Avaliação de Feridas e Fisiologia da Cicatrização

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Avaliação de Feridas e Fisiologia da Cicatrização Enfa. Esp. Janaína Lassala

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Aula sobre avaliação de Feridas e Fisiologia da Cicatrização

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  • 1. Avaliao de Feridas e Fisiologia da CicatrizaoEnfa. Esp. Janana Lassala

2. Cuidar de feridas um processo dinmico, complexo, no qual o enfermeiro deve ter uma viso ampla e tem importante papel no seu desenvolvimento.No apenas a realizao do curativo 3. O que ferida ? 4. Leses de Pele / Feridas Qualquer interrupo na continuidade da pele por rompimento de suas camadas de forma intencional (cirrgica) ou acidental (trauma)Impede o desempenho das funes bsicas da peleAs feridas podem variar em espessura. podendo atingir desde a epiderme at estruturas mais profundas 5. tica x Tratamento de Feridas tica - tenta criar regras e normas de condutas para a atividade livre do ser humano, orientada pelos preceitos morais mais aceitos.Quem so nossos pacientes? -Fragilizados com odores e secrees Dor: fsica e na alma Baixa auto-estima Tratamento prolongado Sequelas e complicaes 6. Moral x tica no Tratamento de Feridas Moral Manifesta-se no uso e costumes do indivduo e da sociedadetica Aspectos prticos da vida do indivduo e da sociedade Carter de norma de condutaO tratamento de feridas requer da enfermagem uma postura biotica que seja condizente com a compreenso do ser humano como uma pessoa revestida de toda sua dignidade. 7. O Cdigo Penal brasileiro destaca que crime culposo aquele em que o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou impercia. Imprudncia Forma de agir sem a devida cautela, com precipitao ou insensatezImperciaNegligncia Inrcia, inao, passividade, ag ir por indolncia ou preguia mentalFalta de conhecimento tcnico da profisso 8. Exemplo As leses por lcera por presso muitas vezes podem estar associadas ao ato omisso e negligente do profissional que deixa de mobilizar o cliente no leito, quando este est impossibilitado, visto que sabido que a presso exercida sobre a pele e s estruturas sseas, por tempo superior a duas horas, causa presso externa ao corpo maior do que a presso dos capilares, o que leva isquemia. Negligncialeso corporal 9. Anamnese Identificao da leso - Tipos - Sistema de Avaliao Patologias associadasFatores de riscocomplicaes 10. Classificao da ferida As feridas podem ser classificadas de formas diferentes: Etiologia Maneira como foram produzidas Grau de contaminao Comprometimento tecidual. 11. Etiologia Feridas Agudas: As feridas agudas, so originadas de cirurgias ou traumas e a reparao ocorre em tempo adequado, geralmente sem complicaes Exemplos: inciso cirrgica, queimaduras e abrases. 12. Etiologia Feridas Crnicas: As feridas crnicas, so aquelas que no so reparadas em tempo esperado e apresentam complicaes Exemplos: Ulcera venosa, lcera diabtica, lcera por presso e leses vegetantes malignas 13. Quanto ao Mecanismo de Leso Incisas/cirrgicas Venenosa Contusas Iatrognica Lacerantes Perfurantes 14. Feridas Incisas ou Cirrgicas So aquelas produzidas por um instrumento cortante. 15. Feridas Contusas So produzidas por objeto rombo e so caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema. 16. Feridas Laceradas So aquelas com margens irregulares como as produzidas por vidro ou arame farpado. 17. Feridas Traumticas Ferida traumtica a "leso tecidual,causadaporagentevulnerante que, atuando sobre qualquersuperfciecorporal, promove uma alterao na fisiologia tissular. As leses traumticas simplesamplas,podemescoriaesquevariar apodemdelesescausardeformidades ou amputaes. 