopram oxalato (impurezas)

Especificação de doseamento: 90 a 110% do rotulado

Especificação de impurezas: vide tabela

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Preparação Objetivo e comentários

Padrões das impurezas disponíveis

conforme especificações individuais

Avaliar a resposta básica do composto de interesse na técnica. Se não disponíveis precisa

justificar ou tentar síntese. Incluir o ativo na especificação das impurezas desconhecidas.

Padrão da adequabilidade do sistema Avaliar a separação entre o analito e o par critico

Fase móvel Avaliar a ausência de resposta no TR

Placebo do comprimido Avaliar a ausência de resposta no TR

Placebo contaminado com oxalato de

escitalopram na concentração do

analito na amostra (510 mcg)

Avaliar o comportamento do analito na matriz (se há alteração de resposta por exemplo ou se

há interação que possa ser verificada – DAD)

Placebo contaminado com oxalato de

escitalopram na concentração do

analito na amostra (510 mcg) +

impurezas disponíveis

Avaliar o comportamento do analito na matriz na presença das impurezas (se há alteração de

resposta por exemplo ou se há interação que possa ser verificada – DAD)

Placebo contaminado com impurezas

disponíveis (na concentração

esperada)

Avaliar o comportamento das impurezas na matriz quando o analito está ausente. Localizar os

picos relacionados exclusivamente às impurezas disponíveis

Incluir o analito na concentração das impurezas desconhecidas

Amostras submetidas à stress Avaliar a pureza dos picos ou ausência de resposta na presença de impurezas conhecidas e

desconhecidas

Planejamento do experimento – doseamento e impurezas

Page 46: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Cromatogramas de todas as soluções analisadas – peak purity e purity plot do pico

integralmente;

• “Overlay” de cromatogramas do placebo, placebo degradado, padrão, padrão

degradado, amostra e amostras degradadas;

• Descrição de quais picos podem ser excluídos por pertencer exclusivamente à diluentes

e/ou placebo/placebo degradado;

• Tabela demonstrando a pureza dos picos dos alvos da metodologia;

• Tabela constando a % de degradação nos estudos de stress e quantidade de impurezas

verificadas – caso não tenha estudo de degradação forçada formal

O que reportar?

Page 47: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Não haver disponibilidade de todas as impurezas citadas no DMF do fabricante do IFA;

• Balanço de massas inaceitável no estudo de stress e não haver impurezas individuais

para verificar se poderia ser um problema com fator resposta;

• Impureza desconhecida co-eluindo com o pico do ativo ou de outras impurezas

conhecidas ou de outros picos (placebo ou diluente por exemplo);

• Impureza conhecida co-eluindo com o pico do ativo ou de outros picos (do placebo,

diluente por exemplo);

• Ruído da linha de base causando “impurity flag” no gráfico de pureza de pico;

O que pode acontecer de errado?

Page 48: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• ICH não menciona transferência de metodologia – RDC 166/17

menciona testes específicos e a seletividade é um deles;

• Formato do estudo de stress é bem especifico se for seguido RDC

53/2015 – exemplo: balanço de massas, condições de exposição

mínimas...

ICH x RDC 166/2017?

Page 49: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Validação analítica2. Linearidade e faixa de trabalho

Page 50: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Deve ser demonstrada por meio da capacidade de obter respostas analíticas diretamente proporcionais à

concentração de um analito em uma amostra. Uma relação linear deve ser avaliada em toda a faixa

estabelecida para o método.

• Análise de no mínimo 5 concentrações diferentes, conforme tipo de validação – 3 replicatas independentes de

cada concentração

• Representação gráfica das respostas em função da concentração do analito;

• Gráfico de dispersão dos resíduos, acompanhado de sua avaliação estatística;

• Equação da reta de regressão de y em x, estimada pelo método dos mínimos quadrados;

• Avaliação da associação linear entre as variáveis por meio do coeficientes de correlação (r) e de determinação

(r²) – acima de 0,990

• Avaliação da significância do coeficiente angular – significativamente diferente de zero

• Homocedasticidade dos dados deve ser avaliada

Quantificação é uma regra de três, por isso a importância da linearidade.

Conceito

Page 51: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tipo de validação Faixa a ser validada

Teor De 80% a 120% da concentração teórica do teste

Uniformidade de conteúdo De 70% a 130% da concentração teórica do teste

Determinação de impurezas Do LQ até 120% do limite máximo especificado para cada impureza

Determinação de impurezas em

conjunto com o teor

do limite de quantificação (LQ) até 120% (cento e vinte por cento) da concentração

esperada da substância ativa.

Dissolução de -20% (menos vinte por cento) da menor concentração esperada a +20% (mais

vinte por cento) da maior concentração esperada a partir do perfil de dissolução

Faixas por tipo de teste

Page 52: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Como preparar as “soluções independentes”?

Solução estoque 1

70%

80%

90%

100%

110%

120%

130%

Solução estoque 2

70%

80%

90%

100%

110%

120%

130%

Solução estoque 3

70%

80%

90%

100%

110%

120%

130%

• Analisar uma vez cada solução individual

• Calcular o RSD das três leituras

Discussão: Linearidade mede a resposta do

equipamento x concentração da amostra ou

erro de preparos?

