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Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 03 - janeiro/junho de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 1 Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255 AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM: UM DESAFIO PARA ESCOLAS E PROFESSORES PINTO, Luisa Drago¹ RESUMO O presente artigo apresenta como a avaliação vem sendo usada nas escolas e como deveria ser desenvolvida, tendo como objetivo levar à análise e refle- xão da prática docente, buscando maneiras corretas de avaliar. Este trabalho foi desenvolvido a partir de estudos e observação da prática docente, funda- mentado em pesquisa bibliográfica. Ao longo do texto são apresentadas me- didas a serem adotadas, evidenciando a avaliação como processo contínuo e apresentando suas funções. Aborda ainda, como acontece a avaliação do educando nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Marilândia. PALAVRAS - CHAVE: avaliação, professor, aluno. 1 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Castelo Branco

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM: UM DESAFIO PARA ESCOLAS

E PROFESSORES

PINTO, Luisa Drago¹

RESUMO

O presente artigo apresenta como a avaliação vem sendo usada nas escolas e como deveria ser desenvolvida, tendo como objetivo levar à análise e refle-xão da prática docente, buscando maneiras corretas de avaliar. Este trabalho foi desenvolvido a partir de estudos e observação da prática docente, funda-mentado em pesquisa bibliográfica. Ao longo do texto são apresentadas me-didas a serem adotadas, evidenciando a avaliação como processo contínuo e apresentando suas funções. Aborda ainda, como acontece a avaliação do educando nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Marilândia.

PALAVRAS - CHAVE: avaliação, professor, aluno.

1 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Castelo Branco

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INTRODUÇÃO

Muito se tem ouvido falar sobre o real sentido da avaliação. Mas, muito ainda precisa ser debatido e esclarecido, já que a avaliação ainda é enten-dida pelos alunos e pela maioria dos professores como simples provas ou trabalhos, que objetivam identificar a aprendizagem mecânica transmitida em sala de aula. Porém, sabe-se que não é essa a função desse importante instrumento pedagógico, mas quase nada é feito para mudar esse paradig-ma que há tanto tempo está instaurado em nossas escolas.A avaliação ainda, é entendida pela maioria dos alunos e por alguns pro-fessores, como provas, testes e trabalhos, porém, não é somente essa sua função. Mesmo sendo um processo indispensável que precisa ser transformado em notas ou conceitos, acaba tornando-se motivo de tor-tura para os alunos. Avaliar é uma tarefa necessária e contínua no trabalho do professor. Atra-vés dela, os resultados obtidos são comparados com os objetivos propos-tos, tendo a finalidade de constatar progressos e dificuldades dos alunos, além de orientar o trabalho docente para os ajustes necessários, permitindo aos professores adotar novas formas de intervenção.É preciso adotar diversas maneiras avaliativas, e em cada uma identificar as potencialidades do aluno, apresentando propostas de atividades adequa-das aos seus conhecimentos prévios, permitindo, assim, avanços em seus níveis de entendimento.Ao estudar a disciplina Avaliação Escolar, percebe-se o quanto é preciso aprender sobre este assunto. Dessa forma, faz-se necessário aprofundar os conhecimentos através de observação da prática docente, procurando fun-damentação teórica para o que é mais relevante.Avaliar é um processo que precisa ser revisto por algumas escolas e pro-

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fessores, uma vez que assume grande importância no contexto educacional e não acontece de forma eficiente, atingindo seus objetivos e garantindo e eficácia do processo ensino/aprendizagem.É preciso compreender o verdadeiro sentido da avaliação e suas funções, para que não se torne um processo excludente, que visa somente o quantitativo, dei-xando de lado as potencialidades do aluno, uma vez que a mesma se faz pre-sente no cotidiano escolar e apresenta grande poder no processo educacional.Pretende-se com o presente artigo analisar a importância da avaliação, evi-denciando como ela acontece e como deveria, de fato, acontecer; iden-tificar suas finalidades e funções; mostrar formas simples e verdadeiras de avaliar; e também apresentar como uma escola pode se organizar para garantir a eficácia da avaliação no processo ensino/aprendizagem, tendo consciência ao buscar alternativas para mudar.Em contato com a realidade escolar, através de conversas com a diretora, coordenadoras pedagógicas e algumas professoras de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Marilândia, e tendo em mãos o Regimento da Rede Municipal, realizou-se um paralelo entre teoria e prática, tendo como base um respaldo legal.

