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AS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE ARTE: OLHAR, REFLETIR E AGIR

Maria Aparecida Mamprin¹ Roberta Puccetti²

Resumo

A presente proposta desenvolveu-se a partir do tema ”As Tecnologias e o Ensino de Arte: olhar, refletir e agir”, colaborando nos estudos sobre tecnologias, mídias e o uso em sala de aula. Esta proposta partiu de discussões e influências que as tecnologias estavam provocando nas formas de pensar e expressar arte por parte dos alunos. Percebemos a importância que a tecnologia e a cultura da informação tem na escolarização, onde quase tudo é informatizado. Assim, se fez necessário educar o olhar para uma leitura crítica de imagens presente no cotidiano dos alunos. As etapas desenvolvidas foram de encontro às necessidades de compreensão e aceitação em relação ao tema que é atual, bem como, as relações dos movimentos artísticos, tecnologia, televisão e publicidade, promovendo reflexões a respeito da influência, consumismo e manipulação que os meios de comunicação exercem sobre a sociedade. A metodologia que determinou o desenvolvimento da proposta, enfocou o significado da arte na sociedade contemporânea e em outras épocas, levando os alunos a perceberem a arte na mídia, sua função social e ideológica de veiculação e consumo. O resultado foi observado nas produções dos trabalhos de artes visuais utilizando equipamentos e recursos tecnológicos. Constatou-se a aprendizagem na apropriação prática, teórica e modos de composição da arte na mídia, por meio das tecnologias, criando grandes momentos de olhar, refletir, criar e produzir de maneira consciente à construção do conhecimento artístico, pois a proposição de ação foi à articulação entre o conhecimento artístico, tecnológico e as relações inerentes ao cotidiano dos alunos.

Palavras chave: Ensino; Arte; Tecnologia; Criação.

_______________________________ ¹ Professora de Arte da Rede Estadual de Educação do Paraná, participante do PDE/2010. ² Professora Doutora, Orientadora da Universidade Estadual de Londrina.

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1. Introdução

O PDE é um programa, cujo objetivo é a articulação entre teoria e prática, no

contexto específico da escola da Rede Pública Estadual do Paraná.Este programa

propiciou aos professores oportunidades de reflexões, discussões, trocas de

experiências e a qualificação nos estudos teóricos, contribuindo de maneira especial à

melhoria da educação.

Assim, a unidade didática representou uma proposta junto a este contexto, com

objetivos que atendam a relação teoria e prática, materializando o saber pedagógico e a

relação entre o fazer e o pensar no campo educacional.

O objetivo geral da proposta consistiu em proporcionar ao aluno a relação entre

Arte, Tecnologia e Mídia, preparando-o para que tenha acesso às mais diversas

informações, de modo consciente e crítico.

A proposta desenvolvida teve como tema “As tecnologias e o ensino de Arte:

olhar, refletir e agir”, abordando um assunto instigante que sempre está sendo debatido,

sobretudo nos setores educacionais. Por isso a importância na escola que os

estudantes sejam conscientizados acerca da indústria cultural e seus reflexos na vida

cotidiana.

Os alunos deparam-se diariamente com diversos tipos de mídias e tecnologias

referentes às várias formas de comunicação das quais participa na escola e

socialmente. Assim, a escola necessitou inserir-se, neste contexto de modernidade

virtual, dando oportunidades aos alunos de acesso aos multimeios que a escola

oferece.

Conforme bem sabemos, é necessário que o professor adote os recursos

adequados aos seus propósitos de modo a desenvolver propostas de trabalho que

promovam aprendizagens significativas. Portanto, a proposta vem para colaborar com

os estudos sobre as tecnologias, as mídias e seu uso em sala de aula, promovendo

reflexões e ações, a fim de que os alunos sejam alertados a respeito da influência,

consumismo e manipulação, que os meios de comunicação exercem sobre a

sociedade, isto é, mensagens e imagens maravilhosas como linguagem.

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As imagens veiculadas pela mídia são cuidadosamente elaboradas com intuito

de induzir-nos a pensar e agir como é proposto, sem qualquer tipo de argumentação.

Como resultado desta caminhada apresento neste artigo pressupostos teórico-

práticos acerca da utilização das novas tecnologias no ensino da arte, visando ampliar

a aprendizagem e criando possibilidades de olhar, refletir e agir de maneira rumo à

construção do conhecimento, no que se refere ao ensino de arte.

Assim, baseando-se no trabalho com Artes Visuais, presente nas diferentes

mídias, apresentamos aos alunos a possibilidade de conduzir e fruir a arte, como

também, levá-lo a inferir nesta, a partir de uma leitura crítica que o leve a refletir,

questionar e a pensar o que nela está contido, aceitando ou refutando a mensagem

recebida.

2 Referenciais teóricos

2.1 A Indústria Cultural: as relações entre Arte e Tecnologia

A tecnologia avançou tanto, que chegou à nossa escola e às casas de nossos

alunos, possibilitando a produção de conteúdos diferenciados e aulas mais atrativas,

permitindo desta maneira, que o nosso aluno esteja conectado com o mundo. Porém,

no momento atual nos deparamos com muitas perguntas e inquietações, principalmente

quando tratamos da tecnologia na escola, para e com o aluno e aos professores.

A partir destas preocupações, vamos direcionar o pensamento para a seguinte

questão: o que se entende por mídia e tecnologia?

Várias são as definições encontradas sobre o conceito mídia e tecnologia, entre

os pesquisadores.

Carvalho (2004, p.32), diz que tecnologia é “como uma ferramenta para

entender nossas habilidades”.

Para Roger (2005) “mídia é muito mais que empresas de comunicação e os

profissionais que trabalham nela, acrescentando que o conceito de mídia engloba tanto

tecnologia como processo de mediação”.

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De acordo com Almeida (1994, p.10), tecnologia “é um conceito de múltiplos

significados, que variam conforme o contexto”.

Esta definição está presente nas falas dos alunos da pesquisa, quando

questionados a respeito do que é tecnologia. Isso pode ser observado no gráfico a

seguir:

Gráfico 1 – O que é tecnologia? Fonte: Do autor, 2011.

Os meios tecnológicos, segundo Viana (2002, p.34) “incluem muito mais do que

os computadores. Desde o desenvolvimento do telégrafo e as mensagens em código-

morse, o telefone e o advento do celular, aos satélites e a fibra óptica”.

Mídia e tecnologia não se confundem. As mídias compõem, o quê e o como, enquanto elementos de sua solução e a tecnologia se refere às inteligências envolvidas na busca de soluções aos problemas de um processo, procurando responder o porquê (CARVALHO, 2004).

No dicionário da Língua Portuguesa, tecnologia é um conjunto de processos

especiais relativos a uma determinada arte ou indústria; é uma linguagem peculiar a um

ramo determinado do conhecimento teórico ou prático. E mídia é um veículo ou meio de

divulgação da ação publicitária.

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A mídia para Teruya (2006, p.61):

[...] e um instrumento útil para a sociedade capitalista alcançar os propósitos do capital, produzindo desejos de consumir por meio das imagens de felicidade associadas ao uso de mercadorias. Isto contribui para que os jovens valorizem mais os bens materiais do que as pessoas. […] A mídia define o modelo de indivíduo para a sociedade, direcionar as preocupações e incita o desejo do consumir cada vez mais as coisas. Tudo em forma de entretenimento.

Por meio dessas definições, percebemos que as mudanças realmente estão

acontecendo em nossos dias, na escola e principalmente no ensino da Arte. Isso

também foi demonstrado na fala dos alunos e percebemos que a grande maioria diz

que a mídia influencia sua vida, porém não tem noção de como são influenciados e

manipulados pelas mensagens e imagens maravilhosas. Podemos notar esta

observação nos gráficos a seguir:

Gráfico 2 – O que é mídia?

Fonte: Do autor, 2011.

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Gráfico 3 – A mídia influencia sua vida?

Fonte: Do autor, 2011.

Gráfico 4 – Como a mídia influencia sua vida?

Fonte: Do autor, 2011.

Portanto, a definição de mídia, segundo Teruya, torna-se mais fácil refletir sobre

o tema deste trabalho, pois ela nos mostra o consumismo por meio das imagens

sonhadoras a mercadorias e o indivíduo como modelo e facilidade de ter as coisas.

