As crianças e as perguntas sobre sexualidade
-
Upload
oficina-psicologia -
Category
Health & Medicine
-
view
4.116 -
download
9
description
Transcript of As crianças e as perguntas sobre sexualidade
Falar sobre sexualidade talvez não seja
uma tarefa fácil para a maioria das pessoas.
Falar abertamente sobre isso com os filhos, então,
não será certamente mais simples.
Arrisco dizer, que a maioria dos pais quando confrontados
com as primeiras questões, especialmente quando colocadas
de forma directa e espontânea, sentem-se assustados e
constrangidos, sem saberem o que dizer.
Nessas situações, tipicamente, ou tentam
desviar o assunto ou tentam adiar a resposta,
na esperança de que tal questão não volte a surgir…
…Mas, na maioria dos casos, acabam por ver as suas
estratégias de defesa sabotadas, porque
a dúvida persiste e a questão volta a ser colocada...
Revelar disponibilidade e abertura ao diálogo
perante todos os temas da sexualidade,
mesmo que não seja no momento em que a
pergunta é colocada, é de extrema importância.
…E aí, é fundamental dar-se uma resposta à criança.
E embora não exista uma receita específica, que possa ser
aplicada a todos os casos, os pais devem encarar todas as
questões com a maior naturalidade, e o mais
tranquilamente possível, devem responder aos seus filhos.
Deixo-vos de seguida algumas sugestões
que podem úteis na elaboração dessas respostas,
bem como na abordagem geral deste tema
com os mais novos…
E não deve ser passada muito mais informação
do que a que foi pedida, para não correr o risco da criança
não ser capaz de a assimilar na totalidade
ou poder ficar ainda com mais dúvidas.
*A resposta deve ir ao encontro da questão colocada
Não se trata de dar a conhecer tudo o que se sabe sobre a
sexualidade, por isso procurem focar-se ao máximo na
questão que vos foi feita;
E para se entender qual poderá ser a resposta
mais adequada naquele momento, é fundamental
perguntar à criança o que ela pensa acerca do assunto.
* A informação transmitida deve ser adaptada
à idade e maturidade da criança
Assim, é possível perceber não só o que ela já sabe, bem
como o que idealiza sobre o assunto e qual a linguagem que
emprega, facilitando aos pais a construção de uma resposta
mais adaptada ao seu entendimento;
* A informação transmitida deve ser realista
Tendo sempre o cuidado de adequá-la
à idade e maturidade da criança, sem tabus,
deve ser passada a informação correcta.
E nesse sentido, há alguns livros dirigidos especificamente
aos mais novos, que podem ajudar os pais nesta tarefa, mas
que devem ser entendidos como isso mesmo: uma AJUDA.
Eles não devem substituir uma conversa com a criança,
apenas complementá-la;
Quando confrontados com alguma pergunta cuja
resposta desconhecem, ou mesmo quando
o desconforto e o constrangimento entram em cena,
os pais podem sempre adiar a resposta.
* As respostas podem ser adiadas
Poderão dizer que naquele momento não sabem responder,
mas que vão procurar informar-se para posteriormente
falarem sobre disso.
Mas tenham o cuidado de utilizar este tempo apenas para se
esclarecerem ou pensarem na melhor forma de responder à
questão, nunca para evitar definitivamente uma resposta;
À medida que os vários temas da sexualidade vão sendo
abordados, é importante ir incluindo nas conversas,
para além dos factos biológicos, os aspectos emocionais
associados à sexualidade.
* A transmissão de valores é de extrema importância
Como por exemplo, no envolvimento sexual, a expressão do
amor, do afecto, da preocupação,
da confiança e da partilha das responsabilidades.
Realçando sempre a importância de uma sexualidade mais
abrangente, considerando as relações físicas e emocionais,
que vão estabelecendo com os outros e com eles próprios;
É extremamente importante que as crianças sintam os pais
disponíveis para poderem colocar as suas questões sobre
esta temática, mesmo as mais complicadas.
Aos pais, é que cabe muitas vezes a tarefa de se libertarem
dos seus próprios medos e fantasmas em relação à
sexualidade, para que consigam, o mais abertamente e
naturalmente possível, esclarecer os seus filhos a este nível.
Uma criança esclarecida, tende a desenvolver a sua
sexualidade de forma mais saudável
e a vivencia-la livre de constrangimentos, podendo mais
tarde, consciente e responsavelmente
tomar decisões para a sua saúde e bem-estar sexuais.