Avaliação de Trabalhos Pluris2012 - Paper em avaliação

CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS PARA REALOCAÇÃO DE CONTINGENTE POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS (SP)

RESUMO O crescimento populacional, o intenso processo de urbanização e a consequente ocupação desordenada, promovem a alocação de pessoas em áreas de risco. O objetivo deste trabalho foi indicar níveis de condição de terrenos para a construção de habitações de interesse social, no município de Guarulhos (SP), utilizando técnicas de Geoprocessamento. Com o mapa da cobertura do solo, as áreas disponíveis foram identificadas. As áreas disponíveis foram analisadas quanto à localização, tamanho e proximidade com infraestrutura básica. As variáveis foram ponderadas e os resultados foram separados em quartis. De acordo com a análise realizada, poucas áreas foram classificação como “Alta” indicação para ocupação, o que pode ser atribuído à sua localização, distantes de postos de saúde e escolas. A principal contribuição é a definição de uma metodologia baseada na análise de informações espaciais, que contribui para a obtenção de resultados precisos, rápido e econômicos. 1 INTRODUÇÃO As mudanças climáticas e aumento da densidade populacional têm aumentado a exposição em muitas cidades e países, estão expondo cada vez mais pessoas ao risco de sofrer com desastres naturais (Rodrigues et al., 2009). Segundo Marcelino et al. (2006), nas últimas décadas houve um incremento na frequência e na intensidade dos desastres naturais, destacando que a média anual aumentou de 50 para 250 casos a partir da década de 1980. De acordo com Kobiyama et al. (2006), este aumento se deve ao crescimento populacional, ao intenso processo de urbanização e industrialização e à consequente ocupação desordenada, que promove a alocação de grande contingente populacional em áreas de risco. A comunidade internacional vem reconhecendo que a magnitude, o número de vítimas e a recorrência de desastres naturais têm aumentado. No Brasil, as enchentes e deslizamentos ocorridos no sul em 2008, as enchentes no nordeste em 2009 e os deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro em 2011, demonstraram a vulnerabilidade da sociedade e evidenciaram a logística humanitária e a demanda por estudos na área (Nogueira et al., 2009). Muitos autores têm tratado do tema e aprofundado o desenvolvimento científico dessa linha de pesquisa nos últimos anos (Thomas, 2003; Beamon e Kotleba, 2006). Alguns desastres naturais ocorrem de maneira avassaladora, sendo difícil se elaborar planos de prevenção. É o caso de tsunamis e tornados, que atingem grandes áreas e ocorrem de forma abrupta. No caso de grandes deslizamentos e inundações, é possível se prever o tamanho do contingente populacional que será afetado, uma vez que, esse tipo de desastre ocorre em áreas que possuem vulnerabilidade característica, e que, são ocupadas