PROCESSO AVALIATIVO: COMO É E COMO DEVE SER

A escola, enquanto instituição, apresenta-se desatualizada, porque ignora o verdadeiro sentido do que é ensinar e aprender, levando à falta de interesse os alunos, que são avaliados através de instrumentos com grande peso, para permitir o avanço ou não para a etapa seguinte.Cada escola deve, de forma coletiva, conscientizar seus professores para buscar alternativas e mudar a forma de selecionar os conteúdos, as meto-

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dologias, com um trabalho diversificado, com objetivos e, em conjunto resolver problemas. Segundo Hoffmann:

[...] a avaliação não tem sido suficientemente discutida para ocor-rerem tais mudanças, tem se mantido de forma inalterada, como se não estivesse inserida no processo de ensino-aprendizagem, como se fosse uma atividade que iria apoiar o aluno e que fosse para o pro-fessor um subsídio para melhorar o desempenho ou diagnosticar o que foi aprendido pelo aluno e o que ele ainda precisa rever, porém, não é bem assim que se deve trabalhar a avaliação dentro da escola. O grau, nota, conceito, são conferidos ao aluno sem interpretação ou questionamento quanto ao seu significado e poder. Essas ‘sentenças’ periódicas, terminais, obstaculizam na escola a compreensão do erro construtivo e de sua dimensão na busca de verdades. Impedem que professores e alunos estabeleçam uma relação de interação a partir da reflexão conjunta, do questionamento, sobre as hipóteses formu-ladas pelo educando em sua descoberta do mundo. Resulta daí, da mesma forma, uma relação de antagonismo (professor e aluno) que leva a sofridos episódios de avaliação (HOFFMANN, 1992, p. 19).

Sabe-se que a avaliação não deve ser considerada um jogo, onde apenas um dos lados conhece as regras. Não pode ser considerada uma etapa final e aca-bada, apesar de muitos professores assim a considerarem. Hoffman diz que:

Os estudos em avaliação deixam para trás o caminho das verdades absolutas, dos critérios objetivos, das medidas padronizadas e das estatísticas, para alertar o sentido essencial dos atos avaliativos de interpretação de valor sobre o objeto da avaliação, de um agir cons-ciente e reflexivo frente às situações avaliadas e de exercício do diálogo entre os envolvidos (HOFFMANN, 1992, p. 115).

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Muitos professores ainda utilizam a avaliação como um fim exclusivamen-te e, assim, aprovam ou reprovam, premiam ou punem, julgando dentro de uma escala de notas ou conceitos. Sentem-se os poderosos, e o aluno perde assim sua identidade e começa a tornarem um conceito; aquele que é nota dez e aquele que não sai do três, que não sabe nada.Muitas vezes, ao iniciar o ano letivo, o professor já rotula seu aluno e diz qual vai passar e qual vai ficar retido como se fosse uma profecia. Entra na sala de aula com ideias fixas, não para promover o conhecimento adquirido pelo alu-no, mas com a ideia de quem vai ou não tirar nota. Tanto que Murta diz:

Uma avaliação comprometida com a formação da pessoa humana interpreta os resultados de cada aluno, ou grupos de alunos, em fun-ção de objetivos considerados fundamentais para o seu desenvolvi-mento e utiliza esses resultados para investir nas suas necessidades de construção/reconstrução do conhecimento, e não para classificá--los num conjunto ou aplicar-lhes uma sentença (aprovado, reprova-do) ou rotulá-los (bom, fraco) (MURTA, 200, p. 16).

