Aula micose subcutanea e sporothrix

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Universidade Federal da Bahia Instituto de Ciências da Saúde Departamento de Biointeração Sporothrix schenkii Microbiologia Veterinária Prof. Bruno Lopes Bastos

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Universidade Federal da BahiaInstituto de Ciências da SaúdeDepartamento de Biointeração

Sporothrix schenkii

Microbiologia VeterináriaProf. Bruno Lopes Bastos

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Sporothrix schenkii

Esporotricose - Micose subcutânea - PiogranulomasFungo dimórfico - homem e animaisDistribuição cosmopolita;

Encontrado em: folha, cascas de árvores, madeiras, roseiras, espinhos de plantas, algas, bambus, terra, insetos, poeira, em animais marinhos e até na atmosfera.

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Breve histórico

1º caso: EUA (Schenck, 1898);

Brasil: ratos e humanos (Splendore e Lutz, 1907);

Veterinária brasileira: asininos (1934);

Trasmissão felino/homem: São Paulo (Almeida, 1955);

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Biologia

Fungo dimórfico: Micelial, 25ºC (saprófita); Leveduriforme , 37ºC (tecidos infectados);

Fatores de virulência: Dimorfismo; Termotolerância; Melanina.

“Sporothrix na fase bolor.”

“Sporothrix na fase levedura.”

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Produção de melanina

Dependente da concentração de glicose ambiental

Resistência ambiental

22ºC e 37ºC

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Dimorfismo / Virulência / Melanina (I)

Cepas mais virulentas produzem mais melanina

Resistência fagocitoseResist. Anfotericina BMaior invasibilidade

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Dimorfismo / Virulência / Melanina (II)

Todas as fases produzem o pigmento

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EPIDEMIOLOGIA

Distribuição mundial;Regiões tropicais e subtropicais;Micose subcutânea mais comum na América Latina;Brasil: São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de

Janeiro; Estudos Fiocruz:

1987 a 1997: 12 casos (1,2/ano) 1998 a 2000: 66 casos (80% trasmitidos por felinos) 1998 a 2000: 117 felinos, 7 cães

Notificação obrigatória no RJ

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Distribuição de casos (2011)

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EPIDEMIOLOGIA

Espécies suscptíveis;

Cães: Animais em contato com solo, plantas.

Gatos: Macho, não castrado, 1 a 5 anos, livre acesso à rua.

Humanos: Doença ocupacional.

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EPIDEMIOLOGIA

Papel do felino na cadeia epidemiológica:

Hábito de irem à rua; Grande quantidade de fungo nas lesões; Habito de afiar as unhas:

Estudo feito no Rio Grande do Sul: isolamento do Sporothrix das unhas de gatos saudáveis: 24 gatos saudáveis.

O fungo foi isolado da unha de 7 gatos (29,1%). Gatos saudáveis como fonte de infecção para

humanos.

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PATOGENIA

Sporothrix schenckii

Contato com a pele lesionadaContato com a pele lesionada

Tecido sub-cutâneoTecido sub-cutâneo

Sistema linfáticoSistema linfático

Corrente sanguíneaCorrente sanguínea

Cutânea fixaCutânea fixa

linfocutânealinfocutânea

cutânea disseminadacutânea disseminada

InalaçãoInalação

extracutâneaextracutânea

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ASPECTOS CLÍNICOS

Síndrome Cutânea fixa: Forma mais comum em felinos; Lesões nodulares, centro necrótico-ulcerado (câncro

esporotricótico), crostas e exsudação purulenta; Pápula ou placa infiltrada, verrucosa, ulcerosa, macular,

erupção descamativa.

Síndrome linfocutânea: Forma é mais comumente observada em humanos e cães. Difusão do microrganismo para o sistema linfático, produzindo

cadeia de nódulos subcutâneos firmes (rosário esporotricótico), às vezes ulceram.

