Assistência de Enfermagem as Gestantes Atendidas No Pré-natal de Baixo Risco

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    CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUBFACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACSCURSO: ENFERMAGEM

    ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAS GESTANTES ATENDIDAS NO PRÉ-NATAL DE BAIXO

    RISCO

    ALANA MICHELLE MACHADO DA SILVA

    BRASÍLIANovembro/2007

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    ALANA MICHELLE MACHADO DA SILVA

    ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAS GESTANTES ATENDIDAS NO PRÉ-NATAL DE

    BAIXO RISCO

    Monografia apresentada comorequisito para conclusão do cursode Enfermagem do UniCEUB -Centro Universitário de Brasília. MSC Orientadora: Ligia Richter.

    Brasília/DF. Novembro de 2007

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    SILVA, Alana Michelle Machado

    Assistência de Enfermagem as gestantes atendidasno pré-natal de baixo risco . / SILVA, Alana MichelleMachado. Brasília UNICEUB – Centro Universitário deBrasília, 2007.

    Monografia (graduação) em Enfermagem -UNICEUB – Centro Universitário de Brasília, 2007.

    1. Pré-natal de baixo risco 2. Açõeseducativas 3. Enfermagem 4. Humanização. I. Assistênciade enfermagem as gestantes atendidas no pré-natal debaixo risco.

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    ALANA MICHELLE MACHADO DA SILVA

    ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAS GESTANTES ATENDIDAS NO PRÉ-NTAL DE BAIXO

    RISCO

    Monografia apresentada comorequisito para conclusão do cursode Enfermagem do UniCEUB -Centro Universitário de Brasília.

    MSC Orientadora: Ligia Richter

    Brasília, 08 de novembro de 2007.

    Banca Examinadora

    ________________________________________Ligia Richter MSC Orientadora

    _________________________________________Rosangela Garcia Jaramillo

    MSC Examinadora convidada

    ______________________________________________

    Nilvia Jacqueline LinharesMSC Examinadora convidada

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    RESUMO

    Trata-se de um estudo descritivo de revisão bibliográfica, tendo como objetivodescrever sobre a atuação do enfermeiro na assistência a gestante. O pré-natal é oacompanhamento da evolução da gestação que visa cuidar da saúde da mulher e doseu bebê até que o parto ocorra, também é o momento que a mesma vivênciadiferentes sentimentos, por isso que a assistência de enfermagem é importante, edará suporte a gestante durante os nove meses. A consulta de enfermagem é umaatividade que irá proporcionar ao enfermeiro (a) condições para atuar de forma diretae independente com o paciente, caracterizando dessa forma sua autonomia.Segundo o Ministério da Saúde a humanização do pré-natal busca garantir aassistência à saúde da gestante, promovendo uma boa qualidade no atendimento eprevenção de possíveis complicações durante a gestação. Reconhecer a

    individualidade é humanizar o atendimento.

    Palavras Chaves : Pré-natal; Assistência de Enfermagem; Humanização.

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    Segundo Neumann et.al, 2003, o Ministério da Saúde recomenda iniciaracompanhamento da gestante no primeiro trimestre de gravidez e a realizar pelomenos seis consultas (sendo, no mínimo, duas realizadas por médico).

    “A gravidez e o parto são determinantes importantes

    do estado de saúde da mulher. A gravidez pode ser,

    ainda, o único contato que uma mulher em idade

    reprodutiva tem com os serviços de saúde. Trata-se,

    portanto, de valiosa oportunidade para intervenções

    direcionadas à promoção de saúde da mulher como um

    todo”. (Neumann et.al, 2003).

    Os exames realizados considerados obrigatórios para as gestantes são: ohemograma, glicemia, tipo de sangue e exames para avaliação de infecções: VDRL,HbSAg, HIV, sorologia para toxoplasmose e rubéola. As gestantes também fazemexame de urina e papanicolaou. (Aquino, 2005).

    Em todas as consultas a mulher deverá ser pesada, sua pressão arterialdeverá ser medida, e a partir do 4º mês ter medida a altura de seu útero (que

    indiretamente avalia o crescimento do feto), além de ser ouvido os batimentoscardíacos do feto. (Aquino, 2005).

    As consultas de pré-natal serão mensais até o oitavo mês. A partir daípassarão a ser quinzenais e no último mês, até o parto, serão semanais. Emnenhuma circunstância a gestante poderá ser dispensada de consultas de pré-natalantes de o parto ocorrer. As consultas no último mês de gestação devem sersemanais, pois algumas complicações podem ocorrer neste período, e, também, é

    quando as dúvidas sobre os sinais do trabalho de parto mais aparecem. (Aquino,2005).

    O pré-natal é um acompanhamento da evolução da gestação, que visa cuidarda saúde da mulher e de seu bebê até que o parto ocorra. Vai além do cuidar dasaúde física, pois é durante o pré-natal que se orienta a mulher sobre sua gravidez,os cuidados que ela deve ter neste período, a nutrição, exercícios, trabalho de parto,parto, aleitamento e outros temas. (Aquino, 2005).

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    O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) foi lançado peloMinistério da Saúde em 1983, sendo anunciado como uma nova e diferenciadaabordagem da saúde da mulher. (Rios e Vieira, 2007).

    O Ministério da Saúde divulgou oficialmente o PAISM em 1984, através dodocumento preparado pela referida comissão: “Assistência Integral à Saúde daMulher: base da ação programática”. (Rios e Vieira, 2007).

    A Lei do Exercício Profissional da Enfermagem - Decreto 94.406/87 e oMinistério da Saúde, regulariza que o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramenteacompanhado pela enfermeira. (Rios e Vieira, 2007).

    Segundo Rios e Vieira, 2007, o período pré-natal é uma época de preparação

    física e psicológica para o parto e para maternidade e como tal, é um momento deintenso aprendizado e uma oportunidade para os profissionais da equipe de saúdedesenvolver a educação como dimensão do processo de cuidar.

    O medo do desconhecido e os cuidados a serem prestados ao recém-nascidosão alguns fatores de tensão para gestante, e é da competência da enfermagemlidar com essa gestante, para dissipar toda e qualquer dúvida a esse respeito. (Riose Vieira, 2007).

    No pré-natal, a enfermeira deve estar atenta para interpretar as experiênciasda gestante com a maternidade no campo mais amplo (família, mudança física,psicológicas e sociais). (Rios e Vieira, 2007).

    Brasil, 2000, foi instituido o Programa de Humanização no Pré-natal eNascimento (PHPN) visando, essencialmente, a redução das taxas de mortalidadematerna peri-neonatal. Através do PHPN, os municípios adotariam medidas quegarantissem o acesso e a melhoria da cobertura e da qualidade do

    acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, puerpério e da assistêncianeonatal.

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    2 – JUSTIFICATIVA

    Esse tema me interessou por acreditar na qualidade e na importância da

    assistência do enfermeiro prestada a gestante no pré-natal, garantindo umadequado atendimento. Durante as consultas do pré-natal, será necessário àintervenção do enfermeiro no sentido de executar cuidados durante o atendimento,como avaliação dos fatores de risco, a atuação na qualidade de vida da gestante e aprevenção, através da consulta de enfermagem.

    Dessa forma, a Consulta de Enfermagem proporciona orientação de medidasfavoráveis, que visam a abordagem apropriada às necessidades peculiares das

    mulheres com quem interagimos em consultas no pré-natal, nas unidades básicasde saúde. (Lima e Moura, 2005).

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    3 – OBJETIVO

    3.1 – OBJETIVO GERAL

    Descrever sobre a atuação do enfermeiro a gestante de baixo risco, por meiode um levantamento bibliográfico.

    3.2 – OBJETIVO ESPECÍFICO

    Ø Salientar a importância na qualidade da assistência, prestada agestante no pré-natal.

    Ø Abordar a importância de ações educativas para uma gestaçãosaudável.

    Ø Apresentar através da revisão bibliográfica a humanização noacolhimento da gestante durante as consultas de pré-natal.

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    5 – REFERENCIAL TEÓRICO

    5.1 – HISTÓRIA DO PRÉ-NATAL

    Como vemos, o Pré-Natal é algo muito recente em termos de medicina. Osprimeiros serviços de atendimento pré-natal só surgiriam no Brasil lá pelo anos 20 e30, sendo que só no pós-guerra eles realmente se estabeleceram. Mas até estemomento, apenas se pensava na mulher, em diminuir os agravos para a sua saúde,sem se pensar quase no feto. Nesse período o parto cesárea raramente erarealizado, pois representava a morte para 40% das mulheres. Os bancos de sangueestavam ainda engatinhando e o primeiro antibiótico, a penicilina, apenas começavaa ser aplicada, a um preço ainda proibitivo e com vários efeitos colaterais, pois aindanão era bem purificada. (Galletta, 2000).

    Só nos anos 50-60, com a diminuição das taxas de morte materna, é quecomeçou a se preocupar decididamente com o feto e sua saúde ainda dentro do

    corpo da mãe. Foi aí que se começou a ver como o bebê era alimentado pelaplacenta e do quanto de oxigênio ele precisava para se manter vivo. Os médicos aospoucos foram se dando conta de como ele crescia e quais eram suas adaptaçõespara viver fora do organismo materno. Foi um tempo de grande evolução, ondeaquele ser misterioso que residia no útero da mulher foi progressivamente sendodescoberto. (Galletta, 2000).

    A Segunda Guerra Mundial, com seus horrores de morte e de fome, pode

    contribuir para um melhor entendimento do como está criança era nutrida, masavanços tecnológicos importantes ajudaram mais ainda este re-descobrimento fetal.(Galletta, 2000).

