Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das...

15
1 Tecnologia, Inovação e Competitividade: um estudo de caso sobre redes sociais que utilizam as ferramentas da Web 2.0 para o fortalecimento da produtividade local. Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz Resumo O trabalho aborda o tema “redes sociais” sob a perspectiva do fortalecimento produtivo local a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão inseridas na nova ordem produtiva, o pós-industrialismo. Fez-se uma breve conceituação dos termos tecnologia, inovação e competitividade, para, a posteriori, descrever as redes sociais e a Web 2.0. Desse modo, as redes sociais podem ser entendidas como um conjunto de pessoas ou organizações que praticam trocas e relações de diferentes tipos, gerando capital social. Neste trabalho, o termo capital social refere ao resultado de relacionamentos baseados na confiança, na cooperação e na inovação desenvolvidas por indivíduos, facilitando o acesso à informação e ao conhecimento, gerando valor agregado, aquele que não seria possível isoladamente. Já a Web 2.0, chamada de internet de segunda geração, é caracterizada por sua capacidade dinâmica e interativa de potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes da internet. Nesses termos, são apresentadas as ferramentas Blog, Wiki, marcador social (social bookmarking), Podcast e o RSS - (Really Simple Syndication) Associação Realmente Simples. A abordagem metodológica utilizada foi qualitativa e o tipo de estudo, descritivo, adotando-se o estudo de caso único com a utilização de dados documentais. Em seguida, partiu-se para a apresentação do caso em estudo, cujo objetivo foi demonstrar como as relações são estabelecidas na rede social TEIA MG, a partir da comunicação, interação e integração dos membros. Na apresentação dos dados, foram estratificados, a partir da análise de demandas atendidas no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2010, os elementos significativos de inserção de demanda na rede social TEIA MG, evidenciando que as ferramentas Web 2.0, por meio dos agentes (prestadores de serviços), estão acessíveis a diversos tipos de empresas, profissionais liberais, instituições governamentais, ONG’s (organizações não governamentais), entre outros. Com isso, tem-se que a rede desempenha importante papel no fortalecimento da produtividade local, contribuindo para a disseminação do conhecimento e o fortalecimento dos vínculos, bem como, a aproximação entre prestadores de serviço e clientes. Concluindo, na sociedade atual a Web 2.0 ocupa espaço significativo na consecução dos objetivos relacionados a utilização de tecnologias, a inovação em sistemas de informação e a comunicação, favorecendo, deste modo, a produtividade. 1. Introdução A evolução social vem ocorrendo desde os primeiros registros históricos do homem, porém, nunca houve registro de avanços acelerados como os que presenciamos na atual sociedade pós-industrial ou sociedade do conhecimento. Essa nova sociedade traz em seu bojo uma dinâmica de interações e interdependências que não permite a utilização dos mesmos elementos de análise de conjuntura social como eram utilizados em suas antecessoras: período pré-industrial e industrial. Para Fitzsimons e Fitzsimons (2000), o processo de transição de sociedade industrial para sociedade do conhecimento é marcado por uma mudança de comportamento e de necessidades dos sujeitos que a compõem. Assim, nas sociedades do conhecimento a quantidade de bens e riquezas tangíveis que pessoas ou grupos detêm, não é significativa para análise de valor social, mas sim elementos de qualidade de vida, de reivindicação política, da multiplicação dos direitos sociais, de todo o conjunto de ações individuais ou coletivas que

Transcript of Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das...

Page 1: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

1

Tecnologia, Inovação e Competitividade: um estudo de caso sobre redes sociais que utilizam as ferramentas da Web 2.0 para o fortalecimento da produtividade local.

Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz

Resumo O trabalho aborda o tema “redes sociais” sob a perspectiva do fortalecimento produtivo local a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão inseridas na nova ordem produtiva, o pós-industrialismo. Fez-se uma breve conceituação dos termos tecnologia, inovação e competitividade, para, a posteriori, descrever as redes sociais e a Web 2.0. Desse modo, as redes sociais podem ser entendidas como um conjunto de pessoas ou organizações que praticam trocas e relações de diferentes tipos, gerando capital social. Neste trabalho, o termo capital social refere ao resultado de relacionamentos baseados na confiança, na cooperação e na inovação desenvolvidas por indivíduos, facilitando o acesso à informação e ao conhecimento, gerando valor agregado, aquele que não seria possível isoladamente. Já a Web 2.0, chamada de internet de segunda geração, é caracterizada por sua capacidade dinâmica e interativa de potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes da internet. Nesses termos, são apresentadas as ferramentas Blog, Wiki, marcador social (social bookmarking), Podcast e o RSS - (Really Simple Syndication) Associação Realmente Simples. A abordagem metodológica utilizada foi qualitativa e o tipo de estudo, descritivo, adotando-se o estudo de caso único com a utilização de dados documentais. Em seguida, partiu-se para a apresentação do caso em estudo, cujo objetivo foi demonstrar como as relações são estabelecidas na rede social TEIA MG, a partir da comunicação, interação e integração dos membros. Na apresentação dos dados, foram estratificados, a partir da análise de demandas atendidas no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2010, os elementos significativos de inserção de demanda na rede social TEIA MG, evidenciando que as ferramentas Web 2.0, por meio dos agentes (prestadores de serviços), estão acessíveis a diversos tipos de empresas, profissionais liberais, instituições governamentais, ONG’s (organizações não governamentais), entre outros. Com isso, tem-se que a rede desempenha importante papel no fortalecimento da produtividade local, contribuindo para a disseminação do conhecimento e o fortalecimento dos vínculos, bem como, a aproximação entre prestadores de serviço e clientes. Concluindo, na sociedade atual a Web 2.0 ocupa espaço significativo na consecução dos objetivos relacionados a utilização de tecnologias, a inovação em sistemas de informação e a comunicação, favorecendo, deste modo, a produtividade. 1. Introdução

A evolução social vem ocorrendo desde os primeiros registros históricos do homem, porém, nunca houve registro de avanços acelerados como os que presenciamos na atual sociedade pós-industrial ou sociedade do conhecimento. Essa nova sociedade traz em seu bojo uma dinâmica de interações e interdependências que não permite a utilização dos mesmos elementos de análise de conjuntura social como eram utilizados em suas antecessoras: período pré-industrial e industrial.

