Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

26
23/09/2016 1 Descrição das gramíneas de clima tropical Descrição das gramíneas de clima tropical 1 Brachiaria Pennisetum Panicum Cynodon UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA Gramíneas do Gênero Brachiaria Gramíneas do Gênero Brachiaria Estella Rosseto Janusckiewicz 2 120 milhões são pastagens cultivadas 210 milhões ha pastagens Brasil 75% da área agricultável Importância 50% com gênero Brachiaria pastagens Mapa da África mostrando região de origem das espécies de Brachiaria de maior importância agronômica (Linha vermelha). (Citado por Valle et al. 2010) Principais espécies África Oriental Inclui cerca de 100 espécies de origem principalmente tropical e subtropical africana

Transcript of Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

Page 1: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

1

Descrição das gramíneas de clima tropicalDescrição das gramíneas de clima tropical

1

Brachiaria Pennisetum

Panicum Cynodon

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO

Faculdade de Ciências Agrárias e VeterináriasDEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

Gramíneas do Gênero Brachiaria

Gramíneas do Gênero Brachiaria

Estella Rosseto Janusckiewicz2

120 milhões são pastagens cultivadas

210 milhões ha pastagens

Brasil

75% da área agricultável

Importância

50% com gênero Brachiaria

pastagens

Mapa da África mostrando região de origem

das espécies de Brachiariade maior importância

agronômica (Linha vermelha ).

(Citado por Valle et al. 2010)

Principais espécies

África Oriental

Inclui cerca de 100 espécies de origem

principalmente tropical e subtropical

africana

Page 2: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

2

B. humidicola

Regiões tropicais e subtropicais (ambos hemisférios )

Espécies utilizadas como plantas forrageiras na Amé rica Tropical

Ocorrência

B. ruziziensesB. decumbens

B. mutica

B. brizantha

B. arrecta

B. dictyoneura

Características Gerais

� Abrange cerca de 80 espécies, 16 no Brasil

� Principais espécies são estoloníferas

� Alta cobertura do solo

(rebrota e persistência)

� Temperatura ótima: entre 25 e 30 ºC

� Adaptação ampla:

várzeas inundáveis, regiões secas, solos ácidos e de baixa fertilidade

áreas declivosas inclusive (forte enraizamento)

� Alta produção de MS e crescimento bem distribuído durante o ano

Espécies

Nativas

Introduzidas há dezenas de anos consideradas como nativas

B. adspersa (Trin) Parodi

B. fasciculata (Se) Parodi

B. mollis (Sw) Parodi

B. reptans (L) Gardner & Hubbard

B. venezuelae (Hack) Heur

B. extensa Chase

B. purpurascens (Henr. Blumea)

B. plantaginea (Link) Hitch

Espécies

Introduzidas no Brasil

B. brizantha (Hochst) Stapf

B. decumbens (australiana)

B. decumbens (IPEAN)

B. dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf

B. humidicola (Rendel) Schuwnickerdt

B. radicans Napper

B. ruziziensis Germain & Evrard

B. vittata Stapf

Page 3: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

3

Espécies

Do ponto de vista forrageiro, destacam-se:

B. decumbens

B. brizantha

B. humidicola Amazônia

B. purpurascens regiões litorâneas (solos úmidos)

Brasil Central

Características diferenciais

Classificação: Família: Gramineae

Tribo: Paniceae

Gênero : Brachiaria/Urochloa

� Crescimento cespitoso ou decumbente

� Colmo herbáceo, florescendo todos os anos

Características diferenciais

� Inflorescência:Racemo unilateral ou composto (panícula)mede 11 a 24 cm, tem 3-7 espigas

espiguetas dispostas em duas fileiras

Características diferenciais

� Espigueta:comprimida dorsiventralmenteobtusa de 4 a 4,6 mm

glabrasráquis com 1,5 a 3 mm de largura e pilosa

Espigueta

Page 4: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

4

Problemas comuns das Brachiarias

� Baixo nível de nutrientes e baixa digestibilidade

Baixo nível de ingestão

Baixo valor nutritivo

� Susceptibilidade à cigarrinha

7 a 12% PB50 a 60% DIVMS

Problemas comuns das Brachiarias

� Intoxicação

Por nitrato

Cara inchada

Fotossensibilização

Brachiaria purpurascens

� Brachiaria purpurascens (Forsk) Stapfnome anterior: Brachiaria mutica

� Introduzida no Brasil em 1820, inicialmente classificada comoPanicum

� Espécie perene

� Nomes comuns:"Para grass""Mauritius grass""Angola grass“capim angola

Brachiaria purpurascens

� Colmos:

floríferos de 2 a 6 mprostrados (estolões)nós enraízam formando densa coberturanós com pelos brancos