    Dentre tais avanços, sem dúvida nenhuma se encontra a ultrassonografiaque, a partir dos anos 70, vai se estabelecendo como recurso imprescindível paraacessar o organismo fetal em seu crescimento intra-uterino. O estudo bioquímico dolíquido que envolve o bebê, o líquido amniótico, assim como o desenvolvimento de

    vários exames de sangue, também vem a auxiliar o diagnóstico do bem-estar dofeto. (Galletta, 2000).

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    Nos anos 80, vêm se somar as estes, o exame de cardiotocografia, que avaliaas condições do coração fetal frente a situações de doença materna ou durante ascontrações do trabalho de parto, sendo um grande exame até os dias atuais paradiagnosticar o assim chamado sofrimento fetal, onde o médico percebe apossibilidade de morte iminente do bebê, podendo recorrer à intervenção porcesárea com rapidez e eficiência. (Galletta, 2000).

    Mais recentemente, já nos anos 90, surge a dopplervelocimetria, com apossibilidade de se estudar não só o fluxo de sangue que se faz do útero para aplacenta e desta para o feto, como também até mesmo o fluxo sanguíneo dentro doorganismo fetal. (Galletta, 2000).

    O importante é dizer o quanto tudo isto contribuiu para uma melhorassistência médica durante este período de vida da mulher e, porque não dizer, dafamília humana. Felizmente, os tempos mudaram e hoje podemos contar com todo oprogresso da medicina para cuidar da mãe e da criança da melhor forma possível,evitando muitos dos problemas que podem ocorrer durante a gravidez e o parto.(Galletta, 2000).

    6 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS UTILIZADOS 6.1 PRÉ-NA TA L

    Segundo Netto, 2005, o estado de saúde da mãe é um dos principais fatoresque determinam o nascimento a termo de concepto viável e sadio. Para asseguraresse curso, a medicina preventiva desenvolveu normas de condutas paraacompanhar a mulher durante a gestação: a assistência pré-natal. Partindo do

    pressuposto que a gravidez é evolução fisiológica de processo vital, 90% delascomeçam, evoluem e terminam sem complicações, constituindo o grupo dasgestações de baixo risco. Para essa clientela, os propósitos da assistência pré-natalpodem ser assim resumidos: aconselhar, educar e apoiar à gestante e os seusfamiliares; conduzir os pequenos distúrbios da gravidez; proporcionar rastreamentocontínuo, clínico e laboratorial, das intercorrências que possam implicar risco para obinômio materno-fetal.

    Para uma minoria de gestantes que, por critérios diversos, podem serclassificadas como de alto-risco, acrescenta-se um quarto propósito da assistência

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    pré-natal, a saber: prevenção, detecção e tratamento dos fatores que afetamadversamente a saúde materna e/ou fetal. (Netto, 2005).

    Segundo Netto, 2005, no Brasil, observa-se tendência em aproveitar operíodo gestacional, no qual a maioria das grávidas, em especial aquelas de baixonível sociocultural, freqüentam os serviços de saúde por temor de danos aos seusfilhos, para proporcionar às mulheres atendimento médico ampliado,consubstanciando o chamado Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulhere da Criança. Assim, é necessário rotina que delimite caminhos para atendergeneralidades e acolher peculiaridades, definindo plano de ação para cada caso.

    Inclui-se aí o trabalho interdisciplinar, em que um conjunto de profissionais

    avalia cada caso, associando aspectos qualitativos e técnicos no que se chamaConteúdo do Cuidado Pré-Natal: (Netto, 2005).

    • A qualidade do pré-natalista, especialista categorizado com conhecimentosque lhe permitam afiançar o caráter da normalidade da gestação e antever oseventuais riscos perinatais.

    • A assistência do serviço social.• O concurso da psicologia médica, entendendo e vivenciando com a gestante

    as emoções da gravidez, trabalhando as ansiedades e fantasias, os temorese as expectativas.

    • O auxílio da consulta da enfermagem, que, através das ações educativas,discute e esclarece dúvidas freqüentes e afasta tensões, detalhando emlinguagem acessível as explicações necessárias.

    • O papel da nutricionista, promovendo o conhecimento sobre hábitosalimentares.

    Assim definido o padrão de assistência pré-natal, não desprezar métodosclínicos simples, úteis e de alcance universal, por vezes pouco valorizados, poucoensinados e, frequentemente, abandonados na prática clínica diária. (Netto, 2005).

    Tão logo seja suspeitada a gravidez e confirmado o seu diagnóstico, a mulherdeve iniciar o acompanhamento pré-natal. Os bons resultados no desenlace dagravidez são diretamente proporcionais à precocidade da procura por cuidadosespecializados e à freqüência e quantidade de consulta pré-natais realizadas. (Netto,

    2005).

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    Segundo Ribeiro et.al, 2004, Albuquerque em 1990 cita a Lei do ExercícioProfissional da enfermagem (Lei 7. 498/86), que é de competência do enfermeiro aassistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido, oacompanhamento da evolução do trabalho de parto, a execução e assistênciaobstétrica em situação de emergência e execução do parto sem distócia; competeexclusivamente ao enfermeiro obstétrico: prestação de assistência à parturiente e aoperto normal, identificação de distócias obstétricas e tomada de providências até achegada do médico, e realização de episiotomia e episiorrafia, com aplicação deanestesia local, quando necessária. É também competência exclusiva do enfermeiroa consulta de enfermagem, na qual é prestada uma assistência sistematizada e

    integral, atendendo a gestante nas suas necessidades individuais. Os objetivos daassistência pré-natal são identificar associações mórbidas e prover o seu tratamento,garantir ou melhorar o estado geral da gestante, prevenir a ocorrência de entidadesespecíficas da gestação, propiciar adaptação do organismo materno às solicitaçõesdo ciclo gravídico-puerperal, educar a gestante para criação de bons hábitos, proverassistência psicológica e preparo psicológico para o parto e instruir a gestante sobreos cuidados com o recém nascido.

    6.1.1 – PRIMEIRA CONSULTA

    Conforme Brasil, 2000, na primeira consulta de pré-natal, deve ser realizadaanamnese abordando os aspectos epidemiológicos além dos antecedentesfamiliares, pessoais, ginecológicos e obstétricos, situação da gravidez atual; examefísico; diagnósticos e intervenções de enfermagem. As anotações deverão serrealizadas tanto no prontuário da unidade quanto no cartão da gestante.

    6.1.2 IMUNIZA ÇÃ O CON TRA O TÉTA NO

    Segundo Manual do Ministério da Saúde, 2006, a vacinação das mulheres emidade fértil (10 a 49 anos), gestantes e não gestantes, é medida essencial paraprevenção do tétano neonatal. Deve ser realizada com a vacina dupla tipo adulto(dT- contra difteria e o tétano) nas mulheres que não têm esquema de vacinaçãoprévia ou têm esquema vacinal incompleta.

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    Segundo Netto, 2005, com o objetivo de prevenir o tétano neonatal e protegera mulher contra o tétano acidental, o Programa Nacional de Imunização do Ministérioda Saúde indica como conduta rotineira na assistência pré-natal:

    • Gestante não vacinada – prescrever três doses de anatoxina tetânica,intervaladas de 30-60 dias, a partir de 20 semanas de gravidez.

    • Gestante com vacinação incompleta – completar o total de três doses deanatoxina tetânica em intervalos de 30-60 dias.

    • Gestante com vacinação completa há menos de 5 anos - consideraimunizada contra a doença.

    • Gestante com vacinação completa entre 5 e 10 anos – prescrever umadose de reforço de anatoxina tetânica após 20 semanas de gestação.

    • Gestante vacinada há mais de 10 anos – há que ser considerada comonão-imunizada.

    6.1.3 CONSULTAS SUBSEQUENTES

    Segundo Netto, 2005, após os procedimentos da consulta inaugural(anamnese completa, exame físico geral, diagnóstico da idade gestacional esolicitação dos exames complementares iniciais), há que se agendar as próximas.Como regra, salvo exceções concernentes a casos específicos, as visitas médicasdevem ocorrer:

    • A cada 4 semanas, até 32 semanas de gestação.• A cada 2 semanas, entre 32 e 36 semanas de gravidez.• Semanalmente, a partir de 36 semanas de gravidez e até que a gestante

    seja hospitalizada. Importante lembrar que a alta da assistência pré-natalsó ocorre com o nascimento do concepto.

    A anamnese deverá ser dirigida para os hábitos de vida, para o envolvimentoda grávida com a sua gestação, para as dúvidas, temores e inquietações, para aatuação dos familiares, para os pequenos distúrbios da gravidez e para os sinaisprovenientes do concepto, como a sua movimentação. (Netto, 2005).

    No último mês da gestação, as consultas amiudadas servirão para orientar a

    mãe sobre os primeiros sinais do trabalho de parto e sobre os procedimentos a

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    serem assumidos quando de sua internação hospitalar, demais de possibilitarconstante vigilância sobre a época gestacional em que as intercorrências surgemcom maior freqüência. (Netto, 2005).

    6.1.3.1 EXAME FÍSICO

    6.1.3.1.1 GANHO PONDERAL

    A grávida deve ser pesada em todas as consultas pré-natais, sempre vestindo

    roupas de pesos equivalentes, de preferência aventais padronizados fornecidos pelainstituição assistencial, e por balança previamente aferida. Há que se atentar para oganho ponderal semanal excessivo (maior que 500g), sinal que pode indicarretenção hídrica anormal (edema oculto). (Netto, 2005).

    Ganho ponderalPeríodogestacional

    Mínimo Médio Máximo

    Primeiro trimestre - Total de 1,0kg Total de 2,5kgSegundo eterceiro trimestres

    300g/sem 400g/sem 500g/sem

    Fonte: Netto, 2005.

    Excluindo-se as causas orgânicas de retardo do crescimento fetal, como ainsuficiência placentária, e de macrossomia, como o diabete melito, o ganhoponderal da gestante mantêm correlação positiva com o peso do neonato. (Netto,2005).

