Avaliação

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Ilan Chamovitz Recursos Tecnológicos para a Educação a Distância SUMÁRIO 1. Introdução 3 2. Comunicação 4 3. Tomada de decisão 6 4. Mídias e tecnologias 7 4.1. Mídias 7 4.1.1. Mídia impressa 7 4.1.2. Mídia sob a forma de áudio e vídeo 8 4.2.Tecnologias 8 4.2.1.Tecnologias para mídia impressa 8 4.2.2. Tecnologias para rádio e televisão 9 4.2.3. Teleconferência 10 4.3. AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem 10 4.4. Gestão de Serviços: OutSourcing e Segurança 11 4.5. Custos 12 4.6. Perguntas auxiliares 12 5. Considerações finais 14 6. Referências bibliográficas 14

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Ilan Chamovitz

Recursos Tecnológicos

para a Educação a

Distância

SUMÁRIO

1. Introdução 3

2. Comunicação

4

3. Tomada de decisão

6

4. Mídias e tecnologias

7

4.1. Mídias

7 4.1.1. Mídia impressa 7 4.1.2. Mídia sob a forma de áudio e vídeo 8

4.2.Tecnologias

8 4.2.1.Tecnologias para mídia impressa 8 4.2.2. Tecnologias para rádio e televisão 9 4.2.3. Teleconferência 10

4.3. AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem

10

4.4. Gestão de Serviços: OutSourcing e Segurança

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4.5. Custos

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4.6. Perguntas auxiliares

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5. Considerações finais

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6. Referências bibliográficas

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1. Introdução Para administrar atividades com eficiência e eficácia em EAD, o gestor precisa conhecer os meios

(mídias) e tecnologias de comunicação que estarão disponíveis para o projeto. Rumble (2003,

p.28) relaciona algumas: material impresso, correspondência, rádio, televisão, teletextos, vi-

deotextos, vídeo e audiocassetes, videodiscos, telefone, teleconferências, videoconferências,

material didático – diapositivos e materiais para utilização doméstica, computadores para ensino

da informática e tratamento de texto, correio eletrônico e conferências, assim como cursos as-

sistidos pelo computador. O autor lembra que alguns destes meios podem, ainda, estar combi-

nados, como por exemplo o uso de televisão associado à rede telefônica.

Em seguida, afirma que também é preciso considerar os meios de transmissão. Um texto pode ser

impresso, transmitido em disquete, CD, pendrive ou por computador central. Um vídeo pode ser

exibido em televisão ou em computador, e ser transmitido, por exemplo, via cabo ou satélite.

Em um curso de capacitação (Bittencourt 2003), Rodriguez, Peniche e Baruch (2003) apresen-

tam uma tabela com previsão de custos para quinze diferentes recursos tecnológicos: vide-

oconferência interativa ponto-a-ponto e multiponto, vídeo vidiorecional via Internet, sessões

televisionadas (broadcast) com e sem réplica, audioconferência, teleconferência audiográfica,

programa de rádio com e sem réplica, correio eletrônico, conferência por computador, instrução

computadorizada, correio de voz, WWW para EAD e distribuição de materiais.

Este artigo apresentará opções de recursos de tecnologia da informação e comunicação dispo-

níveis para a Educação a Distância, com e sem o uso da Internet. Recomenda-se atenção às

referências como fontes para consulta e aprofundamento. A seção 2 é dedicada à Comunicação,

e a sua categorização permitirá estruturar o problema, passo fundamental para a tomada de de-

cisão. Na seção 3 são abordados alguns conceitos da tomada de decisão, perguntas pertinentes

ao processo são relacionadas, e o modelo ACTIONS (BATES, 1995) é apresentado. A seção 4

apresenta mídias e tecnologias e lista possíveis recursos disponíveis para EAD. Na seção 5 estão

as considerações finais.

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2. Comunicação

O processo de ensino-aprendizagem acontece a partir da utilização dos meios de comunicação.

Straubhaar e Larose (2004) descrevem os meios de comunicação que utilizam as tecnologias

como mídia e sugerem que a convergência destas tecnologias está criando um novo ambiente

de comunicação. Em sua obra, os autores citam Williams (1987), que classificou os meios de

comunicação em cinco grupos, de acordo com a quantidade de pessoas envolvidas.