Page 5: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

5

Brachiaria purpurascens

� Folhas:

glabras ou levemente pilosaslineares e lanceoladas10 a 30 cm de comprimento8 mm a 2 cm de largura

Brachiaria purpurascens

� Inflorescências:

panícula10 a 20 rácemos ramificados

Espiguetas:3 a 4 mm de comprimentoGlabras, em duas fileiras

Brachiaria purpurascens

� Produz até 12 t/ha/ano de MS e boa qualidade de forragem(14 a 20% de PB)

� Adequada para cultivo

� Suporta alagamento por longo tempo

� Não suporta solos secos e áreas semi-áridas

trópicos úmidossub-trópicosáreas úmidassolo irrigado

Brachiaria purpurascens

� Baixa produção de sementes

porém, alta propagação vegetativa

utiliza-se pedaços de colmos prostradosplantados espaçados de um metro

� Invasoras são eliminadas posteriormente devido ao vigor competitivo desta espécie

Page 6: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

6

Brachiaria dictyoneura

� Brachiaria dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf

� Espécie perene

� Crescimento semi-ereto e cespitoso

� Atinge entre 1 e 2 m de altura

� Sistema radicular profundo

� Rizomas de dois tipos:nódulos pequenos e compactoslongo e fino, semelhante a estolões

Brachiaria dictyoneura

� Estolões:finos e fortes, radicantes nos nós,coloração púrpura

� Folhas:

estolões � curtas e lanceoladas4 a 6 cm de comprimento e 8 mm de largura

ramos floríferos � mais estreitas e longas8 a 15 cm de comprimento

ramos vegetativos � são lineares e glabras30 a 40 cm de comprimento e 8 mm de larguracor verde pálidadenticuladas nas margens

Brachiaria dictyoneura

� Inflorescências:rácemos de 2 mm de comprimento e ráquis de 1 mm de largura

� Espiguetas: 7 mm de comprimentocom nervuras longitudinais, numerosas e paralelas

Não é possível exibir esta imagem no momento.

Brachiaria dictyoneura

� Vegeta bem desde o nível do mar até 1.800 m de altitude

� Precipitações entre 1500 e 3500 mm/ano

� Não tolera encharcamento prolongado

� Adaptação a solos

franco-arenosos até os argilosos (bem drenados)

ácidos e de baixa fertilidade natural

excelente comportamento em solos arenosos

� Responsiva a adubação

� Boa tolerância ao ataque das cigarrinhas-das-pastagens

Page 7: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

7

Brachiaria dictyoneura

� Sementes:apresentam dormência (inclusive depois de 8 meses de colhidas)portanto devem ser escarificadas

� Plantio:

sementes

mudas � em covas (0,5 x 0,5 m)

� Profundidade de semeadura2 a 3 cm (pois sementes são pequenas)

� Densidade de semeadura2 a 3 kg/ha de sementes (viáveis, escarificadas, 90 a 95% de pureza)

em sulcos espaçados (0,5 a 1,0 m) a lanço

Brachiaria dictyoneura

� Boa aceitabilidade pelos animais

� Duas a seis semanas de rebrota DIVMS entre 55 e 60%PB entre 7 e 9%

� Diferimento no final do período chuvosoem março para utilização em junho e julho em abril para utilização em agosto e setembro

4 e 5 t MS/haPB entre 5,5 e 7,3%

DIVMS entre 47 e 52%

Brachiaria dictyoneura

� Pode ser consorciada com leguminosas:Pueraria , Arachis, Desmodium,Estilosantes e Centrosema

� Capacidade suporte:1,5 a 2,5 UA/ha (período chuvoso)1,0 a 1,5 UA/ha (período seco)

� Ganho de peso: 350 a 500 g/animal/dia

� Recomendação de manejo:pastejo rotativo (PO = 1 a 5 dias e PD = 28 a 35 dias)altura de entrada = 0,4 a 0,6 m de alturaaltura de saída = 20 cm

Brachiaria humidicola

� Brachiaria humidicola (Rendel) Schuwnickerdt

� Conhecida como "Creeping signal grass","Coronivia grass" ouQuicuio da Amazônia

� Espécie do leste e sudeste da África, onde ocorre em áreasrelativamente úmidas

Em 1972/73 devido a perdas sérias de B. decumbens por cigarrinhas, foi sugerida a propagação de B. humidicola por ser

tolerante ao inseto na região Amazônica.