Assim, neste momento o importante é discutir as influências que as tecnologias

estão provocando nas formas de pensar e expressar arte, não esquecendo a produção

histórica dos meios convencionais ou privilegiar estas novas tecnologias.

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As novidades na área tecnológica estão conquistando cada vez mais o

cotidiano, instigando o imaginário do artista, que num diálogo com os novos meios,

revela novas poéticas. Muitas vezes passa despercebida ou longe de uma

compreensão do tamanho que isto significa em termos de percepção do mundo,

quando falamos da relação do homem com a tecnologia. Assim, o artista tem uma

fundamental importância, a aproximação do homem com as tecnologias de forma

sensível.

O artista contemporâneo acompanha o desenvolvimento tecnológico

incorporando as novas ferramentas, que são meios diferentes de trabalho,

compartilhando as ideias nas mais diversas áreas do conhecimento.

A indústria cultural conhecida como cultura de massa, é responsável pela

produção e divulgação de formas artísticas pela grande mídia. Dessa maneira, vemos

fácil acessibilidade a qualquer tipo de informações, imagens, anúncios publicitários,

procedentes dos mais variados meios de comunicação de massa presente na vida da

população, de forma acentuada a TV, o rádio, a internet, revistas, jornais, cartazes e

outdoors, e na dos mais jovens (MTV, videoclipe, videogame, MP3,MP4,etc), facilmente

passa a definir padrões de conduta e pensamento. Podemos perceber essa fácil

acessibilidade dos meios de comunicação, no gráfico a seguir:

Gráfico 5 – Quais os meios de comunicação que tem em casa ?

Fonte: Do autor, 2011.

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Para a indústria cultural é de pouca importância a qualidade dos produtos, pois

é uma quantidade cada vez mais de público que se propõe a atingir, tendo por objetivo

principal a obtenção do lucro das vendas dessa mercadoria. Essa indústria se alimenta

da produção artística tanto da arte popular, como da arte erudita, descaracterizando-as

por meio de equipamentos e tecnologias sofisticadas e as direciona para uma produção

em série e consumo em grande escala.

As imagens veiculadas pela mídia são cuidadosamente elaboradas com intuito

de induzir-nos a pensar e agir como nos é proposto, sem qualquer tipo de

argumentação.

A imagem, que já dominava a paisagem urbana, abordando o cidadão comum

nos outdoors das esquinas, nos jornais e revistas, nas embalagens dos produtos nos

supermercados, nas televisões e em tantos lugares, agora pode ser manipulada,

apropriada, transformada e desenvolvida à circulação para ser novamente reproduzida

no ciberespaço, o acervo de imagens que servem de matéria-prima para a criação de

outras imagens é ilimitado. Podemos detectar essas imagens nos gráficos abaixo:

Gráfico 6 – Tipo de propaganda observada na rua Fonte: Do Autor, 2011.

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Gráfico 7 – Tipo de propaganda observada na televisão Fonte: Do Autor, 2011.

Assim, a indústria da mídia tem como desafio produzir conteúdos e formatos

capazes de atrair o interesse da juventude e promover sua participação na criação e

produção de programas voltados para esses segmentos. Por isso é relevante levar em

conta as diversidades dos jovens. Em outras palavras, os jovens assumem faces

diferentes conforme seus múltiplos projetos e condições materiais e culturais que o

cercam.

Para Fante (2008), “as possibilidades de se conectar com o mundo de forma

rápida deve-se a evolução e aprimoramento dos recursos tecnológicos”.

No entanto estes benefícios trouxeram um aumento acelerado do número de

internautas sem preparação ética e responsável para o uso dessas novas ferramentas.

Percebemos este aspecto na fala dos alunos quando perguntado sobre o

computador, sabe usá-lo e sem tem dificuldade no manuseio.

As respostas são visíveis nos gráficos a seguir:

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Gráfico 8 – Tem computador em casa? Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 9 – Local onde utiliza o computador. Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 10 – Sabe usar o computador? Fonte: Do Autor, 2011.

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Gráfico 11 – Para que utiliza o computador? Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 12 – Tem dificuldade no manuseio? Fonte: Do Autor, 2011.

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Gráfico 13 – Qual dificuldade? Fonte: Do Autor, 2011.

A mídia passou a ter um maior significado a partir do surgimento da televisão,

pois o que é retratado pela televisão, normalmente serve como modelo e é copiado por

jovens sedentos de inspiração cultural e modelos de comportamento. É importante

também salientar a influência, nos dias de hoje, de mídia chamada internet. Os jovens

são, sem sombra de dúvidas, os seus maiores consumidores. Isso foi detectado quando

perguntamos aos alunos, se eles comprariam um produto que aparece na TV. Veja as

respostas através do gráfico a seguir:

Gráfico 14 – Compraria um produto que aparece. Fonte: Do Autor, 2011.

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Se prestarmos atenção às palavras de Teruya, veremos que as informações

que são veiculadas na mídia, a maioria delas faz parte de um sistema de consumo, e

toda sociedade que baseia sua economia na produção de consumo, é uma sociedade

capitalista, onde todo o bem econômico, a renda é empregada ou destinada a obter

nova produção.

A mídia está a serviço do capitalismo na medida em que produz o desejo de

consumir por meio das imagens e músicas que fascinam, contribuindo para que os bens

sejam mais valorizados que as pessoas. Com isso são propagados comportamentos de

valores, atitudes, ideias e estilos orientadores de conduta sociais. Assim, as pessoas

são envolvidas pelas informações audiovisuais, desafiando os educadores, pois os

estudantes estão cada vez mais envolvidos com as imagens animadas e ritmos

musicais, além de serem atraídos, são capazes de formar opiniões e convencer os

jovens sobre a qualidade de tal produto, bens ou pessoas, deixando de lado pequeno

espaço para leitura em papel impresso. Isso foi detectado, os alunos dedicam-se pouco

tempo para leitura e mais tempo para o computador e em frente à televisão. Observe os

gráficos abaixo:

Gráfico 15 – Seu tempo diário para leitura Fonte: Do Autor, 2011.

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Gráfico 16 – Seu tempo disponível no computador Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 17 – Seu tempo em frente à televisão

Fonte: Do Autor, 2011.

Detectamos que a imagem visual tem uma presença cada vez maior na vida

das pessoas. É importante desenvolver a capacidade de saber ver e analisar a imagem

e ter consciência da nossa participação enquanto fruidores e construtores da cultura do

nosso tempo.

Assim, pelos recursos midiáticos as imagens são representadas de forma cada

vez mais atraentes estimulando o telespectador a acreditar naquilo que vê e a desejar

possuí-lo. É um convite ao consumismo. Realmente, isso ficou bem visível por meio das

falas dos alunos e pode ser constatado no gráfico abaixo:

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Gráfico 18 – Esse produto é consumido Fonte: Do Autor, 2011.

A partir dessas reflexões, pode-se dizer que: “Se a propaganda é alma do

negócio” a nova mídia é a própria propaganda, divulgada de si mesma em nível

mundial. Isto explica porque as maiores fortunas do mundo estão concentradas nas

empresas que atuam com os meios de comunicação e também nas empresas de

grande porte com condições de investir na publicidade televisa (TERUYA, 2006, p.55).

A internet invade a arte e é por ela invadida e os conceitos de identidade,

diversidade cultural e interculturalidade tornam-se palavras chaves.

Surgem novas possibilidades de tratar a imagem não apenas por seu valor

estético, mas buscando compreender seu papel social abrindo campo para debate a

respeito da relação entre arte e cultura.

A indústria do imaginário, assim como a indústria da informação – é, com efeito,

um dos ramos mais florescente da chamada indústria cultural.

A mídia parece cada vez mais substituir com suas imagens factícias as

experiências realmente vividas. Ao mundo real incorpora-se o mundo representado.

É neste sentido que se pode dizer que a “vida imita a arte” ou “que a

consciência dos indivíduos nas sociedades contemporâneas é produzida em escala

industrial” (BELLONI, 2009, p.67).

E segundo Barbosa (2005, p.34):

[...] a produção de arte faz a criança pensar inteligentemente sobre a criação de imagens visuais, mas só a produção não é suficiente para a leitura e o

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julgamento das imagens produzidas por artistas ou do mundo cotidiano que a cerca. Este mundo está cada vez mais dominado pela imagem.

