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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR O USO DO COMPUTADOR NA GESTÃO ESCOLAR Keille Carla Garcia Orientador: Ilso Fernandes do Carmo ALTA FLORESTA/2008

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA

AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

O USO DO COMPUTADOR NA GESTÃO ESCOLAR

Keille Carla Garcia

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo

ALTA FLORESTA/2008

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA

AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

O USO DO COMPUTADOR NA GESTÃO ESCOLAR

Keille Carla Garcia

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Gestão Escolar”.

ALTA FLORESTA/ 2008

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA

AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

_____________________________________________

________________________________________________

ORIENTADOR

PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

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“O analfabeto do século XXI não será

aquele que não conseguir ler ou escrever,

mas aquele que não puder aprender,

desaprender e, no fim, aprender de novo.”

Alvin Toffler

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RESUMO

Esta monografia tem como principal objetivo definir a importância do

uso do computador na educação. O trabalho procura investigar se existe uma

integração entre computador e educação e se esse meio é bem aceito e bem

trabalhado pelos gestores da educação. Sabe-se, porém, que isso não é o que

acontece na realidade, pois grande parte dos gestores e educadores tem

necessidade de ampliar seus conhecimentos na área da informática e não estão

preparados para o uso do computador como uma ferramenta educacional. A

exposição desse trabalho foi desenvolvida mediante pesquisa bibliográfica,

permeando a atividade de campo, a elaboração do material escrito e análise de

dados. As discussões acerca da pesquisa etnográfica e qualitativa coletada durante

a prática interdisciplinar, envolveu diretores da Rede Pública Municipal de Alta

Floresta, e confrontadas com as teorizações apresentadas, fazem crer que o

computador pode ser uma ferramenta de mediação que contribui na formação do

futuro cidadão, acreditando que a mudança e inovação devem ser buscadas por

todos a fim de promover a melhoria da qualidade de ensino.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................06

CAPÍTULO I

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ..................................................................... 09

1.1 Os caminhos da tecnologia computacional ............................................... 120

1.2 A inserção do computador na escola .......................................................... 13

CAPÍTULO II

MITOS E VERDADES DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ............................... 16

2.1 AS Diretrizes Nacionais ............................................................................... 17

2.1.1. Contribuições da Teoria Histórico-Cultural e a Teoria da Atividade na

Educação Atual .............................................................................................. 19

CAPÍTULO III

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................... 24

CAPÍTULO IV

A SOCIEDADE ATUAL E AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS..................................31

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41

ANEXOS ................................................................................................................... 43

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INTRODUÇÃO

Os educadores encontram-se hoje inseridos numa sociedade onde o

conhecimento, a informação e o domínio da tecnologia têm se tornado um fator

decisivo para que o indivíduo se estabeleça nesta sociedade marcada pelo

desenvolvimento tecnológico.

A escola, como lugar privilegiado de transmissão e construção do

conhecimento, não pode ficar à margem deste processo, mas sim, se inteirar das

mudanças que estão acontecendo.

A aquisição do conhecimento não pode mais estar baseada no

repasse, na instrução do professor, mas na construção do conhecimento pelo aluno.

Hoje se procura inserir a escola nesta sociedade em transformação,

buscando-se repensar a educação a partir da introdução do computador como

instrumento que pode auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, sendo o gestor

escolar o agente direto para implementar a inserção do computador nas escolas.

Porém, incorporar o computador como um instrumento inovador do

processo de ensino e aprendizagem não significa apenas instrumentalizar o aluno

para sua utilização, nem instalar um laboratório de informática na escola, significa

sim, levar o aluno a construir o conhecimento através de diferentes modos de

representação e compreensão do pensamento para que este possa atuar de modo

crítico, criativo e reflexivo no contexto social no qual está inserido.

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“[...] Não se pode continuar a pensar que incorporar os novos recursos da comunicação na educação seja uma garantia pura e simples de que se esta fazendo uma nova educação, uma nova escola para o futuro.” (TAJRA, 2002: 120).

Faz-se necessária uma integração mais efetiva entre educação e

comunicação. Sendo que os gestores não podem ficar a margem do processo, eles

precisam buscar um maior conhecimento sobre o uso do computador na escola,

deixando de resistir ao mesmo, buscando utilizar de forma produtiva esse recurso

que muito pode contribuir para a educação e para a própria gestão.

Isso implica em entender o computador como uma nova maneira de

representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos

básicos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas idéias e

valores.

Nesta perspectiva de que o computador constitui-se num desafio a ser

enfrentado e abraçado por todos os que estão diretamente ligados à gestão escolar

e que estejam realmente preocupados com novas formas de conduzir uma escola e

com a melhoria da educação é que se busca, num primeiro momento, investigar a

questão do uso do computador na gestão escolar, problematizando como os

diretores da Rede Pública Municipal de Alta Floresta podem organizar sua gestão

tendo em vista a inserção das novas tecnologias de comunicação, neste caso o

computador, na escola.

Na investigação são levantadas as seguintes hipóteses:

• A maioria dos gestores não conhece as possibilidades de aprendizagem que

o computador proporciona.

• Os gestores estão despreparados para o uso do computador na escola.

• A maioria dos gestores sente necessidade de ampliar seus conhecimentos

quanto ao manejo e a utilização do computador na escola.

Neste sentido, a pesquisa buscará conhecer as práticas atuais de

utilização do computador na visão dos gestores escolares; verificar a importância do

computador para a melhoria da qualidade da educação escolar e ampliar o

conhecimento sobre o seu uso na gestão escolar.

Este estudo é realizado a partir de pesquisa de campo do tipo

etnográfica e bibliográfica, tendo o questionário como forma de coleta de dados e é

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apresentado em quatro capítulos, sendo que no primeiro, é feita a contextualização

histórica sobre o uso do computador na educação, destacando tanto a evolução

técnica como a educacional.

No segundo capítulo, discute-se as diretrizes nacionais sobre a

introdução do computador na escola, discutindo as políticas de inserção.

No terceiro capítulo, apresenta-se, a análise e discussão dos dados da

pesquisa.

No quarto capítulo, apresentam-se as propostas de ações referentes

ao uso do computador nas escolas.

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CAPÍTULO I

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Este trabalho desenvolve-se a partir da premissa de que a escola atual

deve passar por uma profunda mudança, provocada pela revolução que vem

acontecendo em todas as áreas do conhecimento, desencadeada pelo

desenvolvimento tecnológico.

Percebe-se hoje, que no campo da ciência, da tecnologia e da

informática, novos cenários se estabelecem e a escola como lugar de aprendizagem

e da construção do conhecimento, precisa atualizar-se para ser uma organização do

seu tempo e desta forma não perder sua atratividade e importância.

No entanto, mudar a escola e o jeito de ensinar hoje instituído, não é

fácil nem rápido, porém, é urgente e necessário para que a escola não fique para

trás. Neste processo, é fundamental que a escola entenda o que mudou e o que

precisa mudar. Para isso, existe o Projeto Político Pedagógico, instrumento

fundamental para o bom funcionamento da escola e para o estabelecimento das

ações que a mesma quer implementar.

Neste contexto, acredita-se que o Projeto Político Pedagógico,

juntamente com o computador, vai possibilitar a transformação da escola por dentro.

O Projeto Político Pedagógico, porque vai promover a organização de

todas as ações da escola, dos diretores e dos professores na sua globalidade.

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O computador, porque vai possibilitar a representação e testagem de

idéias ou hipóteses que levam a criação de um mundo abstrato e simbólico, ao

mesmo tempo em que irá introduzir diferentes formas de atuação e de interação

entre as pessoas. É esta tecnologia de informação, o computador, o alvo do

presente estudo.

