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    QUESTO 1Organize etapa a etapa de que forma voc faria o Psicodiagnsticodo caso abaixo. Explane sobre cada tpico apresentado.

    CASO: Mirades Portela Mendona tem 5 anos, moambiquenha, filha de uma

    brasileira e de um angolano. Veio morar no pas aos trs anos de idade.Recentemente seus pais foram assassinados em um assalto na sua casa no Rio deJaneiro, cena presenciada pela menina. A av materna reclama na justia a guardana criana, mas seus parentes angolanos, que vieram para o enterro do pai dacriana, querem lev-la para morar com eles visto o fato de a mesma ter convividocom estes parentes at sua vinda para o Brasil. A av materna no aceita a posturados avs paternos e quer criar a neta j que no tem mais filhos menores e sua netalhe faria companhia , alm de trazer a lembrana de sua filha perdida. J os avsangolanos entraram com processo judicial para adquirirem a guarda da criana pois

    a av materna j muito idosa (65 anos) e acham que a mesma no teria condiesde cri-la. Eles, por sua vez, so mais jovens e praticamente criaram a menina pois,enquanto ela esteve na Angola, passava o dia com eles para os pais trabalharem. Ojuiz que julga o caso pediu uma avaliao de Mirades para embasar sua deciso.

    O Psicodiagnstico uma avaliao psicolgica que tem propsitos clnicos, comtempo limitado, e utiliza tcnicas psicolgicas, em nvel individual ou no. Pararealiz-lo, estabelecido um plano de avaliao descrevendo suas etapas com base

    nas perguntas ou hipteses levantadas inicialmente. Seu objetivo est relacionadocom as questes propostas e com as necessidades de quem solicitou e determinamo nvel de resultados alcanveis.

    So etapas ou passos do processo psicodiagnstico:

    1) Formulao das perguntas ou hiptesede acordo com Cunha (2000, p.105),o processo psicodiagnstico um processo cientfico, onde se formula perguntasespecficas com suas respostas estruturadas na forma de hipteses que sotestadas durante os passos do processo. O ponto de partida o encaminhamentoque pressupe um problema que expresso em pergunta. O psiclogo iresclarecer e organizar as questes especficas. Para Arzeno (1995, p. 14), o inciodo processo desde o momento da solicitao da consulta at o encontro pessoal.

    2) Contrato de trabalhoesclarecido as questes iniciais e definidos as hiptesese objetivos, o psiclogo elabora uma seleo de atividades adequadas,determinando o tempo necessrio a sua realizao. Nessa etapa, explicada adurao, os objetivos, tipos, o que de responsabilidade de ambas as partes e oque realizaro durante o processo de diagnstico.

    3) Estabelecimento de um plano de avaliao nessa etapa identificado quaisrecursos que possam estabelecer uma relao entre as perguntas iniciais e aspossveis respostas. O plano de avaliao, s ser definido aps o contato do

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    psiclogo com os fatos e em seguida poder estabelecer os objetivos e as perguntasque constituem as hipteses levantadas.

    O psiclogo determinar quais as tcnicas, os testes ou uma bateria de testes, tipos

    de entrevistas, quem participar, ou seja, programar a administrao osinstrumentos de acordo com a situao especfica que fornecer dados queajudaro na veracidade ou no, das hipteses levantadas.

    4) Bateria de testes refere-se ao conjunto de testes ou de tcnicas que soincludos no processo psicodiagnstico para testar as hipteses iniciais e que atendaaos objetivos da avaliao. Existem dois tipos de baterias: as padronizadas (paraavaliaes especficas) e o no padronizados (atende a vrios requisitos). Na prticaclnica a mais utilizada a no padronizada.

    Arzeno (1995, p.25) recomenda que se deve incluir, quando se trata de crianaspequenas, a hora do jogo, desenho livre, respostas as lminas de Rorschard (se jfala) e a nmero 9 do teste CAT.

    5) Administrao de testes e tcnicas antes da aplicao dos instrumentosselecionados, recomenda-se que o psiclogo deve estar seguro quanto a adequaodos instrumentos para o referido caso, sabendo utiliz-lo, quais as caractersticas dopaciente, observar o local e o material se apropriado e est organizado para arealizao dos testes.

    Na aplicao dos testes e tcnicas, estabelecer inicialmente um rapport, num climadescontrado e de confiana; os objetivos para cada atividade aplicada devem serclaros e compreensivos; observar e registrar o comportamento do paciente.