Também vem ampliando a área plantada na região dos Cerrados

Page 8: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

8

Brachiaria humidicola

� Espécie perene

� Hastes floríferas com mais de 50 cm

� Numerosos estolões (cobertura densa)que enraizam nos nós

� Atinge 1 m de altura

� Rizomas de dois tipos:um em nódulos pequenos e compactosoutro em nódulos longos e finos

B. dictyoneura = cespitosaB. humidicola = estolonífera

Brachiaria humidicola

� Folhas:

estolões � curtas e lanceoladas5 a 6 cm de comprimento8 mm a 1 cm de largura

ramos floríferos � estreitas e longas7 a 17 cm de comprimento6 a 8 mm de largura

ramos vegetativos � lineares e glabras30 cm de comprimento5 mm de largura

Brachiaria humidicola

� Inflorescências:

2 a 5 rácemos (3 a 4 cm de comprimento)

ráquis � 1 mm de largura

espiguetas �

5 mm de comprimentobisseriadas ao longo da ráquis

Brachiaria humidicola

� Semeadura:4 a 5 kg/ha de sementes com germinação entre 13 a 20%

� Florescimento abundante no ano de estabelecimento

porém, a formação de sementes é espalhada

� Em pastagens já estabelecidas surgem poucas inflorescências

propagação por pedaços das hastes ou

de touceira com raízes

Page 9: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

9

Brachiaria humidicola

� 3 a 6% de PB e 8 a 10 t/ha/ano de MS

� Pode ser consorciada com leguminosas: Arachis pintoi, Siratro, Guatá

� Hospedeiro de cigarrinhas-das-pastagens

� Grande aceitação por cavalos porém possui níveis altos de oxalatos

Não se recomenda o plantio em grandes áreas por representar risco

a outras espécies de gramíneas forrageiras susceptíveis à praga,

que ficariam ameaçadas pelo provável aumento populacional do

inseto.

Brachiaria humidicola

Osteodistrofia Fibrosa "Cara Inchada”

� Inchaço bilateral dos ossos da face

� Ocorre quando a qualidade daforrageira é baixa:

baixo conteúdo proteicobaixo conteúdo de minerais (Ca)alto conteúdo de fibraalto conteúdo de oxalatos

Brachiaria humidicola

Osteodistrofia Fibrosa ou doença da "Cara Inchada”

deficiência de Ca no sangue

glândula paratireóide

estimula

hormônio (paratohormônio)

produção

Ca dos ossos para o sangue

mobilização

Ca retirado dos ossos é substituído por tecido cicatricial fibroso

provocando aumento de volume dos ossos da face

Brachiaria humidicola

Osteodistrofia Fibrosa ou doença da "Cara Inchada”

� Outros fatores que contribuem são:

Deficiência de Ca ou excesso de P na alimentação• desequilíbrio na relação Ca:P

Deficiência de vitamina D• necessária para absorção de Ca• só ocorre em animais que não tomam sol (raro)

Page 10: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

10

Brachiaria humidicola

Osteodistrofia Fibrosa ou doença da "Cara Inchada”

� Sintomas da intoxicação:

manqueira

indisposição e cansaço

emagrecimento

fratura

atraso na muda dos dentes

crescimento irregular dos cascos

tumefação dos ossos da face

distúrbios locomotores

debilidade progressiva

morte

Brachiaria humidicola

Osteodistrofia Fibrosa ou doença da "Cara Inchada”

� Tratamento:

� aumentar a administração de Ca� diminuir o fósforo� evitar pastagens ricas em oxalato

� em estágios mais avançados:administração maciça de Ca e medicamentos que auxiliem absorção

� iniciar o tratamento nos estágios iniciaisem casos graves, a cara inchada pode levar o animal à morte porobstrução dos seios nasais

