Avaliação de enxertos ósseos autógenos triturados ... · direto entre o tecido ósseo e a...

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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CÂMPUS DE ARAÇATUBA - FACULDADE DE ODONTOLOGIA Avaliação do processo de osseointegração de implantes instalados sem estabilidade primária, após o uso de matriz óssea desmineralizada. Análise biomecânica e Estudo histomorfométrico. Prof. Dr. Idelmo Rangel Garcia Junior Trabalho apresentado à Faculdade de Odontologia do “Campus de Araçatuba – UNESP”, como parte do programa para obtenção do grau de LIVRE DOCENTE em Odontologia na Área de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial Araçatuba – SP 2010

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unesp

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

CÂMPUS DE ARAÇATUBA - FACULDADE DE ODONTOLOGIA

Avaliação do processo de osseointegração de

implantes instalados sem estabilidade primária, após

o uso de matriz óssea desmineralizada.

Análise biomecânica e Estudo histomorfométrico.

Prof. Dr. Idelmo Rangel Garcia Junior

Trabalho apresentado à Faculdade de

Odontologia do “Campus de Araçatuba –

UNESP”, como parte do programa para

obtenção do grau de LIVRE DOCENTE em

Odontologia na Área de Cirurgia e

Traumatologia Buco-Maxilo-Facial

Araçatuba – SP

2010

2

DADOS CURRICULARES

IDELMO RANGEL GARCIA JUNIOR

Nascimento: 31/01/1968 – Capinópolis-MG

Filiação: Idelmo Rangel Garcia

Ana Marta Gonçalves Garcia

1987/1990: Graduação:

Curso de Odontologia da Faculdade

de Odontologia de Araçatuba

Universidade Estadual Paulista

Unesp

1992/2000 : Pós-graduação:

Mestrado e Doutorado em Cirurgia e

Traumatologia Buco-Maxilo-Facial –

Faculdade de Odontologia de

Araçatuba SP - Unesp.

3

Dedico este trabalho:

A Deus,

esta força real que nos afaga

nos bons e difíceis momentos

de nossas vidas

e torna tudo possível.

À minha família:

Minha esposa Isabella, meu maior presente, a quem sou eternamente

grato, pela omissão de seus desejos em favor de minha ausência .

Aos meus filhos, Gabriel e Giovanna, por terem me dado a oportunidade

nesta vida de amá-los como pai.

Aos meus pais Marta e Idelmo, que na simplicidade de suas e no grande

amor pelos filhos, tornaram-se exemplos de dedicação e luta.

Aos meus irmãos Robson e Marcos, os amo muito.

Aos meus sogros, Márcio e Ana , seus filhos Idarilho e Cássio

por terem me recebido de braços abertos

e me fazer sentir parte de vossa família.

4

Agradeço de forma especial:

Ao Prof. Tetuo Okamoto, exemplo de simplicidade e vida acadêmica,

Sou muito grato e muito me honra te-lo como meu eterno orientador e

grande amigo.

Ao Prof. Paulo Sérgio Perri de Carvalho

pelos ensinamentos de um pai e por ser o responsável direto

em minha iniciação na vida acadêmica e,

mesmo distante, nunca ter me deixado só.

Sou eternamente grato.

Ao meu amigo-irmão, Prof. Osvaldo Magro Filho

pela amizade verdadeira e duradoura.

Pela parceria segura, de uma vida,

nos caminhos da Cirurgia Bucomaxilofacial.

Ao Prof. Wilson Roberto Poi

Pelo exemplo de dedicação acadêmica.

Amigo de todas as horas.

Junto com Izabel, são parte de minha vida nesta cidade.

5

Agradeço:

À todos os professores de nossa Disciplina e Departamento

de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial,

que participaram de minha vida acadêmica

durante todos estes anos. São eles:

Prof Ruy dos Santos Pinto, Prof. Edmur Callestini,

Prof. Márcio Giampietro . Prof. Michel Saad Neto,

Prof. César Perri de Carvalho, Prof. Celso Koogi

Profa. Sônia Panzarini Barioni, Prof. Sérgio Salineiro ‘In memorian”

Profa. Cristiane Ruiz, Profa. Alessandra Aranega

Profa. Daniela Brandini e Profa. Daniela Polzoni.

