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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA JUDETE SILVA NUNES ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA/ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO DA LITERATURA UBERABA/ MINAS GERAIS 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

JUDETE SILVA NUNES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA/ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO DA LITERATURA

UBERABA/ MINAS GERAIS

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

JUDETE SILVA NUNES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA/ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para Obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Esp. Fernanda Carolina Camargo

UBERABA/ MINAS GERAIS

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

JUDETE SILVA NUNES

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA/ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para Obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Esp. Fernanda Carolina Camargo

Banca Examinadora

Profa Clarice Marcolino UFMG

Esp. Fernanda Carolina Camargo UFTM

Aprovado em Belo Horizonte 13/04/2010

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Dedico este trabalho a meu marido Nivaldo,

meu filho Eduardo e minha mãe Eliana que de

alguma forma participaram e contribuíram

para que o mesmo fosse possível.

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AGRADECIMENTOS

Todos meus esforços aliados à vontade de vencer foram caminhos trilhados,

determinados por Deus. A Ele agradeço pela dádiva a mim concedida fazendo-me alcançar

o objetivo desejado. Sinto-me feliz em conciliar o trabalho, os estudos e a participação junto

à minha família, aos quais peço desculpas pela ausência durante este percurso. Em

especial, quero agradecer à minha orientadora e tutora Fernanda Carolina Camargo, pela

persistência de ter me acompanhado até o final deste trabalho. Aos mestres que

contribuíram para a minha formação, carinhosamente agradeço a cada um que passou pelo

caminho. Quero agradecer à minha família por atender-me nos momentos difíceis no

decorrer da realização do trabalho. Aos colegas, com saudade lembrarei de todos, na

certeza de que cada um de nós trilhará por caminhos diferentes, mas sempre com o objetivo

de vencer metas traçadas. Finalmente, a ESF Alfredo Freire II, na demonstração de carinho

e atenção a mim dedicados.

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“O ser humano é um ser nunca pronto, por

isso não há antropologia, há antropogênese,

que é a gênese do ser humano. Nessa

experiência emerge aquilo que somos, seres

de imanência e de transcendência, como

dimensões de um único ser humano.

Imanência e transcendência não são

aspectos inteiramente distintos, mas

dimensões de uma única realidade que

somos nós”.

Leonardo Boff

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RESUMO

A proposta de reordenação do Sistema Único de Saúde (SUS) esta fortalecida pelo

Programa Saúde da Família (PSF). A saúde da mulher, em especial a assistência ao pré-

natal, ganha destaque e é atribuição para as equipes de saúde da família. Esse trabalho

objetiva investigar a existência da assistência pré-natal realizadas por Enfermeiros dessas

equipes. Essa temática emergiu pela assistência realizada na equipe de saúde da família,

de atuação da autora, em Uberaba/MG, fortalecida pela análise crítica de seu portfólio.

Portfólio consiste numa coleção de documentos confeccionados em resposta as atividades

do Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família/UFMG, que

intencionou dialogar reflexivamente a realidade local, o cotidiano de trabalho na ESF e as

teorias existentes nesse campo de conhecimento. Essa análise gerou uma questão

norteadora- “Existe a realização da assistência ao Pré-Natal por enfermeiros na ESF/AB?”.

O método investigativo utilizado foi a revisão da literatura sistematizada, através de

biblioteca virtual de Enfermagem, pelo unitermo Pré-Natal. Foram encontrados 40 artigos.

Após leitura, apenas 20% (n=8) foram pertinentes. Artigos demonstraram que o Enfermeiro

atende ao Pré-Natal, enquanto membro integrante da equipe de saúde da família. Apontam

que essa assistência converge às diretrizes do PSF. Discutem as práticas de cuidado da

enfermagem na incorporação das questões psicoafetivas das gestantes e das abordagens

familiares. Demonstram a integração ensino-serviço para a realização desse cuidado.

Entretanto, observa-se a necessidade de ampliação da produção do conhecimento sobre

essa temática. Há uma dicotomia entre a prática cotidiana experienciada pela autora e os

resultados desse estudo. Com isso, espera-se contribuir para o fomento da produção do

conhecimento em Enfermagem, e estimular a modificação das práticas nas equipes saúde

da família, destacando a efetividade desse profissional e valorizando o seu diferencial

assistencial para os serviços primários de saúde, em especial na assistência ao Pré-Natal.

Palavras-Chave: Programa Saúde da Família. Enfermagem em Saúde Pública. Pré-Natal.

Saúde da Mulher.

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ABSTRACT

The proposal for reorganizing the Sistema Único de Saúde (SUS) is strengthened by the

Family Health Program (FHP). Women's health, especially assistance to prenatal care, and

gained prominence assignment is for teams of family health. This work aims to investigate

the existence of prenatal care performed by nurses of these teams. This theme emerged in

place for assisting the family health team, the performance of the author, in Uberaba / MG,

strengthened by critical analysis of your portfolio. Portfolio is a collection of documents

prepared in response to the activities of the Specialization Course in Primary Health Care

(PHC) and Family Health Program / UFMG that he intended to engage reflexively local

reality, the daily work in the ESF and the existing theories in this field of knowledge. This

analysis generated a research question-"There is the realization of care for prenatal nurses

in FHP /PHC?" The investigative method used was a systematic literature review through

virtual library of Nursing at unitermo Pre-natal. Found 40 items. After reading, only 20% (n =

8) were relevant. Articles showed that the nurse attends the Pre-Natal as an integral member

of the team of family health. Indicate that such assistance converges to the guidelines of the

FHP. Discuss the practice of nursing care in the incorporation of issues psycho pregnant

women and family approaches. Demonstrate the teaching-service integration to achieve this

care. However, there is a need to increase the production of knowledge about this subject.

There is a dichotomy between the everyday practice experienced by the author and the

results of this study. They are expected to contribute to the promotion of knowledge

production in Nursing, and encourage change in practices in family health teams, highlighting

the effectiveness of training and developing their differential care for primary health care,

especially in assistance to the Pre-Natal.

Keywords: Family Health Program. Public Health Nursing. Pre-Natal. Women's Health.

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RESUMEN

A propuesta para la reorganización del Sistema Único de Salud (SUS) se ve reforzada por el

Programa de Salud de la Familia (PSF). salud de la mujer, en especial asistencia a la

atención prenatal, y ganó prominencia de asignación es de los equipos de salud de la

familia. Este trabajo tiene como objetivo investigar la existencia de la atención prenatal

realizada por los enfermeros de estos equipos. Este tema surgió en el lugar para asistir al

equipo de salud familiar, el desempeño del autor, en Uberaba / MG, reforzada por el análisis

crítico de su cartera. Portafolio es una colección de documentos preparados en respuesta a

las actividades del Curso de Especialización en Atención Primaria de Salud Familiar /

UFMG, que tenía la intención de participar reflexivamente la realidad local, el trabajo diario

en el PSF y las teorías existentes en este campo del conocimiento. Este análisis genera una

pregunta de investigación: "No es la realización de la atención prenatal para las enfermeras

en el PSF / APS?". El método de investigación utilizado fue una revisión sistemática de la

literatura a través de la biblioteca virtual de Enfermería de unitermo Pre-natal. Encontrados

40 artículos. Después de leer, sólo el 20% (n = 8) eran pertinentes. Artículos mostró que la

enfermera asiste a la Pre-Natal como un miembro integral del equipo de salud de la familia.

Indicar que dicha asistencia converge a las directrices de la PSF. Discutir la práctica de los

cuidados de enfermería en la incorporación de las cuestiones psico mujeres embarazadas y

los enfoques de la familia. Demostrar la integración docencia-servicio para lograr esta

atención. Sin embargo, existe una necesidad de aumentar la producción de conocimiento

sobre este tema. Existe una dicotomía entre la práctica cotidiana experimentada por el autor

y los resultados de este estudio. Se espera que contribuya a la promoción de la producción

de conocimiento en Enfermería, y alentar el cambio en las prácticas en los equipos de salud

de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado

para la atención primaria de salud, especialmente en asistencia a la Pre-Natal.

Palabras claves: Programa de Salud de la Familia. Enfermería de Salud Pública. Pre-

Natal. Salud de la Mujer.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 20

A CARACTERIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ..................................... 22

O Município de Uberaba/MG............................................................................................ 22

A Área de Abrangência da ESF ....................................................................................... 23

A Equipe de Saúde da Família ......................................................................................... 25

O Diagnóstico Situacional de Saúde ................................................................................ 26

Estratégia Saúde da Família e o Modelo de Trabalho da Enfermagem na Assistência Pré-

Natal .................................................................................................................................... 30

OBJETIVOS ............................................................................................................... 32

Objetivo Geral .................................................................................................................. 32

Objetivos Específicos ....................................................................................................... 32

METODOLOGIA .......................................................................................................... 33

Revisão Sistematizada da Literatura ................................................................................ 33

RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 35

Caracterização dos Artigos Encontrados na Busca .......................................................... 35

Caracterização dos Artigos Incluídos para a Revisão Sistematizada ............................... 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 49

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Figura 1. Localização do Município de Uberaba/MG ....................................................... 23

Tabela 1. População Segundo A Faixa Etária Na Área De Abrangência Da Equipe Saúde Da

Família Alfredo Freire II, Dezembro,2008. ...................................................................... 26

Tabela 2. População segundo a faixa etária na área de abrangência da equipe saúde da

família Alfredo Freire II segundo o sexo, dezembro,2008. ................................................ 27

Tabela 3. Famílias cobertas por abastecimento de água segundo a modalidade,

Dezembro,2008. .......................................................................................................... 27

Tabela 4. Famílias cobertas por instalações sanitárias segundo a modalidade, dezembro,

2008. .......................................................................................................................... 28

Tabela 5. Destino do lixo segundo a modalidade ,dezembro, 2008. .................................. 28

Tabela 6. Morbidade referida da equipe de saúde da família Alfredo Freire II, ................... 28

dezembro, 2008. .......................................................................................................... 28

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Distribuição de gestantes cadastradas na ESF Alfredo Freire II conforme

descritores das Portarias Ministeriais. Uberaba/MG, 2010. .................................................. 29

Quadro 2. Número de artigos encontrados, excluídos e incluídos, conforme periódico. ...... 36

Quadro 3. Artigos excluídos da revisão sistematizada ........................................................ 36

Quadro 4. Distribuição dos artigos incluídos para revisão sistematizada ............................ 41

Quadro 5. Síntese panorâmica dos estudos incluídos para revisão sistemática conforme

escopo, método , resultado e considerações. ................................................................. 42

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INTRODUÇÃO

O tema central deste trabalho é sobre a assistência pré-natal no Programa Saúde da

Família (PSF). O interesse surgiu a partir da atuação profissional da pesquisadora, enquanto

enfermeira da Estratégia Saúde da Família (ESF) em uma Unidade Básica de Saúde – UBS

George Chirreé, equipe Alfredo Freire II, do Distrito Sanitário II, no município de

Uberaba/MG, desde janeiro de 2007.