Page 53: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Componentes da linearidade

Page 54: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Linearidade e faixa de trabalho - ExemploEscitalopram comprimidos 10 mg

Page 55: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Padrão disponível: Escitalopram oxalato

• Especificação: 90 a 110% do rotulado de escitalopram – 9 a 11 mg/cp

• Teor e uniformidade de conteúdo no mesmo método

• Concentração da amostra e padrão: 0,4 mg/mL (relativo à base escitalopram) –concentração 100%

• Faixa para teor: 80 a 120%

• Faixa para UC: 70 a 130%

• Usar faixa de UC – mais ampla e mesmo método

Doseamento e uniformidade de conteúdo

Page 56: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Faixa [escitalopram/mL] na faixa Diluição da solução estoque

70% 0,28 mg/mL 0,7 mL/10 mL

80% 0,32 mg/mL 0,8 mL/10 mL

90% 0,36 mg/mL 0,9 mL/10 mL

100% 0,40 mg/mL 1,0 mL/10 mL

110% 0,44 mg/mL 1,1 mL/10 mL

120% 0,48 mg/mL 1,2 mL/10 mL

130% 0,52 mg/mL 1,3 mL/10 mL

Solução estoque: 4,0 mg/mL (escitalopram) = 5,1 mg/mL (escitalopram oxalato)

Page 57: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Padrão disponível: Escitalopram oxalate – 1 mcg/mL

• Especificações: vide tabela

• Método não tem padrão das impurezas individuais: usa o padrão do ativo + fator resposta (RRF tabela)

• Concentração alvo do método: Especificação de cada impureza – de 0.20 a 0.5% - tem que estar na faixa

• Faixa de linearidade: Do nível esperado (ausente -LOQ) até 120% do máximo esperado (maior valor –0,5%)

• 0,5% de 400 mcg/mL = 2 mcg/mL – 100%

Impurezas orgânicas

Page 58: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Faixa Concentração

impureza

[escitalopram/mL] na faixa Diluição da solução mãe

LOQ LOQ LOQ De acordo com o LOQ

20% 0,1% 0,4 mcg/mL 1,0 mL/10 mL

40% 0,2% 0,8 mcg/mL 2,0 mL/10 mL

60% 0,3% 1,2 mcg/mL 3,0 mL/10 mL

80% 0,4% 1,6 mcg/mL 4,0 mL/10 mL

100% 0,5% 2,0 mcg/mL 5,0 mL/10 mL

120% 0,6% 2,4 mcg/mL 6,0 mL/10 mL

Solução mãe: 4 mcg/mL (escitalopram base)

Page 59: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Padrão disponível: Escitalopram Oxalate

• Especificação: NLT 80% do rotulado de escitalopram

• Concentração da amostra e padrão: L/900 sendo L = 10 mg – 0,01 mg/mL – 100% - concentração alvo em escitalopram base

• Perfil de dissolução? Para encontrar o primeiro ponto de dissolução.

Dissolução

Page 60: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Produto teste

• Produto referência/comparador

Page 61: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Faixa Concentração

impureza

[escitalopram/mL] na faixa Diluição da solução mãe

LOQ LOQ LOQ De acordo com o LOQ

20% 0,1% 0,002 mg/mL 2,0 mL/100 mL

40% 0,2% 0,004 mg/mL 4,0 mL/100 mL

60% 0,3% 0,006 mg/mL 6,0 mL/100 mL

80% 0,4% 0,008 mg/mL 8,0 mL/100 mL

100% 0,5% 0,01 mg/mL 10,0 mL/100 mL

120% 0,6% 0,012 mg/mL 12,0 mL/100 mL

• Solução mãe: 0,10 mg/mL (escitalopram base)

Page 62: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Guia 10/2017

Estatística

Não mandatório?

• Representação gráfica das respostas em função da

concentração do analito;

• Gráfico de dispersão dos resíduos, acompanhado de sua

avaliação estatística;

• Equação da reta de regressão de y em x, estimada pelo

método dos mínimos quadrados;

• Avaliação da associação linear entre as variáveis por

meio do coeficientes de correlação (r) e de determinação

(r²) – acima de 0,990

• Avaliação da significância do coeficiente angular –

significativamente diferente de zero

• Homocedasticidade dos dados deve ser avaliada

Page 63: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Tabela contendo as concentrações x respostas obtidas analíticamente para no mínimo 5 concentrações;

• Representação gráfica das respostas em função da concentração do analito;

• Gráfico de dispersão dos resíduos, acompanhado de sua avaliação estatística;

• Equação da reta de regressão de y em x, estimada pelo método dos mínimos quadrados;

• Avaliação da associação linear entre as variáveis por meio do coeficientes de correlação (r) e de determinação (r²);

• Valor da resposta no intercepto;

• Avaliação da significância do coeficiente angular.

O que reportar?

Page 64: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tabela com resultados de linearidadeNível (%) Concentração adicionada Resposta %RSD

1

2

3

4

5

O que reportar?

Page 65: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Resultado esperado para a avaliação da linearidade:

Linearidade

Page 66: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Linearidade e faixa de trabalhoProblemas comuns e questionamentos

Page 67: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Mesmo o método sendo igual para impurezas e teor, não dá pra usar a mesma curvapor falta de linearidade

Falta de linearidade para método comum de teor e impurezas

Page 68: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Falta de linearidade

Page 69: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Y-intercepto demonstrando interferência

Page 70: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Resíduos inadequados

Page 71: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Experimento não contemplou toda a faixa do método;

• Linearidade com somente uma replicata em cada concentração;

• Linearidade com a mesma injeção ao invés de preparações

independentes;

• Presença de tendência na avaliação dos resíduos da reta;

• Aparente interferência da matriz;

Principais questionamentos?

Page 72: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

ICH x RDC 166/2017?

