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    APOSTILA DE ATUALIDADES – 2012 – PROF. MARCIO DELGADOAtualizações da apostila e listas de exercícios >> http://atualidadesconcursos.blogspot.com/  

    O BRASIL E O MUNDO GLOBALIZADO

    O que é Globalização – DefiniçãoPodemos dizer que é um processo econômico e social queestabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundotodo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as

    empresas trocam idéias, realizam transações financeiras ecomerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos doplaneta. O conceito de Aldeia Global  se encaixa neste contexto, poisestá relacionado com a criação de uma rede de conexões, quedeixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relaçõesculturais e econômicas de forma rápida e eficiente. O que aglobalização apresenta para uma sociedade não são somenteprodutos, mas sim idéias quanto ao mercado, à democracia, àeducação, à família, à sexualidade, ao trabalho, lazer, etc.

    Esferas da Globalização Econômica

    Globalização Comercial A globalização comercial consiste na integração dos mercadosnacionais por meio da diminuição das barreiras comerciais e,conseqüentemente, do aumento do comércio internacional. Se ocrescimento do comércio mundial der-se a uma taxa de crescimento

    média anual mais elevada do que a do PIB mundial podemos afirmarque há globalização comercial: maior internacionalização daprodução via comércio de bens e serviços e maior grau de aberturadas economias

    Globalização FinanceiraModificou o papel do Estado na medida em que alterou radicalmentea ação governamental, que agora é dirigida quase exclusivamentepara tornar possível às economias nacionais desenvolverem esustentarem condições estruturais de competitividade em escalaglobal. Faz-se através da intercomunicação dos mercados decapitais acelerando a velocidade na alocação do capital (smartmoney). Se por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros atravésdas fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente dedestinar recursos internacionais e para países emergentes, poroutro, a possibilidade de usar os capitais de curto prazo paraataques especulativos contra moedas são considerados como umanova forma de ameaça à estabilidade econômica dos países.

    Globalização ProdutivaFenômeno mundial associado a uma revolução nos métodos deprodução que resultou numa mudança significativa nas vantagenscomparativas das nações. As fases de produção de umadeterminada mercadoria podem ser realizadas em qualquer país,pois busca-se aquele que oferecer maiores vantagens econômicas.Isto tem levado a uma acirrada competição entre países - emparticular aqueles em desenvolvimento - por investimentos externos.

    Multinacionais – são empresas que mantêm filiais emvários países do mundo, comandadas a partir de uma sede situadano país de origem.

    Transnacionais – são empresas cujas filiais não seguemas diretrizes da matriz, pois possuem interesses próprios e às vezesconflitantes com os do país no qual se originaram.

    Globalização Tecnológica A revolução tecnológica levou à chamada economia digital e à idéiade que o saber é o principal recurso de uma nação – teríamosentrado na chamada “era da informação”. O surgimento da Internetleva a uma mudança radical na produção e na comercialização debens e serviços, tendo efeitos tanto sobre a relação de umaempresa com seus fornecedores quanto com seus consumidores. As empresas transnacionais se aproveitam desse contexto e sefortalecem, planejando suas ações com o objetivo de vender para omercado global. A globalização tecnológica não atinge toda asuperfície terrestre, embora altere a dinâmica econômica e social damaior parte dos países. Se a produção de chips e de computadores,o controle dos serviços e equipamentos de telecomunicações e afabricação de remédios estão nas mãos de algumas poucas grandesempresas multinacionais, também o consumo desses produtos eserviços encontra-se concentrado nos países desenvolvidos.

    Origens da Globalização e suas características A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XXpodem ser consideradas uma etapa da história da humanidade deuma dinâmica de transformações significativas: o término dasrevoluções burguesas, início das revoluções socialistas (Rússia em1917); o surgimento das potências emergentes como os EUA, o

    Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus,principalmente com o Império britânico; os avanços tecnológicos queaumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial,acelerando o consumismo com um aumento na exploração dosrecursos naturais seguido de uma enorme degradação ambiental;com a formação de mercados consumidores no Terceiro Mundo;expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificandode forma drástica a forma de produção e, por conseqüência, arealidade sociocultural dos povos africanos, americanos e da Ásia.

    Pós-Segunda Guerra Mundial

    Conferência de Bretton Woods (1944)Reunião cujo objetivo principal era restabelecer uma ordemmonetária internacional de acordo com a nova realidade nasrelações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia anecessidade de se definir as novas regras para regular as relaçõeseconômicas e comerciais entre os países. Um dos efeitos práticosdo “sistema Bretton Woods” foi a estipulação do dólar americanocom moeda internacional.

    Pode-se dizer que esta conferência foi o "pontapé inicial" para quefossem surgindo novas organizações mundiais para atenderem aosinteresses da superpotência norte-americana.

    Banco Mundial (1944)No início, tinha como missão financiar areconstrução dos países devastados na 2ºGuerra Mundial e fortalecer o capitalismo.Hoje, sua missão é o financiamentos eempréstimos aos países em desenvolvimento.Seu funcionamento é garantido porquotizações definidas e reguladas pelos países

    membros. Atualmente é composto por 184 países membros comsede em Washington.

    O Banco Mundial é dividido em quatro organizações para atuaçãode acordo com objetivos específicos, mas que no fundo secomplementam. Dentre elas, o BIRD  - Banco Internacional paraReconstrução e Desenvolvimento é o mais ligado ao Brasil, poisatua diretamente com os governos dos países em desenvolvimentocom bons antecedentes de crédito, facilitando para que adquiramcredibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediaçãoentre o Mercado Financeiro Internacional.

    Fundo Monetário Internacional (FMI - 1945) Assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir ocumprimento das medidas impostas pelo BIRD. Busca evitar quedesequilíbrios nos balanços de pagamentos  e nos sistemascambiais dos países membros possam prejudicar a expansão docomércio e dos fluxos de capitais internacionais. O Fundo favorece aprogressiva eliminação das restrições cambiais nos países membrose concede recursos temporariamente para evitar ou remediar

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    desequilíbrios no balanço de pagamentos. Além disso, planeja emonitora programas de ajustes estruturais e oferece consultoria aospaíses membros.

    O Consenso de Washington e o Neoliberalismo (1989)Conjunto de medidas formulado em novembro de 1989 poreconomistas de instituições financeiras baseadas em Washington,como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dosEstados Unidos, fundamentadas num texto do economista JohnWilliamson, e que se tornou a política oficial do FMI em 1990,quando passou a ser "receitado" para promover o "ajustamento

    macroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavampor dificuldades.

    Foi usado ao redor do mundo para consolidar o receituário decaráter neoliberal na onda mundial que teve sua origem no Chile dePinochet nos anos 70, sob orientação dos “Chicago Boys” e posteriormente na Inglaterra de Margareth Thatcher e pelos EstadosUnidos de Ronald Reagan nos anos 80.  O FMI passou arecomendar essas medidas nos países emergentes, durante adécada de 90, como sendo uma fórmula infalível, destinada aacelerar seu desenvolvimento econômico.

     As regras básicas do Neoliberalismo:1. Disciplina fiscal2. Redução dos gastos públicos3. Reforma tributária4. Juros de mercado5. Câmbio de mercado6. Abertura comercial7. Investimento estrangeiro direto8. Privatização das estatais9. Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e

    trabalhistas e do controle de capital especulativo)

    A Organização Mundial do Comércio (OMC/WTO - 1995)Entidade internacional, hoje formada por 153 países. Sua missão écriar regras para o comércio entre seus aderentes, segundo oprincípio da liberalização, no qual não devem existir barreiras (comoimpostos de importação) para a compra e a venda de produtos, nãoimporta qual seja sua origem. Portanto, busca a redução dosobstáculos ao intercâmbio comercial, a elaboração de um códigode normas comerciais, bem como atuar como um instrumento deação internacional no campo do desenvolvimento do comércio.

    Regras  - As leis da OMC são negociadas entre seus membros.

    Todos têm poder de voto igual. Os acordos são feitos nas rodadasde negociação (as famosas “Rodadas de Doha”).

    Protecionismo  - Os países ricos gastambilhões de dólares em subsídios e impõemtaxas de importação, cotas e restrições. Asdemais nações também buscam protegerramos de sua economia sensíveis àcompetição externa. Disputas enquanto nãose chega a um acordo sobre os subsídios, osmembros da OMC podem usar as regras jáacordadas para se proteger. Se não houverum acordo, pode-se iniciar um processo. Caso

    perca, o réu deve acatar a sentença da OMC, ou sujeitar-se aretaliações econômicas no mesmo valor do prejuízo causado.

    Vitórias do Brasil na OMC -  Dos 25 principais processos que jáiniciou, o país teve ganho total ou parcial em todos. As maiores

    vitórias foram na agricultura (açúcar, soja, suco de laranja), pecuária(carne bovina), aviação (Embraer) e metalurgia.

    As Rodadas de Doha – Negociações da OMC As t entativas de reduzir as diferenças no quadro da OMC fazem-senas “rodadas” de negociação, em que os membros debatem o queprecisa ser feito e tentam acordos — o que pode levar anos.

    Desde 2001, estava em curso a Rodada de Doha com previsão paraterminar em 2006 e cujo objetivo central é reduzir os subsídiosagrícolas e limitar as tarifas de importação.

     Acontece que os países em litígio não conseguiram superar asdiferenças, e a rodada foi suspensa em meados de julho de 2006sem conseguir chegar a nenhum acordo.

     A rodada de Doha começou em Doha (Qatar) em 2001, enegociações subseqüentes tiveram lugar em: Cancún (México)2003, Genebra (Suíça) 2004, Paris (França) 2005, Hong Kong(China) 2005,e Potsdam (Alemanha) 2007.

    Para a rodada avançar, exigem-se concessões dos paísesdesenvolvidos, como um corte considerável dos subsídios agrícolasque os EUA concedem a seus produtores e uma reduçãosubstancial nas taxas de importação que protegem os europeus daconcorrência no setor agropecuário.

