Avaliação Funcional da Hipófise - Centro de Excelência ...endoville.com.br/site/images/avaliacao...
Transcript of Avaliação Funcional da Hipófise - Centro de Excelência ...endoville.com.br/site/images/avaliacao...
Avaliação Funcional da Hipófise
Dr. Luiz Antônio de Araújo Endoville, Joinville (SC)
Dr. Cesar Luiz Boguszewski SEMPR, HC-UFPR, Curitiba (PR)
CASO CLÍNICO
História Médica:
• Cefaléia frontal há 2 anos, com piora progressiva na frequência e intensidade, inclusive despertando-o do sono e não mais respondendo aos analgésicos comuns. Sem outras queixas associadas.
• Negava doenças prévias e uso de medicações concomitantes
• HMF: nada digno de nota
• Exame físico normal, sem particularidades
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
Que exames pedir neste momento para avaliar a função hipofisária ?
22x21x18 mm
CASO CLÍNICO
Exames Complementares:
• PRL = 1.936 ng/ml (VR até 25)
• T4 livre = 0,84 ng/dl (VR 0,8-1,7)
• TSH = 1,2 mU/L (VR 0,45-4,5)
• Testosterona Total = 172 ng/dL (VR 300-1000)
• FSH = 1,1 UI/L (VR 0,9-15)
• LH = 2,7 UI/L (VR 1,3-13)
• Cortisol = 13,4 µg/dL (VR 5-25)
• IGF-1 = 103 ng/mL (VR 115-307)
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
Qual a etiologia da lesão ?
CASO CLÍNICO
Macroprolactinoma Iniciou tratamento com cabergolina em doses progressivas até 3 mg/semana Houve resolução total da cefaléia e normalização progressiva dos níveis de PRL
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
CASO CLÍNICO
Exames Complementares:
• PRL = 1.936 ng/ml (VR até 25)
• T4 livre = 0,84 ng/dl (VR 0,8-1,7)
• TSH = 1,2 mU/L (VR 0,45-4,5)
• Testosterona Total = 172 ng/dL (VR 300-1000)
• FSH = 1,1 UI/L (VR 0,9-15)
• LH = 2,7 UI/L (VR 1,3-13)
• Cortisol = 13,4 µg/dL (VR 5-25)
• IGF-1 = 103 ng/mL (VR 115-307)
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
Qual a etiologia da lesão ? Macroprolactinoma
É necessário teste de GH para estabelecer diagnóstico de
deficiência de GH ?
Deficiência de DGH no adulto
Teste GH (ITT*)
> - 2 DP
Pico < 3 μg/L
Molitch et al., 2006 & 2011; Clayton et al., 2007; Ho et al., 2007; Giustina et al., 2008
Hipopituitarismo adquirido (doença orgânica bem estabelecida)
DGH de início na vida adulta ( “Adulthood
Onset” )
* alternativa: glucagon [GHRH+arginina] inválido: clonidina, L-dopa, exercício
IGF-1 ≤ - 2 DP
DGH
Severa
Pico < 3 μg/L IGF-1 ≤ - 2 DP
Alta probabilidade de DGH
(< 40 anos, > 3 deficiências
hipofisárias)
Baixa probabilidade de DGH
(> 40 anos, < 3 deficiências
hipofisárias)
Teste de GH (ITT*) & IGF-1
Deficiência de DGH na transição
Teste GH (ITT*)
> - 2 DP
Pico < 5 μg/L
Molitch et al., 2006 & 2011; Clayton et al., 2007; Ho et al., 2007; Giustina et al., 2008
Alta probabilidade de
DGH
Hipopituitarismo congênito ou adquirido
(doença orgânica bem estabelecida)
DGH de início na infância ( “Childhood
Onset” )
Fase de Transição Adolescência – Vida