Então, precisamos educar o olhar para a leitura de imagens.

A imagem é, hoje, um componente central da comunicação. Verdade, pois foi

detectado quando perguntamos aos alunos. Observe o gráfico a seguir:

Gráfico 19 – Produto que vem a cabeça, quando falamos de meio de comunicação Fonte: Do Autor, 2011.

Alguns teóricos da Arte e artistas, “ressaltam que começamos olhando para

depois chegarmos ao ato de ver. Em geral, olha-se sem ver. Isto faz parte do cotidiano”

(SMITH,1997; CAÑIZAL,1998; ZAMBONI,1998).

É só quando se passa do limiar do olhar para o universo do ver que se realiza

um ato de leitura e reflexão.

“Quando fazemos uma leitura, estamos explicitando verbalmente relações de

outra natureza, da natureza do sensível. Assim, compreender uma imagem implica ver

construtivamente a articulação de seus elementos, suas tonalidades, suas linhas e

volumes. Enfim, apreciá-la, na sua pluralidade de sentidos, sejam imagens da Arte

erudita, popular, internacional ou local; sejam produções dos alunos; o meio ambiente

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natural ou construído; imagens de televisão; embalagens; informações visuais diversas

presentes no cotidiano” (PILLAR, 2002, p.79 e 81).

No artigo escrito por Osinski (2009), diz que:

[...] ultrapassando a ideia de desenvolvimento e a noção de ferramenta ou instrumento, o computador e as novas tecnologias se constituem dispositivos artísticos que atuam sobre o pensamento, o processo e as formas de instrumentalização e realização artística.

Assim, não obstante, um novo olhar sobre o mundo, provocado por essas

mudanças tecnológicas, contamina implacavelmente ações cotidianas e práticas

artísticas, conferindo-lhes novos formatos.

2.2 A Tecnologia no Ensino da Arte

“Se a arte não fosse importante não existiria desde o tempo das cavernas,

resistindo a todas as tentativas de menosprezo” (BARBOSA, 2002).

2.2.1 Ensino da Arte no Fim dos Anos Oitenta e Expectativas Para o Futuro

O ensino da Arte no Brasil no fim dos anos oitenta condenou a arte ao

ostracismo nas escolas, a Arte era obrigatória sem formação de docentes para tal.O

que aconteceu com Educação Artística? Passou a constar apenas de um parágrafo

onde se diz que também se exige Educação Artística no currículo.

Uma contradição! Arte não é básica na educação, mas é exigida. A importância

da arte na escola foi dissolvida por esta ambiguidade.

É preciso agilizar as formas de pensar da juventude privilegiada através da

estimulação do processo criativo que todo educador sabe ser a condição básica para o

indivíduo ultrapassar os tradicionais modos de conhecer e fazer.

A geração educada criadoramente rebela-se contra o sistema. Esta educação

criadora leva ao desenvolvimento da capacidade crítica e da coragem de operar

mudanças.

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A arte, não é só uma disciplina obrigatória, mas sim, fundamental na educação

de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite. Arte é cognição, é conhecimento,

profissão, é uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o

imaginário, e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser

humano. Percebemos na fala dos alunos, a importância da arte para eles. Veja no

gráfico a seguir:

Gráfico 20 – Importância da arte para sua formação Fonte: Do Autor, 2011.

Precisamos de arte + educação + ação e pesquisa para descobrir como nos

tornamos mais eficientes no nosso contexto educacional, desenvolvendo o desejo e a

capacidade de aprender de nossas crianças. Para isso, devemos continuar a luta

política e conceitual para conseguir que a arte seja não apenas exigida, mas também

definida como matéria, uma disciplina igual às outras no currículo.

Arte tem sido matéria obrigatória em escolas de 1º e 2º graus no Brasil. Isto não

foi uma conquista brasileira, mas uma criação ideológica de educadores norte-

americanos, que estabeleceu em 1971 os objetivos e o currículo configurado na Lei

Federal nº 5.692 de Diretrizes e Bases da Educação. Neste período não tínhamos

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cursos de arte-educação nas universidades. Assim, em 1973, o governo decidiu criar

um novo curso universitário para preparar professores para a disciplina de educação

artística criada pela nova lei.

Apesar de ser, um produto da fantasia e imaginário, a arte não está separada

da economia, política e dos padrões sociais que operam na sociedade.

Reconhecemos que a arte representa a apoteose cultural de uma sociedade,

mas reservamos um espaço bem pequeno para ela na escola. Por quê? Segundo

Eisner “só uma pequena porcentagem de nossa população visita nossos museus ou

assiste a concertos”.

Então, a escola seria a instituição pública que pode tornar o acesso à arte

possível para a vasta maioria dos estudantes em nossa nação.

Portanto, pretende-se mostrar que a arte não está isolada de nosso cotidiano,

de nossa história pessoal e do mundo.

2.2.2 Ensino da Arte e Tecnologia

O uso da tecnologia em arte, não está acontecendo somente hoje. Durante

todos os tempos, a arte sempre usou inovações tecnológicas para seus fins. Algumas

vezes, foi a arte que impulsionou o aparecimento das tecnologias.

Percebemos que as mudanças realmente estão acontecendo em nossos dias,

na escola e principalmente no ensino da arte, influenciadas pela velocidade dos

avanços tecnológicos.

Para Nunes (2009), “o conhecimento e a tecnologia que dia após dia se amplia,

as fronteiras da arte e seu ensino se expandem sendo inevitável, que a máquina se alia

cada vez mais o homem e a arte é reflexo de uma sociedade tecnológica”.

Assim, o computador e seus programas abre uma nova perspectiva na criação

artística, por meios tecnológicos que tocam as pessoas no modo de produzir, conviver,

relacionar-se, transformando a forma de criar em arte, manifestando em uma sociedade

global frente ao contexto do século XXI.

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Dessa maneira, por meio do trabalho com artes visuais presentes nas

diferentes mídias são possíveis explorar o seu uso em sala de aula, o aluno será

aproximado da Arte e, poderá ser alertado a respeito da manipulação que as novas

tecnologias exercem sobre a sociedade, proporcionando um aprendizado efetivo e de

qualidade por meio do desenvolvimento de um olhar e senso crítico apurado e da

resignificação das produções das mídias.

Em Arte, a preocupação com a aprendizagem de conhecimentos deve estar

presente todo tempo, quer quando se trabalha com meios tradicionais ou com recursos

tecnológicos contemporâneos.

Um caminho para o aprendizado e troca de experiências é acessar os espaços

virtuais, pois pode ser uma colaboração para a melhoria e democratização do ensino de

Arte, e um dos elementos importante na vida dos alunos e professores, é o uso de

novas tecnologias, possibilitando desenvolver sua capacidade de pensar e fazer Arte

contemporânea, na medida em que abre o leque de possibilidades para seu

conhecimento e expressão.

Então, o desafio que nós professores temos é integrar as tecnologias com a

linguagem visual ao cotidiano da escola, na sala de aula, de modo criativo, crítico e

competente.

Segundo Belloni, para que isto aconteça será necessário:

[...] investimentos e transformações profundas e radicais em: formação de professores; pesquisa voltada para metodologias de ensino; nos modos de seleção, aquisição e acessibilidade de equipamentos; materiais didáticos e pedagógicos, além de muita, muita criatividade (BELLONI,2009,p.10).

O grande desafio é fundamentar e qualificar as novas propostas do ensino da

Arte numa relação com o cotidiano contemporâneo.

Chega-se à conclusão de que, o uso da máquina computador na arte, sem

dúvida, interfere, mas amplia o elenco de soluções artísticas dentro do percurso

processual de trabalho.

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A pesquisa feita por Nunes (2009), diz “que a arte via tecnologia, deu um

caráter inovador, pois o computador deixou de ser mera ferramenta e passou a ser uma

hiperferramenta”.

Assim, as possibilidades são múltiplas para a criação à disposição de quem

cria.

2.2.3 A ação Docente no Ensino da Arte e Tecnologia

No ensino da Arte, o professor tem que desenvolver o seu lado pesquisador,

aquele que sabe buscar, relacionar e elaborar os conhecimentos, por meio de um

preparo adequado, para que possa realmente propiciar o aprendizado em Arte.

