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FACULDADES ANGLO-AMERICANO CURSO DE FISIOTERAPIA AMIRAH ALI ABDALLAH JANAINE GALINDO SIMONE DE CARVALHO RIBEIRO AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DO ÍNDICE DE CAPACIDADE LOCOMOTORA DOS AMPUTADOS ATENDIDOS NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU FOZ DO IGUAÇU 2010

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FACULDADES ANGLO-AMERICANO CURSO DE FISIOTERAPIA

AMIRAH ALI ABDALLAH JANAINE GALINDO

SIMONE DE CARVALHO RIBEIRO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DO ÍNDICE DE CAPACIDADE LOCOMOTORA DOS AMPUTADOS ATENDIDOS NO CENTRO DE

REABILITAÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

FOZ DO IGUAÇU 2010

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RESUMO

O objetivo do estudo foi avaliar o nível de capacidade locomotora e da qualidade de

vida de amputados que freqüentaram o Centro de Reabilitação do Centro de

Especialidades Médicas, do município de Foz do Iguaçu, Paraná, e descrever o perfil

sóciodemográfico e socioeconômico destas pessoas. Os pacientes amputados foram

divididos em 2 grupos: A, composto por 16 sujeitos em fase de protetização e

protetizados; e B, por 10 sujeitos que se encontravam na fase de cicatrização da

amputação. Para caracterização dos amputados foi proposto um questionário para

avaliar as características sociodemográficas e socioeconômicas, para avaliação da

qualidade de vida foi utilizado o questionário de qualidade de vida SF-36, já para

avaliação da capacidade locomotora foi utilizado o questionário Medida Funcional

para Amputados (MFA). Ambos os grupos apresentaram redução na qualidade de

vida, bem como influência negativa na sua capacidade locomotora, porém sem

diferenças significativas entre eles.

Palavra-chave: Amputação, Reabilitação, fisioterapia, avaliação, locomoção.

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ABSTRACT

The main objective of the study was to evaluate the way of amputees to move and

the quality of health that attended on the Rehabilitation Center of the Center of

Medical Specialties in the municipality of Foz do Iguaçu, Paraná, and also describe

the sociodemographic and socioeconomic profile of these people. The amputees

patients were separated into two groups: in the group A had 16 (sixteen) people

during the phase of fitting and hearing aids, and in the group B had 10 (ten) people

who were in the healing phase of amputation. For the characterization of the

amputees a questionnaire was proposed to evaluate the sociodemographic and

socioeconomic, for the evaluation of the quality of life a questionnaire of Short Form

Health Survey 36 (SF-36) was used, as for the evaluation of moving capacity a

questionnaire of Functional Measure for Amputees (FMA) was used. Both of the

groups had reduced their quality of life as well as the negative influence on their

ability to move, but there weren’t any significant differences between them.

Keywords: amputation, rehabilitation, physiotherapy, evaluation, locomotion.

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1. INTRODUÇÃO

Amputação é uma palavra derivada do latim (ambi = ao redor de/em volta de,

e putatio = podar/retirar), a qual também pode ser definida como sendo a retirada,

normalmente cirúrgica, parcial ou total de um membro, após todas as tentativas para

salvá-lo1. A parte restante do membro amputado recebe o nome de coto e sua

principal finalidade é a fixação da prótese, sendo esta empregada para substituir a

região perdida ou malformada do organismo2. São comuns certas complicações com

o coto, como: deformidade em flexão, neuromas dolorosos, complicações cutâneas,

comprometimento vascular, irregularidades ósseas e excesso de partes moles3.

Outra complicação citada é a sensação fantasma, definida como uma

sensação não dolorosa do membro amputado; enquanto que a dor fantasma é vista

como uma dor referida no membro amputado ou na parte amputada de um membro;

já a dor no coto é uma sensação dolorosa percebida na extremidade do membro

amputado, usualmente na região onde se fez o corte transversal do nervo sensitivo4.

É de extrema importância a distinção destes termos para uma melhor abordagem

fisioterapêutica que atua, desde a fase pré e pós-operatória, até a fase pré e pós-

protetização, tendo como principais objetivos: visar à cicatrização e a redução do

edema do coto, cuidar com o posicionamento no leito prevenindo contraturas e

deformidades articulares, preparar o coto para a protetização e retorno às atividades

de vida diária, restabelecendo, assim, a independência funcional5.

A referência escrita mais antiga sobre amputações é encontrada no Rig-Veda

(3.500 E 1.800 a.C) um antigo poema sagrado indiano que conta a história de uma

rainha guerreira que teve um membro inferior amputado devido à guerra, e ela

confeccionou uma prótese de ferro e retornou à batalha6. Já em 26 de Janeiro de

1971, a agência France Presse publicou um artigo relatando que arqueólogos russos

descobriram um esqueleto de uma mulher com um pé artificial, com data aproximada

de 2300 a.C. A prótese era composta por um pé-de-cabra adaptado ao coto, seu

encaixe foi feito com a própria pele dessecada do animal, esta é provavelmente,

uma das primeiras próteses de que se tem relato7.

