AULA_Setor_Eletrico_01-1
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ECONOMIA DA INDUSTRIA ELÉTRICA
Profa. Paula Meyer
I. Características Técnico-Econômicas da Industria Elétrica;II. Modelo Centralizado do Setor ElétricoIII. ELETROBRAS IV. Crise dos Anos 80: Colapso do Modelo Setor Elétrico V. Transição para os Modelos dos Anos 90VI. Comercialização de Energia -Brasil
I-CARACTERISTICA TÉCNICO-ECONÔMICAS DA INDÚSTRIA ELÉTRICA
CADEIA PRODUTIVA DE ENERGIA ELÉTRICA
Tecnologias de Geração
Gerador elétrico: dispositivo que converte energia mecânica em energia elétrica;
Reator nuclear: um caso particular da turbina a vapor . O calor necessário a transformação da água em vapor que será usado na turbina é obtido a partir de um reator nuclear.
Aerogerador: converte energia mecânica dos ventos, que gira as pás do gerador elétrico chamado “aerogerador”, que fica no alto de uma torre. A eletricidade é transportada por uma rede de cabos subterrâneos até uma subestação coletora que está ligada à rede de distribuição da concessionária local.
Tecnologias de Geração
Gerador fotovoltaico: O efeito fotovoltaico de Einstein. O fóton que incide sobre um metal semicondutor empurra o elétron, produzindo eletricidade em corrente contínua. O semicondutor mais utilizado é o silício nas células fotovoltaicas que são arranjadas (em série ou paralelo) ao longo de um painel solar.
Gerador termelétrico: O processo nessas usinas se baseia em queimar um combustível para aquecer água. O vapor, sob pressão, faz girar as turbinas dos geradores. Consiste na queima de carvão mineral, embora já haja uma significativa participação de outras matérias-primas como bagaço de cana, resíduos agrícolas e florestais, biogás e lixo urbano.
Atributos Temporais de Geração e Uso
Simultaneidade: a relação temporal entre a existência de um processo que gera energia elétrica e a existência de um processo que utiliza esta mesma energia elétrica.
Instantaneidade: a relação temporal entre os eventos ocorridos em um dos processos e os efeitos sobre o outro.
Atributos Temporais de Geração e Uso
INTENSIDADEa quantidade de energia envolvida na relação envolvida nos dois processos.
REGULARIDADE a intensidade do fluxo elétrico que integra os dois processos de geração e de uso.
DURAÇÃO a continuidade no tempo da relação entre os dois processos.
MOMENTOa localização no espaço temporal da relação entre os dois processos.
Atributos Espaciais de Geração e Uso
DENSIDADE a intensidade do fluxo elétrico em relação ao espaço (quantidade de energia por unidade de área);
HOMOGENEIDADE regularidade do fluxo de energia nos dois processos;
EXTENSAO distancia entre o espaço no qual se encontra a geração e o espaço no qual se encontra o usuário;
LOCALIZAÇÃO localização do fluxo elétrico que integra os processos de geração e de uso;
Atributos Espaciais de Geração e Uso
SIMULTANEIDADE: os processos ocorrem no mesmo instante.
INSTANTANEIDADE os eventos que ocorrem em um processo tem efeitos imediatos (instantâneos) sobre o outro.
ECONOMIAS DE ESCALA E ESCOPO: TEMPO
Na medida em que os usuários demandam energia em diferentes momentos do tempo, a mesma capacidade instalada de produção e de transporte pode ser utilizada por mais de um usuário ao longo de dado período. (diversidade temporal)
Um elevado numero de usuários que apresentem perfis temporais semelhantes, eleva a intensidade energética (homogeneidade temporal)
Economia de Escopo
Economia de Escala
Figura 1- Economia de Escopo no Tempo
10W D
10W E
10W A B C F
Oh 8h 8h 8h 8h
ECONOMIAS DE ESCALA E ESCOPO: ESPAÇO
O aumento da densidade espacial dos fluxos permite a diluição dos custos fixos associados a infraestrutura de transporte de energia elétrica. Ex: Geração de energia para Caucaia e Fortaleza (CE)
A reunião de usuários que ocupam lugares distintos no espaço, porém compartilham uma parte da rede. Ex: geração de energia para diferentes cidades, São Paulo e Itu.