À todos os funcionários da cirurgia,

com os quais tive o prazer de conviver

de maneira alegre e participando da mais pura

solidariedade entre amigos. São eles:

Sra Cida Mello, Sra Dirce Colli, Sra. Tina Carvalho

Sra Cleide Lemes ,Sra Bernadete Nunes, Sr. Ilídio Teodoro,

Sr. Gilmar Martins e Sr. Paulo Gratão.

Aos AMIGOS e COMPANHEIROS de profissão,

que fazem parte do meu dia a dia na odontologia:

Dr. Cláudio Maçon e Ana Maçon, Prof. Dr. Walderício de Mello,

Prof. Dr. Wirley Assunpção, Dr. Walter Perri

Prof. Dr. Francisco Bertoz, Profa. Dra. Sandra Rahal,

Dr. Carlos Maruyama, Dra. Rose Maruyama e Dr. Duílio Tonelli.

6

Aos meus alunos e ex-alunos de graduação e pós-graduação.

Em especial aos meus orientados,

que movem a minha carreira acadêmica e

são o sentido dela existir.

À toda minha EQUIPE de TRABALHO clínico-cirúrgico,

sem vocês, pouco disto aconteceria

sou muito grato pelo profissionalismo e o carinho que me servem.

Enf. Patrícia Gonçalves, Enf. Camila Kastein,

Enf. Izabel Gon, Sra Michelle Marques

Sra Claudia Macedo, Sra Claudia Assis.

À Faculdade de Odontologia do “Campus” de Araçatuba – Unesp,

nas pessoas de sua Diretoria,

Prof. Dr. Pedro Estrada Bernabé e Prof. Dra. Ana Maria Shoubia.

Fiz desta escola minha segunda morada e a amo como a primeira.

`A todos que de forma direta ou indireta contribuíram para o meu

crescimento acadêmico,

serei sempre grato.

7

EPÍGRAFE

“O Homem não é o que tem ou pode.

É um pouco o que sabe.

Muito o que sonha.

Mas, acima de tudo, o que faz aos outros “.

Manoel Affonso de Melo, Educador.

8

SUMÁRIO Páginas

RESUMO 00

ABSTRACT 00

INTRODUÇÃO 00

PROPOSIÇÃO 00

MATERIAL E MÉTODO 00

RESULTADOS 00

DISCUSSÃO 00

CONCLUSÃO 00

REFERÊNCIAS 00

9

RESUMO

RANGEL GARCIA JR, I. Avaliação do processo de osseointegração de

implantes instalados sem estabilidade primária, após o uso de matriz óssea

desmineralizada. Avaliação biomecânica e estudo histomorfométrico.

Universidade Estadual Paulista; 2010.

(1) Proposição: Este estudo avaliou o processo de osseointegração de

implantes colocados sem estabilidade primária envoltos por matriz óssea

bovina desmineralizada . (2) Material e método: Foram incluídos no estudo

04 símios Cebus apella, e inseridos 16 implantes, divididos em 02 grupos:

Controle (C) e Matriz Óssea Desmineralizada (MOB) com 08 implantes

cada. Após fresagem controlada e sobrefresagem para simular a perda

da estabilidade primária. Nestes leitos, cada implante foi inserido com

travamento bicortical no grupo CONTROLE e envoltos pela matriz óssea,

denominado grupo MATRIZ. Aos 90 dias pós-operatórios foram realizadas

as análises biomecânica, histométrica e histológica. As peças onde

estavam inseridos os implantes foram incluídas em resina para corte em

micrótomo de tecido duro. A analise biomecânica de torque-reverso foi

realizada com contra-torque de 40N em torquímetro manual. (3)

Resultados: A matriz se mostrou biocompatível em processo de

substituição lenta por tecido ósseo neoformado. Permitiu a manutenção

do implante sem estabilidade inicial em posição. O mesmo aconteceu

com o grupo controle que apresentou neoformação óssea em contato

com o implante em 80% da área estudada e o manteve em posição. (4)

Conclusões: A matriz óssea se comportou como um carreador de tecido

ósseo, conduzindo o processo de neoformação de maneira lenta e sem

processo inflamatório patológico.

Palavras-chave: implante dentário osseointegrado, Matriz óssea

desmineralizada.

10

ABSTRACT

RANGEL GARCIA JR, I. Evaluation of the osseointegration process of the

implants installed without primary stability after use of the desmineralized

bone. Biomechanic and Histometric study. Araçatuba: São Paulo State

University; 2009.