    Na reunião de janeiro de 2007 do Fórum Econômico Mundial, emDavos, na Suíça, os principais países envolvidos tentaram acertar asbases para a retomada da Rodada de Doha. As divergências,porém, ainda se mantinham, e não havia sinal de que asnegociações pudessem recomeçar.

    Fórum Econômico Mundial (FEM) x Fórum Social Mundial (FSM)O FEM é uma reunião anual em janeiro entre executivos-chefe dascorporações mais ricas do mundo, alguns líderes políticos nacionais(presidentes, primeiros ministros e outros) e intelectuais e jornalistasseletos - em torno de 2.000 pessoas no total - que geralmenteacontece em Davos, Suíça. O FEM tem status de consultor da ONUe é considerado o representante das ideologias dos paísesdesenvolvidos (Norte). As últimas reuniões do Fórum EconômicoMundial foram marcadas por manifestações antiglobalização,aquecimento global e crise de alimentos.

    Em seus dois mandatos, o presidente Lula compareceu três outrasvezes em Davos - em 2003, 2005 e 2007 -, levando bandeiras comoo combate à fome e a conclusão da Rodada Doha da OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC). Lula não participará do encontro em2010 por motivos de saúde, mas receberá o prêmio de “Estadista do Ano” oferecido pelo FEM.

    Contrapondo-se a essa posição ideológica e a essa entidade, o FSM é organizado por diversas ONGs simultaneamente com o FEM. Nele

    predomina a ideologia de esquerda que prega a luta contra aglobalização econômica e contra o neoliberalismo. Como consensode parte dos movimentos que compõem majoritariamente o fórum,produziu-se durante o fórum de 2005, em Porto Alegre, o “Consensode Porto Alegre” que vai contra o “Consenso de Washington”. O de2009 foi realizado em Belém, o de 2010 em Salvador e o de 2011 foirealizado em Dacar, capital do Senegal. Em 2012, o fórum voltou aPorto Alegre.

    Cúpula do G20O Grupo dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos ministros definanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias domundo mais a União Européia. Foi criado em 1999, após assucessivas crises financeiras da década de 1990.

    “Quero entrar para história por ter emprestado ao FMI”O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que gostaria de entrarpara a história como o presidente que emprestou "alguns reais" parao Fundo Monetário Internacional (FMI). "Você não acha chique oBrasil emprestar dinheiro para o FMI?", disse. "Eu passei parte daminha juventude carregando faixa contra o FMI no centro de SãoPaulo." O Brasil já decidiu que vai colocar recursos no fundo,tornando-se credor pela primeira vez na história. Falta, agora, definiro montante e analisar os detalhes do mecanismo, para não reduzir ovalor das reservas externas.

    Fim do G-8, a consolidação do G-20 e a disparada do BRICSO debate que está sendo lançado pelas declarações do ministrobrasileiro é sobre: a morte anunciada do G8; sua eventualsubstituição pelo G20 e se o grupo cumpriria melhor funções hojesupostamente desempenhadas pelo G8

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    Para muitos analistas e governantes, o BRIC (Brasil, Rússia, Índiae China)  serão as novas potências econômicas já nas próximasdécadas. O bloco possui, indiscutivelmente, grandes vantagenscomparativas e competitivas. Ao todo, são aproximadamente trêsbilhões de pessoas que precisam de soluções para os principaisproblemas mundiais, como distribuição de renda, saúde e educação.

    Em de 2011, o "S" foi oficialmente adicionado à sigla BRIC paraformar o BRICS, após a admissão da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo.

    G20 substitui G8 nas decisões sobre economia - 25/09/2009 Decisão dos líderes reunidos em Pittsburgh foi anunciada pelogoverno norte-americano. O grupo dos 20 maiores paísesdesenvolvidos e emergentes vai se tornar o “principal fórum para acooperação econômica internacional”, o que significa que a partir deagora o G20 é o principal fórum econômico mundial.

    O governo norte-americano não informou, no entanto, qual será odestino do G8, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais aRússia, que até pouco tempo era a principal instância decisóriasobre os rumos da economia global.

    A China passou a ser maior parceiro comercial do BrasilGazeta Mercantil - 04/05/2009 A China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil em abril,ocupando o lugar dos Estados Unidos. Apesar de o crescimento docomércio com a China ser importante para o Brasil, a perda deespaço como os americanos é negativa porque são eles que,tradicionalmente, são os principais compradores de produtosmanufaturados brasileiros, enquanto a China concentrada suascompras em produtos básicos.

    OS BLOCOS ECONÔMICOS NO MUNDO

    Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é aformação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade

    de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ouisenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluçõesem comum para problemas comerciais.

    Tipos de Blocos Econômicos

    a) Área de Livre ComércioEm uma área de livre comércio todas as restrições ao comérciodentro da região devem ser eliminadas, tanto as tarifárias quanto asnão-tarifárias. Porém, cada um dos países membros mantém suapolítica comercial em relação ao resto do mundo. Por isso, para queuma área de livre comércio possa funcionar adequadamente,precisa incluir um sistema de regras de origem que defina ascondições que os produtos trocados devem cumprir para desfrutardo benefício da tarifa zero. Um artigo produzido num país poderá servendido noutro sem quaisquer impedimentos fiscais, respeitando-seapenas as normas sanitárias ou outras legislações restritivas que

    eventualmente apareçam.

    b) União AduaneiraEm uma união aduaneira, os países não só liberalizam o comérciodentro da região (área de livre comércio), mas adotam também umapolítica comercial comum para o resto do mundo. Adotam uma tarifaexterna comum e normas alfandegárias e de procedimento comuns,de tal forma que os bens são tratados da mesma maneira,independentemente do ponto por onde ingressarem na uniãoaduaneira. No limite, uma união aduaneira implica desaparecimentodas alfândegas internas. Numa União Aduaneira, os objetivos sãomais amplos, abrangendo a criação de regras comuns de comérciocom países exteriores ao bloco.

    c) Mercado ComumUm mercado comum é uma união aduaneira com políticas comunsde regulamentação de produtos e com liberdade de circulação detodos os três fatores de produção (terra, capital e trabalho) e deiniciativa. Em tese, a circulação de capital, trabalho, bens e serviçosentre os membros deve ser tão livre como dentro do território decada participante.

    d) União Econômica e MonetáriaImplica numa integração econômica mais profunda, com a adoçãodas mesmas normas de comércio interno e externo, unificando as

    economias e, num estágio mais avançado, as moedas e instituições.Principais Blocos Econômicos

    1 – UNIÃO EUROPÉIA - UE A União Européia é o mais antigo e o melhor estruturado. Suaformação resulta da necessidade dos países da Europa Ocidental,

    no pós-Segunda Guerra, e àsnecessidades dos Estados Unidos, queatravés do Plano Marshall   deu início aoprocesso de contenção à tendênciaexpansionista soviética neste continente.

     A base de tudo se deu em 1944 quandofoi criado o Benelux - União Econômica

    entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952, foi criada aCECA  - Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo aoBenelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália. Estaunião fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma, em1957, formando o MCE – Mercado Comum Europeu ou  CCE –Comunidade Econômica Européia.

    Em 1948 foi criada a Organização Européia de CooperaçãoEconômica (OECE) para administrar os recursos do Plano Marshallna reconstrução dos países da Europa ocidental. Em 1961, essaorganização foi substituída pela Organização de Cooperação eDesenvolvimento Econômico (OCDE - Também chamada de"Clube dos Ricos"), que tem objetivos mais amplos e reúne paísesde várias partes do mundo.

    Em 1959/60 foi criada e implantada a AELC - Associação Européiade Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os paísesescandinavos, mas aos poucos esses países entraram no MCE.

    Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados aoMCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria

    (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nasdécadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente coma redução dos riscos de uma guerra nuclear entre assuperpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadassejam retomadas pelos países europeus.

    1986 – O Ato Único Europeu.  Proposta de transformação do MCE em CE - Comunidade

    Européia.

    1991 – Tratado de Maastricht.O tratado assinado na cidade holandesa de Maastricht estabeleceucompetências supranacionais, como o mercado único e os fundosestruturais, além de ampliar a noção de cidadania européia.Representou também um grande passo em direção à uniãoeconômica e monetária do continente, determinando que os países-membros que cumprissem os critérios econômicos estabelecidos

    adotariam a moeda única — o Euro. Além

    disso, apontou para uma maior cooperaçãoentre os governos no que concerne à políticaexterior, à segurança comum, à justiça e aosassuntos internos. Tratado de Maastrichtconsagrou oficialmente a denominação “UniãoEuropéia” que, a partir daí, substituiu a de“Comunidade Européia” . A ratificação de seus

    termos foi aprovada por referendos nos diversos países-membros,entrando em vigor em 2 de novembro de 1993.

    1992 – Tratado do Porto  Os países mais ricos priorizam seus investimentos na

    recuperação dos países-membros mais pobres, investindo emlarga escala nos países atlânticos ou mediterrâneos, como

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    Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália e na República daIrlanda.

      Estava avançando o pensamento neoliberal com a proposta dereduzir a capacidade de influência do Estado na economia,diminuindo o welfare state  - isto é, o estado do bem estar social,provocando queda na qualidade de vida das populações eressurgindo o etno-xenofobismo, com a criação de grupos radicaisna Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder emalguns países membros.

    1993 - Início de implantação do Tratado de Maastricht  Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre

    os países-membros.  O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de

    migração das regiões periféricas em direção aos países centrais,gerando uma superoferta de mão-de-obra, menos qualificada, aomesmo tempo em que os países centrais estavam entrando paraa fase pós-urbano/industrial, onde as novas formas de produção,com novas máquinas substituindo os trabalhadores. Este foi umdos principais fatores que acabaram gerando o recrudescimentodos grupos radicais racistas e neonazistas.

