AULA 03 - REALIDADE ÉTNICA

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CURSO ONLINE REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES Prof a Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 03 – Diversidade Goiana Olá, amigos, como vão os estudos? Tudo certinho? Hoje chegamos a nossa última aula em que, para finalizar o edital abordaremos vários aspectos da História Social de Goiás. Espero, sinceramente, que vocês tenham tido, ao menos até aqui, um ótimo aproveitamento de tudo que foi apresentado. E que, ao final do curso estejam muito bem preparados para enfrentar a prova com a calma e a tranqüilidade necessárias. Tenham certeza que vocês estão em vantagem! Estão à frente de muitos outros candidatos que não puderam ou não quiseram dedicar tempo e paciência para o estudo dessa disciplina por pensá-la como algo menor: NÃO É!!! Como todos sabem, a aprovação em concurso público está na boa preparação, na dedicação e no foco! Vocês estão à frente e com grandes condições de alcançar o objetivo da aprovação, portanto, confiem em si mesmos e tenham confiança para fazer a prova !!! ;) Lembrando que mesmo com o fim do nosso curso, vocês podem ficar a vontade para continuar utilizando o nosso fórum para esclarecer dúvidas, ok? Além disso, também tem o meu email pra onde vocês podem enviar qualquer pergunta, sugestão ou até mesmo reclamações, ok? Caso não tenham anotem aí: virginia@pontodosconcursursos. Bem, o titulo de nossa aula hoje é bastante amplo, pois falar de aspectos da cultura e sociedade significa falar de mil assuntos que poderiam ganhar um curso inteirinho cada um, né? Mas, pra dar prosseguimento no edital vamos começar nossa aula abordando o povoamento do estado de Goiás que, como vocês já

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Aula 03 – Diversidade Goiana

Olá, amigos, como vão os estudos? Tudo certinho? Hoje

chegamos a nossa última aula em que, para finalizar o edital

abordaremos vários aspectos da História Social de Goiás.

Espero, sinceramente, que vocês tenham tido, ao menos até

aqui, um ótimo aproveitamento de tudo que foi apresentado. E que,

ao final do curso estejam muito bem preparados para enfrentar a

prova com a calma e a tranqüilidade necessárias.

Tenham certeza que vocês estão em vantagem! Estão à

frente de muitos outros candidatos que não puderam ou não

quiseram dedicar tempo e paciência para o estudo dessa disciplina

por pensá-la como algo menor: NÃO É!!!

Como todos sabem, a aprovação em concurso público está

na boa preparação, na dedicação e no foco! Vocês estão à frente e

com grandes condições de alcançar o objetivo da aprovação,

portanto, confiem em si mesmos e tenham confiança para fazer a

prova !!! ;)

Lembrando que mesmo com o fim do nosso curso, vocês

podem ficar a vontade para continuar utilizando o nosso fórum para

esclarecer dúvidas, ok?

Além disso, também tem o meu email pra onde vocês

podem enviar qualquer pergunta, sugestão ou até mesmo

reclamações, ok? Caso já não tenham anotem aí:

virginia@pontodosconcursursos.

Bem, o titulo de nossa aula hoje é bastante amplo, pois

falar de aspectos da cultura e sociedade significa falar de mil

assuntos que poderiam ganhar um curso inteirinho cada um, né?

Mas, pra dar prosseguimento no edital vamos começar nossa aula

abordando o povoamento do estado de Goiás que, como vocês já

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devem imaginar, não foi diferente do povoamento do restante do

Brasil: possuindo algumas fases.

Assim, regiões houve em todas as regiões uma verdadeira

mistura de raças a começar pelos brancos quando começaram a se

lançar ao interior do Brasil em busca de riquezas e se depararam com

diversos grupos indígenas que já habitavam o território, além dos

escravos africanos que também influenciaram a sociedade de diversas

formas.

Povoamento em Goiás: a mistura de um povo

A composição inicial da população de Goiás se deu por meio

da convivência nem tão pacífica entre os índios que aqui residiam e

as levas de paulistas e portugueses que vinham em busca das

riquezas minerais.

Portanto, amigos, quando os bandeirantes chegaram a

Goiás, este território, que atualmente forma os Estados de Goiás e

Tocantins, já era habitado por diversos grupos indígenas. Naquela

época, ao verem suas terras invadidas, muitos foram os que

entraram em conflito com os bandeirantes e colonos, em lutas que

resultaram no massacre de milhares de indígenas, aldeamentos

oficiais ou migração para outras regiões.