Brachiaria humidicola

Osteodistrofia Fibrosa ou doença da "Cara Inchada”

� Prevenção:

• animais mantidos exclusivamente a pasto � fornecer misturasminerais apropriadas e em quantidades adequadas

• adicionar fontes de Ca às rações:carbonato de cálcio, cloreto de cálcio, fosfato tricálcico

• evitar pastagens de B. humidicola para equinos

'Coastcross-1' ( Cynodon sp.)

pasto Ramirez ( Paspalum guenoarum )

capim Rhodes ( Chloris gayana )

pasto Negro ( Paspalum plicatulum )

Pensacola ( Paspalum notatum ).

Brachiaria ruziziensis

� Brachiaria ruziziensis (R. Germ & Evrard)

� Espécie perene com porte um pouco maior que B. decumbens

� Possui odor peculiarsemelhante ao capim gordura

� Crescimento suberetoapresenta base decumbenteradicante nos nós inferiores

� Atinge de 1 a 1,5 m de altura

� Rizomas fortesem forma de tubérculos arredondadoscom até 15 mm de diâmetro

Page 11: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

11

Brachiaria ruziziensis

� Folhas:lineares e lanceoladas10 a 20 cm de comprimento e 15 mm de largurapubescentesverde amareladas

Brachiaria ruziziensis

� Inflorescência:3 a 6 rácemos de 4 a 10 mm de comprimentoráquis 4 mm de largura, de cor arroxeadaespiguetas de 5 mm de comprimento, pilosas na parte apical

Brachiaria ruziziensis

� Florescimento abundante

� Porém a produção de sementes viáveis é baixa

� Para aumentar a germinação:tratamento das sementes com H2SO4 papor 15 a 20 minutos

� Propagação:

por semente ouvegetativa � terço superior dos colmos enraizados apresentam maiorpercentagem de propagação

� Pode ser consorciada com: Calopogônio, Siratro, Soja perene

Brachiaria ruziziensis

� Solos:exige solos de média a alta fertilidadeboa drenagem

� Temperatura ideal é de 28 a 33ºC (não resiste à geada)

� Altitudes até 2.000m acima do nível do mar

� Alta susceptibilidade às cigarrinha

� É bem aceita pelos animais

� 8 a 11% de PB50 a 57% de DIVMS12 a 15 t/ha/ano de MS

Page 12: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

12

Brachiaria arrecta

� Brachiaria radicans ou arrecta (Napper) ou Tanner Grass

� Espécie perene

� Crescimento subereto

� Adapta-se muito bem a solos úmidos e mal drenados (várzeas)suporta inundação por algum tempo

� Colmos:de 1,20 m ou mais de comprimentofortemente radicante nos nós inferioresnós glabros e radicantes

� Possui estolões

Brachiaria arrecta

� Folhas:lanceoladas7 a 15 cm de comprimento e 12 a 25 mm de largura brilhantes de aspecto suculento e cor verde escura

� Forragem densa e macia

Brachiaria arrecta

� Inflorescência:6 a 12 racemos, sendo os basais de 4 a 8 cm de larguraespiguetas com 4 mm de comprimento, glabras e bisseriadas ao longo da ráquis que é glabra

Brachiaria arrecta

Intoxicação por nitrato

� Casos relatados até hoje são provenientes do Estado de São Pauloe em circunstância em que o tanner grass era empregado comoúnico pasto disponível para os animais.

� Altas concentrações são necessárias para provocar intoxicaçãoníveis de 3.400 a 4.500 ppm (potencialmente tóxicos para bovinos)

� Em condições normais:

Nitrato em forragens

Nitrito no rúmen

Amônia no rúmen

Proteína microbiana no rúmen

Page 13: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

13

Brachiaria arrecta

Absorção de nitrito no sangue

Metahemoglobina

Insuficiência de oxigênio

Morte do animal

Excesso denitrato em forragens

Acúmulo de nitrito no rúmen

Intoxicação por nitrato

� Em condições de excesso de nitrato:

Na corrente sanguínea, o nitrito compete pelos locais de fixação de oxigênio na hemoglobina.

A hemoglobina ligada ao nitrito (metahemoglobina) perde a capacidade de transporte de oxigênio para dentro e dióxido de carbono para fora

das células.