O objetivo é investigar se a assistência por parte dos enfermeiros, no que diz

respeito ao acompanhamento do pré-natal, acontece. Optou-se por identificar estudos que

caracterizem essa assistência pré-natal realizada por enfermeiros na Estratégia Saúde da

Família/ Atenção Primária à Saúde.

Nos dias atuais, há uma crescente necessidade de proporcionar uma assistência

diferenciada, seguidora dos preceitos propostos pela Estratégia Saúde da Família. Na

questão do pré-natal, a atenção não deve ser encarada somente como uma assistência

fragmentada e medicalizadora, mas como um trabalho complexo, subjetivo e relacional,

entre a gestante, sua família e os diversos integrantes da equipe de saúde.

Destaca-se que o Programa Saúde da Família tem como objetivo:

[...] contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde - SUS, imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas unidades básicas de saúde, com definição de responsabilidades entre os serviços de saúde e a população (BRASIL, 2007).

Por isso, pressupõe-se uma mudança na ordenação das práticas cotidianas das

equipes das UBS1. Essas práticas devem ser embasadas na transformação do modelo

assistencial, e atuar em direção a propostas de intervenção que considerem essencialmente

a defesa da vida e os projetos de felicidade dos sujeitos envolvidos (FARIA et al, 2008)

1 UBS – adotaremos esta sigla todas às vezes a que nos referirmos às Unidades Básicas de Saúde.

Unidades Básicas de Saúde (UBS) é entendida como uma Unidade pública de saúde que assume a responsabilidade por uma determinada população à ela vinculada (...) sua complexidade e dimensões físicas variam em função das características da população a ser atendida, dos problemas de saúde a serem resolvidos e de acordo ao seu tamanho e capacidade resolutiva (BRASIL, 2004).

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É importante ressaltar que o Programa Saúde da Família (PSF), teve seu inicio em 1994,

proposto pelo Ministério da Saúde do Brasil, que se tornou indispensável para

implementação do SUS, através do fortalecimento da Atenção Básica à Saúde. Essa

estratégia fundamenta-se no fortalecimento dos princípios e diretrizes do SUS como a

integralidade, a universalidade, a equidade e a participação social (BRASIL, 2007; FARIA et

al, 2008).

A implantação dessa estratégia se dá por meio de equipes de saúde compostas por,

no mínimo, 01 médico generalista, 04 a 06 agentes comunitários de saúde, trabalhadores de

saúde bucal, auxiliares de enfermagem, enfermeiro. Pressupõe-se que eles prestem

assistência para 600 a 1000 famílias adscritas à UBS, referentes a uma área de

abrangência, de território delimitado (BRASIL, 2007; FARIA et al, 2008).

Observa-se, entretanto, que em muitas UBSs, o modelo atual de assistência a

saúde, caracteriza-se pela fragmentação, valorização apenas do corpo biológico como

objeto de trabalho e por intervenções medicalizadoras (FARIA et al, 2008).

Mediante essa realidade, o desafio da ESF2 está em ampliar seus espaços de

atuação visando uma maior significação da atenção, em que a família seja compreendida

como a principal proposta para a mudança do modelo de saúde vigente (FARIA et al, 2008).

Segundo Franco & Merhy (1999) a implementação da ESF é capaz de fortalecer a

equidade em saúde, pois através dessa estratégia é possível a superação das

desigualdades sociais e em saúde, nos diferentes contextos, conforme as realidades locais.

Para tanto, a ESF representa, pelo menos, duas novas formas de abordagem da

questão da saúde da população: primeiro, busca-se por uma estratégia para reverter a

forma atual de prestação de assistência à saúde; segundo, é uma proposta de

reorganização da atenção básica como eixo reorientador do modelo assistencial,

respondendo a uma nova concepção de saúde, fortalecedor do SUS (FARIA et al, 2008;

DITTERICH; GABARDO; MOYSÉS, 2009).

Para Franco & Merhy (1999), a ESF apresenta uma ação de assistência que valoriza

os princípios de territorialização, de formação de vínculo com a população, de garantia de

integralidade na atenção, de trabalho em equipe com enfoque multidisciplinar, de ênfase na

2 ESF – adotaremos esta sigla todas às vezes a que nos referirmos ao Programa/ Estratégia Saúde

da Família. Este Programa foi concebido em 1994 pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de proceder à reorganização da atenção básica de saúde, trazendo, novas bases e critérios em substituição ao modelo tradicional de assistência. A atenção deriva da vigilância a saúde e esta centrada na família, entendida e percebida a partir do seu ambiente físico, mental e social (FRANCO; MERHY, 1999).

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promoção de saúde com fortalecimento das ações intersetoriais e de estímulo à participação

da comunidade, a fim de se consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS).

Com isso, a concepção de atuação na ESF busca centrar-se a princípios da

promoção à saúde e vigilância em saúde; buscando a compreensão ampliada dos

processos saúde-doença, a qualidade de vida e intervenções em determinantes e

condicionantes da saúde. Espera-se, para tanto, a incorporação das ações programáticas

abrangentes e do desenvolvimento de ações intersetoriais (DITTERICH; GABARDO;

MOYSÉS, 2009).

Franco & Merhy (1999) expressam ainda que a ESF, em busca da reorganização da

Atenção Primária à Saúde, deve compreender a família e seus sujeitos para a intervenção

em saúde; percebê-la em seus aspectos sociais, suas interrelações psicoafetivas e suas

interações com o meio ambiente em que está inserida.

A reorganização da Atenção Primária à Saúde tem relevâncias inquestionáveis, com

evidências suficientes de países cujos sistemas se alicerçaram nesse princípio.

Apresentaram melhorias na qualidade da saúde de forma efetiva. No Brasil, a ESF vem

superando divergências político partidárias e avançando nos preceitos constitucionais em

defesa da vida dos cidadãos (FARIA et al, 2008b; MENDONÇA, 2009).

A Saúde da Família hoje ultrapassou, em muito, os limites de um programa e é uma

política do Estado brasileiro, estando na agenda dos gestores do SUS como prioridade

nacional para ordenação da assistência. Hoje são 29.678 equipes de saúde da família,

229.572 agentes comunitários e 18.220 equipes de saúde bucal, uma especificidade do

modelo brasileiro de organização da atenção primária a saúde (MENDONÇA, 2009).

Percebe-se que com a implantação da Estratégia de Saúde da Família há um

impacto positivo e progressivo nas condições de saúde das populações, em especial as

mais pobres, já que mesmo sem deixar de assistir as pessoas com melhores condições de

vida e saúde, a ESF prioriza aquelas em situação de risco social (FARIA et al, 2008b;

FERNANDES et al., 2009; MENDONÇA, 2009).

Dessa maneira, a ESF é considerada um avanço na possibilidade da saúde ser

experimentada, pelos indivíduos, famílias e comunidades, como um fenômeno clínico e

sociológico, e também vivido culturalmente (FARIA et al, 2008b; FERNANDES et al., 2009;

MENDONÇA, 2009).

O trabalho em saúde da família deve considerar, então, a família como lócus básico

de atuação. Reforça-se que as técnicas utilizadas para executar o trabalho na ESF devem

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basear-se na realidade local, na construção de um fazer consistente que implique na

melhoria dos indicadores de saúde da comunidade, obtendo a satisfação da população

atendida e da equipe que executa a proposta.

De acordo com a legislação atual para ESF (BRASIL, 2007), cabe aos profissionais

que compõem a equipe ações que incorporem a escuta qualificada das necessidades dos

usuários, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do

vínculo; o desenvolvimento de atividades que busquem a integração entre a equipe de

saúde e a população adscrita; o contato permanente com as famílias desenvolvendo ações

educativas; o desenvolvimento de atividades de promoção da saúde.

E, ainda ressalta como atribuição da equipe acompanhar, por meio de visitas

domiciliares, todas as famílias e indivíduos, como também realizar visitas periódicas para

monitoramento das situações de risco à família atendida (BRASIL, 2007; FARIA et al,

2008b; FERNANDES et al., 2009; MENDONÇA, 2009).

Vale ressaltar que o trabalho com famílias está fundamentado na compreensão de

sujeitos integrados ao seu contexto e dinâmica familiar, sendo necessário observar o

convívio e a interação entre os membros da família para a compreensão de seus processos

saúde-doença-cuidado.

Com isso, para além do cuidado coletivo, mesmo a atenção clínica individual pode

ser estruturada em bases mais ampliadas, com maior resolutividade nas intervenções sobre

o processo saúde-doença-cuidado (FARIA et al, 2008b, MENDONÇA, 2009).

Essa forma atualizada de prestação de serviços de saúde proposta pela ESF traz

para a Enfermagem uma multiplicidade de desafios. Requerem a modificação da prática de

saúde dessa categoria no âmbito da atenção primária, exigindo uma competência de

abordagem as famílias enquanto unidade complexa de relações sociais.