Item RDC 166/2017 ICH

Número de replicatas em cada

concentração

3 replicatas Não menciona

Avaliação da regressão pelo método

dos mínimos quadrados com ou sem

adequação matemática

Sim – guia estatístico Menciona sem especificar

Avaliação do coeficiente de co-relação 0.990 Menciona sem especificar

Avaliação do y-intercepto Não cita Menciona sem especificar

Avaliação do ângulo da regressão Sim, significantemente diferente de zero Menciona sem especificar

Análise dos resíduos Sim – guia estatístico Menciona sem especificar

Gráfico de resposta x concentração Sim Sim

Significancia estatística Sim – 5% Menciona sem especificar

Especificação da faixa de dissolução Considera perfil de dissolução

Page 73: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Validação analítica3. Precisão

Page 74: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Avalia a proximidade entre os resultados obtidos por meio de ensaios com

amostras preparadas conforme descrito no método analítico a ser validado;

• É demonstrada pela avaliação do desvio padrão relativo

• Amostras devem ser preparadas de maneira independente desde o inicio do

procedimento do método;

• No caso de contaminação com analito de concentração muito baixa, aceita-se

uso de solução mãe única;

• Validação de impurezas: amostra com valor menor que a especificação –

fortificar a amostra;

Conceito

Page 75: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tipos de precisão

Repetibilidade

Analista 1

Equipamento 1

Dia 1

Repetibilidade

Analista 2

Equipamento 2

Dia 2

Reprodutibilidade

Analista 1 –laboratório 1

Analista 2 –laboratório 2

Intermediária: mesmo desenho entre os analistas

Repro

Page 76: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• 6 preparações independentes conforme método analítico – 100% de

concentração;

• Pode usar placebo fortificado, não necessariamente a amostra

(exceção – dissolução);

• Como a exatidão: 9 preparações

• 3 numa concentração alta – 3 réplicas

• 3 numa concentração intermediária – 3 réplicas

• 3 numa concentração baixa – 3 réplicas

Desenhos da precisão

Page 77: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificação para precisão – AOAC 2016

Page 78: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificação para precisãoEspecificação para precisão – AOAC 2016

Page 79: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

6 amostras a 100%

Analista 1 Analista 2

1

2

3

4

5

6

Média repetibilidade

%RSD repetibilidade

Média intermediária

%RSD intermediária

79

Como reportar?

Page 80: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Precisão - ExemploComprimido contendo 5% de ativo em massa - teor

Page 81: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – repetibilidade e intermediária para teor

Considerar o comprimido com 5% de massa

em relação ao peso:

1. Fração de massa (C): %/100 = 5/100 = 0,05

2. PRSD(R): 2*C^(-0,15): 3,13

3. ½ PRSD(R): 1,57

4. Dados experimentais:

• Valor de RSD repetibilidade 1: 1,54%

• Valor de RSD repetibilidade 2: 1,70%

• Valor de RSD intermediária: 1,71%

5. Cálculo de aceitação:

HorHat(r) = RSD/PRSD(R):

• 1,54/1,57 = 0,98 – repetibilidade 1

• 1,70/1,57 = 1,09 – repetibilidade 2

• 1,71/1,57 = 1,08 – intermediária

Aceitável: 0,3 a 1,3

Page 82: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Tabela contendo os valores de avaliação da precisão do método por

1º analista usando 1º equipamento no 1º dia;

• Tabela contendo os valores de avaliação da precisão do método por

2º analista usando 2º equipamento no 2º dia;

• Tabela contendo a sumarização dos valores de precisão do método

pelos 2 analistas;

• Calculo e avaliação do critério de aceitação

O que reportar?

Page 83: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

PrecisãoProblemas comuns e questionamentos

Page 84: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Analistas não utilizaram “lotes” de colunas diferentes;

• Analistas fizeram a análise no mesmo dia;

• Variabilidade sem justificativa para o critério de aceitação;

• Critério de aceitação número cabalístico (2 ou 5% pra teor por

exemplo);

• Resultados fora da especificação do produto usando amostras

(especialmente quando usa amostra comercial);

Problemas comuns

Page 85: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Desenho da precisão intermediária – especialmente em empresas que

seguem o ICH;

• Falta de justificativa para o critério de aceitação do RSD;

• Ausência completa da precisão intermediária;

Principais questionamentos

Page 86: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Art. 40 A determinação da precisão intermediária deve obedecer aos seguintes critérios:

I. expressar a proximidade entre os resultados obtidos da análise de uma mesma amostra, no mesmo laboratório, em pelo menos dois dias diferentes, realizada por operadores distintos; e

II. contemplar as mesmas concentrações e o mesmo número de determinações descritas na avaliação da repetibilidade.

Uso de amostra “fortificada” no limite da especificação para impurezas conhecidas – não realizado conforme ICH.

ICH x RDC 166/2017?

Extensão da

precisão

intermediária

Page 87: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Validação analítica4. Exatidão

Page 88: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Mede o grau de concordância entre os resultados individuais do método em estudo em

relação a um valor aceito como verdadeiro;

– Adição de analito: Expressa pelo percentual de recuperação do analito de concentração

conhecida adicionado à amostra;

– Comparação de métodos: Comparação entre o resultado com uso de uma metodologia validada

ou conhecida em relação ao valor com o uso da metodologia que se pretende validar;

– Análise de SQR: Utilização do método para avaliação de um padrão com potência definida do

analito

• Medida do DPR e da recuperação dentro de cada faixa avaliada (adição de analito);

Conceito

Page 89: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tipos de exatidão

IFA

Uso de SQR com método em teste

Uso de um segundo método

Adição do analito na amostra (teor não é

possível)

Produto acabado

Adição do analito no placebo

Uso de um segundo método

Adição do analito na amostra (se não tiver

placebo)

Impurezas

Adição do analito na amostra

Uso de um segundo método + FR

Uso do método com o IFA diluído e acrescentado na amostra (desconhecidas)

Page 90: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Usando SQR de potência/pureza conhecida:

• 9 determinações contemplando o intervalo linear do procedimento:

– 3 replicatas na concentração baixa – se for método de impurezas ou para diluídos ou validação

de limpeza, considerar a menor faixa o limite de quantificação;

– 3 replicatas na concentração média

– 3 replicatas na concentração alta

• Determinar a relação entre a concentração média determinada experimentalmente e a concentração

teórica conhecida

Desenho da exatidão – adição do analito

Page 91: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Soluções independentes?