As causas de uma amputação são múltiplas sendo, mais freqüentes em

membros superiores os processos traumáticos e tumorais, enquanto nos membros

inferiores, podem-se encontrar etiologias relacionadas aos processos: congênitos,

infecciosos, traumáticos, neuropáticos e tumorais8. Quanto aos níveis de amputação

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dos membros, estes variam conforme a necessidade e as características que o

paciente apresenta, sendo mais comum o nível de amputação transtibial9.

A reabilitação de um amputado não depende apenas da protetização. Existe

um tipo de prótese para cada nível de amputação, mas nem sempre estas atendem

as expectativas do protetizado10. Com a amputação o paciente sofre uma grande

alteração funcional, emocional, social, econômica e psicológica que envolve ele e

toda sua família, os quais podem interferir na sua reabilitação. Sendo este processo

imediato e com o objetivo de recuperar a função, permitindo, assim, a readaptação

profissional e a reintegração social. O papel do fisioterapeuta é fundamental na

reeducação funcional destes pacientes, acompanhando-os nas fases pré e pós-

cirúrgico e de pré e pós-protetização, mantendo as funções músculo-esqueléticas11.

O objetivo do estudo foi avaliar o índice de capacidade locomotora e da

qualidade de vida, assim como traçar o perfil sóciodemográfico e socioeconômico

destas pessoas.

.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo caracterizou-se como um estudo transversal, baseado em

um modelo epidemiológico descritivo, através da identificação de características

sociodemográficas e socioeconômicas de sujeitos amputados, além de quantificar a

qualidade de vida e o nível de amputação destes sujeitos.

O estudo iniciou-se após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade Assis Gurgacz (CEP/FAG) sob protocolo de número 064/2010 (Anexo

01).

No município de Foz do Iguaçu os sujeitos amputados são encaminhados ao

Centro de Reabilitação do Centro de Especialidades Médicas (CR/CEM) para o setor

de prótese e órtese. Neste setor estes sujeitos são cadastrados, e após triagem e

avaliação são encaminhados para aquisição de dispositivos de acordo com as suas

necessidades.

Foram incluídos na pesquisa sujeitos que aceitaram participar da pesquisa

com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 01),

conforme determina a resolução 196/96 do CNS, sujeitos acima de 18 anos, ambos

o sexo, submetidos à amputação de membros, independente do seu nível e de sua

etiologia; protetizados ou não; que frequentam ou já frequentaram o CR/CEM, Foz

do Iguaçu – PR. E foram excluídos da pesquisa, sujeitos que apresentassem

dificuldade na comunicação verbal e escrita, diagnóstico clínico de doenças

neurológicas.

Nos meses de setembro e outubro de 2010, após contato e autorização do

responsável pelo CR/CEM (Apêndice 02) iniciou-se um estudo retrospectivo, por

meio de consulta nos cadastros dos usuários deste centro. Foram consultados os

cadastros realizados de janeiro de 2008 até junho de 2010. Cento e sessenta e

cinco cadastros foram consultados, destes 90 eram de sujeitos com amputação de

membros, os demais não se enquadraram nos critérios de inclusão. Foi levantado o

contato telefônico e endereço de todos os sujeitos. Porém, o contato só foi exitoso

com 50 sujeitos, dos quais 16 concordaram em participar da pesquisa.

No mesmo período, procurou-se o Poliambulatório Nossa Senhora Aparecida

(PNSA), onde o amputado é atendido na fase pós-cirurgica e de cicatrização, e

somente após a cicatrização completa eles são encaminhados para o CR/CEM. Dez

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sujeitos estavam freqüentando o PNSA, e todos concordaram em participar da

pesquisa.

Desta forma, formou-se 2 grupos: grupo A, composto por 16 sujeitos em fase

de protetização e protetizados; e grupo B, por 10 sujeitos que se encontravam na

fase de cicatrização da amputação.

Para o grupo A, como os sujeitos já haviam passado pela fase de

protetização, alguns não freqüentavam mais o CR/CEM. Para os que se

disponibilizaram, foram convidados a participar de uma palestra, na qual foram

abordadas as principais dificuldades na reabilitação, formas para facilitar as

transferências, mudanças de decúbitos, demonstrações de tipos de órteses que

auxiliam na locomoção, respeitando o ciclo normal da marcha, assim como,

orientações nas atividades de vida diária, realizada na Clínica-Escola da Faculdade

Anglo Americano, Foz do Iguaçu – PR e logo após todos foram convidados a

participar da pesquisa avaliativa para caracterizar os amputados, assim como avaliar

a qualidade de vida e independência funcional. E para o grupo B, como ainda se

encontravam em fase de cicatrização, estavam freqüentando o PNSA, onde foi

realizada a pesquisa avaliativa.

Para caracterização dos amputados foi proposto um questionário para avaliar

as relações sociodemográficas e socioeconômicas, além de conter a anamnese do

sujeito (Apêndice 03).

Para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde foi aplicada a

versão brasileira do questionário 36-Item Short-Form Survey, (Anexo 02) conhecido

como SF-36, traduzido e validado por Ciconelli et al. (1997), o qual consiste em oito

domínios, com escores que variam de 0 a 100, que consideram a percepção do

paciente sobre a forma como sua saúde, bem-estar e a maneira como desempenha

suas atividades de vida diária interferem em sua qualidade de vida.