    1999 - Implantação parcial do EURO - moeda única  11 países adotam o Euro como oficial em período de transição.

    2002 - Adoção do Euro  O Euro passa a circular como dinheiro para todos os países-

    membros que aprovaram a troca (atualmente 17) e para os

    países-satélites como Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco. Alguns países fora da União Européia aderiram ao Euro. Para umaadoção formal, que implica a possibilidade de fabricar as suaspróprias moedas, f oi necessário atingir um acordo. Mônaco, SãoMarino e Vaticano chegaram a acordo com a União.

    2 – ALCA e o NAFTANo final da década de 80 e início de 90, oPresidente George Bush passa a defender"a iniciativa para as Américas", com aproposta de uma área de livre comérciopara todos os países da América, àexceção de Cuba, que permaneceriasofrendo o boicote americano; é a propostade criação da ALCA - Acordo de Livre

    Comércio para as Américas.

    Este acordo foi delineado na Cúpula das Américas  realizada emMiami, em 1994. A proposta do ALCA é de criar uma área de livrecomércio na América, por isso é bom não confundir com a idéia demercado comum, pois zona de livre comércio não permite o livretrânsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem propõea unificação de tarifas e impostos entre os países membros.

    Na impossibilidade de implantação rápida do ALCA, os paísesLatino-Americanos mais importantes, principalmente o Brasil,contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais esomente econômicas; os EUA elaboram um projeto alternativo,criando o NAFTA - Mercado Livre da América do Norte.

    O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North AmericanFree Trade Agreement)  ou  NAFTA  é um tratado envolvendoCanadá, México e Estados Unidos da América numa atmosfera delivre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias entreos três países. O NAFTA entrou em efeito em 1º de janeiro de 1994com um prazo de 15 anos para a total eliminação das barreirasalfandegárias entre os três países. Diferentemente da UniãoEuropéia, a NAFTA não cria um conjunto de corpos governamentaissupranacionais, nem cria um corpo de leis que seja superior à leinacional.

    3 – APEC A APEC ( traduzido, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) éum bloco que engloba economias asiáticas, americanas e daOceania. Sua formação deveu-se à crescente interdependência daseconomias da região da Ásia-Pacífico. Foi criada em 1989,inicialmente apenas como um fórum de discussão entre países da ASEAN (Association of the SouthEast Asian Nations) e algunsparceiros econômicos da região do Pacífico, se tornando um bloco

    econômico apenas em 1993, na Conferência de Seattle, quando ospaíses se comprometeram a transformar o Pacífico numa área delivre comércio.

     A APEC tem vários membros, tais como: Austrália; Canadá; Chile;China; Hong Kong; Indonésia; Japão; Coréia do Sul; México; NovaZelândia; Papua New Guinea; Peru; Filipinas; Rússia; Cingapura;Taipei; Tailândia; Estados Unidos e Vietnam.

    4 – ASEANCriada em 1967, na Tailândia, a

     Associação das Nações doSudeste Asiático  tem comoobjetivo principal assegurar aestabilidade política como umamaneira de acelerar odesenvolvimento no Sudesteasiático. Têm programas de

    cooperação entre os membros em diversas áreas como transportes,educação e energia. Em 1992, os membros assinaram um acordocom o objetivo de eliminar as barreiras econômicas e alfandegárias.Membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos,Malásia, Mianmar, Tailândia, Vietnã.

    5 – O MERCOSUL – Mercado Comum do Sul A América Latina, desde os anos 80,assistiu ao esgotamento da industrializaçãopor substituição de importações e à

    transição dos regimes autoritários àdemocracia. A abertura das economiasnacionais, a transformação do aparelhoestatal, a consolidação dos regimes

    democráticos e o encerramento da maior parte dos conflitosarmados regionais ou internos não bastaram para solucionar osproblemas acumulados na década precedente.

    Depois da "década perdida" na economia dos anos 80, os custossociais dos ajustes estruturais dos anos 90 provocaram umadesintegração generalizada das sociedades do subcontinente.

    Criado em março de 1991 pelo Tratado de Assunção entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Tratava-se de uma continuidade eaprofundamento do “Acercamento Brasil-Argentina”, iniciado em1986, pelos presidentes José Sarney e Raul Alfonsin.

     Através da integração com os países vizinhos, além de benefícios

    econômicos mais imediatos, se reforçaria a base regional comoforma de incrementar a participação do Brasil e de seus parceirosplatinos no plano mundial. Quando os EUA anunciaram a criação doNAFTA, o Brasil reagiu, lançando em 1993, a iniciativa da  ALCSA (Área de Livre Comércio Sul-Americana) e estabelecendo com ospaíses sul-americanos e africanos a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZoPaCAS), numa estratégia de cí rculos concêntricos apartir do Mercosul.

    O Mercosul em negociações com a União Européia culminou com aassinatura do  primeiro acordo interblocos econômicos, o  AcordoMarco Inter-regional de Cooperação União Européia-Mercosul, assinado em Madrid em dezembro de 1995.

    Etapas de criação/implantação do Mercosul1986 - Acordo Bilateral Brasil X Argentina  Redemocratização na América Latina.  Brasil - Plano Cruzado. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo

    colégio eleitoral, José Sarney, substitui o último presidente militar,General João Batista de Figueiredo.

      Argentina - Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleitosubstitui o general Galtieri, responsável pela Guerra das Malvinas.

    1991 - Tratado de Assunção  Criação do Mercosul.  Proposta de criar urna área de livre trânsito de pessoas,

    mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. Não é (ainda)um mercado comum, funcionando primeiro como área de livrecomércio.

      Países-membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

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    1995 - Reunião de Ouro Preto (MG)  O Mercosul passa a funcionar como União Aduaneira.  Adota a TEC -Tarifa Externa Comum para as importações.  Brasil = Plano Real. Onde um real é igual ou aproximadamente

    igual a um dólar, adotando o sistema de banda cambial ou câmbiofixo-flutuante.

      Argentina = Plano Cavallo (dolarização ou paridade das moedas,um peso = um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e Hong-Kong funcionam desta forma tão radical.

    1997 - Reunião de Fortaleza  A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro, a exemplo

    do Chile, como “associada” ou "parceira preferencial", até tomaras medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégioscriando uma área de livre comércio com a União Aduaneira dospaíses-membros do Mercosul.

      Surge a idéia da moeda única.  A integração do Mercosul aumentou em mais de 400% o comércio

    entre os países-membros.

    1999 - Crise do Real  O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor da

    moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procuraem relação ao dólar.

      A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança comercialcom a Argentina, provocando um significativo déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para oBrasil, aumentando as exportações brasileiras e reduzindo as

    importações dos países vizinhos.  O Brasil é obrigado a recorrer ao FMI

    O que é o Mercosul do ponto de vista comercial?O Mercosul hoje é uma área de livre comércio incompleta, ondegrande parte totalidade dos bens é comercializada livre de tarifas.Em matéria de política comercial externa comum, o Mercosultambém está na metade do caminho porque, embora existaformalmente uma tarifa externa comum (características de umaUnião Aduaneira), ela tem uma série de perfurações que fazem comque, na prática, nem todos os países apliquem a mesma tarifa paraum produto similar e da mesma origem.

    Em 1991, o Tratado de Assunção, assinado pelo Brasil, Argentina,Uruguai e Paraguai buscava ser um bloco econômico nos moldes deuma União Aduaneira, através da eliminação progressiva dastarifas alfandegárias entre os países-membros e da adoção de umatarifa externa comum (TEC) para a comercialização com os outros

    países não pertencentes ao bloco. Mas até 1995, o Mercosulfuncionou apenas como uma Zona de Livre Comércio. A partirdesse ano foi oficializada a constituição da União Aduaneira, mesmoque ainda incompleta.

    Venezuela - Ingresso do país no bloco ainda depende deaprovação do plenário do Senado e do ParaguaiBBC Brasil

     A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou a 29 denovembro de 2009, o protocolo de adesão da Venezuela aoMercosul. A decisão ocorre depois de meses de discussões entreparlamentares governistas e de oposição.

    O protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul foi assinado em2006 e deve ser aprovado por todos os integrantes para que o paísse torne um membro integral do bloco. Argentina e Uruguai já

    ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul. O Paraguai esperaa decisão do Brasil para votar o protocolo.

    Que impacto a entrada da Venezuela no Mercosul deverá ter nobloco e nas relações com outros países?Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam queo governo do presidente Hugo Chávez deixa a desejar em relaçãoao respeito aos princípios democráticos e que a adesão de seu paíspode ser prejudicial ao bloco.

    No entanto, o argumento dos defensores do ingresso da Venezuelano Mercosul é o de que não se pode impedir a entrada do povovenezuelano no bloco devido à atual circunstância política e quedeixar o governo Chávez isolado seria pior.

    O ingresso da Venezuela no Mercosul pode aumentar o poder deinfluência de Hugo Chávez na região? Alguns analistas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosuldará a Chávez mais poder de influência na região. O país, que jáintegra a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) e a Unasul(União de Nações Sul-Americanas), ganharia um palco importante.Como os venezuelanos vêem a adesão do país ao bloco?

    Nesta semana, um dos principais opositores de Chávez, o prefeitode Caracas, Antonio Ledezma, veio ao Brasil e defendeu aaprovação da entrada da Venezuela no Mercosul. O líder opositorafirma que o povo venezuelano não pode ser punido com o

    isolamento por causa do governo Chávez.

    Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem de cumprir critérios,entre eles a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), vigente nocomércio do bloco. Críticos afirmam que a Venezuela ainda nãocumpriu esses critérios e não aceitou o tratado de tarifas comunscom terceiros países.

    Israel será parceiro comercial do Mercosul15/03/2010 – Valor Econômico

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em visita a Israel,que foi aprovado o acordo de livre comércio entre o país e oMercosul. Israel é o primeiro país fora da América do Sul a ter umacordo de livre comércio com o bloco econômico.