Assim, entende-se da necessidade de atualização por parte dos professores

nas estratégias metodológicas, quanto ao uso das novas tecnologias na sala de aula,

para que estes não sintam ultrapassados diante de seus alunos.

Exatamente, é uma grande preocupação que nos envolve com todas essas

mudanças que está ocorrendo neste século. Essa preocupação é como trabalhar e

apresentar ao aluno estas novas tecnologias para que ele saiba escolher o que é bom e

ruim para sua vida e torná-lo crítico, participante e exigente neste processo de

evolução.

Mesmo, que o profissional, enquanto produtor artístico, não se expresse usando

as novas tecnologias, “como orientador deve conhecê-las, para além de entender o

universo em que seus alunos trabalham e pensam, ampliar seu conceito de sala de

aula, de espaço e tempo e de comunicação visual” (MORAN; MASETTO; BEHRENS,

2000).

Portanto, cabe ao professor de Arte procurar acompanhar os avanços das

tecnologias e avaliar como estas novas mídias podem auxiliar no ensino da Arte.

Precisamos conhecer tantos os meios tradicionais, quanto os meios que usam

tecnologias contemporâneas, para escolher qual o mais apropriado à nossa expressão,

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é preciso ter pensamento crítico, saber analisar o que nos é apresentado e saber nos

posicionar frente a isso.

Nos diz, Barbosa (2002, p.114):

[...] a importância do professor ter conhecimento sobre os diversos instrumentos de produção artística, ficando claro que esse conhecimento não deve ser um fim em si mesma, mas um meio para que consiga ver, significar e produzir arte.

No contexto atual, faz-se necessário ao professor dar-se conta dessa geração

movida pela tecnologia e, conectando com os interesses dos alunos, aproveitar-se

dessa tecnologia para criar situações que apresentem problemas para serem

trabalhados e explorados por seus alunos, possibilitando-lhes uma análise crítica das

imagens, ideias, conceitos retratados pela mídia. O professor deve levá-los a perceber

o que está por trás dessas imagens, ideias, conceitos, já inseridos neste contexto

midiático, muitas vezes estão manipulados e conduzidos por tudo que recebem deste.

Diante disso, o aluno será capaz de explorar e perceber como a Arte, os bens

da cultura humana podem ser usados como instrumentos que interferem e influenciam

o comportamento e modo de pensar e agir do ser humano.

É preciso conhecer o instrumento de trabalho e as possibilidades que ele

oferece é essencial, mas é fundamental ir além dessas possibilidades nas aplicações.

Segundo Pimentel (2002, p.118):

[...] é preciso conhecer a produção artístico visual contemporânea, valorizando nossa herança cultural e ter consciência da nossa participação enquanto fruidores e construtores da cultura do nosso tempo. Ela diz também que: imaginar as possibilidades artística via tecnologias contemporâneas é, também estar presente no próprio tempo em que vivemos, que se faz de fragmentos e rearranjos, de todos que somam partes, de partes que são o todo.

E completando esta fala, Hernandéz (2000, p. 138), nos diz:

[...]o desafio que os professores tem que enfrentar em suas salas de aula, e que consiste em comprometer-se com as imagens e com tecnologia do mundo pós-moderno sem rejeitar a análise cultural, o juízo moral e a reflexão que as imagens ameaçam suplantar na realidade.

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Precisamos definir quais imagens vão ser levadas para a sala de aula, para isso

é necessário que o professor esteja sempre em contato com a produção de imagens do

seu tempo e atento às imagens consumidas pelos alunos, resgatando assim, o que é

relevante para a formação do aluno, dentro da cultura da imagem.

Assim, a compreensão sobre as novas formas de produção de imagens, é de

fundamental importância para repensar o ensino da Arte nas suas relações com a

contemporaneidade.

As imagens da arte contemporânea, voltadas para as relações arte/tecnologia,

recebem atenção e merecem espaço na sala de aula.

Assim, a tecnologia continuará a evoluir, e no trabalho será crucial ter as

ferramentas tecnológicas, para unir e interagir a escola, professor, aluno e comunidade.

2.2.4 Ensino da Arte e a Tecnologia no Cotidiano dos Alunos da 7ª Série

Apresentamos que a nossa era é a da grande tecnologia e mídia que está

presente no cotidiano das pessoas, especialmente dos alunos.

Verificamos que a juventude exerce um fascínio quanto ao padrão estético

veiculado pelos meios de comunicação. Podemos perceber pela conversa de cada um

a respeito das novelas, séries, filmes e propagandas que estão ocupando um espaço

imenso, nas mídias disponíveis facilmente. Esses meios de comunicação apelam pela

juventude, pois são indivíduos mais suscetíveis a inovações e mudanças, ou seja, são

influenciados e manipulados por estas mensagens veiculadas a todo o momento, o

consumismo.

Essa foi uma grande preocupação que nos envolveu com todas essas

mudanças que estão ocorrendo neste século. A preocupação foi como trabalhar e

apresentar ao aluno estas novas tecnologias, para que ele saiba escolher o que é bom

e ruim para sua vida.

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Assim, o trabalho desenvolvido foi o de aproximar a arte com a mídia e as

novas tecnologias, possibilitando a percepção e a interpretação do mundo, fazendo a

articulação entre o conhecimento artístico e as relações com o cotidiano dos alunos.

A sala da 7ª série “C”, da Escola Estadual Professora Helena Kolody, município

de Cambé – PR se caracteriza por uma turma responsável e comprometida com os

estudos e tem uma vontade de aprender conteúdos novos e conhecer produções

interessantes relacionadas com seu cotidiano, para isso preparamo-os para que tenham

acesso as mais diversas informações, de modo consciente e crítico.

A partir da análise qualitativa de cada questão foi possível verificarmos o que os

alunos conheciam e qual o seu acesso à mídia e as novas tecnologias.

A maioria dos alunos são meninas e a faixa etária predominante é doze anos.

Muitos alunos demonstraram interesse em fazer um curso de informática,

outros disseram que estão fazendo e outros que não tem interesse. Eles disseram que

seus pais gostariam que o fizessem.

Constatou-se que a grande maioria tem computador em casa e todos sabem

usá-lo, mesmo os que não têm computador em casa. Interessante!

Os alunos na maioria usam o computador para jogos, pesquisas, diversão,

orkut, Msn e trabalhos da escola. Esses mesmos alunos não apresentam dificuldades

no manuseio, porém uma pequena quantidade diz ter alguma dificuldade, na hora de

formatar, instalar jogos, entrar no msn e na internet.

Observamos também que a maioria possui parentes (pais, tios, primos) e

amigos que fizeram o curso de informática.

Os meios de comunicação que tem em casa, a maioria é: TV, rádio, vídeo,

internet e celular.

Mídia para eles é: a televisão, o rádio e diversão. E que esta influencia na sua

vida por meio das conversas com os amigos, passando as notícias do dia a dia entre

outras. Somente três alunos disseram não serem influenciados.

E ainda, muitos comprariam um produto que aparece na televisão, influenciado

pela propaganda, pelo amigo e pela imagem maravilhosa. Este produto será consumido

pelo desejo de ter, faz parte do seu dia a dia e por que a maioria compra. Aqui é

interessante ressaltar que os três alunos que não são influenciados, responderam que

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comprariam e consumiriam o produto, sendo então, influenciados por algo ou alguém.

Uma contradição!

O primeiro produto que vem na cabeça dos alunos, quando falamos de imagem

é a televisão e o celular.

Percebemos que a grande maioria sabe o que é tecnologia, pois as respostas

foram: evolução de produtos; desenvolvimento da mídia, dos eletrônicos; ajuda no dia a

dia; é o que vem evoluindo; são coisas novas avançadas; avanço das invenções;

evolução da mídia; materiais avançados; evolução da comunicação humana; é a

inteligência humana avançada; internet e uma maneira mais facilitada para diversão e

trabalho. Respostas interessantes pela idade dos alunos, porém necessita de serem

trabalhadas.

A maioria desses alunos aprende melhor por meio de aulas expositivas, ou seja,

explicação e comentários do professor.

Apesar de serem alunos responsáveis pelos estudos, dedicam-se muito pouco

tempo para leitura, menos de uma hora por dia e o restante das horas é para o

computador e em frente da televisão.