Já para avaliação da capacidade locomotora foi aplicado a versão brasileira

do questionário Functional Measure for Amputees Questionnaire (Medida Funcional

para Amputados – MFA) (Anexo 03), traduzido e validado por Kageyama et al.

(2008). Para esta avaliação foi considerada a questão número 02, a qual consiste de

14 perguntas, permitindo um escore entre 0 a 42, sendo as menores pontuações

associadas às menores disfunções.

Para análise estatística do questionário SF-36 e do escore da questão 2 do

questionário MFA, atribuiu-se como valores médios para a qualidade de vida e para

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a capacidade locomotora 50% dos escores máximos. Assim, cada grupo foi dividido

em 2 subgrupos: os que estavam com escores abaixo de 50% do escore máximo, e

os que apresentavam escore acima de 51% do máximo. Os dados foram submetidos

à análise de contingência inter-grupos, utilizando o qui-quadrado (x2), do programa

GraphPad InStat 3, sendo considerado significativo p<0,05.

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3. RESULTADOS

3.1 Caracterização do grupo A

O grupo A foi composto por 16 sujeitos, sendo 62,5 % protetizados e 37,5%

não protetizados, sendo 10 (62,5%) do sexo masculino e 6 (37,5%) do sexo

feminino, com idade média de 47,81±16,97 anos. O nível de amputação mais

observado foi o transtibial, presente em 50% dos sujeitos, seguido pelo transfemoral

(37,5%), do médio pé (6,3%), e transumeral (6,3%).

As principais etiologias da amputação citadas foram: trauma direto (75%),

diabetes (18,8%), vascular (6,3%). O tempo médio de amputação foi de 8,12±8,05

anos, enquanto o tempo de protetização era de 5,18±6,52 anos. Todos os sujeitos

abordados na pesquisa foram atendidos ou estavam em atendimento

fisioterapêutico, com média de 10,12±14,44 meses. Das possíveis complicações que

podem aparecer após a amputação, a dor fantasma foi citada por 37,5% dos

sujeitos, enquanto a sensação fantasma por 31,25%, já a dor no coto por 6,25% dos

sujeitos.

Nas atividades de vida diária (AVD’s), 50% dos sujeitos foram classificados

como independentes 37,5% independentes com auxilio e 12,5% dependentes.

Quanto aos hábitos de vida 37,5% dos sujeitos entrevistados relatam serem

tabagistas, 18,5% etilistas e 87,5% sedentários.

3.2 Caracterizações do grupo B

O grupo B foi composto por 10 sujeitos, sendo 5 (50%) do sexo masculino e 5

(50%) do sexo feminino, com idade média de 46,4±9,66 anos. O nível de amputação

mais presente foi o transtibial (40%), seguido do médio pé (30%), o transfemoral

(20%) e o quinto dedo do pé (10%).

As principais etiologias da amputação foram: trauma direto (60%) e

comprometimento vascular (40%). O tempo médio de amputação foi de 4,9±3,38

meses. Todos os sujeitos abordados na pesquisa foram atendidos ou estavam em

atendimento fisioterapêutico, com tempo médio de 2,7±1,159 meses. Das possíveis

complicações que podem aparecer após a amputação a dor fantasma esteve

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presente em 80% dos sujeitos, enquanto a sensação fantasma foi relatada por todos

os sujeitos e a dor no coto por 70%.

Nas AVD’s, todos os sujeitos foram classificados como independentes com

auxílio. Quanto aos hábitos de vida, 30% relataram serem tabagistas, 40% etilistas e

todos sedentários.

3.3 Análise do questionário SF-36

Quando comparadas as médias das respostas do questionário SF-36 pode-se

observar médias maiores para o grupo A em relação ao B (Tabela 01), exceto para o

domínio “vitalidade”. Porém, apesar destas diferenças, quando os grupos foram

comparados estatisticamente não foram observadas diferenças significativas entre

os domínios deste questionário (Tabela 02).

Tabela 01: Médias e desvios padrões dos domínios do Questionário SF-36

Domínios Grupo A Grupo B

Capacidade Funcional 56,88±32,8 19,50 ± 31,2

Aspectos Físicos 48,44±41,7 22,50±30,0

Dor 69,25±30,2 58,80±30,8

Estado geral de saúde 69,81±24,0 47,70±19,4

Vitalidade 50,63±15,0 54,00±17,1

Aspectos Sociais 86,11±28,3 57,14±29,4

Aspecto Emocional 38,46±46,2 25,00±44,0

Saúde Mental 52,94±16,9 51,60±16,3

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Tabela 02: Análise inter-grupos dos domínios do Questionário SF-36

<50% > 50% Total P

Capacidade Funcional

grupo A

grupo B

8 (31%) 8 (31%) 16 (62%) 0,2647

8 (31%) 2 (8%) 10 (38%)

Aspectos Físicos

grupo A

grupo B

9 (35%) 7 (27%) 16 (62%) 0,7031

8 (31%) 2 (8%) 10 (38%)

Dor

grupo A

grupo B

5 (19%) 11 (42%) 16 (62%) 0,5880

5 (19%) 5 (19%) 10 (38%)