1.1 OS CAMINHOS DA TECNOLOGIA COMPUTACIONAL

Segundo MARQUES (2003), ao longo da história da humanidade, o

homem buscou desenvolver mecanismos para aumentar suas possibilidades de

locomoção, comunicação e melhoria da qualidade de vida. Desta forma, desde a

descoberta e domínio do fogo foi desencadeado este processo de transformação.

Mais tarde, a partir do desenvolvimento da agricultura e pecuária,

surgem os primeiros instrumentos que facilitam o trabalho e aumentam a

produtividade, conseqüentemente novas necessidades e novos instrumentos

surgem, desencadeando um desenvolvimento cada vez mais rápido e sofisticado,

surgindo, desta forma, a tecnologia da informática computacional muitos séculos

depois.

A história da computação confunde-se com a própria necessidade

histórica da humanidade de efetuar cálculos.

Conforme MARQUES (2003), tudo começou nos tempos antigos, no

Antigo Egito a 4.500 anos a.C. Neste tempo os egípcios iniciaram o processo de

efetuar medidas e análises para melhor controlar suas colheitas, construções e

obras. O ser humano começava a calcular.

Na Mesopotâmia os pastores precisavam contar as ovelhas, faziam

isso com pedrinhas. Uma para cada ovelha. O ser humano começava a comparar

resultados.

A medida, porém, que os dados se complicavam e os números de

dados aumentavam, tornava-se difícil confiar nos resultados. Surge, então, na China

3.000 a.C. o ÁBACO, ferramenta que surgiu para auxiliar tais cálculos.

Esses recursos ainda hoje são usados, mas em versões mais

sofisticadas.

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Para MARQUES (2003), pouco se sabe do desenvolvimento

tecnológico e matemático desde a Idade Antiga até o final da Idade Média, pois o

obscurantismo medieval e as guerras que determinaram o fim dos tempos antigos

causaram uma perda irreparável da maioria dos registros existentes (muitas cidades

foram destruídas perdendo-se as poucas bibliotecas existentes na época).

Em 1617, já na idade moderna, surgiu a invenção das astes

deslizantes que além de fazerem o mesmo que os ÁBACOS também permitiam

multiplicar.

Em 1642 Blaise Pascal criou a máquina de somar mecânica, chamada

de máquina Pascalina. Esta máquina era baseada no princípio de engrenagens não

demonstrando resistência suficiente para ser confiável.

Outras invenções surgem, mas sem grande repercussão, devido a

deficiente tecnologia da época.

Segundo SAMPAIO (1999), foi Charles Babbage que mais tarde, já em

1822, inicia uma autêntica revolução com a criação da máquina diferencial que

resolvia também polinômios e logaritmos.

Em 1833 desenvolve a máquina analítica que tem como principal

mérito definir e dar forma aos conceitos básicos do computador: memória, cartão

perfurado contendo dados, programação, seqüência de instruções. Neste trabalho

Babbage contou com o apoio da condessa Ada Augusta de Lavace que desenvolveu

toda noção de programação lógica.

Toda história subseqüente da computação será baseada nestes

trabalhos de Babbage e Ada.

A primeira calculadora comercial foi uma somadora comandada por

teclas, criada em 1886 por Felt e aperfeiçoada em 1891 por Odhner.

Em 1890 Herman Hollerith desenvolveu um equipamento baseado em

cartões perfurados (representando dados). Tal aparelho foi utilizado mais tarde,

durante várias décadas como periférico de computadores.

Uma grande inovação surgiu em 1920 com o desenvolvimento dos

comandos elétricos que permitiram automatizar o controle dessas máquinas.

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Outros inventos surgiram até que em 1943-44 nos EUA surgiu o MARK

I, primeiro computador regido pelos princípios de Babbage, com tecnologia

eletromecânica, capaz de efetuar cálculos complexos sem interferência humana.

Neste período surgem as primeiras tentativas de utilização de

máquinas no ensino. Sidney Pressey, em 1924, inventou uma máquina para corrigir

testes de múltipla escolha.

Em 1946 surge o ENIAC, primeiro computador eletrônico e digital

automático. O ENIAC contém a arquitetura básica de um computador empregada até

hoje: memória principal (área de trabalho) memória auxiliar (onde são armazenados

os dados), unidade principal de processamento (o cérebro da máquina, que executa

todas as informações) e dispositivos de entrada e saída dos dados que atualmente

permitem a ligação de periféricos como: monitor, teclado, mouse, tela, impressora

entre outros.

A invenção do transistor, em 1947, substitui progressivamente as

válvulas que funcionavam até então, aumentando a velocidade das máquinas.

A partir da década de 50 os computadores começam a ser empregados

com fins comerciais e seu tamanho e preços começam a diminuir.

Segundo SAMPAIO (1999), no início desta década, Skinner, professor

de Harvard, propôs uma máquina para ensinar usando o conceito de instrução

programada. Este consiste em dividir o material a ser ensinado em pequenos

seguimentos logicamente encadeados e denominados módulos. Diversos softwares

de instrução programada são implementados, concretizando a máquina de ensinar

de Skinner. Nascia a instrução auxiliada por computador, o (CAI). Empresas como a

IBM, RCA, investiram na produção de CAI para comercializá-los, estes eram

principalmente utilizados nas universidades. Esta proposta não se popularizou

devido às dificuldades para a produção do material instrucional e os materiais

existentes não possuírem nenhuma padronização, dificultando a sua disseminação.

Neste período inicia-se a pesquisa de circuitos integrados: os chips,

responsáveis pela crescente minituarização dos equipamentos eletrônicos.

Em 1974 a Intel projeta o microprocessador, tecnologia que permite a

criação do computador pessoal ou micro computador.

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Em 1981, a IBM lança o seu PC, que se torna um sucesso comercial. O

Sistema Operacional usado é o MS-DOS, desenvolvido pela empresa de software

Microsoft.

Conforme TAJRA (1998), na época, Bill Gates, o dono da Microsoft,

convence a IBM e as demais companhias a adotarem o sistema operacional da sua

empresa, permitindo assim que um mesmo programa funcione em micros de vários

fabricantes.

Posteriormente os PCS passam a usar microprocessadores cada vez

mais potentes.Em 1985, a Microsoft lança a interface gráfica windows, adaptando

para os PCS o uso de ícones e do mouse. O windows só alcança sucesso a partir de

90 com a versão 3.0.

1.2 A INSERÇÃO DO COMPUTADOR NA ESCOLA

Na área educacional, é criada em 1979 a Secretaria Especial de

Informática (SEI), que tinha entre outras incumbências pesquisar os aspectos

teóricos e a aplicabilidade dos computadores no processo de ensino e

aprendizagem em todos os níveis de ensino.

Em 1981 foi realizado o 1o Seminário Nacional de Informática, do qual

além de outras coisas resultou o Projeto EDUCON, aprovado oficialmente em julho

de1983. Este projeto foi pioneiro na associação da informática com a educação,

representando um grande passo para a conscientização dos que lidavam com o

ensino, no sentido de considerarem uma aplicação pedagógica do computador sem

prejuízos dos objetivos mais gerais da educação.

Para TAJRA (1998). Todos os centros de pesquisa do projeto

EDUCOM atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o

computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem. O grande

desafio era a mudança da abordagem educacional, isto é, transformar uma

educação centrada no ensino, na transmissão das informações, para uma educação

que o aluno pudesse realizar atividades através do computador e assim aprender.

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Cabe salientar, no entanto, que a maioria das propostas do EDUCOM

não se concretizaram na prática e atualmente o governo procura incentivar a

informatização das escolas através do programa PROINFO.

O PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação) foi

lançado pelo Ministério da Educação (MEC) em 10 de abril de 1997.

O que levou o MEC a optar por incluir entre suas prioridades a

introdução da informática na rede pública de ensino foi a crescente importância da

tecnologia na vida das pessoas.

O PROINFO é coordenado pela Secretaria de Educação a Distância

SEED/MEC e desenvolvida em parceria com os governos estaduais e municipais.