    O Brasil é o maior parceiro comercial de Israel na América Latina. O

    intercâmbio comercial do Brasil com Israel saltou de US$ 440milhões, em 2002, para US$ 1,6 bilhão, em 2008.

    O acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel passa a valer apartir de 4 de abril. A expectativa, segundo empresários, é que ocomércio triplique nos próximos cinco anos. Dos 200 empresáriosque participaram de um seminário no qual Lula discursou, 80 erambrasileiros.

    O seminário reuniu representantes de vários setores, doagronegócio à defesa espacial, incluindo mineração, indústria têxtil,tecnologia, aviação e medicamentos. O acordo foi comemorado pelogoverno israelense.

    Os Tigres AsiáticosO Japão, que saiu da segunda guerra mundial destruído, adquiriucapacidade industrial, comercial e financeira e, na década de 70,ampliou sua influência para a Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura eHong Kong, os chamados Tigres Asiáticos (ou Dragões Asiáticos).Mão-de-obra barata e incentivos às indústrias caracterizam osTigres, que ampliaram suas exportações mundialmente. Emqualquer loja é possível ver produtos made in Taiwan.

    A CRISE ECONÔMICA GLOBAL – 2007/2011

    Origens  A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da cri seimobiliária, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, nomercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado foio de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um riscomaior de inadimplência.

    O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansãoacelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001.Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindopara que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário seaproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis

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    cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentosimobiliários e nas hipotecas.

    Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado;comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, naexpectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da novacompra um investimento. As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário,para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender osegmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de rendabaixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade

    de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidademais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, masoferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esserisco.

    Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancoscompram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram oprimeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiroseja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago.Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar otítulo adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando umacadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) nãoconsegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado:todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os"subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retraçãode crédito).

     Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto,passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004,encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a ofertacomeça a superar a demanda e desde então o que se viu foi umaespiral descendente no valor dos imóveis. Com os juros altos, o quese temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor denovos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva nopaís como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta -com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menosas empresas lucram e menos pessoas são contratadas.

    COMO COMEÇOU A CRISE

    1. IMÓVEIS VALORIZADOS Com juros baixos e crédito farto, os preços dos imóveis nos EUAtiveram forte valorização, encorajando mutuários a refinanciarsuas hipotecas. Os bancos davam aos mutuários uma diferença

    em dinheiro, utilizada para consumir. 

    2. TÍTULOS LASTREADOSPara captar dinheiro, os bancos criaram instrumentos financeiroscomplexos chamados títulos lastreados em hipotecas (umaespécie de nota promissória garantida pelas hipotecas) evenderam para investidores que também emitiram seus própriostítulos lastreados nesses títulos e passaram-nos para frente,espalhando-os por todo sistema bancário.

    3. JUROS ALTOS E QUEDA DOS PREÇOS As taxas de juros começaram a subir para combater a inflaçãoenquanto os preços dos imóveis passaram a cair, fazendo comque as mensalidades da casa própria ficassem mais caras. Ainadimplência disparou e, assim, os títulos que eram garantidospor essas hipotecas perderam valor. 

    4. PERDA DOS BANCOS Além dos prejuízos com a inadimplência, os bancos tiveram fortes

    perdas com os títulos. Os bancos com maiores proble-mas seviram à beira da falência e precisaram da ajuda do governoamericano.

    5. CRISE DE CONFIANÇAInstalou-se uma grave crise de confiança e os bancos não queremmais emprestar, com medo de calotes.

    EfeitosNo mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUApodem ser convertidos em ativos que vão render juros parainvestidores na Europa e outras partes do mundo, por isso opessimismo influencia os mercados globais.Foi esse o efeito visto em setembro de 2007 quando o BNP Paribasfrancês congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos deinvestimento citando preocupações sobre o setor de crédito"subprime" nos EUA.

    Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em

    pânico e algumas das principais empresas de financiamentoimobiliário e bancos passaram a sofrer os efeitos da retração efaliram.

    Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns tiveram prejuízosbilionários decorrentes da crise. As duas hipótecárias possuemquase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para ahabitação nos EUA; no segundo trimestre, registraram prejuízos deUS$ 2,3 bilhões (Fannie Mae) e de US$ 821 milhões (Freddie Mac).Já o banco Lehman Brs. vinha procurando uma fonte de crédito parapoder honrar seus compromissos, mas não teve sucesso. Semalternativa, o banco pediu concordata. O Merrill Lynch foi vendido aoBank of America para não ter o mesmo destino. A seguradoraamericana AIG foi outra que quase quebrou, mas foi salva por umempréstimo de US$ 85 bilhões do Fed, em troca do controle daempresa.

    Conseqüências 

    O PIB americano caiu 3,8% notrimestre do final de 2008. Foi opior desempenho trimestraldesde o período de janeiro amarço de 1982, quando aeconomia caiu mais de 6% - áépoca, como agora, o paísestava em uma recessão. Acrise, e o risco para o sistemabancário que ela representava,levou o governo americano apropor um pacote de US$ 700

    bilhões - aprovado em outubro de 2008. O pacote iria ajudar osbancos com balanços comprometidos pelo peso dos derivativoslastreados nas hipotecas "subprime".

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    O setor automobilístico vive uma situação problemática que éconsequência direta da crise de crédito resultante dos problemascom hipotecas. A GM e a Chrysler, com quedas nas vendas devidoàs dificuldades dos compradores em obter financiamento,precisaram de ajuda do governo para fechar suas contas.

    O mercado de trabalho também sofre uma contração, nos EUA ealém, causada pela crise de crédito originada nos problemas domercado imobiliário. A taxa de desemprego nos EUA fechou 2008em 7,2%, pior nível desde 1993. O número de desempregados no

    país no ano passado chegou a 2,6 milhões, maior desde o fim daSegunda Guerra Mundial, em 1945.

    Crise fortaleceu papel do Brasil no mundoInstituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevêemque o país, ao lado de outros emergentes, se recupere da crise maisrapidamente e também amplie a margem de vantagem em relaçãoao crescimento dos países ricos.

    Segundo um relatório recente da OCDE sobre o Brasil, a relaçãodívida pública/PIB deve manter-se próxima de 40% do PIB em 2009- e depois deve cair gradualmente para 35% no médio prazo.

    Os países emergentes são grandes produtores de commodities,vistas como investimentos seguros no longo prazo. No começo dacrise, o preço de muitas commodities caiu drasticamente, afetandotambém grandes exportadores como o Brasil. No entanto, algunspreços já voltaram a subir. De dezembro até junho, o preço da sojasubiu 60%. Segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), o preçogeral das commodities comercializadas pelo Brasil está crescendono segundo semestre deste ano, graças à China, que estáaumentando suas importações.

    O Brasil ainda tem problemas enormes em várias áreas, comoterrível infra-estrutura, um enrolado sistema tributário que não éatraente para investidores, baixos níveis de educação dostrabalhadores em geral - apesar de alguns bolsões de excelência - eserviços públicos muito pobres.

    S&P baixa nota da dívida dos EUA - 05/08/2011 A agência de avaliação de risco financeiro Standard and Poor'sreduziu nesta sexta-feira a nota da dívida pública dos EstadosUnidos, algo inédito na história.

     A qualificação do crédito americano passou de "AAA" para "AA+",

    diante da crescente dívida, do pesado déficit no orçamento e da faltade planejamento. A S&P também assinalou a "perspectiva negativa"da nova classificação, enquanto fontes do governo envolvidas nasnegociações apontavam falhas "profundas e fundamentais" nadecisão.

    Movimento “Ocupar Wall Street” – outubro/novembro de 2011

     A manifestação "Ocupar Wall Street" durou por meses na rebatizada"Praça da Liberdade", localizada entre o Ground Zero (antigo localdo World Trade Center) e o centro financeiro de Nova Iorque.Manifestações contra ditadura das finanças começaram em NovaYork, espalham-se pelos Estados Unidos e ensaiam sinergiaspolíticas que talvez sejam úteis em todo o mundo.

    AS PRINCIPAIS CRISES DO CAPITALISMO NO

    SÉCULO XX E XXI – até 2009O crash de 1929Wall Street vivia uma euforia especulativa, com a ilusão decrescimento da economia, sem sustentação em bases reais. Apósdias de fortes perdas, em 29 de outubro, a chamada “terça-feiranegra”, a bolsa de Nova York fechou em queda de 12%. Além dastragédias pessoais, vieram uma crise bancária e uma onda defalências, acompanhadas de queda da produção e desemprego emmassa. Arrastado pelos EUA, o mundo entrou na GrandeDepressão. No Brasil, os cafeicultores perderam suas fontes definanciamento, levando a uma crise econômica com queda nasexportações. A situação mundial só começaria a se recuperar apósFranklin Roosevelt assumir a presidência dos EUA em 1933,instituindo a política do New Deal.

    A Segunda Guerra MundialEconomias abaladas pela guerra, sobretudo na Europa, aexperiência da Grande Depressão e a consciência dos efeitosdevastadores de uma crise levaram ao Acordo de Bretton Woods,que daria origem ao Fundo Monetário Internacional e ao BancoMundial. O objetivo do encontro entre 44 nações era estabelecerregras de convivência na economia na mundial. Foi criado umpadrão cambial atrelado ao dólar, que, por sua vez, teria lastro emouro. Ao FMI, caberia sua manutenção.

    O choque do petróleo de 73 Até então abundante e barato, o petróleo começou a ser alvo deespeculação. Em outubro de 1973, com a Guerra do Yom Kippur,entre Israel e países árabes, o cartel da Opep cortou parte de suaprodução e interrompeu o fornecimento aos EUA. Com oferta menor,os preços do barril pularam de US$3 para cerca de US$12 emmenos de três meses.

    A moratória dos anos 80 na América LatinaEm agosto de 1982, o México suspendeu o pagamento de suadívida externa, para a surpresa da comunidade financeirainternacional. Os juros superavam US$20 bilhões, para um principalde US$86 bilhões. Essa moratória foi a primeira de uma série depaíses da América Latina ao longo de década de 80, entre os quaiso Brasil.