Brachiaria arrecta

Intoxicação por nitrato

� Sintomas:coloração marrom-avermelhada da urinaandar desequilibradomucosas pálidas e micções frequentesanemia hemolíticaelevado teor de nitrito no soro sanguíneo

� Tratamento:• remoção do animal da área contaminada • fornecimento de suplemento energéticopara estimular os microrganismos do rúmen a usarem o nitrato • injeção intravenosa de solução de azul de metileno reduz o grupo heme da metemoglobina a hemoglobina

Brachiaria arrecta

Intoxicação por nitrato

� Alternativas:

• Ensilagemdiminui de 10 a 60% o nível de nitrato

• Fenação:o nível declina dependendo do tempo de estocagem

• Atrasar o pastejo

O nível de nitrato na planta varia no período de 24 h: durante à noite � é acumulado (fotossíntese inativa)

durante o dia � é convertido em proteína

Pico de nitrato � ocorre pela manhã

Brachiaria decumbens

� Brachiaria decumbens (Stapf )

� Relvado com folhas junto ao solo

� Suporta alta pressão de pastejo:

• Ideal para o abafamento de invasoras

• Durante a estação seca (junho a setembro) suporta carga animal de 2,5 novilhas/ha sem danos as plantas.

� 6 a 10% de PB

� 8 a 12 t/ha/ano de MS

Page 14: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

14

Brachiaria decumbens

� É muito aceita pelos bovinos

� Solo:adaptada a vários tiposrequer boa drenagemrequer média fertilidade do solonão tolera teores baixos de P e K

� Adaptada a regiões úmidas de verão chuvoso, com estação secanão superior a quatro ou cinco meses

� Requer precipitação acima de 1000 mm

� Mais tolerante a seca que as outras espécies

Brachiaria decumbens cv. IPEAN

� cv. IPEAN

� Crescimento prostrado

� Atinge de 30 a 60 cm de altura

� Rizomas na forma de nódulos pequenos

� Emite raízes adventícias e brotos novos nos nós inferiores

� Folhas lanceoladas ou linear-lanceoladas10 a 15 cm de comprimento e 15 mm de larguramacias e densamente pilosas

Brachiaria decumbens cv. IPEAN

� Inflorescência:1 a 5 rácemos de 2 a 10 cm de comprimentoráquis apresenta 1,5 mm de larguraespiguetas pouco pilosas no ápice, com 5 mm de comprimento,bisseriadas ao longo da ráquis

Brachiaria decumbens cv. Basilisk

� cv. Basilisk

� Espécie perene

� Atinge de 0,6 a 1 m de altura

� Crescimento subereta e pouco radicante

� Rizomas em forma de nódulos pequenos

� Folhas:linear-lanceoladasde 15 a 25 cm de comprimento2 cm de largurarígidas e pilosas

Page 15: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

15

Brachiaria decumbens

Porte mais baixoFolhas mais pilosas

< Produção de sementes

IPEAN BASILISK

Porte mais altoFolhas menos pilosas

> Produção de sementes

Diferenças entre as cultivares

Brachiaria decumbens

Fotossensibilização

� Fungo Pithomyces chartarum

• esporos se desenvolvem na presença de umidade,tornando-se potenciais agentes de problemas hepáticos

• responsável pela produção da micotoxina esporidesmina

causa doença hepática

causa dermatitepois prejudica o fluxo da bile

fazendo com que a filoeritrina se acumule na corrente sanguínea,

principalmente na circulação cutânea

Brachiaria decumbens

Fotossensibilização

� Filoeritrina:

• pigmento fotossensível resultantedo metabolismo normal da clorofila

• ao receber luz solar reage e libera substâncias nocivas à dermesemelhantes a queimaduras (orelhas, flanco, base da cauda eglúteos)

Brachiaria decumbens

Fotossensibilização

� No Brasil:primeiros casos da doença surgiram em 1975,a partir do início do pastejo em B. decumbens de sementes australianassuspeita-se que as sementes estivessem contaminadas com esporos

� Cerrado

maior ocorrência de fotossensibilização

B. decumbens se desenvolveu bem nos solos arenosos e de baixafertilidade onde outros tipos de capins são difíceis de serem cultivadosfoi bem aceita pelos pecuaristas

