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Graziele Ap. de Morais Almeida
R.A. 001200500297 8º semestre
Robson Ribeiro das Neves
R.A. 001200400422 8º semestre
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE SEXUAL DAS MULHERES
ATENDIDAS NO SETOR DE SAÚDE DA MULHER DA
CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE
SÃO FRANCISCO
Bragança Paulista- SP
2008
Graziele Ap. de Morais Almeida
1
R.A. 001200500297 8º semestre
Robson Ribeiro das Neves
R.A. 001200400422 8º semestre
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE SEXUAL DAS MULHERES
ATENDIDAS NO SETOR DE SAÚDE DA MULHER DA
CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE
SÃO FRANCISCO
Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Fisioterapia da Unidade Acadêmica da Área Biológica da Universidade São Francisco, sob a orientação temática da Prof.ª Ms. Andréa de Vasconcelos Gonçalves como exigência para obtenção do bacharelado em fisioterapia.
Bragança Paulista – SP
2008 ALMEIDA, Graziele Aparecida de Morais; NEVES, Robson Ribeiro das. Avaliação da
atividade sexual das mulheres atendidas no setor de saúde da mulher da clínica escola de
Fisioterapia da Universidade São Francisco. Trabalho de Conclusão de Curso defendido e
2
aprovado na Universidade São Francisco, Bragança – Paulista, em 05 de Dezembro de 2008
pela banca examinadora constituída pelos professores.
___________________________________________________________________ Profª. Ms. Andréa de Vasconcelos Gonçalves
USF- Orientadora
___________________________________________________________________ Profª. Ms. Mônica Maria Emi Aoki Inoue
USF- Examinadora
___________________________________________________________________ Profª. Drª. Rosimeire Simprini Padula
USF- Examinadora
DEDICATÓRIA
3
Á João Ferreira de Almeida
Pai querido, que me ensina a lutar e enfrentar cada vez
mais barreiras. Sempre ao meu lado apoiando em todos
os momentos. Paizão só queria dizer que te amo muito e
obrigada por estar sempre comigo.
AGRADECIMENTOS
4
A importância de se realizar um trabalho de conclusão de curso é poder compartilhar
durante a pesquisa com pessoas que te agradam e de várias formas melhoram o seu dia-a-dia
incentivando ainda mais sua capacidade intelectual. Essas pessoas são:
Professora Andréa de Vasconcelos Gonçalves, do Curso de Fisioterapia da Área de
Ginecologia e Obstetrícia, nossa Orientadora, que por todo esse tempo nos mostrou que
somos capazes de fazer acontecer, mas que isso só dependeria de nós mesmos.
Professora Katiuscia Scasni Mennon, do Curso de Fisioterapia da Área de Ginecologia e
Obstetrícia, que nos deu muito carinho e atenção em várias etapas de nosso trabalho.
E, aos nossos queridos colegas que passaram pelo setor de Ginecologia e Obstetrícia
(GO), que mantiveram imensa paciência quando estávamos realizando algumas etapas de
nosso trabalho no setor.
5
"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo”.
(Albert Einstein).
ALMEIDA, Graziele Aparecida de Morais; NEVES, Robson Ribeiro das. Avaliação da vida sexual das mulheres atendidas no setor de saúde da mulher da clínica escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação de Fisioterapia) – Curso de Fisioterapia da Unidade Acadêmica da Área da Saúde da Universidade São Francisco, Bragança - Paulista.
RESUMO
6
A sexualidade é um aspecto do ser humano que compreende o sexo, orientação sexual, intimidade, erotismo, prazer e reprodução. Sendo expressa e vivenciada de várias formas, contudo, a sexualidade não é somente um ato sexual, ela possui uma grande extensão sendo influenciada por vários fatores interligados. Objetivo: avaliar o comportamento sexual de mulheres atendidas no setor de Saúde da Mulher da Clínica escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco, com as alterações como incontinência urinária, incontinência fecal, mulheres mastectomizadas, mulheres com cistocele, gestantes e climatéricas. Material e Método: foi utilizado um questionário validado GRISS- Feminino elaborado por Golombok & Rust, compreendendo 28 perguntas que tem por objetivo avaliar a resposta sexual e o relacionamento com o parceiro. Resultados: destacamos que de um total de 42 mulheres, 18 responderam ao questionário e 24 não responderam o questionário. Das 18 avaliadas, 44% tinham IU, 17% eram mastectomizadas, 11% apresentavam IU associada á cistocele, 11% eram gestantes, 11% apresentavam cistocele e 6% apresentavam IF. Dás 24 mulheres que não responderam o questionário 66% eram mastectomizadas, 17% apresentavam IU, 13% IU associada a IF e 4% apresentavam IU associada á cistocele. De forma global, essas mulheres demonstraram dificuldades no ato sexual e em sua sexualidade. Conclusão: foi possível identificar a presença de disfunções sexuais nas mulheres atendidas na CEF da USF do setor da SM com as seguintes alterações: incontinência urinária, incontinência fecal, mulheres mastectomizadas, mulheres com cistocele, gestantes e climatéricas. Palavras - chave: FISIOTERAPIA; SEXUALIDADE; DISFUNÇÃO SEXUAL.
ABSTRACT
Sexuality is one aspect of the human being that includes the sex, sexual orientation, intimacy, eroticism, pleasure and reproduction. Being expressed and vivenciada in several ways, however, sexuality is not only a sexual act, it has a great extension being influenced by
7
several interlinked factors. Objective: To assess the sexual behaviour of women met at the Women's health clinic School of Physiotherapy University of São Francisco, with the amendments as bedwetting, fecal incontinence, mastectomizadas women, women with cistocele, pregnant women and weather. Material and method was used: a questionnaire validated GRISS – for women prepared by Golombok & Rust, comprising 28 questions that assess the response and the sexual relationship with the partner. Results: namely that of a total of 42 women, 18 and 24 replied to the questionnaire did not reply to the questionnaire. Of 18 evaluated, 44% had UI, 17% were mastectomy, 11% had UI associated with will cistocele, 11% were pregnant women, 11% had cistocele and 6% had If. One 24 women who did not reply to the questionnaire were 66% mastectomy, 17% had UI, 13% UI associated with qual and 4% had UI associated with will cistocele. Of these women have shown difficulties in sexual and sexuality. Conclusion: unable to identify the presence of dysfunctions in women met in the EFC USF sector SM with the following changes: bedwetting, fecal incontinence, mastectomy women, women with cistocele, pregnant women and weather. Key words: PHYSIOTHERAPY; SEXUALITY; SEXUAL DYSFUNCTION.
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS ..........................................................................................................
10
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................
11
2. OBJETIVO
..................................................................................................................19
2.1 Objetivo Geral ...........................................................................................................
19
8
2.2 Objetivo Específico ...................................................................................................
19
3. MÉTODO ...................................................................................................................
20
3.1 Critérios de Inclusão ..................................................................................................
20
3.2 Critérios de Exclusão .................................................................................................
20
3.3 Material e Equipamento .............................................................................................
20
3.4 Procedimentos
..............................................................................................................21
4. RESULTADOS ...........................................................................................................
22
5. DISCUSSÃO ...............................................................................................................
28
6. CONCLUSÃO .............................................................................................................
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................
33
ANEXOS ............................................................................................................................
36
Anexo 1 ..............................................................................................................................