De acordo com KENSKI (2003), este programa abrange a rede pública

de ensino fundamental e médio de todas as unidades da federação, tendo como

objetivos:

• Melhorar a qualidade do processo ensino aprendizagem.

• Possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva no ambiente escolar,

mediante incorporação adequada das novas tecnologias da informação pelas

escolas.

• Educar para a cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida.

• Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico- tecnológico.

• Valorizar o professor.

Segundo KENSKI (2003), a implantação da informática educacional na

escola pública dar-se-á através de:

• Projetos de adesão elaborados pelas escolas.

• Instalação de laboratórios de informática.

• Capacitação de recursos humanos, como agentes multiplicadores e corpo

doscente das escolas.

Observa-se aqui que a capacitação de recursos humanos é condição

fundamental para o sucesso do programa. Esta capacitação será viabilizada pelos

NTEs (Núcleos de tecnologia educacional). O NTE é uma estrutura de apoio técnico

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pedagógico ao processo de informatização das escolas públicas municipais e

estaduais e tem como objetivo, capacitar os multiplicadores e professores, bem

como prestar assistência às escolas que fazem parte do programa e acompanhar as

ações do PROINFO na sua jurisdição.

Para KENSKI (2003), mediante a capacitação dos professores,

pretende-se criar uma cultura escolar de uso das novas tecnologias de comunicação

e informação e em especial do computador. Quer-se com isso privilegiar a

aprendizagem baseada na construção do conhecimento preparando o professor

para assumir uma nova postura pedagógica.

Vê-se então que na década de 1990 surgem novos programas e estes

exigem poderosas e velozes máquinas, devido a incorporação de imagens e sons

aos computadores e desenvolvimento de softwares e hardwares.

Estes computadores além do processamento de dados reúnem: fax

modem, secretária eletrônica, scanner, acesso a Internet e drive de CDs e DVDs.

A partir do ano 2000 os computadores estão presentes em quase todos

os aspectos de nossa vida, quer seja no talão de cheques, seja no telefone, no

crediário da loja, no cartão de crédito, em casa, na educação ou em qualquer outra

situação.

Para LIBÂNEO (2004), esta ampla difusão do computador tende cada

dia mais a se alastrar por todo o planeta e não é à toa que os recursos

informatizados devem receber atenção especial dos gestores da educação que

pretendem realizar um trabalho sintonizados com a evolução do conhecimento da

sociedade moderna.

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CAPÍTULO II

MITOS E VERDADES DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO

A inserção dos recursos computacionais na educação ainda gera

polêmica, devido a sua complexidade e/ou a resistência e indiferença demonstrada

por alguns educadores. Salienta-se no entanto, que muitos educadores acreditam e

afirmam que o computador é uma ferramenta essencial para a educação pois pode

favorecer a assimilação de conceitos pedagógicos necessários à construção de

competências e habilidades que devem ser desenvolvidas na educação.

Nesta discussão defende-se a idéia de que o computador jamais irá

ocupar o lugar do professor, mas que ele é uma ferramenta de mediação

educacional, que tem a função de estimular a aprendizagem e desenvolver a

construção do conhecimento.

Isso fica claro nos PCNs quando o mesmo discute os mitos e verdades

que permeiam a comunidade escolar em relação a inserção do computador e de

outras tecnologias na escola. Este diz:

Para isso será feita neste momento uma discussão das diretrizes

nacionais que permeiam a inserção do computador na educação, na perspectiva de

que o computador pode favorecer a aprendizagem significativa, refletida e buscada

hoje na educação brasileira.

“[...] A discussão sobre a incorporação das novas tecnologias na prática de sala de aula é muitas vezes acompanhada pela crença de que elas podem substituir os professores em muitas circunstâncias. A tecnologia traz inúmeras contribuições para a atividade de ensino e para os processos de aprendizagem dos alunos, mas não substitui o professor e, muito menos, os processos criativos do próprio

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estudante, na produção do conhecimento. O professor continua sendo quem planeja e desenvolve situações de ensino a partir do conhecimento que possui sobre o conteúdo, sobre os processos de aprendizagem, sobre a didática das disciplinas e sobre a potencialidade da ferramenta tecnológica como um recurso para a aprendizagem... é sempre o professor quem define quando, por que e como utilizar o recurso tecnológico a serviço do processo de ensino e aprendizagem. O professor é sempre o responsável pelos processos que desencadeia para promover a construção de conhecimentos, e nesse sentido é insubstituível.” (PCNs, 1998 : 155).

Toda discussão será feita baseando-se em estudos e reflexões feitos

com base na LDB, Programa PROINFO, e PCNs.

2.1 AS DIRETRIZES NACIONAIS

No Brasil, a implantação do uso da informática na educação, nunca foi

centralizada pelo MEC. Foi de fato fruto de discussões e propostas feitas por

técnicos e pesquisadores da área. O MEC apenas assume o papel de acompanhar,

viabilizar e implementar tais decisões.

O programa brasileiro de informática na educação caracteriza-se desta

forma pela descentralização.

Como já visto anteriormente, o Projeto EDUCOM foi o primeiro passo

dado rumo a implementação da informática na educação. Apesar de muita coisa ter

ficado só no papel, foi ele que possibilitou o surgimento de novas discussões e

novos projetos até os dias de hoje. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) promulgada

em 1996, traz alguma informação em relação a isso, principalmente no que se refere

ao ensino médio e superior.

Quanto ao ensino fundamental, a LDB traz no artigo 32, parágrafo II,

que um dos objetivos do ensino fundamental “é a compreensão do ambiente natural

e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se

fundamenta a sociedade” (LDB, 1996). Salienta-se, no entanto, que em nenhum

momento a lei deixa claro o que significa essa compreensão, nem como a mesma se

dará.

Apesar de citar a palavra tecnologia, algumas vezes em seu interior, o

que ocorre de fato é que a lei não se refere à informática educativa, ignorando

totalmente a importância de uma discussão mais profunda do uso das tecnologias

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na educação. É lamentável na lei a falta de direcionamento no campo da informática

educativa, pois desta forma fica comprometida a participação efetiva da educação no

processo de construção da sociedade da comunicação, ficando evidente a visão

bastante tradicionalista que ainda impera nas políticas educacionais do país.

Essa despreocupação evidente na lei, quanto a esta questão, revela

também um comprometedor atraso da educação em relação aos demais setores da

sociedade neste início de século.

Com efeito, em 1997 buscou-se através do Programa PROINFO, suprir

aquilo que é deficiente na lei. Com este programa abri-se a discussão sobre o uso

da informática na educação. Como já dito anteriormente, neste programa são

estabelecidos objetivos, definidos critérios e ações que deverão ser implementados

a fim de que o uso do computador e da informática sejam inseridos na escola.

O PROINFO abre caminhos para que seja aberta nos PCNs,

elaborados em 1998, a discussão mais clara e aberta sobre o uso das tecnologias

da informação, principalmente do computador na educação.

Os PCNs (1998), afirmam que uma das funções da escola é favorecer

a produção e utilização das múltiplas linguagens, das expressões e dos

conhecimentos históricos, sociais, científicos e tecnológicos, sem perder de vista a

autonomia intelectual e moral do aluno, como finalidade básica da educação.

Ao destacar a importância dos recursos tecnológicos na sociedade

contemporânea dá uma idéia geral das mudanças geradas por este

desenvolvimento, principalmente nas últimas décadas e destaca a idéia de que a

educação pode contribuir para diminuir as diferenças e desigualdades na medida em

que acompanhar os processos de mudanças, oferecendo formação adequada às

novas necessidades da vida moderna.

Essas novas necessidades estão expressas quando os PCNs definem

como eixo norteador das ações educativas, que o professor deve proporcionar o

ensino e aprendizagem, tendo como princípio o aprender a conhecer, o aprender

fazer, o aprender a ser e o aprender a conviver.

