Aula Oito Bowlby Rompimento Dos Vinculos Afetivos

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    Autores [por ordem alfabtica]:Jos Saraiva Augusto | Teresa Gomes Jernimo

    john bowlby,1967|8

    EFEITOS SOBRE O COMPORTAMENTODO ROMPIMENTO DOS VNCULOS AFECTIVOS

    THE MAKING AND BREAKING OF AFFECTIONAL BONDS

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    John Bowlby | *1907, 1990

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    Resumo |Abstract

    Os presentes apontamentos, e notas contguas, elaborados no mbito da ca-deira de Psicologia da Aprendizagem, apresentam, no contexto da matrialeccionada, uma smula do artigo Efeitos sobre o comportamento dorompimento dos vnculos afectivos | ttulo original: The making andbreaking of affectional bonds].

    Aps uma breve resenha biogrfica sobre a vida e obra de John Bowlby,

    seguem-se, nas pginas seguintes, o resumo do artigo, ora em apreo, nosseus aspectos mais relevantes.

    A forma de apresentao escrita do presente documento, devido suafinalidade, tipo e estrutura grfica, no segue as normas da APA,nomeadamente o resumo disponvel, em linha, na internet, em APA Style

    Essentials[http://www.vanguard.edu/faculty/ddegelman/index.cfm?doc_id=796].

    Os autores.

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    NDICE

    PARTE I

    Breve resenha biogrfia de John Bowlby.

    PARTE IIEfeitos sobre o comportamento do rompimento dos vnculos afectivos.

    1 | Antecedentes e dinmica das relaes precoces.2 | Prevalncia da vinculao.3 | Rompimento de vnculos e doena psiquitrica.4 | Efeitos a curto prazo do rompimento de vnculos afectivos.5 | A vinculao na idade adulta.

    PARTE III

    Referncias bibliogrficas.

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    PARTE I

    | breve resenha biogrfica de John Bowlby |

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    1 | Breve resenha da vida e obra de John Bowlby.

    John Bowlby, nasceu em 1907, numa famlia aristocrtica inglesa. O seu paiera mdico do rei do Reino Unido Jorge V [*1865 1936]. Teve poucocontacto com os pais na infncia e era descrito, por quem o conhecia, comotendo dificuldade em abordar questes emocionais que lhe dissesem respeito.

    Iniciou, sem grande convico, a sua formao em Medicina na Universidadede Cambridge, tendo interrompido os estudos para trabalhar em escolas paracrianas perturbadas, onde pde constatar, sobretudo no contexto parental, os

    efeitos nefastos das experincias interpessoais negativas.

    john bowlby | *1907, 1990

    John Bowlby, psicanalista ingls| *1907, 1990

    Pouco contacto com os pais nainfncia. Reservado quanto suapessoa.

    Incio dos estudos em Medicina eprimeiras constataes sobre osefeitos nefastos das experinciasinterpessoais negativas.

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    Essa experincia motivou-o a retomar os estudos mdicos e a formar-se em

    Psiquiatria, especializando-se em Psicanlise.

    Concluda a formao acadmica, voltou a trabalhar, em contexto clnico, comcrianas e, num estudo, com uma amostra formada por delinquentes juvenis,verificou que quase todos haviam tido experincias de separao precoce.

    Aps a guerra, em 1950, encarregue pela OMS de elaborar um relatrio sobreas crianas refugiadas, no final do qual volta a concluir sobre as

    consequncias negativas das separaes na formao da personalidade.

    Com o propsito de obter dados empricos sobre os processos de separao,efectuou observaes em crianas hospitalizadas. Dos resultados obtidos,estruturou um modelo das reaces separao, no qual distinguiu trs fases:

    1. Protesto: a criana chora, grita, procura os pais, mostra-se inconsolvel.2. Desespero: parecendo perder a esperana, a criana deixa de chorar, fica

    aptica, no se interessa por nada, nem mesmo pela comida.3. Desapego: a criana parece lentamente voltar ao normal e retomar ointeresse pelas coisas; porm, se reunida com os pais nesta fase, ignora-os eparece no os reconhecer, s se interessa pelas coisas que lhe do.

    Paralelamente, os seus estudos demonstraram, ainda, que os efeitos negativosdas separaes se prolongavam para l do seu fim. Mesmo aps separaescurtas se verificavam problemas de comportamento, por ex., agressividade e

    imaturidade. No caso de separaes mais prolongadas, relevavam os efeitospermanentes sobre o desenvolvimento da personalidade, nomeadamente aonvel da capacidade para estabelecer relaes significativas e estveis.