36
9
Anexo 2
...............................................................................................................................38
LISTA DE SIGLAS
AVD – Atividade de Vida Diária
CEF – Clínica Escola de Fisioterapia
GO – Ginecologia e Obstetrícia
GRISS – Inventário de Satisfação Sexual de Golombok e Rust (versão feminina)
ISD – Inibição do Desejo Sexual
IU – Incontinência Urinária
IF – Incontinência Fecal
OMS – Organização Mundial da Saúde
SM – Saúde da Mulher
USF - Universidade São Francisco
10
1. INTRODUÇÃO
A sexualidade é um aspecto do ser humano que compreende o sexo, orientação sexual,
intimidade, erotismo, prazer e reprodução. Sendo expressa e vivenciada de várias formas.
Contudo, a sexualidade não é somente o ato sexual, ela possui uma grande extensão sendo
influenciada por vários fatores interligados, dentre eles, os psicológicos, biológicos, sócio-
econômico, culturais e religiosos (JOLLY & ILKKARACAN, 2007).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade humana é parte
integral da personalidade de cada um, não sendo somente o coito ou presença ou não de
orgasmo, mas sim, uma energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se
expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas tocam e como são
tocadas. É uma maneira que influencia na personalidade a capacidade de comunicação com
outras pessoas (ETIENNE & WAITMAN, 2006).
BADRAN e colaboradores (2007), afirmam ainda, que a sexualidade é um pilar da
qualidade de vida, e que durante experiências evolutivas no sexo, é interferida por fatores
complexos durante o decorrer da vida, dando as pessoas um gesto de satisfação pessoal.
Ao ser associada à sexualidade com o afeto, observa-se ainda nos dias de hoje, que
estes refletem emoções confusas por parte global da população, desestabilizando-os e
provocando resistências (DALL’AGNOL, 2003). O sexo feminino possui uma sexualidade no
corpo todo, tendo uma vivência mais espiritual, e uma sensualidade maior que a genitalidade,
sendo diferente do homem, na qual sua sexualidade está mais focada nos órgãos genitais, e
tendo uma vivência objetiva (MEDEIROS & BRAZ, 2004).
Mas desde épocas passadas a sexualidade feminina é referida de conceitos sociais e
psicológicos. Nessas épocas, as mulheres já eram consideradas um ser inferior, como expressa
Pitágoras “havia um princípio bom que criou o homem, e um princípio mau que criou o caos,
as trevas e a mulher”. Eurípedes afirma “a mulher é o mais temível dos males”. E Aristóteles
descrevia que a mulher é “matéria, enquanto o homem era o mais divino elemento”. Até a
própria igreja Católica desfazia das mulheres, dizendo que “a mulher é uma besta insegura e
indomável” (SÁ et al., 2000).
A sexualidade feminina sempre foi cheia de preconceitos, a mulher na infância já
aprende que a sexualidade é prioridade masculina, então ela cresce reprimida, absorvendo
mais discriminação cultural. A menopausa é permeada de preconceito, e a mulher por não ser
mais reprodutora, sente-se menos mulher (SÁ et al., 2000).
11
Para que se estabeleça liberdade sexual feminina, é necessário ter maturidade e
equilíbrio emocional para um autoconhecimento e auto-estima (SÁ et al., 2000). Falta de
conhecimento sobre a própria sexualidade, desinformação sobre a fisiologia da resposta
sexual, problemas de ordem pessoal e, sobretudo conflitos conjugais são capazes de
desencadear sérios problemas emocionais nas mulheres e consequentemente alterar a sua
resposta sexual (ABDO & FLEURY, 2006). Então, para se compreender a importância da
sexualidade feminina, é necessário ter o conhecimento da resposta fisiológica do ciclo sexual
feminino, suas disfunções e o tratamento.
O ciclo da resposta sexual feminino obedece às mesmas fases e alterações das estruturas
genitais e corpóreas do homem (HALBE, 1993), ocorrendo uma resposta extragenital que
compreende: mamas, rubor sexual, miotonia, hiperventilação, taquicardia, pressão arterial e
perspiração, e uma resposta genital que compreende: o clitóris e a vagina (ETIENNE
&WAITMAN, 2006). Essas respostas são descritas no ciclo sexual feminino dentro de cinco
fases, sendo elas, a fase do desejo, fase de excitação, fase de platô, fase orgásmica e fase de
resolução (HALBE, 1993).
A fase do desejo sexual a mulher apresenta sentimentos, fantasias sexuais e respostas
aos estímulos sexuais. Esta fase corresponde às motivações que a levam ao ato sexual. Ainda
que, para se tentar a atividade sexual, não exista consciência do desejo sexual, uma atitude
receptiva, leva a concretização do encontro sexual, culminando na fase de excitação
(ETIENNE &WAITMAN, 2006).
A fase de excitação (estágio inicial de lubrificação-tumescência) começa por uma
sensação de excitação sexual, pelo início de uma reação orgânica generalizada de tensão
muscular, vaso-congestão e início de lubrificação vaginal. Após 10 a 30 segundos do começo
de estimulação sexual eficaz, uma reação vaso-congestiva nos tecidos que circundam a vagina
faz com que um transudato passe através das paredes da vagina e forme gotículas no seu
revestimento, que logo se agregam, formando a lubrificação vaginal (PIATO, 2002), as
mamas aumentam, ocorre tumescência da aréola e ereção papilar (HALBE, 1993), inicia-se
rubor sexual (ETIENNE & WAITMAN, 2006).
Na fase de platô, a vaso-congestão local atinge sua extensão máxima, os pequenos
lábios ingurgitados ficam com uma intensa coloração arroxeada. O terço ântero-inferior da
vagina atinge vaso-congestão máxima, formando a plataforma orgásmica, há um aumento
maior do útero e retração do clitóris de sua posição protuberante, colocando-se por trás da
sínfise pubiana (PIATO, 2002). Nesta fase as mamas atingem maior intensidade, aumentando
a tumescência da aréola e ereção papilar (HALBE, 1993), o rubor sexual vai se espalhando
12
por todo o corpo conforme a intensidade da tensão sexual, a freqüência respiratória aumenta,
a hiperventilação e pressão arterial aumentam no final desta fase (ETIENNE & WAITMAN
2006).
A fase orgásmica consiste em contrações reflexas ritmadas dos músculos perivaginais e
perineais que circundam a vagina, a intervalos de 0,8 segundos sendo visíveis na plataforma
orgásmica. O útero também participa dessas contrações rítmicas. A resposta orgásmica
feminina não é seguida de período resistente, a mulher é imediatamente capaz de atingir um
segundo orgasmo, caso a estimulação sexual prossiga (PIATO, 2002), as mamas permanecem
ao mesmo estado em relação à fase de platô, o rubor começa a desaparecer, a hiperventilação,
a taquicardia e pressão arterial aumentam ainda mais
(ETIENNE & WAITMAN, 2006).
Na fase de resolução, as alterações fisiológicas ocorridas durante a resposta sexual
regridem e os tecidos reativos retornam a um estado de repouso. O clitóris geralmente retorna
a sua posição normal em 10 segundos e a plataforma orgásmica sofre rápida detumescência,
de 10 a 15 minutos, podendo transcorrer antes que a vagina retorne o seu estado habitual não-
estimulado e para que o útero desça até sua posição basal. Momentos após o orgasmo os
pequenos lábios perdem sua intensa coloração arroxeada (PIATO, 2002). As mamas
diminuem lentamente, ocorre detumescência da aréola e involução da papila (HALBE, 1993).