Diante da necessidade da opção por recursos tecnológicos para cursos a distância é necessário

que gestores conheçam bem os possíveis cenários ocupados pelos meios de comunicação dispo-

níveis. Neste contexto, a partir das situações apontadas por Williams (1987) foram associados

alguns exemplos.

A comunicação é Interpessoal quando, por exemplo, um aprendiz analisa um problema duran-

te a prova, testando possíveis cenários ou quando um professor prepara uma transparência e,

neste caso, a comunicação é intrapessoal mediada. É considerada Interpessoal quando duas

pessoas trocam informação (um para um). Por exemplo, em uma explicação particular, face-

a-face, realizada por um professor a um aprendiz. Outro exemplo seria a troca de informação

por correio eletrônico. No caso do Grupo pequeno, ocorre quando três ou mais pessoas estão

em comunicação. Este tipo de classificação é considerado uma extensão da comunicação inter-

pessoal. Por exemplo, quando um grupo com menos de doze aprendizes reúne-se presencial ou

virtualmente para estudar para uma prova. No Grupo grande, a comunicação ocorre de muitos

para muitos, quando mais de doze pessoas, podendo chegar a centenas, estão envolvidas no

processo. Normalmente, nestes casos, existe a participação ativa, mas limitada apenas a alguns

participantes e pode haver resposta imediata. É o caso de palestras, discursos ou teleconfe-

rências onde a platéia pode perguntar, aplaudir ou vaiar. Por último, a comunicação Em massa

geralmente acontece de um para muitos – centenas ou milhares de receptores – normalmente,

com poucas oportunidades para manifestação da audiência. É o caso dos jornais, revistas, tele-

visão e filmes.

Os autores lembram que nem sempre é possível adequar de forma precisa a cada categoria todos

os tipos de comunicação. Por exemplo, quando uma secretária de um curso a distância entra em

contato com todos os alunos de um núcleo institucional, por telefone, pode-se classificar a co-

municação como interpessoal? Este exemplo não seria uma comunicação em série, para grandes

grupos? E no caso de um programa de rádio preparado para a massa mas que recebe ligações

dos ouvintes que se tornam produtores de informação? Estaria esta atividade direcionada o tempo

todo para a massa? O programa Salto para o Futuro (SALTO, 2008) é transmitido pela televisão,

mas utiliza, também, outros meios de comunicação: telefone, correio eletrônico e fax.

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O agrupamento dos participantes em um determinado momento – o sincronismo também é

utilizado para classificar a comunicação. Por exemplo, vídeos são distribuídos em fitas e DVDs

pela TV Escola (TV Escola 2008). Este seria um exemplo de meio de massa assíncrono. Jogos

educativos obtidos pela Internet e instalados em computadores pessoais dos estudantes de um

curso são meios de massa que transmitem a mesma mensagem a grandes grupos de pessoas.

No caso de mensagens deixadas na secretária eletrônica e do envio de correio eletrônico para

esclarecer uma dúvida com um colega, o meio de comunicação pode ser classificado como in-

terpessoal assíncrono.

Outra forma de classificação segue o sentido (direção) da mensagem: pode ser de sentido único

ou de sentido duplo. Geralmente, a comunicação em massa segue apenas um sentido, com res-

posta da audiência restrita e lenta. A comunicação interpessoal é de duplo sentido, com resposta

imediata e contribuição ativa de ambas as partes.

Alguns pesquisadores sugerem categorizar a comunicação de acordo com a Interatividade. Todo

curso a distância é interativo? Maia e Mattar (2007 p.9) apresentam dois posicionamentos sobre

a Interação em EAD: o primeiro baseia-se nas concepções de Paulo Freire sobre educação, pelas

quais projetos de EaD devem incluir uma comunicação de mão dupla, ou seja, devem considerar

o diálogo, a interação; no segundo, alguns educadores defendem a idéia de autonomia para o

aluno e de flexibilização do seu tempo; e atividades interativas, mesmo assíncronas restringem

o tempo do aluno, o que iria contra o próprio espírito da aprendizagem a distância.

Conforme veremos adiante, esta última idéia ainda pode ser associada à redução de custo, visto

que atividades interativas geralmente são associadas à existência de um tutor. Seria isto verda-

de? A interação ocorre omente com a contratação de um profissional? E os programas baseados

em computador e jogos individuais são interativos? Como definir o que é ou não interativo?

