AVALIAÇÃO MATEMÁTICA: MOMENTO DE LETRAMENTO NO...

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CFORM/MEC/SEEDF AVALIAÇÃO MATEMÁTICA: MOMENTO DE LETRAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL ANA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA Brasília/DF 2015 ANA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA

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  • UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    CFORM/MEC/SEEDF

    AVALIAO MATEMTICA: MOMENTO DE LETRAMENTO NO ENSINO

    FUNDAMENTAL

    ANA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA

    Braslia/DF

    2015

    ANA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA

  • AVALIAO MATEMTICA: MOMENTO DE LETRAMENTO NO ENSINO

    FUNDAMENTAL

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao

    em Letramentos e prticas interdisciplinares nos Anos

    Finais (6 ao 9) como requisito parcial para obteno

    do ttulo de especialista em Letramentos e prticas

    interdisciplinares.

    Orientador: Professor MSC Cleiton Rodrigues dos Santos

    Braslia, novembro, 2015

  • AVALIAO MATEMTICA: MOMENTO DE LETRAMENTO NO ENSINO

    FUNDAMENTAL

    ANA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA

    Projeto aprovado em __ de _____________ de 2015

    Banca examinadora:

    1 membro: Professor MSC Cleiton Rodrigues dos Santos

    2 membro: Danielle Grannier - examinadora interna

    3 membro: Cristina Mendes - examinadora externa

  • Se na escola assumirmos tanto ao ensinar como ao avaliar que fazer Matemtica

    mais do que fazer contas, no s poderamos conseguir que as crianas

    adquirissem conhecimentos como tambm ofereceramos a oportunidade de que

    elas se apaixonassem por essa inveno humana que a Matemtica.

    Zunino

    AGRADECIMENTOS

    Aos colegas professores, que todos os dias buscam

    mudanas em suas prticas por meio do letramento

    matemtico.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 .........................................................................................................................35

    Figura 2 .........................................................................................................................37

    Figura 3 .........................................................................................................................39

    Figura 4 .........................................................................................................................42

    Figura 5 .........................................................................................................................44

  • LISTA DE SIGLAS

    OCNEM Orientaes Nacionais para o Ensino Mdio.

    OECD Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico.

    PCN Parmetros Curriculares Nacionais.

    PISA Programa Internacional de Avaliao de Alunos.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO....................................................................................................... 14

    2 BREVE HISTRICO SOBRE AVALIAO ESCOLAR.....................................16

    2.2 CORRENTES TERICAS SOBRE AVALIAO............................................22

    2.2.1Avaliao tradicional...............................................................................................22

    2.2.2 Avaliao formativa...............................................................................................23

    2.2.3PCN e avaliao...........24

    4 LETRAMENTO MATEMTICO...........................................................................27

    5 METODOLOGIA 30

    6 ANLISE DE DADOS34

    7 CONSIDERAES FINAIS...46

    8 REFERNCIAS... 51

    9 ANEXO................................................................................................................... 56

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  • RESUMO

    O estudo apresentado teve como objetivo, analisar o letramento em avaliaes matemticas por meio da

    teoria e prtica em exames aplicados em escolas pblicas e particulares do Distrito Federal e em relatos

    dos professores processos de letramento matemtico. Diante da necessidade de verificao do uso do

    letramento nas avaliaes escolares que se destaca a importncia deste estudo. Foi realizada anlise de 5

    questes de avaliaes Como referncia para o estudo utilizou-se DAmbrosio (1990), Zunino (1999),

    Hoffmann (1994) e outros. Sob o ponto de vista metodolgico, este um estudo qualitativo com utilizao

    bibliogrfica e exploratria, por meio de anlise de avaliaes matemticas e relatos dos professores, cujo

    contedo se desejou conhecer. A anlise de dados foi baseada no letramento matemtico e sua

    aplicabilidade. Foram considerados os aspectos que antecederam ao momento da avaliao e as reflexes

    dos professores matemticos. O estudo aponta a reflexo como um item indispensvel para que a mudana

    de procedimento escolar ocorra. Nesse sentido, o trabalho constata que o desafio dos profissionais da

    educao a busca de meios necessrios para que a prtica do letramento seja uma constante nas aulas de

    matemtica. Dessa maneira, observou-se que h necessidade de o trabalho pedaggico unir teoria e

    prtica, levando, consequentemente, ao processo de letramento matemtico.

    Palavras-chave: Ensino Fundamental. Avaliao. Letramento matemtico.

  • RESUMEN

    El presente estudio tuvo como objetivo analizar la alfabetizacin en las evaluaciones de matemticas a

    travs de los exmenes de teora y prctica aplicadas en las escuelas pblicas y privadas del Distrito

    Federal y en los informes de la alfabetizacin matemtica procesa maestros. Frente a la necesidad de

    comprobar el uso de la alfabetizacin en las evaluaciones de la escuela es que se pone de relieve la

    importancia de este estudio. 5 emite evaluaciones de anlisis se realiz como referencia para el estudio se

    utiliz D'Ambrosio (1990), Zunino (1999), Hoffman (1994) y otros. Bajo el punto de vista metodolgico,

    se trata de un estudio cualitativo con el uso bibliogrfica y de exploracin por medio de anlisis

    matemtico de las opiniones e informes de los maestros, cuyo contenido se desea saber. El anlisis de

    datos se basa en la competencia matemtica y su aplicabilidad. Se consideraron aspectos previos al

    momento de la evaluacin y las reflexiones de los profesores de matemticas. El estudio muestra la

    reflexin se produce un elemento indispensable para el cambio de procedimiento de la escuela. En este

    sentido, el trabajo concluye que el reto de profesionales de la educacin es la bsqueda de los medios

    necesarios para que la prctica de la alfabetizacin es una constante en las clases de matemticas. De este

    modo, se observ que existe la necesidad de la labor docente, junto teora y la prctica, lo que lleva, por

    tanto, el proceso de alfabetizacin matemtica.

    Palabras clave: la escuela primaria . Evaluacin. La competencia matemtica .

  • 1- Justificativa

    No referencial terico desse trabalho encontram-se alguns pensamentos sobre o tema avaliao. Os

    argumentos dos tericos, tais como: estudados demostram que uma grande parcela dos pesquisadores

    tende a ressaltar o valor do letramento nas avaliaes.

    A tarefa da escola desenvolver atividades que propiciem aos estudantes a progresso em

    relao ao desempenho de habilidades leitoras ao longo da educao bsica. Para tanto

    preciso que as escolas, ao desenvolverem seus projetos pedaggicos, considerem que um

    trabalho eficiente com a leitura requer que sejam exploradas habilidades e competncias

    em determinados nveis de forma que, conforme o aluno progrida na educao bsica

    essas habilidades e competncias possam tornar-se mais complexas. (BortoniRicardo;

    Machado e Castanheira, 2013:53)

    Nesse contexto, tal pesquisa, visa observar e relatar a influncia positiva do letramento nas avalies

    matemticas dos anos finais, conforme aponta os Parmetros Curriculares Nacionais.

    [...] A concepo de avaliao proposta pelos PCN, pretende superar a concepo

    tradicional de avaliao, compreendendo-a como parte integrante e intrnseca do processo

    educacional. A avaliao das aprendizagens s poder acontecer se forem relacionadas

    com as oportunidades oferecidas, isto , analisando a adequao das situaes didticas

    propostas aos conhecimentos prvios dos alunos e aos desafios que esto em condies de

    enfrentar. (Brasil, MEC: 1997)

    O tema avaliao matemtica: momento de letramento no ensino fundamental, pode ser considerado

    no mbito pedaggico, como maneira alternativa para pensar o processo avaliativo. A expresso

    letramento, tem sido empregada com mltiplos sentidos na rea pedaggica, e a tendncia foi considera-

    la como um ponto de partida para uma avaliao matemtica que respeite a aprendizagem dos educandos,

    tendo em vista a garantia de qualidade educativa.

    Dessa forma, preciso uma reorganizao na prtica pedaggica do educador matemtico e,

    consequentemente na prtica do educando ao realizar uma avaliao.

    Assim, a proposta deste trabalho se faz em desvendar o letramento em avaliaes matemtico, por

    meio da teoria e a prtica avaliativa em exames aplicados em escolas pblicas e particulares do Distrito

    Federal.

    Portanto, as inquietaes sobre letramento nas avaliaes matemticas, direcionaram esse trabalho

    na busca de elementos que constituram numa maneira alternativa de pensar o processo avaliativo.

    2- Objetivos

    2.1- Objetivo Geral

    Compreender os atributos do processo avaliativo adotado nos anos finais do ensino fundamental de

    escolas pblicas e uma particular do Distrito Federal, pautando-se numa avaliao que vise o

    conhecimento associado ao letramento matemtico.

    2.2 Objetivos Especficos

  • Conhecer a base terica das teorias de avaliao;

    Definir os tipos de avaliao de aprendizagem;

    Verificar por meio de literatura especfica a relao entre os Parmetros Curriculares

    Nacionais/avaliao e apropriao do letramento matemtico;

    Definir o conceito de letramento;

    Levantar dados de avaliaes de escolas pblicas e particulares que possam ser comparadas

    metodologia encontrada nas referncias bibliogrficas;

    Desvendar o letramento em avaliaes matemticas, por meio da teoria e prtica avaliativa em

    exames aplicados em escolas pblicas e particulares do Distrito Federal.

    Identificar o processo de retroalimentao do professor em relao s questes aplicadas em provas

    de rendimento;

    Conhecer os resultados das avaliaes de aprendizagem, como base para poder propor melhorias

    no procedimento e na aprendizagem do educando.

  • 1 INTRODUO

    A presente pesquisa tem como foco de interesse a investigao da avaliao matemtica como

    momento propiciador ao letramento matemtico. Questes de avaliaes matemticas e relatos de

    professores so os principais objetos da anlise, no sentido de buscar comprovaes sobre o impacto do

    letramento nas questes das provas aplicadas.