Estes “brancos” por sua vez, trouxeram negros africanos à

“tira colo” para o trabalho escravo, moldando a costumeira tríade da

miscigenação brasileira entre índios, negros e brancos – além de

todas as derivações que advieram disso.

Entretanto, a formação do caráter goiano vai além dessa

visão simplista, pessoal, e adquiriu características especiais à medida

que o espaço físico do Estado passou a ser ocupado.

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Até o início do século XIX, a maioria da população de Goiás

era composta por negros. Os índios que habitavam o Estado ou foram

dizimados pelo ímpeto colonizador ou migraram para aldeamentos

oficiais.

Quando se iniciou o processo de exploração do ouro na

região, o principal grupo indígena era o Kaiapó que ocupava a região

sul de Goiás. Com o início do povoamento branco da região, várias

aldeias indígenas foram destruídas, seja pelas guerras entre índios e

colonizadores, seja pela formação de aldeamentos indígenas oficiais

ou por epidemias.

Antes da divisão de Goiás em dois Estados (Goiás e

Tocantins) a maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao

tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos Akuen, Kayapó,

Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco linguístico

Tupi, família Tupi-Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé e Guajajara). A

ausência de documentação confiável, no entanto, dificulta precisar

com exatidão a classificação linguística dos povos Goyá, Araé, Crixá e

Araxá.

Mas essas informações se tornam quase irrelevantes quando

analisamos o primeiro recenseamento oficial existente, o de 1804.

Nesse documento percebemos que 85,9% dos goianos eram “pardos

e pretos” e este perfil continuou constante até a introdução das

atividades agropecuárias na agenda econômica do Estado.

Isso tem como causa principal, amigos, a expressiva

utilização da mão de obra escrava pelos brancos que se

embrenharam pelo “sertão” com seus escravos a “tira-colo”.

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Justamente por isso, os quilombolas também aparecem

como um grupo ligado diretamente à história da ocupação do estado

de Goiás.

No território brasileiro, os quilombos surgiram a partir do

início do ciclo da mineração no Brasil, quando a mão de obra escrava

negra passou a ser utilizada nas minas, especialmente de ouro,

espalhadas pelo interior do Brasil.

Em Goiás, esse processo teve início com a chegada de

Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, nas minas dos Goyazes.

Segundo relatos dos antigos quilombolas, o trabalho na mineração

era difícil e a condição de escravidão na qual viviam tornavam a vida

ainda mais dura. Assim, as fugas eram constantes e àqueles

recapturados restavam castigos muito severos, o que os impelia a

procurar refúgios em lugares cada vez mais isolados, dando origem

aos quilombolos

Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos

em Goiás. Na língua banto, a palavra kalunga significa lugar sagrado,

de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da Chapada dos

Veadeiros, que os descendentes desses escravos se refugiaram

passando a viver em relativo isolamento. Com identidade e cultura

próprias, os quilombolas construíram sua tradição com uma mistura

de elementos africanos, europeus e forte presença do catolicismo

tradicional do meio rural.

A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida

pelo Governo do Estado de Goiás, desde 1991, como sítio histórico

que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de 230 mil

hectares de cerrado protegido, abriga cerca de quatro mil pessoas em

um território que estende pelos municípios de Cavalcante, Monte

Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio cultural celebra festas

santas repletas de rituais cerimoniosos, como a Festa do Império e o

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Levantamento do mastro, que atraem turistas todos os anos para a

região.

Assim, partindo dessas três raças foi formado, no imaginário

popular da época a idéia de sertão presente na constituição física do

Estado o que, apesar de ser um erro acabou refletindo de duas

maneiras: a primeira era a de que o Estado era um grande vazio,

isolado e atrasado .

A segunda a de que se apresentava como desafio a ser

conquistado pela ocupação territorial, que viria acompanhada

predominantemente pela domesticação do sertão segundo um

modelo de trabalho familiar, em que surgia a figura do sertanejo.

Esse “personagem” do sertanejo acabou sendo relacionado a

construção do país, da ocupação das fronteiras e, por seguinte, da

Marcha para o Oeste - impulsionadora do desenvolvimento brasileiro.

Registros da época dão conta de processos migratórios ao

longo do século XIX e metade do século XX, com correntes

migratórias de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará, resultando em

uma ampla mestiçagem na caracterização do personagem sertanejo.