Straubhaar e Larose (2004) consideram interativas as situações nas quais “respostas em tempo

real provêm de receptores de um canal de comunicação e são utilizadas pelas fontes para conti-

nuamente modificar a mensagem, conforme esta é enviada ao receptor”. Com esta definição os

autores afirmam que conseguem diferenciar novelas interativas, caixas eletrônicos bancários e

jornais on-line – por um lado – de controles remotos e livros didáticos – por outro, visto que os

dois últimos não oferecem resposta em tempo real. Apresentam também o exemplo citado por

Rafaelli (1988), que afirma que uma máquina de refrigerantes ao liberar uma lata após receber

uma moeda seria interativa somente se deixasse o usuário escolher a temperatura da lata e se

perguntasse se o usuário gostaria de um salgadinho, também. Em outro trabalho, Rafaelli e Su-

dweeks (1997) apresentam a interatividade como variável para medir a comunicação e afirmam

que a comunicação “relaciona-se com” e “serve para” o propósito da interação. Assim, conhecer

o nível de interação desejado pode facilitar a tomada de decisão.

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3. Tomada de decisão

Compete ao gestor utilizar os recursos disponíveis para resolver problemas. Administradores estão

constantemente decidindo, seja na produção de bens, de serviços e na gestão da informação; seja

na sua distribuição. A importância de se estudar a tomada de decisão pode ser percebida no dia-

a-dia: Quando gestores percebem que tomaram decisões erradas ou que não foram tomadas a

tempo ou, ainda, que alguns elementos importantes foram desconsiderados ou esquecidos, iden-

tificam mais ainda a importância de um processo mais formal, que auxilie na decisão. Aqui será

considerada apenas a decisão multicritério discreta, isto é, com alternativas finitas.

Gomes (2007) define decisão (ou tomada de decisão) como“...o processo que leva – direta ou

indiretamente – à escolha de, ao menos, uma dentre diferentes alternativas, todas estas candi-

datas a resolver determinado problema”.

Para resolver problemas, sugere-se a divisão em etapas. Gomes, Gomes e Almeida (2006) apre-

sentam várias formas de dividir as etapas necessárias à tomada de decisão. Adotemos a abor-

dagem de Chiavenato (1983), que mapeia o processo decisório em sete etapas:

1) percepção da situação que envolve algum problema; 2) análise e definição do problema;

3) definição dos objetivos;

4) procura de alternativas de solução;

5) avaliação e comparação de alternativas;

6) seleção da(s) alternativa(s) adequada(s);

7) implementação da alternativa escolhida.

Esta abordagem não contempla a etapa de revisão, controle ou verificação como em outros mo-

delos. Assim, para complementar o processo, após a etapa 7, sugere-se que se repita a etapa 1,

verificando-se se o problema foi resolvido.

O modelo para escolha de mídias e tecnologias em EAD apresentado por Bates (1995) é forma-

do por um conjunto de vários tópicos, representado pela sigla ACTIONS. Salgado (2002), em sua

dissertação de mestrado, descreve os tópicos:

• Access (Acesso): a tecnologia é acessível a qualquer estudante que queremos atender? • Costs (Custos): qual é o custo para elaboração e manutenção da tecnologia em todo o processo?

• Teaching functions (Funções de aprendizagem): o que o estudante pode realmente aprender

por meio desta tecnologia?

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• Interactivity and user-friendliness (Interatividade e uso amigável): os usuários têm facilidade

para interagir com a tecnologia?

• Organizational issues (Assuntos organizacionais): que mudanças são necessárias e devem ser

feitas para melhor atender ao usuário?

• Novelty (Originalidade): quão inovadora é essa tecnologia? • Speed (Velocidade): com que rapidez o conteúdo pode ser atualizado e como é a velocidade de

acesso para o usuário?

A autora cita Bates para reforçar que não se podem julgar as tecnologias, pois são apenas um

meio para que professores ou administradores atinjam os objetivos desejados.

Ao responder às perguntas, o problema torna-se mais estruturado facilitando a busca por uma so-

lução satisfatória para resolvê-lo. Muitas respostas às perguntas sugeridas dependem do conhe-

cimento dos meios de comunicação, mídias e tecnologias, seus limites e possibilidades. Ao obter

mais informações sobre mídias e tecnologias, o gestor de EAD poderá estruturar as alternativas

tecnológicas com mais facilidade e decidir qual solução adotar.