• Uso do SQR e pesado individualmente – consumo altíssimo de padrão

• Reflexão: Objetivo da exatidão é demonstrar que o método tem recuperação adequada

ou erro de preparo de amostras fortificadas?

RDC 166/2017:

Art. 44 - As amostras para avaliação da exatidão devem ser preparadas de maneira independente, podendo ser utilizadas soluções diluídas de uma mesma solução mãe da SQR.

Page 92: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Como preparar as “soluções independentes” conforme P&R?

70%

leitura

70%

leitura

70%

leitura

100%

leitura

100%

leitura

100%

leitura

130%

leitura

130%

leitura

130%

leitura

Concentração baixa Concentração média Concentração alta

Pesagens individuas de SQR em cada faixa

Art. 44 - As amostras para avaliação da exatidão devem ser preparadas de maneira independente, podendo ser utilizadas soluções diluídas de uma mesma solução mãe da SQR.

Page 93: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tabela contendo os valores de avaliação da recuperação e do desvio encontrado em cada nível;

Concentração Nível

Concentração

teórica

(massa/mL)

Concentração

experimental

(massa/mL)

Recuperação (%)Recuperação

media (%)% DPR

Baixo

Média

Alta

Como reportar?

Page 94: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificação para exatidão – AOAC 2016

• Estimar a variabilidade pela faixa da massa do analito

(teor ou impurezas) conforme tabela;

• Erros adicionais relacionados à pesagem, erros de

diluição podem ser discutidos e somados para a

especificação final;

Page 95: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exatidão - ExemploComprimido com 20 mg de ativo e 140 mg de peso médio

Page 96: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – exatidão para teor

1. Fração de massa (C): Calcular em cada nível usando o valor da massa no nível e o valor do peso médio do produto = massa

do ativo/peso médio

2. Olhar na tabela da AOAC qual faixa de recuperação adotar. Nesse caso ativo na faixa de 10% - 98 a 102% aceitável;

2. PRSD(R): 2*C^(-0,15) em cada faixa para determinação do desvio – nesse caso o valor foi menor que 2,0% variação

permitida para injeções do padrão, então se convencionou usar 2,0%

Page 97: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Pode ser questionado porque as

concentrações teóricas não foram incluídas

para demonstração no cálculo

Page 98: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Pode ser questionado os valores

individuais teóricos – parece que foi

feito com uma única solução mãe que

foi “injetada” em triplicata.

Page 99: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

ExatidãoProblemas comuns e questionamentos

Page 100: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Exatidão não foi feita com SQR;

• Exatidão foi feita com solução mãe, não pesagens independentes;

• Faixa da exatidão não contempla a faixa de trabalho;

• Justificativa para a especificação do critério de aceitação não fornecida ou não aceitável;

• Desvio padrão muito alto na faixa ou entre as faixas, sem justificativa;

• Ausência do teste para o IFA?

Problemas comuns e questionamentos

Page 101: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...
Page 102: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Não permite inferir exatidão se precisão, linearidade e especificidade forem

avaliadas e se mostrarem adequadas;

• Descreve o uso de SQR para fortificação da matriz;

• Descreve a necessidade de amostras preparadas de maneira independentes

desde a pesagem – P&R;

ICH x RDC 166/2017?

Page 103: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Validação analítica5. Limites de detecção e quantificação

Page 104: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Conceito

Limite de detecção

• Menor quantidade do analito detectável, não necessariamente quantificável

• Sinal:ruído ≥ 2:1

• Pela curva analítica

• Método visual

• Determinação do branco

Limite de quantificação

• Menor quantidade do analito que pode ser quantificada com precisão e exatidão aceitáveis;

• Sinal:ruído ≥ 10:1

• Pela curva analítica

• Determinação do branco

• Deve ser ≤ que o limite de reporte

Se aplica para impurezas, pode se aplicar para métodos de teor em diluições ou

para validação de limpeza por exemplo;

Reportar em %, assim como a especificação – para LQ especialmente

Page 105: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

O sinal:ruído

• Não esquecer que tem que ter precisão e exatidão aceitáveis no limite de quantificação;

• LD não é relevante para métodos de quantificação no qual se precisa estabelecer o LQ e

que deve ser maior ou igual ao limite de notificação da RDC 53/2015

Page 106: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Cálculos

Outras formas:

1. Se já tiver algum outro dado que se sabe

a resposta/massa, avaliar a resposta do

ruído e fazer a extrapolação da massa que

daria o valor de 2 ou 10 vezes o sinal ruído;

2. LQ: Como precisa ser maior que o limite

de reporte, testar o limite de reporte direto

• Métodos visuais: Para avaliação de LD

de métodos como ensaios limites

colorimétricos, TLC/CCD e outros que a

avaliação é visual. Não se aplica

obviamente para LQ.

Page 107: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Limite de detecção:

–Tipo de abordagem utilizada (sinal ruído ou curvas);

–Valor de sinal ruído da linha de base com seu cromatograma;

–Cálculo utilizado para a determinação do LD

–Valor de LD na mesma unidade da especificação (usualmente em %)

• Limite de quantificação:

–Tipo de abordagem utilizada (sinal ruído ou curvas);

–Valor de sinal ruído da linha de base com seu cromatograma;

–Cálculo utilizado para a determinação do LQ

–Verificação da precisão e exatidão no LQ

–Valor de LQ na mesma unidade da especificação (usualmente em %)

O que reportar?

Page 108: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Limites de detecção e quantificação - ExemploComprimido com 20 mg de ativo e 140 mg de peso médio

Page 109: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – limite de quantificação

Produto com 20 mg de ativo:

• Dose posológica: 20 mg/dia

• Limite de reporte conforme

RDC 53/2015: 0,1% - igual ao

valor obtido em % - adequado

• Não esquecer que tem que ser

adequado na precisão e na

exatidão nessa concentração

– planejar o experimento de

exatidão para incluir o LQ e

realizar um procedimento de

precisão para o LQ

especificamente;

Page 110: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Limites de detecção e quantificaçãoProblemas comuns e questionamentos

Page 111: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Ausência da avaliação de exatidão e precisão no LQ;

• Ausência do parâmetro;

• LQ maior que o limite de reporte ou até que o limite de especificação;

• LQ muito superior à 10 (com relação ao sinal ruído) – deveria ser?

