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Os choques elétricos ocorrem de fato sempre que uma determinada corrente elétrica
percorre o corpo humano. Dependendo da situação, um choque pode causar apenas um
pequeno formigamento, queimaduras de 3º grau ou até mesmo levar a pessoa a óbito.
Por que ocorre o choque?
A corrente elétrica, quando percorre o corpo humano, interfere junto às correntes internas
carregadas pelos nervos, dando-nos a sensação de formigamento.
Para que o choque ocorra, deve haver uma diferença de potencial entre dois pontos
distintos do corpo humano, ou seja, quanto maior for a diferença de potencial, maior será a
corrente elétrica; como consequência, o choque também será maior. Geralmente, um
desses pontos sãos os pés, que estão em contato com o solo, e o outro ponto é o que de
fato entra em contato com algum aparelho elétrico ou fio elétrico.
O valor da corrente elétrica, ou melhor, a intensidade, depende de alguns fatores
relevantes, como por exemplo, a voltagem e a resistência elétrica do caminho percorrido
pela corrente elétrica no corpo. A resistência do corpo humano sofre variação de uma
pessoa para outra e também depende das condições da pele de cada um. Quando o corpo
humano está molhado, sua resistência é bem menor do que quando está seco. Molhado, a
resistência cai, e a corrente que passa pelo corpo humano pode ser bastante alta, mesmo
para uma tensão pequena.
Devemos perceber que os danos que são causados pelos choques são mais relacionados
com a corrente elétrica do que com a voltagem. Podem ocorrer choques que levam a óbito
mesmo com uma voltagem de apenas 20 V.
Danos causados ao corpo humano
Quando uma corrente elétrica passa pelo corpo humano, estamos aptos a sentir os
seguintes efeitos: pequena formigação, dores, espasmos musculares, contrações
musculares, alteração nos batimentos cardíacos, parada respiratória, queimaduras e
morte. Os danos são provenientes do fato de o movimento dos músculos e as
transmissões de sinais nervosos ocorrerem pela passagem de pequenas correntes
elétricas.
Temos que lembrar que outro fator que pode causar danos ao corpo humano é o trajeto
que a corrente faz. O fato de ela passar pelo coração, que é um músculo, causa os
espasmos que alteram o ritmo cardíaco, deixando-o irregular. Os choques mais perigosos
ocorrem quando uma pessoa segura com as duas mãos o fio elétrico, pois o caminho a ser
percorrido pela corrente elétrica fica mais próximo do coração.
Valores aproximados de corrente e os danos que causam:
1 mA a 10 mA – apenas formigamento
10 mA a 20 mA – dor e forte formigamento
20 mA a 100 mA – convulsões e parada respiratória
100 mA a 200 mA – fibrilação
acima de 200 mA – queimaduras e parada cardíaca.
O choque elétrico (AO 1945: choque eléctrico) é a passagem de uma corrente
elétrica através do corpo, utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode
causar um susto, podendo também causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até mesmo
a morte.1 2
Primeiros socorros[editar | editar código-fonte]
Intensidade do Choque Elétrico Costuma-se associar o "estrago" que o choque pode
causar com o nível de tensão, porém o correto é que depende da intensidade da corrente
elétrica que atravessa o corpo da pessoa durante o choque e do caminho da corrente
elétrica pelo corpo. Certamente que quanto maior for a tensão, maior é a probabilidade de
ocorrer um dano físico à pessoa, tendo em vista que pela lei de Ohm o aumento da
corrente é diretamente proporcional ao da tensão e inversamente proporcional ao da
resistência elétrica, ou seja, para a mesma resistência do corpo humano, que é
relativamente constante (entre 1300 e 3000 ohms para a tensão de 127 V), se
aumentarmos a tensão, consequentemente a corrente aumentará.
Sinalização ocorrente em locais onde há perigo de choque elétrico.De acordo com a
Norma Regulamentadora número 10 (NR 10 - Segurança em serviços com eletricidade) do
Ministério do Trabalho do Brasil, tensões menores que 50 V em corrente alternada e 120 V
em corrente contínua são inofensivas. Estas são chamadas de extra baixas tensões (EBT).