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indevidamente, expondo a população ao risco. Desta forma, medidas preventivas podem ser tomadas para se evitar tragédias, como é o caso da implantação de obras geotécnicas, que visam minimizar o risco à que a população está exposta. No entanto, em muitos casos essas medidas não são suficientes para afastar definitivamente o risco, e a população estabelecida nas áreas de risco deve ser retirada do local. Esse processo demanda a identificação de outra área para que a população seja alocada, que é um processo de grande dificuldade, levando-se em consideração regiões densamente urbanizadas. A realocação de pessoas é um processo complicado de difícil sucesso, que envolve inúmeras variáveis. A população realocada dificilmente fica satisfeita, uma vez que sua vida se desenvolve nas proximidades de seus domicílios. Dentre os diversos aspectos considerados nesse processo, pode-se citar a necessidade de infraestrutura básica, como escolas, creches, postos de saúde, centros comerciais, pontos de ônibus e estações de trem ou metrô, redes públicas de abastecimento de energia e água e rede de coleta de esgoto. Muitos outros aspectos podem ser importantes nesse processo, variando de acordo com as características regionais e da população. A identificação e ponderação de tantas variáveis pode ser um processo muito complicado. Existem algumas técnicas que podem ser consideradas, como o uso de Análises Multicritério, que envolvem a participação de diversos analista para a identificação e ponderação das variáveis. Esse tipo de análise pode ser realizado a partir de diferentes abordagens, tendo como principal resultado a classificação de diversos cenários, em vista das possibilidades estabelecidas incialmente. Considerando o grande crescimento populacional da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e o intenso adensamento urbano, o número de domicílios em área de risco é cada vez maior e as áreas com características adequadas para a realização de obras habitacionais de interesse social são cada vez mais escassas. A ocorrência de deslizamento, inundações e alagamentos é cada vez mais recorrente, resultando em grande número de vítimas. Desta forma, o estabelecimento de uma metodologia que permita a identificação de áreas que sejam adequadas para a implantação de projetos de habitação, é essencial para evitar tragédias. O presente trabalho tem como objetivo indicar níveis de condição de terrenos para a construção de empreendimentos habitacionais de interesse social, no município de Guarulhos (SP), utilizando técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. 2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo escolhida foi o município de Guarulhos (SP), localizada na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), entre os paralelos 23º 16’ 23’’ e 23º 30’ 33’’ de latitude Sul e os meridianos 46º 20’ 06’’ e 46º 34’ 39’’ de longitude oeste. De acordo com Ab’Saber (1956) o município de Guarulhos está sobre o Planalto Atlântico. O relevo acidentado de Guarulhos, composto por morros e montanhas a norte, está associado aos terrenos cristalinos, sendo intensamente marcados por encostas longas com alta declividade (inclinação), as grandes elevações e os vales muito encaixados. Encontra-se nessa região as serras da Cantareira, Bananal e Itaberaba com altitudes superiores a 1.000 metros. Os solos do município de Guarulhos, segundo Oliveira (1999) são basicamente: LATOSSOLOS vermelho-amarelos e ARGISSOLOS. Nas regiões montanhosas são encontrados CAMBISSOLOS e NEOSSOLOS.

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Segundo Köppen (1948) o clima do município pode ser classificado como Temperado quente, com época seca coincidente com o inverno e temperatura média do mês mais quente inferior a 22º C. Segundo o Mapa Geológico da EMPLASA (1984) a geologia do município abrange “Aluvião Quaternário”, “Sedimento Terciário”, “Granito”, “Diorito”, “Anfibolito”, “Filito”, “Micaxisto”, “Quartizito” e “Migmatito”. O território de Guarulhos é constituído por dois grupos geológicos: terrenos do embasamento cristalino do pré-cambriano e terrenos sedimentares do Cenozóico. 3 MATERIAL E MÉTODOS O programa ENVI 4.7 (ITT Visual Information Solutions, 2009) foi utilizado para o registro e a classificação supervisionada da cena de 21 de abril de 2011 do satélite LANDSAT, instrumento TM 5, adquirida gratuitamente junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O algoritmo utilizado foi o Support Vector Machine (SVM). Foram coletadas pequenas amostras e o algoritmo foi aplicado às bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7, que de acordo com Foody e Mathur (2006) oferecem as melhores condições para resultados satisfatórios com o classificador. A classificação foi submetida ao índice Kappa para verificação de sua acurácia. Os dados matriciais foram convertidos em vetores no programa ArcGIS 10 (ESRI, 2010), para facilitar a sua operabilidade e correlação com as demais informações cadastrais. As áreas classificadas como pastagem e solo exposto foram selecionadas e exportadas para um novo arquivo, permitindo a operação apenas com as áreas sem nenhum tipo de construção, ou coberta por vegetação natural. Foram utilizadas curvas de nível na escala 1:10.000 disponibilizadas pela prefeitura de Guarulhos (SP), elaboradas com base no levantamento topográfico do IGC (1964) para a identificação das áreas com declividade superior a 25%. No programa ArcGIS 10 (ESRI, 2010), foi gerado um Modelo Digital de Terreno (MDT) foi elaborado um mapa de declividade. Foi realizada a conversão dos dados de matriz para vetor e, todas as áreas de pastagem e solo exposto que coincidiram com as áreas com declividade superior a 25% foram excluídas. Foi criado um buffer com a hidrografia, o que permitiu a exclusão de áreas localizadas a menos de 50 metros de qualquer curso d’água. Com isso, foi possível minimizar a probabilidade de utilização de áreas susceptíveis a enchentes. Considerando a necessidade de existência de infraestrutura básica, como energia elétrica e coleta de esgoto para a escolha dos terrenos, com os dados de localização de postes de energia elétrica e rede de esgoto, foram criados buffers de 500 metros. As áreas que não se intersectaram com ambos os buffers foram excluídas. Os terrenos com área inferior a 10.000 m² foram excluídos da análise, por não permitirem a construção de um número suficiente de unidades. As áreas restantes foram submetidas a uma análise de proximidade com escolas, centros de saúde (postos de saúde e hospitais) e bancos. Os valores das áreas e distâncias foram ponderados de acordo com a seguinte equação: C=A/1000+1/B+1/E+1/CS (1) Onde: C: classificação do terreno A: área do terreno