Para Fitzsimons e Fitzsimons (2000), o processo de transição de sociedade industrial para sociedade do conhecimento é marcado por uma mudança de comportamento e de necessidades dos sujeitos que a compõem. Assim, nas sociedades do conhecimento a quantidade de bens e riquezas tangíveis que pessoas ou grupos detêm, não é significativa para análise de valor social, mas sim elementos de qualidade de vida, de reivindicação política, da multiplicação dos direitos sociais, de todo o conjunto de ações individuais ou coletivas que

Page 2: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

2

podem se combinar causando danos ou benefícios para todos. Na sociedade do conhecimento, em que a competitividade entre as pessoas e as organizações aumenta e a informação é o recurso-chave, a cooperação representa um diferencial competitivo para os atores sociais.

Tal pressuposto demonstra um mundo em transformação. O advento de uma sociedade que está transformando todos os setores da vida humana a partir das mudanças tecnológicas no sistema produtivo, das novas relações de poder estabelecidas na sociedade, da modificação no papel das ciências na produção, das mudanças psíquicas, de percepção e de comportamento na formação de um novo homem (DE MASI, 1999).

Neste sentido, sejam com fins mercantis ou não, as relações sociais sofreram modificações robustas tanto em complexidade como em extensão. Como exemplo, se em determinado momento da história vendedores negociavam com seus clientes em escala geográfica reduzida, atualmente o limite estabelecido para esse tipo de relação é o planeta terra, pois, em uma visão nem tanto futurista, pode-se em pouco tempo, quem sabe, ocupar outros espaços não terrestres para a fixação de residências. Por sua vez, as relações pessoais tiveram os núcleos de relacionamentos alargados e instaurou-se uma dinâmica mais acelerada de contatos por meio dos diversos mecanismos tecnológicos de comunicação, tendo na internet a principal ferramenta.

Cevoli (1999) afirma que a tecnologia melhora o padrão de vida e diminui as desigualdades sociais, definindo uma nova maneira de racionalidade que implica nas mudanças dos modelos educacionais, nos mecanismos de comunicação, nos meios de transporte, nos tipos de relações sociais; cria a interdependência econômica e modifica a percepção do espaço e do tempo. Portanto, com advento da internet, todos os pontos do globo tornaram-se “nós” potenciais de redes sociais localizadas no espaço virtual. Tal mudança interferiu no modo como empresas negociam, o Estado exerce seu poder, as pessoas se relacionam dentro da sociedade, as redes sociais são formadas e na expansão de valor do capital social.

Para Harvey (2007), a sociedade atual tem predileção pela heterogeneidade e desconfiança dos discursos universais ou totalizantes. O sentido impresso se refere ao alargamento dos horizontes que propiciam o nascimento de novos tipos de cultura e relações, em que a tecnologia se torna importante variável ao buscar esclarecimentos para as mudanças ocorridas em diversos setores ou segmentos sociais. Nesse sentido, a melhor aceitação das diferenças e do diferente, ocupa várias dimensões na vida das pessoas, significando em um fator de oportunidade de aprendizagem e inovação.

Logo, no contexto da inovação e da tecnologia, este artigo pretende apresentar um estudo sobre o papel das redes sociais no desenvolvimento produtivo e no desdobramento da capacidade competitiva, a partir do compartilhamento do conhecimento e da ampliação do valor social por meio da utilização das ferramentas da Web 2.0. Para tanto, busca-se compreender o conceito e formação de redes sociais, principalmente, os aspectos relacionados à atual sociedade da informação e do conhecimento.

Sob a perspectiva descritiva, fez-se um estudo de caso sobre uma rede social de prestadores de serviço e de conhecimento, que utilizando das ferramentas da Web 2.0, oferecem seus serviços a diversos segmentos produtivos, incluindo pessoas físicas e jurídicas, envolvendo todos os municípios do estado de Minas Gerais. O objetivo desta rede social é capacitar às pessoas por meio da metodologia “aprender fazendo”, gerando a possibilidade de remuneração, incentivando o crescimento profissional e a adoção de novas tecnologias aos agentes (prestadores de serviços), como oferecer serviços de baixo custo e baixo risco aos clientes (http://www.teia.mg.gov.br/page/entenda-o-teia).

Entretanto, ao tratar de uma abordagem ampla como está, com conhecimentos concentrados em diversas áreas do saber científico, fez-se necessário, para fins deste trabalho, conceituar e esclarece o sentido de algumas terminologias utilizadas. Para tanto, caracteriza-se

Page 3: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

3

os sentidos dos termos tecnologia, inovação e competitividade, entendo que são abrangentes e com ampla possibilidade de interpretação, já que muitos são os conceitos encontrados na literatura, permitindo entendimentos diferentes. Posteriormente, segue-se para a temática “redes sociais e Web 2.0”. Por fim, apresenta-se o caso e os dados, concluindo com as considerações finais. 2. Definindo alguns conceitos: Tecnologia, inovação e competitividade

O conceito de tecnologia é amplo e pode ser de difícil dimensionamento. Para Fragozo (2004), ao buscar entender o conceito de tecnologia, tem-se de refletir sobre o como quer conhecê-la, mas não de forma direta e simples, e sim questionada, pois a tecnologia acompanha o homem deste de sua existência, na sua razão e capacidade de resolver problemas e nos mecanismos criados para facilitar e melhorar suas condições de vida.