Tensões maiores que 50 V e menores que 1000 V em corrente alternada e entre 120 V e
1500 V em corrente contínua são chamadas de baixa tensão (BT), enquanto tensões de
valores iguais ou maiores a 1000 V em corrente alternada e 1500 V em corrente contínua
são chamadas de alta tensão (AT).
Assim, pessoas que sofrem um choque elétrico em AT têm uma probabilidade maior de
morrer ou ficar com sequelas graves do que uma pessoa que sofreu um choque em BT.
Interrompa imediatamente o contato da vítima com a corrente elétrica:
desligue o interruptor ou chave elétrica;
afaste o fio ou condutor elétrico com um material não condutor bem seco, pedaço de
pau, cabo de vassoura, pano grosso;
puxe a vítima pelo pé ou pela mão, sem lhe a tocar a pele, usando material não
condutor.
observação.: pise no chão seco, se não estiver com botas de borracha.
Aplique os procedimentos de Suporte Básico de Vida.
Inicie a respiração de socorro, no caso de parada respiratória ou cardíaca.
Após certificar-se da normalização da respiração e dos batimentos cardíacos
mantenha-se alerta, para reiniciar o socorro, se a vítima continuar inconsciente.
Imobilize os locais da fratura se houver.
Proteja as áreas de queimadura.
Controle o estado de choque.
Transporte a vítima para o hospital, o quanto antes, mantendo a respiração e
massagem cardíaca se necessário.
Ao atender uma vítima de choque elétrico é necessário cuidar para não ficar na mesma
situação: deve-se desligar a energia elétrica antes, ou usar alguma forma de isolamento
elétrico, como algo feito de borracha, por exemplo.
Estando a vítima fora de uma área eletrificada, observa-se se existe algum objeto
obstruindo a passagem do ar pela boca ou nariz (próteses dentárias, alimentos, etc) que
devem imediatamente ser retirados.
Verifique se a vítima está respirando e procure ajuda médica o mais rápido possível.
As queimaduras elétricas geralmente são mais graves do que aparentam, mesmo aquelas
em que o paciente procura ajuda especializada pessoalmente.
O corpo, no choque elétrico, serve como condutor da energia e ao mesmo tempo de
resistência elétrica, causando os danos ao organismo.
Diferentes graus de lesões externas visíveis podem cursar com rabdomiólise,
uma necrose muscular profunda causada pela passagem da corrente elétrica.
A rabdomiólise libera das células musculares uma proteína chamada mioglobina, que entra
na circulação sanguínea.
A mioglobina deposita-se nos glomérulos renais (porção do rim responsável pela filtração
do sangue e produção da urina), obstruindo a passagem do sangue e
causando insuficiência renal aguda.
Se a urina for de cor escura deve-se pensar em mioglobinúria (saída da proteína
mioglobina pela urina), que denota a gravidade da lesão interna.
O médico deverá instalar uma linha venosa para hidratação em um membro (perna, braço)
não atingido (não é recomendável utilizar o membro atingido até que se tenha uma
avaliação completa da lesão).
É recomendável a passagem de uma sonda vesical para monitorar a urina, ao mesmo
tempo que ela é estimulada pela hidratação venosa agressiva com soro fisiológico visando
proteger o rim, mantendo uma diurese de pelo menos 100 ml por hora.
Sinait: Por que criar esta NR? Qual a sua finalidade e o que ela determina? Gianfranco: Toda a gestão de trabalhos em altura e prevenção de queda era balizada pelas NRs 18
(Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e 6 (Equipamentos de Proteção
Individual – EPI). Mas existem vários outros ramos de atividade que têm suas especificidades e
peculiaridades. A necessidade de criar uma norma específica para trabalho em altura surgiu com a criação
da nova NR 34 - que trata das Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval -, em que um capítulo específico determina a amplia e a gestão dos trabalhos em altura
com base no planejamento, organização e definição das responsabilidades. Para evitar que todos os ramos
de atividade com trabalho em altura tivessem um capítulo sobre o tema, foi mais produtivo e eficaz criar
uma norma mais ampla que atenda a todos os ramos de atividade que incluem trabalho em altura. Nos
países mais evoluídos existem normas especificas para estas atividades em virtude do grande potencial de
dano ao trabalhador em caso de acidente.