Principais problemas e questionamentos

Page 112: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

ICH x RDC 166/2017?

• Para LD o valor mínimo do sinal ruído é 2:1 quando no ICH pode ser 2:1 ou 3:1

Page 113: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Validação analítica6. Robustez

Page 114: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Tipicamente realizado no desenvolvimento do método analítico que indica a sua capacidade em

resistir a pequenas e deliberadas variações das condições analíticas – spoiler: tem que mandar na

petição se tiver que mandar validação;

• Caso haja susceptibilidade do método a variações nas condições analíticas, essas deverão ser

controladas por meio de precauções descritas no método – spoiler: sempre há

• No caso de métodos quantitativos, o impacto das variações propostas nos resultados obtidos deverá

ser avaliado com os mesmos critérios utilizados para a exatidão;

• No caso de métodos qualitativos, deve ser verificado se as variações propostas interferem na

resposta analítica;

• Deve ser demonstrado o atendimento às características de verificação do sistema;

Conceito

Page 115: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tipos de alterações esperadas na robustez

Page 116: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Amostra em condição tal qual método analítico

• Amostras com as alterações

• Adequabilidade do sistema no controle e em cada alteração

• Comparar os resultados das amostras com as alterações em relação à amostra tal qual método analítico –

recuperação com mesmos critérios da exatidão

Desenho da robustez

Page 117: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tabela contendo os valores de avaliação da recuperação para cada alteração

Amostra Resultado Recuperação em relação ao controle

Não alterada ---

Alteração 1

Alteração 2

Como reportar - Robustez?

Qualquer recuperação inaceitável: Deverá ser incluído no método analítico orientações

claras para a manutenção do método sem alteração!

Page 118: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Amostra e padrões no tempo “zero”

• Mesmas amostras e padrões em tempos distintos – incluindo padrões de

adequabilidade do sistema;

• Comparar os resultados das amostras em cada tempo com o valor obtido para

as amostras no tempo inicial – pode ser uma avaliação de “área”, não

quantitativa;

Desenho da robustez – Estabilidade da solução

Page 119: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Tabela contendo os valores de avaliação da recuperação para tempo

Amostra ResultadoRecuperação em relação ao

tempo inicial

Desvio em relação ao tempo

inicial

Tempo inicial --- ---

Alteração 1

Alteração 2

Como reportar – Estabilidade da solução?

• Deve ser incluído no método o tempo em que as soluções se mantém estáveis.

• Pode testar por períodos longos mantendo em armazenamento

• Deve no mínimo cobrir a corrida analítica que se espera na rotina

Page 120: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Robustez - ExemploComprimido com 20 mg de ativo e 140 mg de peso médio

Page 121: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – Robustez para teor

Especificação de exatidão nesse caso: 98 a 102%

Page 122: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – Robustez para teor

• Especificação de exatidão nesse caso: 98 a 102%

• Desvio igual ao da precisão: 2,0%

Page 123: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Exemplo – Robustez para teor

Pode ser questionada a ausência

da avaliação da recuperação -

justificável

Page 124: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

RobustezProblemas comuns e questionamentos

Page 125: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Parâmetro não realizado ou não reportado por ser “desenvolvimento analítico”;

• Resultado fora do parâmetro de aceitação sem a inclusão da restrição no método;

• Estabilidade das soluções não realizada ou realizada com intervalo muito curto não

justificado;

• Estabilidade das soluções não incluída no método;

• Parâmetros de robustez obrigatórios não realizados

Problemas comuns e questionamentos

Page 126: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Parâmetro não consta no guia ICH mas menciona que deve ser

considerado com a etapa do desenvolvimento analítico;

ICH x RDC 166/2017?

Page 127: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...
Page 128: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeIFA e medicamentos – ICHQ6A

Page 129: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

A specification is defined as a list of tests, references to analytical procedures, and appropriate

acceptance criteria, which are numerical limits, ranges, or other criteria for the tests described.

It establishes the set of criteria to which a drug substance or drug product should conform to

be considered acceptable for its intended use. "Conformance to specifications" means that the

drug substance and / or drug product, when tested according to the listed analytical

procedures, will meet the listed acceptance criteria. Specifications are critical quality standards

that are proposed and justified by the manufacturer and approved by regulatory authorities as

conditions of approval

Especificações – ICH Q6A

Page 130: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Especificações de Estabilidade: conjunto de testes físicos, químicos e microbiológicos, acompanhados

de seus critérios de aceitação, que deve ser cumprido para assegurar qualidade adequada do IFA ou

medicamento durante todo o seu Prazo de Reteste ou Prazo de Validade;

• Especificações de Liberação: conjunto de testes físicos, químicos e microbiológicos, acompanhados

de seus critérios de aceitação, que deve ser aplicado no momento da liberação do IFA ou medicamento

pelo Controle da Qualidade, para assegurar o cumprimento das Especificações de Estabilidade em toda

a vida útil do produto;

• Especificações farmacopeicas são consideradas “de estabilidade”, não de liberação: Não há

possibilidade de ampliar especificação que constem nas farmacopeias sem estudos de segurança e/ou

eficácia;

Especificações – RDC 318/2019

Mandatório a partir

da transitoriedade

da RDC 318/19.

Pós registro?