    No incio dos anos 50, a equipa de investigao de Bowlby acolheu a norte-americana Mary Ainsworth [*1865 1936]. Aps alguns anos de trabalhocom Bowlby, Ainsworth passou 3 anos no Uganda, de 1953 a 1956, onderealizou um estudo de observao naturalista que veio a confirmar as novas

    ideias, de inspirao etolgica, de Bowlby. Aproveitando os contributos de

    A relao positiva entre adelinquncia juvenil e fenmenosde separao precoce.

    Crianas refugiadas e asconsequncias negativas dasseparaes, na formao da

    personalidade.

    Recolha de dados em crianashospitalizadas: reaces separao.

    Protesto, desespero e apego.

    Extenso dos efeitos negativos dasseparaes e o impacte das maisprolongadas sobre a capacidadepara estabelecer relaessignificativas.

    Os estudos de Ainsworth, cujoscontributos vieram a confirmar asnovas ideias, de inspiraoetolgica, de Bowlby.

    Bowlby: formao em Psiquiatriae especializao em Psicanlise.

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    Ainsworth, Bowlby aprofundou a sua teoria em 3 livros fundamentais:

    Attachment[1969], Separation[1973] eLoss[1980].

    No primeiro, props que as crianas desenvolvem representaes internas[internal working models], de si prprias, dos prestadores de cuidados e dotipo de interaces que entre eles se estabelecem. No segundo, defendeu que aauto-confiana no se cria forando as crianas a serem auto-suficientes, masatravs da confiana na figura de vinculao. No terceiro, desenvolveu umaabordagem aos mecanismos de defesa, em termos de processos cognitivos, que

    o aproximou das teorias cognitivistas.

    A sua obra centra-se, assim, essencialmente em duas noes fundamentais: ocomportamento instintivo e o conceito de vinculao.

    Attachment[1969], Separation[1973] eLoss[1980].

    Internal working models,confiana na figura de vinculaoe mecanismos de defesa, emtermos de processos cognitivos.

    Duas noes fundamentais:comportamento instintivo econceito de vinculao.

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    PARTE II

    | efeitos sobre o comportamento || do rompimento dos vnculos afectivos |

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    1 | Antecedentes e dinmica das relaes precoces.

    O relativo desinteresse dos cientistas experimentais pela importncia dosvnculos afectivos contrastou, durante algum tempo, com o relevo que ospsicanalistas lhes atribuam, reconhecendo-lhes a influncia nas vidas e nosproblemas dos seus pacientes. No obstante, demoraram a desenvolver umaestrutura cientfica adequada, dentro da qual a formao, manuteno erompimento de tais vnculos se pudessem enformar.

    Esta lacuna terica foi preenchida pelos etologistas, em particular com osestudos de Lorenz, at aos estudos do comportamento de ligao em primatasno-humanos [Hinde & Spencer-Booth, 1967], inspirando psiclogos arealizarem estudos semelhantes com seres humanos [Schaffer & Emerson,1964; Ainsworth, 1967].

    De qualquer forma, voltando teoria de Bowlby, permanecia, contudo, adificuldade em explicar a importncia das relaes precoces. A este propsito,

    a psicanlise e o behavio[u]rismo defendiam que tal se devia ao papel dosadultos na satisfao das necessidades fisiolgicas da criana, mas Bowlby, luz dos seus estudos, considerava esta posio insustentvel, por cinco razesprincipais:

    Os bebs choram muitas vezes quando no tm fome e acalmam-se com omero contacto.

    As crianas desenvolvem fortes ligaes, mesmo com mes que as

    negligenciam ou maltratam. Crianas criadas em grupos de pares, em instituies, sem contacto

    sistemtico com um adulto em particular, desenvolvem fortes ligaescom esses pares, ou at com objectos inanimados [cobertores, almofadas],que esto consistentemente presentes.

    A observao das interaces me|beb revela de imediato a importnciade aspectos da comunicao, que em nada dependem da satisfao denecessidades.

    Persistncia das dificuldades paraexplicar a importncia dasrelaes precoces na formao dapersonalidade.

    As cinco razes principais para as

    reservas de Bowlby, em relao psicanlise clssica e aobehaviorismo emergente, nodomnico da moldura terica queaquelas correntes doutrinriaspreconizavam para a importnciadas relaes precoces.

    Ambivalncia terica daimportncia atribuda aos laosafectivos entre indivduos.

    Contributos doutrinrios para odesenvolvimento experimental doconceito de vinculao eepifenmenos associados.