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E: distância do terreno à escola mais próxima CS: distância do terreno ao centro de saúde mais próximo B: distância do terreno ao banco mais próximo Os resultados dessa equação foram separados em quartis, de acordo com a distribuição estatística dos dados. Os dois quartis com valores mais altos indicaram os terrenos com melhores condições para a implantação dos empreendimentos. Considerando os dados utilizados a escala dos mapas resultantes foi de 1:150.000. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O mapa de cobertura do solo obtido a partir da classificação supervisionada é mostrado na Figura 1. As coberturas identificadas na região (área urbana, pastagem, água, solo exposto, vegetação) foram classificadas de acordo com o algoritmo SVM. A avaliação da classificação pode ser traduzida pelo índice Kappa (0,83) e pela Acurácia Geral (0,81). De acordo com Landis e Koch (1977), o resultado da classificação pode ser definido como Excelente.

Figura 1 Mapa da cobertura do solo no município de Guarulhos (SP), com base em cena do satélite LANDSAT TM5, 21 de abril de 2011

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Observa-se grande concentração urbana na região Sul do município, e uma grande mancha de vegetação a norte. No entanto, é possível perceber avanço de cobertura urbana e algumas manchas de pastagem na região. A área corresponde à região da Serra da Cantareira, o avanço de ocupação antrópica na região pode causar grandes alterações no meio físico, uma vez que, a área é bastante declivosa e a conservação da vegetação permite a proteção do solo e evita ocorrência de desastres. Não é possível afirmar, sem visitas e avaliações de campo sobre a estrutura da ocupação antrópica na região, se a ocupação se configura como uma área de risco, no entanto, é possível afirmar que o processo deve ser monitorado, de maneira a garantir a preservação dos recursos naturais e a integridade da população. A partir do mapa da Figura 1, identifica-se as áreas disponíveis, pastagens e solos expostos, no município de Guarulhos (SP), mostradas na Figura 2. Observa-se a ocorrência de muitas áreas de solo exposto e pastagem, com grande área, que, porém, estão localizadas, nos limites do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) ou dentro de áreas que, de acordo com o Zoneamento Municipal devem ser destinadas a outros usos, que não habitacionais. A grande parte delas está localizada em áreas de Proteção Ambiental ou de Uso Sustentável. O zoneamento municipal orienta a ocupação e restringe algumas áreas a determinados usos, dentre eles a habitação. No entanto, existem algumas zonas destinadas ao uso misto, que podem abrigar empreendimentos de habitação de interesse social.

Figura 2 Mapa de distribuição das pastagens e solos expostos no município de Guarulhos (SP), com base em cena do satélite LANDSAT TM5, 21 de abril de 2011