Aprender a conhecer significa despertar no aluno o prazer de

compreender, de descobrir, de construir e reconstruir o conhecimento, trabalhando a

curiosidade e a autonomia desenvolvendo-as pedagogicamente.

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Aprender a fazer significa tanto a aquisição de qualificação como a de

competências que o individuo precisa para enfrentar as variadas situações de

trabalho. O sujeito precisa ser um profissional qualificado, mas com competência

individual.

O aprender a conviver requer a compreensão do outro, o

desenvolvimento da percepção de interdependência, da não violência, da

capacidade de administrar conflitos e a valorização do outro. Isso significa aprender

a viver junto na descoberta progressiva do outro e da interdependência na

participação de projetos comuns.

O aprender a ser significa contribuir para o desenvolvimento integral da

pessoa, da inteligência, do corpo e do espírito, tornando-se capaz de elaborar o

pensamento autônomo e crítico, a imaginação criadora e as potencialidades

individuais de cada um.

Isso requer comprometimento com as atitudes e habilidades que se

quer construir e re-construir com o aluno.

Recorrendo a perspectiva progressista histórico cultural de Vigotsky

ressalta-se a Teoria da Atividade de Leontiev como suporte para a transformação,

do conhecimento as quais serão sinteticamente tratadas na seção seguinte.

2.1.1. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E A TEORIA DA

ATIVIDADE NA EDUCAÇÃO ATUAL

Sendo historicamente produzidas na visão histórico-cultural, as

competências podem ser compreendidas a partir da observação da vivência

cotidiana, do conhecimento cotidiano, das práticas sociais e das funções

rudimentares do sujeito.

Professores e educadores precisam conhecer desta forma as diversas

manifestações culturais, sociais políticas e humanas da sociedade ou comunidade

onde seu aluno vive.

“[...] Conforme a Teoria histórico-cultural a estrutura dos processos mentais e humanos está intimamente ligada, tanto aos meios quanto aos métodos sócio-históricos que se formam e se transmitem no processo de trabalho cooperativo e de interação social.” (DAMASIO, 2000 : 46)

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Segundo DAMÁSIO, (2000, p. 52), a teoria da atividade diz que o ser

humano é capaz de relacionar-se com o mundo de forma voluntária e intencional

mediada por instrumentos para atingir determinados fins, sua estrutura é criada

pelas condições sociais e as relações humanas delas decorrentes.

HAHN (1999, p. 2) a define como uma estrutura filosófica e

interdisciplinar que busca estudar diferentes formas de práticas humanas, de

processos de desenvolvimento, tanto individual quanto social. Ela oriunda das

seguintes vertentes: a filosofia clássica alemã (Kant e Hegel), dos escritos de Max e

Engels que elaboraram o conceito da atividade e da psicologia soviética fundada por

Vigotsky, Leontiev e Lúria. Este termo Teoria da Atividade teve seu surgimento nas

décadas de 1920 e 1930 dentro da escola soviética de psicologia. A Teoria da

Atividade constitue-se por um conjunto de princípios que a norteiam e criam um

sistema conceitual geral.

De acordo com HAHN (1999, p. 2) estes princípios são:

• Princípio da unidade entre consciência e atividade. É o princípio fundamental da

Teoria da Atividade. Nele consciência e atividade são concebidas de forma

integrada. Assim a consciência é a mente humana como um todo enquanto a

atividade é a interação humana com sua realidade objetiva.

• Princípio de orientação do objeto. Este enfoca a abordagem da Teoria da

Atividade para o ambiente no qual o sujeito interage.

• Princípio da estrutura hierárquica da atividade. Procura diferenciar os

procedimentos humanos em vários níveis, que são: atividade, ação e operação,

considerando os objetivos para os quais são orientados esses procedimentos.

• Princípio da internalização-externalização. Este descreve e define os mecanismos

básicos da origem dos processos mentais. Internalização é o processo de

absorção de informações fornecidas pelo ambiente em que o sujeito está inserido

e a externalização é o processo inverso da internalização, manifesto através dos

atos, a fim de serem verificados e corrigidos.

• Princípio da mediação. A atividade é mediada por um número de ferramentas,

externas ou internas, funcionando como veículos da experiência social e do

conhecimento cultural.

20

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• Princípio do desenvolvimento. Isto significa entender o objeto estudado,

conhecendo como ele se desenvolveu até sua forma atual.

“Cabe ressaltar também, que segundo a teoria da atividade uma atividade, é uma forma de agir do sujeito direcionado a um objeto. Esta possui três elementos: o sujeito, o objeto e a ferramenta de mediação. Neste caso, o sujeito é o agente que atua sobre o objeto da atividade. O objeto é o elemento no qual as ações da atividade estarão direcionadas e as ferramentas são os artefatos da mediação usadas na transformação do objeto.” (HAHN, 1999 : 3).

No contexto desta teoria a atividade é a ação de um sujeito ativo, não é

qualquer ação, mas um conjunto de ações, carregadas de finalidade, motivação e

vinculação com a vida do sujeito. A atividade desta forma é determinada por motivos

e fins a serem alcançados.

O gerador da atividade é o motivo, isto é, a atividade só existe se existir

o motivo. Damásio ressalta que:

“[...] a atividade na abordagem histórico-cultural, se caracteriza como sendo consciente (não adaptativa) e mediada pelo fato de ser dirigida por fins e motivos; envolve ações, e, conseqüentemente um planejamento de operações. Acima de tudo tem como pressuposto básico que a estrutura, acima explicitada, só existe pelo fato dela ter sido construída pelas condições sociais e nas relações humanas delas decorrentes.” (DAMÁSIO, 2000 : 52).

Assim, toda atividade de aprendizagem deve ter um motivo para

aprender, deve explicitar uma finalidade em aprender e trazer em si uma relação do

aprendizado com a vida. Não basta, porém, que o professor tenha esses motivos,

finalidades e sentido para a vida. É preciso que o mesmo ocorra também com o

aluno para ocorrer a aprendizagem.

Percebe-se, assim, que as atividades de aprendizagem não ocorrem

espontaneamente. O professor que é o responsável pela elaboração das atividades

e sua condução, deve selecionar e problematizar temáticas, apontando finalidades e

criando motivos para os alunos quererem abordarem tais temáticas. Estas atividades

precisam despertar nos alunos a vontade de realizá-las e resultarem na elaboração

e apropriação dos conceitos científicos.

Estas atividades de aprendizagem baseadas na Teoria da Atividade

devem se desenvolver no âmbito da zona de desenvolvimento proximal dos alunos.

Pois, propor atividades de aprendizagem para o que os alunos já sabem (nível de

desenvolvimento real) não faz sentido e resultam no fracasso do ensino.

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É preciso que o educando aprenda, e aprender implica em apropriar-se

de algo novo, ou seja, alcançar o nível de desenvolvimento potencial. Simplificando,

o aluno não aprende o que já sabe e também não aprende aquilo que ainda não

consegue estabelecer relações, ainda não tem noção, isto é, não aprende o que

está para além de seu nível de desenvolvimento potencial.

Para DAMÁSIO (2000, p. 57) a zona de desenvolvimento proximal é

determinante no que se refere à aprendizagem, pois as atividades que o aluno

realiza num determinado período, com ajuda do professor ou de outra pessoa, criam

condições para que num período posterior, sejam realizadas apenas pelo próprio

aluno.

É a zona de desenvolvimento proximal que determina a disposição do

sujeito para a aprendizagem, estimulado pela interlocução que estabelece com

alguém. Assim a disposição explicita a atividade da pessoa e esta é impulsionada

pela vontade que se manifesta num motivo, num objetivo e num fim.