    6) Levantamento, anlise, interpretao dos dados de posse das observaes,dos dados coletados nos vrios instrumentos aplicados, j possvel de se fazeruma descrio do paciente confrontando com os objetivos propostos no processodiagnstico. Sempre bom reforar a reviso desses dados e checar com ashipteses formuladas inicialmente e o relato sistematizado da histria clnica queajudar na elaborao do documento proposto.

    7) -Diagnstico e prognsticopara se chegar a um diagnstico o psiclogo deveanalisar os dados obtidos durante todo o processo psicodiagnstico e de acordocom os critrios diagnsticos. Se esses critrios so observados no paciente, seroclassificados numa categoria nosolgica oficial como DSM-IV (APA-1995) e o CID-10(OMS)-1993). Com base nessa classificao e nos resultados obtidos com aaplicao dos testes, nos dados especficos de sua histria clnica, poder-se- fazerpredies sobre o curso provvel do transtorno (prognstico) e planejar ainterveno teraputica adequada. (Cunha, 2000, p.119).

    8) Comunicao de resultados o informe ou a comunicao dos resultadosconstitui uma unidade essencial do psicodiagnstico e deve ser previsto no contratode trabalho. o ltimo passo do processo, seguida apenas pelas recomendaes

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    pertinentes e pelo encerramento. O tipo da devolutiva definido basicamente pelosobjetivos do exame. Normalmente so realizadas entrevistas para a comunicaodos dados. Sero elaborados pareceres, laudos e encaminhados aos solicitantes.Dependendo dos objetivos podem ser necessrios vrios tipos de comunicao.Poder ser feita de duas formas: assistemtica (ir informando medida que forobtendo resultado) e sistemtica (os dados sero comunicados no final doprocesso).

    Da entrevista de devoluo pode decorrer recomendaes, orientaes e/ouencaminhamento do caso.

    PSICODIAGNSTICO CASO EM ESTUDO ETAPAS:

    Identificao: M.P.M.

    Idade: 5 anos

    Sexo: feminino

    1) O motivo do encaminhamento partiu de uma solicitao de um juiz, Vara deFamlia, para se fazer uma avaliao psicolgica do caso especfico que possaajud-lo na deciso da guarda da infante. O contato foi estabelecido por expedientejudicial, onde foi relado o fato. O objetivo do psicodiagnstico relaciona-se com aquesto proposta (ajud-lo na deciso da guarda). Os dados apresentados jsugerem levantar algumas hipteses referentes ao estado emocional da criana porter presenciado o assassinato de seus pais. Estaria ela com sintomas depressivos?Diante da situao traumtica que passou, estaria apresentando um transtorno de

    estresse ps-traumtico? Como ocorre o relacionamento afetivo com as avs?2) As sesses que sero realizadas,se iniciar com o primeiro contato, aplicaode testes, entrevistas com os familiares, com a criana e a devolutiva. Seroesclarecidos todos os motivos do psicodiagnstico, quem solicitou, quais objetivos, adurao prevista, os tipos de informaes necessrias e quem ter acesso aosdados coletados. Ser tambm determinada qual a responsabilidade do psiclogo edo paciente e de seus familiares, envolvidos no processo.

    3) O plano de avaliao ser feito de acordo com o objetivo estabelecido e paraconfirmar ou no as hipteses levantadas. Os recursos a serem utilizados contarode entrevistas clnicas com as avs, com a criana e a devolutiva; aplicao de

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    testes; observao das pessoas envolvidas no processo, sua dinmica familiar,comportamento da criana. O plano constar:

    - A) Primeiro contato com as duas avs, separadamente, para a explicao do

    caso e resolver questes relacionadas ao processo e fazer perguntas sobre a vidada criana. A partir deste contato (e dos outros), comear a selecionar dados dahistria relacional e a historia da queixa, elaborando a anaminese da criana.

    - B)Entrevista com a av materna primeiro contato para investigaes sobre ascaractersticas da criana antes e depois da perda dos pais; como se deu oprocesso de luto; sintomatologia apresentada durante o processo de luto;relacionamento da criana com os pais, com a av; histria clnica etc.

    - C) Entrevista com a av paternainvestigao sobre a criana e sua relao com

    ela.

    - D) Entrevista com a criana durante o contato com a criana na primeiraentrevista e subsequentes, sero realizadas entrevistas com atividade ldica comojogo de construir casas, desenho livre para conhec-la e como se comporta aps osfatos vivenciados. Posteriormente sero aplicados os testes H.T.P., Teste deApercepo InfantilCAT.

    -E) Entrevista familiar observar a dinmica da famlia (criana, av materna epaterna) utilizando a mesma caixa elaborada pela criana na atividade ldica.