À medida que os fenômenos congestivos regridem, ocorre na maior parte das mulheres a
perspiração, mas caso a tensão orgástica não seja tão intensa, será rara a resposta de
perspiração (ETIENNE & WAITMAN, 2006).
Qualquer interrupção ou ausência dessas fases podem resultar em disfunção sexual
influenciando a saúde física e mental, afetada por fatores orgânicos, emocionais e sociais
(FERREIRA et al, 2007).
Uma extensa revisão sistemática em 2004, sobre disfunções sexuais femininas,
constatou uma prevalência de 64% de mulheres com disfunção do desejo, 35% com disfunção
de orgasmo, 31% de excitação e 26% de dispareunia. No Brasil, Abdo et al. avaliando 1219
mulheres, observaram que 49% tinham pelo menos uma disfunção sexual, sendo 26,7%
disfunção do desejo, 23% dispareunia e 21% disfunção do orgasmo
(ABDO et al., 2006).
Como relata Piato (2002) as disfunções do ciclo de resposta sexual feminina se resumem
em inibição do desejo sexual, disfunção orgástica e vaginismo. A Inibição do desejo sexual
(IDS) é uma disfunção sexual caracterizada por redução persistente da motivação em relação
ao sexo. Correspondendo à clássica redução da libido. A mulher é capaz de realizar um
13
desempenho normal no envolvimento sexual com as fases de excitação e orgasmo
satisfatórios, quando insistida pelo parceiro. Então, busca omitir sempre sua desmotivação
sexual, por outras dificuldades supostas ou reais, no desempenho sexual.
Na disfunção orgástica a mulher se sente insatisfeita por não atingir o orgasmo por
penetração vaginal exclusiva. Obtendo somente resposta orgástica durante a relação sexual
quando se auto-estimula ou é estimulada no clitóris (PIATO, 2002). A mulher que tem
dificuldades para atingir o orgasmo, pode se tornar uma pessoa deprimida, aflita, com baixa
auto-estima e consequentemente tendo sua qualidade de vida comprometida (MEDEIROS &
BRAZ, 2004).
O vaginismo é causado por contratura involuntária da musculatura perivaginal,
impedindo a penetração vaginal, causando alteração no desempenho sexual feminino. A
mulher com vaginismo apresenta desconhecimento de sua anatomia genital, dor intensa e
atitude fóbica em relação à penetração. Este desconhecimento favorece a atitude fóbica,
passando uma percepção á mulher que seus tecidos serão dilacerados. A dor é pela contratura
do músculo pubococcígeo e do bloqueio da lubrificação vaginal. A ausência de auto-imagem
corporal é tão acentuada que quando pede a paciente para localizar o intróito vaginal, a
mesma localiza qualquer coisa que acha que é o que foi solicitado, sem conseguir localizá-lo
(PIATO, 2002).
Condições que determinam hipoestrogenismo, tais como, disfunção no eixo hipotálamo-
hipófise, castrações cirúrgicas ou medicamentosas são igualmente capazes de gerar disfunções
sexuais. As queixas sexuais mais comuns associadas à deficiência de estrogênio ou
testosterona são o ressecamento vaginal, diminuição do desejo e disfunção da excitação.
Diferentes medicações podem interferir de forma negativa na resposta sexual. Mulheres
usuárias de agentes anti-hipertensivos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e
drogas quimioterápicas, freqüentemente relatam diminuição do desejo sexual, da excitação e
dificuldade em atingir o orgasmo (ABDO & FLEURY, 2006).
De acordo com Halbe, (1993), existem ainda, mais disfunções sexuais femininas sendo
elas de: causas vulvares - A vulva pode adquirir algumas patologias, interferindo no
relacionamento sexual. Pode ser por infecções e infestações, ardência pós-coito, anomalias
anatômicas, abcessos inguinais e pubianos, abcessos da glândula de Bartholin, episiotomia,
higiene perineal ou vulvar; causas clitoridianas – O clitóris é objeto de grande atenção na
questão sexual, se há uma patologia de outros órgãos do corpo pode afetá-lo podendo ser por
uma infecção, tumor, formação de cicatriz e atrofia; causas himenais – A membrana himenal
separa a vulva da vagina e parte das disfunções sexuais é por esta membrana; causas vaginais
14
– Como anomalias anatômicas, infecções e infestações, lesões vaginais decorrentes do parto,
alterações hormonais da vagina, lacerações vaginais; causas cervicais – Na excitação sexual o
colo uterino se desloca para maior acomodação do pênis, caso haja patologia que interfira
neste deslocamento, pode desencadear dor ou desconforto na relação; causa uterina –
Dispareunia, tumores uterinos, adenomiose, endometriose e infecção pélvica; tumores
pélvicos; cirurgia ginecológica; gravidez – O relacionamento sexual pode ser alterado, pois
na gravidez há grandes riscos, como ameaça de aborto, abortamento induzido, gravidez
ectópica; esterilização – Mulheres que se submetem a esta cirurgia podem apresentar reações
adversas á resposta sexual.
Etienne & Waitman (2006) complementam também, a sexualidade em condições
especiais como Incontinência Urinária (IU) caracterizada por perda involuntária de urina,
que pode ocorrer durante a relação sexual. A perda urinária ou ameaça de perda durante a
relação sexual pode trazer retraimento e iniciar uma disfunção sexual na mulher.
A Incontinência Fecal (IF) é a perda involuntária de fezes sólidas e líquidas
(OLIVEIRA et. al., 2006), e que resulta na ação conjunta da musculatura esfincteriana anal e
dos músculos do assoalho pélvico, da presença do reflexo inibitório reto-anal, da capacidade,
sensibilidade e complacência retal, consistência das fezes e do tempo de trânsito intestinal. A
ameaça de perda fecal, também pode trazer conseqüências negativas á sexualidade (LOPES &
HIGA, 2006).
A Cistocele é definida como um prolapso ou herniação da bexiga e parede anterior da
vagina para dentro da cavidade vaginal podendo ou não causar incontinência urinária (sendo
dependente se houver alteração do ângulo uretro-vesical posterior e de inclinação da uretra).
Essas mulheres sentem desconforto para caminhar ou sentar, ulcerações vaginais, infecções
recorrentes do trato urinário, obstipação intestinal e dificuldade ao coito (ZUCCHI, 2003).
Câncer de mama é caracterizado por uma neoplasia maligna. A mulher que é submetida
à mastectomia, perde a imagem corporal e auto-imagem, se sente mutilada, levando á
alterações sexuais (ETIENNE & WAITMAN, 2006). A mama representa aspectos da
feminilidade, maternidade e sexualidade na mulher. Quando afetada pode portanto, trazer
dificuldades na questão sexual (CANTINELLI et al., 2006).
A perda da mama faz a mulher sentir dificuldades em expressar sua intimidade, então se
sente reprimida em selecionar roupas leves e qualquer outra que evidencie seu corpo. Pois
para a mulher, a sexualidade não é somente a junção de um pênis em ereção com uma vagina
lubrificada, mas sim a sensação de bem estar consigo mesma e com segurança. É importante
questionar mulheres mastectomizadas quanto à nova identidade. Mas em dias atuais há um
15
progresso em relação à humanização, pois antes se “destruía” o corpo e a mente dessas
mulheres (TALHAFERRO et al., 2007).