    Em média, primigestas sadias alimentando-se sem restrições excessivasganham aproximadamente de 12 a 13kg durante a gravidez: 9kg se referem ao pesodo concepto, da placenta, do líquido amniótico, da hipertrofia uterina e mamária, doaumento do volume sanguíneo e da retenção de líquido extracelular e extravascular;o restante é atribuído ao depósito de gordura materna. (Netto, 2005).

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    Nem todo peso ganho durante a gestação é perdido no parto. Em média,perdem-se 5,5kg logo após o secundamento, 4kg nas duas semanas seguintes e 2,5kg entre 2 e 6 meses de puerpério. O que sobra é incorporado à massa corporalmaterna. (Netto, 2005).

    6.1.3.1.2 PRESSÃO ARTERIAL

    A correta aferição da pressão arterial basal, recomenda-se seja elamensurada com esfigmomanômetro calibrado há no mínimo seis meses, manguitode tamanho adequado para o diâmetro do antebraço da paciente grávida na posiçãosentada, mantendo-se a artéria braquial no nível do coração, e em três ocasiõesdistintas durante o tempo da consulta. Como marcador da pressão arterial diastólicadeve-se utilizar a fase V de Korotkoff (desaparecimento completo da bulha cardíaca).(Netto, 2005).

    Segundo Netto, 2005, a pressão arterial decresce na gestação inicial,atingindo seus níveis mais baixos entre 16 e 20 semanas de gravidez. A partir daíeleva-se gradativamente até alcançar, próximo ao termo, valores similares aos pré-

    gestacionais. Essa diminuição é acompanhada por nítido aumento do rendimento edo débito cardíaco, com queda significante da resistência vascular sistêmica. Essasmodificações fisiológicas da hemodinâmica materna se prestam para confundirdiagnósticos como:

    • A doença hipertensiva vascular crônica pode ser escondida pela quedafisiológica da pressão arterial materna, caso a grávida seja vista pelaprimeira vez após 16 semanas de gestação.

    • Uma vez que os níveis pressóricos da grávida aumentam normalmente nasegunda metade da gestação, o diagnóstico de pré-eclampsia, se feito combase exclusiva na elevação da pressão arterial, pode ser incorreto.

    6.1.3.1.3 EXAME OBSTÉTRICO

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    • Palpação abdominal - A partir de 30 semanas de gravidez, é possívelidentificar partes do concepto que permitem definir a estática fetal. Paratanto, são de valia as manobras de Leopold-Zweifel.

    • Dificultam esse procedimento a obesidade da grávida, a polidramnia e agestação múltipla.

    • Medida do fundo uterino - A medida seriada da altura do fundo uterino é oparâmetro clínico mais preciso para rastrear os distúrbios do crescimentofetal, sobretudo quando obtida por um mesmo examinador. Demais disso,seu valor isolado, que deve ser verificado em todas as consultas pré-natais,correlaciona-se com a idade gestacional.

    • Ausculta fetal – A ausculta fetal deve ser procedida em todas as consultaspré-natais, de preferência com sonar-doppler para que a mãe também ouçaos batimentos do coração de seu filho. Na gravidez avançada, é possívelse suspeitar de placentação baixa, quando se ausculta o sopro típico doespaço interviloso placentário na região do segmento uterino, ou de circularde cordão umbilical, ao se identificar o som que caracteriza os vasosfuniculares em regiões próximas ao pescoço fetal.

    • Toque vaginal – Como já afirmado, é procedimento obrigatório nasgestações incipientes. Correlaciona o tempo de atraso menstrual com ovolume e a forma do útero, avalia as condições do colo uterino, investigapossíveis tumorações anexiais e estima a conformação da bacia maternapela pelvimetria clínica. Após a primeira consulta pré-natal, ele só serárealizado caso as queixas da paciente assim o exigir. Volta a serobrigatório após 36 semanas de gestação, quando permite antever, pelo

    amadurecimento da cérvice uterina, altura da apresentação fetal ecaracterística da bolsa das águas, o trabalho de parto que se avizinha.(Netto, 2005).

    6.1.3.1.4 EXAMES COMPLEMENTARES

    - Hemograma completo – Fundamental para que se possa rastrear as

    anemias, importando que se considerem as modificações fisiológicas do

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    organismo materno. O maior aumento do volume plasmático em relação aocrescimento da massa eritrocitária conduz a hemodiluição e altera osvalores normais da série vermelha, caracterizando o quadro de anemiafisiológica da gestação. Embora a Organização Mundial da Saúdeconsidere 11g% o limite inferior de normalidade da concentraçãoplasmática de hemoglobina na gravidez, diversos autores admitem comofisiológicos, no Brasil, valores iguais ou superiores a 10g%. Também comonormais são consideradas a hematimetria igual ou superior a 3,5milhões/mm3 e o hematócrito igual ou superior a 30%. Há que se lembrarque a leucocitose é evento comum da gravidez, em especial à custa de

    neutrófilos segmentados e a partir da metade da gestação, e que aconcentração plasmática de plaquetas mostra tendência a discretadiminuição.

    - Tipagem sanguínea – O conhecimento do grupo sanguíneo (ABO) e do fatorRh da gestante é necessário para que se possa selecionar aquelas comrisco para a isoimunização. Quando o Rh-negativo é fundamental atipagem sanguínea do pai da criança que está sendo gerada.

    - Glicemia de jejum – Presta-se para excluir o diabete mellitus clínico. Valoresda glicemia de jejum superiores a 105mg%, observados em duas ou maisocasiões, sugerem diabete melittus e indicam, para a confirmação dodiagnóstico, a feitura do teste oral de tolerância à glicose com sobrecargade 100g de dextrosol.

    - Pesquisa de infecções congênitas – A seguir são listados os exames quedevem ser realizados no plasma materno para rastrear, durante a

    assistência pré-natal, as principais infecções congênitas, todas asimportantes causas de morbidade e de mortalidade perinatal.

    - VDRL (Veneral Disease Research Laboratory).- IgM e IgG pela técnica ELISA (Enzyme Linked Sorbent Assay) para

    toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose.- HBsAg.- Sorologia anti-HIV pela técnica ELISA. Necessário o consentimento

    informado do casal.

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    - Exame de urina – A rotina de urina deve ser solicitada mensalmente. Aurocultura, no mínimo a cada três meses, embora a sua periodicidade idealseja mensal, já que as alterações da anatomia e da fisiologia do tratourinário impostas pela gravidez facilitam o desenvolvimento de bacteriúriaassintomática, doença somente diagnosticada de modo preciso pela culturade urina e que não raro evolui para a pielonefrite.

    - Exame parasitológico de fezes – Ainda que o tratamento da maioria dasparasitoses intestinais possa e deva ser postergado para depois do parto,há que pesquisá-las durante a assistência pré-natal, nem que seja paraalertar a grávida sobre a necessidade de posterior tratamento. Demais

    disso, infestações crônicas e maciças, cada vez mais raras, podemconduzir a deficiências nutricionais, anemias e síndromes de má-absorção.

    - Colpocitologia oncótica – Todas as gestantes devem ser submetidas aoexame colpocitológico na primeira consulta de pré-natal, mesmo quandoausentes as queixas genitais. A colheita do material a ser examinado háque ser tríplice (vaginal, ectocervical e endocervical), e o procedimento visaidentificar as lesões precursoras ou diagnosticar o câncer do colo uterino.

    Sempre que necessário, complementar o exame com colposcopia e biópsiadirigida.

    - Ultra-sonografia – No acompanhamento da gestação de baixo-risco há quese solicitar, no mínimo, um exame ultra-sonográfico entre 20 e 26 semanasde gravidez, ocasião em que o método ainda exibe razoável precisão naestimativa da idade gestacional e as malformações estruturais maiores doconcepto já se mostram. Quando possível, aconselha-se a feitura de três

    exames ecográficos ao longo da gestação normal. (Netto, 2005).Em geral se realiza um exame ultra-sonográfico em cada trimestre da

    gestação. Porém, lembre-se, nada substitui a consulta de pré-natal e o exameobstétrico bem feito. A ultrasonografia é um exame complementar. (Aquino, 2005).

    • Pela via vaginal e no final do primeiro trimestre de gravidez, 11-13semanas, para verificar o número de embriões, diagnosticar a implantaçãodo saco gestacional, estimar a idade gestacional, atestar a vitalidade ovular

    e mensurar a translucência nucal, marcador de doenças cromossomiais.

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    • Pela via transabdominal e no final do segundo trimestre, 24-26 semanas,para confirmar a implantação placentária, estimar o volume do líquidoamniótico e investigar a morfologia fetal.

    • Próximo ao termo da gestação, ainda pela via transabdominal, para avaliaro crescimento fetal, estimar o seu peso e o volume do líquido amniótico,estudar a maturidade placentária e investigar a vitalidade fetal. (Netto,2005).

    Segundo Netto, 2005, rastreamento das doenças cromossomiais – Emboranão seja conduta universalmente aceita, o rastreamento rotineiro das doençasgenéticas do concepto durante a assistência pré-natal pode ser conseguido:

    • Pela mensuração ultra-sonográfica da translucência nucal, com 11-13semanas de gravidez.

    • Pela solicitação de marcadores bioquímicos dosados no plasma materno.No primeiro trimestre da gestação, o teste duplo: beta-hCG livre e PAPP-A- proteína plasmática associada à gravidez. No segundo trimestre, o testetriplo: estriol, alfafetoproteína e beta-hCG.

    • Por marcadores outros, recentemente propostos e ainda sob investigação,

    como a ausência do osso do nariz e a alteração da dopplerfluxometria doducto venoso no primeiro trimestre de gravidez.Demais da propedêutica realizada de rotina na primeira consulta pré-natal,

    já referida, deve-se solicitar novos exames ou repetir alguns em épocas adequadas,conforme listados a seguir. Exames diferentes destes podem ser indicados em casosespecíficos, que abordam as doenças próprias e intercorrentes da gestação. (Netto,2005).