    Percebeu-se que o nmero de investigaes sobre avaliao matemtica associada ao letramento no

    Ensino Fundamental; possui um nmero restrito de divulgaes. Essa pesquisa analisa cinco questes de

    provas aplicadas para alunos de escolas pblicas e particular do Ensino Fundamental II do Distrito

    Federal, cujos professores so licenciados em matemtica. Como critrio para escolha das avaliaes, foi

    definido que os professores poderiam se sentir livres para encaminhar os itens que quisessem ou mesmo as

    provas completas.

    Perante os debates proporcionados ao longo do curso foram oportunizados momentos para projetar

    futuras questes sobre a matemtica associadas ao letramento e assim delinear o estudo sobre avaliao

    matemtica como momento de letramento no Ensino Fundamental. O estudo tem como intento orientar os

    profissionais de educao e os futuros educadores a ter um novo olhar diante da avaliao em matemtica

    condizente com o letramento necessrio ao educando nos dias atuais.

    O trabalho ora apresentado possui seis captulos, sendo eles:

    No primeiro momento o estudo faz um relato sobre o histrico da avaliao escolar, no qual foram

    destacados alguns fatos histricos que mostraram como a avaliao escolar foi se modificando durante os

    tempos.

    No captulo seguinte so abordadas algumas correntes tericas sobre a avaliao, tendo como

    destaque a avaliao tradicional, a avaliao formativa e a avaliao matemtica sob a luz dos Parmetros

    Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental II.

    No captulo III, o letramento matemtico versar sobre temas referentes construo do

    conhecimento acadmico, alicerada como conhecimento de vida do educando.

    No captulo seguinte, a Metodologia nos oferece os passos traados pelo pesquisador, que sero o

    suporte para anlise dos dados da pesquisa.

  • No prximo captulo foi realizada a anlise de 5 itens de provas de escolas pblicas e uma escola da

    rede privada do Distrito Federal. Foram analisadas as questes sob a luz dos Parmetros Curriculares

    Nacionais e a teoria do letramento matemtico. Os relatos dos professores que seguem na anlise foram

    transcritos parcialmente, sendo utilizada a fala que serviria de anlise para a fundamentao terica.

    Compreendemos que o processo avaliativo na rea da matemtica deve integrar a realidade do

    educando conduzindo ao letramento matemtico. Diante do que foi mostrado no estudo, faz-se necessrio

    ao educador manter uma postura avaliativa baseada num trabalho pedaggico dirio que esteja baseado na

    experincia e vivncia dos educandos.

  • 2 BREVE HISTRICO SOBRE AVALIAO ESCOLAR

    O processo de avaliar uma prtica que norteia o processo de ensino-aprendizagem nas escolas.

    Saber como esse processo se desenvolveu atravs dos sculos compreender como nossa prtica est

    situada no momento de avaliar os alunos.

    Comenius em sua obra: Didtica Magna, de 1632, realiza um breve relato sobre educao que

    influenciaria diretamente na avaliao:

    1- Apresentar o objeto ou ideia diretamente, fazendo demonstrao, pois o aluno aprende por meio

    dos sentidos, principalmente vendo e trocando;

    2- Mostrar a utilidade especfica do conhecimento transmitido e a sua aplicao na vida diria;

    3- Explicar primeiramente os princpios gerais e s depois os detalhes;

    4- Passar para o assunto ou tpico seguinte do contedo apenas quando o aluno tiver

    compreendido o anterior.

    A iniciativa de Comenius (1632) faz com que a prtica pedaggica seja repensada e o ato de ensinar

    para que todos possam aprender se torne um item essencial dentro do trabalho pedaggico.

    Somente depois do sculo XVIII, com a estruturao das primeiras escolas e com a utilizao dos

    exames como forma de avaliao, que se comea a perceber uma forma mais organizada de avaliao.

    Vale a pena salientar que nesse perodo que surge o termo docimologia (do grego dokim), uma rea

    de estudo de Henri Piron, ou seja, um estudo sistemtico dos exames e atribuio de notas.

    Em torno de 1950, os escritos de Realph Tyler e Smith (Estudo dos oito anos), fizeram uma quebra

    com a ideia de avaliao, cujo intuito era somente mensurar. Os autores defendiam a ideia da avaliao

    proposta com uma srie de procedimentos, dentre os quais: testes, escalas de atitude, inventrios,

    questionrios, fichas de registro de comportamento e outras formas de coletar evidncias.

    Tyler (1950), faz meno ao fato de que muitos indivduos entendem o processo avaliativo como

    sinnimo de teste com lpis e papel. Ele entende que esse teste importante para alguns assuntos, mas

    que h outros meios para que realizemos uma avaliao mais efetiva.

    No Brasil, desde os jesutas observou-se uma ateno especial aos exames propostos por La Salle

    no livro Guia das Escolas Crists (1720), que via os exames como forma de superviso e controle

    permanente.

  • Em relao ao Brasil, pode-se dizer que os sistemas avaliativos nascem em 1549 com o ensino

    jesutico, que permaneceu at 1759. O ensino tinha como caracterstica o tradicionalismo, em que o foco

    era o professor e a prtica pedaggica era distante da realidade.

    Segundo Aranha (1989:51)

    O ensino jesutico possua uma metodologia prpria, baseada em exerccios de fixao

    por meio de repetio, com objetivo de serem memorizados. Os melhores alunos

    auxiliavam os professores a tomar lies de cor dos outros, recolhendo exerccios e

    tomando nota dos erros dos outros e faltas diversas que eram chamadas de decuries. As

    classes inferiores repetiam lies da semana todo sbado. Da a expresso sabatina

    utilizada por muito tempo para indicar formas de avaliao.

    Com a posse de Dom Pedro I como rei do Brasil, criam-se instituies voltadas para o

    fortalecimento do que chamamos de cultura escolar no Brasil. Esse perodo foi marcado por um grande

    processo de modernizao e fundao de escolas tcnicas, universidades federais, dentre outras. Essas

    instituies, de maneira significativa, contriburam para a expanso do ensino no pas.

    Porm, a presena do Estado na educao no perodo imperial foi quase imperceptvel, lembrando-

    se que tnhamos uma sociedade escravagista e a educao era ofertada para atender a minoria elite

    brasileira. O governo imperial atribua s provncias,[...] a responsabilidade direta pelo ensino primrio e

    secundrio, atravs das leis e decretos que vo sendo criados e aprovados, sem que seja aplicado, pois no

    existiam escolas e poucos eram os professores. (Nascimento, 2004: 95). Contudo, no havia condies de

    pleno acesso educao pas.

    Em 1827, no dia 15 de outubro, promulgada a Lei de Instruo Pblica que ordenou a criao de

    escolas de Primeiras Letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Imprio. A Lei

    preconizou a adoo do mtodo Lancaster em todos os estabelecimentos de ensino, leia-se o artigo IV:

    As escolas sero de ensino mtuo nas capitais das Provncias; e o sero tambm nas cidades, vilas e

    lugarejos populosos delas, em que for possvel estabelecerem-se. Ao mesmo tempo, preconizava-se a

    adoo das providncias indispensveis instalao das escolas, obrigando os professores que

    desconhecessem aquele mtodo a se instrurem em curto prazo e custa dos seus ordenados nas escolas

    das capitais.

    O Mtodo Lancaster , segundo Neves, um modelo de ensino oral, no uso refinado e constante da

    repetio e, principalmente, na memorizao, porque acreditava que esta inibia a preguia e a ociosidade e

    aumentava o desejo pela quietude. Em face dessa opo metodolgica ele no esperava que os alunos

    tivessem originalidade ou elucubrao intelectual na atividade pedaggica, mas disciplinarizao mental

    e fsica. Em Lancaster, o principal encargo do monitor no estava na tarefa de ensinar ou de corrigir os

  • erros, mas sim na de coordenar para que os alunos se corrigissem entre si. Sendo assim, as avaliaes

    eram reflexo do Mtodo Lancaster de ensino.

    Ao trmino do perodo imperial e com o advento da Repblica percebe-se uma mudana na

    sociedade brasileira e consequentemente, nas escolas. a partir do incio do sculo XX que a educao no

    Brasil passa a assumir papel de destaque no cenrio nacional. Segundo Souza (1998), a fixao do

    homem no campo, o fortalecimento da economia e a consolidao da nova ordem que se institua

    favoreceram para o desenvolvimento do Brasil e da educao brasileira. Assim sendo, temos como o

    exemplo o estado de So Paulo, que se destacou com a reforma do ensino e a implantao de escolas.

    Segundo Souza (1998: 43):

    Tal reforma estabeleceu diretrizes gerais sobre as quais passou a funcionar a instruo

    pblica no Estado de So Paulo, nas primeiras dcadas republicanas. O ensino primrio

    passou a compreender dois cursos: o preliminar e o complementar. A poltica

    educacional comeava a ganhar fora medida que o Estado formulava a construo dos

    grupos escolares em locais de destaque na cidade, que exibia essa nova concepo de

    instruo escolar, mobilizando a vida da sociedade que se encontrava no seu entorno. As

    relaes de trabalho do professor passaram por profundas mudanas, acreditava-se que

    naquele momento de fato se fortaleciam as bases para a implantao do Sistema

    Educacional Brasileiro e o fortalecimento da cultura escolar.

    durante o perodo republicano que se percebe a avaliao da aprendizagem de uma maneira

    mais sistemtica. Os alunos comeam a ser avaliados com a realizao de provas, sendo elas: orais,

    escritas e prticas, como objetivo de aprovar ou reprovar. Em 1904, a avalio passa a ser sistematizada

    em notas de 0-5.

    Com o advento da primeira Repblica, no incio de 1920, comeam as discusses sobre a forma

    tradicional de ensino e a partir de 1932 com o Manifesto dos Pioneiros, a luta por uma escola mais

    democrtica (que atendesse toda a populao), comea a ganhar fora.