Os meios de comunicação que utilizam para ouvir música é por meio de celular,

computador, rádio e mp4.O assunto favorito quando acessam a internet é o msn, orkut,

jogos e moda.

Para eles, a disciplina de Arte é importante para sua formação, pois facilita o

raciocínio; ajuda em todas as disciplinas; facilidade e comunicação; aprende música,

teatro, pintura e desenho; facilita mais e simplesmente é tudo para mim.

Nota-se que os alunos, na maioria, desconhecem que artistas plásticos ou

obras de arte faz parte das propagandas nos meios de comunicação. Os artistas

plásticos que conhecem ou lembraram no momento foi Pablo Picasso, Van Gogh e

Leonardo da Vinci, muitos não responderam.

Perguntamos também que lugar do Brasil ou fora dele gostaria de conhecer e

por quê?

Os lugares são bem variados, os mais escolhidos foram Fernando de Noronha

e Paris. Mas, duas respostas chamaram a nossa atenção, o lugar é “Londres, eu vejo

na TV, é legal”! Outro lugar foi “Portugal, tem neve”!

26

Poucos alunos tiveram acesso à exposição de arte, quanto ao teatro metade

dos alunos já foram e apenas um aluno não teve oportunidade de ir ao cinema.

No que se refere aos tipos de propagandas mais observadas nas ruas

destacam as operadoras de telefone, festas e atrás do ônibus.

Já nas propagandas mais observadas na televisão foram sobre remédio e

chinelos.

Por meio destas análises da percentagem dos resultados obtidos por meio da

pesquisa foi possível elaboramos as propostas para o professor de Arte e alunos da 7ª

série/8ºano do ensino fundamental.

3. Momentos de olhar, refletir, criar e produzir

O ponto de partida de implementação da proposta foi à apresentação e

socialização do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola à Direção, Equipe

Pedagógica, Professores e Agentes I e II, pontuando as questões que justificaram a

escolha do tema. Também foi exposto que essa proposta incluiria leitura, reflexões,

discussões, criação, produção e uso do computador pelos alunos, mostrando a

importância do tema escolhido: “As Tecnologias e o Ensino de Arte: olhar, refletir e

agir”.

Ao longo de todas as etapas percorridas, reforçou-se que o papel do professor é

de mediador entre os alunos e o computador, promovendo reflexões e ações a fim de

que estes sejam alertados a respeito da influência, consumismo e manipulação que os

meios de comunicação exercem sobre a sociedade, isto é, mensagens e imagens

maravilhosas.

Este trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual Profª Helena Kolody com os

alunos da 7ªsérie/ 8ºano do ensino fundamental. É uma turma que gosta de conhecer

situações novas, desafiadoras no seu dia a dia. Para isso foi necessário prepará-los as

mais diversas informações, de modo consciente e crítico. No início, fizemos alguns

questionamentos a respeito do assunto para diagnosticar o que cada um pensava e

sabia a respeito dos meios de comunicação, como por exemplo o que é mídia,

27

tecnologia e outros.

Na primeira aula realizada, antes da aplicação do nosso trabalho, os alunos

responderam um questionário sobre o tema, considerando os seus conhecimentos

prévios para a possível relação do senso comum ao conhecimento científico. Desse

modo, foi feito uma explanação sobre o que seria o objetivo do nosso trabalho e os

alunos demonstraram grande interesse em participar deste desafio.

Para que este trabalho fosse possível, fez necessária uma autorização, a fim de

que os pais tomassem conhecimento e consciência daquilo que estávamos propondo

aos alunos e, consequentemente, contando com a participação de todos no processo

de confecção da nossa pesquisa.

Assim, as atividades desenvolvidas foram a respeito da mídia e as novas

tecnologias no ensino de arte. O registro foi feito por meio de fotos, impressão e escrita.

A concepção de questionário é intimamente relacionada com o tema e os

problemas que foram levantados no decorrer das aulas de arte e da pesquisa.

Para a confecção dos gráficos tivemos como base à aplicação do questionário e

o seu mapeamento para chegar a sua confecção, das quais constaram de uma análise

individual que nos permitiu fazer uma correlação, ou seja, o cruzamento das variáveis.

A partir da análise qualitativa de cada questão foi possível verificarmos o que os

alunos conheciam e qual o acesso que tinham à mídia e as novas tecnologias.

Após a conclusão desta análise, percebemos que os alunos estavam “ligados”

com a mídia e tecnologia, mas do jeito deles. Assim, se fez necessário uma

conscientização sobre os aspectos do consumismo que interferem em seu dia a dia e

uma reflexão sobre a manipulação que os meios de comunicação exercem sobre sua

vida.

Para levar o aluno a entender e se familiarizar com o tema, nos propusemos a

percorrer cinco etapas, que viessem de encontro às necessidades de uma possível

compreensão e aceitação com relação ao tema que é atual e presente no seu cotidiano.

A aplicação do trabalho foi composta de cinco etapas, onde cada etapa

apresentou três grandes momentos a ser percorrido: olhar, refletir e criar/produzir.

Assim, a proposta foi de estimular a participação dos alunos em torno do

conteúdo estruturante dos movimentos e períodos artísticos que demarcaram a história

28

da humanidade, como por exemplo, a Pop Art, estilo da década de 1950, avaliando o

cotidiano dos alunos em relação ao consumismo, por meio da análise das

características do movimento selecionado, mas, sobretudo, pelo estabelecimento das

interfaces entre manifestações artísticas e as nuances que ainda hoje podem ser

observadas na sociedade contemporânea.

E foi por meio da TV que entramos em contato com o que ocorre em nosso

mundo globalizado. E também a Publicidade, pois ela dita regras de reconhecimento e

valorização social. Ela determina os tipos estéticos a serem seguidos.

Para o desenvolvimento desta proposta levamos os alunos até o laboratório de

informática da escola para que pudessem manusear a ferramenta computador. Assim, o

contato com a máquina foi feito, para que entendesse o seu processo.

No segundo encontro, cada aluno recebeu três textos: “Conhecendo a Pop Art”;

“Televisão: o cotidiano do telespectador” e “Publicidade”.

Realizando as leituras dos textos, alguns alunos puderam expor suas ideias com

clareza e outros apresentaram algumas dúvidas. A partir dessas teorizações e

colocações, as relações foram feitas entre o estilo Pop Art, Televisão e Publicidade com

o seu cotidiano, aguçando sua curiosidade em querer saber mais sobre o assunto.

Alguns alunos com o domínio da máquina e outros não. Sentaram-se em duplas

e mediamos os passos para que chegássemos ao ponto, ou seja, aos vídeos contendo

imagens e informações sobre artista da Pop Art, onde neles puderam ver, ouvir a

respeito dos artistas e das obras. Comentários foram muitos: gostaram, você viu o

vídeo do artista Andy, as mudanças de cores, as cores são vivas e combinam. Poucos

sentiram dificuldades. Pedimos, então, que prestassem atenção sobre o vídeo do artista

Andy Warhol, com a obra “Turquoise Marilyn”. Os alunos fizeram todos os tipos de

anotações sobre os vídeos. A maioria dos alunos não queria voltar para sala de aula de

tanta empolgação. Percebemos que, a cada dia que passava era mais forte a presença

da tecnologia no cotidiano, pois ela nos oferece muitos recursos.

Para Fante (2008), “as possibilidades de se conectar com o mundo de forma

rápida deve-se à evolução e aprimoramento dos recursos tecnológicos”.

Dessa maneira, verificamos a importância destas tecnologias e da cultura da

informação para a escolarização, pois a imagem é, hoje, um componente central de

29

comunicação.

Os textos apresentados continham conteúdos relacionados ao cotidiano dos

alunos. Em relação a Pop Art dizia que é uma abreviatura do termo inglês popular art,

cuja tradução literal seria Arte Popular. É uma arte produzida para o consumo de

massa. É instigante, inovadora, ou seja, um movimento que se utilizava como fontes de

inspiração símbolo da cultura de massa.

Este movimento artístico tem como objetivo a aproximação da arte ao cotidiano

das pessoas, a crítica ao consumismo e o alerta quanto à manipulação exercida pelos

meios de comunicação sobre a sociedade. Embalagens, fotografias, propagandas,

objetos variados, são usados pelos artistas da Pop Art.