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Analisando a declividade para o município de Guarulhos (SP) foi possível observar grande concentração das maiores declividades na região Norte do município, coincidindo com as áreas de maior elevação, localizadas na região da Serra da Cantareira. As áreas com as maiores declividades estão dentro da “Zona de Especial de Proteção” e da “Zona de Proteção Ambiental”. A sobreposição do mapa de cobertura do solo com o mapa de declividade evidencia que grande parte das áreas com as maiores declividades está localizada em áreas de vegetação. A retirada de vegetação dessas áreas pode acelerar processos erosivos e ocasionar em assoreamento de cursos d’água. As áreas com declividade superiores a 25%, que são inadequadas para a construção de habitações de interesse social, devido ao alto custo de obras geotécnicas para a estabilização do talude. A grande maioria dessas áreas foi encontrada na região Norte do município. A rede de esgoto e a distribuição espacial dos postes de energia elétrica permitiram a avaliação da infraestrutura disponível para os terrenos encontrados. Uma distribuição muito semelhante da rede de esgoto e da rede de energia elétrica foi notada. Além disso, a sobreposição dos mapas de cobertura do solo e do mapa de rede de esgoto e de energia elétrica evidenciou que a praticamente toda a área classificada como urbana é provida de esgoto e eletricidade. Porém, nota-se que a abrangências de ambas as redes não se estendem para áreas urbanas não consolidadas. Desta forma, há limitação de muitos terrenos identificados como disponíveis e localizados fora das APPs dos rios e em áreas com declividade inferior a 25%, pois, os terrenos estariam desprovidos de infraestrutura básica dificultando a implantação de empreendimentos. Depois de realizar os procedimentos de exclusão de terrenos localizados em: áreas com declividades superiores a 25%, a menos de 50 metros de cursos d’água, a mais de 500 metros de infraestrutura básica (rede de esgoto e de energia elétrica) e com áreas inferiores a 10.000 m². Foi gerado o mapa de áreas potenciais, mostrado na Figura 4, que mostra as áreas potenciais para ocupação no município de Guarulhos (SP). Nota-se grande diminuição dos terrenos na comparação com o mapa de áreas disponíveis (Figura 2). Grande parte das áreas foi excluída por se localizar em ZA, ZPDS, ZA ou ZEPAM, de acordo com o Zoneamento Municipal. Ainda houve diminuição no tamanho de muitos terrenos devido à sua proximidade de cursos d’água. Como a maior parte da área localizada em terreno com declividade superior a 25% é coberta por vegetação, houve pouca exclusão de terrenos devido a essa variável.

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Figura 4 Distribuição espacial das áreas potenciais para implantação de empreendimentos de interesse social no município de Guarulhos (SP)

Para a classificação dos terrenos para a implantação de habitações de interesse social, é importante que se faça uma análise sobre a sua localização quanto a serviços públicos de educação e saúde e quanto a outras demandas como bancos. A distribuição espacial das escolas, centros de saúde e bancos no município de Guarulhos (SP) apresentou grande concentração de bancos na região central do município. As escolas e os centros de saúde possuem uma distribuição espacial mais homogênea, porém, foi possível identificar algumas áreas com menor quantidade nas periferias do município. O mapa da Figura 5 mostra a classificação das áreas para a ocupação no município de Guarulhos. Observa-se que, com a equação proposta, apenas duas áreas foram altamente

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indicadas para a implantação de empreendimentos de habitação de interesse social. A distância das escolas, centros de saúde e bancos foram essenciais para a classificação e determinaram as melhores áreas.

Figura 5 Classificação das áreas potenciais para a implantação de empreendimentos de interesse social no município de Guarulhos (SP)

A área dos terrenos é uma variável que depende do contingente populacional que necessita realocação e seu peso pode variar de acordo com a necessidade. Alterações na equação, de acordo com a demanda são facilmente aplicáveis e permite ao tomador de decisão avaliar as variáveis mais importantes no processo. Além disso, outras variáveis podem ser inseridas, de acordo com as demandas da população.