Outro ponto diferenciador ao trabalho da enfermagem na ESF é compor uma equipe

multidisciplinar, pressupondo as práticas condutas que considerem e agreguem o trabalho

em equipe (FRIEDRICH, 2002; KAWATTA, 2009; RIVEMALES, 2009).

É importante ressaltar que às atribuições do Enfermeiro na ESF, envolvem: realizar

consultas de enfermagem, solicitar exames complementares, transcrever/prescrever

medicações de acordo com protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e disposições

legais da profissão, atuar no planejamento, gerenciamento, coordenação, execução e

avaliação da UBS e da equipe de saúde da família; sempre deverá ser relevante as

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necessidades de saúde da população adscrita (FRIEDRICH, 2002; BRASIL, 2007;

KAWATTA, 2009; RIVEMALES, 2009).

Logo, o enfermeiro atua como co-responsável na administração da UBS e da equipe

de Saúde da Família. Lhe é dada a função de acompanhar e promover a capacitação da

equipe de enfermagem, em especial, as atividades de educação continuada dos Agentes

Comunitários de Saúde (ACS) e auxiliares/técnicos de enfermagem. Além do mais, esse

profissional oferecer assistência à população, enfatizando as ações referentes à promoção

da saúde, a prevenção dos agravos e recuperação desses. (FRIEDRICH, 2002; KAWATTA,

2009).

Entretanto, ressalta-se a necessidade de uma atuação especial por parte do

Enfermeiro em relação às gestantes, devendo este apresentar competências que

possibilitem o estabelecimento de ações comprometidas com a qualidade e efetividade da

assistência prestada.(FRIEDRICH, 2002; KAWATTA, 2009; RIVEMALES, 2009). Destaca-

se, então, que de acordo com Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2007) uma das

áreas estratégicas para a intervenção da ESF é a Saúde da Mulher, na sua integralidade.

Constata-se que as mulheres são maioria, na sociedade brasileira, representando

51,2% da população (BRASIL, 2008; COELHO, 2009). E, constituem a principal clientela do

Sistema Único de Saúde (SUS), tanto para resolverem suas próprias demandas quanto para

dispensarem o cuidado aos seus familiares e/ou pessoas que a rodeiam (BRASIL, 2008;

COELHO, 2009).

É importante destacar que um dos principais problemas enfrentados pela população

feminina no contexto da saúde é a mortalidade materna, e essa mortalidade apresenta

relações diretas com a qualidade da assistência pré-natal prestada pelas equipes de saúde

(COELHO, 2009).

É evidente que durante a gestação, a assistência pré-natal representa maior garantia

à saúde da mulher, e preservação de sua vida como de seu filho. Por meio dessa

assistência é possível realizar diagnósticos e evitar complicações moderadas e agravantes,

como também identificar fatores e comportamentos de riscos, além da possibilidade de

intervir nestes fatores proporcionando, uma gestação saudável (COELHO, 2009; KAWATTA,

2009; RIVEMALES, 2009).

A gravidez coloca a mulher em um estado que requer cuidados diretos mediante as

modificações que esta acarreta ao seu organismo. Dessa maneira a ausência de um

acompanhamento pré-natal adequado pode resultar em situações de alto risco e a

ocorrência de óbitos (COELHO, 2009; KAWATTA, 2009; RIVEMALES, 2009). Mediante

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esse contexto, constitui-se em responsabilidade dos profissionais das equipes de saúde, o

cuidado qualificado à mulher gestante.

Todavia, ao profissional de enfermagem é de total importância essa consideração,

haja vista a legislação que regulamenta a atuação dessa categoria profissional sobre o

cuidado à gestação no Programa Estratégia Saúde da Família (COFEN, 1995).

É, também, atribuição das equipes saúde da família a prestação de um cuidado

integral e humanizado a gestante e a sua família, considerando a realidade local e seus

aspectos socioculturais, visando à qualidade do cuidado e a superação da problemática da

mortalidade materna (BRASIL, 2007; FARIA et al, 2008b ;COELHO, 2009).

Nesse cenário, a gestante deve ser entendida como participante da sociedade em

que vive e em sua construção subjetiva de relações intra e extra-familiares por melhorias

das condições de vida.

A ESF, em especial o trabalho de enfermagem, como promotora de uma atenção

em saúde, deve romper os muros das unidades de saúde e se integrar aos ideários de vida

das mulheres gestantes, se propagando ao meio onde vivem, trabalham e se relacionam

(RIVEMALES, 2009). Estratégias diferenciadas devem ser abordadas no intuito da

promoção do estado saudável à gestante, considerando as suas limitações e

potencialidades, promovendo a defesa da vida.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nas últimas décadas do século XX, em especial nos últimos quarenta anos,

deparou-se com um período de intensas mudanças para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Diversos saberes e práticas foram construídos mediante as transformações econômicas,

sociais, culturais e políticas da sociedade brasileira, para o campo da saúde.

A saúde brasileira passou pela Reforma Sanitária Brasileira (RSB)3, que teve origem

na década de 1970 em oposição ao sistema de saúde vigente caracterizado pelo Estado

autoritário, centralizado e controlador (MENDES, 1995).

A RSB enquanto um processo de conquista, em busca da organização da sociedade

por um modelo de justiça social, buscou compreender a partir de um conceito ampliado a

saúde. (FARIA et al, 2008;FRANCO & MERHY, 1999; KISIL; PUPO, 1998; MENDES, 1995).

Desde então, a saúde como fator do bem-estar-socail, vem enfrentando um jogo de

dualidade, devido às conjunturas político econômicas predominantes, enquanto um

processo de polarização e tensões, que envolvem pessoas, organizações e sistemas

sociais, na disputa de um modelo remanescente e lucrativo da saúde mercado em frente a

inovação da compreensão da Saúde enquanto Direito (FARIA et al, 2008;FRANCO &

MERHY 1999; KISIL; PUPO, 1998; MENDES, 1995).

Nesse sentido, é requerido o conhecimento das razões da mudança e as forças

desestabilizadoras do atual status quo4 que exige reconhecer o que se quer mudar; que

significa identificar de onde se está partindo e para onde se busca chegar (KISIL; PUPO,

1998).

É importante ressaltar que a mudança enquanto raiz que produz e se reproduz nas

transformações da realidade, é uma das necessidades a acontecer nas práticas e no

planejamento em saúde.

3 Reforma Sanitária foi um processo modernizador e democratizante de transformação nos âmbitos

político-jurídico, político-institucional e político-operativo, para dar conta da saúde dos cidadãos, entendida como um direito universal e suportada por um Sistema Único de Saúde, constituídos sob regulação do Estado, que objetive a eficiência, eficácia e equidade e que se construa permanentemente através do incremento de sua base social, da ampliação da consciência sanitária dos cidadãos, da implantação de um outro paradigma assistencial, do desenvolvimento de uma nova ética profissional e da criação de mecanismos de gestão e controle populares sobre o sistema (MENDES, 1995, p. 42). 4 Status quo - Expressão latina que significa o estado atual em que se encontram as coisas, ordem

social (DIAS, 2001, p.151).

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Ou seja, nestas práticas mudar significa transformar, tornar-se diferente em relação

ao que existe, promovendo uma ruptura do status quo permanente que não proporciona o

desenvolvimento das práticas de saúde, para um planejamento mais significativo (MENDES,

1995; KISIL; PUPO, 1998). As modificações das práticas em saúde em práticas

significativas podem ser traduzidos as problemáticas assistenciais que envolverm a atenção

ao pré-natal e suas consequências quando pautadas em métodos tradicionais.

Neste caso, é importante, enquanto parte da ESF, conhecer o trabalho do

enfermeiro, a partir das mudanças contemporâneas impostas pelos órgão legitimadores da

profissão e pelas necessidades sociais.

Observa-se, na prática que o profissional da enfermagem destaca-se na

contextualização das realidades sociais, dentro dos serviços de saúde, traz junto às equipes

de saúde a condição de pensar, estudar, discutir, criticar, refletir e compreender, os

aspectos inerentes ao planejamento e estratégias possíveis de transformação das práticas

(FRIEDRICH, 2002; BRASIL, 2007; KAWATTA, 2009; RIVEMALES, 2009).

Dentro desse contexto, é importante considerar nas práticas das UBS e ESF, onde

os sujeitos sociais convivem com indivíduos, famílias e grupos sociais, a incorporação de

uma diversidade de costumes, crenças, hábitos e valores. Pois só assim é possível

reconhecer a necessidade de existir uma mediação entre pacientes e equipe de saúde. É

entre esses sujeitos que o processo de interação será construído e as atividades de

Planejamento em Saúde poderão ser desenvolvidas, visando à transformação da realidade,

para qualquer grupo de atenção em saúde.

Dessa maneira, conduz-se a reflexão sobre os problemas existentes nas práticas de

planejamento nas UBS/ESF, na medida em que se procura nos caminhos da pesquisa, uma

aproximação da realidade.

Isto porque, a reflexão sobre a atenção ao pré-natal realizada por enfermeiros na

atenção primária, não pode ser desenvolvida de forma isolada, mas necessita ser

compreendida em seu processo de produção coletiva, que permeiam as interfaces do

conflito, do diálogo e do desejo de mudança.

Nesse sentido, foram diversas as situações que conduziram a pesquisar sobre a

temática. Destaca-se a vivencia da autora em uma equipe de saúde da família e o modo de

se fazer a atenção às gestantes.

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A CARACTERIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

ESF Alfredo Freire II, Uberaba/MG

As informações referentes a caracterização da ESF Alfredo Freire II e da

Problemática da Assistência Pré-Natal para essa equipe são inerentes ao Portfólio do Curso

de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família (CEABSF) da Universidade

Federal de Minas Gerais, do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva.