    O efeito tequila - México As reservas internacionais do México caíram de US$ 29 bilhões paraquase zero em 1994, numa enorme fuga de capitais. Em dezembro,o governo desvalorizou o peso em mais de 50%, iniciando uma crisecom reflexos, principalmente, nos países emergentes. Com socorrodos EUA (US$ 50 bilhões) e do FMI, a crise mexicana ficou restrita à América Latina. Mas o país pagou caro, como desemprego erecessão.

    Crise dos Tigres Asiáticos As turbulências experimentadas pelos países latinos se repetiram dooutro lado do mundo em 1997. O pontapé foi a desvalorização dobath, moeda da Tailândia, mas os efeitos se espalharamrapidamente com a globalização financeira, atingindo vários tigresasiáticos. A resposta das autoridades financeiras demorou. Logo, asatenções se voltaram para Hong Kong, com apostas de que o paístambém não manteria a paridade de sua moeda frente ao dólar.Essa conjuntura provocou a queda de 30% da bolsa local,arrastando Nova York. No Brasil, pela primeira vez em 28 de

    outubro, o “circuit breaker” foi acionado, interrompendo os negócios.

    A vez da Rússia e do BrasilO rublo era a bola da vez em 1998. Como resposta aos ataquesespeculativos, o governo russo declarou a moratória de sua dívidaexterna, e a moeda perdeu até 33%. Em 21 de agosto, a Bovespachegou a cair 10%, voltando a acionar o “circuit breaker”. Com o realainda sobrevalorizado, o Brasil foi bater às portas do FMI e, em janeiro de 1999, era forçado a fazer a desvalorização de sua moeda,após a eleição de Fernando Henrique Cardoso para um segundomandato.

    O estouro da bolha da NasdaqEm fevereiro de 1999, a Nasdaq(bolsa americana que reúne empresasdo setor de tecnologia) chegou a

    acumular alta de 105% e 12 meses, com o boom da internet. Mas noprimeiro trimestre de 2000, sem a sustentação dos resultados

    positivos das empresas “pontocom”, o índice começou a despencar,com quedas recordes.

    Os ataques terroristasO 11 de setembro de 2001 levou terror também ao mercadofinanceiro. Vizinha dos escombros do World Trade Center, a Bolsade Nova York ficou quatro dias sem operar. Quando o pregãoreabriu nos EUA, as perdas foram de US$ 590 bilhões, com o DowJones perdendo 7,13% no pior desempenho em pontos de suahistória. Por todo o mundo, houve uma reação na direção de baixaros juros, a fim de estimular as economias. Em dezembro, as bolsasforam atingidas pelo escândalo da gigante de energia Enron, quefazia fraudes contábeis.

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    O efeito tangoNa América Latina, ao longo de 2001 e 2002, a Argentina seria oepicentro de uma nova crise dos emergentes. Rumores sobredesvalorização do peso, dados econômicos ruins e déficits fiscaiselevados assustaram os mercados. A crise política sobreveio comtroca de presidente, pacotes econômicos, moratória, confiscobancário (“corralito”) e desvalorização cambial.

    EUA: subprime e a recessão global A tempestade voltou em fevereiro de 2007,com especulações em relação a medidas

    de controle de capital estrangeiro na China.No meio do ano, o foco se voltou para asoperações de crédito imobiliário de altorisco nos EUA. Essas hipotecas (subprime)são empréstimos para clientes que nãotêm bom histórico de crédito. Como os

     juros estavam muito baixos há alguns anos, os bancos emprestavamem busca de retornos maiores. Só que a elevação dos jurosencareceu os financiamentos, e muitos deixaram de pagar. Ocenário gerou uma crise de liquidez e crédito, com redução daatividade econômica no mundo todo. 

    2008, o ano que ainda não terminou

    Nas últimas semanas de Julho de 2011 o mundo acompanhou comos olhos fixos nos noticiários as negociações sobre a dívida pública

    norte-americana como se fossem capítulos finais de uma novela quebatia recordes de audiência. O presidente Barack Obama falouvárias vezes ao público norte-americano pedindo que fizessempressão sobre os Congressistas (Democratas e Republicanos) paraque estes aprovassem uma autorização para que o governo daquelepaís pudesse se endividar ainda mais sob o risco de provocar umamoratória de proporções gigantescas e repercussões globaisimpossíveis de serem previstas.

    Mas quais os motivos que levaram a maior economia do mundo ficarà beira de um calote e porque o mundo está passando por umprocesso de redução da atividade econômica?

     A partir de meados de 2007, uma avassaladora crise começou aatingir a economia de todo o planeta. Governos, empresas, bancos,financeiras, seguradoras, fundos de pensão e pessoas físicas emtodo o mundo foram duramente atingidos por uma onda de rombos eprejuízos que ultrapassou 20 trilhões de dólares até o final de 2010.

    E, diferente das crises que ocorreram nos anos 90 e começo dosanos 2000 em países periféricos do capitalismo global como México, Argentina e Brasil; esta atingiu o centro do capitalismo financeiro:EUA, União Européia e Japão. Alguns países como China, Índia eBrasil, que juntos com a Rússia formam o BRIC (grupo dos maiorespaíses emergentes da atualidade), sofreram menos com a crise,mas não passaram ilesos. Para muitos economistas, essa é a maiorcrise econômica da história do Capitalismo e ainda não acabou.

    Duas décadas de desregulamentação financeira neoliberaltransformou o mercado financeiro num verdadeiro Cassino ondebanqueiros e especuladores, com apoio dos governos destespaíses, não apenas falsificavam balanços e relatórios comoapostavam as economias de milhões de famílias sem qualquermedo de serem responsabilizados depois.

    Essa situação de irresponsabilidade e de fraudes contábeis ficouimpossível de ser escondida quando uma “bolha especulativa” em

    hipotecas norte-americanas de alto-risco (títulos chamados desubprimes) explodiu no segundo semestre de 2007. Tais subprimesforam livremente negociadas sem qualquer controle por instituiçõesfinanceiras do todo o mundo, principalmente nos EUA, enquanto asagências de riscos classificavam tais operações como “totalmenteconfiáveis”. Como eram títulos de alto-risco e com históricos deinadimplência, assim que os primeiros calotes começaram em finaisde 2006, iniciou-se um verdadeiro “efeito dominó”. Em questão demeses, centenas de bilhões de dólares evaporaram etransformaram-se em “títulos podres”, ou seja, títulos que nuncaserão pagos, pois seus valores estavam completamente fora darealidade por conta da especulação desenfreada. Essa foi a primeirafase da crise.

    Em 2008, essa verdadeira avalanche de calotes deixou o mercadofinanceiro global em pânico e em semanas outras centenas debilhões de dólares foram retiradas de negociação nas bolsas devalores e os bancos cortaram o crédito. Tal “efeito manada” entre osinvestidores e bancos fez com que os que tinham dinheiro ficassemcom medo de investir (não confiavam nos balanços das empresas)ou emprestar (temiam novos calotes) e aqueles que precisavam dedinheiro para saldar suas dívidas ficaram sem opção a não ser arcarcom o prejuízo. Essa crise de crédito afundou o consumo e oinvestimento e marcou a segunda fase da hecatombe econômica.Os resultados imediatos foram dezenas de milhões de

    desempregados; uma brutal queda na produção e nos investimentosprivados; uma quebradeira generalizada de bancos, empresas,seguradoras, fundos de pensões e milhões de famílias norte-americanas sem suas casas. Um verdadeiro caos financeiro ondeninguém sabia exatamente o tamanho do rombo e quem iria pagar aconta.

    Para tentar debelar o incêndio financeiro, os governos dos principaispaíses do mundo passaram a adotar medidas para reativar aeconomia em 2009 e 2010. Os juros foram cortados ao máximo paraestimular o consumo, os prejuízos foram assumidos pelos TesourosNacionais e os Bancos Centrais destes paises passaram a derramartrilhões de dólares no mercado financeiro na tentativa de dartranqüilidade aos investidores e empresários a fim de forçar umanova onda de crescimento. E esta é a origem da terceira fase dacrise, que começou em 2010 e se agravou em 2011.

    Tal estratégia dos países desenvolvidos foi arriscada. Os governosinjetaram fábulas de dinheiro no mercado, aumentando de maneiradescontrolada suas dívidas públicas para fazer com que a roda daeconomia voltasse a girar. A questão é que a economia ainda nãovoltou a crescer de maneira satisfatória e, neste caso, em vez deajudar, o endividamento público irá somar-se aos outros problemas.Dentre os mais atingidos por tal tsunami de prejuízos e queadotaram essa estratégia, destacam-se os EUA, Japão e UniãoEuropéia (sobretudo um grupo de países da Zona do Euroconhecidos como PIIGS  - Portugal, Itália, Grécia e Espanha -Spain em inglês), pois suas dívidas públicas chegaram a níveisalarmantes.

    O segundo semestre de 2011 foi dramático. Os EUA ficaram a beirade uma moratória histórica. Grécia, berço da democracia, vivenovamente uma crise marcada por protestos populares e violentarepressão. A Espanha bate recordes no nível de desemprego.Portugal, além de receber ajuda financeira internacional, aprovou em

    novembro mais um “orçamento de austeridade” duríssimo para2012. A Itália, um dos membros do G7, viu seu folclórico everborrágico primeiro ministro Silvio Berlusconi renunciar após oaprofundamento da crise econômica. A Inglaterra enfrenta grevesgerais de funcionários públicos contra medidas recessivas propostaspelo governo.

    O problema é que a cura apontada por boa parte dos especialistaspode ser um remédio amargo demais: redução nos salários, reformana previdência social, aumento de impostos, cortes de investimentosem áreas sociais e mais demissões. Este remédio pode matar opaciente ao invés de curá-lo, além do risco da crise se transformarem uma nova epidemia na economia global.