(1) Purpose: This study evaluated the desmineralized bone in the bone

repair occurrence of implants placed in large stream beds. (2) Materials

and Methods: four simios ( cebbus apella) had been enclosed in the study

and 16 implants, in two groups: Control (C) and Desmineralized Bone Matrix

(MOB). After controlled drilled to simulate the loss of the primary stability,

each implant was placed in the prepared stream bed, having been added

to its surface desmineralized bone. The control group consisted of the

implant placed in the space filled by blood. The animals had been

sacrificed in the periods 90 postoperative days, where the analyses had

been carried through histometric and biomechanics. The osseous where

the implants were inserted had been removed and getting cuts that had

been submitted the histologic reaction. The torque biomechanics was

carried through before the inclusion resin. (3) Results: The gotten results had

disclosed that the desmineralized bone was presented biocompatibility and

allowed to the bone growing in contact with the implantation in both the

analyzed groups, with significant deuce of bone deposition and stability in

the groups. Conclusions: The Desmineralized bone can be used filling

defects drilled around implants, therefore it presents characteristics like

biocompatibility and resorpted and substituted by bone. Key-words: osseointegrated dental; bone graft, desmineralized bone.

11

INTRODUÇÃO

Os estudos relacionados à osseointegração desde as pesquisas

iniciadas na década de 60, têm permitido o desenvolvimento de novas

técnicas que visam o aperfeiçoamento da reabilitação com implantes

osseointegrados. Os pioneiros destes estudos como Branemark et al.

(1969), encontraram índices de sucesso superiores a 90%. Os resultados

positivos em relação a esses estudos realizados levaram a obtenção do

conceito definido como osseointegração, que é a conexão direta

estrutural e funcional entre o tecido ósseo normal viável e o implante em

função (Albrektsson & Lekholm, 1989; Albrektsson & Zarb, 1993)

Microscopicamente, a osseointegração representa o contato

direto entre o tecido ósseo e a superfície do implante, sem interposição de

tecido mole. Achados de microscopia eletrônica revelaram que existe

uma fina camada de fibras colágenas organizadas entre o tecido ósseo e

a superfície de titânio (Adell et al., 1981; Albrektsson & Lekholm, 1989).

Segundo o protocolo clínico proposto para a obtenção da

osseointegração, durante a utilização de implantes osseointegráveis, a

incidência de força foi preconizada ser instituída após um período de 3 a 6

meses (Branemark et al.., 1977;Branemark, 1983; Albrektsson et al., 1986). No

entanto, estudos posteriores concluíram que pode haver osseointegração

12

quando se utiliza carga mastigatória sobre o implante recém instalado

(Schnitman, et al.. 1990; Sagara, et al.., 1993; Schnitman, et al.. 1997).

Um dos fatores responsáveis pela osseointegração é a

estabilidade inicial ou primária após o procedimento de colocação dos

implantes osseointegráveis. Altos índices de fracasso e perda de implantes,

têm sido atribuídos a achados associados a leitos ósseos de má qualidade

o que, conseqüentemente, aumenta a possibilidade de perda de

ancoragem ou a sua diminuição (Albrektsson et al.., 1986; Buser, et al..,

1991; Deporter, et al.., 1996; Cordioli et al.,2000).

A estabilidade primária ocorre no momento da instalação do

implante e está relacionada ao nível de contato ósseo primário, que é

influenciado principalmente pela qualidade do trabeculado, além do

comprimento, geometria e superfície do implante (Buser et al., 1991;

Cochran et al.., 1998).

Diversas formas de procedimentos reconstrutivos que venham

melhorar a qualidade e a quantidade óssea, para suportar os implantes de

maneira satisfatória têm sido propostas (Lemons & Natiella, 1986; Acarano

et al., 2007; Aguirre, et al.., 2007; Abushahba et al.., 2008). Dentre elas, os

enxertos alógenos, que formam osso por osseoindução ou

osseocondução, obtidos de cadáveres humanos ou bovinos e

armazenados em bancos de ossos. Podem ser mineralizados ou

desmineralizados. A desmineralização renova a fase mineral e expõe o

13

colágeno e os fatores de crescimento do osso. (Urist, 1965; Van de Putie, et

al., 1966; Becker et al., 1995; Scarborough, 1992; Rangel Garcia, 1997).

