As relações interpessoais

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As relações interpessoais Prefácio Ao efectuarmos a análise do tema das “Relações Interpessoais”, deparamo-nos com um conjunto de indivíduos que podem ser considerados os “pais fundadores” desta temática pelo seu contributo na descodificação e compreensão das várias ramificações em que este assunto se desdobra. Faremos uma breve referência biográfica a cada um deles e qual foi a área em que eles se destacaram. Solomon Asch e a experiência da conformidade Psicólogo polaco, nascido em 1907 e falecido em 1996, que emigra para os Estados Unidos da América e se naturaliza norte- americano. As suas investigações, tal como as de Muzafer Sherif, contribuíram para a definição dos modelos experimentais na área da psicologia social. Estudou concretamente os fenómenos de interacção grupal procurando conhecer os processos relacionados com a influência que as pessoas exercem umas sobre as outras. Através das experiências, que desenvolveu na década de 50, procurou avaliar a conformidade do indivíduo ao grupo, concluindo que, mesmo em situações muito claras, as pessoas tendem a conformar-se com as normas do grupo.

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As relações interpessoais

Prefácio

Ao efectuarmos a análise do tema das “Relações Interpessoais”, deparamo-nos com um conjunto de indivíduos que podem ser considerados os “pais fundadores” desta temática pelo seu contributo na descodificação e compreensão das várias ramificações em que este assunto se desdobra. Faremos uma breve referência biográfica a cada um deles e qual foi a área em que eles se destacaram.

Solomon Asch e a experiência da conformidade

Psicólogo polaco, nascido em 1907 e falecido em 1996, que emigra para os Estados Unidos da América e se naturaliza norte-americano. As suas investigações, tal como as de Muzafer Sherif, contribuíram para a definição dos modelos experimentais na área da psicologia social. Estudou concretamente os fenómenos de interacção grupal procurando conhecer os processos relacionados com a influência que as pessoas exercem umas sobre as outras. Através das experiências, que desenvolveu na década de 50, procurou avaliar a conformidade do indivíduo ao grupo, concluindo que, mesmo em situações muito claras, as pessoas tendem a conformar-se com as normas do grupo.

Robert Rosenthal e o efeito pigmaleão

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O efeito Pigmaleão foi assim nomeado por Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, destacados psicólogos americanos, que realizaram um importante estudo sobre como as expectativas dos professores afectam o desempenho dos alunos. Segundo os autores, professores que têm uma visão positiva dos alunos tendem a estimular o lado bom desses alunos e estes devem obter melhores resultados; inversamente, professores que não têm apreço pelos seus alunos adoptam posturas que acabam por comprometer negativamente o desempenho dos educandos.

Concluindo, Efeito Pigmaleão (também chamado efeito Rosenthal), é nome dado em psicologia ao efeito de nossas expectativas e percepção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.

Leon Festinger e a teoria da dissonância cognitiva

Psicólogo norte-americano, nascido em 1919 e falecido em 1987, desenvolveu a sua actividade nas áreas da psicologia da criança, psicologia experimental e psicofisiologia. Contudo, é o seu trabalho ao nível da psicologia social que o torna mais conhecido, sendo considerado um continuador da obra de Kurt Lewin. Desenvolveu estudos sobre a comunicação social informal e sobre a dissonância cognitiva. A teoria sobre a dissonância cognitiva, que é exposta no livro A Theory of Cognitive Dissonance, publicado em 1957, deu origem a vários estudos experimentais. A dissonância cognitiva ocorre quando o sujeito experimenta duas cognições ou crenças antagónicas e incompatíveis, que não se ajustam. Ocorre também quando surge o conflito entre uma atitude e o comportamento. O sujeito é motivado, pelo desconforto experimentado, a comportar-se de modo a diminuir a dissonância.

Muzafer Sherif e o efeito autocinético

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Psicólogo turco, nascido em 1906 e falecido em 1988, que fez a sua formação nos Estados Unidos da América. Depois de ter trabalhado com Kölherem Berlim e com Gardnerna Universidade de Columbia, vai leccionar para a Turquia onde, com os seus alunos, traduz as mais importantes obras de psicologia para turco. É considerado um dos fundadores da psicologia social, tendo desenvolvido investigações sobre o funcionamento dos grupos. No início da década de 60 desenvolve experiências com o objectivo de estudar os conflitos no interior dos grupos. Reflecte sobretudo sobre os estereótipos e preconceitos negativos que se desenvolvem nos grupos que entram em competição com outros grupos. Entre outras obras publicou Intergroup Relations and Leadership .

Stanley Milgram e a atitude de obediência

Psicólogo norte-americano, nascido em 1933 e falecido em 1984, cujo doutoramento foi orientado por Gordon Allport, investigou no âmbito da sua tese as diferenças ao nível do conformismo em culturas distintas. Entre 1959 e 1960, trabalhou em Paris com Salomon Asch que desenvolvia investigações sobre a conformidade. De regresso aos Estados Unidos da América, Milgram decide orientar o seu trabalho no sentido de conhecer a atitude de obediência. As suas experiências permitiram identificar alguns factores que explicam a obediência à autoridade: o desejo de ser aceite, baixa auto-estima e aceitação da autoridade. A sua teoria foi exposta no livro “Obedience to Authority”, publicado em 1947. Em 1992, foi editado o outro livro de Milgram intitulado “The Individual in a Social World: Essays and Experiments”.

Para além da psicologia Stanley Milgram tinha uma outra actividade: a realização cinematográfica. Ele produziu seis filmes educacionais sendo o primeiro o documentário a preto e branco “Obedience” (1962) realizado logo após o psicólogo revelar as descobertas das suas experiências. Os outros cinco filmes foram realizados com um colega do curso de doutoramento, Harry From. O primeiro filme que fizeram juntos foi “The City and the Self” que relata o impacto da cidade no comportamento humano. Os restantes filmes são “Invitation to Social Psychology, Conformity and Independence, Human Aggression e Nonverbal Communication”.