Estado geral de saúde

grupo A

grupo B

4 (15%) 12 (46%) 16 (62%) 0,1706

6 (23%) 4 (15%) 10 (38%)

Vitalidade

grupo A

grupo B

10 (38%) 6 (23%) 16 (62%) 0,8986

6 (23%) 4 (15%) 10 (38%)

Aspectos Sociais

grupo A

grupo B

4 (15%) 12 (46%) 16 (62%) 0,3789

5 (19%) 5 (19%) 10 (38%)

Aspecto Emocional

grupo A

grupo B

6 (23%) 10 (38%) 16 (62%) 0,4744

6 (23%) 4 (15%) 10 (38%)

Saúde Mental

grupo A

grupo B

7 (27%) 9 (35%) 16 (62%) 0,8506

4 (15%) 6 (23%) 10 (38%)

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3.4 Análise do questionário MFA

Quando comparadas as médias das respostas do questionário MFA pode-se

observar médias maiores para o grupo A em relação ao B (Tabela 03). Porém,

apesar desta diferença, quando os grupos foram comparados estatisticamente não

foram observadas diferenças significativas (Tabela 04).

Tabela 03: Médias e desvios padrões do Questionário MFA

Questão 2 Grupo A Grupo B

Capacidade locomotora 31±9,70 12,2±6,62

Tabela 04: Comparação do Índice de Capacidade Locomotora, análise inter-grupos

<50% >50% Total P

Questão 2

grupo A

grupo B

13 (50%) 3 (12%) 16 (62%) 0,9657

9 (35%) 1 (4%) 10 (38%)

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4. DISCUSSÃO

A alteração na qualidade de vida é uma situação comum em pessoas que

sofreram alguma amputação de membros. Nesta pesquisa foi observada uma

redução em pelo menos um domínio na qualidade de vida de todos os sujeitos.

Destaca-se que a maior redução foi observada nos sujeitos com amputação

transtibial.

Segundo Diogo14, a presença de uma incapacidade funcional, determinada

por uma amputação de membros inferiores implica em interferência sobre a

autonomia e independência da pessoa. No presente estudo foram encontradas

incapacidades funcionais em todos os sujeitos, sendo as maiores nos sujeitos em

fase de cicatrização da amputação. Rosa et al15, definem a incapacidade funcional

pela presença de dificuldade no desempenho de certos gestos e de certas

atividades da vida cotidiana, ou mesmo, pela impossibilidade de desempenhá-las.

Um importante indicador da qualidade de vida é a capacidade funcional,

destacando-se as relações sociais, as condições de saúde, a realização de atividade

e renda, como fatores objetivos. Pesquisas mostram que o bem estar físico objetivo

está diretamente relacionado à ausência de doença ou de comprometimento da

capacidade locomotora e do conforto, portanto, uma boa saúde física é considerada

um forte indicativo de bem estar psicológico (Diogo16).

Ciconelli et al12, ressaltam que é importante descrever o comprometimento da

qualidade de vida de determinada patologia de forma genérica e ao compará-la com

outras doenças pode-se demonstrar sua importância para o individuo, em nível

social ou de saúde, dentro de uma comunidade. Dessa forma, é de extrema

importância possuir parâmetros de avaliação, tais como a avaliação da qualidade de

vida, para nortear a decisão quanto à melhor distribuição de recursos dentro do

sistema de saúde.

Kageyama et al13, traduziu e validou o questionário MFA, criado

especificamente para pacientes amputados, considerando-se sua facilidade de

aplicação, rapidez e avaliação de aspectos relevantes referentes ao uso da prótese.

A questão 02 deste questionário, que gera o Índice da Capacidade Locomotora, é a

única a apresentar um escore (0 a 42 pontos), o que indica que é possível avaliar a

mobilidade dos pacientes que usam ou não prótese por meio deste índice.

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Ao avaliar a população de pacientes amputados, é importante considerar

todos os aspectos: idade, gênero, nível da amputação, etiologia, existência de

doenças associadas, tempo de protetização, o tempo que realizou fisioterapia,

condição socioeconômica, condição sociodemográfica, hábitos de vida, entre outros.

Devido à necessidade de traçar um perfil socioeconômico e

sociodemográfico, foi criado um questionário abordando os itens citados

anteriormente, onde foi possível observar que todos (100%) os sujeitos entrevistados

tinham renda familiar menor que R$1.000, justificando a procura pelo serviço do

Sistema Único de Saúde (SUS).

No estudo de Helm et al17, com 257 pacientes submetidos à amputação de

membros inferiores, os autores constataram que 6% dos pacientes tornaram-se

menos dependentes após a amputação, 36% apresentaram grau de dependência

inalterado, enquanto que em 58%, o grau de dependência aumentou. No atual

estudo, foram constatados no grupo A que 37,5% dos sujeitos, foram considerados

independentes com auxilio, 50% foram considerados independentes e 12,5%

dependentes, já no grupo B 100% dos sujeitos foram considerados independentes

com auxilio, justificando através da fase inicial da amputação o nível maior de

dependência, não sendo considerado o grau de independência anterior a

amputação.