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    Crianas que sofrem separaes, perdas ou cuidados emocionalmente

    inadequados, desenvolvem perturbaes comportamentais, mesmo que assuas necessidades fsicas tenham sempre sido satisfeitas. Estasperturbaes tambm surgem se os prestadores de cuidados mudaremsucessivamente, demonstrando-se assim a necessidade de uma relaoestvel e no apenas da presena de um adulto qualquer.

    A explicao para a dinmica das relaes precoces foi encontrada por Bowlbynos modelos etolgicos do comportamento de outras espcies animais. Nestes

    modelos, os comportamentos de base inata com funes sociais, surgemindependentemente da satisfao das necessidades homeostticas nosindivduos. A sua origem pode ser encontrada nos processos evolutivos, emvirtude da sua extrema utilidade na promoo da sobrevivncia e|ou dareproduo.

    2 | O prevalecimento da vinculao.

    Antes de nos debruarmos sobre os efeitos no comportamento do rompimentodos vnculos afectivos, importam algumas notas breves sobre a vinculao eseu prevalecimento.

    Bowlby entendia a noo de vnculo afectivo, no seu sentido mais amplo,como a atraco que um indivduosente por um outroindivduo. Com efeito,para Bowlby, o instinto de vinculao consubstancia-se na tendncia que os

    indivduos tm para procurar a presena, ou testar a proximidade espacial, demembros da mesma espcie. Assim, a caracterstica essencial da vinculaoafectiva entre dois parceiros a tendncia para se manterem prximos um dooutro.

    Vrios estudos tm mostrado a evidncia, ainda que no universal em aves emamferos, da existncia, em numerosas espcies animais, de vnculos fortes epersistentes entre os indivduos de uma mesma populao. Apesar de

    A base etolgica do

    desenvolvimento terico doconceito de vinculao deBowlby.

    O prevalecimento social dofenmeno de vinculao.

    Vinculao: tendncia que osindivduos tm para procurar apresena, ou testar a proximidadeespacial, de membros da mesmaespcie.

    Demonstrao etolgica, aindaque no universal, do fenmenode vinculao.

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    diferirem de uma espcie para outra, os mais comummente verificados so

    aqueles que existem entre os pais e sua prole e entre adultos de sexos opostos.

    A partir de um ponto de vista comparativo, e em resultado daquelasinvestigaes, possvel, de igual forma, considerarem-se psicologicamentedeterminantes os vnculos afectivos estabelecidos entre seres humanos.

    Assim, a vinculao afectiva o resultado do comportamento social de cadaindivduo de uma espcie, sendo-lhe implcita a permanncia de uma aptido

    para reconhecer os seus pares. Cada membro de um par vinculado tende amanter uma proximidade recproca e a suscitar, no outro, o mesmocomportamento de manuteno da proximidade.

    De uma forma geral, constata-se uma tendncia para que os comportamentosde vinculao se dirijam preferencialmente para uma pessoa especfica:monotropia. Porm, tal no significa que no sejam dirigidos tambm a outraspessoas, mas sim que se forma uma hierarquia de preferncias afectivas.

    No caso particular dos bebs humanos, para manter a proximidade e cuidadosdos outros, e especialmente da me, aqueles desenvolvem mecanismos inatosde proximidade, tais como chupar, agarrar, seguir com o olhar, chorar,balbuciar e sorrir.

    Bowlby, no mbito da ligao da criana aos prestadores de cuidados, defende,assim, a existncia de um conjunto de comportamentos pr-programados e

    caractersticos da espcie, divididos em duas grandes categorias:1. Comportamentos activos: chupar, agarrar-se e seguir.2. Comportamentos destinados a influenciar o comportamento dos outros

    indivduos, nomeadamente dos prestadores de cuidados: sorrir,balbuciar e chorar.

    Neste sentido, para Bowlby, a vinculao uma necessidade primria e vitalcomo a gua, o sono e a comida. O instinto de vinculao pois um elemento

    organizador importante da actividade scio-emocional da criana.

    Anlise comparativa, derivada daetologia, no mbito doestabelcimento recproco de laosafectivos entre seres humanos.

    Existncia implcita, no conceitode vinculao, da permanncia de

    uma aptido para os indivduos sereconhecerem mutuamente.

    A ideia de monotropia e ahierarquizao das prefernciasde relao.

    A vinculao como uma realidadeinstintiva: chupar, agarrar, seguircom o olhar, chorar, balbuciar esorrir.

    Comportamentos pr-programados e caractersticos daespcie.

    Para Bowlby, a vinculao umanecessidade primria e vital como

    a gua, o sono e a comida.