O enxerto xenógeno mais utilizado em implantodontia é o osso

descalcificado congelado e seco de origem bovina. O principal objetivo

desses ossos é atuar como osseoindutor ou osseocondutor, e na

prevenção mecânica da invasão de células de tecido conjuntivo no meio

do defeito ósseo, interferindo no processo de reparo (Hara et al., 1985;

Barkhordar, 1986; Katanec et al., 2004).

Sendo assim, a maior parte dos estudos na área de biomateriais

que possam ser substitutos ósseos está voltada para a descoberta de um

material que apresente um bom potencial osseoindutor ou osseocondutor

e que sofra bioabsorção por substituição óssea. A identificação de

mecanismos de regulação e do crescimento celular de osteoblastos,

osteoclastos e osteócitos, dentre outras células envolvidas no processo de

remodelação óssea, tornou de grande importância a utilização dessas

técnicas para avaliação de eventos ocorridos durante o processo de

reparo (Urist, et al., 1984; Rissolo & Bennett, 1998; Molly et al., 2008; Neigel &

Ruzicka, 1996).

O preparo de uma matriz que possa ser substituída e modelada

de acordo com o defeito e a possibilidade de aproveitar estas

características de biocompatibilidade no processo de osseointegração e

14

manutenção do posicionamento dos implantes osseointegráveis, nos levou

a elaborar este estudo.

15

PROPOSIÇÃO

Este estudo avaliou o processo de osseointegração de implantes

envoltos por matriz óssea desmineralizada, instalados sem estabilidade

primária em defeitos ósseos obtidos através de sobrefresagens, em símios,

com análises biomecânicas e histomorfométrica.

16

MATERIAL E MÉTODO

Este estudo experimental foi desenvolvido de acordo com os

Princípios Éticos na Experimentação Animal adotado pelo Colégio Brasileiro

de Experimentação Animal (COBEA) e nas normas do Instituto Brasileiro de

Proteção do Meio Ambiente (IBAMA). O Projeto de pesquisa foi aprovado

pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de

Odontologia de Araçatuba –UNESP, parecer CEEA / 008836-2009.

Foram utilizados quatro macacas Cebus apella, fêmeas, adultas

com peso corporal variando entre 2 e 3 Kg. Os animais foram mantidos em

gaiolas individuais no Núcleo de Procriação de Macaco-Prego do

Departamento de Ciências Básicas da Faculdade de Odontologia do

Campus de Araçatuba – UNESP e receberam dieta controlada e água

“ad libitum” durante todo o experimento.

O modelo experimental cirúrgico constituiu da inserção de 02

implantes no osso radiano de ambos os lados de cada animal. Os grupos

Controle (C) e Matriz Óssea Desmineralizada (MOD) foram obtidos da

seguinte forma: Foram instalados 16 implantes de titânio comercialmente

puro, de superfície tratada através de banhos seriados com ácidos

tamponados com altura de 6.5mm e diâmetro de 2.3mm, esterilizados por

radiações gama – 3RADs (IMPLALIFE – biotecnologia).

17

Obtenção e preparo das Matrizes Ósseas Bovinas:

Esta obtenção foi realizada em frigorífico de alto padrão com

inspeção federal pelo Ministério da Agricultura - S.I.F.. Imediatamente

após o sacrifício do bovino, removeu-se a porção do ramo mandibular,

armazenando-a em solução gelada de cloreto de sódio 0,9% a uma

temperatura variando entre 0 e 4 graus centígrados, por um período

de 60 minutos (Braile et al., 1982). Em seguida, o ramo mandibular foi

imerso em solução descalcificadora de HCl (ácido clorídrico) a 0,4 mol,

com temperatura variando entre 6 e 8 graus centígrados,

permanecendo por um período de 15 dias com trocas diárias da solução

(Urist, 1965; Van de Putie & Urist, 1966, Tuli & Singh, 1978, Rangel-Garcia,

1997). Neste momento, através de cortes com de alicate para osso,

foram obtidos fragmentos retangulares medindo aproximadamente 2cm

quadrados com 0,4 a 0,8 cm de espessura e levados para banhos em

solução fisiológica gelada por um período de 24 horas.