A Pop Art inspirou no design de consumo, na propaganda e dialoga com ela. Ela

tem dois aspectos: faz uma crítica à sociedade de consumo e ao mostrar essas

imagens e inseridas em um espaço próprio da arte, faz-se um esforço de análise e

compreensão do ambiente.

Para que os alunos entendessem este conteúdo e fizessem uma relação ao seu

cotidiano, partimos então, do primeiro momento que foi o olhar. E por meio desse olhar,

os alunos pesquisassem imagens de pessoas famosas que os atraíssem, lembrando

dos vídeos assistidos e também que refletissem sobre as obras da Pop Art da qual

chamou mais a sua atenção e se essas imagens ou produtos usados pelos artistas

influenciassem o seu cotidiano. Para a sua criação e produção, os alunos selecionaram

uma pessoa famosa que considerava mais atraente.

As reflexões foram muitas, a maioria dos alunos, disseram serem influenciados

pelas imagens e produtos apresentados nos vídeos da Pop Art, pelo simples fato de

que quando você vê o produto sente atraído e quer comprar, principalmente quando

nos rótulos apresentam alguns de seus ídolos ou imagens maravilhosas.

Os alunos escolheram artistas de sua preferência e de seu cotidiano para

realizarem essa produção. Muitos disserem que o adoram e outros pela beleza física e

com certeza são seus ídolos de novelas, filmes, propagandas e muitas vezes estes

mesmos estão estampados na capa de seu caderno.

A seguir algumas produções dos alunos, a partir de seus ídolos, imitaram o

artista da Pop Art, Andy Warhol como fez com o mito de Marilyn Monroe:

30

Dando continuidade as atividades, no momento do olhar, propusemos aos alunos

que pesquisassem a letra da música: “O papa é pop, o papa é pop! O pop não poupa

ninguém”, dos Engenheiros do Hawai, para que refletissem o significado da expressão

31

“pop” na música. Para sua criação e produção, que escrevessem uma letra a respeito

do conteúdo visto durante estes meses e também usando a expressão “pop”.

Os alunos acessaram e pesquisaram no youtube a letra da música sugerida.

Ouviram e perceberam o ritmo, melodia e a letra.

Em seguida fizeram a impressão da letra, para que realizassem a leitura da letra

e para que fizessem a reflexão individual e em grupo.

A primeira manifestação foi “que música antiga (1989), professora, eu ainda não

nem tinha nascido!”

A proposta realmente foi mostrar algo que não é de seu tempo, do qual eles

perceberam, muito bem. E também como estudarmos o estilo Pop Art e seu significado

no cotidiano do aluno, porque não fazer a relação com a letra da música sobre a

expressão “pop”.

Assim, as reflexões foram surgindo, cada um foi colocando sua idéia e a relação

da expressão “pop” com a música e o estilo de arte.

A criação/produção foi escrever uma letra a respeito do conteúdo discutido

durante esse período de aplicação da proposta, utilizando ou não a expressão “pop”.

As letras elaboradas foram de uma criatividade e tanto, ficaram sensacionais,

realmente entenderam o espírito do assunto. As relações feitas, falaram de

manipulação, consumo, produtos, imagens maravilhosas e o estilo Pop Art. Adoramos.

A seguir, algumas das letras das músicas elaboradas pelos alunos:

32

APRENDENDO O POP MUNDINHO POP

Arte é uma matéria legal. Aprendemos Pop Art Nesse mundinho nosso,

Pop Art sensacional, com a professora Maria Ninguém mais é diferente

Você pode rir mais é verdade, Agora nós vamos falar Todos querem ser pessoas,

Arte está no meu coração. Explicar o que é com alegria. Todos brincam de ser gente.

Andy Warhol fez a Marilyn Monroe, A Pop Art tem vários criadores, Nos influenciamos muito,

Peter Black ajudou os Beatles, Andy Warhol fez a Marilyn Monroe Na indústria cultural.

Roy Lichtenstein fazia tirinhas, Peter, Wayne e Roy eram outros artistas, Não compramos produtos,

Jasper Jhons também ajudou. E fizeram trabalhos surrealistas. Pelas suas qualidades,

Apenas por ser legal.

Vamos lá, A Pop Art pode ser usada

Aprender sobre a Pop Art... nas publicidades, Escolhem um produto

Com a professora Maria, as pessoas se surpreendem E define que todos tem que ter.

Vamos aprender... com a criatividade. Não escolhemos algo por opinião,

Com a professora Maria. Escolhemos por escolher.

A professora Maria,

Isso é legal, nos mostrou que as obras de arte, O Pop do nosso mundinho

Vamos nos divertir, pode ser usadas nas propagandas É apenas mais um nome,

Desenhando e pintando artisticamente e bem mais coloridas. Abreviação na verdade.

Com os recursos tecnológicos. Para falar de tudo que é popular

Já fizeram propagandas coloridas, Para falar do velho, do novo

Com várias obras de arte, De pessoas que optam por maldade

Tem Davi enfim, ou felicidade.

Até Monalisa.

Mas será que nesse mundinho,

O povo expressa sua opinião.

Será que todos é,

O que tem de ser?

Isso eu não sei!

Mas todos tem direito de escolher.

Em relação ao texto sobre Televisão, dizia que entramos em contato com o que

ocorre em nosso mundo globalizado. Uma coisa atrás da outra, num ritmo tão louco que

nem dá para prestar atenção. São cores, sons, impactos, vozes, caras, tudo um após o

outro.

Assim, ela assume o papel de formação dos sujeitos, dizendo-lhes o que se deve

fazer na sua vida e muitas vezes esses telespectadores nem se dão conta disso.

A televisão fascina por outros meios e de maneira mais perspicaz que as demais

33

formas de comunicação: ela introduz uma linguagem diferente, que primeiro atrai o

receptor, para depois ser incorporada por ele.

Assim, pelos recursos midiáticos as imagens são representadas de forma cada

vez mais atraentes estimulando o telespectador, isto é, um convite ao consumismo.

O que atrai na televisão, o que incita na publicidade, o que chama atenção nos

apelos da cultura industrializada são os elementos que fazem parte de nossa estrutura

mental, mas que estão represados é o que desejamos, e que por diversos motivos não

podemos possuir. Cria-se então a ansiedade, à vontade, o desejo. É por isso, sem que

saibamos exatamente por que, que essas mensagens da TV, outdoor, livros, painéis,

propagandas, etc nos excitam e nos atraem tanto.

No momento olhar, foi proposto aos alunos que fizessem uma caminhada pela

cidade, a fim de observarem as propagandas e fotografá-las para que refletissem o que

observaram nestas propagandas.

Os alunos fizeram essa caminhada pela cidade a fim de observarem as

propagandas mais atraentes.

Nem todos os alunos conseguiram fotografar, pois foi uma semana que choveu

muito. Os alunos que conseguiram tirar as fotos, a reflexão foi muito interessante, pois

disseram que em certos momentos nunca tinham parado para observar as coisas que

os rodeiam, muito menos algumas propagandas e outros conseguiram verificar

detalhes, que em certos momentos passam despercebidos. Muito legal! Os alunos

também disseram que são atraídos, que desejam e compram certos produtos que

aparecem nas propagandas.

Também participaram da reflexão os alunos que não conseguiram tirar as fotos e

as observações foram às mesmas e sentiram as mesmas vontades e atração pela

propaganda e seus produtos.

Por meio desta conversa, aproveitamos para dizermos como realmente a

propaganda nos atrai, influencia em nosso dia a dia, como os meios de comunicação

nos manipulam e somos verdadeiros consumistas de um produto que necessariamente

não precisaríamos. Porém, a maneira como são expostos não resistimos e compramos.

Então, fica aqui o nosso alerta: compre somente o necessário, aquilo que realmente

você precisa. Cuidado com a propaganda enganosa!

34

O resultado dessa produção nos mostrou muita criatividade, pois, observamos

que os alunos conseguiram perceber a relação imagem – produto – leitura. Deixando-

os mais atentos a uma certa manipulação que existe no seu dia a dia.