    Exames complementares rotineiros no acompanhamento pré-natal da gestação debaixo risco.

    Primeiro trimestre ouconsulta inicial

    Segundo trimestre Terceiro trimestre

    Hemograma completo. Hemograma completo. Hemograma completo.

    Tipagem sanguínea. Rotina de urina. Rotina de urina.

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    Glicemia de jejum. Urocultura. Urocultura.VDRL. VDRL. VDRL.IgM e IgG para:Toxoplasmose.Rubéola.Citomegalovirose.

    IgM para toxoplasmose,se necessário.

    IgM para toxoplasmose,se necessário.

    HBsAg. Ultra-sonografia. Ultra-sonografia.Sorologia anti-HIV. Teste oral de tolerância

    à glicose simplificado(TOTGS).

    Investigação da infecçãovaginal pelo streptococobeta-hemolítico.

    Rotina de urina. Dopplerfluxometria daartéria uterina e/ou testeda hipertensão supina.

    Urocultura.Parasitológico de fezes.Colpocitologia oncótica.Ultra-sonografia.Fonte: Netto, 2005.

    6.1.4 MEDICAÇÕES

    As medicações administradas à grávida durante a assistência pré-natal serãoaquelas sintomáticas, quando pertinentes. O primeiro trimestre da gestação, períododa embriogênese, há que ser sempre preservado, e a prescrição de qualquerfármaco nessa época da gravidez deverá ser julgada segundo seus riscos ebenefícios. (Netto, 2005).

    Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a enfermeira podeprescrever as medicações que são instituídas pelos Programas de Saúde Pública epor rotinas que tenham sido aprovadas em instituições de saúde, públicas ouprivadas, e os currículos dos Cursos de Graduação em Enfermagem devem prepararo acadêmico para essa realidade, já que essa ação é rotina na atualidade. (Dotto

    et.al, 2006).

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    se repor quantidades adequadas de ferro exógeno na gestação normal. (Netto,2005).

    Scott e colaboradores estabeleceram que tão pouco quanto 30mg de ferroelementar administrado diariamente sob a forma de sal, como gluconato, sulfato oufumarato, durante a última metade da gestação, fornece ferro suficiente para supriras necessidades da gestação e proteger qualquer reserva preexistente. (Netto,2005).

    6.2 – PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO

    Risco é a probabilidade e não certeza; não são apenas as doenças oucondições biológicas adversas que aumentam a chance de a gestante ter umdesenlace gestacional infeliz. (Netto, 2005).

    A presença de fatores protetores na gestante, como, por exemplo, a boanutrição, a imunização completa e as adequadas condições higiênico-sanitárias,favorece a condição de saúde e diminui a probabilidade de danos a ela. Demaisdisso, os fatores de risco, classificados em biológicos, clínicos, ambientais,

    comportamentais, socioeconômicos, culturais e os relacionados à assistência àsaúde, podem caracterizar a gestante, a família, o grupo, a comunidade ou oambiente. De caráter universal são primigestação, grande multiparidade, idadereprodutiva precoce ou tardia, passado obstétrico sombrio e desnutrição. Acombinação entre eles e a adição de outros fatores incrementam a probabilidade deproblemas. (Netto, 2005).

    Nos grupos de baixo risco, as necessidades são resolvidas por procedimentos

    simples, que constituem o chamado primeiro nível de assistência. Já o atendimentoda gestante de alto-risco acontece em um segundo ou terceiro nível de assistência,dotado de pessoal, técnicas e equipamentos adequados à solução de cada caso.(Netto, 2005).

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    6.2.1 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PRÉ-NATAL

    6.2.2 CONSTRUINDO A QUALIDADE NO PRÉ-NATAL

    O principal objetivo da assistência pré-natal é acolher a mulher desde o iníciode sua gravidez – período de mudanças físicas e emocionais – que cada gestantevivencia de forma distinta. Essas transformações podem gerar medos, dúvidas,angústias, fantasias ou simplesmente a curiosidade de saber o que acontece nointerior de seu corpo. (Brasil, 2000).

    Brasil, 2000, salienta que na construção da qualidade da atenção pré-natalestá implícita a valorização desses aspectos, traduzida em ações concretas quepermitam sua integração no conjunto das ações oferecidas.

    Em geral, a consulta de pré-natal envolve procedimentos bastante simples,podendo o profissional de saúde dedicar-se a escutar as demandas da gestante,transmitindo nesse momento o apoio e a confiança necessários para que ela sefortaleça e possa conduzir com mais autonomia a gestação e o parto. A maioria dasquestões trazidas, embora pareça elementar para quem escuta, pode apresentar umproblema sério para quem o apresenta. Assim, respostas diretas e seguras sãosignificativas para o bem-estar da mulher e sua família. (Brasil, 2000).

    Segundo Brasil, 2000, está demonstrado que a adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada com a qualidade da assistência prestada pelo serviço e pelosprofissionais de saúde, fator essencial para redução dos elevados índices demortalidade materna e peri-natal verificados no Brasil.

    O enfermeiro deverá orientar as gestantes de baixo risco e suas famíliassobre a importância do pré-natal, da amamentação, vacinação, preparo para o parto,etc.; realizar consulta de pré-natal de gestação de baixo risco; solicitar exames derotina e orientar tratamento conforme protocolo do serviço; orientar da periodicidadequinzenal das consultas até 30 semanas de gestação e, a seguir, semanal; serrealizado um acompanhamento multidisciplinar e multiprofissional; encaminhargestantes identificadas como de risco para o médico; orientar sobre a gestação de

    alto-risco não complicada que sugere-se, no mínimo, uma consulta mensal com

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    especialista indicado para o caso; realizar exame ultra-sonográfico obrigatório antesde 20 semanas e, após 26 semanas, a cada 15 dias; solicitar Dopplerfluxometriae/ou perfil biofísico fetal quinzenal, após 26 semanas, se possível intercalados com aultra-sonografia; solicitar em caso de fluxo fetal centralizado e não havendocondições para interrupção da gestação, doppler venoso e/ou perfil biofísico fetal;realizar atividades com grupos de gestantes, grupos de sala de espera, etc.; fornecero cartão da gestante devidamente atualizado a casa consulta e realizar coleta deexame citopatológico. (Netto, 2005).

    6.2.1.1 – ROTINAS E HÁBITOS DE VIDA

    Por impor ao organismo materno significantes alterações, como ashormonais, mecânicas, hemodinâmicas e psíquicas, a gravidez necessita demedidas preventivas com o objetivo de preservar a integridade e a saúde dagestante e de seu filho. Estilo de vida saudável não garante o sucesso da gestação,mas, com certeza, contribui para isso e deve constituir meta a ser atingida por todas

    as grávidas. (Netto, 2005).Em geral, as grávidas devem ter dieta balanceada e saudável, necessitam de

    períodos diários de repouso, hão que ser encorajadas a exercitar-se de formaadequada e confortável e podem continuar a exercer seus afazeres domésticos esuas atividades profissionais enquanto desejarem. (Netto, 2005).

    Deve-se individualizar o aconselhamento da gestante quanto às suas rotinase seus hábitos de vida em função da normalidade da gestação, conselhos que serão

    tão mais eficazes quanto maior for o conhecimento e a compreensão da grávidasobre os riscos envolvidos nas diversas situações da vida moderna. (Netto, 2005).

    6.2.1.2 EXERCÍCIOS FÍSICOS

    As gestantes consideradas de baixo risco são as mais indicadas, pois ajudamna diminuição do stress mecânico sobre as articulações e têm um efeito diurético

    (aumentam a produção de urina), além de outras vantagens. São elas:

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    hidroginástica, caminhada, dança, natação (como atividade física, não comoexercício físico, que implica em ritmo, freqüência e duração e nem como esporte,que implica em performance e competição), ciclismo em bicicleta ergométrica, yoga.Podem ser realizadas na gestação, se não houver alguma contra-indicação clínica,por, no máximo, trinta minutos diários, de 3 a 5 vezes por semana. (Aquino, 2005).

    As consideradas de médio risco devem ser realizadas com cuidado evigilância, somente por aquelas gestantes que já realizavam tais atividades de formahabitual, e que têm preparo físico. Exemplo: ginástica, aeróbica, tênis, musculação,patinação. Mesmo nestas gestantes estas atividades não devem ser realizadas noúltimo mês de gestação. (Aquino, 2005).

    Está contra-indicada na gestação a prática de vôlei, hipismo, mergulho.(Aquino, 2005).

    Dentre os efeitos benéficos do exercício para a gestação pode-se destacar omenor ganho de peso e de adiposidade materna, a diminuição do risco de diabete, odecréscimo de complicações obstétricas, como o parto prematuro, a menor duraçãoda fase ativa do parto, a redução da incidência de parto cesáreo e a melhora nacapacidade física da gestante. Ao lado dessas vantagens de natureza física,

    acontecem transformações na esfera psíquica e social, como a melhora da auto-imagem, da auto-estima e da sensação de bem-estar e a diminuição do isolamentosocial, da ansiedade, do estresse e do risco de depressão. (Netto, 2005).

    O exercício físico está contra-indicado para as gestantes que apresentamdoenças do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, enfermidade cardíacareumática, tromboflebite, história recente de embolia pulmonar, risco aumentado departo prematuro, como na incompetência istmocervical e na gestação múltipla,

    síndromes hemorrágicas da gravidez, crescimento intra-uterino retardado,macrossomia fetal, hipertensão arterial e sofrimento fetal crônico. (Netto, 2005).