4. Mídias e tecnologias

Em um projeto de EAD, é importante que domine de forma abrangente os recursos de tecnologia,

de forma a obter resultados de forma eficiente e eficaz. Michael Moore e Greg Kearsley (2007,

p.77) defendem que, como educadores, a princípio, não existe a necessidade de conhecimento

aprofundado de cada tecnologia para que funcione, visto que para isso, geralmente, existem

profissionais especializados nas tecnologias: programadores, operadores de câmera, engenheiros

e produtores. Assim, nesta seção, são apresentados alguns aspectos sobre mídias e tecnologias

que podem auxiliar na gestão. 4.1. Mídias

Consideremos a mídia como o meio de veiculação da informação. Desta forma, a mídia pode ser

impressa; pode apresentar-se sob a forma de áudio, vídeo ou como áudio e vídeo.

4.1.1. Mídia Impressa

O texto impresso é a mídia mais empregada na educação a distância. Utilizado em livros, apos-

tilas, anotações de aula, manuais, boletins periódicos e guias de estudo, este meio pode ser dis-

tribuído pelo correio ou por serviço de entrega privado. O estudo por correspondência, também

chamado de estudo em casa ou estudo independente, pode aproveitar, com sucesso, a mídia

impressa. Geralmente, este estudo é individual e utiliza a comunicação interpessoal (ver na seção

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2): o estudante lê, reflete, exercita seguindo seu próprio ritmo e de acordo com a sua disponibi-

lidade de horário. As exigências para o estudante incluem, entre outras, a facilidade de leitura,

concentração e compreensão de textos e figuras. Outra limitação seria a necessária qualidade do

material que deve motivar os aprendizes. A produção eletrônica permitiu avanços na utilização

deste meio. Um exemplo é o livro Integração das Tecnologias na Educação (MEC/SEED 2005),

disponível na internet com vários artigos sobre este tema.

4.1.2. Mídia sob a forma de áudio e vídeo Nas décadas de 70 e 80, houve grande disseminação de aparelhos de áudio e de vídeo. Aparelhos de

audiocassete permitiam que alunos estudassem, também, fora da sala de aula. Naquela época, vá-

rios cursos de idiomas eram distribuídos contendo material impresso acompanhado de fitas cassete.

No final dos anos 90, os aparelhos de CD e de DVD emergiram com possibilidades de risco menor

para perda da qualidade, provaram ser mais duráveis e com custo aceitável. Moore e Kearsley

(2007) apresentam exemplos onde o áudio pode ser utilizado como complemento ao material

textual, explicando fórmulas ou equações, discutindo um texto impresso ou, em outro exemplo,

passando aos alunos instruções de uso, tais como operação de computadores. Mais informações

podem ser obtidas em (MOORE & KEARSLEY, 2007 p.82).

Assim como o áudio, o vídeo pode ser utilizado de formas diversas. O professor Wolfram Laaser

(2008) descreve as diferenças entre o vídeo instrucional e o vídeo comercial. No primeiro, o objetivo

é a aprendizagem, que só acontece quando existe a percepção do estudante. Para que o aluno perce-

ba, é necessário dar tempo a ele. Já no vídeo comercial, o tempo disponível é bem menos flexível.

O professor José Manuel Moran dispõe vários artigos em sua página (http://www.eca.usp.br/prof/

moran/textost.htm). Em um deles (MORAN 2008), reforça a possibilidade de alunos divulgarem

em vídeo, na Internet, o resultado de suas pesquisas. 4.2. Tecnologias

A evolução das tecnologias e a diminuição dos preços dos equipamentos permitiram que a in-

formação pudesse ser produzida e distribuída em menor tempo e com qualidade considerável.

Algumas tecnologias mais freqüentes em estudos serão apresentadas a seguir:

4.2.1. Tecnologias para mídia impressa A evolução das tecnologias e a diminuição dos preços dos equipamentos, permitiram que a infor-

mação pudesse ser produzida e distribuída em menor tempo e com qualidade razoável.