Page 16: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

16

Brachiaria decumbens

Fotossensibilização

� Controle da doença: manutenção do porte baixo das forrageiras(abaixo de 40 cm de altura)

� Tratamento:

proteger o animal da incidência direta de raios solarestratamento tópico das lesões com soluções ou pomadas anti-sépticas

impede o florescimento e o sombreamento responsáveis pelo acúmulo de material senescente

na parte basal das plantassubstrato ideal para intensa esporulação do fungo

Brachiaria brizantha

� Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf

� Espécie perene

� Crescimento cespitoso

� Atinge de 1 a 1,5 m de altura

� Colmos:eretos ou suberetospouco radicantes nos nós inferioresbainhas pilosasnós glabros

Brachiaria brizantha

� Folhas:glabras ou pilosaslinear-lanceoladas 5 até 40 cm de comprimentolargura de 6 a 15 mmpilosas na face ventral glabras na fase dorsal

� Rizomas:curtos3 a 5 cm de comprimentocobertos de escamas amareladas e brilhantes

Brachiaria brizantha

� Inflorescências:formadas por 2 a 12 rácemos5 a 15 cm de comprimentoráquis de cor roxa escura, com 1 mm de larguraespiguetas de 4 a 6 mm de comprimento, glabras

Page 17: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

17

Brachiaria brizantha

� Alta resposta à aplicação de fertilizantes

� Alta capacidade de cobertura do solo

� Tolera sombreamento

� Bom valor nutritivo

� 9 a 16% PB (dependendo da cultivar)

� 10 a 18 kg/ha/ano de MS(dependendo da cultivar)

� Alta produção de raízes

Brachiaria brizantha

� Alta produção de semente

Propagada por sementes

Brachiaria brizantha cv. Marandu

� cv. Marandu é conhecida como Braquiarão ou Brizantão

� Planta cespitosaatinge de 1,5 a 2,5 m de altura

� Colmos iniciais prostradoscom produção de perfilhos eretos ao longo do crescimento da touceira

� As lâminas foliares são lineares lanceoladas

Brachiaria brizantha cv. Marandu

� Solos:se adapta bem a solos de média e boa fertilidadetolera elevadas saturações de alumínionão tolera solos encharcadostolerante à acidezboa resposta a adubação

� Suscetível a geadas

� Adapta-se até 3.000 metros de altitude

� Precipitação anual ao redor de 700 mm e cerca de cinco meses deseca no inverno

� Boa tolerância ao sombreamento e à seca

� Resistente a cigarrinha das pastagens e a formigas cortadeiras

Page 18: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

18

Brachiaria brizantha cv. Marandu

� Estabelecimento: sementes1,6 a 2,5 kg/ha1 a 2 cm de profundidade

� Possui bom potencial de produção e boa qualidade nutricionalquando comparada a outras gramíneas tropicais

11% PB na MS10 a 14 t/ha/ano de MS

� Produtividades superiores a 20 t já foram obtidas

� Pode ser consorciada com:amendoim forrageiro, puerária, estilosantes, calopogônio, centrosema e guatá

Brachiaria brizantha cv. Xaraés

� cv. Xaraés

� Planta cespitosa que até 1,5 m de altura

� Colmos finos e radicantes nos nós

� Folhas:lanceoladas e longaspouco pilosas, de coloração verde-escuramais largas que as da cv. Marandu

� Alta produtividade de folhas

Brachiaria brizantha cv. Xaraés

� Não apresenta resistência a cigarrinhas

� Medianamente exigente em fertilidade e em solos drenados eresponsiva a adubação

� Regiões de clima tropical úmidocom precipitação anual acima de 800 mm

� Estabelecimento rápidomelhor rebrotação que a cv. Marandu

� A rápida rebrotação e o florescimentotardio prolongam o período de pastejo até operíodo seco

� Pode ser consorciada com:amendoim forrageiro, puerária, estilosantes, calopogônio e soja perene

Brachiaria brizantha cv. Xaraés

� Alta capacidade suporte com produtividade animal por ha 20% maior que a cv. Marandu (VALLE et al. 2004)

� 10 a 13% PB na MS

� 10 a 18 t/ha/ano de MS

Page 19: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

19

Brachiaria brizantha cv. Piatã

� cv. Piatã

� Crescimento ereto e cespitoso

� Porte médio (entre 0,85 e 1,10 m de altura)