    6.2.1.3 NUTRIÇÃO

    O ganho ponderal da gestante sofre influências de diversos fatores, como oestresse, as condições de saúde da grávida e seus hábitos alimentares. Ganho de

    peso insuficiente relaciona-se a maior risco de crescimento intra-uterino retardado econseqüente aumento da mortalidade perinatal. Ganho de peso excessivo pode

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    denunciar doenças maternas, como o diabete melito, e predispor a complicações daparturição, também contribuindo para o crescimento do risco perinatal. Ganho depeso adequado se associa a neonato de tamanho também adequado, excluídassituações mórbidas que possam comprometer a saúde do concepto. (Netto, 2005).

    A gestante não deve engordar mais do que doze quilos durante a gestação. Oganho muito rápido ou excessivo de peso é prejudicial a gestante e seu bebê pois,entre outras complicações, pode ser fator desencadeante da pressão alta específicada gravidez e/ou da diabetes gestacional, com conseqüências ruins a ambos.(Aquino, 2005).

    Portanto, a mulher não deve comer por dois, mas, deve ter uma alimentação

    saudável já que, ganhar pouco peso (menos de 7Kg) também pode ser prejudicial. Agrávida deve ter uma dieta fracionada (comer pequenas quantidades, várias vezesao dia), evitando o jejum prolongado (maior do que 6 horas), prejudicial ao feto e quetambém pode acarretar mal-estar na mãe devido à hipoglicemia (pouco açúcar nosangue). Também deve evitar encher o estômago de uma vez, o que pode acarretarmal-estar e azia, devido à digestão mais lenta da gestante e refluxo do estômagopara o esôfago. (Aquino, 2005).

    Engordar demais não é bom, mas, querer manter o peso ou ganhar muitopouco, deixa a mulher susceptível a complicações e conseqüentemente o bebêpoderá ser afetado. (Aquino, 2005).

    A dieta deve ser balanceada, incluindo vitaminas e sais minerais (frutas everduras), proteínas (leite, carnes e cereais), fibras (verduras, aveia, milho, trigo,frutas), gorduras e carboidratos (pães, massas, doces etc), estes dois últimos sãoalimentos energéticos, os quais devem ser consumidos com moderação. (Aquino,

    2005). A partir do segundo trimestre da gestação, aumentam as necessidades de

    ferro, proteínas e cálcio, pois o bebê inicia a fase de crescimento rápido. Comafígado e outras carnes, feijão, vegetais verde-escuros e frutas, como laranja e limão,que ajudam a prevenir a anemia por falta de ferro. Também costuma iniciar umasuplementação de ferro, através de comprimidos nesta fase. Não se esqueça doleite e seus derivados (queijo, iogurte etc.) que são importantes para a formação dos

    ossos e dentes do bebê. (Aquino, 2005).

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    Aquino, 2005, cita que o profissional que acompanhará seu pré-natal deverádar orientação básica sobre a dieta durante e gravidez, pois existem situações emque há necessidade de restringir algum tipo de alimento ou de recomendar aingestão maior de outro, na decorrência do peso inicial da grávida, presença dealguma doença (como hipertensão, diabetes, etc.) e outros fatores, que necessitarãode orientação específica.

    6.2.1.4 TRABALHO

    No mundo atual, a mulher assumiu papel ativo no mercado de trabalho.Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2001, mostram queaproximadamente 50% da força de trabalho no Brasil é exercida por mulheres entre18 e 40 anos de idade, em plena fase reprodutiva. (Netto, 2005).

    Em geral, não existem objeções ao trabalho durante a gravidez, desde quehaja interação entre as modificações físicas impostas pela gestação e as exigênciasdeterminadas pela atividade laborativa. Demais disso, a motivação, o perfil psíquicoda gestante e os motivos financeiros são fatores que pesam na permanência da

    grávida em sua atividade profissional. (Netto, 2005).Funções que exijam esforço físico extenuante, trabalho com carga horária

    excessiva e atividades exercidas em ortostatismo por períodos maiores que 6 horassão considerados fatores de risco para a gestação por exibirem maior incidência deabortamento, de partos prematuros, de neonato com baixo peso ao nascer e desíndromes hipertensivas. (Netto, 2005).

    6.2.1.5 A LEGISLAÇÃO

    Segundo Netto, 2005, a Constituição Federal Brasileira de 1988, no seu Artigo7, Inciso XVIII, de conformidade com o que dispõe o parágrafo primeiro do Artigo392 da Consolidação da Leis do Trabalho e o Decreto 2173/97 da Lei 8213 daPrevidência Social, no seu Artigo 71, prevê que a grávida seja afastada do trabalhopor 120 dias, a partir da trigésima sexta semana de gestação. O serviço médico que

    assiste a gestante deverá: orientar a grávida sobre o período de 120 dias a que ela

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    tem direito de se afastar do trabalho, afastamento esse que deverá iniciar-se entre36 semanas de gravidez e o parto, e não necessariamente na trigésima sextasemana. A gestante e seu médico decidirão o momento que julgarem oportuno,nesse interregno, para o início da licença-maternidade; orientar a paciente para, deposse do atestado médico, procurar o departamento de pessoal ou o contador daempresa onde trabalha para as providências necessárias; as empregadasdomésticas deverão dirigir-se ao posto de benefícios do Instituto Nacional deSeguridade Social (INSS) munidas dos seguintes documentos: carteira de trabalhoassinada e atualizada; carnês de pagamentos do INSS quitados, carteira deidentidade e Cadastro Individual do Contribuinte (CIC ou CPF); cópia de CPF do

    empregador; cópia do comprovante de residência do empregador.

    6.2.1.6 ATIVIDADE SEXUAL

    A gestação não impede, por si só, a atividade sexual, desaconselhadasomente na presença de determinadas doenças obstétricas, como a ameaça deabortamento, os sangramentos vaginais, os pródromos do trabalho de parto

    prematuro e a placenta prévia, entre outras. (Netto, 2005).Segundo Netto, 2005, durante o acompanhamento pré-natal, há que se

    atentar para os aspectos que se seguem:• Na grande maioria dos casos, a expressão da sexualidade é fenômeno do

    casal, e não apenas de um dos parceiros.• Padrões de normalidade jamais devem ser estabelecidos. A sexualidade

    saudável não se define por modelos preconcebidos.• É indispensável o conhecimento das modificações maternas inerentes a

    cada fase da gestação e o possível efeito dessas mudanças sobre agrávida, seu parceiro e concepto.

    • Bom relacionamento com o paciente é fundamental para que se possaidentificar eventuais perturbações na sexualidade do casal.

    • Uma vez ciente das dificuldades, deve o profissional que assiste a gestantepromover o diálogo entre o casal, esclarecendo dúvidas e orientando

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    soluções e, se necessário, solicitando a participação de especialista notema.

    6.2.1.7 VIAGENS

    6.2.1.7.1 AÉREAS

    Nas viagens aéreas, a imobilização forçada conseqüente ao reduzidoespaço entre os assentos pode aumentar o risco de ocorrências trombembólicas

    e de edema dos membros inferiores. Nos percursos longos e demorados, agrávida deve ser orientada para o uso de meias elásticas e para, periodicamente,deambular e executar movimentos de flexão e extensão das pernas. (Netto,2005).

    A alteração do ritmo circadiano, quando múltiplos fusos horários sãocruzados, resulta no fenômeno conhecido como jet-lag, acarretando desconfortocorporal por alguns dias. Fatores como pressurização, ruído, temperatura eumidade relativa da cabine dependem da aeronave, devendo a gestante evitaraviões de pequeno porte. (Netto, 2005).

    • O cinto de segurança deve ser usado sobre a raiz das coxas, e nuncasobre o útero.

    • Os detectores de metal empregados nos aeroportos emitem radiação depequena intensidade, não sendo prejudiciais ao feto.

    • Algumas companhias aéreas exigem autorização médica para que agestante possa viajar, não permitindo embarque de grávidas acima de 30semanas de gestação.

    6.2.1.7.2 TERRESTRES

    Viagens terrestres em veículos confortáveis e por estradas asfaltadas ebem conservadas são permitidas, desde que a gestação esteja evoluindo semintercorrências. (Netto, 2005).

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    • Usar cinto de segurança de três pontos, adaptado sobre a raiz das coxas esem folgas ou elementos entre o cinto e o corpo da gestante, como toalhase almofadas.

    • Viajar, de preferência, como passageira e no assento dianteiro. Nagestação avançada, os reflexos da grávida estão diminuídos pelasobrecarga física imposta pela gestação, fato que soma riscos ao ato dedirigir veículos. Demais disso, nos casos de acidente, o útero maternoencontra-se exposto ao traumatismo direto causado pelo volante doveículo, eventualidade que se associa a graves conseqüências, como odeslocamento prematuro da placenta, a rotura uterina e a fratura de pelve.

    • Nas viagens longas, fazer interrupções periódicas, de preferência a cadaduas horas, para exercitar os membros inferiores, esvaziar a bexiga eatenuar possível desconforto muscular, principalmente da região lombar,pela prática de exercícios de alongamento.

    6.2.1.8 VAIDADE

    6.2.1.8.1 VESTUÁRIO

    A gravidez imprime gradativas modificações na forma e no volume corporalque exigem adaptações do vestuário da mulher à medida que a gestação evolui. Ostrajes folgados e as roupas arejadas, confeccionadas em tecido de algodão ou linho,

    constituem, pelo seu conforto e praticidade, o vestuário apropriado para asgestantes nos países tropicais. (Netto, 2005). Aconselha-se o uso de porta-seios firmes e confortáveis durante a gravidez e,

    principalmente, no período de amamentação, quando as mamas aumentam emmuito o seu peso e, se não sustentadas, dobram sobre si mesmas, comprimem osvasos e prejudicam o fluxo sanguíneo. (Netto, 2005).

