Atos de ameaça a face e a conversação em redes sociais na Internet - Raquel Recuero
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Transcript of Atos de ameaça a face e a conversação em redes sociais na Internet - Raquel Recuero
At d à f àAtos de ameaça à face e à con ersação em redesconversação em redes sociais na internetsociais na internet
Manuela FonsecaRaquel Recuero
Catalina DelgadoPOSJOR – Jornalismo e TecnologiasPOSJOR Jornalismo e TecnologiasProf. Rita Paulino
Raquel Recuero
Jornalista, professora e pesquisadora UCPel UCPel Mestrado e doutorado pelo PPGCOM‐UFRGS,orientanda do Prof Alex Primo (doc)orientanda do Prof. Alex Primo (doc)
Experiência nas áreas de redes sociais na Internet,conversação mediada por computador e difusão daconversação mediada por computador e difusão dainformação na Internet
Trabalho atual: O espalhamento do ódio e da violência Trabalho atual: O espalhamento do ódio e da violência em conversações no Facebook e seu impacto no cotidiano dos atores sociaiscotidiano dos atores sociais
www.raquelrecuero.com
Introdução
Começo da vida acadêmica: sites de redes sociaisescassos;escassos;
Friendster (2002) nunca se popularizou no BR;k ( ) l Orkut (2004), primeiro SRS a se popularizar aqui.
Ninguém esperava que estas ferramentastivessem um impacto tão profundo nas relaçõestivessem um impacto tão profundo nas relaçõessociais (em especial no espaço offline)
Introdução
2004 – 2014: Redes sociais são realidade cotidiana; Redes sociais são realidade cotidiana; Acesso quase instantâneo ao que a rede de amigosfaz pensa etc ;faz, pensa, etc.;
Mudança nos processos sociais offline;N f ô bj t d t d Novos fenômenos a serem objeto de estudo.
Autora passa a se interessar por conversação emrede
Conversação Conversação na internet ç ç
Interações entre atoresOcorrem entre atores
Ainda interações entre atores porém Ocorrem entre atores
Em determinado contextoAlternância de t rno de
atores, porém... Escritas, não faladas
d Alternância de turno de fala
Uso de convenções específicas (emoticons, onomatopeias)
Construção de relações sociais
onomatopeias) Uso de elementos oferecidos pelo sistema
Estrutura os grupos sociais e a sociedade
oferecidos pelo sistema (Twitter – hashtags)
como um todo
Características da conversação em rede ( f b d 2007)(conforme boyd, 2007)
Permanência das Buscabilidade Permanência das interações (acessíveis) (consequência da
permanência)
Replicabilidade dasReplicabilidade das mensagens
Presença dePresença de audiências invisíveis
Hiperconexão das redesHiperconexão das redes Existência de “mundos pequenos” nas redes sociais(Granovetter, 1973 e 1983; Watts, 2003);
Redução da distância máxima entre atores; Prática de adição de conexões fracas (pessoasdesconhecidas ou próximo disso);
Isso gera redes cada vez maisconectadas (no FB, por exemplo,o grau máximo de conexão em2012 era de 3,74 – quase metaded d )do esperado)
Hiperconexão das redesHiperconexão das redes Amplificando as conexões, também se amplificam as características da conversação em rede.
ou seja: … ou seja:
Q t conectadas tã d Quanto + conectadas estão as redes; + visíveis as mensagens publicadas
+ capazes de serem buscadas, replicadas e acessadasacessadas.
Capital SocialCapital SocialConversação para: Construção de valoresç Legitimar impressões próprias (#selfie) Acesso a informações Acesso a informações Suporte e apoio social
Isso é capital social.
Capital Social no Facebook (et al )Capital Social …no Facebook (et. al.)“C i l i l d ã ” (Elli S i f ld & L “Capital social de manutenção” (Ellison, Steinfeld & Lampe, 2007): o FB torna facilita a manutenção de relações sociais pré‐existentes;pré existentes;
Valores conectados à fama e à popularidade do ator na rede (Primo, 2009 e 2011) – Felipe Neto;
Engrandecer reputação (Hogg e Adamic 2004); Engrandecer reputação (Hogg e Adamic, 2004);
... ou seja:j“estar mais conectado por meio desses sites
representa, também, ter acesso a tipos p , , pdiferentes de valores sociais.”
A “face” de Goffman (1967)A face de Goffman (1967)
SRS permitem criar e manter uma identidade(a ser legitimada pelos demais, criando valorescomo reputação e autoridade)
A face é uma “imagem do self delineada em A face é uma imagem do self delineada emtermos de atributos sociais aprovados”
Por ser constituída de atributos sociais positivos, étambém valor de capital socialtambém valor de capital social.
A “face” de Goffman (1967)A face de Goffman (1967)
A manutenção da face se dá através de:
Negociações entre atores de modo a manter os Negociações entre atores de modo a manter osvalores sociais positivos;L iti ã d f õ Legitimação da face em conversações;
Legitimação do contexto do papel social;
“trabalho de face”trabalho de face
Atos de ameaça à faceAtos de ameaça à face
Essa identidade é Ao construir um perfil, se
constroem as impressões que se legitimada (ou não) pelos demais atores ao longo
das conversações
deseja dar aos atores e à audiênciainvisível
ç
Mas as interaçõest irepresentam risco para a face.
Os atos de ameaça àOs atos de ameaça à face acontecem quandoesta não é legitimada l d ipelos demais atores na
rede.
Atos de ameaça à faceAtos de ameaça à face
Atos de ameaça à faceã l
Falas ofensivas Descreditar a facesão aqueles
que quebramas regras de interação (a
Descreditar a face Violência
interação (a polidez das relações)
“trolling”
Com a hiperconexão, há grupos muitop , g pmais heterogêneos, o que dificulta
a negociação da polidez nas interações.
Atos de ameaça à faceAtos de ameaça à face
Ausência de corpo e anonimato Sensação de impunidade (não há
punição tal como perda de reputação oupunição, tal como perda de reputação ou redução de acesso ao capital social, se ator decide não cooperar ou respeitar as regras de polidez na conversação)
Por isso, a conversação em rede é espaço fértil para emergência de discussões inflamadas, discursos agressivos e ofensivosdiscursos agressivos e ofensivose propagação de violência.
O “trolling”O trolling
Troll, conforme Zago (2012): aquele que busca interferir no bom andamento de q quma discussão
usa comentários maldosos e fora de contexto usa comentários maldosos e fora de contexto
Trolling, conforme Krapitz (2012): ato de desestabilizar as pessoasp objetivo: diversão pessoal (ou do grupo)
As consequências do “trolling”As consequências do trolling
comprometimento da interação da conversação;
insegurança nos grupos;g ç g p ;
redução do capital social;
silenciamento/exclusão de atores
comprometimento da cooperação comprometimento da cooperação
destruição da reputação e, por vezes, da própria face do Outrodo Outro
rompimento das conexões que mantém as redes (retirada de perfil do SRS)