Nesta perspectiva o computador poderá contribuir muito para a

aprendizagem, por ser uma ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo de seu

interesse, ocorrendo o aprendizado pelo fato de estar fazendo uma tarefa por

intermédio do computador. Ao se trabalhar em ambientes computacionais, segundo

ALMEIDA (2000, p. 71), além de o professor trabalhar com conhecimentos

significativos ele deve identificar a ZDP (zona de desenvolvimento proximal) do

aluno, podendo atuar de forma adequada aos conhecimentos que o mesmo

demonstrar possuir de forma a estabelecer as conexões necessárias entre estes

conhecimentos, para a construção de conhecimentos novos e mais complexos.

Para isso o professor deverá conscientizar-se da importância de seu

papel neste processo e de que o computador é um auxiliar na aprendizagem do

aluno, não é um fim em si mesmo. O professor deverá estar ciente que além de

aprender informática, o aluno precisa aprender a usar a informática. É importante

que:

“[...] A apropriação dessa tecnologia seja proposta em termos da aquisição de uma série de habilidades que possibilitem ao aluno o desenvolvimento de processos cognitivos, psicomotores e afetivos organizadores da capacidade e da competência para aprender. O uso do computador na sala de aula exige uma preocupação mais com o processo do que com o produto.” (FREIRE e VALENTE, 2001: 45).

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Também é relevante destacar que as atividades de aprendizagem não

ocorrem espontaneamente, estas devem ser elaboradas e conduzidas pelo

professor, que deverá selecionar e problematizar temáticas , apontando finalidades

e criando motivos que despertem nos alunos a vontade de realizá-las. O computador

como instrumento que favorece a construção do conhecimento pelo aluno, exige o

rompimento com o que está estabelecido, a superação das amarras impostas pelos

currículos e grades curriculares, tornando o ato de ensinar e aprender mais

prazeroso, tanto para o professor quanto para o aluno, não esquecendo que o que

determina a eficácia do ensino e da aprendizagem é a existência de um projeto

político escolar adequado, rico, consistente, motivador, crítico e inovador, construído

coletivamente dentro das diretrizes de uma educação para a cidadania, para a

criatividade, para a vivência de democracia e da liberdade apontando aos alunos, o

caminho da construção de uma sociedade mais digna de se viver.

Para construir esta escola que concebe o aluno como sujeito construtor

do conhecimento, faz-se necessário adotar a metodologia dialética que viabiliza

atividades relevantes como requer a teoria da atividade.

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CAPÍTULO III

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A pesquisa aconteceu nas escolas da Rede Pública Municipal de Alta

Floresta. Os sujeitos da pesquisa foram os três (3) diretores desta rede e que

estavam ou não em contato com as novas tecnologias educacionais. O objetivo da

utilização de questionários foi obter uma análise essencialmente objetiva, que

transparecesse de forma clara a real situação dos estabelecimentos de ensino e o

pensamento dos diretores.

A pesquisa de campo aconteceu naturalmente através da entrega dos

questionários aos diretores. Depois dos questionários respondidos, as informações

foram sendo ordenadas e assim visualizando as questões da pesquisa presentes

nos dados colhidos, foi possível a análise das respostas.

A análise das respostas registradas na pesquisa foi feita por

agrupamento de categorias.

QUADRO 1 Quanto ao Grau de Formação Profissional

Grau de instrução População % Curso médio - - Pedagogia incompleta - - Pedagogia 1 33,3 Outro curso superior - - Pós-graduação (Especialização) 2 66,6 Outros - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2007

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O quadro um (1) refere-se a formação dos diretores. Na análise das

respostas constatou-se que:

66,6% dos diretores possuem especialização no nível de pós-

graduação, enquanto 33,3% têm formação completa em Pedagogia.

QUADRO 2. Quanto ao Uso dos Recursos de Informática

Critério de utilização População % É usuário freqüente 1 33,3 É usuário eventual 1 33,3 Não é usuário 1 33,3 Outros - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2007

Este quadro dois (2) analisa se os diretores pesquisados são usuários

dos recursos de informática. Constatou-se que 33,3% são usuários freqüentes tanto

do computador quanto da internet, 33,3% são usuários eventuais e 33,3% não é

usuário.

É possível, através destes dados, observar que de fato a maior parte

dos diretores não tem acesso direto a estes recursos. Convém então destacar que

aquilo que se difunde nos meios de comunicação de que todas as escolas e todos

os cidadãos possuem condições de acesso a informação não acontece de fato.

Pode ser também que isso represente a acomodação dos diretores e professores na

busca de atualização.

Diante deste quadro, porém, verifica-se que é urgente investir em

tecnologia se a escola quiser acompanhar o processo de mudanças que vem

ocorrendo na sociedade, bem como investir na formação dos diretores e dos

professores e na sua valorização, proporcionando os meios, a experiência e a

confiança para bem utilizar estas tecnologias.

Quadro 3. Quanto aos Recursos Tecnológicos existentes nas escolas

municipais de Alta Floresta

Recursos tecnológicos Quantidade de equipamentos nas escolas

%

Rádio 3 100 TV 3 100 Telefone 3 100 Vídeo 3 100 Computador 3 100

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Internet 3 100 Parabólica - - Retroprojetor 2 66,6 Calculadora 3 100 TV escola - - Biblioteca 3 100 Mimeografo 3 100 Quadro giz 3 100 Videoteca 2 66,6 Maquina datilografia - - Filmadora - - Gravador - - Outros - -

Fonte: Dados Escolares-2007 Obs: Algumas escolas dispunham de mais de um item dos indicados

Ao responderem esta questão que busca verificar os meios

tecnológicos existentes nas escolas, 100% dos diretores responderam possuir na

escola, rádio, tv, telefone, vídeo, computador, internet, calculadora, mimeógrafo,

quadro de giz e biblioteca. 66,6% tem retroprojetor e videoteca.

Vê-se que todas as escolas dispõem de algum tipo de recurso e que os

diretores e os professores concebem os meios tecnológicos como artefatos ou

instrumentos.

Mesmo sabendo que as tecnologias permitem dar um grande salto nas

formas, na organização e conteúdos da educação, a escola permanece como que

anestesiada, cortada de boa parte do processo de pesquisa e desenvolvimento,

privada de uma visão mais ampla do desafio que tem de enfrentar.

A informática, o computador, os multimeios e tantos outros elementos

se generalizam rapidamente. Faz-se necessário então, repensar as funções dos

gestores e dos professores como mediadores desse processo e quebrar as

resistências, procurando organizar a assimilação produtiva de um conjunto de

instrumentos poderosos como o computador.

Quadro 4. Quanto a Utilização dos Meios Tecnológicos na Escola

Critério População % Sim 3 100 Não - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2007

Do universo dos que usam os meios tecnológicos disponíveis,

verificou-se que:

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100% dos diretores afirmam que são utilizados alguns destes meios

nas suas escolas, principalmente a tv/vídeo, o mimeógrafo, e o quadro giz. Usam

também a calculadora e retroprojetor.

Quadro 5. Quanto a Freqüência de Uso dos Meios Tecnológicos na Escola

Critério População % Todos os dias 2 66,6 Uma vez por semana - - A cada 15 dias 1 33,3 Uma vez por mês - - Outros 3 100

Fonte: Dados Escolares-2007

Quanto à freqüência de uso expressa no quadro V percebe-se que

66,6% dos diretores afirmam que esses recursos são usados todos os dias, e 33,3%

usam a cada quinze dias.

Quadro 6. Quanto a Inserção do Computador na Escola

Critério População % Ótimo 3 100 Bom - - Regular - - Péssimo - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2007

Ao serem questionados sobre o que pensam da inserção do

computador e da internet na escola, percebeu-se que 100% dos diretores acham

que isso será ótimo.

Isso demonstra que os diretores ao menos teoricamente acreditam que

não é mais possível permanecer na contra mão da história, porque, segundo eles, o

computador:

• É uma novidade que trará benefícios para todos.

• Será um incentivo a mais para os alunos.