De acordo com Corrêa (2009):

O portfólio consiste numa coleção de documentos (textos simples ou estruturados – resumo, pôster, relatório, etc.), produtos de atividades orientadas e realizadas ao longo das disciplinas [...] Deve ser uma síntese formativa e avaliativa, a partir da reflexão sobre as atividades realizadas. Uma utilização especial do portfólio é a constituição de uma base de dados a partir da qual o aluno irá construir seu Trabalho de Conclusão Final.

Dessa maneira, os conteúdos seguintes abordados referentes a essa temática,

representam marco no desenvolvimento do processo educativo da pesquisadora, em

questão.

O município de Uberaba/MG

Uberaba, palavra de origem indígena que significa “águas claras e brilhantes”, é um

município do estado de Minas Gerais, situado na região do Triângulo Mineiro. Sua

população, segundo projeções do IBGE em 2007, é de 287.760 habitantes.A densidade

demográfica é de 63,7 hab./Km².Uberaba é conhecida como a capital mundial do gado

Zebu, espécie que foi introduzida por criadores da cidade no final do século XIX após a

importação das primeiras matrizes da Índia.

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Figura 1. Localização do Município de Uberaba/MG

Localização

Fonte:IBGE, 2008

A área de abrangência da ESF

O Bairro Alfredo Freire localiza-se a cerca de 8 km do centro de Uberaba e foi

fundado em 21 de outubro de 1981. O Programa Saúde da Família foi implantado lá em 15

de maio de 2000. Possui duas equipes. A Equipe de Saúde da Família Alfredo Freire II 3085

pessoas cadastradas em outubro de 2009, segundo dados do Sistema de Atenção Básica

(SIAB). A equipe possui sete micro áreas.

Em 26 anos de existência o bairro apresentou evolução tanto em aspectos físicos,

como socioeconômicos, mesmo apresentando deficiências em alguns serviços públicos. O

bairro é dividido em: Alfredo Freire I, II e III. O Alfredo Freire está dividido em micro áreas e

cada uma possui um agente de saúde responsável. O bairro possui duas equipes de saúde

da família. A principal entrada do bairro é um viaduto construído há pouco tempo. A maioria

das ruas do bairro é asfaltada, mas, no Alfredo Freire III há algumas ruas sem asfalto e sem

calçada.

Há presença de transporte coletivo, permitindo que os moradores tenham acesso a

outras partes da cidade, já que este é um bairro distante dos outros, por isso era chamado

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de Uberabinha. Seu comércio, apesar de pequeno é bastante diversificado. Possui

supermercados, farmácia, lojas de roupas, sorveterias, padarias e uma prevalência de

bares. Possui uma escola municipal, uma estadual, uma particular e uma creche municipal.

As áreas para lazer são as praças, quadras de esporte e campos de futebol.

O bairro possui uma estrutura de saneamento básico adequado com rede de esgoto,

abastecimento de água, iluminação, empresas de telefonia pública, coleta de lixo e as ruas

são em geral limpas, entretanto encontramos deposição de lixo nas beiras de algumas

calçadas e há vários terrenos baldios.

Várias pessoas do bairro estão empregadas principalmente em empresas como:

Atlântica, Satipel e Da Granja. E há várias pessoas desempregadas. A população

economicamente ativa está na faixa etária de 20 a 55 anos, e atinge homens e mulheres do

bairro igualmente. Os trabalhadores do bairro têm uma renda entre um a três salários

mínimos mensais. A maioria dos adolescentes está estudando e alguns idosos e

aposentados fazem “bicos” para complementar a renda familiar. O bairro tem fluxos

migratórios, sendo os principais imigrantes os nordestinos e trabalhadores sazonais das

empresas que rodeiam o bairro.

Quanto à saúde da população temos causas mais freqüentes os problemas

respiratórios, viroses e infecções no grupo das crianças. Nos idosos a hipertensão arterial,

diabetes, problemas respiratórios e complicações cardíacas. Na população adulta tem-se

grande incidência de stress, hipertensão arterial e depressão. Adoecem mais crianças e

idosos no bairro. As pessoas que adoecem procuram a unidade básica de saúde,

benzedeiras, se automedicam ou vão aos pronto-atendimentos.

Quanto aos óbitos da comunidade são da seguinte maneira: Idosos morrem de

velhice, doença coronariana e complicações das doenças crônicas. Adultos morrem de

acidentes, stress, depressão e doenças crônicas. Crianças morrem de problemas

respiratórios.

O bairro possui grupos de organização comunitária que tem como objetivo o bem

estar geral da população. Existem grupos filantrópicos que ajudam pessoas carentes e

necessitadas do bairro através de doações. Existem também grupos de promoção e

prevenção da saúde como o hiperdia, grupos de terapia familiar, gestantes, puericultura,

fisioterapia e de atendimento aos usuários que usam medicação psicotrópica. Os serviços

sociais existentes na área são: igrejas e outras instituições religiosas, centros comunitários,

unidade básica de saúde, creche e escolas.

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A Equipe de Saúde da Família

A equipe de saúde da família Alfredo Freire II é composta por uma médica, uma

enfermeira, uma dentista e seis agentes comunitários. A sede das equipes de saúde da

família é na unidade básica de saúde George Chirée, que é conveniada com a Universidade

de Uberaba e possui ampla estrutura física para as atividades. O endereço é Avenida

Francisco Munhoz Lopes 499, porém sua localização está à frente do galpão comercial de

lojas com o fundo da Rua Carolina Pucci Molinar, sendo que a direita está a Joaquim Borges

Assunção e à esquerda Francisco Munhoz Lopes.

Com uma área total em metros quadrados de 1684m², as atividades econômicas da

área são: duas bicicletarias, três barbearias, um brechó, duas lojas de confecção de roupas,

um depósito de gás, uma horta, um lava jato, três Lan Houses, duas mercearias, um

restaurante, uma pastelaria, um salão de beleza, uma serralheria, dois varejões de verdura,

seis vendas domésticas de “xup-xup”, doze costureiras, uma academia e um ferro velho.

Na UBS tem: quatorze banheiros sanitários, sendo que seis banheiros estão dentro

dos consultórios médicos, uma copa, um expurgo, um vestiário masculino, um vestiário

feminino, uma central de esterilização, uma farmácia, uma sala de espera, uma sala de

observação, uma sala de professor, duas salas de reunião, uma sala de controle acadêmico,

uma sala de acolhimento de enfermagem, dois consultórios odontológicos, um auditório,

uma sala de coleta de sangue, uma sala de nebulização, duas salas de depósito, uma sala

de arquivo, uma sala da administração, uma sala dos agentes comunitários, uma sala de

vacina e uma sala de entrega de medicações do Hiperdia.

A área de abrangência da Estratégia Saúde da Família Alfredo Freire II está

delimitada dentro do bairro Alfredo Freire na cidade de Uberaba fazendo divisão com as

seguintes ruas: começando na Avenida Eduardo Taham de encontro com um pedaço da

Avenida Mônica Machiyama chegando à Rua Eloi Rodrigues indo para a Avenida Munir

Facure em destino a Avenida Alceu Lírio em direção ao bairro Alfredo Freire III começando

na rua um em direção a rua nove fazendo a divisa com uma fazenda. Segue-se em direção

ao contorno descendo para a Rua Antônio Rodrigues, em direção a Avenida João Moreira

da Silva, fazendo divisa com terreno destinado à Satipel, indo de encontro com Carolina

Pucci Molinar passando pela Francisco Munhoz em direção a Rua Homero Nascimento e

novamente de encontro a Eduardo Taham.

A UBS possui ampla área física, mas, tem carência de recursos humanos.

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As atividades desenvolvidas pela equipe são: acolhimento realizado pelas

enfermeiras às 7:00h e às 13:00h, consulta médica, consulta de enfermagem, teste do

pezinho, sisprenatal, grupos de hiperdia (hipertensos e diabéticos), visitas domiciliares,

atendimento da demanda espontânea, vacinações, coleta de exames laboratoriais,

prevenção de câncer de colo uterino, orientações sobre Dst-Aids, grupo de gestantes (em

fase de implantação), atendimento psicológico individual e coletivo, pesagem do bolsa

família, saúde bucal incluindo atendimento no consultório, na creche e nas escolas, grupo

de escovação, educação continuada, entre outros, enfatizando as ações de promoção e

prevenção de saúde. O horário de funcionamento da UBS é das 7:00h às 17:00h.

O Diagnóstico Situacional de Saúde

As tabelas seguintes sintetizam os dados coletados por ocasião do diagnóstico

situacional da Equipe de Saúde da Família Alfredo Freire II. Os dados foram conseguidos a

partir do SIAB, de fichas cadastrais dos Agentes Comunitários de Saúde.

Aspectos Demográficos

Tabela 1. População Segundo A Faixa Etária Na Área De Abrangência Da Equipe Saúde Da Família Alfredo Freire II, Dezembro,2008.

Faixa Etária Número %

Menor 1 ano 26 0,84

1 a 4 anos 220 7,13

5 a 9 anos 317 10,27

10 a 14 anos 327 10,59

15 a 19 anos 268 8,68

20 a 49 anos 1359 44,05

50 a 59 anos 288 9,33

60 anos e +

280

9,11

Total 3085 100

Fonte: SIAB/2008- SMS/PMU, Uberaba/MG

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Com relação aos aspectos demográficos, observa-se uma concentração na faixa

etária produtiva da população, entre 20 a 49 anos (44,05%), como demonstra a tabela 1,

que configura a área de abrangência a característica de maioria de moradores jovens e

adultos.

Tabela 2. População segundo a faixa etária na área de abrangência da equipe saúde da família Alfredo Freire II segundo o sexo, dezembro,2008.