Page 131: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Testes realizados durante a fabricação do IFA ou do medicamento ao inves de

serem realizados para a liberação dos materiais;

• Relacionados à etapas de controle do processo para verificação de necessidade

de ajustes;

• Para a ANVISA: regulado

Especificações de controle em processo

Page 132: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Realização de testes periódicos em alguns lotes pré-selecionados em intervalos pré

determinados ao invés da realização em todos os lotes;

• Parte do principio de que, se testado, o lote cumpriria com a especificação para o teste;

• Testes mais comuns: solvents residuais, microbiológicos para sólidos orais por exemplo;

• Para a ANVISA:

– Parte do GMP – não aceito nas etapas de registro por exemplo;

– Fabricante do material precisa estar qualificado (POP da empresa) e um número de lotes prévios precisam ter sido

avaliados por completo;

Skiping test

Page 133: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeConceitos iniciais importantes

Page 134: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

• Quiral: Molécula que não se sobrepõe com sua imagem no espelho

• Enantiomeros: Compostos com a mesma formula molecular mas que diferem no arranjo

especial dos átomos na molécula e suas imagens no espelho não se sobrepõe;

• Racemato: Composto (solido, liquid, gasoso ou em solução) de quantidades equimolares

de duas especies enantioméricaas. Não possuem atividade optica.

Conceitos importantes

Page 135: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeIFA – Insumo farmacêutico ativo

Page 136: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações geralmente aplicáveis para IFA

Teste Comentários

Descrição Teste qualitativo sobre o estado (sólido, liquido) e cor do IFA.

Identificação Teste especifico e que deve ser realizado em todos os lotes do IFA sem exceção, mesmo nos casos de

skip test. Geralmente mais de um teste é necessário (ex: IR e HPLC). Se o IFA é um sal, a identificação

deve também contemplar o ion além da estrutura principal.

Doseamento Teste específico e indicativo de estabilidade. Quando um doseamento não especifico é utilizado (titulação

ou espectroscopia por exemplo) o teste de produtos de degradação deve ser especifico. O uso de testes

não seletivos é permitido para a liberação desde que se demonstre que o processo de fabricação não

causa degradação do IFA.

Impurezas Organicas (Q3A) e inorgânicas (ex: Q3C e Q3D). O IFA deve ter minimamente especificações para

impurezas individuais desconhecidas orgânicas, impurezas totais, solventes residuais (se aplicável) e a

discussão sobre a necessidade de teste de metais pesados

Propriedades físico-

químicas

pH para soluções aquosas, ponto de fusão, índice de refração

Tamanho de partícula Se utilizado na forma de IFA sólidos, especialmente para IFA classe II e IV (pouco solúveis);

Polimorfismo Se afetar a qualidade, segurança ou eficácia do medicamento pode ser necessário. Testes realizados com

uso de XRD, DSC, TGA, ponto de fusão, raman e NMR

Page 137: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações geralmente aplicáveis para IFA

Teste Comentários

Testes para IFAs quirais Impureza quiral: Para IFA de um único enântiomero o outro enântiomero deve ser tratado como uma

impureza qualquer

Doseamento: Deve ser enantioseletivo para quantificar adequadamente o enantiomero;

Identidade: Deve ser capaz de distinguir entre os enantiomeros e entre uma mistura racêmica caso o IFA

seja de um enantiomero único. Para um IFA racêmico pode ser aplicável quando possa haver conversão

do racemato;

Água Caso o IFA seja sensível à degradação por hidrólise aquosa ou caso seja higroscópico ou caso o IFA seja

um hidrato. Perda por secagem pode ser suficientemente adequado embora se prefira testes específicos

para água (Karl-Fischer)

Impurezas inorgânicas

gerais

Cinzas sulfatadas, catalizadores, resíduo por ignição. Deve ser avaliada a necessidade de inclusão do

teste com base no conhecimento do IFA;

Limites microbianos A ausência pode ser justificada caso hajam dados históricos que demonstrem que o IFA não é passível de

crescimento microbiano ao longo do prazo de validade

Page 138: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeIFA – Estereoquimica

Page 139: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Estereoquímica

• Envolve o estudo do arranjo espacial relative dos átomos dentro das

moléculas

• É sinônimo da atividade optica que uma molécula quiral possui;

• Também conhecida como quimica “3D” pois estuda a conformação

especial de uma molécula;

Page 140: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Isômeros constitucionais

São moléculas com a mesma formula química mas

diferentes estruturas de átomos e ligações:

Page 141: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Isômeros espaciais

São moléculas distintas com a mesma sequencia de ligação de átomos mas com

uma orientação espacial diferente se dividem em:

Enântiomeros: Imagens espelhadas

Diasteroisômeros: Não espelhadas

Page 142: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Isômeros espaciais

Page 143: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

IFA – árvore decisória

para estabelecimento de

especificação para

controle de quiralidade

Page 144: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeIFA – Microbiológico

Page 145: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

ICHQ6A - Specifications

2.4. Design and Development Considerations:

The experience and data accumulated during the development of a new drug

substance or product should form the basis for the setting of specifications. It may

be possible to propose excluding or replacing certain tests on this basis.

Some examples are:

• microbiological testing for drug substances and solid dosage forms which

have been shown during development not to support microbial viability or

growth (see Decision Trees #6 and #8);

Page 146: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Atividade de água e crescimento de microorganismos

Quantidade de amostra livre no material, disponível para utilização para

o crescimento microbiano.

Medidas:

1. Higrômetros eletrolíticos resistivos;

2. Higrômetros de capacitância;

3. NIR

Farmacopeia Brasileira 6ª. Edição:

Page 147: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

IFA – árvore decisória

para estabelecimento

de especificação para

controle

microbiológico

FB 6ª. Ed:

• Contagem bactérias

aeróbias NMT 103 UFC/g

• Contagem fungos, bolores e

leveduras: NMT 102 UFC/g

• Ausencia de E. coli

• Ausência dde S. aureus

• Ausência de P. aeruginosa

Page 148: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeIFA – Outros testes

Page 149: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

IFA – árvore decisória

para estabelecimento de

especificação para

impurezas/produtos de

degradação

Page 150: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

IFA – árvore decisória

para estabelecimento de

especificação tamanho de

partículas

Page 151: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Polimorfismo – árvore “arrumada”

Medicamento tem IFA em

estado sólido?Sem ação

Sem ação

Não

Não

Sim

Não

Sem ação

Sem açãoSim

Polimorfo controlado no IFA e

não se altera na estabilidade

do medicamento?