O sertanejo, aí, diz respeito à figura de um habitante do

vazio e isolado sertão, que tinha uma vida social singela e pobre de

acontecimentos. O calendário litúrgico e a chegada de tropas e

boiadas traziam as únicas novidades pelas bocas de cristãos e

mascates. Nessa época, a significação da vida estava diretamente

ligada ao campo e dele resultaram, segundo as atividades registradas

nos arraiais, o militar, o jagunço, o funcionário público, o comerciante

e o garimpeiro.

Ao longo do século XX, novas levas migratórias, dessa vez

do sul e de estrangeiros começam a ser registradas no território

goiano, de modo que no Censo do ano 2000, os cinco milhões de

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habitantes se declararam como 50,7% de brancos, 43,4% de pardos,

4,5% de negros e 0,24% de outras etnias.

O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 confirmou uma população

residente em Goiás de 6.003.788 habitantes, com crescimento acima

da média nacional, que foi de 1,17% ao ano.

Em termos de gênero, a população feminina sai na frente.

São 3.022.161 mulheres, contra 2.981.627 homens – em uma

proporção de 98 homens para cada 100 mulheres. Reflexo também

sentido na capital, Goiânia, com 681.144 mulheres e 620.857

homens (diferença de 60.287 pessoas).

Manifestações da Cultura goiana

Bem, amigos, como historiadora, juro a vocês que eu

escreveria, de bom grado, umas 50 páginas só falando sobre cultura,

seus inúmeros conceitos e divagações. Todavia, o objetivo do

concurso não é testar nenhum conhecimento antropológico de vocês

sobre o que é cultura e sim perceber o que vocês têm de

conhecimento sobre a sociedade em geral em termos de formação

racial, ou manifestações sociais como um todo.

Ainda assim, falar em cultura é sempre uma tarefa difícil,

devido à complexidade que este termo carrega. A cultura pode

significar desde as manifestações artísticas de um determinado lugar

até os aspectos simbólicos que perpassam a vida e a identidade de

um povo.

Pensando nisso, para podermos falar de Cultura goiana,

temos de compreender um pouco mais sobre o povo que vive nesta

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região, seus costumes, suas crenças, as influências históricas sofridas

e a própria identificação que o goiano faz de si mesmo.

Primeiramente, devemos lembrar que é um povo que vive

no Cerrado, numa área central do Brasil e, portanto, converge a

influência de outras diversas regiões. Como vimos nas aulas

passadas, o povoamento de Goiás se deu, principalmente, pela busca

do ouro e contou com a aproximação de diferentes “tipos”: brancos,

negros, e os próprios índios. De início, percebemos que não há

homogeneidade, não é mesmo? Da união de tantas diferenças, o

resultado não poderia ser um povo simples, ao contrário, é

diversificado e complexo, assim como é o próprio brasileiro.

Mas, não foi apenas a marca do ouro que contribuiu para a

formação do povo goiano. Não podemos esquecer que depois da

década de 1930, a região foi marcada pela necessidade de projetar a

modernidade. Primeiro, a construção de Goiânia, depois a construção

de Brasília e a transferência da capital brasileira para o interior. O

lugar que antes não tinha tanta importância assim passou a

centralizar aspectos importantes da vida política do país. Com isso, a

modernidade também começou a representar o Estado de Goiás e daí

nasceu uma relação muito próxima entre a modernidade regional e a

representação da modernidade nacional.

Não é novidade pra ninguém falar que os brasileiros (em

suas várias regiões) são mestiços; nasceram da união de brancos

europeus, índios nativos e negros escravos. Também não é novidade

dizer que o povo goiano foi se constituindo em meio a essa mesma

mestiçagem, certo, meus amigos?

Pois então, falar da formação do povo goiano requer que

falemos dos índios que habitavam aquelas terras, dos brancos que

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para lá foram em busca de fortunas e dos negros que tanto suor

derramou naquelas minas.

Segundo o Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia

(IGPA), o Estado de Goiás, começou a ser ocupado por grupos

indígenas muito antes da vinda dos europeus. Esses grupos indígenas

viviam inicialmente em bandos, eram caçadores e coletores nômades,

instalavam-se, temporariamente, em abrigos sob rochas ou em locais

abertos. Lascavam e utilizavam instrumentos de pedra com grande

habilidade e, posteriormente, também passaram a utilizar a argila

para a produção de cerâmicas variadas, necessárias a vida

doméstica.