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ASPECTOS CLÍNICOS

Síndrome cutânea disseminada: Aspecto variável distribuem-se pela pele; Geralmente comprometimento do estado geral do paciente;

Síndrome extracutânea: Comprometimento de um ou mais órgãos: fígado,

pulmão,TGI, SNC, olhos, baço, ossos, articulações, rins, coração;

Letargia, anorexia, prostração, hipertermia. Humanos: terapia imunossupressora, transplantes ou

decorrentes de doenças debilitantes;

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Aspectos clínicos - Felinos

Fel, SRD, 5 anos. Lesões ulceradas , crostas

hemáticas, disseminadas ; Regiões cafálica, pavilhões

auriculares e membros; Evolução:4 meses

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Aspectos clínicos - Humanos

Nódulos eritematosos, após mordida de gato

Nódulos eritematosos, após mordida de gato

Disseminação linfática, 4 semanas de evolução

Disseminação linfática, 4 semanas de evolução

Nódulos ulcerados, eritematososNódulos ulcerados, eritematosos

Disseminação das lesões pelo sistema linfático,

Disseminação das lesões pelo sistema linfático,

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DIAGNÓSTICO

Anamnese;Aspectos epidemiológicos - zoonóticos;Exame físico e dermatológico;Exames complementares:

Citológico; Cultivo e identificação; Inoculação em animais experimentais; Sorologia; Histopatologia.

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DIAGNÓSTICO

Micológico direto: Aspirados, esfregaços, diretos Coloração: PAS, Gram, Giemsa, Gomori

Imprint de lesão de um gato. Grande número de S. schenckii em forma de levedura

Imprint de lesão de um gato. Grande número de S. schenckii em forma de levedura

Citologia de uma lesão ulcerada. Algumas leveduras de S. schenckii

Citologia de uma lesão ulcerada. Algumas leveduras de S. schenckii

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DIAGNÓSTICO

Isolamento e identificação:

Inoculação de material (crosta, pêlos, pele) em Ágar Sabouraud.

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Chave de identificação

PDA = Potato Dextrose Agar (Batata e glicose)Complexo Sporothrix

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Lesões ulcero-granulomatosas - LECMN;

L = Leishmaniose E = Esporotricose C = Criptococose M = Micobacteriose N = Neoplasias (granuloma)

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TRATAMENTO

Iodetos inorgânicos, cetoconazol e itraconazol:

Iodeto de Potácio: 20mg/kg a cada 12 a 24 horas (gatos*), 40mg /kg a cada 8-12 horas (cães);

Itraconazol: 10mg/kg a cada 24 horas;

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RECOMENDAÇÕES FIOCRUZ

Para o profissional de saúde:

Avental impermeável, descartável, de manga longa; Máscara cirúrgica descartável; Luvas de procedimentos, lavagem das mãos (clorexidina 2%,

PVPI 1% degermante); Óculos de acrílico; Sapatos fechados; Cabelos presos cobertos por touca; Caso de acidentes: permitir o sangramento e, posteriormente

lavar a região lesionada com água e sabão.

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RECOMENDAÇÕES FIOCRUZ

Manejo do paciente:

Transporte em caixas de plástico; Contenção adequada; Dejetos do animal descartados em sacos brancos com

identificação de risco biológico; Desinfecção da caixa de transporte: hipoclorito 1% ou água

sanitária 1:3 por 10 min. Secar ao sol.

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RECOMENDAÇÕES FIOCRUZ

Manejo do local, do material e dos instrumentos:

Mesa de atendimento: hipoclorito de sódio 1% + álcool 70%; Piso e paredes: hipoclorito 1%; Descarte de materiais perfurocortantes; Descarte de luvas, máscaras, toucas, aventais e outros: saco

branco, com identificação de risco biológico; Instrumentos cirúrgicos: lavagem e esterilização; Animais submetidos à eutanásia ou necropsia: sacos brancos,

com identificação de risco biológico até incineração.

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Bom estudo...

...os animais agradecem...