O´Sullivan e Schimtz18, afirmam que a causa mais frequente de amputação é

por doença vascular periférica, combinada ou não com diabetes. Pinto et al19,

descreve que o nível transtibial é o mais freqüente em sujeitos que sofreram

amputação de um membro, apresentando como causas principais, as complicações

vasculares para indivíduos na faixa entre 50 e 75 anos e traumatismos observados

em adultos jovens, porém Bonamigo et al20, observa que a idade média dos

brasileiros amputados é de 63,3 anos. Silva21 mostra que o mecanismo de trauma

direto é o resultado de diversas situações, acometendo em maior escala os

adolescentes e adultos jovens, devido aos acidentes automobilísticos e de trabalho.

No presente estudo pode-se observar que o nível mais freqüente de amputação foi o

transtibial, com prevalência de 50% no grupo A e 40% no grupo B, porém a faixa

etária resultou-se entre 22 e 78 anos.

Para o presente estudo, destaca-se que o município de Foz do Iguaçu

encontra-se em uma região de tríplice fronteira (Paraguai e Argentina), desta forma o

trânsito favorece o acontecimento de acidentes. Fato que pode ser comprovado com

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dados divulgados pelo Anuário Estatístico da Secretaria de Estado de Segurança

Pública do Estado do Paraná, no qual é divulgado que Foz do Iguaçu apresenta a 6ª

maior prevalência de acidentes de trânsito no Estado do Paraná com 2.490

acidentes no ano de 2008.

Teixeira et al22, relatam que a dor fantasma é referida no membro ou em parte

do membro amputado, os mecanismos pelos quais a dor fantasma ocorre ainda não

foram elucidados. Devido à inadequada resposta a diferentes formas de tratamento,

a dor fantasma foi associada a transtornos psicológicos ou a mecanismos

periféricos, ocorrendo em 0,4% a 88% dos indivíduos que sofreram amputação. O

que se confirma com o atual estudo, pois no grupo A, a dor fantasma esteve

presente em 37, 5% dos entrevistados e no grupo B em 80%.

Thomaz e Herdy23, afirmam que a incidência de amputações é maior nos

homens (60%). Confirmando os dados desses autores, foi constatada que a

incidência de amputações, de modo geral, é maior no sexo masculino, sendo 62, 5%

no grupo A e 50% no grupo B.

Já em relação à fisioterapia, os sujeitos que realizavam ou já realizaram

fisioterapia relataram que a maior dificuldade na realização destas foi à questão da

locomoção até as clínicas de fisioterapia. Fato que pode ser correlacionado com o

nível de dependência/independência. Pois conforme observado, muitos dos sujeitos

foram classificados como dependentes com auxílio, e para estes é necessário auxílio

de outra pessoa (acompanhante) ou de alguma órtese.

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CONCLUSÃO

Tanto o grupo que já passou pela fase pré e pós-protetização, como os

amputados que se encontram na fase de cicatrização, apresentam redução na

qualidade de vida, bem como influência negativa na sua capacidade locomotora.

Embora não tenha sido possível obter resultados estatisticamente

significativos, pôde-se observar que os fatores socioeconômicos e

sociodemográficos têm uma relação direta com a reabilitação, podendo progredir ou

retardar este processo.

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Page 18: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

12- Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma RM. Tradução para o

português e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida

SF-36. Rev Bras Reumatol 1999, 39 (3):580-588.

13- Kageyama ERO, Yogi M, Sera CTN, Yogi LS, Pedrinelli A, Camargo OP.

Validação da versão para a língua portuguesa do questionário de Medida

Funcional para Amputados (Functional Measure for Amputees Questionnaire).

Fisioter Pesq 2008, 15(2):164-71.

14- Diogo MJD. A dinâmica dependência-autonomia em idosos submetidos à

amputação de membros inferiores. Rev. Latino-am. Enfermagem - Ribeirão Preto

1997, 5 (1):59-64.

15- Rosa, TEC. Benício, MHD. Latorre, MRDO. Ramos, LR. Fatores determinantes

da capacidade funcional entre idosos. Rev Saúde Pública 2003, 37(1):40-8.

16- Diogo MJD. Avaliação funcional de idosos com amputação de membros

inferiores atendidos em um hospital universitário. Rev. Latino-Am. Enfermagem

2003, 11(1):59-65.

17- Helm, P. Engel, T. Holm, A. Kristiansen, VB. Rosendahi, S. Function after lower

limb amputation. Acta Orthop Sand 1986, 57 (12):154-157.

18- May BJ. Amputação. In: O´Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia: avaliação e

tratamento. 5ª ed. Barueri: Manole, 2010.

19- Pinto MAGS, Astur Filho N, Guedes JPB, Yamahoka MSO. Ponte óssea na

amputação transtibial. Rev Bras Ortop 1998, 33 (7):525-31.

20- Bonamigo TP, Burihan E, Cinelli M, Ristow AV. Doenças da aorta e seus ramos:

Diagnóstico e Tratamento. São Paulo: Fundo Editorial BYK, 1991.