Como vimos nas aulas anteriores, o grande número de

pessoas que migraram para a região central do Brasil em busca de

ouro foi muito grande. Assim, o povoamento branco pode ser

explicado principalmente por este fator: a busca pela riqueza e pela

exploração das novas minas de ouro encontradas.

A mão-de-obra usada nesse processo foi, em sua maioria,

escrava. No período de grande produção aurífera em Goiás, os negros

representavam mais da metade da população goiana. Com o início da

decadência, a população sofreu forte diminuição, seja pela migração

para outras regiões, seja pela não vinda de novas pessoas para a

região.

Deste modo, meus amigos, culturalmente falando, os

goianos – assim como a grande maioria dos brasileiros - são o

resultado de uma grande mestiçagem.

Essa mistura, pessoal, obviamente se reflete na

configuração cultural do Estado que possui manifestações artísticas

das mais variadas: bandas, como a Corporação 13 de Maio de

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Corumbá de Goiás ou a centenária Banda Phoenix de Pirenópolis são

exemplos da herança musical dos séculos XVIII e XIX.

Além disso, Goiás também é bastante conhecido por suas

diversas manifestações artesanais, pelas tradições de engenho e

boiadas e, claro, não poderíamos deixar de falar aqui dos inúmeros

exemplos de cantores sertanejos que nascem nesta terra, não é

mesmo pessoal? Mas vocês já pararam pra pensar no por que disso?

Bem, amigos, o próprio desenrolar da história de Goiás

propiciou o aparecimento de diversas atividades culturais no Estado,

das quais originaram legítimas manifestações do folclore goiano.

Apesar de elas estarem relacionada ao legado religioso introduzido

pelos portugueses, o movimento cultural que floresceu no Estado

acabou se transformando num reflexo da mistura das tradições

indígenas, africanas e européias - de maneira a abrigar um

sincretismo não apenas religioso, mas também de tradições, ritmos e

manifestações. Tudo isso acabou fazendo da cultura goiana um

verdadeiro “mix de sensações” que vão desde a batida do tambor da

Congada e dos mantras entoados nas orações ao Divino, até a

cadência da viola sertaneja ou o samba e o rock que por lá também

fizeram morada.

Mas, como já falei antes, nem só de manifestações

religiosas vive a tradicional cultura goiana. Uma dança bastante

antiga e muito representativa do Estado também apresenta Goiás aos

olhos dos visitantes. Essa dança é a Catira.

A Catira tem seus primeiros registros desde o tempo

colonial e não tem origem certeira. Há relatos de caráter europeu,

africano e até mesmo indígena, com resquícios do processo

catequizador como forma de introduzir cantos cristãos na possível

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dança indígena. No entanto, seu modo de reprodução compassado

entre batidas de mãos e pés, permeados por cantigas de violeiros

perfaz a beleza cadenciada pela dança.

A viola, aliás, está presente em boa parte do cancioneiro

popular goiano, especialmente nos gêneros caipira e sertanejo, que

em conjunto com sanfonas e gaitas têm sido bastante divulgados,

geralmente por duplas de cantores. Diferenças, no entanto, podem

ser notadas quanto à temática, uma vez que o sertanejo tem se

apresentado majoritariamente enquanto produto da indústria cultural

e a música de raiz ou caipira se inspirado nas belezas do campo e do

cotidiano do sertanejo.

Apesar de ter ficado nacionalmente conhecido com o ritmo

sertanejo, nem só disso vive o Estado de Goiás. Na verdade, ritmos

antes considerados característicos de eixos do Sudeste do país têm

demarcado, cada vez mais, seu espaço dentro do território goiano.

Bons exemplos são a cena alternativa e do rock, divulgados em peso

por festivais de renome como o Bananada e o Vaca Amarela,

enquanto que, por outro lado, rodas de samba e apresentações de

chorinho também têm angariado novos adeptos, dentre outros tantos

ritmos encontrados na cultura goiana.

Eh, pessoal, como pudemos perceber, em termos de

manifestações culturais, Goiás se destaca em vários sentidos que

permeiam as artes visuais, a literatura, a música e outros

representantes do patrimônio cultural do estado.

Na cidade de Goiânia existem, por exemplo, três

importantes museus: o Museu de Arte de Goiânia; o Museu Estadual

Professor Zoroastro Artiaga e o Memorial do Cerrado.