Para Moore e Kearsley (2007), “A tecnologia de editoração eletrônica exerceu um enorme impacto

na rapidez de produção de materiais impressos”. Antes dos computadores, havia a necessidade da

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produção de chapas de impressão contendo a prova, uma versão para análise e aprovação. O pro-

cesso envolvia gráficos, ilustradores, artistas de criação e de layout. Quando o processo passou

a ser realizado, eletronicamente, por meio de computadores e programas (software), o trabalho

tornou-se mais acessível a pessoas não especializadas, mas que podem conseguir um resultado

com qualidade aceitável e em muito menos tempo. Além disso, editores cooperativos (Google-

Docs, Writely, Zoho Writer e AjaxWrite) permitem produzir, editar e salvar arquivos utilizando-se

somente o navegador de Internet (browser) sem a necessidade de instalar programas no com-

putador pessoal para edição de textos. Outra novidade é o crescente uso de reconhecedores de

voz. Muitos usuários vêm produzindo textos impressos a partir da fala.

4.2.2. Tecnologias para Rádio e Televisão O rádio e a televisão vêm sendo utilizados, com sucesso para atingir objetivos educacionais. Os

programas são ao vivo ou gravados.

Existem duas formas de transmissão para televisão e rádio: na forma aberta, a transmissão é

recebida por qualquer pessoa; na limitada, nem todos podem ter acesso aos programas trans-

mitidos. É o caso de vários programas transmitidos em TV por assinatura nos quais somente os

assinantes têm acesso aos programas.

Como ponto a favor, o rádio é considerado mais flexível. Com custo bem menor que a televisão,

a informação transmitida pode ser atualizada em questão de minutos, diversas vezes.

A televisão exige mais de recursos para a transmissão, com custos mais altos. Por este motivo,

sugere-se que programas de televisão sejam produzidos tendo em mente a sua durabilidade, vi-

sando a sua possível reutilização.

A utilização dos satélites possibilitou que pessoas residentes em locais distantes das metrópoles

pudessem ter acesso aos programas educativos transmitidos pela TV.

Moore e Kearsley (2007, p.84) citam quatro princípios básicos que orientam a decisão de se utili-

zar a transmissão pela TV: Integração – o conteúdo transmitido deve estar integrado ao restante

do curso; Especialização – a televisão deve ser opção somente para processos que demandem

resultados compatíveis com os custos; Qualidade – Os programas de TV devem ser de excelente

qualidade e durar muitos anos; Custo compatível – a opção pela televisão é resultante de uma

justificativa pedagógica. O programa deve atingir quantidade suficiente de alunos e poder ser

utilizado durante muitos anos para justificar os custos.

Moore e Kearsley (2007, p.85) apresentam, também outras possibilidades como o uso de Serviço

fixo de Televisão Educativa e Satélites de Transmissão Direta (DBS) que utilizam uma parabólica

pequena e barata. Os alunos podem receber os programas diretamente em casa ou no escritório.

Com a popularização da Internet, cada vez mais estão sendo produzidos vídeos transmissíveis. O

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vídeo transmissível está em formato digital. Fica acessível via Internet ou pode ser enviado por

correio eletrônico.

4.2.3. Teleconferência Em educação a distância, a teleconferência é baseada na comunicação interativa. Destacam-se

quatro tipos: audioconferência, audiográfica, vídeochamada e videoconferência / vídeoconferên-

cia por computador.

A audioconferência acontece quando os participantes são conectados por linhas telefônicas; visto

que utiliza apenas som, alguns educadores reforçam a necessidade de mais concentração para

utilizá-la de forma eficaz. Atualmente se utiliza também o protocolo de Internet (IP) para comu-

nicação de voz (VOIP).

A conferência audiográfica é transmitida também por linha telefônica, mas agrega imagens visu-

ais ao áudio. A videoconferência permite a transmissão nos dois sentidos, de imagens televisadas,

via satélite ou cabo; quando realizada envolvendo mais de dois locais, requer uma unidade multi-

ponto (MCU) para transferir os sinais entre os distintos pontos; cada sala de aula que participa da

videoconferência necessita de um conjunto de equipamentos, composto por câmeras, monitores,

microfone e uma unidade codificadora-decodificadora – CODEC. Podem acontecer em salas pe-

quenas ou em grandes auditórios.

A videochamada acontece a partir do acesso à terceira geração (3G) para telefonia celular e, aos

poucos, cresce o número de usuários que utilizam telefone celular para esta atividade.

A videoconferência por computador (webconference) é semelhante à vídeoconferência, porém

utiliza computadores para o processo. Esta situação é bastante freqüente em uma comunicação

interpessoal, com duas pessoas ou em pequenos grupos. Devido à diminuição dos custos de

transmissão e acesso à Internet, vem sendo considerada, também, em palestras e discursos.