Segundo Rodrigues:

Do aluno é requerido, no processo de avaliação, a posse quantitativa de determinados conceitos, técnicas e capacidades. Essas exigên-cias são medidas e pesadas, atribuindo-lhes conceitos que refletem a expectativa do programa de ensino desenvolvido. Vê-se, pois, que tal processo parte do pressuposto de que avaliar significa medir, como uma balança, o peso relativo de cada um dos lados do proces-so. Do lado do programa de ensino, estabelece-se uma quantidade de conhecimentos que ele deve dominar para se colocar na condição de aprendiz competente (RODRIGUES, 1991, p. 90).

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O aprender tem sido visto como decorar conteúdos transcritos no caderno para serem devolvidos de forma fiel ao professor na hora das avaliações. Essa visão tradicional, ainda hoje, predomina em muitas escolas. Outra questão que se observa nessa perspectiva tradicional é o fato de o professor elaborar atividades com enunciados que o aluno precisa adivinhar o que o professor quer que ele responda, e não aceita quando o aluno expõe suas próprias ideias e pensamentos.As avaliações são meios que ajudam a diagnosticar os conhecimentos ad-quiridos no processo de ensino- aprendizagem, apresentando resultados para serem analisados não somente pelo professor, mas também pelos alu-nos e sua família. Mas, infelizmente como já foi colocado, não é assim que a avaliação vem sendo concebida. As provas com as respectivas notas obtidas continuam sendo usadas para aterrorizar os alunos e submetê-los ao autoritarismo do professor. O “professor faz prova para os alunos ganharem notas baixas, se sentirem humilhados e castigados” (CAGLIARI, 1999, p.67).As provas muitas vezes significam terror, sendo que “[...] A cada dia o professor vai anunciando uma pequena ameaça. Por exemplo, em um dia diz: A prova deste mês está uma maravilha! Passados alguns dias expres-sa: Estou construindo questões bem difíceis para a prova de vocês [...]” (LUCKESI, 1999, p.19), causando pânico nos alunos, utilizando a prova como algo negativo. Levando o aluno a “[...] se dedicar aos estudos não porque os conteúdos sejam importantes, significativos e prazerosos de se-rem aprendidos, mas sim porque estão ameaçados por uma prova. O medo os levará a estudar” (LUCKESI, 1999, p.19). Segundo CAGLIARI (1999, p.67- 68) alguns professores elaboram provas já sabendo quais os resultados que irão obter: duas questões são escolhidas a dedo para que ninguém acerte; três questões são mal formuladas para enganar de certo modo e confundir o aluno menos esperto; três questões

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são tão longas que exigem dos alunos um tempo que eles não vão ter para responder direito e de maneira completa; por fim, duas questões de res-posta fácil, mas com pequenas armadilhas na escolha das palavras. Esses professores “[...] Acreditam que, dessa forma, estão ensinando seus alunos a estudarem direito, a não se deixarem enganar pelas aparências....”Hoffmann acrescenta que:

Não é este o caminho de uma avaliação consciente. Não é a clas-sificação, não é o mascaramento dos problemas sociais e culturais dos estudantes. É preciso, isto sim, legitimar a responsabilidade ati-va do professor, quanto a um processo avaliativo mediador. Quero dizer que o professor deve assumir a responsabilidade de refletir sobre toda a produção de conhecimento do aluno, promovendo o ‘movimento’, favorecendo a iniciativa e a curiosidade no perguntar e no responder e construindo novos saberes junto com os alunos ( HOFFMANN, 1992, p. 75-76).

Pois “Um professor que acompanha de perto o trabalho de seus alunos na sala de aula acaba percebendo o que eles sabem e o que ainda não sabem, aluno por aluno. Este acompanhamento é a melhor forma de avaliação, e a mais honesta. A convivência mostra ao professor quem são de fato seus alunos. Essas informações são cruciais para o professor planejar adequa-damente suas aulas e dirigir os trabalhos do aluno para que ele progrida” (CAGLIARI, 1999, p.68).

