AS DIMENSÕES DA ORAÇÃO – Parte 3 · Falta ao ser humano o conhecimento vital do amor de Deus,...
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JESUS – PURO E SIMPLES – 43
“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assimtambém sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo”2 Coríntios 11:3
AS DIMENSÕES DA ORAÇÃO – Parte 3 6. COMPROMISSO (Isaías 6.8; Mateus 6.10) Selando nosso compromisso com DeusA oração é uma experiência de envolvimento tríplice.Na oração, Deus se envolve conosco. Deus nos chama para o envolvimento. Deus se revela para nos envolver. Noé foi envolvido por Deus.No caso de Abraão, isto fica ainda mais claro: praticamente todas as orações retratam o Senhor se envolvendo com o seu filho. Moisés éenvolvido por Deus. Jeremias é envolvido por Deus. Pedro é envolvido por Deus. Paulo é envolvido por Deus. Eles puderam ter a escolhade não se deixar envolver, mas eles descobriram que não há prazer maior do que se aninhar nas asas do Criador.Boaz abençoa Rute de um modo que faz eco a esta realidade: O Senhor recompense o que fizeste e te seja concedido pleno galardão daparte do Senhor Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar (Rute 2.12).Os salmos da Bíblia estão cheios desta imagem de envolvimento. Salmo 17.8; Salmo 36.7; Salmo 57.1 A oração é uma experiência de envolvimento tríplice porque também nos envolve com o Senhor.Ao ser envolvido por Deus, pelas asas de Deus, pela voz de Deus, pela presença de Deus, pela glória de Deus, Isaías demonstra comodevemos completar o primeiro ângulo da oração (Isaías 6.8). Depois de ter ouvido a voz de Deus, que dizia: -- A quem enviarei e quem há de ir por nós?IEnvolver-se foi sua resposta.-- Eis-me aqui, envia-me a mim. O compromisso está presente na oração modelar de Jesus.Só um envolvido pode dizer ao Envolvedor: venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu (Mateus 6.10). Orar éestar comprometido com a vinda do Reino. Orar é submeter-se à desejar conhecer e querer submeter à vontade de Deus.Oração é mudança. A oração nos muda, ao fazer com que a nossa vontade coincida com a vontade Deus. A oração envolve Deus em nossosprojetos. A oração nos faz parceiros de Deus. A oração traz Deus para o território da nossa vida diária. A oração é uma experiência de envolvimento tríplice, uma vez que nos aproxima dos nossos irmãos. Só um envolvido por um Deusamoroso pode se comprometer com o perdão: perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores (Mateus6.12b). Quem não ora não pode viver este compromisso. É atitude forte demais para ser gerada por nós mesmos.A grande reunião de Esdras, registrada em Neemias 9, culmina como deve terminar toda experiência de adoração. Depois de louvar a Deuspelo que Ele é, a oração termina com um compromisso: Por causa de tudo isso, estabelecemos aliança fiel e o escrevemos; e selaram-na osnossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes (Neemias 9.38). 7. CONHECIMENTO DE DEUS (Jeremias 9.23-24)Crescendo no entendimento do ser de DeusSe há uma pobreza próxima da absoluta em nossa sociedade é a pobreza de Deus. Tomemos os programas de televisão mais populares.Deus está ausente. Eu não falo de religião institucional. Eu falo de valores espirituais. Se existem, não são fortes o suficiente para mover aspessoas em direção a atitudes elevadas. Falta ao ser humano o conhecimento vital do amor de Deus, conhecimento que se manifesta na adoração e no desejo de uma vida emsintonia com a vontade do Senhor (CRABTREE, A.R. O livro de Oséias. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1961, p. 83). Esteconhecimento se obtém por meio da oração. Por isto, aconselha-nos o próprio Deus: Jeremias 9.23-24 Muitas pessoas têm uma visão de Deus que mais um clarão de um deus que se encolhe, não de um Deus que se expandeesplendorosamente em misericórdia, que comanda a história (juízo) e que deseja ver praticada a justiça. Sobretudo, Ele deseja se relacionarconosco. E oração é precisamente isto: relacionamento.Muitas pessoas têm um conceito de Deus que torna impossível um relacionamento com Ele, visto como o pipoqueiro da praça. Orelacionamento Deus-homem/homem-Deus é diferente daqueles que mantemos com nossos semelhantes. Deus é perfeito e não não osomos. Ele é santo e nós não o somos. Nós nós relacionamos com Deus em temor e tremor, como aprendemos com todos aqueles queforam íntimos dEle. Deus só se relaciona com o aflito e com o abatido, com aquele que treme diante da Sua palavra (Isaías 66.2).Quando oramos, portanto, somos convencidos do nosso pecado e também levados a fazer aquilo que Lhe agrada. O conhecimento de Deusé um conhecimento completo, porque inclui o Conhecido (Deus) e o conhecedor (nós). É por isto que é tão difícil orar. A medida queconhecemos a Deus, conhecemo-nos a nós mesmos e vemos nossa própria impureza, não minimizamos nossos pecados mas maximizamosa graça de Deus em Jesus Cristo.Será que vale a pena nos contentarmos em conhecer a nós mesmos, e apenas a nós mesmos, vistos como medidas de todas as coisas? Seráque vale a pena abrir mão de nossa auto-suficiência? Será que vale a pena nos relacionar com um Deus santo que revela a nossa falta desantidade? Será que vale a pena perder a nossa dignidade diante de Deus? O apóstolo Paulo responde com um grito: Filipenses 3.8 Quando conhecemos Jesus Cristo, todos os outros conhecimentos ficam em segundo plano. Eles têm valor, mas um valor secundário.Nossa sociedade idolatra as pessoas famosas. Por isto, a meta de muita gente é ser conhecida.
Glória Trevi era uma cantora mexicana, que conheceu o máximo possível da fama. Em seguida, em função do vazio de sua própria riquezapública, ela se envolveu na pobreza pessoal, formada por orgias de sexo e droga. Descoberta, fugiu para o Brasil onde foi presa. Serconhecida não lhe valeu nada. Conhecer pessoas apenas fez com que afundasse ainda mais no pecado e no desespero. Conhecida, faltava-lhe o conhecimento essencial: conhecer a Deus, para ter um relacionamento com Ele. Ela teve muitos relacionamentos, mas não teveaquele relacionamento que realmente importa, a intimidade com Deus.É o conhecimento de Deus em Jesus Cristo que nos faz triunfar em meio ao caos pessoal. É o conhecimento do amor de Jesus Cristo quenos torna "escravos" da esperança. Quem conhece a Deus confia nEle (Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, nãoabandonas aqueles que te buscam. -- Salmo 9.10)Orar é conhecer a Deus. Como todo conhecimento, ele é progressivo; cada dia conhecemos mais (Colossenses 1.10). A recomendação doapóstolo Pedro é que cresçamos no conhecimento de Jesus (2Pedro 3.18). Portanto, como nos recomenda Oséias, conheçamos eprossigamos em conhecer ao Senhor (Oséias 6.3), por meio da oração.