    O Manifesto dos Pioneiros/Escola Nova (1932), apresentam uma nova proposta para o ensino e

    consequentemente para o processo avaliativo. Comea-se a pensar numa proposta onde os parmetros

    fossem os interesses dos alunos, tornando assim os professores mediadores do conhecimento, permitindo

    ao educando a participao na construo de sua identidade e autonomia.

    Entre 1934-1945, a avaliao centra-se basicamente nos objetivos educacionais. Nesse perodo

    acreditava-se que por meio de testes seria possvel medir exatamente o que o educando evoluiu no

    processo de ensino/aprendizagem.

    No perodo de 1958-1972, a avaliao passa a ser considerada como uma prtica obrigatria no

    currculo escolar, por iniciativa do Senador americano Robert Kennedy. Sendo assim, comea-se a avaliar

    no somente os alunos, mas, professores, contedos, metodologia, instituio escolar, dentre outros.

  • Em 1973, acontece a chamada era da profissionalizao da avaliao. Ela vira objeto de estudo

    e comeam as produes tericas sobre modelos de avaliao. Nessa fase, a avaliao tem como objetivo,

    desenvolver uma aprendizagem de maneira formativa. (Longo, 2015).

    As perspectivas economicista e tecnicista no tratamento da questo da avaliao educacional, ao

    lado do questionamento acadmico e social da qualidade do ensino e da reivindicao de descentralizao,

    concorreram para que, no incio dos anos 80, fossem iniciadas, pelo Estado, as experincias de avaliao

    em larga escala e, ao final da dcada, fosse implantado um sistema nacional de avaliao, com vistas

    modernizao do setor educacional. Esse sistema foi gestado por esforos, cujas principais razes foram

    apontadas em sntese de estudo sobre a avaliao nesse perodo (FREITAS, 2005, p. 7).

    Azevedo (2000) lembra que o interesse pela avaliao sistmica na organizao do setor

    educacional j se manifestava nos anos 30. Por outro lado, Waisenfisz (1991) esclarece que foi nos

    esboos de pesquisa e de planejamento educacional desenvolvido que se deram as bases para a elaborao

    de uma proposta de um sistema nacional de avaliao, ao final dos anos 80. Mas, foi nos meados dos anos

    90 que a avaliao da educao bsica foi implantada e se foi consolidando pela avaliao externa da

    escola pelo Saeb - Sistema de Avaliao da Educao Bsica, com base em resultados da aprendizagem

    aferidos por recursos quantitativos.

    Na gesto pblica da educao brasileira, a proposta inicial de um sistema nacional de avaliao

    ocorre no final dos anos 80, embora fosse objeto de interesse j na reforma dos anos 30 e estivesse

    presente, desde ento, nos esboos de pesquisa e de planejamento educacional (AZEVEDO, 2000;

    WAISENFISZ, 1991).

    No ano de 1995, especialistas na rea de Educao comearam a apresentar em instituies verses

    preliminares do que chamaramos de Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que teve sua verso

    final aprovada pelo Conselho Federal de Educao em 1997. Os PCNs so um conjunto de livros que

    servem de orientao para o ensino das disciplinas nacionais.

    A ideia de avaliao contida nos Parmetros Curriculares Nacionais, nos embasa por uma viso no

    tradicional. A partir da publicao dos PCNs, ela compreendida como parte integrante do processo

    educativo e como um conjunto de orientaes para a interveno pedaggica, acontecendo continuamente

    por meio de interpretao qualitativa observando o conhecimento do aluno e seu processo. O processo

    avaliativo passa a comtemplar o letramento.

    Letramento a verso para a lngua portuguesa do termo ingls literacy. (...) Literacy o estado

    ou condio que assume aquele que aprende a ler e escrever. A ideia que o letramento traz que a escrita

    no pode ser simplesmente decodificao, mas deve ter consequncias sociais, culturais, polticas,

  • econmicas, cognitivas e lingusticas, quer para o grupo social em que seja introduzida, quer para o

    indivduo que aprenda a us-la.

    O letramento estado ou a condio que o indivduo ou grupo social passam a ter, sob o impacto

    dessas mudanas, que designado por literacy (Soares, 1999, p. 17-18). Sendo assim, pode-se dizer

    que o letramento a capacidade do indivduo de se apropriar da escrita e utiliz-la nas situaes cotidianas

    e a avaliao como processo que acontece rotineiramente deve oportunizar ao indivduo alcance de

    letramentos dos mais diversos.

    Portanto, a avaliao escolar deve acontecer de forma a relacionar o contedo didtico ao letramento

    social, adequando as situaes didticas aos conhecimentos dos educandos e aos desafios cotidianos que

    eles enfrentaro.

    2.2CORRENTES TERICAS SOBRE AVALIAO

    2.2.1 AVALIAO TRADICIONAL

    Segundo Luckesi (1996), o modelo de avaliao tradicional muito usado na escola tecnicista, onde

    o educando meramente o receptor do professor. O ato de avaliar no limitado a aplicar provas,

    questionrios e testes, mas tambm h uma valorizao na correo, na classificao e na discriminao.

    Esteban (2000), relata que a avaliao tradicional apresenta maior nmero de evaso e reteno, pois o

    educando deve esperar a classificao. Hoffmann (1994: 13) complementa discorrendo:

    A avaliao tradicional e classificatria est presente de forma marcante em nossa

    sociedade, um dos motivos que justifica a inovao quanto as prticas avaliativas e a

    escola defende sua estagnao apontando a resistncia das famlias dos alunos em relao

    as prticas inovadoras. A crena popular, que os estudantes se tornam menos exigentes

    ao adotarem uma determinada prtica de avaliao e as escolas deixam de oferecer um

    ensino competente ao desligar-se dos modelos tradicionais. Assim, a avaliao tradicional

    tida como pressuposto de uma escola competente, exigente, rgida e detentora do saber,

    que no entanto, no encontra respaldo na realidade com qual nos deparamos neste

    momento).

    Perrenoud (1999: 11) declara que a avaliao tradicionalmente associada, na escola, criao de

    hierarquias de excelncia. Os alunos so comparados e depois classificados em virtude de uma norma de

    excelncia, definida em absoluto ou encarnada pelo professor e pelos melhores alunos.

    Vale a pena destacar a fala de Villas Boas (2008) sobre a avaliao que utilizada na escola e pode

    cumprir duas funes: classificar o aluno ou promover a aprendizagem. A funo de classificar o aluno

    tem sido muito empregada em nossas escolas. Villas Boas diz que se classificam os educandos de muitas

  • formas: utilizando notas e quando so classificados por nvel de aprendizagem, quando so rotulados em

    nveis: mdios, fortes, fracos, etc.

    Para Luckesi (2000) a avaliao classificatria um instrumento que inibe o processo de

    crescimento e avano do educando e que somente uma avaliao formativa pode servir para avanar a

    aprendizagem, desenvolvendo a autonomia.

    importante criar uma cultura que avalie o educando de forma integral. Essa maneira de avaliar,

    criam condies para ento, enquanto professor mudar a prtica pedaggica e buscar processos avaliativos

    que respeitem o ritmo do educando e que sejam condizentes com suas realidades.

    2.2.2 AVALIAO FORMATIVA

    Numa perspectiva de construo do conhecimento, de processo do ser integral que nasce a

    avaliao formativa, que pode ser compreendida como uma prtica escolar contnua que tem por objetivo

    o desenvolvimento da aprendizagem de forma ampla. Hadji (2001) descreve que a avaliao formativa

    aquela que se situa no centro da ao de formao. a avaliao que visa o diagnstico de informaes

    para atingir o aprendizado, contribuindo eficazmente para o desenvolvimento do indivduo. Dessa forma,

    notrio perceber que a avaliao formativa transcende a ideia de classificao e seleo.

    Villas Boas (2008) corrobora com o pensamento de Hadji (2001), quando relata que a avaliao

    formativa visa promoo da aprendizagem do aluno e do professor e o desenvolvimento da escola,

    sendo, portanto, aliada de todos. Despe-se do autoritarismo e do carter seletivo e excludente da avaliao

    classificatria.

    Assim sendo, Perrenoud (1999:18) nos revela que a avaliao formativa um instrumento que visa

    promoo do educando no que diz respeito aprendizagem.

    formativa toda avaliao que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, que participa da

    regulao das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo.

    Nesse sentido, observamos que a avaliao formativa apresenta uma perspectiva de

    acompanhamento dos educandos, em que o trabalho de formao para a aprendizagem contnuo. Ela visa

    promover a valorizao do indivduo dentro do processo educativo, partindo do pressuposto de

    democracia e igualdade para a aprendizagem.

  • Perrenoud (1999: 68), aponta alguns detalhes da avaliao formativa que visam auxiliar o docente.

    Uma avaliao formativa d informaes, identifica e exemplifica erros, sugere interpretaes quanto s

    estratgias e atitudes dos alunos e alimenta diretamente a ao pedaggica.

    A partir dessa considerao, Hadji (2001: 110), nos revela que a avaliao na viso de formao

    do indivduo deve ser permeada pelo uso de feedbacks. Eles auxiliaro na troca para o aprendizado

    acontecer. Esse um retorno interessante para educando e educador, pois torna a avaliao um caminho

    para captar as reaes, suas angstias sobre o sentido e o alcance do que foi dito pelo avaliador, seus

    pedidos de explicao sobre as apreciaes e as notas.

    Entende-se que h necessidade de uma mudana na prtica avaliativa, uma mudana crtica e que

    encontre na prtica do letramento elementos que auxiliem essa avaliao a tornar-se uma prtica que

    melhore o desenvolvimento e o aprendizado do aluno.

    2.2.3 PCN E AVALIAO

    Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o segundo ciclo do Ensino Fundamental II

    concebem a avaliao da aprendizagem como parte integrante do processo educativo. No volume I

    (Introduo aos Parmetros Curriculares Nacionais MEC: 1997), observa-se que a proposta contempla a

    avaliao segundo a perspectiva de alimentar, sustentar e orientar a interveno pedaggica, que deve

    ocorrer de forma contnua e sistematicamente por meio da interpretao qualitativa do conhecimento

    construdo pelo aluno (idem, p. 81).

    Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais (MEC:1997), a avaliao da aprendizagem deve

    acontecer de forma contnua e sistemtica por meio de interpretao qualitativa.

    Nessa direo, Hoffmann (1993: 84) relata que preciso ultrapassar a sistemtica tradicional de se

    buscar os absolutamente certos e errados em relao s respostas do aluno e atribuir significado ao que se

    observa em sua tarefa, valorizando suas ideias, dando importncia as suas dificuldades (...). O respeito e a

    valorizao de cada tarefa favorecem a expresso por ele de crenas verdadeiramente espontneas.

    necessrio construir uma prtica que respeite a possibilidade e o tempo do educando em relao ao

    aprendizado.

    Segundo a abordagem de trabalho acima, o modelo de avaliao deve servir como

    momento de reviso da prtica pedaggica do professor e do aluno. Permitindo para o

    educando refletir sobre o que j tem construdo e possibilitando reconhecer o que ainda

    precisa aprender:... a avaliao da aprendizagem: seu papel de indicador do estgio em

  • que se encontra o estudante, fornecendo elementos sobre o processo e no sobre os

    resultados. Nesse sentido, a avaliao formativa, contnua, de acompanhamento, que

    fornece subsdios valiosos para o professor e para os alunos, deve ser privilegiada

    (OCNEM, 2006: 143).

    Portanto, a avaliao formativa na perspectiva relatada pelos PCN requer que os educadores

    busquem informaes sobre os conhecimentos que os educandos j construram e os que eles ainda podem

    aprender.

    No caso especfico da avaliao em matemtica, Fonseca (2004:12), diz que essa concepo reflete a

    perspectiva de letramento incorporada a uma viso mais ampla das prticas sociais, reforando o papel

    social da educao que tem por responsabilidade promover o acesso e o desenvolvimento de estratgias e

    possibilidades de leitura do mundo para as quais conceitos e relaes, critrios e procedimentos,

    resultados e culturas matemticos possam contribuir.

    Para Fonseca (2004), um ponto crucial no ensino da matemtica o empenho que devemos ter

    em proporcionar aos nossos alunos oportunidades de acesso a representaes matemticas

    diversificadas, que devem ser objeto de discusso, interpretao, tratamento de diferentes fontes de

    dados e produo de inferncias, para que dessa forma possamos avaliar de forma ao conduzir o

    educando ao letramento.

  • 3 LETRAMENTO MATEMTICO

    Com o objetivo de traar um conceito sobre o que venha a ser letramento matemtico, necessrio

    conhecer o conceito de letramento em sua essncia.

    Segundo Soares (2004: 29), o conceito de letramento surge devido necessidade de um substantivo

    que empregasse sentido s prticas de leitura e escrita, de acordo com o contexto social do cidado.

    Soares (2004:120) complementa a ideia relatando:

    [...] o letramento , sem dvida alguma, pelo menos nas modernas sociedades

    industrializadas, um direito humano absoluto, independentemente das condies

    econmicas e sociais em que um dado grupo humano esteja inserido; dados sobre

    letramento representam, assim, o grau em que esse direito est distribudo entre a

    populao e foi efetivamente alcanado por ela.

    A partir dessa considerao, Goulart (2001), discorre sobre a dificuldade em traar um conceito

    nico sobre letramento e relata a existncia de letramentos (expresso no plural). Em termos gerais,

    Goulart (2001:7) afirma: o letramento est relacionado ao conjunto de prticas sociais orais e escritas [de

    linguagem] de uma sociedade, e tambm (...) construo da autoria

    Estamos aqui entendendo as orientaes de letramento como o espectro de conhecimentos

    desenvolvidos pelos sujeitos nos seus grupos sociais, em relao com outros grupos e com

    instituies sociais diversas. Este espectro est relacionado vida cotidiana e a outras

    esferas da vida social, atravessadas pelas formas como a linguagem escrita as perpassa, de

    modo implcito ou explcito, de modo mais complexo ou menos complexo.

    sob essa tica que o conceito de letramento matemtico est diretamente relacionado a uma

    concepo de ensino da matemtica que perpasse pela vida cotidiana.

    Machado, (2003: 135), relata que:

    (...) podemos explicitar nosso entendimento para "letramento matemtico" como

    expresso da categoria que estamos a interpretar, como: um processo do sujeito que chega

    ao estudo da Matemtica, visando aos conhecimentos e habilidades acerca dos sistemas

    notacionais da sua lngua natural e da Matemtica, aos conhecimentos conceituais e das

    operaes, a adaptar-se ao raciocnio lgicoabstrativo e dedutivo, com o auxlio e por

    meio das prticas notacionais, como de perceber a Matemtica na escrita convencionada

    com notabilidade para ser estudada, compreendida e construda com a aptido

    desenvolvida para a sua leitura e para a sua escrita e afirma ainda que o letramento

    matemtico ocorre a partir da aquisio de aptides para o uso de sistemas notacionais

    escritos para a prtica da integrao de significados da Matemtica na linguagem.

  • Segundo a definio do PISA (OECD/PISA, 2000: 41), letramento matemtico :

    A capacidade de um indivduo para identificar e entender o papel que a matemtica

    representa no mundo, fazer julgamentos matemticos bem fundamentados e empregar a

    matemtica de formas que satisfaam as necessidades gerais do indivduo e de sua vida

    futura como um cidado construtivo, preocupado e reflexivo. No mesmo relatrio,

    enfatizado a importncia dos alunos resolverem problemas puramente matemticos e

    aqueles nas quais nenhuma estrutura matemtica est bvia no incio. O relatrio admite

    que, apesar de no ter avaliado em seus testes, atitudes e emoes como auto-confiana,

    curiosidade, desejo para fazer ou entender as situaes, tais caractersticas so importantes

    para que, na prtica, o letramento matemtico ocorra.

    DAmbrosio (1990:16-19), enfatiza o pensamento acima ao relatar sobre algumas justificativas para

    o ensino do letramento matemtico nas escolas: por ser til como instrumentador para a vida [...];por

    ser til como instrumento para o trabalho [...]; por ser parte integrante de nossas razes culturais[...];

    porque ajuda a pensar com clareza e a raciocinar melhor[...]; por sua prpria universalidade[...]; por

    sua beleza intrnseca como construo lgica, formal etc.

    Nesse sentido, faz-se necessrio destacar o pensamento de Schliemann (1998: 15): fora da escola,

    as pessoas resolvem problemas mentalmente e encontram respostas corretas; na escola, utilizam

    procedimentos escritos e erram com muita frequncia. Percebe-se pela fala de DAmbrosio (1990) e

    Schliemann (1998) que as justificativas so voltadas para o cotidiano do educando, sendo assim necessrio

    ao educador construir elos que intensifiquem os contedos com a vida prtica do aluno.

    Partindo do entendimento desses dois autores sobre a necessidade do letramento matemtico ser

    uma constante, surge a necessidade de avaliaes mais atreladas ao conhecimento matemtico vivenciado

    pelos educandos.

    importante salientar que se a escola assume o processo de avaliao e ensino da matemtica no

    somente como fazer contas, pode-se conseguir que as crianas adquiram conhecimentos, mas tambm

    pode-se oferecer a oportunidade de que elas se apaixonem por essa inveno humana que a Matemtica.

    (Zunino, 1995: 27).

    Acreditando que o processo avaliativo tem como objetivo direcionar os alunos ao letramento e

    desenvolvimento educativo necessrio que o educador esteja preocupado com a transformao social e

    para que isso ocorra imprescindvel que ele construa uma nova prtica de avaliao, diagnosticando e

    tomando novos caminhos em sua prtica pedaggica.

  • 4 METODOLOGIA

    Segundo Gil (1999), a pesquisa cientfica pode ser definida como um processo formal e sistemtico

    no desenvolvimento do mtodo cientfico, que tem como objetivo descobrir respostas para problemas

    mediante o emprego de procedimento cientfico (GIL, 1999: 42). A metodologia utilizada neste estudo

    foi desenvolvida com base na pesquisa bibliogrfica, exploratria e qualitativa.

    Segundo Menga e Ludke (1986 apud PEREIRA, MOTTA e FEDATTO, 2009: 55):

    Pesquisa atividade de promover o confronto entre os dados, as evidncias, as

    informaes coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento terico acumulado a

    respeito dele. A pesquisa uma atividade de que se preocupa solucionar problemas e,

    portanto, utiliza procedimentos rigorosos na inteno de buscar algo novo no processo

    do conhecimento.

    A natureza exploratria deste estudo pretende investigar em que medida as avaliaes podem criar

    momentos de apropriao do letramento matemtico, com a possibilidade, ainda, de analisar, se esto

    baseadas nos parmetros curriculares nacionais para o ensino da matemtica. A escolha da pesquisa

    decorre da restrita produo cientfica sobre o objeto de estudo, Avaliao Matemtica: momento de

    letramento no ensino fundamental.

    A pesquisa bibliogrfica, desenvolveu-se a partir de materiais publicadas em livros, artigos,

    dissertaes e teses. Segundo Cervo, Bervian e da Silva (2007: 61), a pesquisa bibliogrfica constitui o

    procedimento bsico para os estudos monogrficos, pelos quais se busca o domnio do estado da arte sobre

    determinado tema.

    Popper (1976: 65-67) enfatiza tal argumento em relao ao problema e a teoria, relatando:

    O ponto de partida sempre o problema e a observao se converte em algo como um

    ponto de partida caso revele um problema; ou, em outras palavras, se ela nos surpreende,

    se nos mostra algo em nosso saber - em nossas expectativas, em nossas teorias, que no

    est em ordem. As observaes s conduzem a problemas se elas contradizem algumas de

    nossas expectativas conscientes e inconscientes. E o que se torna o ponto de partida do

    trabalho cientfico no tanto a observao como tal, porm, a observao em sua

    significao peculiar - ou seja, a observao geral do problema.