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Para Hoffmann:

É o professor que cria, em sala de aula, o cenário educativo, promo-vendo condições mais ou menos favoráveis, recursos mais ou menos amplos, tempos mais ou menos limitadores de aprendizagem. A oti-mização do espaço de aprendizagem é, portanto, de natureza avalia-tiva, pois é compromisso do professor organizar atividades graduais adequadas ao interesse e às possibilidades do grupo, bem como pres-tar ajuda a cada um dos alunos, ajustando suas intervenções aos pro-gressos e obstáculos individuais ( HOFFMANN, 2011, p.91).

Precisa-se entender que avaliar é um processo que está inserido dentro do processo de ensino-aprendizagem, mostrando a situação deste mesmo pro-cesso, para ser reavaliado, reestruturado, e, ao constatar falhas, esclarecer que o professor e a escola têm condições de buscar soluções. Como diz Freire (1997), “a avaliação não é o ato pelo qual A avalia B, mas o processo pelo qual A e B avaliam juntos uma prática, seu desenvolvimento, os obstá-culos encontrados ou os erros e equívocos porventura cometidos”. Cagliari acrescenta ainda que:

Uma avaliação que acompanha o [...] aluno, além de ajudá-lo, servi-rá para o professor organizar melhor suas aulas futuras e adaptar seu programa de trabalho à realidade do dia-a-dia, durante o ano escolar (CAGLIARI,1999, p.70).Com isso, o professor ensina ao aluno que a avaliação é um ato contínuo, paralelo a tudo que se faz, e o treina a se auto avaliar e a refletir criticamente sobre o próprio trabalho. Alguns alunos nem sequer chegam a desconfiar de que podem errar por falta de um tra-balho de avaliação acompanhada pelo professor, quando realizam suas tarefas. A escola deve formar pessoas competentes não só para

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dizer e fazer, como também para julgar o que os outros e o que elas próprias fazem (CAGLIARI,1999, p.70-71).

É o momento de abandonar a avaliação como um elemento disciplinador e classificatório, uma vez que “O instrumento de avaliação não é ,em si mesmo classificatório e/ou seletivo, mas, sim, o uso que o professor faz das respostas expressas pelo aprendiz (HOFFMANN, 2011, p.104). É preciso transformá-lo em instrumento para a criação de algo novo dentro da esco-la, utilizando este antigo acessório pedagógico como forma de aprofundar conhecimentos e despertar interesse no aluno.A intervenção do professor no processo de aquisição do conhecimento visa introduzir medidas que de fato garantam a aprendizagem do aluno. Para tanto é preciso conhecer o aluno, já que o mesmo possui seu próprio rit-mo de desenvolvimento. Sendo de grande importância o reconhecimento das necessidades individuais, atentando-se para cada aluno conforme sua especificidade, e não apenas classificar seus resultados. Logo, toda escola no processo de avaliação deve considerar o aluno como um indivíduo inse-rido na sociedade e em uma realidade. A avaliação é que permite o profes-sor perceber se seus objetivos foram ou não alcançados, visando sempre a aprendizagem do aluno.Hoffmann salienta que:

Para acompanhar cada aluno, em sua expressão única e singular do conhecimento, é iniludível a necessidade da oportunização de muitas tarefas, menores, gradativas e analisadas imediatamente pelo professor. Questionários, exercícios, textos, e outras tarefas escri-tas são instrumentos indispensáveis [...]. É impossível ao educador compreender e otimizar percursos individuais de aprendizagem sem ter tempo e instrumentos adequados para uma leitura atenta e curio-sa sobre os sentidos que vão sendo construídos por cada aluno. Essa

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leitura poderá se dar através das diferentes formas de expressão das crianças[...] e através de anotações dos professores, mas não deverá se dar apenas pela observação em relação a alunos alfabetizados. A troca de significados entre educadores e educandos se dá, fortemen-te, através da linguagem verbal e escrita [...] (HOFFMANN, 2011, p.105)

Cagliari acrescenta:

A avaliação é sempre uma atividade voltada para cada indivíduo de maneira específica, porque cada um é diferente dos demais, cada um tem uma história de vida diferente e apresenta uma realidade escolar peculiar. O progresso de um aluno não precisa ser igual ao de outro. O importante é que todos cresçam, trabalhando e fazendo o que tem de ser feito (CAGLIARI, 1999, p.68).