    Meias elásticas são indicadas para prevenir ou atenuar as varicosidades, oedema, as cãibras, o cansaço e as dores dos músculos da panturrilha. Lembrar queelas devem ser colocadas após rigorosa drenagem postural dos membros inferiores

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    (pernas elevadas por no mínimo 10 minutos) e que, por serem pouco ventiladas, nãosão bem aceitas pelas gestantes, em especial durante o verão. (Netto, 2005).

    Calçados confortáveis evitam quedas e permitem deambulação segura. Aqueles de salto alto devem ser evitados por alterar o equilíbrio da gestante,potencializando o deslocamento do seu centro de gravidade já comprometido peloútero grávido. (Netto, 2005).

    6.2.1.8.2 COSMÉTICOS

    Segundo Netto, 2005, na legislação brasileira, cosmético é todo produtoque limpa, embeleza, promove atração ou altera a aparência, apenas por açãofísica e não fisiológica. São exemplos de cosméticos as tinturas de cabelo, obatom, o esmalte de unhas, os perfumes, os desodorantes e os filtros solares.

    Caso o produto apresente ação fisiológica, sendo capaz de tratar ouprevenir doenças ou de afetar a estrutura ou a função do corpo sadio, éconsiderado droga ou medicamento. Exemplos são os compostos anti-seborreícos, que modificam a camada lipídica da pele, os hidratantes cutâneos,

    que alteram o extrato córneo, os bronzeadores solares, que mobilizam osmelanócitos; e os antiperspirantes, que atuam sobre as glândulas sudoríparas.(Netto, 2005).

    • Esmaltes de unhas, maquilagens, xampus e condicionadores capilarespodem ser usados durante a gravidez.

    • Base facial atenua as manifestações do cloasma gravídico.• Filtros solares, em especial os que não contenham PABA (ácido para-

    aminobenzóico) na sua fórmula, são necessários para proteger as grávidasque vão ser expor-se ao sol. Previnem o câncer de pele e reduzem aintensidade do cloasma gravídico.

    • Por precaução, tinturas e colorações capilares devem ser evitadas noprimeiro trimestre da gravidez, em especial aquelas que contenham amôniaem sua formulação. A partir do segundo trimestre, seu uso está liberado,sempre nas apresentações industrializadas. A mistura de dois ou mais

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    produtos é contra-indicada por poder gerar compostos outros sobre osquais não se tem controle.

    • As conseqüências sobre a gestação dos processos de permanente ealisamento capilar carecem de estudos, o que exige cautela na liberaçãodo seu uso durante a gravidez. (Netto, 2005).

    6.2.1.9 LAZER

    Não há contra-indicações para banhos de sol na gravidez, desde que agestante proteja a pele com filtros solares, evite exposição demorada pelo aumentoexcessivo da temperatura corporal e prefira os períodos do dia com menor incidênciade raios ultravioleta. (Netto, 2005).

    Por segurança, a grávida deve evitar permanência prolongada em saunas,principalmente no primeiro trimestre da gestação, embora estudos desenvolvidos empaíses onde a freqüência a saunas é conduta rotineira não confirmassem riscogestacional adicional, em especial a suspeitada e temida associação desse hábitocom o aumento da prevalência de anomalias congênitas. (Netto, 2005).

    A gestante deve ser estimulada a freqüentar grupos e cursos específicos paragrávidas. É conduta que propicia a troca de experiências, ajuda na condução dospequenos sintomas da gravidez, diminui os temores do parto e desenvolve técnicasque auxiliam na parturição. (Netto, 2005).

    6.2.1.10 PEQUENOS DISTÚRBIOS DA GESTAÇÃO

    A sobrecarga hormonal, mecânica e psíquica experimentada pela gestanteinduz importantes modificações no seu organismo. Essas modificações carregamconsigo sintomas, por vezes molestos. (Netto, 2005).

    Alguns sintomas que, dispensam terapêutica medicamentosa desde que oprofissional, conhecedor da fisiologia gravídica, oriente a mãe e corrija, quandonecessário, atitudes de sua rotina e de seus hábitos de vida. (Netto, 2005).

    São manifestações na gestação: (Netto, 2005)

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    • Artralgias: dores articulares são freqüentes na gestação adiantada. Essessintomas álgicos são induzidos ou agravados por movimentos bruscos, porvícios posturais ou por permanência prolongada em posições que forçam asarticulações, como a posição sentada. As articulações que mais sofrem sãoas da bacia e a coxa-femoral. Tendo como conduta: corrigir sua postura;evitar movimentos bruscos; prática exercícios físicos e de relaxamento, comoa hidroginástica e o ioga.• Cãib ras : espasmos musculares involuntários e dolorosos, acometem, emespecial, os músculos da panturrilha e se intensificam com o evoluir dagestação.Os episódios de cãibras são mais comuns à noite (início do período de

    repouso) ou pela manhã, quando do despertar (início do período de vigília). Sãoinduzidos, no mais das vezes, por estiramento voluntário, intenso e/ou súbito, dosmúsculos comprometidos (ato de espreguiçar). Tendo como conduta: evitar oalongamento muscular excessivo ao acordar, em especial os músculos do pé (ato deespreguiçar); na gestação avançada, devem ser evitados o ortostatismo prolongadoe a permanência na posição sentada por longo período, como em viagens

    demoradas; nas crises, a grávida com cãibras nos membros inferiores se beneficia,demais do calor local, da aplicação de massagens na perna e da realização demovimentos passivos de extensão e flexão de pé.

    Os resultados da administração de medicamentos no combate às cãibras dagrávida são pouco animadores, porque dificulta a absorção intestinal de fósforo pelaadministração de hidróxido de alumínio, após as refeições; diminui a ingesta defósforo pela redução no uso de leite (fosfato de cálcio); aumenta a ingesta de cálcio

    pela prescrição de carbonato de cálcio.• Cefaléia: a vasodilatação e o edema cerebral, nos casos mais rebeldes,

    respondem pelos episódios freqüentes de cefaléia referidos pela gestante. A cefaléia é mais intensa quando a grávida refere episódios preexistentes de

    enxaqueca. Agrava-se com a hipoglicemia, com o calor e com a fadiga e seintensifica, pela ansiedade, com a aproximação do parto. Tendo como conduta: namaioria das oportunidades, a cefaléia é branda, dispensando medicações. Quando

    necessário, pode ser prescrito analgésico comum, como: paracetamol: 500 a 750mg,VO, até de 4/4horas.

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    Importante lembrar que as medicações utilizadas para tratamento daenxaqueca, no geral vasoconstritoras, estão contra-indicadas na gestação.

    • Cólicas Abd om inais : são três as causas mais freqüentes das cólicasabdominais que podem surgir na gravidez normal:1 - Corpo lúteo gravídico.2 - Estiramento do ligamento redondo.3 - Contrações uterinas.Todas são geralmente discretas e desaparecem espontaneamente. Nenhuma

    delas exige medicação. A única que pede por atenção especial é a contração uterinaque, em dependência de sua intensidade, duração e ritmo pode denunciar trabalhode parto que se avizinha ou que se inicia.

    • Co n ges tão Nas al e Epi stax e: são distúrbios que resultam de embebiçãogravídica observada na mucosa nasal, caracterizada por vasodilatação, poraumento da vascularização e por edema de tecido conjuntivo, alteraçõesessas provocadas pelo forte acréscimo na produção de hormônios esteróidesque a grávida experimenta. Tendo como conduta a congestão nasal: acongestão nasal, quando incômoda, pode ser conduzida com instilação de

    soro fisiológico; nos casos extremos, quando a sintomatologia impede o sonoou acentua a instabilidade emocional da gestante, admiti-se o empregoparcimonioso de vasoconstrictores tópicos, sobretudo ao deitar; osvasoconstrictores sistêmicos estão contra-indicados na gestação. Tendocomo conduta a epistaxe: a epistaxe, no geral, é de pequena monta e regridecom leve compressão na base do nariz.

    • Co n st ip ação Inte st in al: constipação intestinal ou prisão de ventre é distúrbio

    funcional que se caracteriza pela dificuldade rotineira na exoneração dosintestinos, quer seja pelo prolongado intervalo entre as evacuações (maiorque 72 horas), quer seja pela consistência aumentada das fezes.É sintoma trivial na gestação e causa desconforto para a gestante,

    agravando, pelo esforço na evacuação ou pela consistência das fezes, doençahemorroidária porventura existente, distúrbio esse comum na gravidez avançada.Tendo como conduta: preferência para alimentos que formam resíduos como

    legumes e verduras, em especial as folhosas, substâncias ricas em fibras, frutascítricas, mamão, ameixa; ingestão liberal de água. Tratamento medicamentoso:

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    quando do insucesso dos cuidados dietéticos instituídos, pode-se prescreverreguladores da função intestinal, como concentrados de fibras vegetais, a seremingeridos pela manhã; em casos excepcionais administrar, ao deitar, laxativos àbase de óleo mineral.

    • Disp n éia : acreditava-se ser a compressão do diafragma pelo útero grávido aprincipal causa da dispnéia da grávida. Sabe-se hoje que, embora o fatormecânico contribua para o agravamento do quadro no final da gestação, é ahiperventilação a responsável maior por esse distúrbio respiratório.

    A dispnéia é, salvo raras exceções, desconforto leve e suportável,dispensando intervenção medicamentosa. Há, conduto, que se esclarecer agestante da sua gênese e da sua inocuidade para o concepto.

    • Edema: o edema encontra-se entre as queixas mais freqüentes dasgestantes. Surgindo no terceiro trimestre da gravidez; limita-se aos membrosinferiores e, ocasionalmente, às mãos; piora com o ortostatismo prolongado ecom a deambulação; desaparece pela manhã e acentua-se ao longo do dia.Importante ressaltar que a grande maioria das grávidas edemaciadas, em

    especial se presentes os aspectos anteriormente referidos, exibem gestação normal.