• Proporciona mais qualidade no ensino onde o professor poderá ensinar mais os

seus alunos e terá mais conhecimento.

• O professor terá oportunidade de estar por dentro da tecnologia para não ficar em

defasagem.

• Representa uma nova forma de se atualizar.

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• Permite que todos os alunos tenham acesso e a essa tecnologia e não apenas

uma minoria.

• É uma ferramenta poderosa que vale pelos mais modernos laboratórios e as mais

equipadas bibliotecas.

Quadro 7. Quanto a Contribuição do Computador na Melhoria da Educação

Critério População % Sim 3 100 Não - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2007

100% dos diretores acreditam que o computador pode contribuir para a

melhoria da educação porque o mesmo pode, segundo eles:

• Contribuir, no sentido de tornar as aulas mais atrativas, participativas e dinâmicas.

• Estimular o aluno e o professor a conhecer mais e desenvolver o raciocínio.

• Tornar as aulas mais agradáveis facilitando a aprendizagem.

• Auxiliar o professor e garantir ao educando maiores possibilidades de

desenvolvimento.

• Permitir a visualização, tornando o aprendizado mais próximo da realidade,

facilitando a compreensão.

• Permitir reconhecer que a educação vai muito além do que se ensina na escola.

• Contribuir para o ensino e aprendizagem desde que seja usada para pesquisa,

para o crescimento educacional e não apenas para cópias de transferir do

computador ou da internet para o papel ou para o disquete.

Os diretores estão conscientes da necessidade de se aperfeiçoar,

todavia ainda permanece a idéia de que o conhecimento deve ser transmitido, tendo

o professor como dono do saber. Isso precisa acabar, pois não se pode utilizar a

informática apenas na forma de instrução, de exercício e prática.

É preciso possibilitar o contato com o conhecimento socialmente

construído e sendo os computadores e a internet equipamentos eficazes para isso,

então, que essa construção aconteça de forma interativa, concebendo o aluno um

ser total capaz de criar novas maneiras de aprender o mundo.

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Temos também a internet que com certeza é um meio mais rápido de

adquirir informações ou pesquisar instantaneamente o que se deseja, fazendo

inclusive com que o pesquisador participe de determinadas discussões interagindo

com o meio e multiplicando informações.

Na escola o computador pode fazer com que o aluno motivado pelo

novo e diferente, investigue, pesquise, participe do processo criando textos para

jornais da escola, por exemplo, procurando textos sobre temas em estudo,

construindo seus próprios conceitos.

Quadro 8. Quanto à Formação para a Utilização do Computador

Critério População % Sim 3 100 Não - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2002

Quanto a receber treinamento e formação para a utilização do

computador 100% dos diretores responderam já ter feito cursos de computação.

Cabe salientar porém que todos eles fizeram apenas um curso para utilização do

computador no ambiente escolar.

Aqui é preciso observar a importância de não apenas disponibilizar os

novos recursos, mas haver também uma preocupação na atualização dos

professores, quanto ao uso desta tecnologia.

Quadro 9. Necessidade de Especializar-se no Manejo e Utilização do Computador?

Critério População % Sim 3 100 Não - - Total 3 100

Fonte: Dados Escolares-2002

No quadro 9 que infere a necessidade de especialização para o uso do

computador, 100% dos diretores sentem necessidade desta especialização para:

• Ter uma visão de mundo mais ampla;

• a oportunidade de usufruir os benefícios da tecnologia;

• ter mais conhecimento;

• especializar-se e adaptar-se aos novos conhecimentos e instrumentos;

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• identificar-se com os alunos que já tem acesso ao computador, estando por

dentro do que acontece de novo na área da educação, conhecendo-o para operar

e utilizar na prática escolar;

• atender as exigências do mercado que requer pessoas especializadas na área da

informática;

• proporcionar aulas mais motivadas e menos monótonas, tendo-se mais

segurança.

A partir da pesquisa realizada, pode-se afirmar que é necessário

reconhecer que o novo padrão tecnológico traz a necessidade da adoção, por parte

dos gestores e professores de linguagens, instrumentos e estilos organizacionais

relativamente comuns a muitos setores da sociedade.

O educador precisa juntamente com a escola incorporar o computador

a fim de utilizá-lo para superar os desafios do mundo moderno.

É fundamental que se façam investimentos na formação do profissional

da educação que leve em conta a nova relação professor-aluno e que o professor

deixe de ser o único portador do saber legítimo e passe a ser um investigador,

provocador e guia das formas próprias de construção do conhecimento, bem como

um descobridor e incentivador das habilidades específicas do aluno.

Os diretores e professores não podem ficar alheios as novas

tecnologias, principalmente a computacional, pois ela faz parte das transformações

que ocorrem muito rapidamente no mundo inteiro. Cabe ao diretor promover na

escola a inserção desta tecnologia e ao professor orientar seus alunos a buscar o

conhecimento de modo que lhe seja útil a sua vida pessoal, profissional e social,

intensificando o trabalho educativo.

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CAPÍTULO IV

A SOCIEDADE ATUAL E AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS

SUBSÍDIOS TEÓRICOS

Como temos visto, na sociedade atual, muitos desafios surgem a partir

da rapidez das mudanças tecnológicas e demandam a formação de sujeitos com

ampla visão de conjunto, flexibilidade, adaptação, agilidade e inovação.

Nesta formação destaca-se a grande influência dos meios de

comunicação e informação, dos quais se sobressai o computador, nos diversos

seguimentos da sociedade, inclusive a educação.

Para GERMAN (2000), estes seguimentos devem buscar neste

contexto, um posicionamento crítico e aberto às mudanças, com ênfase ao

desenvolvimento de competências e habilidades que ajudem ao aluno desenvolver-

se na sua totalidade, tendo em vista o exercício da vivência cooperativa e da

cidadania.

CASTELLS (2000), acredita que o computador e tudo o que ele pode

oferecer como recurso tecnológico no ensino e aprendizagem, abre canais de auto

expressão e interlocução do sujeito, reforçando os valores de competências

comunicativas, bem como, criando condições para que o aluno ao invés de ser

somente receptor, passe a produzir suas próprias mensagens, seus textos e muito

mais, desenvolvendo sua criatividade e criticidade, ampliando seus horizontes e sua

visão de mundo.

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Para IANNI (2002), além disso, o uso do computador pode incitar o

educador a um refazer constante das práticas pedagógicas, muitas vezes

enraizadas a posturas diretivas.

Para GERMAN (2000), nestas novas formas de ação o educador deve

ter claro que o educando aprende a enfrentar desafios, através da mobilização de

competências frente a problemas significativos para eles.

Nesta visão acredita-se que só terão significado para o aluno

problemas que se referem ao seu contexto.

Segundo CASTELLS (2000), cada aluno é único e diferente, com

saberes e competências acumulados com a escola e com a vida, neste sentido cabe

ao professor ampliar os conhecimentos que o aluno possui e mobilizá-lo a buscar

seu desenvolvimento pessoal. Por isso é importante a contextualização. Para

GERMAN (2000), é ela que mobiliza as relações do que cada um possui, ampliando

o conhecimento.

De acordo com IANNI (2002), trabalhar a partir de situações

significativas, que tenham relação com a vida, para o aluno é contextualizar.

Trabalhar assim, portanto, é diferente de apenas dar exemplos. É preciso ter em

vista, então, que contextualização é princípio e não estratégia de ação.

Enfatiza-se na entanto, que contextualização, além de ser efetivada

pedagogicamente, a partir do que tem significado para o aluno, também se realiza

numa rede de conhecimentos, expressos nos conceitos e conhecimentos das

disciplinas.

Estes conceitos e conhecimentos, são contextualizados no tempo, no

espaço e no próprio universo do conhecimento, efetivando-se desta forma a

interdisciplinaridade na educação.