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• MAG – Museu de Arte de Goiânia: localizado no Bosque dos

Buritis, foi inaugurado em 1970, tem por objetivo guardar,

preservar e divulgar obras de artes;

• Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga: foi fundado em

1946 e guarda em seu acervo documentos históricos, utensílios

antigos, objetos relacionados aos índios do Brasil Central e peças

artísticas.

• Memorial do Cerrado: é composto por quatro instituições –

Museu de História Natural, Vila Cenográfica, Quilombo, Aldeia

Indígena Timbira. Pertence a PUC-GO.

O curioso, amigos, é que quando falamos em cultura

pensamos quase que imediatamente em musica, dança etc., mas

existe outro aspecto que também é cultural e que muitas vezes fica

esquecido: a culinária.

A culinária goiana

Em Goiás, comer é um ato social. A comida carrega traços

da identidade e da memória do povo goiano, tanto que a cozinha

típica goiana é geralmente grande e é uma das partes mais

importantes da casa, por agregar ritos e hábitos do ato de fazer a

comida.

Historicamente, a culinária goiana, assim como os seus

demais aspectos culturais, se desenvolveu carregada de influências e

misturas que, em virtude da colonização e da escassez de alimentos

vindos de outras capitanias, teve que buscar adaptações de acordo

com a realidade local, em especial a do Cerrado.

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O folclorista Bariani Ortêncio, em seu livro Cozinha goiana:

histórico e receituário, resumiu essa idéia ao ressaltar essas

substituições. Se não havia a batatinha inglesa, havia a mandioca e o

inhame nativos, a serralha entrava no lugar do almeirão e a taioba

substituía a couve. Dessa forma, foi introduzido na panela goiana, o

pequi, a guariroba, além dos diversos frutos do Cerrado, como o cajá-

manga e a mangaba, consumidos também em sucos, compotas,

geléias, doces e sorvetes.

Do fogão caipira até

as mais modernas

cozinhas industriais é

costumeiro se ouvir

falar no tradicional

arroz com pequi, cujo

cheiro característico

anuncia de longe o

cardápio da próxima

refeição. O pequi,

aliás, é figura tão certa na tradição goiana, quanto os cuidados

ministrados àqueles que se aventuram a experimentá-lo pela primeira

vez. A quem não sabe, não se morde, nem se parte o pequi. O fruto é

roído com os dentes incisivos e qualquer menção no sentido de

mordê-lo pode resultar em uma boca cheia de espinhos...rsrs

Também se inclui no cardápio típico goiano a paçoca de

pilão, o peixe assado na telha e a galinhada. A galinhada, por sinal,

não se resume ao frango com arroz. É mais, acompanhada de

açafrão, milho e cheiro verde, rendendo uma mistura que agrada a

ambos, olfato e paladar. Sem contar a infinidade de doces típicos

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interioranos, visto na leveza de alfenins, “pastelinhos”, ambrosias,

entre outras guloseimas.

A pamonha

Poxa, meus amigos, sei que está ficando cruel mostrar essas

imagens, masssss, falar de culinária tem dessas coisas, né?rsrs

Iguaria feita à base de milho verde, a pamonha está ligada

diretamente à tradição goiana. Encontrada em diversos sabores,

salgados, doces, apimentados e com os mais diferentes recheios, que

incluem até jiló e guariroba, a pamonha é quase unanimidade no

prato do goiano, frita, cozida ou assada, especialmente em dias

chuvosos. Difícil mesmo encontrar algum goiano que não goste de

comê-la e, principalmente, de fazê-la. É comum, especialmente no

interior, reunir familiares e amigos para preparar caldeirões imensos

da “pamonhada”, como forma de integração social. Homens,

mulheres, crianças, jovens e adultos – todos participam. E é, em

geral, coisa de amigos íntimos, ditos “de dentro de casa”.

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Caracterizada pela diversidade, a culinária goiana é uma dos grandes

atrativos da região e os seus principais pratos são: o peixe na telha, o

suã (carne de porco) com arroz, o arroz com pequi, além da

pamonha, que é usada como prato principal nas refeições. Bem, mas

comidas a parte, pessoal, o estado também possui um patrimônio

histórico de arquitetura incrível, como podemos observar nas fotos da

cidade de Goiás Velho:

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Olhando as fotos vocês podem confundir com algumas

cidades do circuito histórico de Minas Gerais, não é mesmo? Acho que

por ser de São João Del-Rei (MG), por um instante fui transportada

até lá ao ver essas fotos acima. No entanto, essa cidade está

localizada em Goiás e apresenta tal semelhança por ter sido

construída também durante o ciclo do ouro, ok ?