Faixa Etária Masculino Feminino

Número % Número %

Menor 1 ano 9 0,60 17 1,07

1 a 4 anos 101 6,73 119 7,52

5 a 9 anos 181 12,05 136 8,59

10 a 14 anos 153 10,18 174 10,99

15 a 19 anos 130 8,65 138 8,72

20 a 49 anos 666 44,35 693 43,78

50 a 59 anos 123 8,18 165 10,42

60 anos e +

139 9,26 141 8,91

Total 1502 100 1583 100

Fonte: SIAB/2008- SMS/PMU, Uberaba/MG

A distribuição do sexo por faixa etária apresenta-se com equivalência, e em maior

concentração dos habitantes da área de abrangência com faixa etária sexual reprodutiva, 20

a 49 anos, para o sexo feminino 693 (43,78%) e para o sexo masculino 666 (44,35%).

Aspectos Ambientais

Tabela 3. Famílias cobertas por abastecimento de água segundo a modalidade, Dezembro,2008.

Modalidade Nº %

Rede geral 829 99,52

Poço ou nascente 3 0,36

Outros 1 0,12

Fonte: SIAB/2008- SMS/PMU, Uberaba/MG

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Já a tabela 3 demonstra que 0,48% da população dessa área não possuem

abastecimento de água por sistema de fornecimento municipal.

Tabela 4. Famílias cobertas por instalações sanitárias segundo a modalidade, dezembro, 2008.

Modalidade Nº %

Rede Geral de Esgoto 831 99,76

Fossa 0 0

Céu Aberto 2 0,24

Fonte: SIAB/2008 - SMS/PMU, Uberaba/MG

Em relação às instalações sanitárias, para o período descrito, 0,24% da população

cadastrada na ESF Alfredo Freire II apresentam ausência de rede de esgoto em seus lares.

Tabela 5. Destino do lixo segundo a modalidade, dezembro, 2008.

Modalidade Nº %

Coleta pública 830 99,64

Queimado / enterrado 2 0,24

Céu aberto 1 0,12

Fonte: SIAB/2008 - SMS/PMU, Uberaba/MG

Com relação ao destino do lixo, 0,36% dessa população não adequam o destino do

mesmo utilizando métodos como a queimada ou aterro, ou até mesmo o deposito a céu

aberto.

Morbidade Referida

Tabela 6. Morbidade referida da equipe de saúde da família Alfredo Freire II,

dezembro, 2008.

Morbidade referida Nº %

Alcoolismo 12 0,39

Doença de Chagas 25 0,81

Deficiência 27 0,88

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Epilepsia 6 0,19

Diabetes 101 3,27

Hipertensão arterial 351 11,38

Tuberculose

Hanseníase

0

0

0

0

Fonte: SIAB/2008 - SMS/PMU, Uberaba/MG

Segundo dados das fichas de cadastramento dos Agentes Comunitários de Saúde, o

número de gestantes na equipe em dezembro de 2008 foram vinte e uma, sendo seis

menores de vinte anos e dezoito iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre.

Conforme os parâmetros da portaria 1101/GM de 12/06/2002 o número de gestantes

esperadas para a população da ESF Alfredo Freire II seria de seis gestantes e o que se

observa para dezembro de 2008 é um aumento considerável.

Quadro 1. Distribuição de gestantes cadastradas na ESF Alfredo Freire II conforme descritores das Portarias Ministeriais. Uberaba/MG, 2010.

Descritores

Valores

Fontes

Gestantes esperadas 6 Portaria Ministério da

Saúde

Gestantes cadastradas

21 Registro da equipe/SIAB

2008

Gestantes confirmadas

21 Registro da equipe/SIAB

2008

Gestantes acompanhadas

20 Registro da equipe/SIAB

2008

Gestantes < 20 anos cadastradas

6 Registro da equipe/SIAB

2008

Gestantes que iniciaram Pré-Natal no primeiro

trimestre 18

Registro da equipe/SIAB 2008

Gestantes que fizeram consulta de pré-natal no

mês 20

Registro da equipe/SIAB 2008

Gestantes com vacinas em dia

19 Registro da equipe/SIAB

2008

Fonte: SIAB/2008 - SMS/PMU, Uberaba/MG

Observa-se, pela análise dos dados, que dentre outros fatores, a questão da

gestação se caracteriza como situação que requer a atenção pela equipe de saúde da UBS.

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Estratégia Saúde da Família e o modelo de trabalho de enfermagem na assistência Pré-Natal

No ano de 2009, o número de gestantes foi maior, tendo em vista o crescimento do

bairro e a disponibilidade de atendimento oferecido pela ESF. A equipe se preocupa com o

número de gestantes, principalmente adolescentes e por isso, desenvolve programa de

prevenção por meio de palestras, propondo a busca da redução do alto índice de gestantes

adolescentes e gestações não planejadas.

Utiliza estratégias com grupos educativos (oficinas de sexualidade, planejamento

familiar e orientação aos métodos contraceptivos, e prevenção das doenças sexualmente

transmissíveis) como melhoria da qualidade de vida das mulheres.

Por outro lado, procura conscientizar sobre os riscos que permeiam a gestação não

planejada, que priva em diversos momentos a mulher em sua expressão social, acarretando

prejuízos a criança e a sua família.

A equipe de Saúde da Família Alfredo Freire II Uberaba/MG apresenta, segundo

informações de seu diagnóstico situacional em saúde um número elevado de gestantes

cadastradas; pela observação realizada que, faz parte de seu cotidiano de trabalho um

“pronto atendimento” frequente e significativo a respeito à condição de saúde das gestantes

da área.

É importante ressaltar que o número ampliado de gestantes presentes na realidade

da equipe de saúde da família Alfredo Freire II Uberaba/MG foi desencadeador do problema

de pesquisa deste trabalho.

Outros fatores contribuintes para o estudo da temática foram a problemática que

envolve crença cultural local, onde as gestantes da área não se mostram disponíveis ao

acompanhamento Pré-Natal, acreditam que o mesmo é desnecessário; observa-se a

ansiedade e o medo pela possibilidade de sentir dor e desconforto durante as consultas;

observa-se, também, o medo de repreensão por parte dos profissionais de saúde mediante

a conduta que elas gestantes adotam durante esse período, características dos consultórios

e os procedimentos realizados são fatores de resistência percebidos pela autora em seu

cotidiano junto as gestantes.

Entre outros fatores, para a atenção a temática assistência pré-natal por enfermeiros

na ESF/AB, está na realidade de uma prática cotidiana observada pela autora em um

modelo tradicional, biomédico e especializado.

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Apesar de ser uma Unidade de Saúde integrada ao ensino, enquanto cenário de

prática, a assistência Pré-Natal era preferencial tanto pela comunidade que buscava o

serviço quanto pelos profissionais, realizada por médico especialista, no caso, ginecologista.

Observou-se que a adesão as demais atividades por outras categorias profissionais

eram resistentes na adesão da população gestante. E, a autora coloca ainda a presença de

gestantes que preferiam realizar o acompanhamento Pré-Natal através dos convênios

médicos privatistas, indo contra a cultura universalista do SUS.

Em seu cotidiano, em relação a gestante, cabia apenas atividades de caráter

administrativo e gerencial: quantificar quantas gestantes pertenciam ao território e sob sua

responsabilidade, realizar o cadastro no SIS-PRENATAL (programa que identifica as

gestantes dentro do Programa Nacional de Humanização ao Parto), mobilizar a busca ativa

das gestantes faltosas a consulta médica, realizar o preenchimento do cartão da gestante

conforme transcrição dos prontuários e informações médicas. A esfera assistencial, em

muito, ficava limitada a avaliação antropométrica e ordenação do esquema vacinal.

A gestação e seu acompanhamento foram entendidos pela autora, durante o

desenvolvimento do curso de especialização em atenção básica em saúde da família como

fator prioritário na sua equipe, necessitando de transformações.

A finalidade desse estudo está em pautar as ações de pré-natal, numa organização

pela equipe básica da ESF, com representação do cuidado em saúde proporcionado pelo

profissional enfermeiro, em busca da transformação do modelo vigente na atenção a essas

mulheres, conforme descrito.

A atenção à saúde da mulher, em especial gestante, por parte do enfermeiro deve

ser reconhecida pela equipe multiprofissional que a atende, através de um

acompanhamento integrado e sequencial nos vários níveis de atenção, seja na promoção da

saúde, prevenção dos agravos e recuperação das doenças (COFEN, 1995; Ministério da

Saúde, 2004).

Faz parte da construção de políticas públicas saudáveis voltadas para a

comunidade, com o objetivo de reduzir os fatores de risco e a mortalidade infantil, a

integração e autonomia do fazer do profissional Enfermeiro, além de oferecer informações

sobre proteção da saúde da gestante, ressalvam-se a recomendação desse tipo de

atendimento a ser realizado pelo enfermeiro, conforme Ministério da Saúde (2004).

Page 31: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Verificar se há evidências quanto à realização da assistência pré-natal por

enfermeiros na Estratégia Saúde da Família/ Atenção Básica à Saúde.

Objetivos Específicos

Selecionar estudos que investigaram a assistência pré-natal realizada por

enfermeiros na Estratégia Saúde da Família/ Atenção Primária à Saúde

Caracterizar esses estudos conforme os dados de publicação, metodológicos e

convergência com a questão norteadora

Identificar evidências nos resultados desses estudos que caracterizem a assistência

pré-natal realizada por enfermeiros na Estratégia Saúde da Família/ Atenção Primária à

Saúde.

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METODOLOGIA

Revisão Sistematizada da Literatura

Neste momento, realizou-se um estudo de revisão da literatura científica, tendo em

vista avaliar um conjunto de dados simultâneos, a partir de estudos primários selecionados

previamente, que investigam uma mesma questão (CASTRO et al, 2002; BURGATTI, 2007).

A questão do estudo é o primeiro passo para a revisão sistemática. O Segundo

passo consiste em definir a seleção dos estudos, sendo o mais indicado as bases de dados

eletrônicas. O terceiro passo é a avaliação crítica dos estudos, em que se utilizam critérios

para validar os estudos selecionados, através de uma avaliação crítica dos pesquisadores.