21- Silva CPD. Perfil dos pacientes amputados de membro inferior internados no

hospital Nossa Senhora da Conceição – Tubarão/SC, 2008

22- Gutmann RMB, Freitas A, Rêgo CACS, Filho ALG, Pustilnick A, Silva SC, Rosa

P. Anuário Estatistico da Secretária de Estado da Segurança Pública do Estado

do Paraná, 2008.

23- Teixeira MJ, Imamura M, Calvimontes RCP. Dor fantasma e no coto de

amputação. Revista de Medicina. Rev. Med. 1999, 78 (2):192-6.

24- Thomaz JB, Herdy CDC. Fundamentos de Cirurgia Vascular e Angiologia. São

Paulo: BYK, 1997.

Page 19: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

ANEXOS

Page 20: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

ANEXO 01

Page 21: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

ANEXO 02

Questionário SF-36

1. Em geral, você diria que sua saúde é:

Excelente 1

Muito boa 2

Boa 3

Ruim 4

Muito ruim 5

2. Comparada há um ano, como você classificaria sua saúde em geral, agora?

Muito melhor agora do que há um ano atrás 1

Um pouco melhor agora do que há um ano atrás 2

Quase a mesma de um ano atrás 3

Um pouco pior agora do que há um ano atrás 4

Muito pior agora do que há um ano atrás 5

3. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer

essas atividades? Neste caso, quanto?

Atividades Sim. Dificulta

muito

Sim. Dificulta

um pouco

Não. Não

dificulta de

modo algum

a. Atividades vigorosas, que exigem muito

esforço, tais como correr, levantar objetos

pesados, participar em esportes árduos

1 2 3

b. Atividades moderadas, tais como mover

uma mesa, passar aspirador de pó, jogar

bola, varrer a casa

1 2 3

c. Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

d. Subir vários lances de escada 1 2 3

e. Subir um lance de escada 1 2 3

Page 22: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

f. Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g. Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

h. Andar vários quarteirões 1 2 3

i. Andar um quarteirão 1 2 3

j. Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

4. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como conseqüência

de sua saúde física?

Sim Não

a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

b. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

c. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades? 1 2

d. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex:

necessitou de um esforço extra?)

1 2

5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de

algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso?

Sim Não

a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

b. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

c. Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado

como geralmente faz?

1 2

6. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em

relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo?

Page 23: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

De forma nenhuma 1

Ligeiramente 2

Moderadamente 3

Bastante 4

Extremamente 5

7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma 1

Muito leve 2

Leve 3

Moderada 4

Grave 5

Muito grave 6

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)?

De maneira nenhuma 1

Um pouco 2

Moderadamente 3

Bastante 4

Extremamente 5

9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido

com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma

resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente em relação as

últimas 4 semanas.

Todo

tempo

A

maior

parte

do

tempo

Uma

boa

parte

do

tempo

Algum

a

parte

do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a. Quanto tempo você tem se sentido 1 2 3 4 5 6

Page 24: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

cheio de vontade, cheio de força?

b. Quanto tempo você tem se sentido

uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c. Quanto tempo você tem se sentido

tão deprimido que nada pode animá-

lo?

1 2 3 4 5 6

d. Quanto tempo você tem se sentido

calmo ou tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e. Quanto tempo você tem se sentido

com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f. Quanto tempo você tem se sentido

desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

g. Quanto tempo você tem se sentido

esgotado?

1 2 3 4 5 6

h. Quanto tempo você tem se sentido

uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i. Quanto tempo você tem se sentido

cansado?

1 2 3 4 5 6

10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais?

Todo o tempo 1

A maior parte do tempo 2

Alguma parte do tempo 3

Uma pequena parte do tempo 4

Nenhuma parte do tempo 5

Page 25: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

11. O quanto é verdadeiro ou falso cada uma das afirmações para você?

Definitiva-

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não

sei

A

maioria

das

vezes

falsa

Definiti-

vamente

falsa

a. Eu costumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b. Eu sou tão saudável quanto

qualquer pessoas que eu

conheço

1 2 3 4 5

c. Eu acho que a minha saúde

vai piorar

1 2 3 4 5

d. Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5

Page 26: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

ANEXO 03

Questionário de Medida Funcional para Amputados

1- Você diria que é capaz de colocar sua prótese:

a) Sozinho, sem qualquer dificuldade?

b) Sozinho, mas com dificuldade?

c) Sozinho, mas com outra pessoa orientando?

d) Somente se tiver ajudar de outra pessoa?

2- (escore 0 a 42 pontos)

Atualmente, você consegue realizar as seguintes atividades usando a sua

prótese? Mesmo que, para isso, tenha que usar uma bengala ou qualquer

outro auxílio para realizá-las? NÃO – 0; SIM, se alguém me ajudar – 1; SIM, se

alguém estiver próximo -2; SIM, sozinho – 3.

0 1 2 3

a) Levantar-se de uma cadeira?

b) Pegar um objeto no chão quando você está em pé com a sua

prótese?

c) Levantar-se do chão? (por exemplo, se você tivesse caído)

d) Andar pela casa?

e) Andar fora de casa em piso liso?

f) Andar fora de casa em piso irregular ou acimentado?

g) Andar fora de casa com mau tempo, por exemplo, com chuva?

h) Subir escadas segurando um corrimão?

i) Descer escadas segurando um corrimão?

j) Subir na calçada?

k) Descer da calçada?

l) Subir alguns degraus sem um corrimão?

m) Descer alguns degraus sem um corrimão?

n) Andar enquanto carrega um objeto? (por exemplo, xícara ou

copo)

Page 27: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

3- Quando você precisa se locomover dentro de casa, aproximadamente

quanto das suas atividades são feitas...