Como vimos no inicio dessa aula a origem dessa cidade está

ligada à exploração do território brasileiro pelos bandeirantes

paulistas, que no século XVIII desbravavam o interior em busca de

riquezas. No trajeto, erguiam vilarejos provisórios para a mineração

de ouro.

A cidade de Goiás nasceu de um desses acampamentos. Em

1727, o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva organizou o pequeno

Arraial de Sant’Anna na margem do Rio Vermelho. Por volta de 1750,

já com o nome de Vila Boa de Goiás, tornou-se a capital da recém-

criada Capitania de Goiás. Quase dois séculos depois, em 1937, o

poder político estadual foi transferido de lá para a nova capital do

Estado, Goiânia.

Apesar de não ser mais a capital do Estado, a cidade de

Goiás propicia um contato direto com a história, pois basta andar

pelas ruas da cidade, entrar nas igrejas, admirar as construções

antigas, casas ilustres [como a de Cora Coralina] ou visitar o Museu

das Bandeiras. Para mergulhar intensamente no século XVIII.

Por tudo isso, dentre os inúmeros municípios do Estado, a

cidade de Goiás (ou Goiás Velho),mereceu destaque, tanto que em

2001 foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Histórico e

Cultural Mundial, devido a sua arquitetura barroca, por suas tradições

culturais e pela natureza que a circunda.

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Vejamos como o assunto pode ser cobrado em provas!

(UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) Em 2001, a

Cidade de Goiás recebeu o título de Patrimônio Universal da

Humanidade pela UNESCO, considerando, entre outras coisas,

sua representatividade histórica no contexto de ocupação

inicial do território brasileiro. Esse contexto está relacionado à

a) revolução de 1930, liderada por Pedro Ludovico Teixeira.

b) descoberta de ouro na região, liderada por Bartolomeu Bueno da

Silva.

c) revolução de 1909, liderada por Leopoldo de Bulhões.

d) deposição do governador Mauro Borges, em 1964.

COMENTÁRIOS

Para aqueles que tem estudado essa disciplina com afinco,

essa questão é fácil, não é mesmo? Mas, mesmo assim, vamos

comentar uma por uma.

Na letra A, temos uma pegadinha, portanto, fiquem atentos!

A Revolução de 1930, realmente, foi liderada, em Goiás, por Pedro

Ludovico, entretanto este fato não se relaciona com o título recebido

pela antiga capital. A letra A está errada.

Por outro lado, na opção B, diz que foi a descoberta de ouro,

sob a liderança de Bartolomeu Bueno da Silva. Vimos em aula

anterior que a Cidade de Goiás, ou Goiás Velho, foi a capital do

Estado por mais de 200 anos até os anos 30 quando a capital foi

transferida para Goiânia, estão lembrados? Pois então, na época

inicial da colonização, esta região era rica em ouro sendo este o

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motivo de sua atratividade e da sua arquitetura. Portanto, a letra B

está correta.

Vamos aproveitar a alternativa C para relembrar um pouco

mais sobre a história de Goiás. A Revolução de 1909 foi um

movimento liderado Antônio Ramos Caiado, que marcou a queda do

grupo chefiado por José Xavier de Almeida e deu início ao domínio

político do Partido Democrata (1909-1930). Não foi liderada por

Leopoldo de Bulhões, logo, a letra C está errada.

Também aproveitaremos a letra D para saber um pouco

sobre a história de Goiás. Vocês sabiam que o ex-Governador Mauro

Borges é filho do Interventor Federal e depois governador Pedro

Ludovico Teixeira? Pois bem, Mauro Borges governou Goiás de 1961 a

1964, sendo foi deposto no golpe de 64. Embora a informação seja

verdadeira não justifica o título recebido pela antiga capital, portanto

a letra D está errada.

(UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008)

“Capital de Goiás foi eleita Desde o berço em que um dia nasceu

Pela gente goiana foi feita Com um povo adotado cresceu”

(OLIVEIRA, E. C. História cultural de Goiânia. Goiânia: Agepel, 2002. p. 26).

O trecho do poema acima faz referência ao intenso processo

de crescimento demográfico ocorrido em Goiás com a

mudança da capital e a inauguração de Goiânia. Outro fator

que fomentou o crescimento demográfico de Goiás no século

XX foi a

a) descoberta de ouro por Bartolomeu Bueno da Silva.

b) fundação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).

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c) construção de Brasília.

d) Revolução de 1930, comandada por Pedro Ludovico Teixeira.