O quarto passo consiste na coleta dos dados em que se caracterizam os estudos levantados

e determinam suas possibilidades de comparação. O quinto passo é a analise e

apresentação dos dados, com agrupamento de estudos semelhantes. O sexto passo é a

determinação da força dos resultados e das evidencias encontradas, delineando claramente

os benefícios e riscos do achado. Uma vez publicada, a revisão sistemática sofrerá críticas e

sugestões que poderão ser incorporadas em novos estudos sobre a temática (CASTRO et

al, 2002; BURGATTI,2007)

E, para esse estudo a questão é: Existe a realização da assistência ao Pré-Natal por

enfermeiros na ESF/AB?

A partir da questão dessa investigação foram considerados estudos que abordassem

a Assistência Pré-Natal por Enfermeiros. A fonte de busca orientou-se por base eletrônica,

restrita a produção do conhecimento nacional e de língua portuguesa. Foi utilizada a

biblioteca virtual de publicações periódicas de enfermagem: Portal de Revistas de

Enfermagem, acesso em http://www.revenf.bvs.br/cgi-bin/wxis.exe/iah.

O Portal de Revistas de Enfermagem reúne uma coleção de revistas de enfermagem

editadas no Brasil, disponibilizadas em texto completo e em formato eletrônico. É fruto da

parceria entre a Biblioteca Virtual em Saúde em Enfermagem (BVSEnf) e instituições

responsáveis pela publicação periódica, coordenada pela Escola de Enfermagem USP de

Ribeirão Preto.

Esse portal é composto por 09 períodicos nacionais, sendo eles: Ciência, Cuidado &

Saúde; Cogitare Enfermagem; Escola Anna Nery; Revista Mineira de Enfermagem; Revista

da Rede de Enfermagem do Nordeste; Revista Eletrônica de Enfermagem; Revista de

Enfermagem UERJ; Revista Gaúcha de Enfermagem; Revista Paulista de Enfermagem.

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34

Destaca-se que considerar apenas essa seção – Portal de Revistas de Enfermagem-

consiste num limite do estudo, uma vez que artigos pertencentes a periódicos de outras

seções e outras bibliotecas eletrônicas poderiam também contribuir para a discussão dessa

temática.

A estratégia de busca nessa base eletrônica se deu pela utilização de descritores

que são terminologias que indexam os artigos eletronicamente possibilitando encontrar as

suas publicações. O descritor utilizado e qual mais se aproxima a questão norteadora foi

Pre-Natal.

Com relação ao tempo, não houve limitação, sendo considerados todos os artigos

publicados nos períodicos presentes no momento do acesso. O primeiro acesso ocorreu em

18 de outubro de 2009, e o último acesso para avaliação de novas publicações em 10 de

janeiro de 2010.

Não se utilizou o cruzamento de descritores considerando que a base de dados

correspondia a publicações de enfermagem o que por si já se aproxima a questão

norteadora da busca.

Quanto a seleção dos artigos, após a identificação de todas a publicações a partir do

descritor utilizado, procedeu-se analise para caracterização dos estudos e pré-seleção

quanto a sua pertinência a pergunta norteadora. Dessa maneira foram considerados como

núcleos de conceitos para a manutenção dos artigos na revisão sistemática os termos: Pré-

Natal, Enfermagem e Saúde da Família.

Essa etapa foi realizada separadamente por dois revisores sendo a pesquisadora

dessa investigação e a sua orientadora. Os passos utilizados para a caracterização dos

artigos e a verificação de sua aproximação com a questão norteadora foram: a leitura

aprofundada de cada artigo, a segregação dos mesmos quanto à aproximação da questão

norteadora e a categorização desses conforme os critérios metodológicos estabelecidos.

Posteriormente ocorreu uma reunião de consenso entre, a autora e a orientadora,

com o objetivo de decidir a inclusão e a exclusão dos artigos pré-selecionados e avaliados,

afim de se garantir maior segurança na seleção.

Em relação à analise dos dados, foi utilizado analise estatística descritiva por

números absolutos e percentuais. Como também a caracterização dos períodicos por:

Total de estudos identificados na busca, conforme fonte;

Identificaçao de Estudos Repetidos;

Page 34: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

35

Exclusão de Estudos;

Inclusão de Estudos para a revisão sistemática;

Quanto aos estudos incluídos por aproximação a questão norteadora, esses foram

analisados nos seguintes aspectos:

Síntese panorâmica do conteúdo e da analise dos artigo incluídos;

Delineamento da Investigação (Metodologia);

Ano de Publicação;

Periódico de Publicação;

Considerações apresentadas à temática em estudo.

Todos os artigos analisados receberam um código para facilitar a leitura e sua

identificação sendo E(n) para os artigos Excluídos e I(n) para os artigos incluídos na revisão

sistemática.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização dos artigos encontrados na busca

Os resultados da revisão sistematizada serão apresentados em três fases: a

caracterização dos artigos encontrados na busca, a caracterização dos artigos incluídos

para a revisão sistemática e a aproximação dos resultados dos estudos incluídos com o

questionamento norteador.

Destaca-se que nenhum estudo foi obtido por pesquisa manual. No quadro abaixo

apresenta-se o total de estudos encontrados.

Foram encontrados 40 artigos, sendo que a maior quantidade foi encontrada na

Revista da Escola Anna Nery com 40% (n=16) das publicações.

De forma geral os motivos das exclusões podem ser agrupados nas seguintes

dimensões: investigações sobre processos patológicos na gestação 15,7% (n=5), estudos

epidemiológicos descritivos 25% (n=8), estudos a respeito de conhecimentos e práticas de

mulheres na gestação, parto e puerpério 34.3% (n=11) e, percepções, significados,

representação social da gestação para as mulheres 25% (n=8). Esses artigos podem ser

identificados no quadro 3.

Page 35: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

36

Quadro 2. Número de artigos encontrados, excluídos e incluídos, conforme periódico.

Pe

rió

dic

os:

Po

rtal

Re

vis

tas

d

e

En

ferm

ag

em

No de Artigos Encontrados Excluídos Incluídos Total

Ciencia, Cuidado & Saúde 3 3 0 3

Cogitare Enfermagem 3 3 0 3

Escola Anna Nery 16 13 3 16

Revista Mineira de Enfermagem 5 4 1 5

Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste

0 0 0 0

Revista Eletronica de Enfermagem

1 1 0 1

Revista de Enfermagem UERJ 10 7 3 10

Revista Gaúcha de Enfermagem 1 1 0 1

Revista Paulista de Enfermagem 1 0 1 1

Total 40 32 8 40

Quadro 3. Artigos excluídos da revisão sistematizada

Id. Autor (es) Título Períodico Ano

E1

Coelho, Rita de Cássia

Heinzen de Almeida,

Erdmann, Alacoque

Lorenzini and dos

Santos, Evanguelia

Kotzias Atherino

Uma prática de cuidado

investigativa à gestante HIV-

soropositivo orientada pela

teoria de Parse.

Revista Gaúcha

de Enfermagem 2006

E2

Primo, Cândida

Caniçali, Amorim, Maria

Helena Costa and

Castro, Denise Silveira

de

Perfil social e obstétrico das

puérperas de uma

maternidade

Revista de

Enfermagem

UERJ

2007

E3 Dias, Claudia Novais

and Spindola, Thelma

Conhecimento e prática das

gestantes acerca dos métodos

contraceptivos.

Revista de

Enfermagem

UERJ

2007

Page 36: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

37

E4

Daltoso, Daniela,

Almeida, Ana Maria de

and Panobianco,

Marislei Sanches

A visão de puérperas

adolescentes acerca da

atenção pré-natal

Revista de

Enfermagem

UERJ

2005

E5 Almeida, Nilza Alves

Marques et al

Avaliação de uma proposta de

abordagem psicoprofilática

durante o processo de

parturição

Revista de

Enfermagem

UERJ

2004

E6

Oriá, Mônica Oliveira

Batista, Alves, Maria

Dalva Santos and Silva,

Raimunda Magalhães

da

Repercussões da gravidez na

sexualidade feminina.

Revista de

Enfermagem

UERJ

2004

E7

Ozaki, Lúcia Maria

Tonzar Ristori, Feracin,

Jussara Cunha Fleury

and Simo, Antonieta

Keiko Kakuda

Campanha de vacinação

contra a rubéola: mães e filhos

correm riscos?

Revista de

Enfermagem

UERJ

2004

E8 Luchesi, Luciana

Barizon et al.

Caracterização do

atendimento a mulheres em

uma maternidade

araraquarense.

Revista de

Enfermagem

UERJ

2004

E9

Silva, Maria Bruno de

Carvalho, Moura, Maria

Eliéte Batista and Silva,

Antonia Oliveira

Desmame precoce:

representações sociais de

mães.

Revista Eletronica

de Enfermagem 2007

E10

Pesamosca, Lucélia

Garlet, Fonseca,

Adriana Dora da and

Gomes, Vera Lúcia de

Oliveira

Percepção de gestantes

acerca da importância do

envolvimento paterno nas

consultas pré-natal: um olhar

de gênero

Revista Mineira

de Enfermagem 2008

Page 37: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

38

E11 Andrade, Flaviana Vieira

and Marcolino, Clarice

Associação entre trabalho de

parto prematuro e vaginose

bacteriana: uma revisão da

literatura.

Revista Mineira

de Enfermagem 2007

E12

Primo, Cândida

Caniçali, Silva, Brena

Maria and Richa, Bruna

Ferrari Campos

Sífilis congênita: perfil

epidemiológico de um

município do Espírito Santo,

Brasil

Revista Mineira

de Enfermagem 2007

E13

Vieira, Lúcio José,

Oliveira, Maria Helena

Pessini de and Lefévre,

Fernando

Situação vacinal das mães de

crianças que morreram por

tétano neonatal em Minas

Gerais, Brasil (1997-2002)

Revista Mineira

de Enfermagem 2006

E14

Seibert, Sabrina Lins,

Gomes, Maysa

Luduvice and Vargens,

Octavio Muniz da Costa

Assistência pré-natal da casa

de parto do Rio de Janeiro: a

visão de suas usuárias.