Por fim, no Climatério – ocorrem várias mudanças na mulher, começando pelo ovário
que diminui a produção dos hormônios femininos e masculinos, atrofia da mucosa vaginal e
consequentemente diminuição da libido, dores articulares, incontinência urinária, perda de
agilidade, flacidez muscular, pele, seios e nádegas (ETIENNE & WAITMAN, 2006). Com
isso a mulher de uma forma inconsciente ou consciente tem o receio da perda de sua
feminilidade, da saúde e de seu valor social. Sente medo de doenças, medo de não ser mais
desejada pelo seu parceiro sexual, medo de vários sintomas físicos, tudo devido a diminuição
da produção de estrogênios (ABDO et al., 1997).
Para o tratamento dessas disfunções e condições especiais é necessário a atuação
interdisciplinar, mesmo que esta torne situações e condições delicadas em relação à distinção
de uma e outra especialidade. Dentro da interdisciplinaridade, procuramos abordar a prática
clínica de alguns profissionais (ETIENNE & WAITMAN, 2006).
Na psicologia, os profissionais levantaram histórico de componentes biológicos e
psicossociais de todas as disfunções. Alguns tópicos de avaliação são os sintomas físicos,
psicológicos e sexuais; histórico atual de saúde física, mental e sexual; histórico passado do
médico, do desenvolvimento relacional e da sexualidade; definição do quadro atual da
resposta sexual; papel do parceiro e dos aspectos relacionados a sua sexualidade; desconforto
físico e psicossocial devido a disfunção sexual. O psicólogo é o melhor profissional para lidar
com a sexualidade de seus pacientes, em relação aos temas serem mais aprofundados
(ETIENNE & WAITMAN, 2006).
Na prática ginecológica, o ginecologista realiza a anamnese, exame físico geral, exame
ginecológico e exames complementares e através destes, deve diagnosticar e tratar as causas
orgânicas; tratar a ansiedade mórbida ou a depressão; melhorar a autoconfiança, a relação
interpessoal e esclarecer informações sexuais (ETIENNE & WAITMAN, 2006).
Piato (2002) descreve alguns tratamentos que poderiam ser realizados pelos
profissionais de ginecologia na disfunção do ciclo da resposta sexual feminina. Na inibição do
desejo sexual sugere-se o encaminhamento para a terapia sexual considerando como esta
disfunção repercute na interação do casal.
Em relação à disfunção orgástica, o tratamento seria atenuar a obsessão em relação ao
orgasmo espontâneo, podendo o parceiro ajudá-la com seu pênis, para penetração vaginal sem
finalizar o ato sexual. Realizar relações sexuais em que a mulher fique em posição coital
16
superior, permitindo uma atuação feminina com maior controle da situação, além de
verdadeira exploração do pênis em contato íntimo com sua vagina (PIATO, 2002).
No tratamento para o vaginismo sugere-se a correção da atitude fóbica e ainda a
aceitação gradual de diferentes formas de penetração vaginal. Para corrigir a contratura do
músculo pubococcígeo, é interessante fazer com que a paciente obtenha durante algumas
sessões de tratamento uma aproximação visual, tátil de sua genitália, passando a ela algumas
etapas que facilitarão a correção do vaginismo, como introduzir um cotonete, depois um
espéculo de virgem, logo, pode ser o dedo do médico ou da própria paciente, e depois um
absorvente interno. Após toda interação da paciente é sugerido que a mesma tenha uma
relação sexual completa, orientando-a quanto a posições que podem facilitar a penetração
vaginal, evitando expectativas de dor. A posição que seria adequada é a mulher sentar
transversalmente a cama, e seu parceiro ajoelha-se no chão, e antes da penetração, a mulher
deve emprestar o pênis do seu parceiro ereto, para explorar sua área genital, o homem
permanecer imóvel para que a mulher não obtenha uma atitude fóbica, logo após esta
exploração, a mulher enlaça seu quadril lentamente ao do parceiro, realizando a penetração
(PIATO, 2002).
A fisioterapia em sua prática clínica atualmente pode beneficiar a melhora da qualidade
de vida sexual das mulheres, obtendo dados específicos da biomecânica e seu
desenvolvimento de movimento, por meio de seus objetos de estudos. Começando por uma
avaliação geral como anamnese da paciente, análise da função sexual, análise postural,
avaliação funcional do assoalho pélvico e inspeção, a fisioterapia pode lançar mão de recursos
terapêuticos como treino de percepção corporal, por exemplo, o toque do centro tendíneo do
períneo pelo fisioterapeuta, é ensinado à paciente realizar em casa, podendo utilizar o espelho
(ETIENNE & WAITMAN, 2006).
O que seria proveitoso também no tratamento fisioterapêutico seria a avaliação do grau
da força perineal, para que se alcance um melhor equilíbrio sexual da mulher (PARCIORNIK,
1997).
Os exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico e biofeedback conscientizam a
paciente em relação ao seu corpo e suas funções, os estímulos visuais, auditivos, elétricos
(toque digital, cones vaginais, perineômetro por pressão do eletromiograma) ou táteis que
facilitam a percepção corporal e o auto-conhecimento. Também são indicados exercícios
sexuais para melhorar o funcionamento sexual e a interação dos parceiros (ETIENNE &
WAITMAN, 2006).
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A dessensibilização vaginal e massagem perineal são indicadas em casos de vaginismo
e dispareunia são realizadas massagens de deslizamento nas regiões de trigger points,
massagens miofasciais, relaxamento do músculo do assoalho pélvico. A educação
comportamental consiste em orientações à paciente quanto a anatomia e fisiologia dos órgãos
genitais internos e externos, esclarecimento quanto as crendices e possíveis disfunções
sexuais, orientações quanto a resposta sexual e os órgãos envolvidos (ETIENNE &
WAITMAN, 2006).
A população feminina atendida no setor de Saúde da Mulher (SM), da Clínica Escola de
Fisioterapia (CEF) da Universidade São Francisco (USF) é composta de mulheres com
patologias distintas como câncer de mama, IU, IF, cistocele entre outros. Ao avaliarmos e
tratarmos estas mulheres percebemos que existiam queixas comuns em relação á sua
sexualidade.
Desta maneira, para que a fisioterapia possa atuar de forma satisfatória em relação as
queixas sexuais de mulheres tratadas por outras patologias femininas, é necessário conhecer o
comportamento sexual dessas mulheres, pois muitas delas, são encaminhadas á fisioterapia
com distúrbios que não são de origem sexual, mas que podem levar à disfunções sexuais.
18
2. OBJETIVO
2.1 Geral
Avaliar a disfunção sexual de mulheres atendidas no setor de Saúde da Mulher da Clínica
escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco.
2.2 Específico
Utilizar um instrumento especifico de avaliação do comportamento sexual de mulheres
atendidas no setor de Saúde da Mulher da Clínica escola de Fisioterapia da Universidade São
Francisco, com as seguintes alterações: Incontinência Urinária, Incontinência Fecal, Mulheres
Mastectomizadas, Mulheres com Cistocele, Gestantes e Climatéricas.
19
3. MÉTODO
Foram avaliadas 42 mulheres em atendimento no setor de Saúde da Mulher na Clínica
Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco. Dezoito mulheres responderam ao
questionário validado denominado Inventário de Satisfação Sexual - versão para mulheres
(GRISS) (Anexo 2). Este questionário compreende 28 perguntas que tem por objetivo avaliar
a resposta sexual e o relacionamento com o parceiro. As respostas variam de acordo com a
intensidade sendo compostas de nunca, quase nunca, ocasionalmente, geralmente ou sempre
(PENTEADO et al., 2004), 24 das mulheres não obedeceram aos critérios de inclusão.