COMENTÁRIOS

Essa questão é mais uma ótima oportunidade para

relembrarmos alguns dados históricos sobre Goiás bastante

importantes. Vejamos, portanto, item por item.

a) No final do século XVII, Bartolomeu Bueno da Silva, percorreu o

território goiano em busca de jazidas de metais preciosos. De acordo

com a tradição, Bartolomeu diante da recusa dos índios em informar

a localização das jazidas auríferas de onde retiravam material para as

peças de ouro com as quais se enfeitavam, despejou aguardente num

prato, ateando-lhe fogo , e ameaçando fazer o mesmo com as águas

dos rios. Apavorados, os índios levaram-no imediatamente às jazidas,

chamando-o "Anhanguera" (Diabo Velho ou Feiticeiro). Bem, se isso é

lenda ou não, não sabemos, mas definitivamente não tem nada a ver

com o crescimento de Goiás no séc. XX, portanto a letra A está

errada.

b) O Distrito Industrial de Anápolis foi inaugurado em 8 de setembro

de 1976 e abriga o maior pólo farmoquímico da América Latina, além

de indústrias alimentícias, têxtil, automobilística, de adubos, de

materiais para construção. Apesar de sua importância, não é o fator

que fomentou o crescimento demográfico, sendo que a letra B está

errada.

c) Vários fatores auxiliaram o crescimento demográfico de Goiás, a

partir de 1940. Entre eles merecem destaque:

• a construção de Goiânia, (citada no enunciado da questão);

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• a campanha nacional de “marcha para o oeste”, criada pelo

governo de Getúlio Vargas para incentivar o progresso e a

ocupação do Centro-Oeste, organizando um plano para que as

pessoas migrassem para o centro do Brasil, onde havia muitas

terras desocupadas

• por fim, a construção de Brasília, que proporcionou nos anos

seguintes altas taxas de natalidade e aumento da migração.

Portanto, a letra C está certa.

d) Goiás teve uma participação limitada na Revolução de 30. O

destaque fica por conta de Pedro Ludovico Teixeira que manteve

contato com os centros revolucionários em Minas Gerais e em 4 de

outubro de 1930 tentou, com 120 voluntários do Triângulo Mineiro,

invadir a região sudoeste de Goiás. O grupo se dispersou em Rio

Verde e Pedro Ludovico foi preso, mas houve a vitória da Revolução

no contexto nacional, fato que acabou levando à instauração de um

governo provisório em Goiás, no qual Pedro Ludovico fez parte.

Religiosidade em Goiás

A religião Católica é a predominante em Goiás, mas o

número de evangélicos e espíritas tem crescido bastante em todo o

estado – mais uma vez vemos o Estado acompanhando as

caracteriristicas do Brasil como um todo , não é mesmo?.

Apesar disso, Goiás ainda cultiva, assim como alguns outros

lugares no Brasil, as festas religiosas como um aspecto cultural muito

importante, posto que além de representar determinados aspectos

sociais do Estado mostra muito sobre a expressão religiosa do

mesmo.

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Deste modo, as principais festas religiosas são as famosas

Romarias do Divino Pai Eterno, a festa em louvor a Nossa Senhora do

Rosário, marcada pela tradicional Congada de Catalão; a festa de

Nossa Senhora da Abadia, que juntam fiéis do Estado inteiro e a

Procissão do Fogaréu, que acontece na Cidade de Goiás e atrai

anualmente milhares de turistas para a cidade.

Além dessas, merece destaque as Cavalhadas - festa trazida

de Portugal no século XVIII que reúne traços europeus, africanos e

indígenas. Essa é uma das manifestações populares mais dinâmicas e

expressivas do Estado de Goiás

A encenação épica da luta entre mouros e cristãos na

Península Ibérica é apresentada tradicionalmente por diversas

cidades goianas, tendo seu ápice no município de Pirenópolis, quinze

dias após a realização da Festa do Divino. Toda a cidade se prepara

para a apresentação, travestida no esforço popular em carregar o

estandarte que representa sua milícia. O azul cristão trava a batalha

contra o rubro mouro, ornados ambos de luxuosos mantos, plumas,

pedras incrustadas e elmos metálicos, desenhando, por conseguinte,

símbolos da cristandade como o peixe ou a pomba branca – símbolo

do Divino – e do lado muçulmano o dragão e a lua crescente.