Após o processo de lavagem e remoção total do ácido

descalcificador, os fragmentos ósseos para implantação foram

armazenados em glicerina a 98% e mantidos sob uma temperatura em

torno de 8 graus centígrados ( Gabrielli, et al., 1986, Mack, et. al., 1989.,

Vieira et al., 1993, Rangel-Garcia, 1997, Okamoto et al., 2001). Noventa

minutos antes do procedimento cirúrgico de implantação, os fragmentos

de matrizes ósseas foram retirados da solução de glicerina a 98%,

18

lavados em solução fisiológica 0,9% gelada (em torno de 8 graus

centígrados) por um período de 30 minutos, imersos em glutaraldeído

a 2% por um período de 30 minutos e novamente lavados e mantidos

em solução fisiológica até o momento de sua implantação (Mack et al.,

1989; Rangel Garcia, 1997; Rangel Garcia, 2000).

Procedimento Cirúrgico:

Os animais foram mantidos em jejum 8h antes do procedimento

cirúrgico quando foram anestesiados via parenteral. A medicação

consistiu de injeção intramuscular de 3mg/Kg de Ketamina (Francotar –

Vibrac do Brasil Ltda, São Paulo, Brasil) e 0,22ml de cloridrato de tiazina

(Rompum – Bayer AS – Saúde Animal, São Paulo, Brasil). Como

complementação anestésica e hemostática foi utilizada infiltração de

Hidroclorito de Mepivacaína (0,3mL/Kg, Scandicaíne 2%) c/ Adrenalina

(1:100.000).

Durante todo procedimento cirúrgico foram respeitados os

princípios de biossegurança no controle de infecções, estando todo o

instrumental e materiais esterilizados. Após tricotomia e anti-sepsia da

região com PVP-I 10% (Polivinil pirrolidona iodo degermante) foi realizada

infiltração do anestésico local e uma incisão dermo-periosteal de

aproximadamente 5cm de comprimento, com lâmina nº15 montada em

cabo nº3, seguida de divulsão do tecido mole com descolador de

periósteo e exposição óssea.

19

Cada animal recebeu 4 implantes no osso radiano, sendo 02 de

cada lado. Para isto foram utilizados motor elétrico e contra-ângulo

redutor de 1:20, iniciando-se o preparo do leito receptor dos

implantes com uma fresa lança, del imitando-se a local ização

dos implantes respeitando-se uma distância de 8mm entre os mesmos.

Em seguida, foram realizados os alvéolos cirúgicos utilizando-se das fresas

de 2mm com 800 rpm até a cortical basal, portanto, bicortical e a

colacação do Implante com chave digital e com conector em contra-

ângulo com 20 rpm e torque de colocação em 30N, constituindo-se o

grupo CONTROLE.

Em seguida, com a Fresa 2.8mm, fresa “countersink” de diâmetro

2.8 / 3.0 mm , fresa 3.0mm e 3.5mm com 800 rpm e torque de fresagem em

30N na cortical externa e espaço medular sem atingir a cortical basal,

criamos um defeito que impossibilitasse o travamento do implante, o qual

foi levado até o sítio cirúrgico envolto por Matriz óssea desmineralizada,

atráves de chave bidigital, formando grupo TRATADO (Fig.1 e 1a).

Irrigamos todos os passos de fresagem e inserção dos implantes com

solução salina durante toda a preparação do leito receptor. Feito isto,

foram instalados os 2 implantes de diâmetro e comprimento iguais (Fig.2).

20

Figura 1: Alvéolos cirúrgicos. Figura 1a : Implante envolto pela

Matriz Óssea Desmineralizada no

momento de sua inserção.

Os tecidos foram reposicionados e suturados por planos,

empregando-se fio reabsorvível de poliglactina 910 – Vycril 4.0 com pontos

contínuos no plano profundo e com fio monofilamentar de Nylon -

Mononylon 5-0 com pontos interrompidos no plano externo.

No pós-operatório imediato os animais receberam administração

subcutânea de Pentabiótico (30mg/Kg) e intramuscular de 0,1ml de

Dipirona Sódica a cada 6 horas, num total de 3 doses.

21

Figura 2: Alvéolos cirúrgicos e os

Implantes colocados. Do lado

esquerdo envolvido com matriz

óssea e do lado direito com

travamento bicortical - Controle.