A seguir, algumas produções de propagandas produzidas pelos alunos,

relacionando com a sociedade contemporânea e seus costumes:

Em outra atividade o momento olhar, foi proposto que os alunos pesquisassem

uma propaganda que utilizassem a obra de arte como referência e que refletissem

sobre esta propaganda. Para sua criação e produção a proposta era que pesquisassem

uma obra de arte pertencente a qualquer artista ou movimento para que interferisse

nesta, relacionando com algum produto de consumo do seu dia a dia, utilizando toda

criatividade.

Várias foram às propagandas pesquisadas que utilizam a obra de arte como

referência, como a Criação do mundo – nókia – celular; Monalisa – bom bril e outras.

As análises foram bem produtivas, pois percebemos que conseguiram fazer uma

nova leitura – obra e o produto de consumo.

Quanto à criação/produção, a interferência foi sensacional. A partir dos recursos

tecnológicos, procuraram no google obras de sua preferência e imprimiram, fazendo a

interferência com colagem do produto de seu dia a dia. O resultado foi o esperado,

todos conseguiram realizar e perceberam nesta produção outro tipo de leitura de

35

imagens, diferentes do que estão acostumados a ver.

A seguir, algumas produções dos alunos, interferindo na obra com o produto de

seu dia a dia:

Além disso, a publicidade na sociedade industrial capitalista funciona como um

reforço diário das ideologias, do princípio da valorização das aparências, da promoção

de símbolos de status (carros, roupas, ambientes, bebidas, jóias, objetos luxuosos de

uso pessoal). Ela confirma diferenças, segregações, distinções, trabalhando em

concordância com os preconceitos sociais e com as discriminações de toda espécie.

A função reforçadora da publicidade é seu suporte para a venda de mercadorias

pois, ao mesmo tempo, que indica ao consumo, é o próprio veículo, o transporte de

valores e dos desejos que estão ancorados na cultura que as consome. As mercadorias

trazem em si, incorporado, tudo aquilo que a sociedade deseja, e por isso são

consumidas.

A publicidade, oferecendo perspectivas de boa vida às populações pobre, reforça

nessas camadas a aspiração por ingressar no mundo desenvolvido do consumo.

Assim, foi proposto aos alunos que por meio do olhar atento, lembrassem das

propagandas já assistidas no seu dia a dia, para que refletissem sobre o que elas

oferecem. Para sua criação e produção que criassem uma mensagem publicitária para

36

a televisão, com recursos tecnológicos da escola

Os alunos foram ao laboratório de informática e pesquisaram propagandas que

tem como fundo a música. Várias foram às propagandas escolhidas para reflexão, entre

elas, Funk do kait, Chevrolet segurança e outras.

As músicas encontradas nas propagandas são exatamente aquelas que estão

tocando no seu dia a dia e como eles são atraídos, pois estas relacionam tudo com o

que estão acostumados a ver, comprar e gostar.

A criação/produção ficou muito interessante e atrativa. As propagandas foram

impressas na cor preta, porque a escola não permite o uso da colorida. Houve uma

interferência no resultado, ou seja, na mensagem publicitária, pois colorida à

propaganda chama mais à atenção do público.

Porém, foram feitas algumas observações por parte dos alunos “que alegaram a

cor é importante, mas, dependendo da situação a cor preta fica legal, eu gosto e

também somos atraídos, sim”.

Algumas produções dos alunos, sobre a mensagem publicitária:

37

Esta proposta visou por meio do trabalho com artes visuais presentes nas

diferentes mídias, a possibilidade de conduzir ao aluno a fruir de arte como também

levá-lo a inferir nesta a partir de uma leitura crítica que o leve a refletir, questionar e a

pensar o que nela está contido, aceitando ou refutando a mensagem recebida.

O grande desafio para os professores foi à capacidade para desenvolver um

trabalho eficiente, uma vez que as tecnologias e as mídias não podem estar dissociada

da educação como um todo. Portanto, se fez necessário a preparação dos professores,

pois é o que vai torná-los bem informados, conscientes da importância das tecnologias

no ensino de arte e seu cotidiano.

Neste momento o importante foi discutir as influências que as tecnologias estão

provocando nas formas de pensar e expressar arte, não esquecendo a produção

histórica dos meios convencionais ou privilegiar estas novas tecnologias.

As leituras dos textos, os vídeos assistidos e as etapas percorridas foram muito

importantes, porque os alunos perceberão outro tipo de leitura de imagens, diferente do

que estavam acostumados a ver, um novo olhar.

Durante as aplicações dos três grandes momentos: olhar, refletir, criar e

produzir, foi maravilhoso e surpreendente o empenho que cada aluno apresentou.

As reflexões foram muito interessantes, principalmente em relação aos produtos.

Muitos se sentiram consumistas e disseram que muitas vezes não percebem como são

manipulados pelos meios de comunicação.

Por meio desta proposta levamos os alunos a entenderem e se familiarizarem

com o tema, pois este veio de encontro às necessidades de compreensão e aceitação

da importância da arte, bem como, com relação ao tema que é atual e está presente no

cotidiano.

4 Considerações finais Ter trabalhado e pesquisado sobre o tema mídia e tecnologia em Arte trouxe-nos

profundo aprendizado, pois nos levou diretamente a conhecer, cada vez mais, os

38

nossos alunos. Desse modo, observamos que a contribuição dos nossos alunos em

nossa pesquisa foi muito importante e de grande proveito.

Um dos aspectos também relevantes foi o fato dos alunos utilizarem um material

didático elaborado pelas professoras e por eles. É interessante refletirmos nas

aplicações das etapas que foram proveitosas e trouxeram grande aprendizado para

todos, no que diz respeito, ao manuseio do computador como também na manipulação

que os meios de comunicação exercem sobre nós e seu uso no ensino de arte.

Segundo Pimentel (2002,p.115), “a imagem ganha, a cada avanço tecnológico,

mais e mais a possibilidade de apropriação e resignificação. Da mesma forma,

entretanto, aumentam as possibilidades de uso dos recursos tecnológicos sem que haja

algum conhecimento artístico”.

Dessa forma, tendo em vista a importância da arte na formação do senso

estético e crítico do aluno, na possibilidade de perceber e interpretar o mundo sob

diferentes perspectivas, esta proposta trouxe como elemento central à articulação entre

o conhecimento artístico e as relações que interferem em seus cotidianos.

Assim sendo, a problematização que sustentou esta preposição foi à relação do

ensino da Arte com a tecnologia, aluno com tecnologia e como é na sala de aula.

Acreditamos que conseguimos atingir o problema junto aos alunos pelas

experiências realizadas, principalmente quando fomos ao laboratório de informática,

onde observamos a importância do manuseio por eles e a discussão sobre as

influencias que a tecnologia provocou nas formas de pensar e expressar arte com estas

novas tecnologias que a escola oferece.

Os objetivos propostos também foram atingidos, pois proporcionamos,

incentivamos a reflexão, conscientizamos e estimulamos os alunos sobre a relação

entre Arte, Tecnologia e Mídia, preparando-os às mais diversas informações, de modo

crítico, quanto à manipulação, os aspectos do consumismo que interferem em seus

cotidianos e a compreensão da importância da produção artística na construção do

conhecimento.

O resultado positivo desses momentos foi à oportunidade gratificante e rica de

aprendizado com os alunos. Continuaremos a trabalhar com esta proposta, pois

percebemos que houve mais interesse em realizar as atividades e mais criatividade nas

39

produções.

Esta proposta foi um desafio muito grande, pois o medo de levar vinte e cinco

alunos ao laboratório de informática sem saber qual seria a reação, a maneira de como

lidar com as dificuldades dos alunos, a conversa, a bagunça. Ao contrário, a coisa fruiu

tão bem, um aprendendo com o outro, troca de idéias, foi muito interessante e gostoso

por realizá-la e sentimos o mesmo dos alunos.

Concluímos que as novidades na área tecnológica estão conquistando cada vez

mais o cotidiano e o imaginário do aluno, fazendo com que nós professores estejamos

atentos a tudo isso, para que possamos desse modo, contribuir, não apenas com a

ampliação dos horizontes culturais e tecnológicos dos alunos, mas proporcionar um

aprendizado efetivo e de qualidade. Desenvolvendo também, um olhar no senso crítico

artístico reflexivo, apurado. Levando a resignificação das produções criativas da

mídia, destacando a arte como linguagem e apresentando o seu real papel, no ensino

de arte.

