Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela Brasil, 2003 a 2004 Gisele Araújo Wanderson...
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Avaliação doSistema de Vigilância da Febre Amarela
Brasil , 2003 a 2004
Gisele Araújo
Wanderson Oliveira, Zouraide Costa, Suely Esashika
Pedro Vasconcelos, Douglas Hatch
Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada ao SUS (EPI_SUS)
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)Ministério da Saúde (MS) - Brasil
INTRODUÇÃO
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Febre amarela (FA) • Arbovirose
• Flaviviridae – Flavivirus
• Endêmica: América do Sul e África
• Formas clínicas:• Assintomática: 40-65%• Oligossintomáticas: 20-30%• Graves: 10-20% (Vasconcelos, 2003)
• Vacina (17-D) (OMS)
• Duração de imunidade – 10 anõs
Fonte: www.cdc.gov
Ciclos epidemiológicos
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Ciclo Urbano
Ha. janthinomys
Ciclo Silvestre- Zoonose
Vetor
Macacos
Infecção acidental
Vetor
A. aegypti
Macacos
Vetor
A. aegypti
Histórico: FA no Brasil
• 1685: 1ª epidemia reportada no Brasil (Recife)
• 1980 a 2004: Casos confirmados (n=662)
- Taxa de letalidade: 51%
• 1951: Notificação compulsória (OMS)
• 1937: Introduzida a vacina 17 D
• Vacina 17 DD
• 1929: Última epidemia urbana
• 1942: Erradicação do Ciclo Urbano
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
FA no Brasil (1980 a 2004):
• Perfil dos casos:• Sexo masculino • Idade: 14-35 anos• Atividades agrícolas• A partir 2000: Turismo ecológico
(GT-FA/SVS/MS, vasconcelos, 2003)
• Delimitação em áreas epidemiologicamente distintas• Endêmica ou enzoótica• Transição ou epizoótica• Indene
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Número de Casos e Taxa de Letalidade por FABrasil, 1980 - 2004
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1980 1990 2000
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
N° de Casos Taxa de letalidade
n=662
N° de Casos Taxa de Letalidade
Legenda
Diagnóstico Laboratorial
• Isolamento viral
• Cultura de células (VERO, C6/36)
• Camundongos recém-nascidos
• Detecção do genoma viral (RT-PCR)
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Amostra:Sangue, soro, tecido
Até 5º dia de início dos sintomas
- 70 ºC
Cultura de Células VERO
Fotos: SEARB
Camundongos recém-nascidos
Esquema para Coleta
Diagnóstico Laboratorial
• Sorologia: Após o 5º dia de início dos sintomas: - 20 ºC
• MAC ELISA• Inibição da Hemaglutinação• Fixação do Complemento • Teste de Neutralização
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Foto: SEARB
Reação de Imunohistoquímica • Histopatologia:
• Tecidos formolizados (10%)
•Temperatura ambiente
• Imunohistoquímica
• Descrever o Sistema de Vigilância da FA no Brasil,
2003 e 2004
• Avaliar atributos quantitativos e qualitativos do sistema
• Fortalecer o sistema de vigilância da FA
• Propor medidas para melhorar a prevenção e controle da FA
Objetivos da Avaliação Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Métodos
• Período avaliado: 2003 e 2004
• Bibliografia:
• Secretaria de Vigilância em Saúde/MS, Brasil. Manual de
Vigilância Epidemiológica de Febre Amarela, 2004
• Centers for Disease and Control Prevention. Guidelines for
Evaluating PH Surveillance Systems:
- MMWR 37 (S-5): 1-18. 1988
- MMWR 2001 (50) (RR-13): 1-35
• Stephen, C.S. Capture-Recapture Methods in Epidemiological
Studies. Statistics Hospital Epidemiology; 17:262-
266,1996.