Apesar de a tentativa em dividir a tecnologia em categorias, percebe-se que existe uma tendência

à convergência, a chamada convergência digital. A partir da digitalização de textos, som e imagem,

os dados passam a ser transmitidos da mesma maneira; equipamentos passam a “falar entre si”;

imagens circulam entre celulares e a Internet e ainda podem ser armazenadas em pendrives, CDs

ou DVDs. Celulares produzem, armazenam, reproduzem e transmitem vídeos, fotos, textos, som! 4.3. AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem

Um AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem ou LMS – Learning Management System é um

software que automatiza a administração de eventos de treinamento. Este ambiente dispõe de

ferramentas que facilitam a interação dos participantes, auxiliam na estruturação da informação,

como por exemplo: área para material didático, repositório para arquivos, ambiente para discus-

sões assíncronas e síncronas, entre outras.

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Um computador – servidor de hospedagem – deverá armazenar o sistema LMS. O gestor deverá

optar por computador na própria organização, utilizando equipe interna ou contratar uma empre-

sa especializada em hospedagem. No primeiro caso, toda a gestão de recursos e de segurança é

de responsabilidade da equipe interna.

Segundo os professores José Valente e João Mattar (2007), o blackboard é a plataforma mais

utilizada entre os LMS proprietários; O breeze, outro sistema, facilita a criação de conteúdo com

imagens, áudio, vídeo e a transmissão síncrona. O MOODLE – Modular Objetct-Oriented Dynamic

Learning, que tem licença GNU General Public License (Licença Pública Geral) cresce cada vez

mais no Brasil; Outros LMSs com códigos abertos ou gratuitos são o dotLRN e o Sakai Project.

O que é importante na escolha de um LMS? Recentemente, Bersin (2007) apresentou resultados

que demonstravam a insatisfação de usuários de LMS, especialmente com os seguintes aspectos:

• Dificuldade para instalação e uso imediato, sem necessidade de instalar outros programas; • Problemas com relatórios administrativos;

• Dificuldade com customização;

• Falta de flexibilidade nos modelos de dados e arquiteturas;

• Demora para o retorno de investimento (ROI);

• Dificuldades com fornecedores do serviço e suporte.

No sítio Edutools (2008), mantido pela Western Cooperative for Educational Telecommunications

(WCET), uma ferramenta está disponível para comparação de LMSs. A ferramenta compara al-

gumas versões mais antigas e, em outra área, oferece ferramentas para comparação de mais de

15 LMS. 4.4. Gestão de Serviços: OutSourcing e Segurança

A Gestão de Serviços deve contemplar a possibilidade de terceirizar serviços que fazem parte da

atividade meio, ou seja, processos de apoio ou que não fazem parte da missão principal da em-

presa. Por exemplo, uma grande empresa de vendas que precisa, eventualmente, capacitar pro-

fissionais situados em todas as unidades federativas não deveria preocupar-se com a aquisição de

tecnologia própria, podendo contratar serviços de terceiros ou alugar equipamentos.

Outra ação importante é a definição de processos realmente importantes. A partir da definição

das atividades que não podem parar, deve-se verificar a necessidade de se elaborar um Plano de

Contingência e, também, um Plano de Continuidade de Negócios. O gestor deve ter em mente as

respostas para algumas perguntas, como por exemplo, “Se houver um problema com a telefonia

fixa durante uma transmissão, existe outra forma de dar continuidade à atividade?” Ou “No caso

de uma pane em um equipamento, existe outro para reposição? “.

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4.5. Custos

Rumble (2003) afirma que um curso a distância pode utilizar menos professores para atender

mais alunos, substituindo a intensidade de trabalho do ensino tradicional por investimentos em

material e infra-estrutura. No caso em questão, o custo fixo é repartido pela quantidade de alu-

nos. Para facilitar o entendimento, o autor apresenta a composição geral do custo: CT = F + VE.

Ou seja, o custo total (CT) é igual ao custo fixo (F) mais o custo variável (V) de (multiplicado por)

cada estudante (E).

Nos cursos a distância o autor sugere que devem ser incluídos mais alguns componentes: o custo

médio para se desenvolver um curso (D) dividido (amortizado) pelo número de anos de duração do

curso (A) e este resultado deve ser multiplicado pela quantidade de cursos (C). Além disso, deve-se

considerar, também o custo anual para se manter o curso (M) e multiplicar, também, pela quanti-

dade de cursos (C). A composição dos custos passa a ser CT = F + (D/A).C + MC + VE.