Adulta
* alternativa: glucagon inválido: clonidina, L-dopa, exercício
IGF-1 ≤ - 2 DP
DGH
Severa
Pico < 5 μg/L IGF-1 ≤ - 2 DP
Teste de GH (ITT*) & IGF-1
DGH idiopática isolada (diagnóstico bioquímico
por testes de GH)
Baixa probabilidade de
DGH
Deficiência de DGH na transição
Boguszewski CL & Boguszewski MCS et al., 2007
) SGH (n=2)
SGH (n=10)
49 pacientes com CO-DGH (tratados com GH para baixa estatura)
Re-teste: 18-30 anos
DGH Isolada (n=18) DGH Combinada (n=31) Teste GH (ITT): Pico < 5 μg/L
IGF-1 Função Hipofisária
44% 93,5%
IGF-I baixo (n=7) IGF-I normal (n=1)
IGF-I normal (n=10)
IGF-I baixo (n=29)
IGF-I baixo (n=1) IGF-I normal (n=1)
Níveis de IGF-1 baixos
Sensibilidade: 97% Especificidade: 92%
para o diagnóstico de DGH
no período de transição
IGF-1 no diagnóstico de DGHA
Lissett CA et al., Clin Endocrinol
2003
IGF
-I S
DS
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
Child Onset
Adult Onset
**
** P < 0.05
0-5 5-10 10-16 16-20 20-30 30-40 40-50 50-60
60+ Idade de Início da Doença Hipofisária (Anos)
CASO CLÍNICO
Exames Complementares:
• PRL = 1.936 ng/ml (VR até 25)
• T4 livre = 0,84 ng/dl (VR 0,8-1,7)
• TSH = 1,2 mU/L (VR 0,45-4,5)
• Testosterona Total = 172 ng/dL (VR 300-1000)
• FSH = 1,1 UI/L (VR 0,9-15)
• LH = 2,7 UI/L (VR 1,3-13)
• Cortisol = 13,4 µg/dL (VR 5-25)
• IGF-1 = 103 ng/mL (VR 115-307)
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
Qual a etiologia da lesão ? Macroprolactinoma
O paciente apresenta hipogonadismo ?
É necessário teste de GH para estabelecer diagnóstico de
deficiência de GH ? Não
• Testosterona Total = 172 ng/dL (VR 300-1000)
• FSH = 1,1 UI/L (VR 0,9-15)
• LH = 2,7 UI/L (VR 1,3-13)
CASO CLÍNICO
Macroprolactinoma Iniciou tratamento com cabergolina em doses progressivas até 3 mg/semana Houve resolução total da cefaléia e normalização progressiva dos níveis de PRL Níveis séricos de Testosterona Total abaixo de 200 ng/dL
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
2012 2006
Iniciar reposição ?
CASO CLÍNICO
Exames Complementares:
• PRL = 1.936 ng/ml (VR até 25)
• T4 livre = 0,84 ng/dl (VR 0,8-1,7)
• TSH = 1,2 mU/L (VR 0,45-4,5)
• Testosterona Total = 172 ng/dL (VR 300-1000)
• FSH = 1,1 UI/L (VR 0,9-15)
• LH = 2,7 UI/L (VR 1,3-13)
• Cortisol = 13,4 µg/dL (VR 5-25)
• IGF-1 = 103 ng/mL (VR 115-307)
AM, sexo masculino, 31 anos, casado 1ª Consulta: agosto de 2006
Qual a etiologia da lesão ? Macroprolactinoma
É necessário teste de GH para estabelecer diagnóstico de
deficiência de GH ? Não
O paciente apresenta hipogonadismo ?
Sim
Caso Clínico
Paciente feminina, 38 anos foi encaminhada ao
endocrinologista para avaliação de lesão hipofisária
identificada incidentalmente durante exame de RNM de
crânio para investigação de parestesias em membros
superiores. Paciente aparentemente sem queixas
endocrinológicas, negava cefaléia ou alterações visuais.
Menstrua regularmente.