3.1 Critérios de Inclusão
Mulheres com idade entre 20 - 80 anos
Alfabetizadas
Ter vida sexual ativa
3.2 Critérios de Exclusão
Mulheres com o hímen não rompido
3.3 Material e equipamento
Termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1)
Questionário GRISS – FEMININO (Anexo 2)
20
3.4 Procedimentos
Para a realização da aplicação do questionário, foi investigada a ficha interna do setor de
cada paciente, avaliando qual alteração a paciente apresentava. Também foi avaliada a vida
sexual ativa, idade e o grau de escolaridade. Após a seleção das fichas foi entregue as
mulheres selecionadas o termo de consentimento livre e esclarecido (duas vias) para
autorização da pesquisa. Em seguida, foi entregue o questionário GRISS- FEMININO, onde a
mulher não era identificada, sendo entregue dentro de um envelope. As mulheres respondiam
ao questionário dentro de uma sala individual para maior privacidade, logo após ter
respondido, entregavam para a pesquisadora realizar a coleta de dados. O período de coletas
foi de abril a junho de 2008.
21
4. RESULTADOS
Foi obtido um total de 42 mulheres com idade de 20 a 80 anos, sendo que 18
responderam ao questionário e 24 não responderam o questionário. Através da análise de
dados do programa excell, foi obtido das 18 mulheres avaliadas a seguinte porcentagem: 44%
tinham IU, 17% eram mastectomizadas, 11% apresentavam IU associada á cistocele, 11%
eram gestantes, 11% apresentavam cistocele e 6% apresentavam IF (Gráfico 1).
44%
17%
11%
11%
11%
6%
Incontinência Urinária Mastectomia
Incontinência Urinária e Cistocele GestanteCistocele Incontinência Fecal
Gráfico 1. Tipos de alterações encontradas nas mulheres que responderam o questionário.
22
Das 18 mulheres que responderam o questionário, 78% eram climatéricas e 22% eram
reprodutivas (Gráfico 2).
78%
22%
climatérica reprodutiva
Gráfico 2. Tipos de alterações de mulheres que responderam o questionário.
Em relação às 24 mulheres que não responderam o questionário 66% eram
mastectomizadas, 17% apresentavam IU, 13% IU associada a IF e 4% apresentavam IU
associada á cistocele (Gráfico 2). Essas mulheres não responderam ao questionário, devido ao
fato de não ter vida sexual ativa ou por apresentar dificuldades e constrangimento ao
responder o questionário.
66%
17%
13%4%
MASTECTOMIA IU IU E FECAL IU E CISTOCELE
Gráfico 3. Tipos de alterações encontradas nas mulheres que não responderam o questionário.
23
Para as 24 mulheres que não responderam o questionário, 87% eram climatéricas e 13%
eram reprodutivas (Gráfico 4).
87%
13%
climatérica reprodutiva
Gráfico 4. Tipos de alterações de mulheres que não responderam o questionário.
Das 42 mulheres que foram convidadas á responder o questionário, 67% das mulheres
apresentavam vida sexual ativa e 33% não apresentavam vida sexual ativa (Gráfico 5).
67%
33%
vida sexual ativa sem vida sexual ativa
Gráfico 5. porcentagem de mulheres que apresentam vida sexual ativa e as que não
apresentam.
Para facilitar a análise das respostas das mulheres, classificamos as questões de acordo
com a fase do ciclo sexual feminino correspondente. Desta maneira, das 28 questões,
24
selecionamos as questões que estavam mais relacionadas as alterações, assim, as questões
1,3,7,9,12,13,18,23,25 e 27 correspondem á fase do desejo. As questões 4, 5,19 e 26
correspondem á fase de excitação(estágio inicial de lubrificação-tumescência). Questões
6,11,17 e 24 correspondem á fase de platô. Questões 8,14,21 e 28 correspondem á fase
orgásmica. E as questões 10,15,16 e 22 correspondem á fase de resolução.
Dentre as alterações apresentadas das mulheres que responderam o questionário, e
correlacionando as respostas juntamente às fases do ciclo sexual fisiológico da mulher
obtiveram-se os seguintes resultados:
Das mulheres mastectomizadas 67% nunca ficavam sem apresentar a fase do desejo
sexual, 100% sempre sentiam desejo sexual pelo parceiro e 100% sempre apresentavam fase
de excitação. 67% nunca apresentavam fase de platô, 67% sempre apresentam fase orgástica,
67% sempre apresentavam fase de resolução (Tabela 1).
Tabela 1. Porcentagem das respostas das mulheres que responderam o questionário, que
possuem a seguinte alteração: mastectomia.
RELACIONADAS Á MASTECTOMIA Nunca Quase nunca
Ocasionalmente Geralmente Sempre Sem resposta
1)Você sente desinteresse por sexo? 67% 33% ______ ______ ______ ______
4) Você se excita facilmente? ______ ______ ______ ______ 100% ______
6) Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis do seu parceiro não pode entrar?
67% 33% ______ ______ ______ ______
7) Você tenta evitar sexo com seu parceiro? 67% ______ 33% ______ ______ ______
8) Você consegue ter orgasmo com seu parceiro? ______ ______ ______ 33% 67% ______
10) Você acha satisfatória a vida sexual com seu parceiro? ______ ______ ______ 33% 67% ______
14) Você acha impossível ter um orgasmo? 67% ______ 33% ______ ______ ______
16) Você acha difícil dizer ao seu parceiro o que você gosta ou não na vida sexual de vocês?
33% ______ 33% ______ 33% ______
18) Você sente que falta amor e afeto na vida sexual com seu parceiro?
67% ______ ______ 33% ______ ______
20) Você recusa-se a fazer sexo com seu parceiro? 67% ______ 33% ______ ______ ______
25) É desagradável ser abraçada e acariciada por seu parceiro?
100% ______ ______ ______ ______ ______
27) Você gosta de ter relação sexual com seu parceiro? ______ ______ ______ ______ 100% ______
* Das 18 mulheres que responderam o questionário, 3 eram mastectomizadas.
25
Em mulheres que apresentavam as alterações como IU, IF e Cistocele, 54% sempre
apresentavam a fase de desejo sexual, porém, 38% nunca apresentavam fase de excitação, e
43% quase nunca atingiam a fase de platô, 54% quase nunca apresentam fase orgástica, 54%
quase nunca apresentavam a fase de resolução (Tabela 2).
Tabela 2. Porcentagem das mulheres que responderam o questionário que apresentaram as
seguintes alterações: IU, IF e Cistocele.
RELACIONADAS Á I.U., I.F., E CISTOCELE Nunca Quase nunca Ocasionalmente Geralmente Sempre Sem resposta
1)Você sente desinteresse por sexo? 15% 23% 38% 23% _______ _______
3) Existem semanas em que você não tem nenhuma relação sexual?
31% 8% 23% 31% 8% _______
4) Você se excita facilmente? 38% 8% 15% 8% 23% 8%
5) Você está satisfeita com a duração das caricias iniciais antes da penetração?
15% 15% 8% 15% 38% 8%
6) Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis do seu parceiro não pode entrar?
15% 62% 8% 15% _______ _______
11) É possível colocar seu dedo na sua vagina sem desconforto?