O professor precisa mergulhar na realidade de cada aluno, “é necessário que o professor conheça as características do grupo como um todo, o de-senvolvimento cognitivo, psicológico e social e, a partir daí, organizar condições adequadas para a aprendizagem, redirecionando o planejamento dentro de seus aspectos de flexibilidade, e suas estratégias de ensino, pois aprender é construir significados e ensinar é oportunizar esta construção” (MORETTO, 2002, p.58) . Mas, não é somente o professor que com outra visão vai mudar a escola, a própria escola precisa mudar sua postura ava-liativa diante do processo de avaliação.O professor, além de direcionar a aprendizagem, prepara o educando para a sociedade. Portanto, o processo avaliativo deve ser voltado para o diálogo, dando ao aluno a oportunidade de construir suas verdades, sua visão crítica de mundo, contribuindo para seu enriquecimento pessoal e social e propor-

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cionando- lhe momentos de expor pensamento e opiniões.Para Hoffmann “ O conjunto de dados que o professor constitui sobre o aluno são recortes de uma história da qual ele participa e sobre a qual tem o compromisso de atribuir significado. É essencial que tais registros sejam relevantes sobre o que observou e pensou para que possam subsidiar a con-tinuidade de sua ação educativa [...]” (HOFFMANN, 2011, p.115).Por isso é tão importante o professor acompanhar dia a dia o desenvol-vimento de seu aluno, a fim de conhecê-lo melhor, para melhor acompa-nhar seu processo de ensino- aprendizagem. Professores que acompanham diariamente cada um de seus alunos são capazes de perceber o progresso de cada um deles. Neste sentido é que se nota o significado da avaliação, podendo afirmar que ela deve acontecer a todo o momento.Levando em consideração uma avaliação com o intuito de promover a construção do conhecimento, faz-se necessário proporcionar ao aluno con-dições de sanar suas dúvidas, para que ele próprio tenha consciência do que sabe e do que ainda realmente precisa aprender.

FUNÇÕES AVALIATIVAS NO COTIDIANO ESCOLAR

“A finalidade da avaliação, ao desencadear estudos, não é assim, a de sim-plesmente observar se os alunos apresentam ou não condições de “dar con-ta” das propostas delineadas, ou perceber, de início, os que apresentam mais ou menos dificuldades em determinada área. Mas a de conhecê-los cada vez melhor, tateando em busca de questões que verdadeiramente os provoquem a agir, a escuta de suas próprias questões, propondo em con-junto situações que lhes sejam verdadeiramente problemáticas a ponto de lhes despertar a atividade. Em alguns momentos, as provocações irão partir

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do professor, em outros, dos próprios alunos ou de alguma circunstância vivida pelo grupo (HOFFMANN 2011, p.84).”Haydt acrescenta ainda que:

[...] a avaliação apresenta três funções: diagnosticar, controlar e clas-sificar. Relacionadas a essas três funções, existem três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa (HAYDT, 2008, p.16).A avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de um curso, pe-ríodo letivo ou unidade de ensino, com a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não o domínio dos pré- requisitos necessários, isto é, se possuem os conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas aprendizagens. É também utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identificar suas possíveis causas, numa tentativa de saná-los (HAYDT, 2008, p.16-17).