Altura: 1,60, Peso: 72Kg, IMC: 28,12, PA: 120/70, FC: 80
Tireóide: normal
Sem galactorréia a expressão
RNM: adenoma hipofisário 08 mm
Campimetria : normal
Avaliacão Hipofisária nos
Incidentalomas
Definição: lesões detectadas por exames de imagem
durante a investigação de sintomas não relacionados a
lesão hipofisária ( sintomas neurológicos, TCE, sinusopatia …);
Prevalência: 10,8% população
Sexo: M = F; Idade: todas (adultos); Tamanho: > micro
Etiologia:
90% adenomas
10% não adenomas ( cisto Rathke, craniofaringeoma…)
Adenomas – Imunohistoquímica
50% não-funcionantes
20% plurihormonal (PRL)
15% gonadodroficos
1-10% GH
Retrospective multicentric study of pituitary incidentalomas. Pituitary 7:145–148, 2004
Avaliação da função hipofisária
1. Anamnese e exame
físico;
2. Exames basais
hipofisários;
3. Testes de estímulo
confirmatórios
Avaliação da função hipofisária
1. Anamnese e exame físico
Questionar ativamente os sinais e sintomas
de hiper ou hipofunção hipofisária
Avaliação da função hipofisária
2. Exames basais hipofisários
Potencial
benefício
detecção
precoce
Custos
Exames desnecessários
Avaliação hipofisária
Avaliação da hipersecreção
Prolactina IGF-1 Cortisol T4 livre
J Clin Endocrinol Metab 96: 894–904, 2011
Avaliação hipofisária
Avaliação da hipersecreção
Prolactina IGF-1 Cortisol T4 livre
• Para todos
• Custo/efetiva
• Mais comum
alteração
Amostra basal
Repetir se elevada
Pitfalls
Tu produtor GH
silencioso – raro
1-10%
Cura cirúrgica
IGF-1 idade/s
Se alterado – GH/TTG
Avaliação hipofisária
Avaliação da hipersecreção
Prolactina IGF-1 Cortisol T4 livre
• Para todos
• Custo/efetiva
• Mais comum
alteração
Amostra basal
Repetir se elevada
Pitfalls
Tu produtor GH
silencioso – raro
1-10%
Cura cirúrgica
IGF-1 idade/sexo
Se alterado – GH/TTG
Em pctes com
suspeita clínica
Se cortisol alto
Não dosar ACTH
rotina
1 – Triagem
2 – Confirmação
3 - Localização
Em pctes com
suspeita de
hipertireoidismo
TSH
Cuidado: síndrome
de Resistência HT
Síndrome de Cushing - Diagnóstico
Sensibilidade Especificidade
Dexa 1 mg 95-98 % 70-90 %
Cortisolúria/ 24 hs 95-100 % 98 %
Dexa 2mg 56-69 % 74-100 %
Pesquisa - Localização
1. ACTH
2. Supressão DSM 8 mg F > 50%
3. Testes de estímulo
F > 20% / ACTH > 35%
F > 2,4
4. Outros
DDAVP / CRH
DDAVP PÓS DSM
CBSSPI - Cateterismo
bilateral e simultâneo dos
seios petrosos inferiores
TC / RM – tórax / abdomen
Octreoscam
Avaliação hipofisária
Avaliação da hiposecreção
Testo
LH / FSH IGF-1
Cortisol
ACTH
T4 livre
TSH
J Clin Endocrinol Metab 96: 894–904, 2011
Avaliação hipofisária
Avaliação da hipofunção hipofisária
Quando?
Macroincidentaloma (>1cm): SIM
Microincidentaloma 6-9mm: SIM
Microincidentaloma ≤ 5mm: NÃO
J Clin Endocrinol Metab 96: 894–904, 2011
Avaliação hipofisária
Avaliação da hipofunção hipofisária
Como?
Screening mínimo:
•T4 livre
•Cortisol 8h
•IGF-1*
•Testosterona
Screening completo:
• T4 livre/ TSH
• Cortisol 8h/ ACTH
• IGF-1*
• Testosterona/ LH/FSH
Avaliação hipofisária
3. Testes de estímulo
ITT (teste tolerância a
insulina)
Opções:
Glucagon
GHRH-arginina(USA)
Não usar exercício ou
clonidina em adultos
Indicado: cortisol
basal entre 3-
18mcg/dl
ITT
Teste cortrosina
DGH Ins. Adrenal
Caso Clínico
Paciente feminina, 38 anos foi encaminhada ao
endocrinologista para avaliação de lesão hipofisária
identificada incidentalmente durante exame de RNM de
crânio para investigação de parestesias em membros
superiores. Paciente aparentemente sem queixas
endocrinológicas, negava cefaléia ou alterações visuais.