� Colmos verdes e finos4 mm de diâmetro

� Folhas glabrasaté 45 cm de comprimento e 1,8 cm de larguraáspera na face superiorcom bordas serrilhadas e cortantes

Brachiaria brizantha cv. Piatã

� No MS e regiões semelhantes, apresenta florescimento precoce econcentrado nos meses de janeiro-fevereiro

� Produtividade de sementes:150 kg/ha/ano

� Semeadura:taxa de no mínimo 2,5 kg/ha de SPVprofundidade de 2 e 5 cm

� Indicada para solos de média fertilidade

� Resistente às cigarrinhas

Brachiaria brizantha cv. Piatã

� Pode ser cultivado:no norte de Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, Acre e Sul do Pará,em regiões com seca de até 5 meses (Centro-Oeste e Sudeste)em áreas de Mata Atlântica e de cerrado da Bahia

� 9 a 12% PB na MS10 a 12 t/ha/ano de MS

� Acumula folhas

� Alta taxa de crescimento e rebrotação

� Alto aproveitamento pelo animal (colmos finos)

Brachiaria brizantha cv. Mulato

� cv. Mulato � cruzamento entre B. ruziziensis e B. brizantha

� Gramínea perene

� Crescimento decumbente e perfilhado

� Atinge de 0,9 a 1 m de altura

� Sistema radicular profundosuporta longos períodos de estiagem (7 a 8 meses)

� Colmo verde intenso e cilíndrico

Page 20: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

20

Brachiaria brizantha cv. Mulato

� Emite estolões e rebrota por gemas basais� rápida recuperação pós-pastejo

� Folhas:Lineares e lanceoladas de cor verde intenso35 a 40 cm de comprimento2,5 a 3,0 mm de largura

� Florescimento tardioInflorescência tipo panícula

Brachiaria brizantha cv. Mulato

� 12% a 16% de PB

� Solos:adaptada a solos com boa drenagemfertilidade média a alta

� Grande tolerância à cigarrinha-das-pastagens

� Presença de células e tecidos com paredes espessadas, especialmente com lignina que podem representar dificuldades na digestibilidade e degradabilidade

(SMILJANIC JUNIOR et al., 2007)

Brachiaria brizantha cv. Mulato 2

� cv. Mulato 2 ou Convert HD364

� É um híbrido triplóideB. ruziziensis x B. decumbens x B. brizantha

� Planta perene

� Crescimento semiereto

� Atinge até 1 m de altura

� Maior tolerância às cigarrinhas-das-pastagens

� Adaptada a solos ácidos de baixa fertilidade

Brachiaria brizantha cv. Mulato 2

� Colmos:cor verde intensocilíndricos e pubescentes55 a 80 cm de comprimento

� Alguns colmos são semidecumbentes e capazes de enraizar quando entram em contato com o solo

� Folhas:Lanceoladas3,8 cm de largura cor verde intenso pubescente em ambos os lados

Page 21: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

21

Brachiaria brizantha cv. Mulato 2

� Inflorescência de 4 a 6 racemos

� Sistema radicular profundo e ramificado (suporta seca prolongada)

cv. Mulato 2 cv. Mulato

B. humidicola

Comparações entre as espécies de

Brachiaria

B. ruziziensesB. decumbens

B. mutica

B. brizantha

B. arrecta

B. dictyoneura

� Tolerância ao frio:B. brizantha é mais toleranteB. decumbens e humidicola desaparecem no inverno (RS) e ressurgemna primavera

� Tolerância a seca:B. brizantha é mais tolerante que B. decumbens, humidicola eruziziensis.

� Aceitabilidade pelos animais:B. ruziziensis e decumbens são mais aceitas que B. brizantha ehumidicola

� Dormência das sementes:B. brizantha e decumbens apresentam sementes com altadormência na época da colheita (que é quebrada durante oarmazenamento)

� Altura de corte varia entre 5 e 20 cm do solo (para todas)

� Médio valor nutritivo (para todas)

� Produção de matéria seca (Kg/ha/corte) em sistema de cortes,durante três anos na área do IPEAN (Belém).