Sim

IFA tem polimorfo conhecido?

Sem açãoSim

Não

Todos os polimorfos tem a

mesma solubilidade? (BCS)

Não afetam outros parâmetros

(proesso)

As diferenças são criticas

para qualidade, segurança e

eficácia?

Não

Método de controle e

estabilidade deve ser seletivo

para o polimorfo

Page 152: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado

Page 153: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações geralmente aplicáveis todas as formas farmacêuticas

Teste Comentários

Descrição Teste qualitativo que descreve a forma farmacêutica (ex: formato, tamanho e cor)

Identificação Teste para estabelecer a identidade do IFA no produto acabado. Geralmente mais um teste é utilizado

para esta finalidade (ex:IR e HPLC)

Doseamento Teste específico e indicativo de estabilidade. Quando um doseamento não especifico é utilizado (titulação

ou espectroscopia por exemplo) o teste de produtos de degradação deve ser especifico.

Impurezas Organicas (Q3B) e inorgânicas (ex: Q3C e Q3D). O medicamento deve ter minimamente especificações

para impurezas individuais desconhecidas orgânicas, impurezas totais, solventes residuais (se aplicável) e

a discussão sobre a necessidade de teste de metais pesados. As especificações de produtos de

degradação podem ser alteradas ao longo do tempo com os resultados dos estudos de degradação

forçada. Impurezas de síntese do IFA não são normalmente controladas no acabado, a não ser que sejam

também produtos de degradação no medicamento.

Page 154: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado – comprimidos e cápsulas duras

Page 155: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações para comprimidos (revestidos ou não) e capsulas duras

Teste Comentários

Dissolução Teste que mede a liberação do fármaco da forma farmacêutica ao longo do tempo e pode ou não ter co-relação

com o comportamento in vivo do produto. Em alguns casos o teste pode ser substituído pelo teste de

desintegração (discutir com ANVISA antes – histórico baixo de aceitação)

Desintegração Para produtos com dissolução rápida (> 80% em 15 minutos em toda faixa de pH usando método “brando”)

contendo IFA de alta solubilidade o teste de desintegração pode ser substituído pelo teste de dissolução. Teste

de desintegração pode substituir o de dissolução quando for considerado mais discriminativo que este.

Dureza/friabilidade Normalmente realizado como controle em processo (mas consta no guia 28/2019 de estabilidade ainda como

necessário). Só inclui na especificação se a dureza e a friabilidade tiverem impacto critico na qualidade do

produto (exemplo: mastigáveis) ou se alterarem ao longo da estabilidade para um valor inaceitável para a

qualidade do produto.

Uniformidade de

dose

Pode também ser realizado como um teste de controle em processo. Medida do desvio do teor do ativo na

unidade do medicamento. Pode ser medido por extrapolação do teor (medicamento com IFA > 25% da massa)

ou pela verificação individual de doses.

Limites

microbianos

Pode ser excluído se todos os testes forem realizados nos materiais e o processo de fabricação validado não

traz risco significativo de contaminação (muito difícil de ser aceito pela ANVISA). Inclui avaliação de contagem

bacteriana, de bolores e leveduras e de patógenos específicos dependendo da via de administração

Água Especialmente se o produto for sensível à degradação hidrolítica. KF é preferível embora perda por secagem

possa ser aceitável.

Page 156: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado – líquidos orais

Page 157: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações para líquidos orais

Teste Comentários

Dissolução Teste que mede a liberação do fármaco da forma farmacêutica ao longo do tempo e pode ou não ter co-relação

com o comportamento in vivo do produto. Aplicável para suspensões ou pós que dão origem à suspensões

quando reconstituídos.

pH Se aplicável o controle

Uniformidade de

dose

Pode também ser realizado como um teste de controle em processo. Medida do desvio do teor do ativo na

unidade farmacotécnica do medicamento. Pode ser medido por extrapolação do teor (medicamento com IFA >

25% da massa) ou pela verificação individual de doses. Existe um teste de “homogeneidade” que seria a

avaliação da uniformidade dentro do frasco por dose e não por frasco, aplicável para suspensões.

Limites

microbianos

Pode ser excluído se todos os testes forem realizados nos materiais e o processo de fabricação validado não

traz risco significativo de contaminação (muito difícil de ser aceito pela ANVISA). Inclui avaliação de contagem

bacteriana, de bolores e leveduras e de patógenos específicos dependendo da via de administração

Conteúdo de

conservante

Para líquidos orais que contém conservantes o critério de aceitação para o conteúdo deste componente é

mandatório e deve ser baseado no conhecimento da quantidade mínima de conservantes que mantém a

qualidade biológica do medicamento (vinda do teste de eficácia do conservante – desenvolvimento). Deve ser

demonstrado ao longo da estabilidade.

Conteúdo de

antioxidantes

Teste de quantificação de antioxidades na liberação e na estabilidade deve ser realizado quando existe o

componente presente.