    Com propsito de contribuir para o enriquecimento da pesquisa qualitativa, optou-se pelo estudo de

    caso, para um mapeamento preliminar sobre os elementos que compem a concepo de avaliao,

  • caracterizando-se pela anlise de avaliaes matemticas e relatos dos professores, cujo contedo se

    deseja conhecer.

    Segundo Arajo et al. (2008) o estudo de caso trata-se de uma abordagem metodolgica de

    investigao especialmente adequada quando procuramos compreender, explorar ou descrever

    acontecimentos e contextos complexos, nos quais esto simultaneamente envolvidos diversos fatores. Yin

    (1994, apud ARAJO et al., 2008) afirma que esta abordagem se adapta investigao em educao,

    quando o investigador confrontado com situaes complexas, de tal forma que dificulta a identificao

    das variveis consideradas importantes, quando o investigador procura respostas para o como? e o

    porqu?, quando o investigador procura encontrar interaes entre fatores relevantes prprios dessa

    entidade, quando o objetivo descrever ou analisar o fenmeno, a que se acede diretamente, de uma forma

    profunda e global, e quando o investigador pretende apreender a dinmica do fenmeno, do programa ou

    do processo.

    A reviso de literatura sobre avaliao e letramento matemtico se deu, por meio de pesquisas em

    artigos, revistas cientficas, livros, anais de congressos e nos PCN.

    Este estudo foi composto tambm por meio de anlise de itens de avaliaes de matemtica do 6 e

    9 ano do ensino fundamental realizadas em instituies de ensino particular e pblica, ambas da Regio

    Administrativa do Plano Piloto.

    A amostra do tipo simples resumiu-se ao quantitativo de 4 itens de avaliaes utilizadas em escolas

    pblicas do Distrito Federal e de uma escola particular todas situadas no Distrito Federal, que sero

    analisadas luz do letramento matemtico e os PCN de matemtica para o Ensino Fundamental.

    A amostra, segundo Lakatos e Marconi (2001:163), [...] uma poro ou parcela,

    convenientemente selecionada do universo (populao); um subconjunto do universo. O tamanho da

    amostra diz respeito quantidade de pessoas que ir participar do estudo. Na ocasio, o tipo de amostra

    que foi utilizada na pesquisa a amostra no-probabilstica, pois o pesquisador pode, arbitrria ou

    conscientemente, decidir os elementos a serem includos na amostra (Malhora, 2001: 305).

    Na fase da coleta de dados foram efetuadas as anlises dos respectivos itens das avaliaes e reviso

    da bibliografia.

    Como j foi relatado anteriormente, a pesquisa tem como base o tipo de pesquisa exploratria. A

    primeira fase foi onde o pesquisador teve o primeiro contato com a situao pesquisada, nessa fase

  • buscou-se o conhecimento necessrio para anlise do objeto de estudo com preparo para a reviso

    bibliogrfica.

    A segunda fase consistiu na anlise dos itens das avaliaes matemticas, buscando observar o nvel

    de questes que atendam ao letramento matemtico conforme os critrios de avaliao estabelecidos nos

    Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino da Matemtica.

    Na terceira fase foi realizada a interpretao das avaliaes coletadas, baseada na fundamentao

    terica j realizada.

    Na quarta fase realizou-se a reviso final com objetivo de redigir o texto original para defesa da

    pesquisa.

    A partir das informaes encontradas na fase exploratria, e para auxiliar na busca de encontrar os

    objetivos da pesquisa, a anlise de dados foi o instrumento utilizado para que os fins fossem alcanados.

  • 5 ANLISE DE DADOS

    Diante das dificuldades que se impem na tarefa de elaborar uma avaliao que retrate com

    qualidade o que foi aprendido pelo educando, e consequentemente melhorar a educao, destaca-se o

    papel dos professores que cederam suas avaliaes para que esse trabalho de anlise fosse realizado.

    Nesse sentido, pensamos que a avaliao matemtica no sistema educativo deve ser pensada como

    um momento de reflexo e obteno dos melhores resultados possveis.

    Luckesi (2005) destaca:

    [...] o papel da avaliao diagnosticar a situao da aprendizagem, tendo em vista

    subsidiar a tomada de deciso para a melhoria da qualidade do desempenho do educando.

    Nesse contexto, a avaliao, processual e dinmica. Na medida em que busca meios

    pelos quais todos possam aprender o que necessrio para o prprio desenvolvimento,

    inclusiva. Sendo inclusiva , antes de tudo, um ato democrtico. (Luckesi, 2005: 39)

    Nesse cenrio de busca de avaliaes como forma de desenvolvimento, foram retirados itens das

    avaliaes matemticas ofertadas pelos docentes em que se pode perceber o letramento matemtico

    ocorrendo.

    Posteriormente sero apresentados os itens das provas e, logo abaixo, anlises dos itens sob a luz da

    teoria do letramento matemtico. As provas em sua ntegra sero anexadas e serviro de suporte para

    possvel estudo. A anlise contou com relato transcrito dos professores sobre o motivo pelo qual aplicaram

    as questes abordadas no estudo. A anlise realizada pelo pesquisador foi referendada com consultas

    bibliogrficas dos autores que corroboraram com o pensamento dos professores.

    Questo 1 Questo retirada de prova do 8 ano do Ensino Fundamental. Aplicada em 26/11/2012

    Figura 1

    Figura 1

    Bandeira de Israel

    As faixas horizontais e o contorno da

    estrela so azuis sobre fundo branco.

    Representao Esquemtica da

    Estrela de Davi, destacando-se alguns

    de seus ngulos.

    a b c

    d e f

    A

    B C

    D E

    F

  • A estrela de Davi, de seis pontas, ou selo de Salomo, tambm chamada de Magen Davi, tornou-se

    um smbolo dos judeus no fim da Idade Mdia. Em tempos anteriores, ela figurava tambm em smbolos

    cristos e islmicos. Foi, mais tarde, adotada pelo movimento sionista e na bandeira de Israel. Em 1948,

    depois de quase 2000 anos de exlio, o Estado de Israel foi reestabelecido como o Lar Nacional Judaico. A

    nova bandeira foi apresentada na ONU em 1949. A bandeira smbolo do orgulho do retorno da Nao

    Judaica ao seu lar.

    Dois tringulos eqilteros ABC e DEF idnticos entre si, so utilizados para confeccionar a figura

    geomtrica que representa a estrela de Davi. Nessa figura geomtrica, representada acima, foram

    destacados alguns ngulos. Resolva as questes a seguir:

    a) Calcule a soma dos ngulos

    indicados na figura acima

    b) Escreva o nome do polgono formado no interior da estrela.

    c) Calcule o valor do ngulo interno desse polgono

    d) Quantas diagonais tm o polgono formado no interior da estrela?

    Anlise: A questo acima foi aplicada turma logo depois da gincana cultural da escola, onde os

    educandos tiveram a oportunidade de conhecer diversos pases e montar grupos que iriam ser

    representantes para fins competitivos. Os professores trabalharam sobre os pases estudados e a professora

    de matemtica utilizou trecho do texto na aula de histria para elaborar uma de suas questes na prova de

    matemtica.

    Diante do trabalho, podemos relatar que a professora se orientou pelos Parmetros Curriculares

    Nacionais do que fazem referncia para:

    O desenvolvimento de um currculo que contemple a interdisciplinaridade como algo que

    v alm da justaposio de disciplinas e, ao mesmo tempo, evite a diluio das mesmas de

    modo a se perder em generalidades. O trabalho interdisciplinar precisa partir da

    necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir,

    mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a ateno de mais de um

    olhar, talvez vrios (BRASIL, 1999: 88-89).

    O relato oral transcrito graficamente, a professora tem como ponto de partida a necessidade de criar

    questes na prova que tratem sobre a realidade vivenciada pelo educando. Ela relata: Ao vivenciar a

    gincana cultural, todos os alunos se sentiram motivados a aprender, foi mgico ver os alunos buscando,

    pesquisando e querendo saber sobre os pases.

    Vale a pena lembrar que os educandos trazem noes dos contedos que so ensinados na escola, no caso

    especfico o ensino da geometria (estudo das bandeiras dos pases). Essas noes conduziro o professor a um

    trabalho de desenvolvimento pleno dos contedos a ser trabalhados, para eles possam ler, interpretar e fazer

    modificaes no mundo em que vivem.

  • Sob essa tica, Heller (1985) defende a ideia de que todos os fatos levantados em sala de aula so

    possveis de serem relacionados com a cincia, com o conhecimento elaborado. A viabilizao desta

    proposta possibilitar a todos os alunos que expressem a realidade assim como a percebem, e que os

    relatos sejam refletidos e trabalhados pelos alunos em conjunto e pelo professor.

    Questo 2 Questo retirada de prova do 7 ano do Ensino Fundamental. Aplicada em 07/06/2011

    Questo 06 - Em um campeonato de jogos em rede, Hugo e Mnica obtiveram os seguintes resultados:

    Hugo Mnica

    1 partida

    Ganhou 510 pontos Perdeu 80 pontos

    2 partida

    Perdeu 215 pontos Ganhou 475 pontos

    3 partida

    Perdeu 485 pontos Ganhou 290 pontos

    4 partida

    Ganhou 625 pontos Perdeu 115 pontos

    Figura 2

    Quem venceu o campeonato? Deixe todos os clculos na prova a fim de validar a sua questo.

    Anlise: A questo acima foi aplicada nas turmas de 7 ano, como finalizao do projeto xadrez na

    escola. O professor de matemtica tinha como hbito em suas turmas realizar torneio de xadrez entre os

    alunos. O quadro acima mostra os pontos das equipes finalistas do torneio. O torneio tem durao de um

    semestre e, para tanto, a professora utilizou a tabela das partidas para realizao de uma de suas questes

    da prova de matemtica.

    A utilizao do torneio de xadrez na escola tem como objetivo trabalhar a lgica, conhecimento e

    raciocnio.