Devemos ter em mente que o conceito de tecnologia deve ser desvinculado da idéia exclusiva da informática. Possuímos as mais diversas tecnologias sendo desenvolvidas e aplicadas na atualidade, como as tecnologias de plantio, tecnologias de mapeamento genético, tecnologias automobilísticas, tecnologias de gravação de áudio, entre outras milhares. (MARTINS, 2007, p. 15)

Entretanto, o enfoque de tecnologia dado neste trabalho está imbricado no sentido de informação e comunicação. Aquelas capazes de produzir e compartilhar conhecimento, gerando valor social e elevando as condições de existência tanto de pessoas quanto de organizações. Desse modo, a internet pode ser considerada uma das mais importantes tecnologias no que refere a tecnologia da informação e comunicação.

[A internet pode ser visualizada] [...]como um verdadeiro aglomerado de idéias, computadores, redes, telecomunicações, teleprocessamento, automação, informação multimídia e, principalmente, como um conjunto de ferramentas de acesso e controle das informações. [...] possui um efeito capacitador, onde, através de uma equipe de alto desempenho, consegue gerar uma organização totalmente integrada, ampliando a visão de valor percebido [...]. (MARTINS, 2007, p. 17)

Quanto à inovação, tem-se uma série de definições que apresentam similaridades, mas grande parte oferece objeções quanto à completude do constructo conceitual (KLERING; ANDRADE, 2006; BRITO; BRITO; MORGANTI, 2009; TANAKA; MELO, 2002). São aspectos específicos inerentes ao campo delimitado do conceito, cuja abrangência limita-se ao enfoque do fragmento: inovação tecnológica, organizacional, de produção, de gestão e outros. Isso pode, de certo modo, comprometer a operacionalização do conceito, porém, de outra forma, dá abertura para a abstração de significados quanto suas características, formas, princípios e práticas.

Não se trata de tecnologia ou de produção, mas de valor, oportunidade e impacto na sociedade ou em segmentos específicos. Desse modo, vale destacar que inovação não pode ser entendida como invenção e sua terminologia é de economia e não de tecnologia, resguardando a associação comumente encontrada em manuais sobre inovação. Portanto, o conceito encontra complemento em Schumpeter (citado por BARRY, 2008, p. 6, tradução nossa), ao definir inovação como: “simplesmente fazer novas coisas ou fazer as mesmas coisas por um caminho diferente”.

Para Gomes, Machado e Giotto (2009), a inovação tem relação estreita com ação, podendo se apresentar como um novo conhecimento tecnológico e/ou de mercado, tendendo, assim, para a operacionalização do conceito encontrado em Sardan (citado por TANAKA; MELO, 2002), que o divide em quatro formas representadas, também, por ação: como um

Page 4: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

4

produto novo, um novo método ou modo de produção, um novo mercado ou uma nova organização da produção.

Compreende-se, em Barry (2008), um avanço no conceito de inovação como ação, acrescentando a idéia de que para alcançar a inovação é preciso a ação que introduza algo novo, podendo ser entendida a partir da percepção de quem a utiliza. Refere-se ao processo de pós-criação até a efetiva utilização por usuários. Para o autor, a definição pode levar a uma variedade de formas - um produto, um comportamento, um sistema, um processo, um modelo de negócios – mas no cerne de todas elas está a idéia, de que, quando colocada em prática, começa o processo por meio do qual a introdução pode ocorrer, iniciando o processo de inovação.

Tem-se, portanto, no entendimento conceitual, que a inovação é uma ação criativa imbricada na novidade ou melhoria do já existente, incremental ou radical, de modo que represente a introdução da novidade e disponibilização àqueles denominados consumidores/usuários, podendo ser produto, serviço, processo tecnológico, sistema ou estrutura administrativa, projeto ou programa de relacionamento (GOMES; MACHADO; GIOTTO, 2009).

Por fim, o conceito de competitividade se assenta em uma gama de proposições e com definição não precisa. Bilibio (2009), afirma que pode ser entendido como a possibilidade de um sistema produtivo oferecer oportunidade de sobrevivência ou crescimento em mercados novos ou concorrentes, apresentando duas vertentes: a competitividade vista como desempenho ou como eficiência.

Rodrigues, Rodrigues e Fusco (2003), acrescentam que o conceito de competitividade local, além de empresas, envolve governos, instituições e outros atores, apresentando quatro fatores relevantes, desmembrados entre si: competitividade requer flexibilidade, produtividade, qualidade e agilidade; cooperação; entrelaçamento de suporte; ação conjunta do estado, empresariado e outros atores no aperfeiçoamento do tecido institucional.

Nesse sentido, Bilibio (2009) reforça que a competitividade pode ser entendida a partir da intensidade e adaptação das tecnologias ao negócio, dos custos e das condições de aquisição de insumos, do grau de diferenciação pelas políticas de produção, da qualidade oferecida e das políticas governamentais.

3. Redes sociais

As redes sociais são abordadas em diversos enfoques e o conceito vem sendo estruturado por diferentes áreas das ciências. Egler (2007) afirma que, apesar de ser um termo utilizado a mais de meio século, não existe um consenso amplo sobre sua definição. Portanto, para fins desse trabalho, estabelece-se uma definição que atenda as proposições apresentadas em sua utilização e nas metodologias encontradas na dinâmica das modernas sociedades.

Desse modo, podem ser entendidas como um conjunto de pessoas e organizações que se relacionam para responder às demandas e necessidades da população de maneira integrada, otimizando a utilização dos recursos disponíveis, respeitando o saber e preservando a identidade de cada membro do grupo e suas competências na gestão de recursos. Essas relações entre os atores sociais têm se tornado determinantes para que a dinâmica do desenvolvimento ocorra em uma região (ANDION, 2003; JUNQUEIRA, 2000; SANTOS, 2002).

Para Lomnitz (2009), redes sociais são campos em que os indivíduos praticam trocas e relações de diferentes tipos, gerando o chamado capital social, referindo ao valor que essas relações oferecem aos pares, seja de ordem econômica ou não. Esse entendimento, sobre redes sociais, ganha força quando analisado a partir da nova sociedade - da informação e do

Page 5: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

5

conhecimento, que para Castells (2001) são estruturas abertas com ilimitada capacidade de expansão, desde que, os novos nós, consigam se comunicar dentro da rede, havendo o compartilhamento dos mesmos códigos de comunicação.