A avaliação somativa, com função classificatória, realiza-se ao final de um curso, período letivo ou unidade de ensino, e consiste em clas-sificar os alunos de acordo com níveis de aproveitamento previamen-te estabelecidos, geralmente tendo em vista sua promoção de uma série para outra, ou de um grau para outro (HAYDT, 2008, p.18).

A avaliação formativa, com função de controle, é realizada durante todo o decorrer do período letivo. [...] visa, fundamentalmente, determinar se o aluno domina gradativa e hierarquicamente cada etapa subsequente de ensino-aprendizagem. Os objetivos em questão, de uma ou de outra forma, devem ter seu alcance assegurado. É principalmente através da avaliação formativa que o aluno conhece seus erros e acertos, e encontra estímulo para um estudo sistemático (HAYDT, 2008, p.17).

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Segundo Mediano “ A avaliação formativa pode ser utilizada como um recurso de ensino e como fonte de motivação, tendo efeito altamente positivo e evi-tando as tensões que usualmente a avaliação causa”(MEDIANO,1976, p. 35).A avaliação formativa também ajuda o professor a identificar as carências na sua forma de ensinar, comprovando se os objetivos foram alcançados, dando-lhe a possibilidade de reformular seu trabalho e suas metodologias, objetivando melhorá-los a cada dia. Por isso TURRA et. al. afirmam: “Essa modalidade de avaliação é uma parte integrante do processo ensino-apren-dizagem e, quando bem realizada, assegura que a maioria dos alunos alcan-ce o objetivo desejado” (TURRA et. al, 1975, p. 184).Ainda encontramos escolas que utilizam a avaliação somativa tendo por base apenas provas ou trabalhos escritos, e obtendo as informações dese-jadas param por aí, elas apenas verificam os resultados e agem como se estivessem avaliando o aluno como um todo, esquecendo que a verdadei-ra avaliação é um processo contínuo em constante movimento, que deve acontecer a todo e qualquer momento.Ao identificar em qual etapa do processo de construção do conhecimento encontra-se a criança, a avaliação diagnóstica dará suporte às intervenções pedagógicas necessárias possibilitando o avanço de tal conhecimento, es-colhendo a metodologia mais adequada para que o conhecimento de fato aconteça com eficácia. Deve-se ainda considerar a diversidade da sala, suas diferenças individuais, onde uns têm mais facilidade em aprender que outros. Porém, o resultado dessa avaliação torna-se inútil se não for utili-zado de maneira correta. Essas modalidades frequentemente estão presentes na sala de aula em situ-ações corriqueiras e cotidianas, logo faz-se necessário trabalhar com essas três modalidades avaliativas de forma integrada, obedecendo suas finalida-des garantindo eficácia, eficiência e significado no processo ensino-apren-dizagem, pois “ a avaliação não é um fim, mas um meio: para o aluno, é um

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meio de corrigir os erros e fixar as respostas certas; para o professor é um meio de aperfeiçoar seus procedimentos de ensino” (HAYDT, 2008, p.28).

AVALIAÇÃO DO EDUCANDO NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MARILÂNDIA

O Regimento Comum das Escolas da Rede Municipal de Ensino de Ma-rilândia, na Seção III, no que se refere a Avaliação do Aproveitamento Escolar do Educando, estabelece :Art.109 – A avaliação do processo de ensino e de aprendizagem, respon-sabilidade da Unidade de Ensino e do professor, será de forma contínua e cumulativa do desempenho do educando, inter-relacionada com o cur-rículo, focalizando os diversos aspectos do desenvolvimento do educan-do, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período letivo sobre os de eventuais provas finais.Art.110 – A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando mé-todos e instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finali-dades educativas expressas na Proposta Pedagógica da Unidade de Ensino.Art.111 – Na verificação do aproveitamento escolar, além dos dispositivos legais, deverão ser observadas:I. A efetivação de, no mínimo, três modalidades avaliativas por trimestre, utilizando-se de instrumentos, estratégias e recursos variados que possibi-litem uma avaliação contínua e cumulativa do educando;II. II. A importância do domínio pelo educando de determinadas habilida-des e conhecimentos, que se constituem em condições indispensáveis para as aprendizagens subsequentes.