Quadro resumido do material e método utilizado:

Grupo Implante

Superfície Híbrida

Tamanho

Mm Biomaterial Travamento

primário Análise

Controle Usinada-Cervical

Ataque Ácido –

Corpo

2.6 x 6,5

Coágulo

Presente

30N /

Motor

90 dias

Matriz

Usinada-Cervical

Ataque Ácido –

Corpo

2.6 x 6,5

Matriz óssea

Bovina

Ausente

Bidigital

90 dias

Decorridos 90 dias pós-operatórios, os animais foram anestesiados

novamente para o sacrifício através de perfusão tecidual por toracotomia

22

e acesso ao átrio direito, técnica desenvolvida pelo centro de estudos e

procriação de macacos-pregos. No ventrículo esquerdo foi introduzido um

catéter e através de bomba infusora foram infundidos 4 litros de solução

salina 0,9% heparinizada, com finalidade de realizar lavagem do sistema

circulatório, sendo depois infundidos 4 litros de formalina neutra 10%.

Os ossos radianos foram removidos e após a fixação foram

levados direto a uma seqüência de álcoois de concentração crescente

com troca de solução a cada 24 horas, seguido de um banho de acetona

por 24 horas. Após o banho de acetona, as peças foram imersas em

polimetilmetacrilato lento com trocas diárias durante 3 dias. A seguir, as

peças receberam 2 banhos de Metil Metacrilato. Na seqüência do

processamento, foi realizada a inclusão das peças em Metil Metacrilato

associado ao catalisador, Peróxido de Benzoíla 1%, aguardando-se o

período de polimerização da resina. Após obtenção dos blocos em resina

acrílica contendo as peças, estas foram levadas ao micrótomo (Exakt®

Cutting Systen Apparatebau, Gmbh, Hamburgo, Alemanha) e obtidos

assim cortes com espessura em média de 50μm (Figuras ilustrativas do

processo descrito:3a,3b,3c,3d, 3e e 3f).

23

Fig. 3b – Desgaste da peça incluída

em resina em aparelho abrasivo Exakt.

Fig. 3d – Corte da peça em

aparelho do Sistema Exakt.

Fig. 3c – Adesão do corpo de prova

na lâmina no aparelho do Sistema

Exakt.

Fig.3e – Corantes VA/AS utilizados na

coloração das lâminas cortadas pelo

Sistema Exakt.

Fig. 3f – Microscópio acoplado ao

computador onde foram capturadas

as imagens de todas as lâminas

obtidas das amostras.

Fig. 3a – Bloco ósseo contendo o

implante incluído em resina Metil

Metacrilato.

24

As lâminas foram coradas usando os corantes vermelho de

alizarina e azul de Stevenel (Fig.4 ).

Figura 4: Imagem histológica do tipo de inserção sem travamento na

cortical basal do implante envollto pela matriz óssea. GRUPO MATRIZ. 10x

25

Figura 5: Imagem Histológica mostrando o tipo de inserção bicortical do

Implante no GRUPO CONTROLE. 10x

Os implantes antes do processamento histológico e ainda com

as peças “frescas” pós-sacrifício imediato, foram submetidos a teste

biomecânico através de torquímetro manual - 15-BTG,Tonich, Japan,

Realizamos torque-reverso) (Fig.6), onde, os implantes foram submetidos à

força gradual do aparelho registrados em Ncm até 35N.

26

Figura 6: Torquímetro Manual

RESULTADOS

Análise macroscópica:

Aos 90 dias após a reabertura dos ossos radianos foi observado

ausência de secreção e ou deiscências de suturas. Os implantes de ambos

os grupos apresentaram-se estáveis em posição tridimensional semelhante

a posição de instalação.

Análise biomecânica:

Para a análise biomecânica foi considerado o valor de contra

torque ou torque reverso de 35N para ambos os grupos: Controle e da

Matriz óssea desmineralizada. Todos o implantes estudados responderam

27

negativamente a tentativa de remoção, suportando o torque de

remoção.

Análise histomorfológica:

Grupo Controle

Aos 90 dias, observamos toda superfície do implante imersa em

tecido ósseo neoformado com características de osso maturo, com

trabeculado bem definido e prevalência de osteócitos (Fig.7)

Figura 7: GRUPO CONTROLE. Tecido ósseo neoformado (vermelho) em

íntimo contato com implante (Preto). Notar a característica Harvesiana do

trabeculado ósseo maturo e restritos espaços medulares. 100X

28

Junto à região cervical, notamos tecido ósseo depositado

com características de tecido hígido e trabéculas compactas com

espaços medulares bem definidos. O que nos chama a atenção é a

remodelação na área cervical dos implantes controles (Fig.8).