A capacidade de integração, comunicação e interação entre os componentes da rede favorecem a expansão do capital social. No conceito apresentado de rede social, capital social pode ser entendido como resultado de relacionamentos baseados na confiança, cooperação e inovação desenvolvidas por indivíduos membros da rede, facilitando o acesso à informação e ao conhecimento, agregando um valor que não seria possível isoladamente.

Bourdieu (1980) foi o primeiro autor a fazer uma análise sistêmica do conceito de capital social quando o definiu como um agregado de recursos que são ligados a uma associação, grupo ou outra forma de rede social que permite que os integrantes destes possam obter benefícios e vantagens do capital que foi obtido pelo grupo. Ele afirma que para que haja um aumento do capital social é necessário que seja construído uma base sólida e que este seja trabalhada constantemente. Para que isto seja possível é necessário que sejam montadas estratégias individualmente ou coletivamente para que o grupo possa utilizar o benefício deste capital no curto ou no longo prazo. Bourdieu (1980) define também o capital social como as relações que os indivíduos têm com este capital com o objetivo de obter uma ascensão econômica.(GATTO, 2007, p. 1)

Nessa perspectiva de redes sociais, encaixam-se, perfeitamente, as relações como fator de fortalecimento da produtividade local, podendo sua ação ser definida como suporte ao desenvolvimento individual por meio da expansão do capital social que, com a contribuição de outros “nós” da rede, produz o desenvolvimento coletivo. Nisso, como afirma Junqueira(2006), as redes sociais só se sustentam se os integrantes tiverem objetivos em comum e se estes forem suficientemente fortes para que os atores continuem a investir energia.

O valor das relações é configurado no grau de interesse, na disponibilidade de tempo e recursos, na facilidade de acesso, entre outros, que podem facilitar ou restringir a interação. Outro aspecto que sofre interferência é a manutenção do sistema de relações que pode concentrar-se em poucos atores-chave, formando um centro de impulso para se conseguir os objetivos desejados. Este centro pode ser importante fator para a manutenção da rede, reduzindo a possibilidade de fragmentação dos laços e aumentando o fortalecimento do vínculo.

Entretanto, com a evolução da internet, as redes sociais ganharam forças e ampliaram suas capacidades de conexões, como, também, a capacidade de informações e conhecimento, gerando mais valor aos sujeitos por meio da expansão do capital social, fortalecendo os vínculos entre as pessoas que compõem a rede. Os sistemas estão interligados de modo que as redes sociais, havendo capacidade de comunicação e compartilhamento dos códigos de linguagem, sejam globais.

Nesse sentido, as redes sociais podem ser compreendidas como formas independentes de coordenação de interações. Sua marca central é a cooperação, baseada em confiança entre os atores autônomos e interdependentes, os quais trabalham em conjunto por um período limitado de tempo, levando em consideração os interesses dos parceiros e estando conscientes de que esta forma de coordenação é o melhor caminho para se alcançar seus objetivos particulares. (FREY, 2003, p. 4)

As redes sociais sob o aspecto do desenvolvimento local, cuja responsabilidade envolve vários atores, incluindo prestadores de serviços, empresas e governos, pode ser uma forma efetiva de elevar a produtividade por meio da interação entre os “nós” da rede e da agregação de valor na expansão do capital social.

Page 6: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

6

4. Web 2.0

A Web 2.0 pode ser entendida como um conjunto de tecnologias que visam facilitar as conexões sociais, sob a plataforma da internet, de modo que qualquer pessoa seja capaz de incluir ou alterar as informações. Ugarte (2008) afirma que o termo Web 2.0 foi enunciado oficialmente por Dale Dougherty, da O’Reilly Media Inc., durante uma conferência em 2004, projetando um ambiente interativo, retornando ao conceito original da internet: estimular e promover os intercâmbios sociais.

A Web 2.0 é a segunda geração de serviços online e caracteriza-se por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo. A Web 2.0 refere-se não apenas a uma combinação de técnicas informáticas (serviços Web, linguagem Ajax, Web syndication, etc.), mas também a um determinado período tecnológico, a um conjunto de novas estratégias mercadológicas e a processos de comunicação mediados pelo computador. (PRIMO, 2007, p. 2)

Trata-se da transformação da internet em um ambiente interativo e construído a partir da colaboração e intercâmbio social, da inteligência coletiva. Assim, a Web 2.0 passa a ser entendida como o grupo de ferramentas tecnológicas que, alocadas no ambiente da internet, permitem maior interação e colaboração entre seus usuários. Suzart e Dias-Filho (2009) apresentam a descrição das ferramentas tecnológicas que compõem a Web 2.0, relacionadas a seguir.

Blog: para os autores blog é uma redução de web log traduzido como diário na internet, referindo à páginas de internet composta por postagens com opiniões, informações, links, ordenados de maneira ascendente. Tem semelhança com jornal eletrônico, possibilitando, em muitos casos, o visitante interagir na comunicação em cada postagem. São apresentadas duas maneiras de compreensão para os blogs: páginas pessoais ou meio de comunicação coletiva.

Wiki: derivado da palavra havaiana wikiwiki, o termo significa rápido. É uma ferramenta de colaboração em que usuários da internet, pertencentes a uma comunidade (rede), utilizam para apresentar, editar e aperfeiçoar continuamente diversos conteúdos. Os wikis exploram, principalmente, dois conceitos importantes da Web 2.0: Eternamente beta - conteúdo que não apresenta uma versão final, podendo ser editado sempre que seus usuários desejarem; e, Inteligência coletiva - usuários se auxiliam mutuamente, compartilhando do seu conhecimento e usando os conhecimentos da comunidade.