Menstrua regularmente.
Altura: 1,60, Peso: 72Kg, IMC: 28,12, PA: 120/70, FC: 80
Tireóide: normal
Sem galactorréia a expressão
RNM: adenoma hipofisário 08 mm
Campimetria : normal
Exames: PRL; IGF-1; cortisol; T4L / TSH; testosterona; Lh / FSH
NORMAIS
Resumo
Incidentalomas hipofisários são comuns (10,8%);
A avaliação extensiva em todos os casos é desnecessária e não custo-
efetiva;
Resumo
Incidentalomas hipofisários são comuns (10,8%);
A avaliação extensiva em todos os casos é desnecessária e não custo-
efetiva;
Por outro lado, existem diversos relatos de microadenomas causando
síndromesde hipersecreção subclínicas e/ou causando hipopituitarismo;
Resumo
Incidentalomas hipofisários são comuns (10,8%);
A avaliação extensiva em todos os casos é desnecessária e não custo-
efetiva;
Por outro lado, existem diversos relatos de microadenomas causando
síndromes de hipersecreção subclínicas e/ou causando hipopituitarismo;
Em microadenomas < 5mm- investigar apenas hiperfunção com Prolactina e
IGF-1 e apenas solicitar T4livre e cortisolúria/DST1mg se suspeita clínica de
hipertireoidismo ou Síndrome de Cushing. Investigação de hipopituitarismo
em assintomáticos não é necessária;
Resumo
Incidentalomas hipofisários são comuns (10,8%);
A avaliação extensiva em todos os casos é desnecessária e não custo-
efetiva;
Por outro lado, existem diversos relatos de microadenomas causando
síndromes de hipersecreção subclínicas e/ou causando hipopituitarismo;
Em microadenomas < 5mm- investigar apenas hiperfunção com Prolactina e
IGF-1 e apenas solicitar T4livre e cortisolúria/DST1mg se suspeita clínica de
hipertireoidismo ou Síndrome de Cushing. Investigação de hipopituitarismo
em assintomáticos não é necessária;
Em microadenomas 6-9mm e macroadenomas: investigar hipersecreção com dosagem de prolactina e IGF-1, e apenas com T4 livre e
Costisolúria/DST1mg se suspeita clínica de Cushing. Investigar hipofunção
hipofisária em todos os pacientes (Screening reduzido ou ampliado de
acordo com as caractetísticas do paciente e do serviço);
Resumo
Incidentalomas hipofisários são comuns (10,8%);
A avaliação extensiva em todos os casos é desnecessária e não custo-
efetiva;
Por outro lado, existem diversos relatos de microadenomas causando
síndromesde hipersecreção subclínicas e/ou causando hipopituitarismo;
Em microadenomas < 5mm- investigar apenas hiperfunção com Prolactina e
IGF-1 e apenas solicitar T4livre e cortisolúria/DST1mg se suspeita clínica de
hipertireoidismo ou Síndrome de Cushing. Investigação de hipopituitarismo
em assintomáticos não é necessária;
Em microadenomas 6-9mm e macroadenomas: investigar hipersecreção com dosagemd e prolactina e IGF-1, e apenas com T4 livre e
Costisolúria/DST1mg se suspeita clínica de Cushing. Investigar hipofunção
hipofisáriaem todos os pacientes (Screening reduzido ou ampliado de
acordo com as caractetísticas do paciente e do serviço);
Lembrar que estes são exames de screening para avaliar a saúde hipofisária,
diante de teste alterado os mesmos devem ser repetidos ou aprofundados
conforme protocolo de cada doença específca.