    - F) Bateria de testes - sendo a paciente uma criana de 5 anos, a bateria selecionaseria aplicao do H.T.P e o Teste de Apercepo InfantilCAT.

    - G) Administrao das atividades - organizar o material e as tcnicas que seroutilizadas, conferindo e revisando toda a dinmica do processo, em que local serrealizado e estabelecer rapport.

    - H)Anlise dos dados - ser feita a anlise dos dados e o incio da preparao dosresultados para a devoluo.

    - I)Diagnstico e Prognstico - o diagnstico ser feito a partir da anlise dos dadosobtidos durante as entrevistas com o paciente e seus familiares, sua histria clnica,reaes, resultados dos testes aplicados. Com os resultados prontos, fazer umaverificao dos dados com a classificao oficial do DSM-IV ou CID-10, e se osdados preenchem os critrios de alguma categoria.

    - J) Comunicao de resultados - com o trmino do processo elabora-se e laudo, eeste dever ser encaminhado ao solicitante. A devolutiva para os familiares dapaciente sero feitas com recomendaes e ou encaminhamento caso a criananecessite. Os dados finais sero informados de forma responsvel e com segurana

    em repassar o que as famlias devero saber e que essas informaes no possaminterferir no resultado final do processo judicial.

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    QUESTO 2 Qual a posio do CFP frente postura tica em umPsicodiagnstico e na elaborao de um Laudo Psicolgico? Comente-os.

    A Resoluo CFP n 010/05, que aprova o Cdigo de tica Profissional do Psiclogo

    norteia as questes especficas das responsabilidades do psiclogo. De acordo como Cdigo de tica do Psiclogo, em seu artigo 1, que trata dos deveresfundamentais dos psiclogos, encontramos informaes acerca do psicodiagnsticoem que o psiclogo deve fornecer, a quem de direito, na prestao de serviospsicolgicos, informaes concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivoprofissional. O mesmo artigo destaca que no processo psicodiagnstico o pacientedeve receber informaes e orientao sobre os encaminhamentos, em funo dosresultados obtidos, como fornecimento dos documentos especficos, como laudos,pareceres, atestado psicolgico, etc.

    De acordo com Cunha (2000 p. 123), se o paciente foi encaminhado parapsicodiagnstico por outro profissional, para obteno de informaes que possaajudar na interveno junto ao paciente, e se o psiclogo que fez o psicodiagnsticofornecer informaes e orientao estar descumprindo o Cdigo de tica, no item:o psiclogo no deve intervir na prestao de servios psicolgicos efetuados por

    outros profissionais, salvo em algumas situaes.

    A Resoluo CFP n 007/2003, institui o Manual de Elaborao de DocumentosEscritos produzidos pelo psiclogo, decorrentes de avaliao psicolgica. Dentre

    esses documentos o laudo ou relatrio psicolgico uma apresentao descritivaacerca de situaes e/ou condies psicolgicas... pesquisadas no processo deavaliao psicolgica. (Resoluo CFP n 007/2003).

    De posse de dados do paciente obtidos pelas entrevistas, aplicao de testespsicolgicos, exames, observao, etc, o psiclogo passar a elaborar o relatrio oulaudo relatando sobre o encaminhamento, as intervenes, o diagnstico,prognstico, evoluo do caso, orientao e sugesto de projeto teraputico e/ouacompanhamento psicolgico, caso necessite.

    Sua estrutura constar de cinco itens: identificao, descrio da demanda,procedimento, anlise e concluso.

    Na identificao, a finalidade de identificar o relator do processo, quem solicita equal a razo ou finalidade.

    A descrio da demanda a narrativa das informaes da problemtica e dosmotivos da solicitao. Tambm consta a anlise que se faz da demanda quejustifique o procedimento adotado.

    O procedimento a descrio dos recursos e instrumentos, tcnicas utilizadas para

    obteno das informaes.

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    A anlise onde se faz uma exposio descritiva, objetiva e fidedigna dos dadoscoletados e das situaes vivenciadas.

    A concluso ser a exposio dos resultados e/ou consideraes a respeito de sua

    investigao.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    ARZENO, M. E. G. Psicodiagnstico Clnico. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 1995.

    CDIGO DE TICA PROFISSIONAL DO PSICLOGO.

    CUNHA, J. A. PsicodiagnsticoV. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

    RESOLUO CFP N 007/2003.

    URBINA, Susana. Fundamentos da Testagem Psicolgica. Porto Alegre, 2007.