Page 158: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações para líquidos orais

Teste Comentários

Extraíveis/lixiviáveis Teste que mede os componentes que podem migrar da embalagem para o medicamento ao longo do prazo de

validade. Não consta como obrigatório pela RDC 318/19 mas consta no guia 28/19 e já é cobrado para

líquidos injetáveis e inalatórios

Conteúdo de álcool

ou outros solventes

Deve ser realizado quando o produto apresenta solvente ou álcool na formulação

Distribuição do

tamanho de

partículas

Aplicável para suspensões orais e especialmente importante para produtos contendo IFA de baixa solubilidade

(BCS classe II ou IV). Pode ser aplicável somente na liberação se dados demonstrarem que o tamanho de

partícula não se altera ao longo da estabilidade. Pode ser utilizado inclusive no lugar do teste de dissolução

desde que justificado e uma co-relação seja estabelecida. Deve ser co-relacionado com a distribuição do

tamanho de partícula dos lotes do produto que teve estudo in vivo.

Redispersibilidade Aplicável para suspensões e pós que dão origem à suspensões quando reconstituídos. Importante para

produtos de múltipla dose que formam sedimento (cake) no fundo da embalagem. O procedimento de

redispersão (tempo e forma) deve estar claramente descrito na bula do produto. O teste para comprovar a

redispersão no laboratório pode ser o teste de uniformidade intra-doses.

Propriedades

reológicas

Aplicável para produtos com alta viscosidade, suspensão ou solução. Especialmente se a viscosidade é um

fator importante para a qualidade do produto. Pode ser necessário testar em estabilidade também

Tempo de

reconstituição

Aplicável para produtos que são reconstituídos. O tempo de reconstituição deve estar claro, especialmente se

o produto resultante é uma suspensão na qual a visualização é difícil. O teste de reconstituição pode ser

também o teste de uniformidade intra-doses.

Page 159: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado – produtos parenterais – testes adicionais

Page 160: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações para produtos parenterais

Teste Comentários

Esterilidade Todos os produtos parenterais devem ser testados quanto à esterilidade. Pode ter justificativa para liberação

paramétrica (não testar todos os lotes) desde que tenha a validação de processo e que o produto seja

terminalmente esterilizado. Pode haver justificativa para não realização do teste na estabilidade se houver

comprovação da esterilidade inicial e da hermeticidade do fechamento do produto.

Endotoxinas

Pirogênio

Pode ser utilizado como teste alternativo à esterilidade desde que justificado, Em geral todo produto deve ter o

teste de endotoxinas e deve ser avaliado na estabilidade, a menos que seja comprovada a “ausência de

endotoxinas” na liberação e a hermeticidade do fechamento do produto.

Material

particulado

Inclui critério de aceitação para material visível e/ou claridade da solução, bem como avaliação de partículas

sub-visíveis se necessário

Osmolaridade Quando a tonicidade de um produto é declarada na bula/rotulagem, o controle da osmolaridade deve ser feito

na liberação e, se necessário e não houver dados para justificativa, na estabilidade do medicamento

Page 161: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Especificações para produtos parenterais

Teste Comentários

Extraíveis/lixiviáveis Teste que mede os componentes que podem migrar da embalagem para o medicamento ao longo do prazo de

validade. Não consta como obrigatório pela RDC 318/19 mas consta no guia 28/19 e já é cobrado para

líquidos injetáveis e inalatórios

Conteúdo de álcool

ou outros solventes

Deve ser realizado quando o produto apresenta solvente ou álcool na formulação

Distribuição do

tamanho de

partículas

Aplicável para suspensões orais e especialmente importante para produtos contendo IFA de baixa solubilidade

(BCS classe II ou IV). Pode ser aplicável somente na liberação se dados demonstrarem que o tamanho de

partícula não se altera ao longo da estabilidade. Pode ser utilizado inclusive no lugar do teste de dissolução

desde que justificado e uma co-relação seja estabelecida. Deve ser co-relacionado com a distribuição do

tamanho de partícula dos lotes do produto que teve estudo in vivo.

Redispersibilidade Aplicável para suspensões e pós que dão origem à suspensões quando reconstituídos. Importante para

produtos de múltipla dose que formam sedimento (cake) no fundo da embalagem. O procedimento de

redispersão (tempo e forma) deve estar claramente descrito na bula do produto. O teste para comprovar a

redispersão no laboratório pode ser o teste de uniformidade intra-doses.

Propriedades

reológicas

Aplicável para produtos com alta viscosidade, suspensão ou solução. Especialmente se a viscosidade é um

fator importante para a qualidade do produto. Pode ser necessário testar em estabilidade também

Tempo de

reconstituição

Aplicável para produtos que são reconstituídos. O tempo de reconstituição deve estar claro, especialmente se

o produto resultante é uma suspensão na qual a visualização é difícil. O teste de reconstituição pode ser

também o teste de uniformidade intra-doses.

Page 162: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado – <51> Eficácia de conservantes (USP)

Page 163: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Eficácia de conservantes <51> – categorias de produtos

Page 164: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Eficácia de conservantes <51> – inoculação

Page 165: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Eficácia de conservantes <51> – critério de efetividade

Page 166: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado – Extraíveis e lixiviaveis

Page 167: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Conceitos

Extraíveis: Especies quimicas que podem ser liberadas de uma embalagem ou

de um componente, em condições de laboratório, incluindo extração com

solventes em alta temperatura por um período de tempo. Tem potencial para

migrar para a formulação de um produto acabado em condições de uso;

Lixiviáveis: Especies quimicas que migram de um Sistema de embalagem ou

de um componente em um produto acabado em condições normais de uso ou

durante os estudos de estabilidade acelerados. São uma porção do que é

verificado no estudo de extraíveis

Page 168: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Extraíveis e lixiviáveis

Page 169: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Extraíveis e lixiviáveis

https://www.waters.com/webassets/cms/library/docs/auk_2_extractable_leachable_intro_wilmslow.pdf

Page 170: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Extraíveis e lixiviáveis

Page 171: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Controle de qualidadeProduto acabado – testes microbiológicos

Page 172: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Testes microbiológicos

Page 173: Avaliação regulatória no desenvolvimento analítico ...

Informações de contato sobre o palestrante,

email, numero de whatsap, site

OBRIGADO!