Figura 8. GRUPO CONTROLE: Área cervical do Implante mostrando

deposição de tecido ósseo maturo com trabéculas bem definidas e

pequenos espaços medulares. Notar perda em altura junto à cervical do

implante.

De qualquer forma, o processo de osseointegração

aconteceu de maneira uniforme junto à superfície do implante,

mostrando total interação biológica entre o tecido ósseo e o titânio (Fig. 9)

29

Figura 9. GRUPO CONTROLE: Área do implante (preto) mostrando

deposição óssea (vermelho) em toda a sua superfície. 10x

Grupo Tratado – Matriz Óssea Desmineralizada:

O grupo tratado com a matriz óssea desmineralizada mostrou

a presença de parte deste material sofrendo processo de substituição

óssea em seu interior e periferia (Fig.10). A histologia mostra um

comportamento de osseocondução através da matriz protéica do osso

desmineralizado, muito embora em muitos locais fica evidente uma

interação de osteogenicidade do tecido (Fig. 11).

30

Fig.10. GRUPO MATRIZ: Processo de deposição óssea (vermelho) sobre a

matriz (azul) em direção ao implante (preto). Grande parte da matriz já

fora substituído por novo osso . 10x

Fig.11. GRUPO MATRIZ: Matriz (azul) envolta por novo osso (vermelho) . 40x

31

É diferente o processo de osseointegração em ambos os grupos. O

mesmo tipo de deposição óssea aconteceu mas, com detalhes no

estágio de maturação e na quantidade óssea entre os grupos. Notamos

no grupo matriz ainda alguns espaços medulares amplos e trabéculas

delgadas em algumas áreas junto à superfície do implante (Fig.12).

Fig.12. GRUPO MATRIZ: Mostrando áreas de deposição de osso trabecular

esponjoso e espaços medulares amplos, sem a presença da Matriz.40x

Este aspecto nos leva a imaginar que o processo lento de

bioabsorção do matriz óssea atrasou o processo de deposição em

algumas áreas mas, temos locais onde este fato não ocorreu e o

processo é muito parecido com o grupo controle (Fig.13).

32

Fig. 13. GRUPO MATRIZ: Imagem mostrando grande semelhança com o

padrão de trabeculado ósseo do grupo controle, trabéculas espessas e

com formação Harvesiana. 40x

O fato mais importante deste estudo está no processo de condução

do tecido ósseo neoformado, exercido pela matriz desmineralizada

(Fig.14) e pelo padrão de deposição óssea sobre o material implantado.

Há semelhança com neoformação osteogênica à partir do conteúdo

protêico da matriz (Fig. 15).

A característica de calcificação e o volume já substituído mostram

um alto índice de biocompatibilidade do tecido desmineralizado.

33

Fig. 14. GRUPO MATRIZ: Interior da Matriz óssea (azul) sendo substituída

por tecido ósseo (vermelho). 10x

Figura 15. GRUPO MATRIZ: Osso (vermelho) neoformado no interior da

matriz óssea (azul) sobre a superfície do implante (preto). 100x

34

Análise Histomorfométrica:

Os dados para análise histométrica foram obtidos através do

software IMAGELAB-2000, com a ferramenta de demarcação de perímetro

(Fig. 15) e transformados em porcentagens em ambos os grupos.

Fig.15. Foto ilustrativa da

demarcação do perímetro.

- Planilha ilustrativa do Imagelab

Analisou-se o tecido de contato na interface com o implante,

considerando tecido ósseo, tecido conjuntivo e medula óssea, num total

de 30 áreas para cada grupo estudado, conforme tabela abaixo:

Matriz Osso Tecido

conjuntivo

Medula

Óssea

Controle --------------- 73 % -------------------- 27%

Matriz 42% 36% 9% 13%

35

DISCUSSÃO

Quando da utilização de substitutos ósseos, esperamos que os

mesmos apresentem características de biocompatibilidade, bioabsorção

e principalmente, potencial de osseoindução e ou osseocondução.

Entretanto, as pesquisas nas áreas de materiais aloplásticos têm

demonstrado as dificuldades em se obter todas essas características em

um único material, diferente dos estudos que demostram que os melhores

resultados são encontrados quando se utilizam os enxertos ósseos

autógenos, por demonstrarem características de um substituto ósseo

completo, osseoconduzindo e induzindo neoformação óssea através de

osteogênese local (Urist, 1965; Van de Putie & Urist, 1966; Tulli & Singh, 1978;

Urist et al., 1984).