40

Referências BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e

novos tempos? 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. ______ (Org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002. BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 3 ed. Campinas, São Paulo: Autores

Associados, 2009. CARVALHO, Cristiano Zeferino N. E agora professor? São Paulo: Laborciência Editora, 2004. COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias.São Paulo: Cortez, 2005.

FANTE, Cleo. Os danosCyberbullyng. In: A escola multimídia. Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artmed Editora S.A, 2008. HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Trad. RODRIGUES, Jussara Haubert. Porto Alegre: Artmed, 2000. HONEFF,K:GROSENICK,U. Pop Art.Colônia,Alemanha:Taschen,2004.

MARCONDES FILHO,Ciro.Televisão: a vida pelo vídeo. São

Paulo:ed.Moderna,7ªedição,1992. MORAN,J. M. et al. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. São Paulo: Papirus Campinas, 2000. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008. ROGER, Silverstone. Abordagens teóricas e Metodológicas. São Paulo: Cortez, 2005. TERUYA, Tereza Kasuko. Trabalho em educação na era midiática: um estudo sobre o

mundo do trabalho na era da mídia e seus reflexos na educação. Maringá: Eduem, 2006. VIANA, Letícia. Nas telas da Mídia. Campinas: Alínea Editora, 2002.

41

Revista

Arte & Educação em revista. Publicação Rede Arte na Escola. Pólo UFRGS. ano III, n. 4, dez. 1997. Textos - ANP NUNES, Ana Luiza Ruschel. Arte Digital na formação continuada de professores de Artes Visuais: O computador como ferramenta e hiperferramenta. In: 18.º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – Transversalidades nas Artes Visuais. Salvador, Bahia, 2009. OSINSKI, Dulce Regina Baggio. Imagens na rede: As Artes Visuais e a Festa Cibernética. In: 18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – Transversalidades nas Artes Visuais. Salvador, Bahia, 2009. RALHA, Jurema Luzia de Freitas Sampaio. Novas tecnologias e o professor de Educação Artística – Realidade brasileira. In: 18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – Transversalidades nas Artes Visuais. Salvador, Bahia, 2009. SUGESTÕES DE SITES E VÍDEOS PARA PESQUISA DE PROPAGANDAS

Criança - alma do negócio: duração (4:00 min) - documentário que mostra os efeitos da publicidade no comportamento e nos valores das crianças.

Consumismo e desgaste das relações familiares: duração (00:30 min) – este vídeo chama a atenção para a influência da publicidade no desgaste das relações familiares.

Ter x ser: duração (00:30 min) – este vídeo chama a atenção para as conseqüências da estimulação do ter em detrimento ao ser. http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/genre.php? genreid=36

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores

http://www.google.com.br/

http://www.youtube.com Vídeos sobre artistas do Pop Art

http://www.youtube.com/watch?v=qcZseTObbFU

http://br.youtube.com/watch?v=RgExLAiecF0

http://br.youtube.com/watch?v=_UGUYiU8BDQ

http://br.youtube.com/watch?v=CjRvDLJtAKQ

42

ANEXOS

ANEXO A

43

QUESTIONÁRIO

“PERFIL DO ALUNO DA REDE ESTADUAL”

Data de aplicação: ____/____ 2011.

Horário de aplicação: ____________.

Escola Estadual Professora Helena Kolody – Ensino Fundamental

Cidade: Cambé – Paraná

Disciplina: Arte

Série: 7.ª “C”

Turno: vespertino

1. Sexo

( ) feminino

( ) masculino

2. Idade: _________ anos

3. Gostaria de fazer um curso de informática?

( ) sim

( ) não

( ) já fiz

( ) estou fazendo

4. Seus pais gostariam que você fizesse este curso?

( ) sim

( ) não

5. Possui parentes ou amigos que fizeram o curso de informática?

( ) sim – quem: ____________________________________________________

( ) não

6. Você tem computador em casa?

44

( ) sim

( ) não – local onde você utiliza: _______________________________________

7. Você sabe usá-lo?

( ) sim – que tipo de uso: ____________________________________________

( ) não

8. Você já encontrou alguma dificuldade no manuseio do computador?

( ) sim – qual: _____________________________________________________

( ) não

9. Quais destes meios de comunicação você tem em casa?

( ) televisão

( ) rádio

( ) vídeo

( ) internet

( ) outros: ________________________________________________________

10. O que é mídia?

( ) diversão

( ) televisão

( ) rádio

( ) lanche

11. Você acha que a mídia influencia sua vida?

( ) sim – como: ____________________________________________________

( ) não

12. Você compra um produto que aparece na televisão influenciado pela (o):

45

( ) propaganda

( ) amiga (o)

( ) imagem maravilhosa que aprece de fundo

13. Esse produto é consumido:

( ) pelo desejo de ter

( ) faz parte do seu dia a dia

( ) por que a maioria compra

14. Qual o nome do produto que vem a sua cabeça, quando falamos de imagem de

qualquer meio de comunicação? _____________________________________

15. Você sabe o que é tecnologia?

( ) sim: ___________________________________________________________

( ) não

16. Você aprende melhor através de:

( ) aulas expositivas

( ) pesquisas bibliográficas

( ) seminários

( ) vídeos pela televisão

( ) outros: ________________________________________________________

17.Você aprende melhor quando trabalha:

( ) em grupo

( ) individualmente

18. Qual o seu tempo disponível, diariamente, para leitura?

46

( ) menos de 1 hora

( ) 1 hora

( ) 2 a 3 horas

19. Qual o seu tempo disponível em frente ao computador?

( ) menos de 1 hora

( ) 1 hora

( ) 2 a 3 horas

20. Qual o seu tempo disponível em frente a televisão?

( ) menos de 1 hora

( ) 1 hora

( ) 2 a 3 horas

21. Qual o meio que você usa para ouvir música? __________________________

22. Qual o seu assunto favorito quando acessa a internet? ___________________

23. Qual a importância da disciplina de Arte para a sua formação?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

24. Cite um artista ou obra de arte que você conhece e faz parte de uma propaganda?

________________________________________________________

25. Cite um artista plástico brasileiro ou internacional que você admira?

___________________________________________________________________

26. Que lugar do Brasil ou fora dele, você gostaria de conhecer? Por quê?

___________________________________________________________________

27. Você já foi a uma exposição de arte?

47

( ) sim

( ) não

28. Você já foi ao teatro?

( ) sim

( ) não

29. Você já foi ao cinema?

( ) sim

( ) não

30. Descreva que tipo de propaganda você observa na:

rua: _______________________________________________________________

televisão: ___________________________________________________________

48

ANEXO B

GRÁFICOS

Gráfico 21 – Sexo Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 22 – Faixa Etária Fonte: Do Autor, 2011.

49

Gráfico 23 – Gostaria de fazer um curso de informática? Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 24 – Seus pais gostariam que fizesse um curso de informática? Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 25 – Parentes ou amigos que fizeram curso de informática? Fonte: Do Autor, 2011.

50

Gráfico 26– Quem já fez um curso de informática? Fonte: Do Autor, 2011.

Gráfico 27 – Aprende melhor quando trabalha em grupo ou individualmente?

Fonte: Do autor, 2011.

51

Gráfico 28 – Aprende melhor através de aulas expositivas, seminários, vídeos, pesquisas ou outros?

Fonte: Do autor, 2011.

Gráfico 29 – Qual meio você usa para ouvir música?

Fonte: Do autor, 2011.

52

Gráfico 30 – Qual o seu assunto favorito quando acessa a Internet?

Fonte: Do autor, 2011.

Gráfico 31 – Cite um artista ou obra de arte que você conhece e faz parte de uma

propaganda?

Fonte: Do autor, 2011.

53

Gráfico 32 – Cite um artista plástico brasileiro ou internacional, que você admira.

Fonte: Do autor, 2011.

Gráfico 33 – Que lugar do Brasil ou fora dele, você gostaria de conhecer?

Fonte: Do autor, 2011.

54

Gráfico 34 – Por quê você gostaria de conhecer os lugares citados?

Fonte: Do autor, 2011.

Gráfico 35 – Você já foi a uma exposição de arte?

Fonte: Do autor, 2011.

55

Gráfico 36 – Você já foi ao teatro?

Fonte: Do autor, 2011.

Gráfico 37 – Você já foi ao cinema?

Fonte: Do autor, 2011.