Economia de Escala
Economia de Escopo
II-MODELO CENTRALIZADO DO SISTEMA ELETRICO - BRASIL
Aproveitamento do enorme potencial hidrelétrico; Criação de sistema interligado;
Maximização da eficiência
das instalações de energia hidrelétrica
Impulsionado pelo Estado
que prevaleceu no Brasil após
II GM
III-ELETROBRAS
• Holding federal com controle acionário da maioria dos ativos de TRANSMISSÃO e GERAÇÃO;
• Controla ativos de energia nuclear;• 50% do controle da Itaipu Binacional (maior usina hidrelétrica do
mundo com 12.000MW);• Patrocinador e organizador das duas entidades GCOI e GCPS
CHESF
Furnas Eletronorte
Eletrosul
EMPRESAS UHE UTE TOTAL
Eletronorte 4.718 783 5.501
CHESF 8.617 290 8.907
Furnas 7.212 1.297 8.509
Eletrosul 2.602 620 3.222
ELETROBRAS (Total) 23149 2.990 26139
Itaipu 6.300 6.300
Cesp 9.461 9.461
Cemig 4.928 125 5.053
Copel 3.324 20 3.344
CEEE 896 511 1.407
Light 768 768
Celg 675 3 678
Eletropaulo 820 470 1.290
TOTAL 27.172 1.129 28.301
CAPACIDADE INSTALADA DAS USINAS ELETRICAS - 1995
Fonte: Extraído de FERREIRA (2000)
Grupo de Coordenação para Operações Integradas (GCOI) vsGrupo de Coordenação do Planejamento do sistema de Energia
(GCPS)
GCOI GCPS
Criação: 1973 Criação: 1982
Controlar o despacho centralizado de energia;
Projetar a demanda de energia elétrica através de previsões microeconômicas;
Otimização do fluxo de água. Expansão do setor elétrico
III- CRISE DOS ANOS 80: COLAPSO DO MODELOS DO SETOR ELETRICO
Inflação crescente nesse período (30 a 40%); Unificação das tarifas nacionais garantia de retorno
mínimo de 10% Contas de Resultados a Compensar (CRC) sistema de
soma zero Ocorreu de fato expansão da capacidade de geração do
setor elétrico nos anos 70. Sistema de financiamento livre para empresas estatais
endividamento; Falta de controle sobre os custos operacionais; Crise México em 1982.
IV-CRISE DO MODELO – ANOS 80
Mudança do cenário interno e externoInflação crescente
Endividamento das concessionárias
Aumentar a eficiencia energética;Demanda crescente de energia;
Diversificação da matriz energética
V-TRANSIÇÃO PARA OS MODELOS DOS ANOS 90
Programa Nacional de Privatização Lei 8.031/90Reorientação do papel do Estado;Equilíbrio fiscal;Atração de investidores e capitais privados.
Encontro de Contas Lei 8.631/93Eliminação do regime de equalização tarifária;Promoção do encontro de contas entre credoras e devedoras do setor;Obrigatoriedade de se estabelecer contratos de suprimentos entre geradoras e as distribuidoras
NOVO MODELO -Privatização
Lei 8.987/95 –Lei de Concessões.Registra-se a construção de um novo ambiente coma introdução de mecanismos competitivos visandoalcançar maior eficiência técnica e atração de capitaisprivados.
Lei 9.074/95 Antecipa as bases do modelo competitivo.
Estabelece princípios relativos ã renovação dasconcessões no setor elétrico;
Leilões de empresas geradoras, de transmissão e dedistribuição;
Introduziu o conceito de produtor independente(PIE), podendo estes vender sua energia para“consumidores livres”
ESTRUTURA INSTITUCIONAL SEB
INSTITUIÇÕES DO NOVO MODELO – FHC
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) : autarquia de direito público e autonomia patrimonial, financeira e administrativa. Regula e fiscaliza a produção, a transmissão, a distribuição e comercialização de energia elétrica. Está vinculada ao MME. Mercado Atacadista de Energia (MAE): Criado para
comercializar energia elétrica entre produtores independentes, exportadores, importadores, autoprodutores, grandes consumidores. O ambiente de comercialização de energia é composto pelo ACL e ACR. Operador Nacional do Sistema (ONS): regulado pela
Aneel. Deve coordenar a operação dos ativos de geração e transmissão do sistema integrado.