Isto nos leva a estudar tecido ósseo homógeno e ou

heterógeno, na tentativa de criar uma perspectiva de tratamento que,

estruturalmente e proteicamente, possa trazer resultados próximos ao uso

de tecido ósseo autógeno, funcionando como um carreador de tecido

ósseo, fato observado neste estudo, que mostrou uma permanente

substituição da matriz óssea desmineralizada por novo osso, permitindo a

manutenção do nível ósseo junto à cervical dos implantes, o que não

aconteceu sempre no grupo controle (Raghoebar, et al., 1996; Taga, et al.,

1997; Perri de Carvalho, et al., 1999; Katanec, et al., 2004; Acarano, et al.,

2007; Abushahba, et al., 2008).

36

Em função de sua consistência e plasticidade semelhante à de

um silicone e ou plástico maleável, a matriz permitiu que fosse colocada

exatamente do tamanho do defeito cervical periimplantar , exercendo

pressão sobre as paredes ósseas do defeito e criando condições de

travamento deste implante sem permitir seu deslocamento, o que foi

observado no tempo tardio, onde não houve movimentação deste.

Portanto, num futuro uso clínico, poderá ser introduzida em

cavidades alveolares, nos levantamentos da membrana do seio maxilar e

nos casos de sobrefresagem com perda de travamento primário do

implante.

No presente estudo, a biodegradação através de um processo

lento de reabsorção levou a uma progressiva e ordenada reconstrução

do tecido ósseo. Este processo de regeneração óssea apresenta-se

especialmente importante para a reparação de defeitos, após

sobrefresagens, na periferia dos implantes e quando é necessário obter

um aumento ósseo na zona cervical ao redor da implantação, guiando a

deposição óssea. (Botticelli et al., 2003; Acarano et al., 2007; Katanec et

al., 2004) Uma boa regeneração de tecido ósseo é de fato a condição

indispensável para a manutenção dos implantes dentais.

Algumas das boas vantagens da utilização deste tecido é que

podemos tê-lo em grande escala através do tratamento de tecido ósseo

bovino e, com possibilidade de associações com outros biomateriais e

37

inclusive, com o tecido ósseo autógeno, muitas vezes coletado das

osteotomias para colocação de implantes ou colhido nas áreas próximas

às implantações (Terheyden, et al., 1999; Savant, et al., 2001;Coradazzi, et

al.,2007).

Além disso, a utilização de um substituto ósseo que não exige

área doadora localizada longe da área receptora, diminui a morbidade

dos procedimentos e, conseqüentemente, reduz o desconforto trans e

pós-operatório ao paciente.

A matriz óssea desmineralizada demonstrou ser, neste estudo,

biocompatível e bioabsorvível e apresentou características de

osseocondução, sem a presença de processo inflamatório agudo ou

crônico, sem reações tipo corpo estranho ou osteomielites crônicas focais.

Fato a ser considerado é o tempo sem absorção e

substituição que a matriz permanece íntegra. Neste estudo, aos 90 dias,

ainda é grande o volume deste tecido ocupando cerca de 40% da área

em contato com a superfície do implante.

Em outros estudos, com análise de 180 dias, ainda há matriz

sem substituição com metodologia similar). Nos procedimentos de

reabilitação protética imediata, talvez devêssemos considerar o seu uso e

optarmos por tecido ósseo autógeno, que nestes períodos já se encontra

remineralizado (Rangel Garcia, 1997; Rangel Garcia, 2000; Salim, M.A, 2009)

38

Mas, considerando os princípios da implantodontia

osseointegrável advindos dos primeiros estudos, que atribui uma espera de

3 a 6 meses pós-operatórios, o uso da matriz óssea desmineralizada aqui

estudada seria uma opção real para reabilitação com implantes

osseointegráveis em condições adversas de implantação e ancoragem.

39

CONCLUSÃO

Baseados nos resultados colhidos neste estudo, concluímos:

I. Houve osseointegração em todos os implantes estudados

de ambos os grupos, considerando os critérios de

neoformação óssea sem interposição de tecido conjuntivo

e resistência à tentativa de remoção através de torque

reverso ;

II. A matriz óssea desmineralizada mostrou-se biocompatível

e atuou como osseocondutora.

40

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