Nas características de rede, o wiki é a principal ferramenta de promoção da colaboração, cujo conteúdo é fruto de contínuo trabalho coletivo. Como exemplo de wiki, pode-se citar a Wikipédia, conhecida como enciclopédia eletrônica livre, que pode ser alterada pelos seus usuários.

Social bookmarking: A terceira ferramenta analisada pelos autores é o marcador social. Trata-se de um sítio que permite aos seus usuários a criação de uma lista de marcadores para qualquer endereço na internet, compartilhada com outros usuários por meio da internet, podendo atribuir uma marca a cada endereço armazenado. O usuário possui a liberdade de relacionar qualquer endereço com qualquer marca, sem se preocupar em obedecer a padrões.

Podcast: abrange um sítio onde são compartilhados arquivos de áudio, geralmente no formato MP3, de palestras, entrevistas e leituras, que podem ser acessados pelos mais diversos tipos de dispositivos. Os podcasts permitem o compartilhamento dos mais diversos tipos de arquivos multimídias, em especial, o compartilhamento de vídeos, convertendo-se em

Page 7: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

7

blogs de vídeos ou videocasts. Como exemplo, o YouTube para os arquivos de vídeo, o Flickr para as imagens e o Audblog para áudio, podem ser citados.

Really Simple Syndication: A última ferramenta apresentada é o RSS – Associação Realmente Simples. Conjunto de arquivos destinados à associação de blogs ou páginas na internet. Compreende, geralmente, arquivo no formato XML que contém informações e links sobre as atualizações realizadas no sítio de interesse do usuário. Podem conter qualquer conteúdo textual que seu autor desejar, como, por exemplo, o sumário de um texto, as manchetes de um jornal, os títulos dos artigos de um periódico etc.

Para a utilização de arquivos RSS o usuário precisa de um aplicativo conhecido como agregador, um leitor de RSS. No momento em que o usuário informar um link de um arquivo RSS, o aplicativo providenciará o arquivo que se encontra na internet e exibirá as informações que nele contiver. A cada alteração ou atualização no artigo RSS, este também irá atualizar a cópia do arquivo que possui, exibindo as novas informações.

5. Metodologia

A abordagem de pesquisa foi qualitativa, caracterizada por sua diversidade e flexibilidade, como, também, pelo detalhamento de determinado fato, objeto, sujeito, grupos ou fenômenos sociais, entre outros, e a relação dinâmica entre mundo objetivo e subjetivo (FLICK, 2009; OLIVEIRA, 2007; ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999; GODOY, 1995). Do ponto de vista dos objetivos da pesquisa ou fins que se deseja atingir, sua abordagem foi descritiva. Para Triviños (1987) e Oliveira (2007), estudo do tipo descritivo busca, em sua maioria, preencher lacunas no conhecimento que, em geral, diz respeito à compreensão do que ocorre em dada instituição, grupo ou comunidade, no contexto de sua realidade.

Trata-se da tentativa de observar, descobrir e revelar o fenômeno, a partir da ação de seus atores, neste caso, em específico, quanto à contribuição da rede social para o desenvolvimento local, compreendendo que a descrição do tipo estudo de caso atinge os objetivos propostos. Portanto, refere-se a observação e compreensão do fenômeno, procurando descrê-lo, classificá-lo e interpretá-lo, de modo possibilite o entendimento das variáveis que o influenciam (OLIVEIRA, 2007).

Quanto aos meios, foi adotado o estudo de caso único. Segundo Yin (2001), o estudo de caso facilita compreender um fenômeno social complexo, relacionado com questões concernentes ao ser humano e sua vida, possibilitando maior aprofundamento em busca de novos elementos para a compreensão do objeto em estudo. Desse modo, “[...] a tendência em todos os tipos de estudo de caso, é que ele tenta esclarece uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e quais os resultados [...]” (SCHRAMM, 1971, citado por YIN, 2001, p. 31), abarcando a proposta da pesquisa em foco.

Assim, o objeto de pesquisa foi a rede social TEIA MG, analisada a partir de projetos de prestação de serviço já concluídos, cujo objetivo principal foi identificar, no cadastro de demandas, à contribuição da rede social para o fortalecimento da produtividade local por meio da utilização das ferramentas Web 2.0. As demandas foram selecionados de modo a abranger o maior números de ferramentas utilizadas (Blog,Wiki, Social bookmarking, Podcast, Really Simple Syndication), aceitando os critérios de quantitativo determinado pelo esgotamento de novas informações.

Quanto às técnicas de coletas de dados, que são elementos que possibilitam ao pesquisador desvendar, ao menos em parte, o objeto pesquisado, escolheu-se o estudo documental. Desse modo, foram analisadas as demandas de serviços publicadas e atendidas no período de janeiro de 2008 a janeiro 2010, buscando identificar como rede social TEIA

Page 8: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

8

MG (http://www.teia.mg.gov.br/) fortalece a capacidade produtiva local por meio da utilização das ferramentas da Web 2.0. Para isso, primeiramente, criou-se um banco de informações para o mapeamento adequado de cada demanda e as ferramentas Web 2.0 utilizada na consecução dos objetivos, avaliando sua participação no crescimento produtivo, passando, posteriormente, para a análise de convergência das evidências para a junção descritiva do fenômeno.

O último passo foi a análise dos dados, a fim de caracterizar o fenômeno/fato, inferindo nas seguintes etapas, de acordo com o proposto por Sanders (1983, citado por MOREIRA, 2004): descrição, identificação de elementos comuns e junção dos temas por afinidade. 6. Apresentação do caso

Este trabalho, com proposta descritiva, teve como objetivo o estudo da rede social Teia MG. Trata-se de uma rede social de prestadores de serviços e de conhecimento que, usando ferramentas e ambientes da Web 2.0, auxiliam as empresas, escolas, governos, associações, sindicatos e demais instituições locais que desejam incluir seus projetos na internet, focando a construção coletiva do conhecimento por meio das ferramentas Web 2.0.