Neste ponto de vista, para CASTELLS (2000), a interdisciplinaridade,

que articula as disciplinas, buscando superar a fragmentação do ensino, que tanto

dificulta a compreensão dos mundos físico e social.

Construir o currículo de forma interdisciplinar, aponta a necessidade de

reconstrução do homem integral, através da interação de conhecimentos

específicos.

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De acordo com GERMAN (2000), este processo se dá através da

negação, da superação, da complementação e ampliação de conceitos, em

permanentes questionamentos.

Para CASTELLS (2000), a metodologia dialética que está mais próxima

ao desenvolvimento do currículo por competências, elaborado interdisciplinarmente

através de contextos significativos, que contemplem cada vez mais os aspectos da

cultura dos alunos é a atividade. Atividades que viabilizem para o aluno situações de

aprendizagem que despertem seu interesse e a vontade de realizá-las.

As atividades são importantes, porque além de propiciar que tais

concepções e práticas sejam aplicadas, sua construção se dá no coletivo.

Segundo GERMAN (2000), esta construção proporciona e oportuniza a

reflexão e o incentivo à práticas de valores, como o respeito as diferenças e a

solidariedade, pertinentes a aplicação da Teoria da Atividade, comentada

anteriormente no segundo capítulo.

É valiosa também esta metodologia por ser inerente a ela, um processo

de avaliação contínua, promovendo a avaliação diferenciada e a auto-avaliação e

por promover a construção da autonomia do aluno.

CASTELLS (2000), ao se utilizar o computador como instrumento para a

assimilação de conceitos é necessário respeitar o livre arbítrio do aluno, ou seja,

respeitar sua capacidade individual de autodeterminação.

O computador já mostrou que na aprendizagem é importante também,

saber fascinar, saber despertar o ser pensante, crítico e criativo que o aluno tem

dentro de si. Segundo IANNI (2002), com isso o mesmo torna-se capaz de superar

obstáculos e aos poucos vai tornando-se capaz de inventar, de resolver e criar

situações de aprendizagens, ampliando seu conhecimento e tornando-se sujeito de

sua própria aprendizagem.

Considera-se também que a partir da pesquisa realizada, ficou

evidente a necessidade da formação dos diretores e professor para o uso do

computador, pois, cabe ao diretor e ao professor mediador a responsabilidade de

orientar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, e isso só será possível se

ambos souberem, buscar, analisar, sintetizar informações que o levem a tomar as

decisões adequadas.

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Segundo LOJKINE (2002), para tomar as decisões adequadas e fazer

este trabalho de mediação, o diretor e o professor mediador precisa também se

apropriar de informações que deixem clara a percepção de como se processa a

produção do conhecimento em sala de aula, com o uso do computador. Para

CASTELLS (2000), eles precisam ter claro quais e de que forma as atividades

deverão ser desenvolvidas.

Para IANNI (2002), tendo uma formação que aprimore o conhecimento

quanto ao uso do computador, o diretor e o professor serão capazes de atuar como

mediadores, elaborando e produzindo, juntamente com os alunos, atividades

significativas para eles, e que vão proporcionar a aquisição do conhecimento novo,

efetivando-se desta forma a aprendizagem, bem como a aquisição das

competências e habilidades, necessárias ao exercício da cidadania, objetivadas e

propostas pela Teoria da Atividade.

Conforme LOJKINE (2002), com base na idéia de se proporcionar aos

educandos um ensino não mais centrado nos saberes disciplinares, mas sim num

ensino que considere a construção de competências e habilidades é que a gestão

escolar deve firmar-se e construir um projeto educativo comprometido com a

formação do cidadão capaz de produzir e usufruir o conhecimento adquirido na

realidade na qual está inserido.

Neste sentido, o gestor deve mobilizar a escola para a construção do

Projeto Político Pedagógico da escola, garantindo nele a incorporação do

computador. Para CASTELLS (2000), é a partir desta construção coletiva que a

escola estabelece sua identidade própria e consegue estabelecer uma gestão

inovadora de aprendizagem.

Nesta perspectiva, a atuação do diretor da escola é fundamental. Para

IANNI (2002), Este deve assumir a liderança de todo processo, fazendo a articulação

dos diferentes agentes do processo de construção do conhecimento e do projeto da

escola. Segundo LOJKINE (2002), sua liderança, porém, deve ser uma liderança

democrática, capaz de conciliar as decisões sobre os assuntos escolares com todos

os agentes do processo de ensino e aprendizagem, proporcionando e estimulando a

participação de todos. Conforme CASTELLS (2000), somente com a participação

efetiva e coletiva de todos os agentes da comunidade escolar é que fica garantida

que a verdadeira aprendizagem se viabilize e se concretize.

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Se a escola quiser de fato oportunizar um ensino significativo que

proporcione a aprendizagem significativa, ela deve evidenciar de forma objetiva e

clara propostas de mudanças no seu Plano Político Pedagógico, de forma a garantir

bases sólidas e verdadeiras, comprometidas com esse novo objetivo de formar um

novo cidadão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão do uso do computador na escola está em evidência

atualmente, despertando o interesse de pesquisadores, educadores e alunos que

começam a ver no uso deste instrumento, novas possibilidades de ensinar e

aprender.

Este interesse demasiado pelo uso da informática na educação ocorre

devido as imensas possibilidades que o computador oferece, bem como pela

necessidade da escola atualizar-se para não perder sua atratividade e importância

no processo de construção do conhecimento.

Estabelece-se, desta forma, o desafio da escola saber aliar a

tecnologia computacional com a educação, de forma a utilizá-la com o objetivo de

melhorar o ensino e aprendizagem e não simplesmente o de inserir uma tecnologia

alternativa diferente.

Frente a este desafio, desenvolveu-se este trabalho tendo como

motivação conhecer o fenômeno da Informática na educação, buscando esclarecer

como a gestão escolar pode viabilizar o uso do computador no processo de ensino

e aprendizagem proporcionando aos professores as condições necessárias a sua

utilização adequada e aos alunos a possibilidades de realizarem atividades em

ambiente informatizado a fim de propiciar a construção e a aquisição do

conhecimento.

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A partir deste estudo, é possível afirmar que a Informática interage de

maneira diversificada com o processo educacional, bem como concluir que a

introdução da informática nas escolas é, hoje, uma demanda e um desafio que por

sua complexidade requer muita pesquisa, estudo e reflexão, tendo em vista a

escolha de uma abordagem mais adequada à Educação que se pretende.

Para responder a esta demanda, de maneira que esta venha a ser um

fator decisivo no processo de construção do conhecimento do ser humano, é

necessário que a Informática seja utilizada a partir de um projeto educacional, que

esteja de acordo com o currículo da escola e atenda aos requisitos necessários à

formação do cidadão com competências e habilidades que o ajudem a interagir na

realidade, como sujeito e não como mero expectador.

Dentro deste processo não se pode esquecer que a educação deve

considerar a valorização da pessoa humana num processo de inclusão social

possibilitando ao estudante um espaço onde ele se sinta valorizado e respeitado. Só

assim ter-se-á um trabalho encaminhado dentro de uma linha epistemológica

verdadeira.

Na escola faz-se necessário formar o usuário (aquele que faz uso do

computador para agilizar o seu trabalho) do futuro, e para isso a escola não pode

prender-se em ensinar apenas aquilo que está na moda, aquilo que já está

estabelecido, tem sim, que ensinar os alunos a usarem o computador para que sirva

a eles e não que eles sirvam ao computador.

Sendo os usuários da escola, e sendo a sua finalidade aprender, deve-

se ensinar os alunos a usarem o computador para aprender com maior agilidade, e

não apenas receber formação técnica pura.

É importante ressaltar, ao perceber-se que a sociedade está se

informatizando, que a escola também tem que se atualizar, mas é preciso analisar

de que forma isso deva acontecer, pois, mesmo sabendo que o computador pode

ser um grande auxiliar na aprendizagem, não se pode nem se deve aventurar-se em

experiências com os alunos num campo que nem o diretor e o próprio professor

dominam ainda.