Nenhuma Metade Quase todas

Na cadeira de rodas?

Andando com sua prótese? (Mesmo que

precise usar bengala ou andador)

Andando sem sua prótese, mas usando um

auxílio para andar, como muletas?

4- Quantas horas por dia você usa sua prótese? __________

Quantos dias por semana você usa sua prótese? _______

5- O que impede de usar sua prótese para se locomover dentro de casa?

** se o paciente responder que concorda a frase abaixo, ignore os itens

seguintes e passe para a questão 6 **

Concordo Discordo

a) Eu sempre uso minha prótese para me locomover dentro

de casa.

b) Eu não me locomovo rápido o suficiente com a minha

prótese dentro de casa.

c) Eu acho muito cansativo me locomover com a minha

prótese dentro de casa.

d) Usar minha prótese para me locomover dentro de casa

causa problemas para minha perna não amputada. (ex:

dor)

e) Quando uso minha prótese para me locomover dentro de

casa ela me causa problemas (ex: desconforto,

transpiração)

f) Usar minha prótese para me locomover dentro de casa

causa problemas para meu coto (ex: irritação da pele, dor,

feridas)

g) Usar minha prótese para me locomover dentro de casa me

faz sentir inseguro.

Page 28: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

h) Eu não uso a minha prótese para me locomover dentro de

casa, porque sinto que ela precisa de ajustes. (ex: larga,

apertada)

i) Eu não uso minha prótese para me locomover dentro de

casa por outras razões.

6- Quando você precisa se locomover fora de casa, aproximadamente quanto

das suas atividades são feitas...

Nenhuma Metade Quase todas

a) Na cadeira de rodas?

b) Andando com sua prótese, mesmo se usando

bengala?

c) Andando sem sua prótese, mas usando

muletas?

7- O que o impede de usar a sua prótese para de locomover fora de casa:

** se o paciente responder que concorda a frase abaixo ignore os itens

seguintes e passe para a questão 8 **

Concordo Discordo

a) Eu sempre uso a minha prótese para me locomover

fora de casa.

b) Eu não me locomovo rápido o suficiente com a minha

prótese fora de casa.

c) Eu acho muito cansativo usar minha prótese fora de

casa.

d) Usar minha prótese para me locomover fora de casa

causa problemas para a minha perna não amputada.

e) Quando uso minha prótese para me locomover fora de

casa, ela me causa problemas.

f) Usar minha prótese para me locomover fora de casa

causa problemas para meu coto.

g) Quando não uso minha prótese fora de casa tenho

medo de cair.

Page 29: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

h) Não uso minha prótese fora de casa quando a

distancia a percorrer é muito longa.

i) Eu não uso minha prótese para me locomover fora de

casa por outras razões. (ex: muito pesada)

8- Quando você anda com a sua prótese, aproximadamente, qual a distancia

que consegue percorrer sem parar?

a) Eu posso andar o quanto eu quiser.

b) Eu posso andar aproximadamente 100 passos sem parar.

c) Eu posso andar mais que 30 passos de uma vez, mas menos do que

100 sem parar.

d) Eu posso andar entre 10 a 30 passos sem parar.

e) Eu posso andar menos de 10 passos sem parar.

f) Eu não consigo andar com a minha prótese.

9- Desde que você recebeu alta, você caiu enquanto usava a sua prótese?

Sim ( ) Quantas vezes no ultimo mês? ____ Não ( )

10- Que tipo de auxílio para andar você mais usa para realizar atividades com a

prótese? (ex: levantar-se, andar, subir escadas) ** As duas próximas questões,

11 e 12, só serão feitas se o paciente não estiver usando a prótese. Se o

paciente usa a prótese, passe para a questão 13.

Dentro de casa Fora de casa

Nenhum

1 bengala

2 bengalas

1 bengala com 4 apoios

Muletas

Andador

Outros (especificar)

Page 30: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

11- Quando você parou de usar a sua prótese?

a) Há menos de 1 mês b) Há menos de 3 anos

c) Há menos de 6 meses d) Há menos de 4 anos

e) Há menos de 1 ano f) Há 4 anos ou mais

g) Há menos de 2 anos h) Eu nunca a usei

12- Por que você parou de usar sua prótese?

a) O cartucho da minha prótese estava muito largo para o meu coto.

b) O cartucho da minha prótese estava muito apertado para o meu

coto.

c) Era muito cansativo.

d) Foi realizada uma nova cirurgia no meu coto (ex: nova amputação.

e) Outros motivos (especificar)

13- (Reformulada)

Nas suas atividades do dia-a-dia, dentro e fora de casa, qual a resposta que

melhor descreve o grau de dificuldade que você apresenta depois da

amputação?

a) Eu não era uma pessoa muito ativa antes da minha perna ser amputada.

b) Eu deixei de fazer a maioria das minhas atividades após amputação da

perna.

c) Eu só consigo realizar as atividades dentro de casa.

d) Eu faço todas as atividades dentro de casa e só consigo fazer algumas

fora.

e) Eu retornei as minhas atividades exatamente como antes da amputação.