Escola Anna Nery 2008

E15

Silva, Roberta Maria de

Oliveira, Araújo, Carla

Luzia França and Paz,

Fatima Maria Trigo da

A realização do teste anti-hiv

no pré-natal: os significados

para a gestante

Escola Anna Nery 2008

E16

Santos, Fernanda Lima

Batista, Oliveira, Maria

Ivoneide Veríssimo de

and Bezerra, Maria

Gorete Andrade

Prematuridade entre recém-

nascidos de mães com

Amniorrexe Prematura

Escola Anna Nery 2006

E17

Araújo, Maria Alix Leite,

Farias, Francisca

Lucélia Ribeiro de and

Rodrigues, Alanna

Virgínia Brito

Aconselhamento pós-teste

anti-HIV: análise à luz de uma

teoria humanística de

Enfermagem.

Escola Anna Nery 2006

E18 Oliveira, Thalita Rocha O consumo de bebida Escola Anna Nery 2007

Page 38: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

39

and Simões, Sonia Mara

Faria

alcóolica pelas gestantes: um

estudo exploratório.

E19

Arcanjo, Conceição de

Maria, Oliveira, Maria

Ivoneide Veríssimo de

and Bezerra, Maria

Gorete Andrade

Gravidez em adolescentes de

uma unidade municipal de

saúde em Fortaleza - Ceará.

Escola Anna Nery 2007

E20

Duarte, Sebastião

Junior Henrique and

Andrade, Sônia Maria

Oliveira de

Representação social da

gestante residente no Marabá

a respeito do pré-natal

Escola Anna Nery 2007

E21 Matos, Lígia Neres et al Mortalidade de infantil no

município do Rio de Janeiro Escola Anna Nery 2007

E22

Knupp, Virginia Maria de

Azevedo Oliveira, Melo,

Enirtes Caetano Prates

and Oliveira, Rejane

Burlandi de

Distribuição do parto vaginal e

da cesariana no município do

Rio de Janeiro no período de

2001 a 2004

Escola Anna Nery 2008

E23

Rocha, Dayane Cristina

de Sousa, Bezerra,

Maria Gorette Andrade

and Campos, Antonia

do Carmo Soares

Cuidados com os bebês: o

conhecimento das primíparas

adolescentes.

Escola Anna Nery 2005

E24 Joca, Mirella Teixeira et

al

Fatores que contribuem para o

desmame precoce Escola Anna Nery 2005

E25

Marinho, Angélica Mota,

Lima, Fátima

Cavalcante and Araújo,

Márcio Flávio Moura de

Câncer de mama e

auto_exame: uma análise do

conhecimento de gestantes

Cogitare

Enfermagem 2007

E26 Sepka, Georgia Carina Promoção do aleitamento

materno com mães Cogitare

2007

Page 39: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

40

et al adolescentes: acompanhando

e avaliando essa prática.

Enfermagem

E27 Moura, Escolástica

Rejane Ferreira et al

Mortalidade materna no

Ceará-Brasil (1998 -2002):

estudo retrospectivo

Cogitare

Enfermagem 2007

E28

Gaíva, Maria Aparecida

Munhoz and Medeiros,

Leodiana da Silva

Lactação insuficiente: uma

proposta de atuação do

enfermeiro

Ciencia, Cuidado

& Saúde 2006

E29

Moraes, Ana Maria

Silveira Machado de,

Magna, Luís Alberto and

Marques-de-Faria,

Antonia Paula

Conhecimento de mães sobre

fatores de risco e prevenção

do retardo mental e/ou defeito

congênito

Ciencia, Cuidado

& Saúde 2007

E30 Araújo, Maria Alix Leite

et al.

Gestantes portadoras do HIV:

Enfrentamento e percepção de

uma nova realidade

Ciencia, Cuidado

& Saúde 2008

E31 Lima, Claudete Costa

De et al

Avaliação da assistência

materno-infantil prestada por

uma equipe rural do Programa

Saúde da Família.

Escola Anna Nery 2007

E32

Cabral, Fernanda

Beheregaray, Ressel,

Lúcia Beatriz and

Landerdahl, Maria

Celeste

Consulta de enfermagem:

estratégia de abordagem à

gestante na perspectiva de

gênero.

Escola Anna Nery 2005

Após avaliação dos títulos, leitura dos resumos e análise dos artigos na íntegra,

apenas 20% (n=8) dos artigos apresentavam pertinência a questão norteadora da pesquisa.

Dos artigos pertinentes, a Revista da Escola Anna Nery e a Revista de Enfermagem da

UERJ representaram, ambas, 37.5% (n=3); prosseguida das revistas Ciência, Cuidado &

Page 40: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

41

Saúde, Revista Mineira de Enfermagem e Revista Paulista de Enfermagem, todas com

12,5% (n=1) das publicações pertinentes a questão norteadora.

As revistas Cogitare Enfermagem, Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste e

Revista Gaúcha de Enfermagem não apresentaram periódicos pertinentes a questão

norteadora.

Caracterização dos artigos incluídos para a Revisão Sistematizada

A amostra definitiva dos artigos incluídos para a revisão sistemática, portanto, foram

de 08 artigos representados a seguir, no quadro 4.

Quadro 4. Distribuição dos artigos incluídos para revisão sistematizada

Id. Autor (es) Título Períodico Ano

I1 Hoga, Luiza Akiko

Komura

Cuidado desenvolvido na primeira

Casa de Parto Brasileira vinculada ao

Programa Saúde da Família.

Revista Paulista

de Enfermagem 2006

I2

Primo, Cândida

Caniçali, Bom,

Maraíza and Silva,

Pablo Cordeiro da

Atuação do enfermeiro no atendimento

à mulher no programa saúde da

família

Revista de

Enfermagem

UERJ

2008

I3

Nery, Thaís Araujo

and Tocantins,

Florence Romijn

O Enfermeiro e a Consulta Pré-Natal:

o significado da ação de assistir a

gestante.

Revista de

Enfermagem

UERJ

2006

I4 Penna, Lucia Helena

Garcia et al

Projeto de extensão universitária: a

Enfermagem obstétrica no

atendimento pré-natal de baixo risco.

Revista de

Enfermagem

UERJ

2006

I5

Santos, Patrícia

Abadia Neves and

Silva, Sueli Riul da

O trabalho do PSF no incentivo ao

parto normal através do uso de um

método psicossomático de alívio da

dor : relato de caso.

Revista Mineira

de Enfermagem 2007

I6 Lima, Yara Macambira A percepção das enfermeiras sobre a Escola Anna Nery 2008

Page 41: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

42

Santana and Moura,

Maria Aparecida

Vasconcelos

competência social no

desenvolvimento da assistência pré-

natal .

I7

Duarte, Sebastião Junior Henrique and Andrade, Sônia Maria Oliveira de

Assistência pré-natal no Programa

Saúde da Família. Escola Anna Nery 2006

I8 Landerdahl, Maria

Celeste et al

A percepção de mulheres sobre

atenção pré-natal em uma Unidade

Básica de Saúde.

Escola Anna Nery 2007

A concentração das publicações estão relacionadas à revista Escola Anna Nery 50

% (n=5) e 40% (n=4) para o ano de 2006, isso significa que são estudos recentes,

elaborados em tempo menor que os 10 últimos anos.

Quadro 5. Síntese panorâmica dos estudos incluídos para revisão sistemática conforme escopo, método , resultado e considerações.

Id. Escopo Método Resultados Considerações

I1

O estudo descreve

as características

dos Profissionais e

da Assistência

Prestada em uma

Casa de Parto

vínculada a

Estratégia Saúde

da Família

Observação

Participante

A Casa da Continuidade a

Assistencia Pré-natal

desenvolvida pelos Médicos e

Enfermeiros da Equipe Saúde da

Família, entre a 37ª e a 42ª

semana de gestação e, se

integra as equipes saúde da

família também no puerpério

Existe assistencia

Pré Natal

realizada por

enfermeiros na

Saúde da Família

com continuidade

na Casa de Parto

I2

O estudo buscou

analisar a atuação

do enfermeiro

Saúde da Família e

descrever as

Estudo

descritivo

quantiqualitativo

(Analise

Temática e

Dos 51 Enfermeiros Participantes

96,08% da amostra realizam

prevenção do câncer de colo de

útero; 83,67% - assistência ao

pré-natal de baixo risco; 83,67% -

Os enfermeiros

Saúde da Família

prestam uma

assistência

efetiva, com

Page 42: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

43

dificuldades

encontradas na

atenção a mulher

Estatística) planejamento familiar; e 64,71%

educação em saúde

83,67% realizando

a assistência pré-

natal

I3

O estudo se

focalizou em

descrever a

atuação da

enfermagem

quanto a realização

de consultas Pré-

Natal em Unidades

Básicas de Saúde

A análise das

falas, com

fundamento na

fenomenologia

sociológica de

Schutz

Entrevistado 12 enfermeiros,

identificou-se atividades

desenvolvidas na consulta Pré-

Natal, foi revelado que o

profissional busca contribuir para

que a mulher tenha uma gravidez

sem complicações, prazerosa e

que nasça um bebê saudável

Os Enfermeiros

realizam

assistência Pré-

Natal nas

Unidades Básicas

de Saúde em que

estão inseridos

I4

Descreve a

Trajetória de um

Projeto de

Extensão de

consultas de Pré-

Natal de Baixo

Risco realizada por

Estudantes de

Enfermagem, no

Centro Municipal

de Saúde

Abordagem

qualitativa na

perspectiva da

História Social

O projeto é utilizado como

campus de estágio para

especialização em Enfermagem

Obstétrica e para os alunos de

graduação desempenharem as

atividades práticas das disciplinas

relacionadas à Saúde da Mulher.