Métodos Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Fontes de dados
• Sistema de informação de agravos de notificação (SINAN)
Banco de dados de FA (n=805)
• Banco de dados da Gerência Técnica da FA (GT-FA/MS)
(n=69)
• Banco de Dados do Laboratório de Referência Nacional para Arbovirose (SEARB/IEC/MS) (n=219)
Métodos Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Qualitativos
• Simplicidade
• Flexibilidade
• Aceitabilidade
Quantitativos
• Sensibilidade
• Valor Preditivo Positivo (VPP)
• Representatividade
• Oportunidade
• Utilidade
Atributos avaliados
Métodos Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Cálculo da Sensibilidade
• Método de captura e recaptura- Modelo de Chapman
• Uma estimativa de completitude de cobertura no
nível local
• Banco do SEARB (fonte 1) vs. SINAN (fonte 2)
Métodos Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
VPP
• Calculado utilizando o banco do SINAN
• Considerou padrão ouro o banco da GT-FA
• Fórmula para calcular VPP
• VPP= A/(A+B)
Métodos Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Resultados
Simplicidade (-)
• SINAN possui ficha com 75 variáveis
• Confirmação laboratorial requerida
• Coleta de dados de diferentes fontes
• Prontuários médicos, familiares, laboratório e
vigilância ambiental
• Sistema paralelo de informação- Banco GT-FA
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Fluxo de informação
Suspeito* de FA
Nível Municipal
Entrada de dados (75 variáveis)
Nível Estadual
Nível Federal (GT-FA)
Casos Confirmados
Laboratório: - LACEN (Estados) - Referência (SEARB)
OPAS (PAHO)
* Indivíduo com quadro febril agudo com icterícia, residente ou procedente de área de risco para FA
Notificação imediata (fax ou telefone)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Investigação
Resultados
Laboratorias
Amostras
“Banco Paralelo”
Flexibilidade (+)
• Mudança de faixa etária para vacinação
• Implantação do Sistema de Vigilância de Epizootia em primatas não humanos (SVE-PNH)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Mapas das Áreas de Risco para FABrasil, 2001 -- 2003
20012003
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Flexibilidade (+) (con´t)
Aceitabilidade (-)
• Casos suspeitos não notificados imediatamente: 78%
• Notificações não atendiam a definição de caso: 64%
• Casos classificados FAS (sem confirmação lab.): 22%
• Dados incompletos (SINAN):
• Estado vacinal: 65%
• Data de início dos sintomas: 24%
• Data da coleta incompatível com solicitação de exames (Banco de SEAB): 50%
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Sensibilidade (-)
• Sistema não possui um padrão-ouro para validação
da sensibilidade
• Completitude da Fonte 1 (SEARB) = 0,3
• Estimativa da sensibilidade de 30%
• Completitude da Fonte 2 (SINAN) = 0,2
• Estimativa da sensibilidade de 20%
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
VPP (-)_
Confirmados Descartados Total
GT-FA
Casos notificados (46) A (610) B (A+B)
SINAN
• VVP SINAN= 7%
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Representatividade (+)
• O sistema implantado em todos as Unidades federadas (UFs)
• Somente 22% das UFs não notificaram casos
• 45 municípios notificaram epizootias (8 UFs)
• Representatividade
• Idade (mediana de 30 anos)
• Sexo masculino (73%)
• Ocupação (turismo ecológico sem imunização)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Oportunidade (±)
• 59% das notificações com 4 dias de início dos sintomas (+)
• 56% das investigações realizadas com até 7 dias de início dos sintomas (+)
• 51% das amostras não coletadas com até 7 dia de início dos sintomas (-)
• Repasse das informações do SINAN para o nível central > 15 dias (-)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Utilidade (+)
• Detecta mudanças no perfil da doença
• Detecta surtos/epidemias
• Detecta fatores de risco
• Possui rede estabelecida de fluxo de informação e fluxo de material
• Integração das instituições envolvidas na vigilância
• Normas estabelecidas de investigação de casos/surtos
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Conclusão
• Sistema de vigilância da FA
• Sistema passivo
• Flexível, útil, representativo
• Necessita melhorar
• Simplicidade, aceitabilidade, sensibilidade
• O VPP é baixo, mas justificado
• ↓ incidência da doença
• ↑ casos assintomáticos
• ↑ letalidade
• Magnitude da doença
Conclusão Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
• O SVE-PNH e a redefinição das áreas de risco importantes para prevenção de casos humanos
• Confirmação na mudança de perfil dos casos confirmados
• Ocupação de novos espaços e turismo ecológico
• Revisar as estratégias de vigilância
• Falta de informações e solicitações errôneas de exames
Conclusão Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
• O sistema não possui um padrão-ouro para validação
da análise de vigilância
• Estimativa da sensibilidade das fontes utilizadas
• Alguns aspectos não puderam ser contemplados
nessa avaliação
• Construção de boletins epidemiológicos,
mecanismos de validação de inconsistência das
informações registradas, quantia gasta com
envio de material e diagnóstico laboratorial
Limitações Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
• Avaliação do sistema de saúde do nível central só
identifica problemas gerais
• Banco de dados com informações de 27 Estados
com muitas diversidades (ex. biodiversidade