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Art.112 – A elaboração, aplicação e julgamento das provas, trabalhos e demais atividades de avaliação serão da competência do professor, respei-tadas as normas estabelecidas coletivamente pela comunidade escolar e explicitadas na Proposta Pedagógica e neste Regimento.Art.113 – A Unidade de Ensino garantirá avaliação aos educandos ampa-rados por legislação específica (enfermos, gestantes, militares e outros).Art.114 – A avaliação do educando incidirá sobre a aprendizagem ou apro-veitamento escolar e a assiduidade ou frequência.Art.115 – A Unidade de Ensino deverá promover reuniões trimestrais para a realização dos conselhos de Classe, oportunizando assim, momento para conhecimento, análise e reflexão sobre os procedimentos de ensino adota-dos e resultados de aprendizagem alcançados, bem como levantamento de ações a serem efetivadas em busca da melhoria da produtividade escolar.Ao analisar o Regimento, observar a realidade de uma das escolas da Rede Municipal de Ensino de Marilândia, conversar com a equipe gestora e al-guns professores, percebeu-se que a escola em questão busca cumprir o que é estabelecido em tal documento, fundamentando-se em amparos le-gais para agir e cumprir seu verdadeiro papel diante da avaliação.A escola utiliza diferentes modalidades e estratégias que exploram a orali-dade e demais formas de expressões do aluno, considerando as diferentes capacidades dos mesmos e utilizando como instrumentos avaliativos a ob-servação do desempenho mediante suas produções diárias, testes escritos, testes orais, trabalhos de grupo, pesquisas, debates, fichas descritivas e ou-tros, possibilitando assim uma avaliação contínua e cumulativa.Os resultados obtidos nas diferentes modalidades avaliativas servem a re-flexão da prática pedagógica, levando à melhoria não só da prática docen-te, como também das metodologias adotadas e atividades propostas. “A atenção aos entendimentos possíveis de cada aluno em relação às noções

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que vão sendo introduzidas e desenvolvidas é permanente para demarcar prosseguimentos possíveis. Para tal, é muito importante a realização de ta-refas que permitam a livre e espontânea expressão de ideias, sem, portanto, nenhuma “correção” do professor, mas de investigação sobre o pensamen-to do estudante” (HOFFMANN, 1992, p. 67).Para que haja maior interesse nas atividades, a escola procura desenvolver atividades voltadas para a realidade das crianças, “É necessário criar, para tal, condições de expressão individual, através de variadas formas de repre-sentação, que possibilitem ao aluno objetivar suas ideias e ao professor re-fletir sistematicamente sobre os momentos de aprendizagem. Professores e alunos, assim, podem tomar consciência das suas representações e da sua evolução, formando um conjunto expressivo construído pelos conceitos li-gados uns aos outros” (HOFFMANN, 1992, p. 69) aumentando assim, a par-ticipação nas atividades, crescendo também as possibilidades de avaliação.A coordenação pedagógica está sempre presente nos planejamentos, fa-zendo um excelente trabalho, acompanhando de perto tudo que vai para sala de aula, desde as atividades mais simples até as provas. Sendo que “O trabalho pedagógico é organizado para o coletivo, mas a partir de múlti-plos indicadores individuais, de forma, que, interativamente, o aluno esteja revendo suas hipóteses permanentemente” (HOFFMANN, 1992, p. 25).Ao obter os resultados das provas ou qualquer atividade avaliativa, a equi-pe pedagógica e as professoras conversam sobre os mesmos, atentando-se sempre para possíveis melhoras.Ao final de cada trimestre acontece o Conselho de Classe, nesse momento acontece uma análise da situação de cada aluno, com base nas avaliações cotidianas e resultados obtidos através de testes, provas, trabalhos escritos ou orais. “Professores e alunos, em Conselhos de classe, tendem seria-mente a explicar e justificar resultados alcançados ao longo de um tempo [...]”, em que “ Uma observação conjunta, o diálogo interdisciplinar sobre