E, o campo criado como projeto

de extensão caracteriza-se como

local de capacitação das

enfermeiras da rede básica local

Os enfermeiros

Obstetras

especialistas, os

graduandos em

enfermagem e as

enfermeiras da

rede básica

envolvidas no

campus desse

projeto de

extensão realizam

assistência Pré-

Natal de Baixo

Risco

I5

Relata sobre a

preparação das

gestantes para o

trabalhado de parto

com o emprego de

técnicas de

respiração,

relaxamento e

educação em

saúde

Relato de Caso

Identificado três equipes que

mais realizavam consulta pré-

natal, ensinado as equipes o

método psicossomático de alívo

de dor e coletado os resultados

dessa intervenção pelo relato de

caso de três gestantes

A equipe saúde da

família, incluindo a

enfermeira

realizam

assistência pré-

natal nas

unidades do

Programa Saúde

da Família

avaliadas

Page 43: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

44

I6

Analisa a

competência social

das Enfermeiras na

Assistência Pré-

Natal

Pesquisa

Qualitativa

referencial

teórico de

Clauss Moller

Foram entrevistadas 42

enfermeiras de Unidades

Básicas de Saúde de Belém do

Pará, como resultado as

depoentes refletiram sobre

compromisso profissional diante

das gestantes, compreenderam a

necessidade da busca de uma

consciência crítica da realidade e

o interesse em superar as

dificuldades nos serviços de

saúde pública. Não é suficiente

somente ter um bom

desempenho profissional, é

fundamental o apoio institucional

para promover o crescimento

pessoal

Apesar de não ser

suficiente somente

ter um bom

desempenho

profissional, e ser

fundamental o

apoio institucional

para promover

crescimento dessa

categoria na

assistência pré-

natal, as

enfermeiras

entrevistadas

realizam essa

assistência

I7

Descreve as

atuações dos

enfermeiros na

assistência pré-

natal na Estratégia

Saúde da Família

Revisão da

Literatura

Os resultados apontam para a

multidimensão da atuação do

enfermeiro, além da interação

técnica existente, uma interação

entre ele e as gestantes e os

demais membros da equipe de

saúde. Isso fortalece os vínculos

de confiança e credibilidade por

parte das gestantes e

consequente a adesão ao pré-

natal por enfermeiros

As enfermeiras

realizam

assistência pré-

natal na ESF

integrada aos

demais membros

da equipes de

saúde e, destaca-

se o acolhimento

e a credibilidade

por parte das

gestante a essa

assistência de

enfermagem

I8

Conhecer a

percepção das

gestantes sobre o

Pesquisa

descritiva

exploratória

Respostas denotam consulta por

enfermeiros em graduação para

gestantes enquanto espaço

As enfermeiras,

ainda em

graduação

Page 44: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

45

pré-natal realizado

por Enfermeiros em

Graduação,

realizado em

Unidades Básicas

de Saúde

com abordagem

qualitativa,

através de

entrevista semi-

estruturada

educativo e de integração de

outros componentes da família,

auxiliando no fortalecimento de

vínculo entre profissional-

gestante/família.

realizam consulta

pré-natal em

Unidades Básica

de Saúde e

recebem

aceitação positiva

pelas gestantes

assistidas.

Conforme demonstra a síntese dos estudos incluídos para a revisão sistematizada,

de acordo com quadro acima, há uma crescente preocupação quanto ao trabalho do

enfermeiro na questão do atendimento pré-natal. Os artigos demonstram que o profissional

da enfermagem vem se destacando cada vez mais na UBS/ESF demonstrando um trabalho

eficaz e eficiente.

Isso demonstra que na maioria dos relatos e descrições sobre a assistência pré-

natal, ela é realizada por enfermeiros na Estratégia Saúde da Família/Atenção Básica e

estão de acordo com as diretrizes da ESF.

Os estudos, 87.5% (n=7) foram elaborados por métodos qualitativos de pesquisa,

sendo utilizado como exemplo: a observação participante, os relatos de caso, revisão da

literatura, e outras abordagens na perspectiva histórica -social e fenomenológica.

Dentre os artigos selecionados 25% (n=2) apresentam a assistência pré-natal

realizada por enfermeiros associadas à projetos de integração e ensino e serviço, em que

alunos de graduação e pós-graduação interessam-se por esta linha de pesquisa.

Tendo em vista a produção de conhecimento identificada e o volume de artigos

capazes de responder ao questionamento dessa revisão, considera-se, também, a

necessidade de se ampliar as pesquisas que se relacionam ao tema assistência pré-natal na

Estratégia Saúde da Família realizada por Enfermeiros.

Pode se ressaltar que com os amplos objetivos existentes para a assistência pré-

natal (biológicos, sociais e de saúde pública), entende-se que a atuação do enfermeiro se

torna impar para a execução efetiva desse cuidado.

É possível através da atenção pré-natal assegurar a evolução normal da gravidez,

preparar a mulher para o parto, puerpério e a lactação, identificar mais rapidamente os

riscos e as complicações, que possam surgir durante o período.

Page 45: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

46

Dessa maneira, o trabalho da enfermagem, além de valorizar esse tipo de

assistência, torna-se crucial para a melhoria dos indicadores de qualidade de vida de uma

população, em especial na atenção prestada pela Estratégia Saúde da Família.

Page 46: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A equipe de Saúde da Família Alfredo Freire II Uberaba/MG apresenta, segundo

informações de seu diagnóstico situacional de saúde de 2009, 21 gestantes confirmadas, e

conforme proposições de Portarias do Ministério da Saúde seriam esperados para essa área

de abrangência 6 gestantes para o respectivo período.

Esse número ampliado de gestantes presentes na realidade da equipe de saúde da

família Alfredo Freire II Uberaba/MG levou a autora desse trabalho a se questionar, de que

maneira a enfermagem vem contribuindo para a assistência pré-natal na ESF.

Dessa maneira, optou-se por uma revisão sistemática da literatura direcionada pelo

seguinte questionamento: “Existe a realização da assistência ao Pré-Natal por enfermeiros

na ESF/AB?”.

Os resultados obtidos pelo banco de dados pesquisado demonstraram que na

atualidade a enfermagem tem realizado esse tipo de assistência na ESF/Atenção Básica.

Essa atenção realizada por enfermeiro, conforme a literatura é eficiente e satisfatória tanto

do ponto de vista da equipe de saúde quanto das usuárias do sistema.

Uma particularidade evidenciada é o envolvimento de instituições de ensino,

faculdades de enfermagem que realizam essa atividade: consulta pré-natal, no cenário de

prática da ESF/AB, já com o intuito da aproximação ensino-serviço e melhor preparo dos

profissionais para essa atuação.

Entretanto, a produção de artigos relacionados ao tema, manifestou-se reduzida

diante da importância da temática. Por isso, espera-se que a partir deste trabalho, a

enfermagem possa ser vista como uma atuação diferenciada e necessária na Estratégia

Saúde da Família no que se relaciona a assistência pré-natal.

Nesse sentido, sugere-se a necessidade de maior produção do conhecimento que

evidenciem essa pratica, valorizando os aspectos que a norteiam e fortalecendo a

assistência de enfermagem, com sua autonomia e pilar organizador da estratégia saúde da

família.

Observa-se uma dicotomia entre a prática cotidiana explicitada pela autora conforme

sua análise do portfólio com os resultados encontrados pela revisão da literatura. A analise

do portfólio demonstrou ainda a permanência de uma prática centrada na atividade do

médico especialista, uma descrença das gestantes daquela comunidade em relação ao

Page 47: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

48

acompanhamento pré-natal, a presença constante de gestações não planejadas e a

Enfermagem envolvida com atividades administrativas e gerenciais, estando às atividades

assistenciais reduzidas a atualização do esquema vacinal, avaliação antropométrica e

transcrição dos achados médicos clínicos para o cartão da gestante.

No entanto, os resultados da revisão da literatura apontam que essa assistência

converge às diretrizes do PSF. Discutem as práticas de cuidado da enfermagem na

incorporação das questões psicoafetivas das gestantes e das abordagens familiares.

Demonstram a integração ensino-serviço para a realização desse cuidado. Apesar de se

observar a necessidade de ampliação da produção do conhecimento sobre essa temática.

Os achados desse levantamento são atributos importantes para se contribuir com o

fomento da produção do conhecimento em Enfermagem, mas também, para estimular e

fortalecer a mudança das práticas em equipes de saúde da família, no que tange a

assistência Pré-Natal.

Dessa maneira, pelos referidos estudos dessa revisão, considera-se que a

enfermagem exerce atuação diferenciada na Estratégia Saúde da Família no que se

relaciona a assistência Pré-Natal, e, nesse sentido, sugere-se a necessidade de maior

produção do conhecimento que evidenciem essa pratica, valorizando os aspectos que a

norteiam e fortalecendo a assistência de enfermagem, com sua autonomia, destacando a

efetividade desse profissional e valorizando o seu diferencial assistencial para os serviços

primários de saúde, em especial na assistência ao Pré-Natal.

Page 48: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL NA … · de la familia, resaltando la eficacia de la formación y el desarrollo de su cuidado diferenciado para la atención primaria de

49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2. ANDRADE, F. V.; MARCOLINO, C. Associação entre trabalho de parto prematuro e vaginose bacteriana: uma revisão da literatura. Reme: Revista Mineira de Enfermagem, Dez 2007, vol.11, nº 4, p.453-460.

3. ARAÚJO, MAL et al. Gestantes portadoras do HIV: Enfrentamento e percepção de uma nova realidade. Ciências, cuidado e saúde, Jun, 2008, vol.7, nº 2, p.216-223.

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5. ARCANJO, C. M. et al. Gravidez em adolescentes de uma unidade municipal de saúde em Fortaleza - Ceará. Escola Anna Nery, Set 2007, vol.11, nº 3, p.445-451.

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