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A equação definida para a classificação dos terrenos é bastante simples e não considerou a indicação de pesos para cada uma das variáveis, tendo sido estabelecida apenas para a conclusão da metodologia e a geração de um resultado preliminar. A ponderação pode ser realizada de acordo com as demandas do contingente populacional a ser realocada, podendo ser estabelecida a partir de pesquisas com a própria população ou de acordo com estudos sobre as demandas populacionais mais importantes. Outras variáveis podem ser incluídas, porém, dependem da disponibilidade de informações espaciais e sua ponderação também deve ser estabelecida de acordo com os interesses. A ponderação pode ser realizada de acordo com uma análise multicritério, seguindo princípios de pesquisa operacional. De acordo com Gomes et al. (2002) o Apoio Multicritério à Decisão pode ser definido com um conjunto de técnicas de apoio a tomada de decisão, considerando múltiplos critérios e objetivos conflitantes, visando investigar um número de alternativas possíveis. Dessa maneira, é possível gerar solução de problemas e hierarquização de alternativas, de acordo com a necessidade do tomador de decisão. É importante destacar que o estudo foi realizado para o município de Guarulhos (SP) de maneira geral, e a indicação das áreas não considerou a localização atual do contingente populacional a ser realocado. Para permitir análises mais concisas, é importante que se considere a localização atual e se utilize critérios como a distância da residência atual para os terrenos elencados, uma vez que, um dos principais aspectos a serem considerados na realocação de contingente populacional é que se cause o menor impacto na vida cotidiana das pessoas. O presente estudo buscou subsidiar uma metodologia para a análise da viabilidade de terrenos de maneira genérica, porém, cada situação deve ser considerada de forma singular, considerando-se a todas as suas especificidades. Bouysson (1993) destaca como vantagens da abordagem multicritério: a possibilidade de construção de uma base para o diálogo entre os intervenientes utilizando pontos de vista comuns; facilidade para incorporar incertezas aos dados sob cada ponto de vista; e a possibilidade de interpretar cada uma das alternativas como um compromisso entre objetivos em conflito. De acordo com Gomes et al. (2002), este último argumento evidencia que dificilmente será encontrada uma alternativa superior às demais sob todos os pontos de vista. O objetivo da análise multicritério deve ser definido de forma clara, sendo que, as problemáticas multicritério clássicas são a ordenação, escolha e alocação de classes (Barba-Romero e Pomerol, 1997). Considerando ainda que, a definição das classes foi estabelecida de maneira estatística, separando-se três classes de acordo com as quebras naturais, a classificação das áreas pode ser alterada de acordo com os valores desejados. A indicação dos terrenos neste trabalho serve como exemplo, porém mesmo os terrenos com indicação baixa, podem ser terrenos muito bons quanto à sua proximidade a escolas, centros de saúde e bancos. A metodologia apresentada facilita o processo de identificação de terrenos para a implantação de empreendimentos de habitação de interesse social, no entanto, muitas outras variáveis precisam ser incluídas, de maneira a tornar os resultados mais concisos. A principal variável que deve ser incluída no processo é o valor dos terrenos, que podem ser identificado, de forma preliminar, com o auxiliar de uma planta básica de valores.

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Desta forma, neste trabalho foi apresentada uma metodologia que indica os terrenos mais adequados, considerando, sobretudo, a demanda do contingente populacional a ser realocado. O uso de outras variáveis é imprescindível para a obtenção de resultados cada vez mais precisos, porém, elas irão variar de acordo com a disponibilidade de informações. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho realizado dá orientações iniciais para a indicação e classificação de terrenos para a implantação de empreendimentos habitacionais de interesse social. Porém, é necessário que se aprimore a equação e se utilize o maior número possível de informações espaciais sobre a infraestrutura do município. Neste trabalho foram consideradas informações disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Guarulhos, que permitiram o estabelecimento dos procedimentos técnico-metodológicos. Desta forma, a principal contribuição que se observa é a definição de uma metodologia baseada na análise de informações espaciais, que contribui para a obtenção de resultados precisos e para a indicação de terrenos para a implantação de unidades habitacionais de forma rápida e mais barata que os métodos utilizados pela CDHU atualmente. Desta maneira, demonstra-se a potencialidade do uso de ferramentas de análise espacial para a seleção de terrenos e para a classificação de prioridades para a realocação de contingentes populacionais. Os principais estudos posteriores a serem realizados estão relacionados com a ponderação das variáveis empregadas, que deve ser realizada por meio de Análise Multicritério. Ressalta-se ainda que o estudo abordou o município de Guarulhos com uma visão geral, não considerando casos específicos de realocação de contingente populacional. É importante que, para cada caso sejam feitas caracterizações aprofundadas sobre a população a ser realocada e que sejam consideradas todas as variáveis pertinentes ao processo. 5 AGRADECIMENTOS Agradecimento à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pela concessão de apoio para o desenvolvimento da pesquisa. 6 REFERÊNCIAS Ab’ Saber, A. N. (1956) A terra paulista. Boletim Paulista de Geografia, 1(23), 5-38. Barba-Romero, S. e Pomerol, J. C. (1997) Decisiones Multicriterio: Fundamentos Teóricos e Utilización Práctica, Universidad de Alcalá, Alcalá. Beamon, B. M. e Kotleba, S. K. (2006) Inventory management support systems for emergency humanitarian relief operations in South Sudan, The International Journal of Logistics Management, 17(2), 187-212. Bouyssou, D. (1993) Dicision multim'terie ou aide multicriteriâ, Bulletin du Groupe de Travail Européen “Aide Multicritèrie à la Décision, 2(2).

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