18. Ferida Venenosa So produzidas por picada de animais peonhentos 19. Ferida Iatrognica So leses secundrias a procedimentos ou tratamentos como radioterapia, quimioterapia 20. Dermatite Associada Incontinncia - DAI Dermatoseinflamatria que atinge o perneo,regio gltea, abdmen inferior e coxas, causada pelo contato de pele com fezes e urina em ambiente mido ,quente e fechado pela fralda. resultado da exposio crnica da pele materiais urinrios e fecais; 21. Feridas Causadas por Adesivos Ocorre um traumatismo tecidualcausadopelaremoo de fitas adesivase curativos e podem levar exacerbaodador, aumento da tamanhoda ferida e retardo na cicatrizao; 22. Classificao das Feridas Quanto ao grau de contaminao, as feridas podem ser: Limpas Limpas-contaminadas Contaminadas Sujas e infectadas. 23. Feridas Limpas So as produzidas em ambiente cirrgico, sendo que no foram abertos sistemas como o digestrio, respiratrio e genito-urinrio. A probabilidade da infeco da ferida baixa, em torno de 1 a 5%. 24. Ferida Limpa-Contaminada Tambm so conhecidas como potencialmente contaminadas; contaminao grosseira, por exemplo nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situaes cirrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos anteriormente. O risco de infeco de 3 a 11%. 25. Ferida Contaminada H reao inflamatria; Tiveram contato com material como terra, fezes, etc. So consideradas contaminadas aquelas em que j se passou seis horas aps o ato que resultou na ferida. O risco de infeco da ferida j atinge 10 a 17%. 26. Ferida Infectada Apresenta sinais ntidos de infeco. 27. Avaliando o portador de feridas 28. Sistema de Avaliao ParmetroContedoMMeasure (medida)Comprimento, largura, profundidade e reaEExudate (exsudato)Quantidade e qualidadeAAppearence (aparncia)Leito da ferida, tipo e quantidade de tecidoSSuffering (dor)Tipo e intensidade de dorUUndermining (descolamento) Re-avaluation (reavaliao) Edge (borda)Presena ou ausnciaR EMonitorizao peridica de todos os parmetros Condio das bordas da ferida e da pele adjacente 29. Medida (M) O tamanho e o formato de uma ferida alternam-se durante o processo de cicatrizao.Forma de acompanhamento do processo de cicatrizao.Deve ser feita com regularidade (aguda / crnica)Feridas agudas evoluem com maior rapidez e a medida deve ser feita a cada troca de cobertura 30. Medida (M) Mensurao simplesComprimento x largura - Mtodo mais simples - Melhor utilizao em cavidades pequenas - 31. Medida (M) Medida da rea da ferida-Decalque ou modelagem da ferida Utilizao de papel quadriculado colocar o desenho da leso sobre papel quadriculado e calcular a rea coberta Recomendado o uso simultneo do desenho e a fotografia da leso Fotografia ***-- 32. Medida (M) Mensurao do volume-Quando as feridas so profundas, pode ser til a mensurao do seu volume Mede-se a profundidade e multiplica-se pela rea- 33. Exsudato (E) Varia de acordo com o processo de cicatrizao Deve-se avaliar: quantidade, qualidade e odor O odor pode indicar processo infeccioso Algumas coberturas podem produzir mau odor Quantidade - mnimo - moderado - intenso Qualidade (tipos) - Seroso - Sanguinolento - Purulento - Misto 34. Aparncia (A) Indicao do estgio de cicatrizao alcanado ou de qualquer complicao presentePodem ser classificadas como: - Com necrose - Com infeco - Com esfacelo / tecido desvitalizado - Com tecido de granulao - Com tecido de epitelizao 35. Aparncia (A) Feridas com necroseUma rea de tecido que se torna isqumica durante algum tempo morrer - Formao de crosta com cor preta ou marrom - Mascara o tamanho real da ferida, necessita interveno para que essa ferida cicatrize - 36. Aparncia (A) Feridas com infeco-Sinais: dor, calor, edema, eritema e pus Os sinais variam de acordo com o agente- 37. Aparncia (A) Feridas com esfacelo-Forma de fragmentos