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o percurso de cada aluno reverte em benefício ao trabalho pedagógico de toda a escola” (HOFFMANN, 1992, p. 27).Os alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental de 09 anos são avaliados através de ficha descritiva, baseada em registros feitos pelo professor, consi-derando os aspectos qualitativos acumulados ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Uma vez que, “O aluno está sempre avançando, evoluindo, construindo novas ideias a respeito de tudo o que vivencia no ambiente es-colar e fora dele. [...] Sendo assim, o professor precisa “compreender posi-cionamentos individuais construídos pelos alunos [...] e perceber [...] neces-sidades de avanços conceituais” (HOFFMANN, 1992, p. 45)Os alunos com necessidades educativas especiais são avaliados através de relatórios trimestrais que acompanharão o seu prontuário, levando em con-sideração que precisam de atendimento e acompanhamento contínuo do professor através de estímulo ao seu desempenho, de acordo com a Reso-lução CEE N 1286/2006, no Artigo 140.Os alunos que apresentam baixo rendimento têm direito a recuperação, in-dependentemente do nível de apropriação dos conhecimentos. Ela acontece de forma permanente e simultaneamente ao processo de ensino e aprendiza-gem, com atividades significativas e metodologias diversificadas, “[...] con-sistem em momentos planejados e articulados ao andamento dos estudos no cotidiano da sala de aula” (HOFFMANN, 1992, p. 24). É ministrada pelo próprio professor e cabe a ele declarar se houve ou não a recuperação, tendo por base o desempenho do aluno ao longo do período letivo.Considerando que “A avaliação, [...],significa encontro, abertura ao diá-logo, interação, uma trajetória de conhecimento percorrida num mesmo tempo e cenário por alunos e professores, trajetos que se desencontram, por vezes, e se cruzam por outras, mas seguem em frente, na mesma direção” (HOFFMANN, 1992, p. 40), percebe-se que a escola observada busca a melhor e mais correta forma de avaliar seus alunos, possibilitando-lhes

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demonstrar o que sabem, aprenderam ou ainda precisam aprender, fazendo uso da avaliação como um processo contínuo e cumulativo.

CONCLUSÃO

Após maior entendimento sobre a avaliação escolar, percebe-se que essa prática precisa ser transformada, sendo encarada como uma mudança ne-cessária para que deixe de ser vista como um fim e passe a ser encarada como um meio para a educação. Ainda são frequentes alguns equívocos quando tratamos de avaliação. Ela tem um significado amplo, e envolve a todos do processo educativo, tanto professores, quanto alunos e também seus familiares. Sendo uma opor-tunidade para reflexão da prática docente, e para o aluno uma ajuda no desenvolvimento da auto confiança.Cabe ao educador uma reflexão permanente sobre a realidade, fazendo um acompanhamento contínuo do aluno em seu processo de construção do conhecimento, despertando neles prazer em aprender.O processo avaliativo permite que o professor verifique se os objetivos propostos no planejamento estão sendo alcançados pelos alunos, levando em conta suas diferenças e individualidades.É primordial que a escola assuma o verdadeiro papel da avaliação, para que possa ser vista pelos alunos como um porto seguro e não como um momento de terror, tendo a finalidade de orientar a aprendizagem e não de transformar os alunos em uma nota ou conceito.Ao fazer uma análise do Regimento Comum das Escolas da Rede Municipal de Ensino de Marilândia e da realidade do processo avaliativo dentro da sala de aula, com a finalidade de compreender o verdadeiro significado de avaliação

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escolar, certificamos que provas e exames não são as únicas formas ava-liar. O educador precisa de uma variedade de informações sobre o aluno, e, assim, avaliá-lo de uma forma mais completa, tendo em vista suas principais dificuldades, garantindo a eficácia no processo ensino-aprendizagem.

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