Figura 01: Página de Cadastro e/ou acesso à rede social Fonte: http://www.teia.mg.gov.br/ A palavra TEIA tem sua formação a partir da primeira letra das palavras: Tecnologia

– entendida como conjunto de conhecimentos que se aplicam a um determinado ramo de atividade; Empreendedorismo – compreendido como ações que apresentam determinadas habilidades e competências para criar, abrir e gerir um negócio, possibilitando resultados positivos; Inovação – considerada como habilidade de introduzir ou criar algo novo;

Page 9: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

9

Aplicados – modo de se direcionar ou focar a atenção em um determinado objetivo (TEIA MG, 2010).

Esta rede social abrange todos os municípios do Estado de Minas Gerais, alicerçada no compartilhamento de conhecimentos e melhores práticas, procurando oferecer à seus membros, serviços que antes só estavam disponíveis para quem dispusesse de grande capacidade de investimento, intermediando as relações entre prestadores de serviços e clientes.

Figura 02: Processo de relacionamento na rede Fonte: http://www.teia.mg.gov.br/page/como-funciona Todo o conhecimento que compõe a rede TEIA MG é construído coletivamente, de

forma mútua, utilizando-se do ambiente Web 2.0, comportando grande número de aplicações, ferramentas e ambientes grátis ou de baixo custo que podem ser integrados de forma a oferecer uma excelente infra-estrutura de tecnologia.

A participação na rede social ocorre de duas formas: como cliente ou agente TEIA MG. O cliente cadastra seus projetos de acordo com as necessidades em forma de demanda para que agentes o atendam, com um custo baixo e prazos ágeis, sendo atendido com dinamismo e tendo a Equipe TEIA como facilitadora de comunicação entre as partes. O agente utiliza as ferramentas da web para desenvolver suas demandas, sem a necessidade de possuir conhecimento prévio nessas ferramentas. Ele aprende fazendo, ou seja, na prática, através do atendimento de demandas, sempre baseado em melhores práticas catalogadas e que já foram utilizadas em outros projetos, com apoio da Biblioteca ou Equipe TEIA. 7. Apresentação dos dados

A rede social TEIA MG fortalece a produtividade local por meio da utilização das ferramentas da Web 2.0?

Os dados obtidos, estratificados a partir da análise de demandas atendidas, revelam que a rede social TEIA MG, possibilita serviços que utilizam das ferramentas Web 2.0 de

Page 10: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

10

modo accessíveis a diversos tipos de empresas, profissionais liberais, instituições governamentais, ONG’s (organizações não governamentais) e outros.

Figura 03: Cadastro de demandas. Link de acesso a projetos atendidos e a biblioteca do TEIA. Fonte: http://www.teia.mg.gov.br/page/demandas-remuneradas/ As postagens de demanda revelam os mais variados segmentos de atuação dos

clientes, como segue nas solicitações de serviços em postagens de demandas já atendidas: “Tenho um sistema pronto para imobiliárias que gostaria de vender [...] a melhor coisa imagino ser divulgando pela internet”, “[...] Desejo criar uma rede social para que profissionais da extensão rural [...]. Sou assessora de comunicação da [...]”, “[...] sou psicóloga clínica [...] pretendo montar um site que sirva de orientação à profissionais [...]”.

Com a rede social TEIA MG, as pessoas e organizações dos mais variados tipos, passaram a utilizar da internet de maneira dinâmica, interagindo umas com as outras, utilizando-se da Web 2.0 para promover o crescimento pessoal, profissional e organizacional possibilitando maior visibilidade, interação e comunicação. Com isso novas oportunidades surgiram para empresas.

Nossa demanda diz respeito à construção de canais de compartilhamento de informações e de conhecimento entre os membros do núcleo (site, rede e outras). Hoje compartilhamos as informações em encontros presenciais, atas de reunião e via e-mail. Um espaço para coleta de informações de interesse, discussão e troca de experiências seria um grande avanço no projeto. O objetivo do Núcleo é criar um programa sistemático para a obtenção da informação sobre as atividades dos competidores e sobre as tendências gerais dos negócios, com a finalidade de alcançar os objetivos da instituição. O Núcleo deve identificar informações relevantes ao contexto da instituição, analisá-las e disponibilizá-las. A partir do planejamento estratégico e do desenho organizacional o sistema de inteligência competitiva irá permitir que as informações relevantes ao negócio da organização

Page 11: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

11

sejam analisadas e transformadas em produtos de apoio à decisão e entregues às pessoas certas, no momento certo. [demanda postada e atendida]

[...] tenho uma fábrica de queijos no município de [...] MG. Esta empresa já atua no segmento há 25 anos, mas, porém, os investimentos em marketing e comunicação não foram tão aplicados. Por isso necessito de uma rede social, onde eu possa expor meus produtos e vendê-los. [demanda postada e atendida]

Na área de educação as tecnologias da informação e comunicação, por meio das ferramentas Web 2.0 e da rede social TEIA MG, possibilitam a divulgação de novos conhecimentos e a contribuição comunidade científica. Os trabalhos executados nesse segmento também apresentam grande diversidade. As principais demandas executadas foram relacionadas a vídeo conferência entre pesquisadores de regiões diferentes, gravações em formato videocasts para serem disponibilizado na internet e, ainda, Blogs e sites educativos.