15% 31% 8% _______ 31% 15%
13) Você fica tensa e ansiosa quando seu parceiro quer fazer sexo?
8% 23% 8% 8% 54% _______
14) Você acha impossível ter um orgasmo? 8% 54% 15% _______ 23% _______
16) Você acha difícil dizer ao seu parceiro o que você gosta ou não na vida sexual de vocês?
_______ 54% _______ 8% 38% _______
17) Seu parceiro consegue pôr o pênis na sua vagina sem que sinta desconforto?
15% 43% _______ 8% 31% _______
20) Você recusa-se a fazer sexo com seu parceiro? 31% 23% 23% _______ 8% 15%
24) Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis de seu parceiro não pode penetrar muito fundo?
_______ 85% _______ _______ 15% _______
26) A sua vagina fica molhada durante a relação sexual? 15% 23% 23% 15% 23% _______28) Acontece de você não ter orgasmo durante a penetração? 15% 15% 23% 31% 15% _______
* Das 18 mulheres que responderam o questionário, 13 tinham uma dessas alterações, ou associadas, como IU juntamente com IF ou IU juntamente com Cistocele.
26
Nas gestantes apenas duas responderam ao questionário. Uma delas nunca
apresentava a fase do desejo e a outra sempre apresentava a fase do desejo. Uma delas
ocasionalmente apresentava a fase de excitação e também quase nunca apresentava fase
de platô. Todas responderam que quase nunca apresentam a fase orgástica e uma das
gestantes quase nunca apresentava a fase de resolução (Tabela 3).
Tabela 3. Porcentagem das respostas das mulheres que responderam o questionário, que
possui a seguinte alteração: gestação.
RELACIONADAS Á GESTAÇÃO Nunca Quase nunca
Ocasionalmente Geralmente Sempre Sem resposta
3) Existem semanas em que você não tem nenhuma relação sexual?
50% 50% _______ _______ _______ _______
4) Você se excita facilmente? _______ _______ 50% 50% _______ _______
6) Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis do seu parceiro não pode entrar?
_______ 100% _______ _______ _______ _______
7) Você tenta evitar sexo com seu parceiro? _______ 50% 50% _______ _______ _______
10) Você acha satisfatória a vida sexual com seu parceiro?
_______ _______ _______ 50% 50% _______
13) Você fica tensa e ansiosa quando seu parceiro quer fazer sexo?
_______ 100% _______ _______ _______ _______
14) Você acha impossível ter um orgasmo? _______ 100% _______ _______ _______ _______
16) Você acha difícil dizer ao seu parceiro o que você gosta ou não na vida sexual de vocês?
_______ 50% _______ _______ 50% _______
17) Seu parceiro consegue pôr o pênis na sua vagina sem que sinta desconforto?
_______ 50% _______ 50% _______ _______
20) Você recusa-se a fazer sexo com seu parceiro? 50% _______ _______ _______ 50% _______
24) Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis de seu parceiro não pode penetrar muito fundo?
_______ 100% _______ _______ _______ _______
28) Acontece de você não ter orgasmo durante a penetração?
_______ _______ 50% 50% _______ _______
* Das 18 mulheres que responderam ao questionário, apenas 2 participaram do estudo.
27
5. DISCUSSÃO
Este trabalho abrangeu a população feminina atendida na CEF da USF de Bragança -
Paulista, no setor de Saúde da Mulher. As mulheres vinham à fisioterapia encaminhadas por
diversas patologias distintas, como o câncer de mama, incontinência urinária, incontinência
fecal, cistocele entre outros.
Foram convidadas a responder o questionário 42 mulheres. Dessas 42, apenas 18
responderam ao questionário e vinte e quatro não o responderam por não ter vida sexual ativa
ou por apresentarem algum grau de constrangimento ao responder o mesmo.
Dados na literatura relatam o quanto é difícil falar em sexualidade, tanto para o homem
quanto para a mulher. Tal tema reflete emoções confusas, gerando desequilíbrios e
provocando resistências. A sexualidade é um assunto muito complexo, e ao deparar-se frente
a ela, sente-se dificuldade devido aos amplos aspectos que a mesma abrange (
DALL’AGNOL, 2003).
Piato, (2002) confirma que o constrangimento, provocado em se falar sobre a
sexualidade, a mulher acaba omitindo sua desmotivação sexual, podendo ter dificuldades
supostas ou reais, em seu desempenho sexual, ou seja, acaba desenvolvendo uma disfunção
sexual.
Infelizmente, ainda nos dias atuais, existem mulheres que relatam a prática do ato sexual,
apenas para a satisfação de seu parceiro, o que nos leva a crer que, o sexo para a mulher não
deveria ser somente a penetração, mas sim, envolver o corpo todo, sentimento, amor (
MEDEIROS & BRAZ, 2004).
Acredita-se que, é por este amor, que a mulher se constrange omitindo seu desempenho na
vida sexual, refletindo também, a história passada vivenciada. Muitas dessas mulheres
crescem aprendendo que a sexualidade é prioridade masculina, fazendo com que abstraia seu
pensamento, evoluindo ainda mais o seu conceito negativo sobre a sua sexualidade ( SÁ et al.;
2000).
É importante ressaltar, que ao adquirir tanto constrangimento de sua sexualidade, a mulher
acaba alterando sua resposta sexual e gerando cada vez mais um desequilíbrio (ABDO &
FLEURY, 2006).
Enfatizando-se em desequilíbrios, o diagnóstico e tratamento do câncer de mama podem
afetar significativamente a vida sexual de um casal, ainda mais aqueles que ainda não
28
possuem filhos, e estão na vida reprodutiva. O medo de abandono pode fazer com que as
mulheres mastectomizadas privem seu parceiro de ter relação sexual. Até mesmo as mulheres
mais velhas podem sentir um grande impacto na sexualidade (CANTINELLI et al, 2006).
As mulheres mastectomizadas no presente estudo apresentaram-se bem em relação á sua
sexualidade. Apresentavam todas as fases do ciclo de resposta sexual fisiológico da mulher,
como a fase do desejo, excitação, platô, orgasmo e resolução. Em 33% destas mulheres
observamos que havia uma pequena redução da libido.
Com a retirada da mama a mulher encontra várias limitações que podem levá-la a
grandes dificuldades, uma delas o constrangimento. No estudo feito por Talhaferro, (2007),
para verificar a mastectomia e suas conseqüências na vida da mulher, realizou-se uma análise
de categorias, sendo que, uma das identificadas foi vivenciar problemas da mastectomia e
sexualidade. Nesta categoria as mulheres relatavam quais eram as dificuldades que
apresentavam tanto na atividade de vida diária (AVD), quanto na sexualidade. Como
resultado, algumas mulheres relataram que, com o apoio do parceiro não tinha mudado nada,
outras que o amor está acima de tudo, e com isso conseguiam superar tudo. Porém outras
relatam que tinham que servir ao marido, e esqueciam-se delas, diminuindo sua auto-estima.
As mulheres com IU, IF e cistocele, tiveram respostas mais negativas em relação às
mastectomizadas, ou seja, 38% tinham dificuldade em se excitar, 54% sempre tinham desejo
sexual, porém, 43% de alguma forma sentiam desconforto na penetração, tendo um
desequilíbrio na fase de platô. Em um estudo feito por Lopes (2006), que tinha como objetivo
verificar as restrições causadas pela incontinência urinária consta que a maior restrição era a
vida sexual da mulher, onde essa interferência foi citada por 67 mulheres incontinentes, e que,
25,6% era por perder urina, 20,7% por sentir dor durante a relação, 4,9% não sentiam prazer
ou desejo em ter relação, 1,8% tentavam evitar a atividade sexual, 1,2% necessitava
interromper a relação para urinar e 1,2% sentir vontade de urinar durante a relação sexual.