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Paralelamente, os mascarados quebram a solenidade junto ao

público, introduzindo o sarcástico e profano, em meio a um dos

maiores espetáculos do Centro-Oeste.

Além disso, as Congadas dão outro show à parte. Realizadas

tradicionalmente no município de Catalão, reúnem milhares de

pessoas no desenrolar do desfile dos ternos de Congo que

homenageiam o escravo Chico Rei e sua luta pela libertação de seus

companheiros, com o bônus da devoção à Nossa Senhora do Rosário.

Ao toque de três apitos, os generais dão início às batidas de

percussão dos mais de 20 ternos que se revezam entre Catupés-

Cacunda, Vilão, Moçambiques, Penacho e Congos, cada qual com

suas cores em cerca de dez dias de muita festa.

.

(UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) A Procissão do

Fogaréu é uma encenação religiosa realizada em muitas

cidades goianas e representa:

a) A perseguição e crucificação de Jesus Cristo pelos romanos,

segundo o cristianismo.

b) A luta entre cristãos e muçulmanos na Península Ibérica, ocorrida

no final da Idade Média.

c) Os cultos africanos que simbolizam Oxalá, o orixá ligado ao fogo e

à vida.

d) A Inquisição no Brasil, que punia com a fogueira os indivíduos

acusados de bruxaria.

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COMENTÁRIOS

Logo acima, eu disse que a Procissão do Fogaréu é um

exemplo de festa religiosa em Goiás, certo? Vamos, agora, explicar o

que significa a Procissão do Fogaréu e assim responderemos a

questão.

A "Procissão do Fogaréu" é uma belíssima e tradicional

manifestação popular de fé, realizada anualmente na cidade de Goiás

Velho (antiga capital do Estado, 130 km de Goiânia), há 263 anos. O

ritual representa a perseguição dos soldados romanos a Jesus na

antiga Jerusalém, e tem início à meia-noite da quarta-feira Santa. A

iluminação pública é apagada e ao som de tambores, os tribunos e

soldados judeus de túnicas coloridas e encapuzados (os chamados

"farricocos"), saem às ruas com tochas para iluminar a caminhada

até encontrarem e prenderem Jesus.

Percebemos, amigos, que a letra A está correta!

Bem, amigos, acredito que nessas três aulas que tivemos

conseguimos abarcar todos os tópicos do nosso edital..

Espero que tudo tenha ficado claro, mas, qualquer dúvida, não

hesitem em utilizar o fórum ou enviar emails, ok?

Abraços e boa sorte a todos

Virgínia Carvalho

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Lista de questões

(UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) Em 2001, a

Cidade de Goiás recebeu o título de Patrimônio Universal da

Humanidade pela UNESCO, considerando, entre outras coisas,

sua representatividade histórica no contexto de ocupação

inicial do território brasileiro. Esse contexto está relacionado à

a) revolução de 1930, liderada por Pedro Ludovico Teixeira.

b) descoberta de ouro na região, liderada por Bartolomeu Bueno da

Silva.

c) revolução de 1909, liderada por Leopoldo de Bulhões.

d) deposição do governador Mauro Borges, em 1964.

(UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008)

“Capital de Goiás foi eleita

Desde o berço em que um dia nasceu

Pela gente goiana foi feita

Com um povo adotado cresceu”

(OLIVEIRA, E. C. História cultural de Goiânia. Goiânia: Agepel, 2002. p. 26).

O trecho do poema acima faz referência ao intenso processo

de crescimento demográfico ocorrido em Goiás com a

mudança da capital e a inauguração de Goiânia. Outro fator

que fomentou o crescimento demográfico de Goiás no século

XX foi a

a) descoberta de ouro por Bartolomeu Bueno da Silva.

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b) fundação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).

c) construção de Brasília.

d) Revolução de 1930, comandada por Pedro Ludovico Teixeira.

(UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) A Procissão do

Fogaréu é uma encenação religiosa realizada em muitas

cidades goianas e representa:

a) A perseguição e crucificação de Jesus Cristo pelos romanos,

segundo o cristianismo.

b) A luta entre cristãos e muçulmanos na Península Ibérica, ocorrida

no final da Idade Média.

c) Os cultos africanos que simbolizam Oxalá, o orixá ligado ao fogo e

à vida.

d) A Inquisição no Brasil, que punia com a fogueira os indivíduos

acusados de bruxaria.

Referências Bibliográficas:

CHAUL, Nasr Fayad. “A identidade Cultural do Goiano”, 2011.