Modelo do Setor Elétrico-Era Lula
Promover a segurança do abastecimento; Assegurar elevado grau de contratação entre
geração e transmissão; Retorno do planejamento focado no longo prazo; Diversificação da matriz de energia – leilões
mercado atacadista regulado e mercado comercialização livre.
Instituições – Era Lula
I. Empresa de Planejamento de Energia (EPE)-2004Realiza planejamento de médio e longo prazos do setor energético brasileiro;Desenvolve estudos de viabilidade socioambiental e técnico-econômica de projetos;Autoriza as concessões de energia;
II. Câmara de Energia Elétrica de Compensação (CCEE)-2004Realiza os leilões de energia elétrica (A-3 e A-5)Mantém o registro de todos os Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR).Efetua a contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados e a liquidação financeira dos valores das operações de C/V.
Instituições – Era Lula
III. Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE)-2004
Acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento eletroenergético em todo o território nacional;
Identificar dificuldades e obstáculos de caráter técnico, ambiental, comercial, institucional e outros que possam afetar a regularidade do abastecimento e atendimento à expansão do setor;
Elaboras propostas e ajustes e recomendações de ações preventivas que visem a segurança energética.
Modelo do Setor Elétrico- Era Dilma Rousseff – Lei 12.783/13
Dispõe sobre a prorrogação das concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Redução dos encargos setoriais.I. Conta de Consumo de Combustíveis (CCC)II. Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)III. Reserva Global de Reversão (RGR)
Modicidade tarifária.
Lei 12.783/13: linhas gerais
• Prorrogação das concessões (G-T-D) em conformidade com as novas regras;
• Dar diretrizes a questão da indenização dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados ou não depreciados.
• Estabelecer redução dos encargos setoriais;• Permitir a antecipação, em até cinco anos, dos pedidos de
prorrogação a serem apresentados pelos titulares das concessões vincendas;
• Retirar do consumidor final de energia elétrica os efeitos da variação cambial decorrentes do uso da energia de Itaipu.
Cenário Após a MP 579
• Estatais estaduais – Cesp, Cemig e Copel – não aderiram ao plano proposto;
• Más condições hidrológicas em 2012;• Lei 12.839/13 permitia a conversão dos
recursos CDE para compensar os descontos aplicados sobre as tarifas de energia elétrica.
• Tesouro desembolsou 15 bilhões ao invés de 3,5 bilhões previstos com a edição da MP.
V-COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA -BRASIL
VendedoresGeradores de serviço público, produtores independentes, comercializadores e
autoprodutores.
Ambiente de Contratação Regulada (ACR)
Distribuidores (consumidores cativos)
Ambiente de Contratação Livre (ACL)
Consumidores livres, comercializadores
Contratos resultantes de leilões
Contratos livremente negociados
Processo de contratação de energia convencional e incentivada
Pequenas Centraishidrelétricas (PCHs);
Centrais a Biomassa compotencia injetada na redede 30MW;
Centrais eólicas compotência injetada na redede 30MW;
Centrais de energia solarcom potência injetada narede menor ou igual a 30MW
Consumidores especiais
Consumidores livres
Hidrelétricas (potencia >1MW ou < 50MW)
Centrais a Biomassa com potencia injetadana rede superior a 30MW e inferior a50MW;
Centrais eólicas com potência injetada narede superior a 30MW e inferior a 50W;
Centrais de energia solar com potênciainjetada na rede superior a 30 MW einferior a 50MW.
Demais usinas
Energia Incentivada Energia Convencional
BIBLIOGRAFIA BASICA E COMPLEMENTAR
JR PINTO, Helder. (Org). Economia da energia: fundamentos econômicos, evolução histórica e organização industrial, Rio de Janeiro, Ed Campus, 2007.
FERREIRA, Carlos Kawall L de, Privatização do setor elétrico no Brasil. Texto para Discussão, BNDES, Rio de Janeiro, 2000
LEITE, Antônio D .Eficiência e Desperdício da energia no Brasil. Rio de Janeiro, Ed Elselvier, 2013.
PIRES, Jose Cláudio L. O processo de reformas do setor elétrico brasileiro. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, vol6, n.12, p.137-168,Dez,1999.
REIS et al. Energia, recursos naturais e prática do desenvolvimento sustentável, Ed Manole, Barueri, 2005.