    Há que se alertar, contudo, para a possibilidade do edema patológico, emgeral associado à hipertensão, sinal importante de pré-eclampsia. Tendo comoconduta: evitar ortostatismo prolongado; evitar permanecer sentada por longoperíodo, como em viagens demoradas; repouso periódico em decúbito lateral e/oucom os membros inferiores elevados; uso de meia elástica. É fundamental quesejam observados rigorosamente os cuidados exigidos quando de seu uso (colocá-las sempre com os membros inferiores elevados por um mínimo de 10 minutos) para

    que se evite agravamento dos sintomas.Não é indicado tratamento medicamentoso para correção do edema

    fisiológico da gravidez. Diuréticos e dieta hipossódica, frequentemente prescritos,devem ser evitados.

    • Estrias: dentre os pequenos distúrbios da gravidez talvez sejam as estrias oque mais preocupa a grávida, por se tratar de lesão dermatológica definitiva eimplicar, como tal, conotações estéticas.

    Ocorrem na maioria das gestações, aparecem na segunda metade dagravidez e se localizam, preferencialmente, no abdômen inferior, na região glútea,

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    nas coxas e nos seios. Tendo como conduta: medidas profiláticas como a utilizaçãode massagens, a aplicação tópica de cremes hidratantes, de enzimas, de elastina,de extrato de placenta e de vários outros produtos sugeridos, não mostramresultados satisfatórios; oácido retinóico é o tratamento de escolha para estriasrecentes, porém é formalmente contra-indicado na gravidez e na amamentação.

    • Gengivorragia : a gengivorragia decorre da embebição gravídica observadana mucosa oral, caracterizada por vasodilatação, por aumento davascularização e por edema de tecido conjuntivo, alterações essasprovocadas pelo forte acréscimo na produção de hormônios esteróides que agrávida experimenta. Por vezes, essa alteração fisiológica conduz à hipertrofia gengival e à doença

    peridontal, pedindo por atenção especializada. Tendo como conduta: escovaçãodentária delicada com escova de cerdas macias; bochechos com soluções anti-sépticas; consulta ao odontólogo para que se exclua doença peridontal, maisfreqüente quando da embebição gravídica.

    • Hemorróidas: é polêmica a afirmação de que a gestação cause doençahemorroidária. Aceita-se mais que hemorróidas preexistentes, anteriormente

    assintomáticas, possam ser denunciadas pela gravidez. É certo que aquelaspreviamente sintomáticas se agravam na gestação e, sobretudo, no parto eno pós-parto. Tendo como conduta: prevenir ou tratar a constipação intestinalpor reeducação alimentar ou, em casos excepcionais, por terapêuticamedicamentosa; de utilidade são os supositórios ou pomadas à base deanestésicos e corticóide; na gestação, os tratamentos esclerosantes oucirúrgicos são contra-indicados pela maioria.

    • L eu co rr éia : de todos os pequenos distúrbios da gestação, talvez seja asecreção vaginal fisiológica o mais sujeito a iatrogenia por condutasincorretas, freqüentemente indicadas.Importante lembrar que a grávida, em particular, exige exploração diagnóstica

    criteriosa quando da queixa de leucorréia, pois a gestação cursa com fluxo vaginalfisiológico que aumenta à medida que a gravidez avança, induzindo os afoitos aterapêutica desnecessária e ominosa. Tendo como conduta: a leucorréia fisiológica

    da gestação não exige terapêutica, que, se instituída, pode levar à iatrogenia. Há,portanto, que se cuidar do correto diagnóstico etiológico quando a queixa da grávida

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    é a leucorréia; secreção amarelada ou branco-leitosa associada a prurido intenso oua odor acentuado sugere infecção e exige propedêutica complementar para o seudiagnóstico; alerte-se para o fato de que a exacerbação da flora de Doderlein podeproduzir secreção branco-leitosa e que a acidificação vaginal pode levar a irritaçãovulvar discreta, mimetizando, para o observador menos atendo, candidíase, infecçãocomum na gestação; das infecções cérvico-vaginais, a de maior prevalência nagravidez é a candidíase, favorecida pela acidificação do pH da vagina.

    • Lombalgias : para que o centro de gravidade da gestante seja mantido noeixo corporal, já que o crescimento do útero tende a deslocá-lo para frente, agrávida acentua-se sua lordose lombar, à medida que a gravidez avança.Tendo como conduta: observância da postura adequada, evitando corrigir alordose fisiológica; exercícios de relaxamento como a ioga e a hidroginástica;massagens especializadas; acupuntura; raramente há que se assumirconduta medicamentosa. Nos casos extremos, prescrever antiinflamatórios eanalgésicos como: diclofenaco sódico: 50mg, VO, de 8/8horas.

    • Mastalgia: dor nas mamas é queixa comum na gravidez inicial, provávelresultado da ação dos hormônios esteróides, fortemente aumentados na

    gestação. Tendo como conduta: melhora com o uso de porta-seiosapropriados.

    • Descarga Papilar: é freqüente, na proximidade do parto, a grávida referir-seà descarga papilar. Na quase totalidade das vezes trata-se de colostro,fisiológico nessa idade gestacional.Descargas papilares purulentas ou sanguinolentas exigem propedêutica

    especializada.• Náu se as e Vômit o s: as náuseas são, sem dúvida, o sintoma mais freqüente

    na gestação que se inicia. Acentuam-se à medida que a gravidez avança,desaparecendo, no mais das vezes, quando finda o primeiro trimestre.São mais intensas pela manhã, ao acordar, ou após período de prolongado

    jejum. Pioram com estímulos sensoriais, em especial os estímulos do olfato, como ocigarro, ou os do paladar, como a pasta de dentes. Tendo como conduta: apoiopsicoterápico; refeições ligeiras e freqüentes; incentivar ingestão de alimentos secos

    (pão, torradas, bolachas) e ricos em carboidratos; encorajar a ingestão de água e

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    outros líquidos; eliminar da dieta frituras, condimentos e quaisquer alimentos pelosquais a grávida refira aversão.

    • Perv ersão do A peti te: de ocorrência cada vez mais rara na gestação, aperversão do apetite se manifesta em diversos graus. Desde o simples“desejo”, vontade da grávida de servir-se de alimentos específicos, por vezesraros ou extravagantes, até o extremo do apetite por substâncias esdrúxulas,como terra ou giz. Tendo como conduta: desde que não haja contra-indicações, pode-se admitir a alimentação excêntrica, cuidando para que nãohaja abuso ou exclusividade do alimento escolhido; nos casos extremos, oapoio psicoterápico é fundamental.

    • Pirose: embora possa acometer a mãe durante todo o ciclo gestacional, apirose (azia) é mais intensa e freqüente no final da gravidez. São fatoresagravantes: as refeições volumosas; os períodos prolongados de jejum; ohábito de deitar após as refeições. Tendo como conduta: refeições ligeiras efreqüentes; evitar o decúbito após refeições; elevar a cabeceira do leito aodeitar; ingerir, nas crises, pequena quantidade de líquido gelado.

    • Polaciúria: aumento do ritmo miccional surge com a gestação e se acentua à

    medida que ela progride, dispensando, por sua inocuidade, tratamento ecuidados especiais.

    A policiúria é provável conseqüência da compressão da bexiga pelo úterográvido, diminuindo sua capacidade volumétrica.

    • Nictúria: assim como a polaciúria, a nictúria, aumento do ritmo miccional noperíodo do sono, dispensa, por sua inocuidade, tratamento e cuidadosespeciais.

    Acredita-se decorrer da postura da grávida no seu período de repouso. Ela,ao dormir, assume o decúbito lateral, espontaneamente ou orientada peloprofissional, de tal sorte que a veia cava inferior é descomprimida, aumentando ofluxo renal, a filtração glomerular e o volume de urina produzida.

    • Si al o rréia: sialorréia ou ptialismo, salivação excessiva, é um dos distúrbiosmais incômodos na gravidez.É característico da gestação que se inicia e, felizmente, queixa cada vez mais

    rara na gestação.

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    Não responde a nenhuma medida preventiva ou terapêutica instituída,cabendo ao profissional esclarecer a grávida quanto à sua inocuidade e quanto aoseu provável término, vencido o primeiro trimestre da gestação.

    • So n o lên ci a: sintoma comum no primeiro trimestre da gestação dispensando,por sua inocuidade, tratamento e cuidados especiais.

    • Insônia: na gestação próxima ao termo, a grávida queixa-se, com freqüência,de insônia, provável conseqüência da ansiedade gerada pelo parto que seavizinha e pelo desconhecimento, na primíparas, do fenômeno da parturição.Tendo como conduta: tranqüilizar a mãe informado-a, pormenorizadamente,das ocorrências e das condutas a serem assumidas quando do trabalho departo; aconselhar exercícios de relaxamento, como a hidroginástica e a ioga;sugerir o convívio com outras mães, sobretudo as que já pariram. Esseconvívio, facilitado pela freqüência a grupos de gestantes, contribui paradiminuir a ansiedade da grávida.Nos raríssimos casos em que a insônia assume proporções preocupantes,

    comprometendo o estado geral da paciente, aconselha-se apoio psicoterápico epermite-se o uso de ansiolítico.

    • To nt eiras e Li po tím ias : são sintomas que têm sua origem na instabilidadehemodinâmica experimentada pela gestante em decorrência de dois fatoresprincipais: vasodilatação e hipotonia vascular pela ação da progesterona,aumentada na gestação, na musculatura da parede dos vasos; estasesanguínea nos membros inferiores pela compressão da circulação de retornopelo útero grávido.Tudo isso conduz à diminuição do débito cardíaco, à hipotensão arterial e à

    hipoxia cerebral transitória, causa provável tonteiras e lipotímias.Esse mecanismo se agrava: o calor, ao aumentar a vasodilatação periférica; o

    ortostatismo, ao facilitar a estase venosa nos membros inferiores e dificultar o afluxodo sangue no cérebro; o decúbito dorsal, ocasião em que o útero comprime a veiacava e diminui, ainda mais, o retorno venoso.