Não encontramos nas bibliografias pesquisadas, estudos que pudéssemos comparar com
os nossos resultados em relação á incontinência fecal. Estudo feito por Oliveira (2006), relata
que antecedente de cirurgia para incontinência urinária teve grande significância associada à
incontinência fecal. Então, acredita-se que possamos “associar”, o mesmo pensamento de
constrangimento das mulheres com incontinência urinária para as com incontinência fecal.
Em relação às gestantes, apenas duas responderam o questionário. Uma delas
respondeu não ter desejo sexual, enquanto a outra relatou sempre ter desejo sexual. Oria et al,
(2004), realizou um estudo com o objetivo de identificar as repercussões da gravidez na
sexualidade da mulher, onde participaram 35 mulheres primíparas com idade variando de 16 a
29
29 anos. Foi realizado um levantamento dos prontuários das mesmas e entrevista semi-
estruturadas que verificou o grau de satisfação sexual da mulher durante a gestação. Para
conhecer melhor o perfil dessas mulheres, observou-se que não tinham muito conhecimento
sobre a sexualidade. Entretanto, variou de acordo com os aspectos culturais de cada paciente.
71% obteve repercussões positivas como sentir melhora do relacionamento sexual, aumento
da atividade sexual, grande sentimento de feminilidade e maior prazer no ato sexual.
Enquanto como repercussão negativa houve diminuição da atividade sexual, devido ao medo
de aborto. Em nosso estudo seria necessário um número mais abrangente de gestantes para
podermos fundamentar nossos dados com os da literatura. Além disso, sabemos que a
sexualidade na gestação é permeada de conflitos internos e ambigüidades, o que poderia
enviesar nossos resultados, já que não utilizamos um questionário voltado para tal contexto.
Verificamos que as mulheres que participaram do nosso estudo, em sua maioria
apresentavam-se no período de climatério, o que pode também influenciar em mais alterações
nas fases do ciclo sexual feminino. Em vários estudos realizados, foi observado a diminuição
da libido dessas mulheres como Fernandes & Hayashida, (2005) relataram em seu estudo
com o objetivo de identificar os aspectos das mulheres considerados positivos e negativos no
exercício de sua sexualidade no período climatérico. Foram entrevistadas 45 mulheres, sendo
mencionadas diversas situações pelas mesmas, dentre elas o relacionamento á dois, ato sexual
e a mulher em seu contexto social. O resultado obtido por esses autores no ato sexual foi de
29,4% de aspectos negativos, como desinteresse sexual feminino e dor a relação. Fernandes &
Hayashida (2005), ainda, justificam o desinteresse sexual como diminuição da libido, devido
às alterações dos hormônios femininos, podendo comprometer a feminilidade da mulher. O
que confirma aos nossos resultados em relação a fase do desejo. Abdo (1997) relata que com a
diminuição da produção dos hormônios, a mulher tem atrofia da mucosa vaginal, tendo como
conseqüência a diminuição da libido e lubrificação vaginal.
Etienne & Waitman (2006), complementam que devido à diminuição da produção de
hormônios femininos e masculinos, as mulheres acabam ficando com receio, perdendo a
feminilidade.
Medeiros (2004) relata que a mulher que tem dificuldades para atingir o orgasmo, acaba
se tornando uma pessoa reprimida com baixa auto-estima e acaba comprometendo sua
qualidade de vida. Desta maneira, realizou um estudo verificando o efeito da fisioterapia no
aprimoramento da vida sexual dessas mulheres, e obteve como resultado que mulheres
anorgásmicas com o tratamento com cones vaginais, começaram a atingir o orgasmo e as
orgásticas obtiveram melhor satisfação sexual.
30
Nosso estudo mostrou que há um grande número de mulheres com disfunções sexuais
sendo tratadas na CEF da USF no setor de SM. Abdo et al, (2006), realizou uma pesquisa no
Brasil, verificando quais eram os aspectos diagnósticos e terapêuticos das disfunções sexuais
femininas. Ao avaliar 1219 mulheres, Abdo et al, (2006) observou que 49% apresentavam
pelo menos uma disfunção sexual, sendo 26,7% disfunção do desejo, 23% dispareunia e 21%
disfunção do orgasmo.
É de suma importância a atuação da equipe interdisciplinar na abordagem da sexualidade.
Vários autores descrevem sua importância, Piato (2002) relata como os profissionais da
ginecologia podem beneficiar as mulheres que apresentam disfunções sexuais. Etienne &
Waitman, (2006) reforçam que a psicologia pode atuar junto ao relacionamento do casal.
Relata ainda o importante papel da fisioterapia junto a essas mulheres por meio do trabalho de
percepção corporal, da cinesioterapia, da utilização de cones vaginais resultando na graduação
da força perineal, da dessensibilização vaginal, da massagem perineal, da orientação de
exercícios sexuais e da educação comportamental. Mostrando quantos recursos terapêuticos
podem ser utilizados para melhorar a qualidade de vida e sexual dessas mulheres.
6. CONCLUSÃO
31
Com este trabalho, foi possível observar que as mulheres atendidas na CEF da USF do
setor de SM, apresentaram as seguintes alterações nas fases do ciclo de resposta sexual
fisiológica normal:
• Fase do desejo: uma das gestantes apresentou disfunção nesta fase, 36% das
mulheres climatéricas apresentaram essa disfunção. Enquanto que 67% das mulheres
mastectomizadas nunca apresentavam disfunção nesta fase. 54% das mulheres com
IU, IF e com cistocele não apresentavam disfunção nesta fase.
• Fase de excitação: 38% das mulheres com IU, IF e com cistocele nunca
apresentaram a fase de excitação, 43% das climatéricas também não tinham essa fase.
67% das mastectomizadas sempre apresentaram esta fase.
• Fase de platô: 43% das mulheres com IU, IF e com cistocele quase nunca
atingiam a fase de platô.
• Fase orgástica: 67% das mastectomizadas sempre apresentam. 54% das
mulheres com IU, IF e com cistocele quase nunca apresentam, todas as gestantes
responderam que quase nunca apresentam esta fase e 50% das climatéricas sempre
apresentam essa fase.
• Fase de resolução: 67% das mastectomizadas sempre apresentavam, 54% das
mulheres com IU, IF e com cistocele quase nunca apresentavam, uma das gestantes
quase nunca apresentava e 43% das climatéricas quase nunca apresentavam esta fase.
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3. BADRAN, V.A; ARAÚJO, A.L.L; NAGAE, D.K.I; TAKAHASHI, L.R; FORMÍCOLA, N.R; MIYAMOTO, W.R; PRADO, R.A.A. Aspectos da sexualidade na menopausa. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo 2007; v.52, nº2, p. 39-43. Disponível em: http://www.fcmscsp.edu.br/arquivos/File/01(4).pdf. ACESSO: 09 de nov. de 2007.
4. CANTINELLI, F.S; CAMACHO, S.R; SMALETZ, O; GONSALES, D.K; BRAGUITTONI, E; JR, J.R. A oncopsiquiatria no câncer de mama: Considerações a respeito de questões do feminino. Ver. Psiquiatr.clín., 2006, v.33,nº 3, p. 124-133. ISSN 0101-6083.
