Aula da saudade, por Giuliana Capistrano

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Aula da Saudade oferecida pela Profª Me Giuliana Capistrano aos formandos 2011 do curso de Letras, pelo Centro Universitário de Itajubá.

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  • 1. Aula da saudade Agradecimentos Objetivo da aula Recorte

2. Conselhos prticos para uma vida boa Por Giuliana Capistrano(que tem uma vida boa). 3. Conselho n 1 ESTUDE Mantenha a vontade de aprender, de saber, de entender o mundo. Os livros ajudam a compreender. 4. Os Meus Livros Os meus livros (que no sabem que existo)So uma parte de mim, como este rostoDe tmporas e olhos j cinzentosQue em vo vou procurando nos espelhosE que percorro com a minha mo cncava.No sem alguma lgica amarguraEntendo que as palavras essenciais,As que me exprimem, estaronessas folhas Que no sabem quem sou,no nas que escrevo.Mais vale assim. As vozesdesses mortosDir-me-o para sempre.Jorge Luis Borges , in A Rosa Profunda 5. Livros Mitologia criao humana para explicar o que a razo ainda no tinha condies de estabelecer. Mito de Persfone 6. Livros Tragdia Criao humana para mostrar ao homem o que no se deve fazer. dipo Rei , de Sfocles 7. Tragdia Fatalidade Defeito 8. 9. Livre arbtrio Jesus CristoFatalidade Escolha Quem voc quer ser ? 10. Conselho n 2 Conhea-te a ti mesmoInscrio acima da entrada do templo de Delfos. Base de toda filosofia socrtica. 11. Conhea-te a ti mesmoAutoconhecimento = liberdade Capaz de fazer escolhas Responsvel pelo prprio destino 12. Para ser grande, s inteiro: nadaTeu exagera ou exclui.S todo em cada coisa. Pe quanto sNo mnimo que fazes.Assim em cada lago a lua todaBrilha, porque alta vive. Ricardo Reis, heternimo de Fernando Pessoa 13. Conselho n 3 Cuide do outroProfisso escolha Melhores livros = nossos alunos Professor = vocao 14. preciso no esquecer nada:nem a torneira aberta nem o fogo aceso,nem o sorriso para os infelizesnem a orao de cada instante. preciso no esquecer de ver a nova borboletanem o cu de sempre. O que preciso esquecer o nosso rosto,o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.O que preciso esquecer o dia carregado de atos,a idia de recompensa e de glria.O que preciso ser como se j no fssemos,vigiados pelos prprios olhosseveros conosco, pois o resto no nos pertence. Ceclia Meireles 15. AMOR ESTUDARCONHECER-SECUIDAR DO OUTRO 16. Que pode uma criatura seno, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e at de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotao universal, seno rodar tambm, e amar? amar o que o mar traz praia, e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, sal, ou preciso de amor, ou simples nsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que entrega ou adorao expectante, e amar o inspito, o spero, um vaso sem flor, um cho de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribudo pelas coisas prfidas ou nulas, doao ilimitada a uma completa ingratido, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a gua implcita, e o beijo tcito, e a sede infinita. Drummond