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    O que se sabe hoje acerca da ontogenia dos vnculos afectivos, sugere que

    estes se desenvolvem porque o indivduo nasce com uma forte inclinao parase aproximar de certas classes de estmulos, nomeadamente os que lhe sofamiliares, e para evitar outras classes de estmulos os estranhos.

    3 | Rompimento de vnculos e doena psiquitrica.

    Cr-se que, aqueles que padecem de perturbaes psiquitricas, em particular

    os psiconeurticos e os psicticos, manifestam sempre um compromisso, comfrequncia grave e duradouro, da capacidade para estabelecer ou mantervnculos afectivos.

    Embora, em alguns casos, tal deteriorao seja claramente secundria emrelao a outras mudanas, em muitos casos provavelmente a causa primeirae deriva de lacunas no desenvolvimento, que tero ocorrido numa infnciavivida em ambientes familiares atpicos.

    Investigaes em psiquiatria infantil sugerem, na pesquisa das causasprovveis para a ocorrncia de perturbaes psiquitricas na infncia, asignificativa incidncia da ausncia de oportunidade para estabelecer vnculosafectivos estveis ou as sucessivas quebras dos vnculos que foram sendoestabelecidos, enquanto antecedentes ignidores daqueles distrbios [Bowlby,1951; Ainsworth, 1962].

    Mais recentemente, numerosos estudos, tm sistematicamente mostrado queduas sndromes psiquitricas, a personalidade psicoptica e a depresso, eduas espcies de sintomas associados, a delinquncia e o suicdio, soprecedidos por uma elevada incidncia de vnculos afectivos desfeitos durantea infncia.

    O psicopata uma pessoa que, embora no sendo psictica, ou mentalmentesubnormal, realiza persistentemente actos contra a sociedade [crimes], contra

    a famlia [negligncia, crueldade, promiscuidade sexual ou perverso], e

    A perspectiva ontognica davinculao: a dicotomia entreestmulos familiares e estranhos.

    Compromisso da capacidade para

    estabelecer ou manter vnculosafectivos.

    Infncia vivida em ambientesfamiliares atpicos.

    Provveis elementos ignidores deperturbaes psiquitricasinfantis: ausncia deoportunidade para estabelecervnculos afectivos estveis ou assucessivas quebras dos vnculosque foram sendo estabelecidos.

    Demonstrao validada dasignificativa incidncia devnculos afectivos desfeitos emindivduos com perturbaespsiquitricas.

    Perfil sumrio do psicopata.

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    contra si-prprio [toxicomania, suicdio ou tentativa de suicdio e abandono

    repetido do emprego].

    Nestes sujeitos, a capacidade para estabelecer, e manter, vnculos afectivos sempre desordenada e, no raro, ausente. Apurou-se, tambm, que,frequentemente, a infncia de tais indivduos havia sido seriamenteperturbada pela morte, divrcio ou separao dos pais, ou por outros eventosdesencadeadores da ruptura dos vnculos afectivos.

    Por outro lado, nos psicopatas, a incidncia de pais incgnitos e detransferncias de um lar para outro elevada. Brady, dos assassinatosMoors1, era um psicopata com essas caractersticas.

    Um outro grupo psiquitrico que mostra uma elevada incidncia de perdasafectivas na infncia o dos pacientes suicidas, tanto os que tentaram osuicdio, como os que o consumaram. Investigaes nesta rea, mostraram queas perdas ocorreram durante os primeiros cinco anos de vida e tendo sido

    causadas, ou pela morte de um dos pais, ou por outras causas permanentes,como o desconhecimento parental e o divrcio.

    A depresso outra perturbao com uma incidncia de perdas afectivas nainfncia significativamente elevada. Entretanto, o tipo de perda experienciadatende a ser de espcie diferente da deteriorao familiar geral, que tpica dainfncia dos psicopatas e dos indivduos que tentam o suicdio.

    Em primeiro lugar, na infncia de sujeitos depressivos, a perda deve-se,sobretudo, morte de um dos pais. Em segundo lugar, a incidncia deorfandade tende a ser maior entre os 5 e os 10 anos e, em alguns estudos,entre os 10 e os 15 anos de idade.

    1 O assassinato dos Moors foi um caso que abalou a sociedade inglesa na dcada de 60. Ian Brady e Myra Hindley, foram

    condenados, em 1965, a priso perptua, pela morte de cinco jovens, de idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos.

    Capacidade para estabelecer, emanter, vnculos afectivosdesordenada ou ausente.

    Elevada incidncia de paisincgnitos e de transferncias deum lar para outro. O casoBrady, dos assassinatos Moors.

    Os pacientes suicidas.Ocorrncias e causas das rupturasdos laos afectivos.