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6. ETIENNE, A.M.; WAITMAN C.M. Disfunções Sexuais Femininas. A Fisioterapia como Recurso Terapêutico. 1ª ed. São Paulo: LMP, 2006 178p.
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8. FERNANDEZ, M.R; HAYASHIDA, E.G. Sexualidade no período climatérico: situações vivenciadas pela mulher. Ver Esc Enferm USP, 2005; v.39, nº2, p. 129-135.
33
9. HANS, W. HALBE. Tratado de Ginecologia: 2ª ed. São Paulo: Roca, 1993. v. 2. 1000p.
10. JOLLY, S.; BRIDGE, I.; ILKKARACAN P. Gênero, sexualidade e direitos sexuais: uma visão geral. Mulheres pelos Direitos Humanos da Mulher. Disponível em: http:// www.bridge.ids.ac.uk/docs/InBrief18_Sexualidade.pdf. ACESSO: 12 de nov. de 2007.
11. LOPES, M.H.B.M.; HIGA, R. Restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher. Rev. esc. enferm. USP, mar. 2006, v.40, nº1, p.34-41. ISSN 0080-6234.
12. MEDEIROS, W. M; BRAZ, M.M. Efeitos da fisioterapia no aprimoramento da vida sexual feminina. Ver. Fisiot. Bras. Universidade do Sul de Santa Catarina, maio/junho 2004, v.5, nº3, p. 188-193.
13. OLIVEIRA, S.C.M.; PINTO-NETO, A.M.; CONDE, D. M. Incontinência fecal em mulheres na pós-menopausa: prevalência, intensidade e fatores associados. Arq. Gastroenterol., abr./jun. 2006, v. 43, nº2, p.102-106. ISSN 0004-2803.
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15. PACIORNIK. Moisés Aprenda a nascer e viver com os índios: parto de cócoras, desempenho sexual e ginástica indiana. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 1997.
16. PENTEADO, S.R.L; FONSECA, A.M; BAGNOLI, V.R; ASSIS, J.S; PINOTTI, J.A. Avaliação da capacidade orgástica em mulheres na pós-menopausa. Rev. Assoc. Med. Bras. v. 50, nº.4 São Paulo Oct./Dec. 2004.
17. PIATO, SEBASTIÃO. Tratado de Ginecologia: 2ª edição. São Paulo: Artes Médicas, 2002.1250p.
34
18. SÁ, M.A.; PASSOS, L.R.M.; KALIL, S.R. Sexualidade Humana: 1ª ed. Rio de Janeiro: RevinteR, 2000. 184p.
19. TALHAFERRO, B; LEMOS, S; OLIVEIRA, E. Mastectomia e suas conseqüências na vida da mulher. Arq Ciênc Saúde 2007 jan-mar;14(1):17-22. 20. ZUCCHI, E.V.M.; KATI, L.M.; GIRAO, M.J.B.C.. Colpossacrofixação para correção do prolapso da cúpula vaginal. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., nov./dez. 2003, v.25, nº.10, p.705-709. ISSN 0100-7203.
35
ANEXOS
Anexo 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AVALIAÇÃO DA VIDA SEXUAL DAS MULHERES ATENDIDAS NO SETOR DE
SAÚDE DA MULHER DA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Eu___________________________________________________________, idade ______,
portador do R.G: ________________________, residente (rua, avenida, alameda):
___________________________________________________________________________,
bairro: ______________________ nº: _______, declaro que é de livre e espontânea vontade
que está participando como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, de
responsabilidade do pesquisador. O abaixo-assinado está ciente que:
I - O objetivo da pesquisa é avaliar o comportamento sexual das mulheres atendidas no setor
da Saúde da Mulher da Clínica escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco (USF),
para que a fisioterapia possa atuar mais na área da saúde da mulher em relação à sexualidade,
podendo trazer uma qualidade de vida e principalmente aquelas em que se encontra em
condições especiais, como incontinência urinária, mastectomia e climatério.
II. - Durante o estudo, as mulheres serão submetidas à aplicação de questionário sobre a
resposta sexual e o relacionamento com o parceiro (Inventário de Satisfação Sexual - versão
para mulheres (GRISS) - elaborado por Golombok & Rust). A identificação da mulher será
preservada.
III. - A participação neste estudo não lhe acarretará em benefício terapêutico.
IV. – Não serão administrados medicamentos
36
V. – Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a
participação do referido estudo.
VI. – Está livre para interromper a participação no estudo a qualquer momento.
VII. – Poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou
reclamações em relação ao estudo (fone (11) 4034-8028).
VIII. - Poderá contactar o responsável pelo estudo, sempre que necessário pelo telefone:
Andréa de Vasconcelos Gonçalves – (11) 4034-8133
Bragança Paulista, _________ de _______________de 200_.
Nome do Voluntário_________________________________________
Responsáveis pelo estudo:
__________________________________
Profa. Andréa de Vasconcelos Gonçalves
__________________________________
Graziele Aparecida de Morais Almeida
__________________________________
Robson Ribeiro das Neves
37
Anexo 2
GRISS: INVENTÁRIO DE SATISFAÇÃO SEXUAL DE GOLOMBOK E RUST
Nome:_________________________________________
Data:___/___/____( ) GRISS inicial ( ) GRISS final
Questionário GRISS – FEMININO
Nun
ca
Qua
se n
unca
Oca
sion
alm
ente
Ger
alm
ente
Sem
pre
1 Você sente desinteresse por sexo?
2 Você pergunta ao seu parceiro o que ele gosta ou não na vida sexual de vocês?
3 Existem semanas em que você não tem nenhuma relação sexual? 4 Você se excita facilmente? 5 Você está satisfeita com a duração das carícias iniciais antes da penetração?
6 Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis de seu parceiro não pode entrar?
7 Você tenta evitar sexo com seu parceiro?
8 Você consegue ter orgasmo com seu parceiro?
9 Você gosta de abraçar e acariciar o corpo de seu parceiro?
10 Você acha satisfatória a vida sexual com seu parceiro?
11 É possível colocar seu dedo na sua vagina sem desconforto?
12 É desagradável tocar e acariciar o pênis de seu parceiro?
13 Você fica tensa e ansiosa quando seu parceiro quer fazer sexo? 14 Você acha impossível ter um orgasmo? 15 Você tem relação sexual mais que duas vezes por semana?
16 Você acha difícil dizer ao seu parceiro o que você gosta ou não na vida sexual de vocês?
17 Seu parceiro consegue pôr o pênis na sua vagina sem que você sinta desconforto?
18 Você sente que falta amor e afeto na vida sexual com seu parceiro? 19 Você gosta de ter seu sexo tocado e acariciado por seu parceiro? 20 Você recusa-se a fazer sexo com seu parceiro?
21 Você consegue ter orgasmo quando seu parceiro estimula o seu clitóris durante as caricias iniciais?
22 Você se sente insatisfeita com a duração da penetração?
23 Você sente aversão/repugnância pelo que você e seu parceiro fazem durante a relação sexual?
24 Você acha que sua vagina é tão apertada que o pênis de seu parceiro não pode penetrar muito fundo?
25 É desagradável ser abraçada e acariciada por seu parceiro?
26 A sua vagina fica molhada durante a relação sexual? 27 Você gosta de ter relação sexual com seu parceiro?
28 Acontece de você não ter orgasmo durante a penetração?