    Os PCN (1997:15), de Educao Fsica relatam:

  • [...] trazer uma proposta que procure democratizar, humanizar e diversificar a prtica pedaggica

    da rea, buscando ampliar, de uma viso apenas biolgica, para um trabalho que incorpore as

    dimenses afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos.

    A viso de uma educao mais ampla, que englobe as disciplinas num grande projeto, pode

    contribuir para a formao de um ser humano mais cooperativo. O jogo, tal como o xadrez, que foi

    utilizado pelos docentes, tem como pano de fundo trazer aos seus praticantes melhoria na cognio, mas

    em consequncia tem como grande mola mestra fazer o educando protagonista dentro do ensino.

    Sob o sentido de utilizar fatos vivenciados pelos alunos para se aprender matemtica, Panizza

    (2006: 19) nos relata:

    A palavra sentido parece estar cada vez mais presente nas preocupaes dos professores

    sobre o ensino da matemtica. Como conseguir que os alunos encontrem o sentido da

    atividade matemtica? , Os alunos agem mecanicamente sem dar sentido ao que fazem,

    entre outras, so expresses habituais dos professores. A palavra sentido parece explicar

    intenes, conquistas e frustraes. No entanto, questes como qual significado se atribui

    palavra, onde se encontra o sentido, se algo que o docente d ou o aluno constri e em

    que condies, longe de serem claras e compartilhadas, comportam profundas diferenas e

    contradies.

    Sob essa tica, o professor de matemtica discorreu em relato oral ao entrevistador: Trabalhar com

    assuntos vivenciados pelos alunos e os mesmos conseguirem ver a matemtica no dia a dia foi

    interessante. Confesso que ainda tenho dificuldade para realizar questes dessa forma. Mas, ao corrigir as

    provas essa foi a questo em que os alunos mais xito obtiveram. Me parece que quando eles vivenciam a

    matemtica ela faz sentido na hora de resolver as questes da prova.

  • Questo 3 Questo retirada de prova do 7 ano do Ensino Fundamental. Aplicada (no possui data

    os alunos deveriam coloc-la na prova)

    O ESPORTE E AS DIFERENAS RACIAIS

    Figura 3

    ARTIGO

    Um aspecto interessante no desempenho dos atletas de alto nvel a influncia racial no resultado

    de algumas modalidades esportivas. Ns sabemos atravs da publicao de inmeras pesquisas cientficas

    que o principal fator determinante do potencial de um atleta sua herana gentica. Portanto, as

    caractersticas morfolgicas e funcionais predominantes em cada raa devero ser decisivas na aptido do

    atleta em determinadas modalidades.

    Um fato j bastante evidente o predomnio dos indivduos da raa negra nas provas de velocidade

    no atletismo. Praticamente todos os grandes nomes ligados prova de 100 metros rasos nas ltimas

    dcadas so atletas da raa negra.

    A explicao cientfica deste fato demonstra que no se trata de uma mera casualidade. Na

    realidade, a razo determinante deste predomnio ns encontramos ao estudar as caractersticas dos

    msculos das diferentes raas.

    Todos ns possumos dois tipos diferentes de clulas nos msculos. De acordo com suas

    propriedades, as clulas de contrao rpida e clulas de contrao lenta. A herana gentica de cada

    indivduo determina uma distribuio percentual dos dois tipos de clulas. A grande maioria dos

    indivduos possuiu uma distribuio equilibrada dos dois tipos de clulas musculares. No entanto, na

    maioria dos indivduos da raa negra existe uma predominncia das clulas musculares de contrao

    rpida.

    O estudo dos msculos de alguns campees de provas de velocidade mostrou a existncia de at

    80% de clulas de contrao rpida. Isso significa que os negros, como caracterstica da raa, tm

  • msculos capazes de se contrair com maior velocidade, o que assegura um maior potencial para as

    corridas de curta durao.

    Por outro lado, outras caractersticas como flexibilidade, agilidade, etc, parecem tambm

    predominar em outras raas. Ser que o evidente predomnio dos asiticos, particularmente os japoneses,

    no tnis de mesa, por exemplo, no se justifica por caractersticas herdadas geneticamente? Certamente a

    cincia chegar explicao pertinente nos prximos anos.

    Esse lado, com certeza um dos aspectos mais apaixonantes dos estudos cientficos aplicados ao

    esporte. O que nasce nessa discusso, entretanto certo receio de que o homem tenha a pretenso futura

    de interferir na herana gentica de maneira artificial. Caso os cientistas resolvam tentar produzir "clones"

    de atletas excepcionais tentando "copiar" seus cromossomos, competio definitivamente sair das pistas

    para os laboratrios!

    Prof. Dr. Turbio Leite de Barros Neto (artigo publicado na revista poca

    1. De acordo com o texto acima, as caractersticas morfolgicas e funcionais predominantes em cada raa

    devero ser decisivas na aptido do atleta em determinadas modalidades.

    Um fato j bastante evidente o predomnio dos indivduos da raa negra nas provas de velocidade

    no atletismo. Praticamente todos os grandes nomes ligados prova de 100 metros rasos nas ltimas

    dcadas so atletas da raa negra. Sabe-se que a prova da Maratona do Campeonato Mundial de Atletismo

    da Alemanha de 2009 coroou dois quenianos e um etope: O queniano Abel Kirui quebrou o recorde do

    Mundial de Berlim com o tempo de 2h06m54s e conquistou a medalha de ouro na maratona masculina da

    competio. A medalha de prata ficou com o tambm queniano Emmanuel Kipchirchir Mutai, com o

    tempo de 2h07m48. O bronze foi para o terceiro colocado, o etope Tsegay Kebede, com 2h08m35s.

    Sendo assim julgue as afirmativas abaixo:

    a) ( ) a soma dos tempos entre os dois primeiros colocados 4h 14min 02seg.

    b) ( ) a soma do tempo do atleta que ganhou a medalha de prata com o que ganhou a medalha de

    bronze foi d 4h 30min 03seg.

    c) ( ) o texto afirma que a raa negra leva uma considervel vantagem em algumas modalidades

    do esporte, pois a resistncia muscular na raa negra maior.

    d) ( ) o queniano que ficou em 3 lugar conseguiu realizar a prova em 2h 08m35s.

    e) ( ) o texto nos mostra a influncia da raa negra no esporte e valorizao de sua cultura

    Ento a sequncia correta :

    a) ( ) V F V F V b) ( ) V V F F V c) ( ) F F V F V d) ( ) F V F V F e) ( ) V V F F F

    Anlise: A questo acima foi aplicada turma aps o trabalho feito pelos educadores da escola

    sobre semana da diversidade na escola. O professor escolheu trabalhar com o texto da revista poca, pois

    os educadores da escola trabalharam durante a semana temas que salientaram debates entre os alunos. Os

    professores fizeram uma eleio sobre os temas que os educandos desejavam estudar e o tema sobre o

    ganho de muitas medalhas dos negros no atletismo foi uma das questes latentes.

  • Observando o trabalho feito pelos professores, em especial, a questo da prova feita pelo professor

    de matemtica, podemos dizer que o educador se orientou pelos Parmetros Curriculares Nacionais

    (BRASIL, 1999: 54) do que fazem referncia a questo do uso de recursos tecnolgicos para uma

    avaliao em matemtica, vejamos:

    [...]conceber a aprendizagem, na interpretao e na abordagem dos contedos matemticos

    implicam repensar sobre as finalidades da avaliao, sobre o que e como se avalia, num

    trabalho que inclui uma variedade de situaes de aprendizagem, como a resoluo de

    problemas, o uso de recursos tecnolgicos, entre outros.

    O relato do educador matemtico fala sobre a necessidade de incluir temas atuais nas provas e nas

    aulas de matemtica. Ele relata: Durante a semana da diversidade utilizamos (todos os professores) temas

    que eram interessantes para os alunos e ficou mais fcil buscar reportagens nas revistas e na internet para

    elaborar a prova.

    Sob essa tica, os Parmetros Curriculares Nacionais afirmam que fundamental que na seleo

    desses critrios se contemple uma viso de matemtica como uma construo significativa, se reconheam

    para cada contedo as possibilidades de conexes e, se fomente um conhecimento flexvel com vrias

    possibilidades de aplicaes (BRASIL, 1999: 55).

    Questo 4 Questo retirada de prova do 8 ano do Ensino Fundamental. Aplicada (no possui data

    os alunos deveriam colocar a mesma na prova)

    O teatro nacional o maior conjunto arquitetnico realizado por Oscar Niemeyer em Braslia, destinado

    exclusivamente s artes. um dos pontos centrais de interesse turstico em uma cidade em que os

    monumentos impressionam pela sobriedade e rigor arquitetnico. (...)

    Os cubos e paraleleppedos retangulares nas paredes norte e sul, de dimenses diversas, desenhados por

    Athos Bulco passam de centenas. Esses relevos so a maior e mais monumental obra de interveno

    urbana de Athos Bulco. Supondo que o desenho abaixo represente um desses paraleleppedos retangulares e com base em nossos

    estudos sobre polinmios, faa o que se pede nos itens a seguir:

    Figura 4

    Determine o polinmio, na forma reduzida, que representa o volume do paraleleppedo.

  • Anlise: A questo acima foi aplicada numa turma de 8 ano do Ensino Fundamental. A turma teve

    como estudo inicial do contedo formas geomtricas, um passeio para conhecer os monumentos de

    Niemeyer em Braslia. Durante a semana construram maquetes dos monumentos vistos com a utilizao

    dos slidos geomtricos.

    Smole & Diniz (2001) reforam a importncia de concretizao da aprendizagem de forma

    significativa relatando que: introduzir os recursos de comunicao nas aulas das sries iniciais pode

    concretizar a aprendizagem em uma perspectiva mais significativa para o aluno e favorecer o

    acompanhamento desse processo por parte do professor.