     Marcio de Paiva Delgado é graduado e Mestre em História pela UFJF e

     Doutorando em História pela UFMG 

    http://politicarevisitada.blogspot.com/2011/12/2008-o-ano-que-nao-terminou.html

    Crise da União Européia – Segundo semestre de 2011

    Berlusconi renuncia após ser vítima da crise e de seusdemônios – novembro de 2011 

    Durante 17 anos, Silvio Berlusconi exerceu um fascínio sobre maisda metade dos italianos. O terceiro homem mais rico do país foiquatro vezes primeiro-ministro. Presidiu o governo mais longevo darepública italiana.

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    Envolvido em mais de 20 processos de corrupção e até deprostituição de menores, não foi a Justiça a tirá-lo do poder, nem ositalianos. Mas a crise econômica e o mercado financeiro.

    Segundo a revista americana Time, Berlusconi foi o homem quequase arruinou a União Européia. 

    Conferência da União Européia em Bruxelas termina comisolamento do Reino Unido - 12/12/2011

     A conferência da UE realizada em Bruxelas foi dominada por umgrande confronto que terminou com a virtual exclusão do ReinoUnido no que diz respeito a decidir sobre os assuntos futuros daUnião Europeia.

    UE vai ampliar capacidade do FMI e adiantar funcionamento defundo de resgate. Reino Unido rejeita regulação financeira e ficaisolado. O novo tratado também deverá prever sanções automáticasaos países que não conseguirem cumprir suas metas econômicas efinanceiras. De acordo com a proposta de França e Alemanha, aUnião Europeia não iria interferir nos orçamentos dos paísesmembros, exceto em situações em que fique provado que as metasde deficit foram violadas pelo país.

     A exclusão do Reino Unido das novas estruturas e organismosdeliberativos marca um ponto nodal na desintegração da própriaUnião Européia. Sob os golpes da crise, a integração capitalista daEuropa que começou mais de 15 anos atrás está em rápida

    decadência.

    Para FMI, acordo entre França e Alemanha é insuficientePara Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo, as medidasadotadas pelas principais economias da zona do euro nãoconseguem resolver a crise.

    S&P rebaixa nota da França e mais 8 países da EU13 de janeiro de 2012

     A agência de ri sco Standard & Poor's (S&P) confirmou os rumores eanunciou oficialmente que além da França, outros oito paísestiveram suas notas rebaixadas: Áustria, Chipre, Itália, Portugal,Espanha, Malta, Eslováquia e Eslovênia.

    Quase todos os países da zona do euro ficaram com perspectivanegativa, ou seja, podem sofrer novos rebaixamentos. Os únicospaíses classificados como "estáveis" foram Alemanha e Eslováquia.

    Segundo a S&P, a justificativa para o rebaixamento é que asmedidas tomadas pelos líderes europeus são insuficientes paraenfrentar a crise. Além disso, a agência alertou que se os paísesapenas aplicarem planos de austeridade, correm o risco sabotarema recuperação econômica, porque esses planos "não abordam todoo espectro da turbulência financeira".

    Grécia pode "declarar falência" – janeiro de 2012 Além da notícia do rebaixamento das notas, as negociações dadívida da Grécia também preocuparam o mercado internacional. Areunião entre o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e odiretor do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Charles Dallara,terminoua sem um acordo sobre as condições nas quais os bancosprivados perdoarão 50% da dívida do país.

    O perdão de parte da dívida grega é um dos pilares do programa deresgate anunciado em outubro pelo Fundo Monetário Internacional(FMI) e a União Européia (UE), no valor de 130 bilhões de euros.

    BRASIL: ESPAÇO E SOCIEDADE

    O Brasil é dividido em 3 macrorregiões econômicas

      Centro-Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, SãoPaulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, MatoGrosso do Sul e Goiás.

      Nordeste -  Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão.  Amazônia - Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amapá, Rondônia,

     Amazonas, Acre e Roraima.

    Cada macrorregião possui características distintas devido a váriosfatores, como história, desenvolvimento, população, economia. Aregião Centro-Sul, de todas as macrorregiões, é a maisdesenvolvida, não só economicamente, mas também emindicadores sociais (saúde, educação, renda, mortalidade infantil,analfabetismo entre outros).

    As migrações internasNa história das migrações internas do país,a maioria partiu do Nordeste. Na década de50 para a construção de Brasília(Candangos); entre 1950 e 1985 para asgrandes cidades do Sudeste, contribuindo

    para a expansão urbano-industrial e a partirda década de 1970, para a Amazônia.

    Por outro lado, o maior fluxo migratórioocorrido na história do Brasil foi o daindustrialização, que trouxe migrantes devárias regiões brasileiras para o eixo Rio-São Paulo, atraídos pela grande oferta deemprego e a falta de condições nas regiõesde origem dos migrantes. Segundo o IBGE,a mobilidade da população brasileiraaumentou na segunda metade do séculoXX. Entre a década de 1940 e o final dosanos 80, aproximadamente 57 milhões debrasileiros mudaram de cidade ou região.

    Durante todo o processo de povoamento doBrasil, elas tiveram um papel de destaque.No início foram as áreas marginais da zona

    açucareira nordestina, seguidos pela pecuária no agreste e sertãonordestino, O passo seguinte foi o da mineração, em Minas Geraisque levou um grande contingente de pessoas para a região. Atémesmo a região amazônica também foi um forte pólo de atraçãomigratória, com o ciclo da borracha, acompanhado pela expansãocafeeira no Sudeste. A região que menos teve migrações até esteperíodo foi o Sul do país, onde os imigrantes fizeram umacolonização diferenciada do restante do país, mas a partir de 1970,eles foram incentivados a trabalhar em áreas da região Norte,através de vantagens oferecidas pelo governo.

    Migração interregional —  O Sudeste ainda é um dos principaisdestinos dos migrantes. Hoje em dia, o Centro-Oeste é a região que

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    mais recebe gente. Sul e o Norte apresentam equilíbrio de entrada esaída de pessoas. O Nordeste ainda é a região de maior emigração.No entanto, de acordo com o último Censo do IBGE, o padrão dasmigrações internas mudou drasticamente e é notado um fluxo deretorno à região de origem, devido as limitações do mercado detrabalho, devido à crise socioeconômica da década de 80, quepersiste até hoje, com redução no número de empregos e aumentono número de pessoas subempregadas.

    Sudeste — heterogeneidade estrutural e perspectivasO crescimento industrial ocorrido na fase conhecida como “milagre

    brasileiro”, a partir do final da década de 60 e durante os anos 70,baseou-se fundamentalmente no padrão industrial e tecnológicoanterior, com grande ênfase em indústrias de bens intermediários,altamente intensivas em recursos naturais, e de bens duráveis deconsumo. A existência de variados mecanismos de incentivosestaduais e regionais e uma ampla fronteira de recursos naturais,apoiada no avanço da infra-estrutura, propiciaram um processo dedesconcentração para várias regiões e estados brasileiros.

    O crescimento agropecuário, ao contrário, se fez com grandestransformações estruturais e tecnológicas, especialmente com aincorporação produtiva dos cerrados. Assim, ao lado do grandecrescimento da produção de4grâos nos estados do Sul do Brasilocorreu também o movimento da fronteira em sentido ao Centro-Oeste. O movimento migratório e os serviços tenderam aacompanhar o crescimento industrial e agropecuário. Astransformações estruturais em curso alterarão, seguramente, osentido regional do desenvolvimento econômico brasileiro.

    No Brasil, quase 40% da população mora fora do município noqual nasceu As persistentes desigualdades entre as regiões do Brasil são hádécadas motivo para migrações internas. Pelas contas do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 39,8% da população,cerca de 72 milhões de brasileiros, vive fora do município de origem. A maioria está em idade economicamente ativa, entre 18 e 39 anos.

    Comparando-se os dados recentes aos do Censo de 2000, verifica-se que o volume de migrantes que circulam entre as regiões do paíscaiu de 5,2 milhões para 4,8 milhões, um decréscimo de 7%. OSudeste deixou de ser o principal destino das migrações. Isso ocorreem razão do aumento de investimentos no Interior, principalmentena Região Centro-Oeste, que passou a atrair a maioria dosmigrantes brasileiros, tendo 36,3% de população vinda de fora (vejaa tabela abaixo).

    Segundo o IBGE, atualmente Mato Grosso é o estado líder emcrescimento na participação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,resultado da expansão agrícola e da indústria. Os números tambémevidenciam o avanço de migrantes em direção à Amazônia. Noentanto, uma tendência histórica se mantém: a região que mais“exporta” migrantes ainda é o Nordeste. Nordestinos totalizam 33%da população em outras localidades do país.

    Mas o Nordeste também vive a “migração de retorno”. Entre 1999 e2004, 714 mil nordestinos regressaram à região. Os estados ondeesse movimento é mais evidente são o Maranhão, com um aumentode 79%, e o Rio Grande do Norte, com crescimento de 54%. O fatordeterminante para o retorno é a desconcentração industrial embenefício de todas as regiões do país.

    Dados do Censo IBGE 2011 – Dados Preliminares

    Palmas é a capital com o maior crescimento populacional em 10anosSegundo o IBGE, migração justifica aumento no número dehabitantes. São Paulo e Rio de Janeiro apresentam queda na taxade crescimento.

    Palmas é a capital brasileira que apresentou, entre 2000 e 2010, amaior taxa média de crescimento anual de população, segundodados do Censo Demográfico 2010. A população de Palmas foi aque mais cresceu entre as capitais em função do crescimentomigratório. Como o Tocantins é um estado criado recentemente, hámuita migração

    De acordo com o Censo 2010, na capital do Tocantins, a taxa decrescimento foi de 5,2% em dez anos. O segundo lugar, entre ascapitais, é ocupado por Boa Vista, em Roraima (3,55%), seguido deMacapá, no Amapá (3,46%). Já a capital brasileira com a menortaxa média de crescimento anual no período foi Porto Alegre(0,35%), seguida por Belo Horizonte (0,59%).