    Demais disso, esses sintomas também podem estar associados ahipoglicemia, alteração freqüente quando do jejum prolongado da grávida. Tendo

    como conduta: fracionar as refeições, observando jejum máximo de duas horas deduração; evitar permanecer, por longo tempo, em ambientes fechados, quentes e

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    sem ventilação adequada; evitar o ortostatismo prolongado e o decúbito dorsal; noscasos reincidentes, o uso de meia elástica para melhorar o retorno venoso podeestar indicado.

    Os episódios são, no mais das vezes, de breve duração e intensidade,dispensando terapêutica medicamentosa. Quando ocorrem, a grávida deve serorientada para sentar-se e abaixar forçadamente a cabeça, possibilitando melhorperfusão cerebral, e, em seguida, e caso esteja em jejum, para alimentar-se.

    • Varicosidades: de princípio há que se separar varizes, doença anatômica porlesão venosa irreversível, de flebectasia, dilatação das veias em resposta auma sobrecarga temporária.

    A flebectasia é distúrbio comum que surge na gestação. De sintomatologiadiscreta, quase nunca se complica. Regride, no mais das vezes, após o parto.

    Já a varicosidade no geral é preexistente, característica das grandesmultíparas. Agrava-se na gravidez, não raro pelo aparecimento de úlceras,flebotrombose e tromboflebite. Persiste, por vezes piorada, após o parto.

    Ambas manifestam-se, preferencialmente, nos membros inferiores e na vulva,exibindo sintomatologia crescente com o evoluir da gestação, mais exuberante nas

    varizes mais discreta na flebectasia, a saber: edema; dor e cansaço na região dapanturrilha; cãibras. Tendo como conduta: evitar ortostatismo prolongado; repousoperiódico em decúbito lateral e/ou com membros inferiores elevados; uso de meiaelástica. É fundamental que sejam observados rigorosamente os cuidados exigidosquando de seu uso (colacá-las sempre com os membros inferiores elevados por ummínimo de 10 minutos) para que se evite o agravamento dos sintomas; não éindicado conduta medicamentosa, esclerosante ou cirúrgica para tratamento das

    varizes na gravidez.

    7 A ÇÕES EDU CA TIVAS NO PR É-NA TA L

    O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) lançado noinício dos anos 80 deu ênfase aos cuidados básicos de saúde e destacou aimportância das ações educativas no atendimento à mulher, trazendo assim, a

    marca diferencial em relação a outros programas. (Rios e Vieira, 2007).

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    Segundo Penna et al. , a dimensão educativa é, sem dúvida, um dos aspectosmais inovadores do PAISM, pois objetiva contribuir com o acréscimo de informaçõesque as mulheres possuem sobre seu corpo e valorizar suas experiências de vida.(Apud).

    Um fato importante que se ressalta com a implantação do PAISM é o estímuloà participação da (o) enfermeira (o) nas ações de saúde da mulher, especialmentena assistência pré-natal. (Rios e Vieira, 2007).

    De acordo com o PAISM/MS, a assistência pré-natal constitui um conjunto deprocedimentos clínicos e educativos com o objetivo de promover a saúde eidentificar precocemente problemas que possam resultar em risco para a saúde da

    gestante e do concepto. Portanto, não cabe apenas a(o) enfermeira(o) desenvolvera ação educativa durante o pré-natal, já que esta atividade faz parte da assistênciavoltada para esse período. (Apud).

    Para Freire, somente o diálogo gera um pensar crítico que é capaz, também,de gerar o diálogo. Com a visão do processo educativo numa tendência libertadora,a enfermeira estimula o falar fazendo com que a gestante interfira, dialogue e sesinta capaz. A premissa básica daqueles que realizam o processo educativo dentro

    dessa perspectiva deve ser a de propiciar o fortalecimento pessoal dos sereshumanos com quem interagem. O importante é ajudar o ser humano a ajudar-se,fazendo-o agente de sua recuperação, com uma postura crítica e reflexiva de seusproblemas. (Apud).

    A realização de ações educativas no decorrer de todas as etapas do ciclográvido-puerperal é muito importante, mas é no pré-natal que a mulher deverá sermelhor orientada para que possa viver o parto de forma positiva, ter menos riscos de

    complicações no puerpério e mais sucesso na amamentação. Considerando o pré-natal e nascimento como momentos únicos para cada mulher e uma experiênciaespecial no universo feminino, os profissionais de saúde devem assumir a posturade educadores que compartilham saberes, buscando devolver à mulher suaautoconfiança para viver a gestação, o parto e o puerpério. (Rios e Vieira, 2007).

    No Manual Técnico de Assistência Pré-natal do Ministério da Saúde BRASIL,2000, estabelece que as mulheres que têm acesso ao serviço de saúde devem ser

    informadas sobre os programas, palestras e atividades, assim como, orientaçãoquanto ao exercício da sexualidade, fisiologia da reprodução, regulação da

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    fertilidade e os riscos do aborto provocado, prevenção de doenças sexualmentetransmissíveis, câncer cérvico uterino e de mama, e da melhoria dos hábitoshigiênicos e dietéticos. Para execução dessas atividades os serviços podem optarpor discussões individuais, em grupo ou por outras formas mais compatíveis comsua estrutura organizacional. (Lima e Moura, 2005).

    Informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre asmulheres e os profissionais de saúde. Essa possibilidade de intercâmbio deexperiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover acompreensão do processo de gestação. (Brasil, 2000).

    As gestantes constituem o foco principal do processo de aprendizagem,

    porém não se pode deixar de atuar, também, entre os companheiros e familiares. Aposição do homem-pai na sociedade está mudando tanto quanto os papéistradicionalmente atribuídos às mulheres. É necessário que o setor saúde estejaaberto para as mudanças sociais e cumpra de maneira mais ampla o seu papel deeducador e promotor da saúde. (Brasil, 2000).

    Entre as diferentes formas de realização do trabalho educativo, destacam-seas discussões em grupo, as dramatizações e outras dinâmicas que facilitam a fala e

    a troca de experiências entre os componentes do grupo.Essas atividades podem ocorrer dentro ou fora da unidade de saúde. O

    enfermeiro, atuando como facilitador, deve evitar o estilo de palestra, poucoprodutiva, que ofusca questões subjacentes, na maioria das vezes, mais importantespara as pessoas presentes do que um roteiro preestabelecido. (Brasil, 2000).

    A equipe deverá estar preparada para o trabalho educativo. A maioria dasquestões que emerge em grupos de pré-natal, em geral, relaciona-se aos seguintes

    temas: importância do pré-natal; sexualidade; orientação higieno-dietética;desenvolvimento da gestação; modificações corporais e emocionais; sinais esintomas do parto; importância do planejamento familiar; informação acerca dosbenefícios legais a que a mãe tem direito; impacto e agravos das condições detrabalho sobre a gestação, parto e puerpério; importância da participação dopai durante a gestação; importância do vínculo pai-filho para o desenvolvimentosaudável da criança; aleitamento materno; preparo psicológico para as mulheres

    quem têm contra-indicação para o aleitamento materno (portadoras de HIV ecardiopatia grave); importância das consultas puerperais; cuidados com o recém-

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    psicológicas e sociais) por ser essa uma experiência única. A (o) profissionalenfermeira (o) não deve impor seus conhecimentos e desconsiderar a realidade docliente; caso isto aconteça, as orientações dadas poderão não ser adotadas porincompatibilidade com essa realidade. Conhecer as necessidades de aprendizagemdas gestantes no período do pré-natal é considerar a importância da cliente nadeterminação de seu autocuidado. (Rios e Vieira, 2007).

    Segundo Rios e Vieira, 2007, Zampieri e Bruggemann ao referirem que todosos profissionais que integram a equipe de saúde devem desenvolver entre si umespírito de reflexão, decisão e trabalho, que redundem em ações educativas, quepromovam saúde para a população.

    Por outro lado, é importante, também, que o profissional disponha de tempopara que possa organizar melhor a assistência pré-natal e pôr em prática as açõeseducativas durante a consulta, nesse período. (Rios e Vieira, 2007).

    Segundo o parâmetro estipulado pela Organização Mundial da Saúde, amédia é de 16 consultas (médicas ou de enfermagem) por turno de trabalho com otempo de 15 minutos por cliente. (Rios e Vieira, 2007).

    8 HUMA NIZA ÇÃ O NO ATENDIMENTO.

    A assistência ao pré-natal é o primeiro passo para parto e nascimentohumanizados. O conceito de humanização da assistência ao parto pressupõe arelação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem com as mulheresdurante o processo de parturição e, compreende: parto como um processo natural efisiológico que, normalmente, quando bem conduzido, não precisa de condutasintervencionistas; respeito aos sentimentos, emoções, necessidades e valoresculturais; disposição dos profissionais para ajudar a mulher a diminuir a ansiedade ea insegurança, assim como o medo do parto, da solidão, da dor, do ambientehospitalar, de o bebê nascer com problemas e outros temores; promoção emanutenção do bem-estar físico e emocional ao longo do processo da gestação,parto e nascimento; informação e orientação permanente à parturiente sobre aevolução do trabalho de parto, reconhecendo o papel principal da mulher nesse

    processo, até mesmo aceitando a sua recusa a condutas que lhe causem

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    Segundo Brasil, 2000, o SispreNata l- Sistema de Acompanhamento doPrograma de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, tem por objetivo odesenvolvimento de Ações de Promoção, Prevenção e Assistência à Saúde