    O relato do educador matemtico diz respeito questo e o desenvolvimento dos alunos:

    Durante o passeio (muitos nunca tinham visto de perto os monumentos de Niemayer), os

    alunos se perguntaram como ele conseguiu fazer umas obras assim diferentes? Foi

    interessante ver que que alguns alunos falavam sobre o contedo matemtico durante o

    passeio. Se voc me perguntasse a uns anos atrs sobre o tal do fazer sentido para o aluno

    eu diria que isso bobagem, mas hoje entendo que isso importante, porque os alunos

    mudaram e eu tambm estou mudando (risos). Durante o passeio eles iam errando,

    acertando, trocando ideias com os outros, falando, interpretando o mundo que vivem; foi

    bem legal ver isso. Acho que essa construo faz sentido para eles e isso foi mostrado na

    prova. Eles conseguiram fazer a questo da prova mais tranquilamente, sem medo.

    Sob essa viso do educador matemtico e a utilizao da questo da prova aps reconhecimento

    prtico das obras de Niemayer, os Parmetros Curriculares Nacionais descrevem como um norteador

    necessrio ao processo avaliativo que:

    O ensino de Matemtica deve garantir o desenvolvimento de capacidades como:

    observao, estabelecimento de relaes, comunicao (diferentes linguagens),

    argumentao e validao de processos e o estmulo s formas de raciocnio como

    intuio, induo, deduo, analogia, estimativa; (BRASIL, 1999: 56)

  • Questo 5 Questo retirada de prova do 7 ano do Ensino Fundamental. (no possui data de

    aplicao os alunos deveriam colocar na prova).

    Figura 5

    Qual das cidades acima teve a menor temperatura:

    a) ( ) So Joaquim

    b) ( ) Vacaria

    c) ( ) Xanxer

    d) ( ) General Cameiro

    Anlise: A questo acima foi aplicada numa turma de 7 ano do Ensino Fundamental. A turma, em

    geografia, estava estudando sobre os estados brasileiros: clima, vegetao, hidrografia, etc. Dessa forma a

    professora de matemtica pensou em utilizar o tema para trabalhar nmeros inteiros com os alunos

    contextualizando suas aulas e consequentemente buscando trabalhar interdisciplinarmente.

    Diante dessa questo, os Parmetros Curriculares Nacionais (1999: 13) trazem o texto:

    Tnhamos um ensino descontextualizado, compartimentalizado e baseado no acmulo de

    informaes. Ao contrrio disso, buscamos dar significado ao conhecimento escolar,

    mediante a contextualizao; evitar a compartimentalizao, mediante a

    interdisciplinaridade; e incentivar o raciocnio e a capacidade de aprender.

    Sob o trabalho que o professor fez com os alunos para que se sentissem seguros ao responder

    questo da avaliao, D'Ambrosio (1999: 45-46) discorre:

  • Tendo como base os resultados do INAF, algumas possibilidades para o trabalho com a

    matemtica no ensino fundamental; dentre elas, a formao do aluno para lidar com sua

    rotina diria, que inclui: [...] leitura e interpretao crtica de noticirios de jornais e

    televiso; interpretao do momento social atravs de novelas, filmes, telenovelas,

    programas de auditrio; capacidade de se localizar com crescente preciso (rua, nmero,

    bairro, CEP, telefone, distncias da casa escola, tempo de percurso, avaliao do tempo

    gasto em transporte num dia, num ms, num ano, numa vida) e leitura de mapas e sinopses

    internacionais; gesto da economia pessoal (custos, moeda, oramento familiar, do

    estado); compreenso de questes demogrficas (populao, distribuio de populao,

    ndices de qualidade de vida etc.) e ambientais (padres de temperatura, de precipitao,

    reas florestais, cultivadas, recursos hdricos etc.); tratamento de dados sobre o corpo

    (altura, peso etc.); organizao e interpretao de tabelas, iniciando, assim, a percepo do

    que so estatsticas e probabilidades. (DAmbrosio, 1994:45-46)

    A utilizao da interdisciplinaridade como metodologia para o desenvolvimento do trabalho de

    integrao entre os contedos de vrias disciplinas uma das grandes propostas evocadas nos PCN e que

    tem como objetivo contribuir para a aprendizagem do educando.

  • 6 CONSIDERAES FINAIS

    O trabalho de interpretar os itens das avaliaes matemticas e as falas das prticas dos professores

    de Ensino Fundamental II, aps o conhecimento das avaliaes fornecidas, exigiu exerccio de reflexo

    constante e a busca de referencial terico para que essas falas e os itens fizessem sentido com a prtica do

    letramento. Buscou-se, dessa maneira, trazer a fala dos sujeitos perspectiva de letramento matemtico

    como forma de aprendizagem significativa. O foco da anlise teve como objetivo oportunizar espao para

    reflexo sobre o papel da avaliao no processo de construo de momentos de letramento matemtico.

    Acredita-se que a concepo do letramento matemtico, sendo utilizado nas avaliaes, aponta para uma

    matemtica mais completa e eficaz.

    Sobre essa tica, DAmbrosio (2001) afirma:

    Um dos maiores erros que se pratica em educao, e em especial em educao

    matemtica, tem sido desvincular a matemtica das outras atividades humanas. A ideia

    matemtica, ao longo do desenvolvimento humano, tem definido estratgias para lidar

    com o meio sociocultural, por exemplo, criando e desenhando instrumentos a fim de

    buscar algumas explicaes sobre fatos e fenmenos para a prpria existncia da

    humanidade. A matemtica tem um papel social a desempenhar, e por meio da educao

    matemtica se pode buscar uma possvel contribuio para o desenvolvimento da

    conscincia crtica e compreenso da realidade do educando. (DAmbrosio, 2001: passim)

    Na mesma direo, fizemos o esforo de compreender os itens das provas e suas escolhas pelos

    professores como configuraes de momentos de letramento conduzindo a aprendizagem dos alunos. Os

    dados coletados foram analisados e interpretados a partir do referencial terico estudado. Acredita-se que

    a fala e os itens avaliados, em maior ou menor grau, esto em consonncia com os Parmetros

    Curriculares Nacionais.

    Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais, a concepo de aprendizagem em matemtica deve

    estar associada compreenso, ou seja, apropriao do significado. Portanto o tratamento dos

    contedos em compartimentos estanques e numa rgida sucesso linear deve dar lugar a uma abordagem

    em que as conexes sejam favorecidas e destacadas (BRASIL, 1997: 19-20).

    importante ressaltar que, ao realizar associao das falas dos educadores e as questes das

    avaliaes ao letramento matemtico, no foi inteno encaixar essas falas e questes em esteretipos.

    A busca foi pela aproximao, manifestao do letramento em atividades e prticas escolares.

    Deste modo, importante ressaltar que as falas dos educadores foram utilizadas como estratgia

    metodolgica de uso acadmico, de acordo com o referencial terico adotado, que nos conduziu

    interpretao da viso de avaliao matemtica que os educadores possuem. Finalizadas as falas dos

  • educadores foi feita uma interpretao associada teoria estudada, assim como tambm anlise dos itens

    das provas aplicadas aos educandos.

    Analisando as falas dos educadores e os itens apontados na pesquisa, destacamos: a anlise da ao

    do educador na questo 1, ao trabalhar a questo da interdisciplinaridade: A professora de matemtica

    utilizou trecho do texto na aula de histria para elaborar uma de suas questes na prova de matemtica.

    A prtica pedaggica do professor compromissado com o processo implica: [...] na

    vivncia do esprito de parceria, de integrao entre teoria e prtica, contedo e realidade,

    objetividade e subjetividade, ensino e avaliao, reflexo e ao, dentre muitos dos

    mltiplos fatores interagentes do processo pedaggico (Lucke, 1999: 54).

    A postura do educador revela que esse comportamento se orienta diante de uma perspectiva no

    tradicional de ensino. A utilizao de texto de outro professor apresenta a direo de um pensamento que

    se volta perspectiva de uma concepo de educao mais construtiva, que visa ao letramento, em

    especial, ao letramento matemtico.

    O educador do relato dois, se posiciona de maneira a sustentar a teoria do letramento matemtico:

    Ao corrigir as provas essa foi a questo que os alunos mais acertaram. Me parece que quando eles

    vivenciam a matemtica ela faz sentido na hora de resolver as questes da prova.

    Sob essa questo, Paulo Freire (apud DAmbrosio, 2004), em entrevista (gravada) concedida ao VIII

    Congresso Internacional de Educao Matemtica faz uma argumentao importante sobre a necessidade

    de os homens se conscientizarem da existncia de uma forma matemtica de se estar no mundo:

    Quando a gente desperta, j caminhando para o banheiro, a gente j comea a fazer

    clculos matemticos. Quando a gente olha o relgio, por exemplo, a gente j estabelece a

    quantidade de minutos que a gente tem para, se acordou mais cedo, se acordou mais tarde,

    para saber exatamente a hora em que vai chegar cozinha, que vai tomar o caf da manh,

    a hora que vai chegar o carro que vai nos levar ao seminrio, para chegar s oito. Quer

    dizer, ao despertar os primeiros movimentos, l dentro do quarto, so movimentos

    matematicizados.

    Tentando compreender a utilizao dos itens pesquisados nas provas aplicadas aos educandos, foi

    que aprofundamos a reflexo e o olhar em busca de conexes entre a teoria e a prtica. Deste modo, em

    relao s questes coletadas dos cinco professores que participaram da pesquisa, podemos destacar a

    questo de nmero 5, em que o relato possui um diferencial em relao ao trabalho pedaggico

    tradicional. O educador traz para sua avaliao um item (nmeros inteiros), que foi contextualizado com

    os contedos trabalhados em outras disciplinas.

  • Entendemos que tal fato deixa transparecer a prpria dinmica do processo de letramento

    matemtico e a busca do professor pelo processo de construo de saberes contextualizados:

    Para o bom funcionamento necessrio ter planejamento, organizao, controle. Estar

    sempre discutindo a participao analisando o que influenciam uma equipe para atingir

    determinados objetivos em prol da qualidade da escola. (Freitas, 2001: 34).