    Cidades mais populosas As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que lideram, em 2000 e2010, o ranking dos municípios mais populosos, vêm apresentandoqueda na taxa de crescimento, apesar do aumento populacional em

    números absolutos.

    Essas duas cidades continuam sendo áreas de atração, mas nãocom tanto ímpeto quanto há algumas décadas. Os movimentosmigratórios vêm diminuindo ao longo do tempo e uma das principaiscausas para isso é a exigência de um nível de escolaridade alto nomercado de trabalho das grandes metrópoles. Com isso, o imigrantetem dificuldade de se inserir e acaba optando por municípios onde amão de obra é menos qualificada.

    Percentual de idosos na população segue em crescimentoNas últimas décadas, o Brasil tem registrado redução significativa naparticipação da população com idades até 25 anos e aumento nonúmero de idosos. E a diferença é mais evidente se comparadas aspopulações de até 4 anos de idade e acima dos 65 anos. De acordocom o IBGE, o grupo de crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino,por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991,enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estespercentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em2010.

    Enquanto isso, cresce a participação relativa da população com 65anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000e chegando a 7,4% em 2010. A Região Norte, apesar do contínuoenvelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE uma estruturabastante jovem. As regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidasdo país

    Distribuição por sexoDe acordo com o Censo 2010, há 96 homens para cada 100

    mulheres no Brasil. A diferença ocorre, segundo o IBGE, porque ataxa de mortalidade, entre homens, é superior. Mas nascem maishomens no país: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens. Dasgrandes regiões, a única que foge à regra é a Região Norte, onde oshomens são maioria. Isso se dá por conta da migração dessalocalidade, onde há atividade de mineração para os homens.

    Censo 2010 contabiliza mais de 60 mil casais homossexuaisO Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dadospreliminares do Censo Demográfico 2010. Essa foi a primeira ediçãodo recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) a contabilizar a população residente com cônjuges domesmo sexo.

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    Número de moradores por domicílio cai 13,2% em 10 anosEm 2000, a média de moradores em domicílios particularesocupados era de 3,8. Agora está em 3,3. Tendência de declínio estárelacionada à redução da fecundidade. 

    (IN)JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL

    Racismo, Preconceito e Intolerância no BrasilDiscriminação - Os negros (pretos e pardos) representam 47,3% dapopulação brasileira. Na camada mais pobre da população, eles são

    66%. No topo da pirâmide social, há apenas um negro para cadanove brancos.

    Raiz histórica - A discriminação racial vem da época da escravidão.Sua abolição, porém, não foi acompanhada de políticas paramelhorar a condição de vida dos ex-escravos. Como resultado,perpetuou-se a pobreza dos negros.

    Condições de vida - O analfabetismo atinge 12,9% dos negros. Emmédia, eles têm dois anos de estudos a menos que os brancos. Apenas 16% chegam à faculdade, e só 2% se formam. Na médianacional, a renda dos negros equivale à metade da renda dosbrancos. A discriminação fica patente quando, mesmo comformação idêntica e ocupando cargos equivalentes ao dos brancos,os negros recebem salários menores.

    Ações afirmativas - O Brasil hoje discute o uso de cotas e políticasafirmativas para ampliar as oportunidades aos negros. Entre as

    medidas, está a reserva de cotas nas universidades. As medidassão polêmicas: não é possível definir com exatidão quem é negro;além disso, essas medidas podem provocar mais discriminação. Aunanimidade entre os especialistas é a necessidade de investimentomaciço para ampliar o acesso à educação, desde o ensino básico.

    STJ reconhece casamento civil entre pessoas do mesmo sexo25 de outubro de 2011 – G1

    Reconhecimento na instância superior foi feito por duas mulheres doRio Grande do Sul que tiveram o pedido de casamento civil negadono Estado.

    O processo partiu de duas cidadãs gaúchas que recorreram ao STJ,após terem o pedido de habilitação para o casamento negado naprimeira e na segunda instância. A decisão do tr ibunal gaúchoafirmou não haver possibilidade jurídica para o pedido. No recursoespecial, elas sustentaram não existir impedimento jurídico para ocasamento entre pessoas do mesmo sexo. Afirmaram, também, quedeveria ser aplicada ao caso a regra de direito privado de que épermitido o que não é expressamente proibido.

    O pedido aconteceu após Supremo Tribunal Federal (STF) terreconhecido, em maio deste ano, a união estável entre pessoasdo mesmo sexo. Em sua decisão, o STF não deixou clara apossibilidade ou não do casamento civil, o que provocoudecisões diferentes de juízes de primeira instância pelo Brasil.

    Intolerância no Brasil - Pesquisa Fundação Perseu Abramo

    Governo federal faz balanço do “Bolsa Família” em 2010

    O programa Bolsa Família fechou 2010 atendendo 12,8 milhões defamílias – cerca de 50 milhões de brasileiros. Mais da metade dasfamílias está no Nordeste.

    Em sete anos, o orçamento do programa passou de R$ 3,4 bilhõespara R$ 14,4 bilhões. Ele atende a famílias com renda de até R$140 por pessoa, consideradas pobres, e de até R$ 70 per capita, emextrema pobreza. Os benefícios vão de R$ 32 a R$ 242 dependendoda renda e do tamanho da família.

     A média do benefício é de R$ 115. Para receber o dinheiro, aspessoas precisam cumprir algumas regras: o cartão de vacinaçãodas crianças com menos de sete anos deve estar atualizado, osfilhos são obrigados a frequentar a escola e as gestantes devemfazer o pré-natal. De 2008 a 2009, 400 mil famílias foram cortadasdo programa por estarem em desacordo.

     A secretária Nacional de Renda de Cidadania do Ministério doDesenvolvimento Social e Combate à Fome, Lúcia Modesto acreditaque o principal legado do programa é a redução da pobreza, amelhora dos indicadores de educação e saúde das famílias e oacesso ao sistema bancário.

    O impacto financeiro do reajuste é de R$ 2,1 bilhões e atenderá 12,9milhões de famílias, cerca de 50 milhões de pessoas com rendamensal per capita de até R$ 140. O investimento noPrograma Bolsa Família representa cerca de 0,4% do ProdutoInterno Bruto (PIB). 

    Serão investidos R$ 11 milhões para Restaurantes Populares, R$4,5 milhões para o Banco de Alimentos e R$ 14,6 milhões para asCozinhas Comunitárias. A manutenção e gestão dessesequipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional serãode responsabilidades das Prefeituras ou governos estaduais.

    Concentração de Renda – Coeficiente GiniDesenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficientede Gini é um parâmetro internacional usado para medir adesigualdade de distribuição de renda entre os países.

    O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo dozero menor é a desigualdade de renda num país, ou seja, melhor adistribuição de renda. Quanto mais próximo do um, maior aconcentração de renda num país. O índice Gini é apresentado em

    pontos percentuais (coeficiente x 100).

    O Índice de Gini do Brasil o terceiro pior do mundo em 2010, o quedemonstra que nosso país, apesar da melhora dos últimos anos,ainda tem uma alta concentração de renda.

    Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)É uma medida comparativa usada para classificar os países peloseu grau de "desenvolvimento humano" e para separar os paísesdesenvolvidos (muito alto desenvolvimento humano), emdesenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) esubdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo).Todo ano, ospaíses membros da ONU são classificados de acordo com essasmedidas. O IDH também é usado por organizações locais ouempresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionaiscomo estados, cidades, aldeias, etc.

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    O índice foi desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sene Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programadas Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual.

    O IDH combina três dimensões:  Expectativa de vida ao nascer  Anos Médios de Estudo e Anos Esperados de

    Escolaridade  PIB (PPC) per capita

    Mudança de metodologia em 2010 do IDH-ONUNo antigo IDH, os países eram classificados no intervalo de 0 a 1.Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido o país. Quanto maispróximo de zero, menos desenvolvido. A partir de 2010, dividiu-se oranking de 169 países em quatro partes – os de desenvolvimentohumano muito alto são a parcela de 25% que está no topo da tabela;os de alto  desenvolvimento são os 25% seguintes; os de médio,outros 25%; e os de baixo desenvolvimento, os 25% últimos.

    Segundo o relatório, o IDH do Brasil apresenta "tendência decrescimento sustentado ao longo dos anos". Mesmo com a adoçãoda nova metodologia, o Brasil continua situado entre os países dealto desenvolvimento humano.

    Brasil ocupa 84ª posição entre 187 países no IDH 2011O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado peloPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud),classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo

    índice.

    O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referênciada qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas emíndices econômicos.

    No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73º melhorIDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-sedizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relaçãoao ano anterior, ficando em 84º lugar.

    Dilma sanciona lei que cria Comissão da Verdade18 de novembro de 2011

     A presidente Dilma Rousseff sancionou hoje a lei que permite aoscidadãos ter acesso a informações públicas e a lei que cria a

    Comissão da Verdade. Em cerimônia no Palácio do Planalto, Dilmadestacou que essas duas leis "representam um grande avançonacional e um passo decisivo na consolidação da democraciabrasileira". "A informação torna-se aberta em todas as suasinstâncias”.

     A Lei de Acesso à Informação, de autoria do Executivo e que foiencaminhada em maio de 2009 ao Congresso Nacional, entra emvigor em seis meses. Ela garante o acesso a documentos públicosde órgãos federais, estaduais, distritais e municipais dos trêsPoderes.

    Comissão da Verdade A Comissão da Verdade foi criada para investigar, em dois anos,violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. Acomissão será composta por sete membros, nomeados pelaPresidência da República.