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Não se pode achar que a introdução do computador vai resolver todos,

ou quase todos os problemas da educação escolar nos dias de hoje, mas, pode ser

uma ferramenta valiosa no processo de ensino, se o seu uso for bem planejado.

Os profissionais da educação, começando pelos diretores, estão, na

sua grande maioria, totalmente despreparados para trabalhar com os computadores

nas escolas, isso foi possível perceber na prática diária dos diretores e professores

que ainda trabalham sob o prisma tradicional e pela falta de discussão desta

possibilidade no Projeto Político Pedagógico da escola, por isso, é preciso que se

invista urgentemente na formação dos diretores e professores. Se isso acontecer, aí

sim, ter-se-á um grande auxílio da informática na Educação. Não seria preciso

apenas aulas de Informática, e sim, um laboratório de Informática para ser usado em

todas as disciplinas.

Os educadores precisam lutar para isso. Dificuldades para introduzir a

Informática na Educação serão encontradas, mas o diretor realmente interessado na

melhoria da educação e o educador mediador terão o talento de educar para a

Informática e juntamente com os alunos, poderão melhorar a sociedade e a escola,

através de uma atuação crítica e racional.

Todo aprendizado é bom, mas é preciso, antes de qualquer coisa,

saber bem o que se busca e quais são as metas que se quer alcançar.

Na visão de PAPERS (1994), para ensinar a criança a usar o

computador o professor deve colocá-lo, desde o início de sua alfabetização diante

dele, o computador, fazendo tarefas que lhes sejam significativas e o diretor também

deve conscientizar-se disso. O aluno deverá, ir aprendendo a usar o computador, na

medida em que ele seja útil ao seu aprendizado. O professor precisa estar à frente

do processo e adaptar-se a esta nova realidade. O diretor deverá viabilizar tudo isso

de forma a facilitar o processo.

Segundo FREIRE e VALENTE (2001, p. 50) o computador tornar-se-á

uma realidade pedagógica quando o corpo docente da escola e a direção estiverem

integrados, unidos e coesos.

Para eles, a direção das escolas tem papel fundamental, pois, é ela

que deve dar condições para que o andamento do trabalho pedagógico dos

docentes, e que isso aconteça de maneira tranqüila e gradativa de modo que os

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mesmos se sintam amparados e não desanimem diante das dificuldades que

surgem.

Para que o computador realmente propicie a melhoria da educação,

também é necessária uma mudança na própria estrutura do ensino, que este se

preocupe menos com o cumprimento de rígidos currículos uniformes e passe a

estimular as iniciativas e criatividade tanto do professor como do aluno.

Para isso, é necessário preparar o professor para assumir uma nova

responsabilidade como mediador de um processo de aquisição de conhecimento e

de desenvolvimento da criatividade dos alunos. Acredita-se neste caso que:

“[...] O computador, em particular, permite novas formas de trabalho, possibilitando a criação de ambientes de aprendizagem em que os alunos possam pesquisar, fazer antecipações e simulações, confirmar idéias prévias, experimentar, criar soluções e construir novas formas de representação mental.” (PCN, 1998, p. 141).

Introduzida neste contexto, a tecnologia pode ser uma ferramenta

valiosa, facilitando esta intermediação e um atendimento mais individualizado,

ajudando a remover barreiras ao processo de descoberta e ao processo de busca do

conhecimento. Usar o computador como uma ferramenta educacional é mudar a

relação tutor/tutorado. O computador se transforma de instrumento de instrução

programada em ferramenta na mão do aprendiz, que a utiliza para desenvolver algo,

uma ferramenta que permite um vaivém constante entre suas idéias e a

concretização delas na tela, resultando num produto carregado de sentido não só

cognitivo, mas também afetivo.

O desafio de recriar o lugar do professor passa pelo redefinir o papel

do computador como instrumento/ferramenta pedagógica, a serviço da criação de

um ambiente que propicie a construção do conhecimento e a atividade criativa para

aluno e professor.

Evidentemente, tudo depende do projeto pedagógico da escola e do

projeto do próprio educador. O uso da tecnologia representa uma nova possibilidade

de lidar com o trabalho educativo, mas é ingênuo demais e altamente arriscado

apostar na aquisição do computador como algo, por si só, indicador de bom futuro

para o ensino. A escola pode ser muito boa se tiver computador, porém, será

realmente boa se tiver bons educadores.

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É o educador quem assume a condução do aprendizado ao propor

caminhos, mostrar alternativas para a solução de problemas, orientar a busca de

informações, sugerir mudanças e revisões no desenvolvimento da atividade que o

aluno escolheu, e adaptar as tarefas ao nível de compreensão apresentado no

momento, pelo aluno. O mundo tecnológico e científico poderia, assim, ser orientado

por princípios de colaboração, participação, reciprocidade e comprometimento com a

construção de uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária.

A consciência da informatização pelo gestor na educação, portanto, é

algo a ser conquistada, para que ele seja capaz de executar as tarefas acima

citadas, tranqüila e competentemente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MARQUES, Mario Osório. A escola no computador: linguagens rearticuladas, educação outra. Ijuí: UNIJUÍ, 2003. (Coleção Fronteiras da Educação). PAPERS, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Trad. Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. PRETTO, Nelson de Luca. Uma escola sem/com futuro: educação e multimídia. São Paulo: Papirus, 1994. PROINFO. Informática e formação de professores. Brasília: MEC/SEED, 2000. SAMPAIO, Marisa Narcizo e LEITE, Lígia Silva. Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis : Vozes. 1999. TAJRA, Sammya Feitosa. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998. TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 3. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Érica, 2002. VALENTE, José Armando. FREIRE, Fernanda Maria Pereira (orgs). Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2001.

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ANEXOS

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ANEXO 1

QUESTIONÁRIO

Caro (a) Diretor (a) Solicito a sua colaboração para responder as questões do seguinte

questionário. O tema deste refere-se ao uso do computador na gestão escolar e como

alternativa para a educação. Neste sentido, dado a importância do assunto, conto com a sua participação e agradeço a atenção dispensada.

Nome: Cargos e experiências profissionais: 1 Qual o seu grau de instrução profissional? ( ) Curso Médio ( ) Pedagogia Incompleta ( ) Pedagogia ( ) Outro Curso Superior ( ) Pós-graduação (especialização) ( ) Outros 2 Quanto à utilização dos recursos de informática (computador, internet, software, cd, etc.), você: ( ) É usuário freqüente. ( )Tem interesse pelo assunto e é usuário eventual, pois, não tem acesso freqüente. ( ) Não é usuário ( ) outros 3 Quais os recursos tecnológicos existem na sua escola? ( ) rádio ( ) TV ( ) telefone ( ) vídeo ( ) computador ( ) internet ( ) parabólica ( ) retroprojetor ( ) calculadora ( ) TV escola ( ) biblioteca ( ) mimeógrafo ( ) quadro giz ( ) videoteca

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( ) máquina datilografia ( ) filmadora ( ) gravador ( ) outros 4 Você utiliza algum meio tecnológico em sala de aula? ( ) sim ( ) não 5 Caso a resposta anterior seja afirmativa, com que freqüência costuma usar este meio tecnológico? ( ) Todos os dias ( ) No mínimo uma vez por semana ( ) A cada 15 dias ( ) Uma vez por mês ( ) Outros 6 O que você pensa da inserção do computador em sala de aula. ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Péssimo Por quê? 7 Você acredita que o computador pode contribuir para a melhoria da educação? ( ) sim ( ) não Por quê? 8 Você já fez algum curso de formação para aprender a lidar com o computador? ( ) sim ( ) não Por quê? 9 Você sente necessidade de especializar-se no manejo e no uso do computador? ( ) sim ( ) não Por quê?