climática, entomológica, de tradições e hábitos)
• Dificuldade de preconizar recomendações
individuais para algumas UFs
• Doença assintomática
Limitações Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Fortalecer a vigilância
• Estabelecer um padrão-ouro para validação do sistema
atual
• Promover capacitações para os profissionais envolvidos
na vigilância da FA
• Aumentar a simplicidade do sistema, diminuindo o
número de variáveis da ficha de investigação
• Promover maiores estudos sobre a espacialização
geográfica dos locais de circulação do vírus da FA
Recomendações Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
• Disponibilizar informações epidemiológicas a todos
envolvidos na vigilância da FA
• Reafirmar a necessidade da realização de diagnóstico
laboratorial de qualquer caso suspeito de FA quer
seja de humanos ou primatas não humanos
Recomendações Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Vigilância laboratorial
• Estreitar as relações entre laboratórios de vários níveis
• Promover treinamentos para profissionais dos
laboratórios
Educação em saúde
• Disponibilizar informações da necessidade da
vacinação em pessoas que se deslocarem para matas
e áreas de risco para FA
• Informar a população da necessidade de notificar
primatas não humanos doentes/mortos
Recomendações Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Autores
Gisele Araújo1, Wanderson Oliveira1, Zouraide Costa2, Suely Esashika3, Sueli Guerreiro4, Pedro Vasconcelos4,
Roseli Cerqueira2, Vera Silva2, Douglas Hatch5
1 Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EPI-SUS),
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Ministério da Saúde (MS);
2 Gerência Técnica da Febre amarela, Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS),
Ministério da Saúde (MS)
3 Coordenação Geral de Laboratório, Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS),
Ministério da Saúde (MS)
4 Seção de Arbovírus de febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas/IEC/SVS/MS
5 Centers for Disease Control and Prevention (CDC-Atlanta)
Muchas Gracias
www.saude.gov.br/svs
Ustedes están invitados a visitar el sitio de Internet de la fiebre amarilla en Brasil
Resultados
Fonte 1 (Banco do SEARB) Fonte 2 (SINAN) Casos Notificados Casos não notificados Total de casos
Casos Notificados (C) (N2) (S)
Casos não Notificados (N1) (X)
Total de casos (R) N
N=[(R+1) (S+1)/(C+1) ] -1
Variância (N)= (R+1) (S+1) N1 N2/ [(C+1)2 (C+2)]
IC 95% (N)=N±1,96 √ Var (N)
Resultados
Fonte 1 (Banco do SEARB) Fonte 2 (SINAN) Casos Notificados Casos não notificados Total de casos
Casos Notificados 28 (C) 55 (N2) 83 (S)
Casos não Notificados 91 (N1) 173 (X) 264
Total de casos 119 (R) 228 347
N=[(119+1) (83+1)/(28+1) ] -1 N=347
Variância (N)= (119+1) (83+1) 91 x 55/ [(28+1)2 (28+2)] Variância=2000
IC 95% (347)=N±1,96 √ 2000 (347) IC 95% (259 – 435)
Completitude da Fonte 1=119/347= 0,3.
Completitude da Fonte 2=83/347= 0,2.
Introdução
• FA: Endêmica na América e África
Introdução
Número de Casos e Óbitos de FA por Estado, Brasil, 1980 - 2004
Estados
AC AP AM GO MA MT MS PA RO RR MG BA SP DF TO0
20
40
60
80
100
120
140Nº de casos e óbitos
Casos 2 2 49 105 98 37 32 112 10 30 126 10 2 2 22
Óbitos 1 2 35 65 17 26 25 62 10 20 50 3 2 2 9
Zoonose
Ciclos epidemiológicos
(Infecção acidental)
Sil
vest
re
Homem
Homem
Aedesaegypti
Aedesaegypti
Urb
ano
Macacos
Ha. janthinomysSa.chloropterus
Macacos
Ha. janthinomysSa.chloropterus
Introdução Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Fluxo de informação
Suspeito* de FA
Nível Municipal
Entrada de dados (75 variáveis)
Nível Estadual
Nível Federal (GT-FA)
Casos Confirmados
Laboratório:• Estadual
• Referencia
OPAS
* Indivíduo com quadro febril agudo com icterícia, residente ou procedente de área de risco para FA
Notificação imediata (fax ou telefone)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Investigação
Resultados
Laboratorias
Amostras
“Banco Paralelo”
PNI, Vig. Sanitária
Mapas das Áreas de Risco para FABrasil, 1997 -- 2001
1997
2001 EndêmicaTransição
Indene
Áreas de risco:
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Fonte: Secretaria de vigilância em Saúde/SVS/MS
Flexibilidade (+) (con´t)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
• 2003: Áreas de Risco Potencial para FA redefinidas
Resultado
Espécime Clínico
Material de Investigação de Surto
Material de Rotina
Laboratório Estadual
Laboratório Estadual
Laboratório de Referência Nacional
Laboratório de Referência Nacional
Laboratório de Referência Regional
Fluxo de Encaminhamento de Espécime Clínico
MAC ELISA e cultura de células
MAC ELISA, cultura de células e RT-PCR
Todas as técnicas
Resultado
Espécime Clínico
Laboratório Estadual
Laboratório de Referência Nacional
SEARB
Laboratório de Referência Regional
SEARB* e
Fluxo de Encaminhamento de Espécime Clínico
Retestar todos os casos positivos
Diagnóstico em primatas não humanos
Fluxo de informação
Suspeito* de FA
Nível Municipal
Entrada de dados (75 variáveis)
Nível Estadual
Nível Federal (GT-FA)
“Banco Paralelo”
Notificação
Imunização, Laboratórios
Vigilância Sanitária, OPAS**
Análise dos dados**Casos Confirmados
* Indivíduo com quadro febril agudo com icterícia, residente ou procedente de área de risco para FA
Notificação Imediata (fax ou telefone)
Resultado Avaliação do Sistema de Vigilância da Febre Amarela no Brasil, 2003 a 2004
Investigação