Sinait: O que vai mudar com a criação desta norma? Gianfranco: A nova norma está baseada na gestão de segurança e saúde destas atividades com os
seguintes pilares básicos: planejamento, análise de riscos, capacitação e aptidão do trabalhador,
organização, execução e definição das responsabilidades. Um dos principais itens será a capacitação dos
trabalhadores. A carga horária mínima exigida também será de 16 horas, sendo necessária uma
reciclagem a cada dois anos. A norma incluirá ainda um capítulo para emergências e salvamento. Existe também um ramo dos trabalhos em altura, o chamado alpinismo industrial ou acesso por cordas,
onde muitos profissionais que atuam em plataformas marítimas, plantas industriais, manutenção de
instalações industriais, edifícios, torres de transmissão de energia e eólicas, entre outras trabalham sem
uma norma brasileira que lhes dê amparo legal. Esta atividade terá, em breve, um Anexo à Norma que
está sendo construída, que ditará as regras a serem seguidas. Para esta finalidade serão convocados os
melhores especialistas do setor para criação de um comitê que se responsabilizará pela sua elaboração.
Além deste Anexo outros serão criados, pois algumas atividades específicas exigem uma gestão e
formação do trabalhador com mais critérios.
Sinait: Como é a fiscalização nesta área sem ter uma NR específica? Os AFT tomam por base o quê? Gianfranco: A fiscalização dos trabalhos em altura é pautada, atualmente, pelos requisitos das NRs 6
(Equipamentos de Proteção Individual – EPI), 8 (Edificações) e 18 (Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção). A NR 1 (Disposições Gerais) por sua abrangência também é muito
utilizada. Mas agora, com a nova norma, aumentarão os critérios de exigência através de uma maior
organização dos quesitos mínimos requeridos. Sinait: O que foi sugerido na consulta pública? Gianfranco: Muitos profissionais e entidades representativas enviaram várias sugestões e propostas,
além de algumas críticas. As sugestões variaram entre especificação e definição de sistemas utilizados na
prevenção da queda, profissionais que poderiam ministrar os treinamentos, registros das informações,
carga horária e conteúdo dos treinamentos, exames médicos específicos, etc. Todas estas sugestões foram
lidas e avaliadas. O texto das propostas recebidas em consulta pública foi otimizado por meio
de avaliação, seleção e organização das propostas semelhantes para que sejam discutidas e avaliadas nas
reuniões do GTT.
Sinait: Quais os pontos mais polêmicos, ou em comum, desta NR, sugeridos na consulta pública? Gianfranco: A principio tínhamos definido trabalho em altura como qualquer atividade com desnível de
altura onde haja risco de queda capaz de causar lesão ao trabalhador. Como esta definição era muito
ampla e genérica poderia causar dúvidas de interpretação e acarretar problemas tanto na sua implantação
como na fiscalização da Norma. O número de sugestões foi muito grande sobre este tema e, por isso, este
item foi reconsiderado. Atualmente o projeto de norma define trabalho em altura toda atividade executada
acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda, além de outras com altura
inferior de queda, que após análise prévia, possam ser consideradas como tal.
Sinait: Qual a área do trabalho em altura com maior risco de acidentes? Gianfranco: A construção civil responde por 49% dos acidentes decorrentes do trabalho em altura.
Incluem-se neste rol quedas de trabalhadores e materiais sobre trabalhadores. A incidência de acidentes
neste setor ocorre de forma semelhante, não só no Brasil, como no resto do mundo. Na área do trabalho
em altura, existem os acidentes que ocorrem em atividades eventuais, mas há outros ramos onde os
acidentes em altura são rotineiros, como na montagem de torres, manutenção ou outras atividades em
postes, torres e outros elementos verticais. Portanto, todos os ramos desta atividade podem ter trabalhos
em altura com seus riscos associados.