sobre a superfcie da leso, podendo cobrir grandes reas Composto de clulas mortas que se acumulam no exsudato Com cor branca/amarela Pode estar relacionado com o fim do estgio inflamatrio do processo de cicatrizao- 38. Aparncia (A) Feridas com tecido de granulaoEst relacionado com o estgio de restaurao tissular - A cor da ferida vermelha - As paredes dos vasos capilares so bem finas e facilmente lesadas sangram com facilidade - 39. Aparncia (A) Feridas com tecido de epitelizao- medida que o epitlio nas bordas comea a a se dividir rapidamente, a margem se torna ligeiramente elevada e adquire uma colorao azulada-rsea. 40. Dor (S) No tratamento de feridas crnicas necessrio avaliao e controle da dor O aumento da intensidade da dor pode ser um indicador de infeco A remoo de coberturas e outras atividades de cuidado com a ferida pode causar dor Utilizar escala da dor 41. Descolamento (U) Feridas com cavidades Importante para identificar descolamento, fstula ou tunelizao. Utilizao de cotonete estril/swab com o objetivo de medir a extenso do descolamento Facilita a determinao das condutas 42. Reavaliao (R) Tem como objetivo verificar qualquer sinal de complicaes e monitorar progressosA frequncia dessa conduta varia de acordo com o tipo de ferida, mas na maioria das feridas crnicas, elas devem ocorrer a cada 1-2 semanas 43. Borda ou Margem (E) -Avaliao das margens da ferida e a pele perilesional Fornece informaes teis referentes s condies da etiologia e da cicatrizao Caractersticas (borda): Plana/elevada Regular/ irregular 44. Relembrando... DescolamentoGranulao ComprimentoEsfacelosLargura Borda aderidaEpitelizaoNecrose 45. Processo de Cicatrizao de Feridas 46. Cicatrizao um processo altamente complexo, dinminco, sistmico, caracterizado por uma srie de eventos que tem por objetivo restaurar a ferida. 47. Tipos de CicatrizaoPrimeira Inteno / Primria Segunda Inteno / Secundria Terceira Inteno / Tardia 48. Cicatrizao: Primeira inteno Unio primria Ocorre quando as bordas da ferida so aproximadas sutura Perda mnima de tecido So feridas asspticas ausncia de infeco Edema mnimo A formao de tecido de granulao no visvel Baixa incidncia de complicaes 49. Cicatrizao: Segunda inteno Granulao Ocorre perda excessiva de tecido No pode ocorrer unio das bordas Presena de infeco O processo de reparo, neste caso, mais complicado e demorado Perodo cicatricial longo 50. Cicatrizao: Terceira inteno O processo de fisiolgico de cicatrizao interrompido Deiscncias Cicatrizao primria + secundria Caso uma ferida no tenha sido suturada inicialmente ou as suturas se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada Infeco de feridas cirrgicas 51. Fases da Cicatrizao Fase precoce Hemostasia Inflamao Fase intermediria Proliferao Neoangiognese e formao do tecido de granulao Epitelizao Sntese da matriz extracelular (colgeno) Contrao da ferida Fase final Maturao do colgeno 52. Fases da Cicatrizao Inflamatria 4 a 6 diasProliferativa 7 a 24 dias Maturao 24 dias a 1 ano 53. Fases da Cicatrizao Inflamatria: caracterizada por dor, calor, rubor e tumor (edema); ocorre a ativao do sistema de coagulao, debridamento e defesa contra infeco, visando a restaurao tecidual. Proliferativa: predomina a atividade de mitose celular e a formao do tecido de granulao angiognese. Reparadora: ocorre a diminuio progressiva da vascularizao e dos fibroblastos, aumento da fora tnsil e reorientao das fibras de colgeno. 54. Fatores que interferem na Cicatrizao Fatores Gerais:Fatores Locais: Nutrio Diabetes Hipertenso Infeco Vascularizao Idade Doenas crnicas Tecido necrtico Presso, frico e foras de cisalhamento Exsudato Ressecamento Infeco da Ferida Hematoma Edema Corpo estranho Tabagismo Medicamentos Cobertura inadequada 55. Agora... Mos obra!!