A partir de (Rumble 2003) e de algumas reflexões sobre a situação atual, podemos inferir que

aumentar a quantidade de tutores em contato direto e de atendentes por correspondência au-

menta o custo variável por estudante (VE). A escolha da mídia – por exemplo – rádio ou televi-

são? – interfere nos custos fixos, mas não varia com o aumento ou diminuição de alunos. Sabe-se

que a opção pela transmissão por televisão implica custo fixo maior do que a opção por rádio, e o

custo é muito alto para o emissor e baixo para o receptor. Porém, dependendo da quantidade de

dados e das condições de recepção/conexão de Internet, sigilo e segurança da informação, pode

ser muito vantajoso utilizar a Internet como meio de disseminação. 4.6. Perguntas auxiliares

Kenski (2005) apresenta um Plano de Mídias em EAD contendo perguntas que auxiliam na opção

por recursos de tecnologia, do qual foram retiradas três categorias: Seleção das mídias, Análise

das Mídias e Infra-estrutura.

Seleção das mídias: 1. A que tipo de mídias os alunos dos cursos têm acesso? E os professores?

2. Em que tipos de mídias a instituição tem condições de oferecer cursos a distância?

3. Quanto tempo será necessário para providenciar toda a infra-estrutura física para o ofereci-

mento de EAD mediada pelos suportes midiáticos escolhidos.

4. Quanto tempo será necessário para treinar as equipes docentes, técnicas e administrativas

para a produção e desenvolvimento dos cursos em EAD?

5. Qual a relação ideal entre tempo x organização da infra-estrutura para a pronta oferta de cur-

sos em EAD?

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6. Qual o custo envolvido para a utilização das mídias em projetos de EAD?

7. Qual o tempo de retorno financeiro previsto para os investimentos feitos nas tecnologias sele-

cionadas?

Análise das mídias: 1. Qual a vantagem da mídia escolhida em relação a: custo, potência, alcance, motivação, ori-

ginalidade, flexibilidade de uso, acesso fácil à atualizações, assistência técnica e facilidade de

uso por professores e alunos?

2. Quais são os materiais didáticos de apoio (complementares) necessários para o desenvolvi-

mento dos cursos em EAD?

3. Qual a amplitude de conhecimentos que podem ser trabalhados pedagogicamente neste tipo

específico de mídia?

4. Que novas competências pedagógicas e tecnológicas o uso das mídias selecionadas vai reque-

rer dos professores e dos alunos?

5. Que transformações eventuais ou permanentes de estilos e estratégias pedagógicas serão ne-

cessárias?

6. O emprego das mídias em EAD implicará mudanças nas equipes de docentes e de técnicos? 7. Que profissionais especializados (técnicos, administrativos e docentes) as mídias selecionadas

vão requerer para o desenvolvimento dos projetos em EAD?

Infra-estrutura 1. Que infra-estrutura física será requerida?

2. Que tipo de equipamentos e instalações novas será necessário?

3. Qual a durabilidade desses equipamentos? Qual o tempo previsto para a obsolescência?

4. Qual a forma de manutenção e atualização prevista?

5. Como serão formadas as equipes de desenvolvimento, manutenção dos equipamentos?

6. Que planos estratégicos (de contingência) existem para superar com a maior qualidade e brevida-

de possível as falhas (técnicas, humanas etc.) que ocorrerem no desenvolvimento dos cursos?

7. Qual é a verba disponível/prevista para a implantação, desenvolvimento e atualização da es-

trutura mediática necessária?

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5. Considerações finais

Este artigo apresentou aspectos importantes para a seleção de recursos de tecnologias e que

podem facilitar o trabalho dos gestores de EAD, durante o planejamento estratégico. Ao conhecer

o processo de comunicação, os agentes envolvidos, formas utilizadas para transmitir a informa-

ção, categorização existente na literatura, os gestores podem identificar necessidades e perceber

oportunidades, facilitando a tomada de decisão para a escolha das mídias e da tecnologia em

projetos que utilizam a EAD. Estudar o processo para a tomada de decisão é importante e permite

que o gestor estruture o problema de forma sistemática. Conhecer os tipos de mídias e formas de

transmissão facilita a comunicação com possíveis fornecedores e com os profissionais responsá-

veis pela implantação de infra-estrutura para EAD. 6. Referências bibliográficas

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