Acontecerá a partir de amanhã na UFMG a II Reunião "Antropologia da Ciência e Tecnologia." Seria muito interessante que esse evento fosse transmitido ao vivo, pelo site TEIA. Contará com a participação de pesquisadores e estudiosos de várias áreas e países. Com esse enfoque, torna-se clara a importância dessa discussão. . [demanda postada e atendida]

Transmissão ao vivo do evento State Of The World Forum, dia 04 de Agosto [...] O propósito da reunião de trabalho em Belo Horizonte, de 4 a 7 de agosto/2009 é servir como uma conferência preparatória para o State of The World Forum 2009, em Washington, DC, de 12 a 14 de novembro de 2009. O evento foi concebido como uma conferência de trabalho para iniciar os debates entre os especialistas quanto à forma de implantar um plano de dez anos de maneira a lidar eficazmente com as alterações climáticas. Referida reunião de trabalho será composta por especialistas oriundos do Brasil e da comunidade internacional. [demanda postada e atendida]

Quero ver a possibilidade de criar uma estratégia de divulgação do Projeto de Qualidade de vida, ou seja, Prevenção e Promoção de saúde nas escolas, Universidades, empresas e população em geral.O projeto trabalha com Palestras, Oficinas e cursos com a metodologia de Conceitos, Informações, Reflexões e Dicas de como inserir no cotidiano de cada atividade profissional e pessoal. Já consegui criar o site www.[...].com.br e comecei a criar um blog para debates que se intitula[...][demanda postada e atendida]

Um ponto marcante é que, tão importante quanto as oportunidade de aprendizagem e o compartilhamento de conhecimento, compreendendo que para isso existem muitas outras redes que oferecem essas oportunidades, o TEIA MG oferece possibilidades de aproximação entre ofertantes e prestadores de serviços, gerando melhores resultados para quem presta serviços e para quem recebe.

Realizo consultoria na área de comportamento financeiro (finanças pessoais). Necessito aprimorar um blog que funcionará como canal de informação e venda de um livro que editei. Gostaria de criar também uma comunidade para discussão do tema relatado acima. Tenho uma logomarca do meu projeto "ricamente" e tenho o domínio registrado www.[...].com.br que e gostaria que este domínio fosse redirecionado para o blog. [demanda postada e atendida]

Sobre a utilização das tecnologias Web 2.0 nos projetos de trabalho demandados, no conjunto deles foi possível observar que todas as ferramentas de algum modo foram utilizadas, fortalecendo o papel da rede social como fator de fortalecimento da produtividade

Page 12: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

12

e dos vínculos entre os sujeitos que compõem a rede. Entra-se, então, nas características do relacionamento e da capacidade de comunicação, a interação e integração entre os membros. Esta segunda geração de internet pode oferecer melhores oportunidades de negócios, principalmente contando com a evolução de conteúdos que não apresenta uma versão final e pela troca entre usuários que se auxiliam colaborativamente em seus projetos, compartilhando do seu conhecimento e usando os conhecimentos da comunidade.

A [...] Engenharia Sanitária e Ambiental Ltda esta necessitando de um website em inglês e português, para o EnvironGrade, fácil de gerir, que possa ser atualizado no momento, sem que para isso esteja dependente de um fornecedor de serviços e que, além de tudo isto, seja modular e cresça de acordo com as necessidades da empresa. O objetivo principal da EnvironGrade é de fornecer o Grade para o Environ. Ou seja: (i) gerar parâmetros para medir o "grau" de responsabilidade socioambiental das empresas para subsidiar decisões dos gestores dos fundos de investimento; (ii) assistir a empresas interessadas em obter financiamentos, segundo os "Princípios do Equador".[demanda postada e atendida]

Nesse ponto, o fortalecimento da produtividade local acontece por meio da criação de novas oportunidades de negócios para os agentes e clientes, bem como, por meio das relações de trocas economicamente favoráveis. Seja com a maior circulação monetária e a geração de trabalho e renda, ou com compartilhamento do conhecimento, o uso da inteligência coletiva, o favorecimento de novas aprendizagens e do incentivo a inovação, torna-se evidente a contribuição da rede TEIA MG para o fortalecimento da produtividade local que, nestes termos, atinge patamares de globalidade a partir da utilização das ferramentas Web 2.0.

Considera-se, então, que há fortalecimento da produtividade no contexto de que empresas, instituições de ensino, instituições governamentais, ONG’s, profissionais liberais e outros atores, podem oferecer melhores serviços a seus clientes por meios das novas tecnologias, inovar em sua atuação na sociedade e nos mercados, estabelecer relações de valor ampliado com clientes ou usuários de seus serviços ou produtos, criar novas oportunidade de negócio, disseminar mais rapidamente conhecimentos e elevar a capacidade competitividade. 8. Considerações finais

O caso estudado demonstra que as tecnologias oferecidas pela Web 2.0, utilizadas por meio de redes sociais, favorecem a produtividade local e auxiliam no crescimento de empresas, instituições e profissionais. Pode-se observar que, na apresentação dos dados, há uma gama ampla de segmentos que utilizam dos benefícios da rede social TEIA MG para produzir serviços ou ofertar produtos, fazendo uso, de acordo com as exigências da sociedade atual, das ferramentas Web 2.0 para incorporar as mudanças tecnológicas em seus sistemas produtivos e gerar maior visibilidade social e nos mercados de bens e serviços.

A rede social TEIA MG, apresenta os aspectos observados e já apresentados por Cevoli (1999) sobre a ação do uso da tecnologia: a utilização das tecnologias Web 2.0 apresentou características que favorecem a melhoria no padrão de vida por meio de ações educativas; as mudanças nos modelos educacionais com a utilização das ferramentas de aplicação, mudanças nos mecanismos de comunicação e nos tipos de relações sociais; e, ainda, provoca modificações positivas nas interdependências de relações econômicas. Portanto, pode-se perceber também que a rede TEIA MG contribui para expansão do capital social com o objetivo de obter uma ascensão econômica, conforme apresentado por Gatto (2007).

Assim, considera-se que a rede TEIA MG – com destaque para aqueles denominados clientes – possibilita aos seus membros a melhoria da inserção social e maior visibilidade nos segmentos produtivos, lucrativos ou não, favorecendo, desse modo, a competitividade global

Page 13: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

13

e inovação, haja vista o fortalecimento produtivo que emerge sustentado em bases tecnológicas promotoras da capacidade de relacionamentos centrados na informação, na comunicação e no conhecimento. A rede TEIA MG fortalece a produtividade local por meio da aproximação entre diferentes atores que podem estabelecer trocas vantajosas para ambos e, consequentemente, promovem o desenvolvimento regional por meio da criação de valor, oportunidades e impacto em diversos setores econômicos e sociais.