Page 31: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

APÊNDICES

Page 32: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

APÊNDICE 01

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário(a), da pesquisa –

Avaliação da Qualidade de Vida e Independência Funcional dos Amputados

Atendidos no Centro de Reabilitação de Foz do Iguaçu, no caso de você concordar

em participar, favor assinar ao final do documento.

Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá

desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum

prejuízo em sua relação com o pesquisador(a) ou com a instituição.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do

pesquisador(a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação.

TÍTULO DA PESQUISA: Avaliação da Qualidade de Vida e Independência

Funcional dos Amputados Atendidos no Centro de Reabilitação de Foz do

Iguaçu

PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Andersom Ricardo Fréz.

ENDEREÇO: Avenida José Maria de Brito, 2930, ap 508.

TELEFONE: (45) 9912-7521

PESQUISADORES PARTICIPANTES: Amirah Ali Abdallah, Janaine Galindo,

Simone de Carvalho Ribeiro.

PATROCINADOR: não consta.

OBJETIVOS: Caracterizar os amputados que freqüentam o Centro de Reabilitação

do Centro de Especialidades Médicas de Foz do Iguaçu, Paraná

JUSTIFICATIVA: O Centro de Reabilitação do Centro de Especialidades Médicas de

Foz do Iguaçu não possui dados epidemiológicos sobre amputados, níveis e

etiologias das amputações. Assim como inexiste o controle sobre a demanda de

pacientes atendidos e seus perfis socieoeconômicos e sociodemográficos. Neste

sentido, torna-se de grande importância o levantamento e caracterização dos

usuários deste setor, permitindo, assim, um melhor controle da demanda destes

pacientes, de acordo com a realidade local.

Page 33: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Inicialmente será realizado um levantamento no

banco de dados do Centro de Reabilitação do Centro de Especialidades Médicas de

Foz do Iguaçu para ter o conhecimento do número de sujeitos que frequentaram ou

que frequentam este Centro. Através dos dados dos cadastros os sujeitos serão

recrutados através de contato telefônico e via carta.

RISCOS E DESCONFORTOS: Riscos mínimos.

BENEFÍCIOS: Traçar propostas mais adequadas de acordo com perfil encontrado.

CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto com

sua participação.

CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Será garantido o sigilo e a privacidade dos

sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa, os dados não serão

divulgados.

Assinatura do Pesquisador Responsável

_____________________________________

Eu, NOME DO VOLUNTÁRIO (A), declaro que li as informações contidas nesse

documento, fui devidamente informado pelo pesquisador – Andersom Ricardo Fréz

– dos procedimentos que serão utilizados, riscos e desconfortos, benefícios,

custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa, concordando

ainda em participar da pesquisa.

Foi-me garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento,

sem qualquer penalidade ou interrupção de meu

acompanhamento/assistência/tratamento. Declaro ainda que recebi uma cópia desse

Termo de Consentimento.

Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o

CEP/FAG, com endereço na Faculdade Assis Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep

85807-030, Fone: (45) 3321-3871, no e-mail: [email protected] sempre que

entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de

pesquisa e minha participação no mesmo.

Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas

concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados

pessoais não sejam mencionados.

Page 34: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

Foz do Iguaçu, junho de 2010.

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e

aceite do sujeito em participar.

Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):

Nome:

________________________________Assinatura:_______________________

Nome:

________________________________Assinatura:_______________________

Page 35: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

APÊNDICE 02

AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DE PESQUISA

Eu Nabil El Hajjar, responsável pelo Centro de Reabilitação do Centro de

Especialidades Médicas, autorizo a realização da Pesquisa intitulada Avaliação da

Quantidade de Vida e Independência Funcional dos Amputados Atendidos no Centro

de Reabilitação de Foz do Iguaçu, que tem por objetivo Caracterizar os amputados

que frequentam o Centro de Reabilitação do Centro de Especialidades Médicas de

Foz do Iguaçu, Paraná.

Estou ciente de que a pesquisa será realizada sob a responsabilidade de

Andersom Ricardo Fréz, e concordo que a mesma seja realizada no período de 01

de julho de 2010 a 30 de novembro de 2010.

Atenciosamente,

___________________________________________________

Nabil El Hajjar

Centro de Reabilitação do Centro de Especialidades Médicas

Page 36: Avaliação da qualidade de vida e do índice de capacidade locomotora dos amputados atendidos no centro de reabilitação de foz do iguaçu

APÊNDICE 03

Questionário Sociodemográfico e Socioeconômico

Anamnese

Nome: ______________________________________________________________

Data de nascimento: ___/___/___ Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )

Nível de Escolaridade: _________________________________________________

Profissão: ___________________________________________________________

Renda Familiar:_______________________________________________________

Nível de amputação: __________________________________________________

Protetizado ( ) Não-protetizado ( )

História da Patologia Atual:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

História da Patologia Pregressa:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Hábitos de Vida: (Tabagista/etilista/atividade física):

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________