    Os sujeitos depressivos.

    Matriz caracterstica das perdasafectivas em indivduos comtendncias depressivas.

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    De qualquer maneira, num cmputo geral, parece, assim, poder afirmar-se que

    a perda, ou rompimento, dos laos afectivos , em numerosos grupos depacientes psiquitricos, significativamente elevada. No entanto, demonstraruma incidncia maior de determinado factor diferente de demonstrar que eledesempenha um papel causal inequvoco.

    4 | Efeitos a curto prazo de vnculos afectivos.

    Quando uma criana pequena se v entre estranhos e sem as suas figurasparentais familiares, ela no s se v intensamente aflita nesse momento, mastambm as suas relaes subsequentes com os pais ficam comprometidas, pelomenos temporariamente.

    O comportamento observado em crianas, aps episdios de separao fsica,pode apresentar uma de duas formas: desligamento emocional ou,aparentemente oposta, a implacvel exigncia para estar perto da me. De

    qualquer forma, quando como habitual o comportamento de ligao reatado, a criana mostra-se mais apegada do que antes da separao.

    Naturalmente, ainda h uma grande distncia entre mostrar que os vnculosafectivos sofrem um desequilbrio em virtude de breves episdios deseparao e demonstrar, de um modo inequvoco, que as separaes longas,ou repetidas, esto causalmente relacionadas com as subsequentesperturbaes da personalidade.

    De qualquer forma, comprovadamente til o postulado de que, em cada tipode caso, o comportamento perturbado do adulto representa uma persistncia,ao longo dos anos, de padres desviantes do comportamento de ligao que seestabeleceram em consequncia do rompimento de vnculos afectivos durantea infncia.

    Doentes psiquitricos e perdas

    afectivas precoces: constataofactual e reservas na adopo deconcluses e infernciasgeneralistas.

    Os efeitos da separao entrecrianas e os seus pares devinculao.

    A reaco dual separao e oreforo do lao de vinculao na

    nova estabilizao afectiva.

    Desequilbrio dos vnculosafectivos e a sua relao causalem eventuais perturbaes dapersonalidade subsequentes.

    A importncia de se atendersempre histria individual devinculao.

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    5 | A vinculao na idade adulta.

    Os vnculos afectivos e os estados subjectivos de forte emoo tendem aocorrer juntos. Assim, muitas das mais intensas emoes humanas surgemdurante a formao, manuteno, rompimento e renovao de vnculosemocionais.

    Tanto Bowlby, como Ainsworth, defenderam que a vinculao no se limita infncia, permanecendo activa por toda a vida. Nos adultos, nas relaes

    amorosas que se encontram comportamentos de vinculao semelhantes aosobservados nas crianas.

    Estudos recentes de Cindy Hazan, professora da Universidade de Cornell, NovaIorque, indicam que o sistema de vinculao entre adultos integra 4componentes:

    a procura de proximidade;porto seguro [recurso em situao perturbadora]

    protesto de separao [fortes reaces emocionais separao] ebase segura [confiana absoluta, facilitao da explorao].

    O processo de criao de uma nova relao de vinculao demora pelo menos2 anos e os 4 componentes s so encontrados, em conjunto, na idade adultaem relaes de casal, em amizades particularmente ntimas e em algumasrelaes entre irmos.

    A vinculao no se limita infncia, permanecendo activapor toda a vida.

    A vinculao no se limita infncia, permanecendo activapor toda a vida.

    Os 4 pilares da vinculao entreadultos, segundo Cindy Hazan.

    Perodo temporal e processocumulativo da vinculao naidade adulta.

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    PARTE III| referncias bibliogrficas |

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    Referncias Bibliogrficas

    ALARCO, M. [2000] [Des]Equilbrios familiares. Coimbra: Quarteto Editora.

    BARROS DE OLIVEIRA, J. H. [1999] Psicologia da educao escolar aluno-aprendizagem. Vol. I. Coimbra: Almedina.

    BOWER, T. [1992] O mundo perceptivo da criana. Lisboa: Edies Salamandra.

    BOWLBY, J. [1982] Formao e rompimento dos laos afectivos. So Paulo:Martins Fontes.

    BOWLBY, J. [1984] Apego. Vol. I da Triologia Apego e Perda. So Paulo:Martins Fontes.

    BOWLBY, J. [1984] Separao, Angstia e Raiva. Vol. II da Triologia Apego ePerda. So Paulo: Martins Fontes.

    BOWLBY, J. [1984] Perda, Tristeza e Depresso. Vol. III da Triologia Apego ePerda. So Paulo: Martins Fontes.