Figura 04: Processo de relacionamento na rede Fonte: http://www.teia.mg.gov.br/page/demandas-remuneradas/ A sustentabilidade da rede TEIA MG pode ser observada no pelo grau de interação

entre os integrantes que, com objetivos complementares significativamente fortes, estabelecem relações sinérgicas. Conforme citado por diversos autores, pode ser observada, também, no aperfeiçoamento dos recursos utilizados por meio da inteligência coletiva e no respeito às características das demanda de cada membro – serviços personalizados (JUNQUEIRA, 2000; SANTOS, 2002; ANDION, 2003; JUNQUEIRA, 2006). Dessa forma, a rede social – TEIA MG – facilita o acesso, comunicação e interação entre os atores, sendo determinantes para que a dinâmica produtiva local ocorra, consequentemente, influenciando no desenvolvimento da região. 9. Referências ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Thomson, 1999. Cap. 7. ANDION, C. Análise de redes e desenvolvimento local sustentável. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro, v.37, n.5, p.1033-1054, set/out. 2003. BARRY, W. Design thinking and the experience of innovation. Design issues. V. 24, p. 3-14, 2008. BILIBIO, C. Competitividade no empreendimento agrícola. São Luiz: EDUFMA, 2009. BRITO, E. P. Z.; BRITO, L. A. L.; MORGANTI, F. Inovação e o desempenho empresarial: lucro ou crescimento? RAE-eletrônica, v. 8, n. 1, Art. 6, jan/jun 2009.

Page 14: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

14

http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=5232&Secao=ARTIGOS&Volume=8&Numero=1&Ano=2009. Acesso em: 17 jan. 2010. CASTELLS, M. A sociedade em rede - A era da informática: economia, sociedade e cultura, Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2001. CEVOLI, M. Bell: o advento pós-industrial. In: DE MASI, D. A Sociedade pós-industrial. 4.ed.São Paulo: Editora SENAC, 1999. DE MASI, D. A Sociedade pós-industrial. 4.ed. São Paulo: Editora SENAC, 1999. EGLER, T. T. C (org). Ciberpólis: redes no governo da cidade. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. FLICK, U. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009. Coleção pesquisa qualitativa, coordenada por Uwe Flick. Cap. 1. FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. Administração de serviços: operação, estratégia e tecnologia de informação. Tradução: Gustavo Severo de Borba et al. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. FRAGOZO, F. A. S. A tecnologia e seus possíveis: É possível pensá-lo? Rio de Janeiro: E-Papers Serviços Editoriais, 2004. FREY, K. Governança urbana e redes sociais: o potencial das novas tecnologias dainformação e comunicação. In: Encontro Anual da Associação dos Programas de Pós-Graduação em Administração - EnANPAD 2003, Anais… Atibaia: ANPAD, 2003. GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n 2, p. 57-63, 1995. GOMES, G.; MACHADO, D. P. N.; GIOTTO, O. T. Análise do conteúdo dos artigos de inovação publicados nos anais do ALTEC, SIMPOI e ENANPAD (2003-2007). SIMPOI – Simpósio de administração da produção, logística e operações internacionais. Anais, 2009. GATTO, R. F. Capital Social e Redes Sociais. In: Encontro Anual da Associação dos Programas de Pós-Graduação em Administração - EnANPAD, 2007. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007. HARVEY, D. Condição pós-moderna. 16. Ed.São Paulo: Edições Loyola, 2007. JUNQUEIRA, L. A. P. Intersetorialidade, transetorialidade e redes sociais na saúde. In: Revista de Administração Pública. Intersetorialidade e redes sociais, v. 34, nov.-dez. 2000. JUNQUEIRA, L. A. P. Organizações sem fins lucrativos e redes sociais na gestão das políticas sociais. In: Arnaldo Mazzei Nogueira et al. Gestão social, estratégias e parcerias: redescobrindo a essência da administração para o terceiro setor. São Paulo: Saraiva, 2006, v. 1. KLERING, L. R.; ANDRADE, J. A. Inovação na gestão pública: compreensão do conceito a partir da teoria e da prática. In: JACOBI, P; PINHO, J. A. Inovação no campo da gestão pública local: novos desafios novos patamares. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. LOMNITZ, L. A. Redes sociais, cultura e poder. Rio de Janeiro: E-papers, 2009. MARTINS, L. Informática para negócios. São Paulo: Digerati Books, 2007. MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. PRIMO, A. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. E- Compós (Brasília), v. 9, p. 1-21, 2007. OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. RODRIGUES, A. M.; RODRIGUES, I. C; FUSCO, J. P. A. Competitividade no agronegócio. In: FUSCO, J.P.A. (org.) Tópicos emergentes em engenharia de produção. São Paulo: Arte e Ciência, 2003. v.2. SANTOS, B. S. (Org.) Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

Page 15: Autoria: Fábio Rogério de Morais, Talita Ribeiro da Luz · a partir da utilização das ferramentas da Web 2.0. Inicialmente foi apresentado o cenário social em que as redes estão

15

SUZART, J. A. S.; DIAS-FILHO, J. M. A Web 2.0 e os programas brasileiros de Pós-graduação em contabilidade. In: Encontro Anual da Associação dos Programas de Pós-Graduação em Administração - EnANPAD 2009, Anais… São Paulo: ANPAD, 2009. TANAKA, O.; MELO, C. Inovação e gestão: a organização social no setor da saúde. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2002. TEIA MG. http://www.teia.mg.gov.br. Primeiro acesso em: jan. 20101. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. pp. 109-114. UGARTE, D. O poder das redes: manual ilustrado para pessoas, organizações e empresas, chamadas a praticar o ciberativismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. YIN. R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001. Cap. 1 e 4. 1 O site http://www.teia.mg.gov.br e os links a ele relacionados foram revisitados durante o período de construção do artigo – Jan./Jul. de 2010.