    Em relao anlise das questes 3 e 4, a descrio do momento da avaliao como forma de

    sistematizao do que foi trabalhado na escola e nas aulas passeio apresentam bom entendimento da

    matemtica sob a perspectiva do letramento e associada a proposta dos PCN.

    Dante (1998:10), refora a ideia acima discorrendo:

    Fazer o aluno pensar produtivamente; desenvolver o raciocnio do aluno; preparar o aluno

    para enfrentar situaes novas; dar oportunidade aos alunos de se envolverem com

    aplicaes de Matemtica; tornar as aulas de Matemtica mais interessantes e

    desafiadoras; equipar o aluno com estratgias e procedimentos que auxiliam na anlise e

    na soluo de situaes onde se procura um ou mais elementos desconhecidos; dar uma

    boa alfabetizao Matemtica ao cidado comum. (Dante, 1998: 10)

    Sendo assim, os sujeitos envolvidos na pesquisa apresentaram, em relao aos itens aplicados em

    prova e construo de princpios relativos a aprendizagem significativa de matemtica. Essa mxima

    percebida em todos os relatos transcritos, na contextualizao dos itens das provas avaliados e tambm no

    desempenho dos alunos, assim como um educador citou. Nos levando a interpretar que todos entendem o

    processo de avaliao como sentido de retroalimentao.

    Cremos que, o processo de organizao dos conhecimentos vividos pelo educando e a associao

    destes com o conhecimento matemtico so a possibilidade de mudana no olhar do aluno diante da

    disciplina. Entretanto, observamos que, necessitamos da garantia de mudana de postura do educador.

    Destacamos na fala de todos os educadores entrevistados a necessidade de trazer o conhecimento extra-

    sala para dentro do ambiente escolar, primando pelo exerccio de captao de informaes para melhor ser

    entendido e tornar o processo de estudo da matemtica, e consequentemente dos processos avaliativos,

    mais tranquilos.

    Hadji (1994) faz referncia ao papel do educador quando relata que dizer que o professor-avaliador

    antes de tudo um pedagogo que est sempre a se esforar para determinar e propor caminhos possveis e

    claros, que faam sentido para si e para seus alunos, na direo de favorecimento das aprendizagens

    matemticas.

  • Chegamos interpretao, uma vez ao se reportar s anlises feitas diante dos relatos dos

    educadores, que seus discursos so articulados com a perspectiva formativa de avaliao conhecimento do

    educando com o objetivo de possibilitar as informaes em consonncia com o que foi observado nos

    Parmetros Curriculares Nacionais. Destacamos que essa viso da perspectiva do letramento importante

    para a construo e solidificao dos conhecimentos matemticos e sua aplicabilidade na vida cotidiana.

    Sendo assim, um educador envolvido com a aprendizagem de seus educandos deve buscar respostas para

    os questionamentos que se apresentam em sala.

    Encerra-se este estudo considerando-o como o incio de futuras reflexes e pesquisas sobre o tema.

    Deixamos evidente que as consideraes aqui traadas so resultados de grande exerccio de anlise e

    reflexo. A tentativa de evidenciar as concepes dos educadores em relao avaliao em matemtica

    fez-nos ver a necessidade de formao adequada que necessria para a melhoria dos processos

    avaliativos.

    Pensando dessa forma, a avaliao deve ser uma porta de informaes sobre o aprendizado com

    vista a construo de uma sociedade mais tica e justa.

    Esperamos que, este estudo possa colaborar com os educadores e futuros profissionais da educao

    na elaborao de criao de avaliaes que permeiem o conhecimento do educando e possam suscitar

    discusses sobre o processo avaliativo dentro das escolas.

  • 7 REFERNCIAS

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    ZUNINO, D. L. A Matemtica na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artmed, 1995.

  • 8 ANEXO

  • Questo 1 Valor: 1,0

    Estudamos que expresses algbricas so aquelas formadas por nmeros e letras ou somente por letras. Vimos tambm que polinmio uma soma finita dessas expresses algbricas e, para somar ou subtrair dois ou mais polinmios, devemos agrupar os termos semelhantes e depois reduzi-los.

    - De acordo com nossos estudos sobre os polinmios, julgue cada um dos itens abaixo.

    1.(C)(E) A forma reduzida do polinmio 5a - 3b + 7a b 1a igual a 11a 4b.

    2.(C)(E) O lado de um quadrado dado pelo polinmio 2x + 4; logo, a sua rea igual a

    4x2 + 16x + 16.

    3.(C)(E) Os lados de um tringulo so dados pelos polinmios: (2x + 4), (3x + 3) e (2x +2). Ento, o seu permetro igual a 14x3 + 9.

    4.(C)(E) Se A = 2x2 + 6 e B = 10x + 8, ento a soma de A + B igual a 12x3 + 14.

    ORIENTAES:

    1- Preencha o cabealho e leia atentamente os enunciados de toda a avaliao antes de iniciar a resoluo das questes.

    2- Se observar qualquer irregularidade, fale com o professor.

    3- As provas s podero ser respondidas a caneta esferogrfica de tinta azul ou preta (prova a lpis no dar direito a reviso).

    4- proibido solicitar ou emprestar qualquer tipo de material durante a prova (borracha, lpis, caneta, calculadora etc.).

    5- No permitido o uso de corretivo.

    6- Questes objetivas rasuradas implicaro sua anulao.

    7- Lembre-se de que voc capaz e se preparou muito para esse momento; por isso, no deixe nenhuma questo em branco.

    8- Escreva de forma legvel e clara.

    9- Revise sua avaliao antes de entreg-la.

    10- O Aluno que for flagrado em clara atitude ilcita, comunicando-se com outro colega, ter nota zero atribuda sua prova. 11- Valor da Avaliao: 10,0 pontos

    ENSINO FUNDAMENTAL II

    EDUCANDO (A): ______________________________8 ANO - TURMA:____

    Componente Curricular: Matemtica 2 Trimestre

    Data da Aplicao: 22 / 08 /2012 Educador:

    Avaliao Trimestral

  • Questo 2 Valor: 1,0

    Tendo com referncia nossos estudos sobre polinmios e observando a figura abaixo, responda aos itens que se seguem:

    a) Escreva o polinmio que representa o permetro dessa figura?

    b)Encontre o permetro dessa figura, sabendo que x = 3

    Questo 3 Valor: 1,0

    Ao dividir a rea do retngulo por seu comprimento, obtemos sua largura. O retngulo abaixo tem a rea indicada pelo polinmio: 6x4 6x3 + 6x2 e comprimento indicado pelo monmio 6x2.

    De acordo com as informaes acima e com a figura abaixo, responda:

    rea: 6x4 6x3 + 6x2

    6x2

    a) Escreva o polinmio que indica a largura desse retngulo?

    b) Encontre a rea desse retngulo, sabendo que x = 1cm?

  • Questo 4 Valor: 1,0

    O professor de Matemtica solicitou aos alunos que simplificassem a seguinte expresso

    algbrica:

    Algumas das solues apresentadas esto representadas na tabela a seguir:

    (registre seu clculo para validar a questo)

    Clculos:

    a( ) Fernando b( ) Caroline c( ) Maurcio d( ) Thain

    Aluno (a) Soluo Apresentada

    Fernando 20x

    Caroline 0

    Maurcio x + 20x

    Thain 50x

    (x +5) - (x 5)

    Marque a opo que contm o nome

    do (a) aluno (a) que apresentou a

    soluo CORRETA:

  • Questo 5 Valor: 1,0

    Encontre o monmio que representa o volume dos seguintes slidos: (lembre-se volume o

    produto da trs dimenses).

    a)

    b)

    c) d)

  • Questo 6 Valor: 1,0

    A matemtica uma cincia aplicada qualquer ramo do conhecimento humano. As

    equaes facilitam a realizao de tarefas no nosso dia a dia. Algumas situaes seriam

    praticamente impossveis sem o auxlio das mesmas. Um dos exemplos simples que podemos

    citar um mtodo fcil, a partir do qual uma pessoa pode obter uma informao, com bom

    grau de confiabilidade, sobre sua sade: se est abaixo do peso, no peso ideal, acima do peso

    ou obeso. Esse mtodo chamado (IMC), ou seja, ndice de Massa Corporal. Para calcular o

    ndice de massa corporal, basta calcular o quociente entre a massa d(medida em kg) e a altura,

    ao quadrado (medida emIMC = ( ) 2AlturaMassa

    Aps calcular o IMC, basta verificar na tabela a

    seguir em que categoria a pessoa se encaixa.

    Categoria IMC Categoria IMC

    Abaixo do peso Abaixo de

    18,5 Obesidade Grau I 30,0 34,9

    Peso Normal 18,5 24,9 Obesidade Grau

    II 35,0 39,9

    Sobrepeso 24,9 29,9 Obesidade Grau

    III 40,0 e acima

    Um adulto de 75 kg de massa e 1,7m de altura se enquadra na categoria: (registre seu

    clculo para validar a questo).

    Clculo:

    1.(C)(E) abaixo do peso.

    2.(C)(E) peso Normal.

    3.(C)(E) obesidade de grau II.

    4.(C)(E) sobrepeso.

    Questo 7 Valor: 1,0

    O teatro nacional o maior conjunto arquitetnico realizado por Oscar Niemeyer em Braslia, destinado exclusivamente s artes. um dos pontos centrais de interesse turstico em uma cidade em que os monumentos impressionam pela sobriedade e rigor arquitetnico. (...) Os cubos e paraleleppedos retangulares nas paredes norte e sul, de dimenses diversas, desenhados por Athos Bulco passam de centenas. Esses relevos so a maior e mais monumental obra de interveno urbana de Athos Bulco.

  • Supondo que o desenho abaixo represente um desses paraleleppedos retangulares e com base em nossos estudos sobre polinmios, faa o que se pede nos itens a seguir:

    a ) Determine o polinmio, na forma reduzida, que representa o volume do paraleleppedo.

    b ) Determine o vol