    A cracolândia não é para os ingênuosMarcus Guterman - 08 de janeiro de 2012

    É uma pena que, quando enfim o Estado resolveu aparecer nacracolândia, a ação esteja visceralmente contaminada por interesseseleitoreiros e econômicos. Essa promiscuidade obnubila o fato deque, sim, era necessário tomar alguma providência para acabar comum dos símbolos mais impressionantes da patologia da sociedadepaulistana – que se emociona com um cachorro que apanhou desua dona, mas não tem a mesma consideração por pessoasdestituídas de sua humanidade.

    Hoje sabe-se que os governos estadual e municipal decidiram agirpara acabar com a cracolândia porque o governo federal jáplanejava fazê-lo – e, claro, tudo isso está no contexto da eleiçãopara a prefeitura de São Paulo. Drogas e viciados perambulando poraí são um tema central para eleitores normalmente conservadorescomo o paulistano. Atacar o problema, mesmo com truculência eprecipitação, deve render votos preciosos. Ademais, um dos projetosmais significativos do prefeito Gilberto Kassab – e de seussimpatizantes do setor imobiliário – é reformar justamente a regiãoonde fica a cracolândia. Visto dessa perspectiva, o problema éclaramente de higienização social, para satisfazer eleitores e

    empreiteiros.

    Nada disso, porém, deveria descaracterizar a urgência do problema,que é de saúde pública, de segurança e de direitos – os dos viciadose também os das pessoas comuns que não conseguem circular poruma parte de sua própria cidade. A politização da ação estatal nacracolândia, tanto por parte dos governantes quanto por parte deseus críticos, não ajuda a colocar o drama em sua justa dimensão.

    No limite, mesmo atabalhoada, a Operação Cracolândia eranecessária e inadiável, e seus resultados, ainda que parciais oumesmo eventualmente violentos, deverão servir para balizar futurasações – gerando um necessário contraponto ao discurso ingênuosegundo o qual o problema da cracolândia pode ser combatido comsopão noturno e compaixão cristã.

    http://blogs.estadao.com.br/marcos-guterman/a-cracolandia-nao-e-para-os-ingenuos/

    Pinheirinho, Cracolândia e USP: em vez de política, polícia!Raquel Rolnik - 23 de janeiro de 2012

    Domingo, 22 de janeiro de 2012, 6h da manhã, São José dosCampos (SP). Milhares de homens, mulheres, crianças e idososmoradores da ocupação Pinheirinho são surpreendidos por umcerco formado por helicópteros, carros blindados e mais de 1.800homens armados da Polícia Militar. Além de terem sido interditadasas saídas da ocupação, foram cortados água, luz e telefone, e aordem era que famílias se recolhessem para dar início ao processode retirada. Determinados a resistir — já que a reintegração deposse havia sido suspensa na sexta feira - os moradores nãoaceitaram o comando, dando início a uma situação dramaticamenteviolenta que se prolongou durante todo o dia e que teve comoresultado famílias desabrigadas, pessoas feridas, detenções erumores, inclusive, sobre a existência de mortos.

    Nos últimos 08 anos, os moradores da ocupação lutam pela suapermanência na área. Ao longo desse tempo, eles buscaram firmaracordos com instâncias governamentais para que fosse promovida aregularização fundiária da comunidade, contando para isto com ofato de que o terreno tem uma dívida milionária de IPTU com aprefeitura. O terreno pertence à massa falida da empresa Selecta,cujo proprietário é o especulador financeiro Naji Nahas, jáinvestigado e temporariamente preso pela Polícia Federal naoperação Satiagraha. No fim da semana, várias foram as idas evindas judiciais favoráveis e contrárias à reintegração, assim comoas tratativas entre governo federal, prefeitura, governo de Estado eparlamentares para encontrar uma saída pacífica para oconflito.Com o processo de negociação em curso e composicionamentos contraditórios da Justiça, o governo do Estadodecide armar uma operação de guerra para encerrar o assunto.

    03 de janeiro de 2012, região da Luz, centro de São Paulo. A

    Polícia da Militar inicia uma ação de "limpeza" na região denominadapela prefeitura como Cracolândia. Em 14 dias de ação, mais de 103usuários de drogas e frequentadores da região foram presos pelapolícia com uso da cavalaria, spray de pimenta e muita truculência.Em seguida, mais de trinta prédios foram lacrados e algunsdemolidos. Esta região é objeto de um projeto de "revitalização" porparte da prefeitura de São Paulo, que pretende concedê-la"limpinha" para a iniciativa privada construir torres de escritório emoradia e um teatro de ópera e dança no local. Moradores dosimóveis lacrados foram intimados a deixar a área mesmo sem terpara onde ir. Comerciantes que atuam no maior polo deeletroeletrônicos da América Latina, a Santa Efigênia , assim comoos moradores que há décadas vivem ali, vêm tentando, desde 2010,

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    bloquear a implantação deste projeto, já que este desconsideraabsolutamente suas demandas.

    08 de novembro de 2011, 05h10 da manhã, Cidade Universitária,São Paulo. Um policial aponta a arma para uma estudante de braçoslevantados, a tropa de choque entra no prédio e arromba portas(mesmo depois de a polícia já estar lá dentro), sem deixar ninguémmais entrar (nem a imprensa, diga-se de passagem), nem sair, tudocom muita truculência. Este foi o início do processo de desocupaçãoda Reitoria da Universidade de São Paulo, ocupada por estudantesem protesto à presença da PM no Campus. Os estudantes sãosurpreendidos por um cerco formado pela tropa de choque ecavalaria, totalizando mais de 300 integrantes da Polícia Militar.Depois de horas de ação violenta, são retirados do prédio e levadospresos mais de 73 estudantes. Camburão e helicópterosacompanham a ação.

    O que estes três episódios recentes e lamentáveis têm em comum?Os três eventos envolvem conflitos na gestão e ocupação doterritório. Os três são situações complexas, que demandariam umconjunto de políticas de curto, médio e longo prazo para seremenfrentados. Os três requerem um esforço enorme de mediação enegociação.

    Entretanto, qual é a resposta para esta complexidade conflituosa? Aviolência, a supressão do diálogo, o acirramento do conflito.

     Alguém poderia d izer — mas por que os ocupantes do Pinheirinho

    resistiram? Por que não saíram imediatamente, evitando os feridos eas feridas da confrontação?

    Porque sabem que, para quem foi "desocupado" ou" lacrado" nestase outras reintegrações e "limpezas", sobra a condição de sem-teto.Ou seja, para quem promoveu a reintegração ou a limpeza, ofundamental é ter o local vazio, e não o destino de quem estava lá,muitos menos as razões que levaram aquelas pessoas a estar lánaquela condição e seu enfrentamento e resolução. "Resolver" aquestão é simplesmente fazer desaparecer o "problema" dapaisagem. Mais grave ainda, nestas situações a suposta"ilegalidade" ( ocupação de terra/uso de drogas) é motivo suficientepara promover todo e qualquer tipo de violação de leis e direitos emnome da ordem, em um retrocesso vergonhoso dos avanços dademocracia no país.

    http://br.noticias.yahoo.com/blogs/habitat/

    MERCADO DE TRABALHO E RENDA

    Três componentes formam o desemprego:Desemprego cíclico ou conjuntural:  Aquele que acompanha osciclos de recessão e crescimento. É aquele em que a demissão éocasionada, na maioria das vezes, por crises passageiras. Portantoa demissão é temporária, uma vez que, superada a crise, o empregoé novamente ofertado.

    Desemprego friccional:  Aquele causado por trocas de emprego.Pode-se dizer que seja normal, pois, sempre haverá pessoasprocurando emprego para melhorar de função ou porque teve algumdesentendimento no emprego anterior. É um desemprego queocorre durante o funcionamento normal da economia.

    Desemprego estrutural: Ocorre quando há um descasamento entre

    a habilidade dos trabalhadores e a demanda de especialidades naeconomia. O desemprego causado pelas novas tecnologias, como arobótica e a informática, recebe o nome de desemprego estrutural.Ele não é resultado de uma crise econômica, e sim das novasformas de organização do trabalho e da produção. Quando odesemprego cíclico é nulo diz-se que a economia está na sua taxanatural de desemprego. Essa taxa dá a noção de pleno empregodesenvolvida pelos economistas. A idéia é que a economia precisade algum desemprego friccional para que os trabalhadores e asempresas estabeleçam a junção ideal entre capacidade e função.

    Taxa de desemprego em 2011 é a menor em 10 anos

    Conceito de DesempregoO conceito clássico de desemprego, também chamado dedesemprego aberto, identifica como tal a situação em que,simultaneamente, durante o período de referência da pesquisa, umapessoa de determinada faixa etária não está trabalhando, mas estádisponível para trabalhar e procurou emprego remunerado outrabalho por conta própria. Identificadas as pessoas nessascondições, disso resulta uma taxa de desemprego, calculada comoporcentagem da população economicamente ativa.

    Há também o "desemprego oculto", a qual inclui as pessoas que têmum trabalho precário e outras, as chamadas desalentadas, quedesistiram de procurar trabalho por não encontrá-lo.

    Setores da EconomiaO conjunto de pessoas que exercem funções remuneradas échamado de PEA e mostra a força de trabalho de um país e suaforça produtiva. Essa população está dividida em 4 setores:

      Primário: esse ramo de atividade produtiva está vinculado aodesenvolvimento da agricultura, pecuária e ao extrativismo (vegetal,animal e mineral). Esse setor produz matéria-prima para oabastecimento das indústrias.

      Secundário: atua no sistema industrial, enquadrando a produção demáquinas e equipamentos, produção de bens de consumo,construção civil e geração de energia. Nesse caso o setor emquestão atua no processamento da produção do setor primário, alémde promover a distribuição dos produtos em forma de atacado.

      Terciário: é também conhecido como setor de serviços e ocupa amaior parte das pessoas do país, o que representa um problemasério para o Brasil, pois é o setor mais burocrático e que maisdespesas proporciona ao país e o que menos traz divisas.

      Quaternário (ou terciário superior): O mais novo setor, voltado paraas pesquisas científicas, altas tecno