Gramínea 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

B. humidicola 17.3 18.4 19.1 54.7

B. decumbens 24.5 11.7 15.9 52.1

B. ruziziensis 22.4 14.4 14.2 51.0

Panicum maximum 25.2 15.8 12.2 53.1

Page 22: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

22

� Digestibilidade "in vitro" para gramíneas do gênero Brachiaria,colhidas em diferentes estádios de maturidade.

Semanas de crescimento

Brachiaria 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 16

brizantha 79 78 74 76 68 68 66 61 58 60 - 59 55 -

decumbens - 73 73 73 72 71 67 67 62 64 59 55 - 50

mutica - 76 79 76 72 - 60 61 54 49 - 47 - 39

ruzizienses 83 81 80 74 72 72 69 66 69 64 - 55 55 41

humidicola 77 74 69 74 72 73 69 67 63 59 - 56 51 52

� Velocidade de estabelecimento por propagação de Brachiaria spp.

EspéciesVelocidade de

estabelecimento (meses)Propagação

B. decumbens 4 Sementes3 Mudas

B. ruzizienses 3 a 4 SementesB. humidicola 1 a 5 Mudas

6 a 8 SementesB. brizantha cv. Marandu

4 a 5 Sementes

� Propagação e exigência nutricional

Espécie

Nome científico Nome comum PropagaçãoExigência nutricional

decumbens Decumbens sementes Boa

brizantha Braquiarão sementes Média

humidicolaQuicuio da Amazônia

sementes Boa

ruzizienses Ruziziensis sementes Média

mutica Angola vegetativa Média

arrecta Tanner grass vegetativa Média

dictyoneura Dictioneura sementes Boa

� Tolerância ás condições climáticas e de manejo

Espécie TolerânciaNome

científicoNome

comumSeca Geada

Solos mal drenados

Acidez do solo

decumbens Decumbens Regular Fraca Fraca Boa

brizantha Braquiarão Regular Fraca Fraca Boa

humidicola Quicuio Fraca Regular BoaModerada/

Baixa

ruzizienses Ruziziensis Fraca Fraca Fraca Regular

mutica Angola Fraca FracaModerada/

BaixaRegular

arrectaTannergrass

Regular RegularModerada/

Baixa-

dictyoneura Dictioneura Fraca Fraca RegularModerada/

Baixa

Page 23: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

23

� Tolerância ás condições climáticas e de manejo

Espécies de Brachiaria

Fatores decumbens brizantha humidicola ruziziensis mutica arrecta

Sombra Boa Regular Regular Boa Fraca Fraca

Fogo Boa Regular Regular Fraca Fraca Regular

Fertilidade do solo

Baixa Boa Baixa Boa Baixa Boa

Cigarrinha Susceptível Resistente Tolerante Susceptível Moderada Moderada

Brachiaria dictyoneura

Pueraria phaseoloides Arachis pintoi

Centrosema macrocarpum C. acutifolium Stylosanthes guianensis

Desmodium ovalifolium

Consorciação de Brachiarias e Leguminosas

Brachiaria humidicola

Arachis pintoiSiratro

Brachiaria ruziziensis

Siratro Calopogônio Soja perene

Brachiaria decumbens

Calopogônio Pueraria

E. guianensis E. campo grande Centrosema

Arachis

Page 24: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

24

Brachiaria brizantha cv. Marandu

Pueraria

Centrosema

cv. Marandu e Arachis pintoi cv. Amarillo

kudzu

Brachiaria brizantha cv. Xaraés

Pueraria CalopogônioEstilosantes

Arachis Soja perene

Consorciação de Brachiarias e outras culturas

Com milho

Com café

Formação de pastos dos capins Marandu, Xaraés e Pi atã em consórcio com Milho

Plantio (fevereiro/2009)

Colheita do milho 103 dias após semeadura (silagem)

Page 25: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

25

Pastos após 8 meses da colheita do milho Formação do pasto de Capim Mulato em associação com Sorgo

Mulato

Sorgo

FCAV/Unesp

Formação do pasto de Capim Mulato em associação com Sorgo

MulatoSorgo Sorgo

Pasto estabelecido

Adaptação dos animais à gramínea

FCAV/Unesp

Com árvores

Page 26: Aula Brachiaria [Modo de Compatibilidade]

23/09/2016

26

Dra. Estella Rosseto Janusckiewicz

[email protected]

[email protected]